[Carreirasespeciais-l] Caiu o mito

ja.mannis ja.mannis em uol.com.br
Qua Fev 28 11:02:13 BRT 2007


Caiu o mito da marginalidade com culpa coletiva da sociedade pela falta de
condições adequadas de vida, pela falta de atenção, pela falta de
oportunidades, como bem alertaram Ronaldo Soares e Ronaldo França de Veja
21/Fev/2007 ‘A falsa pobreza em questão’.

 

Crimes recentes tem como responsáveis pessoas que tinham se beneficiado das
proprias vitimas que lhes deram oportunidades, recursos, meios, condições
melhores. Outros, foram crimonosos com um núcleo familiar estabelecido,
praticando cultos que pregam paz e harmonia entre os homens. Em muitos casos
ficou evidente que não interferiu no processo um ambiente de marginalização,
de descaso, de desespero.

 

O que está acontecendo então? 

 

Não é só a miséria e o abandono que são os vilões.

 

A marginalidade é devida a um MODELO CULTURAL E ÉTICO maléfico que se
instaurou em nossa nação.

 

Nosso modelo de Herói precisa ser revisto e recriado. 

 

A eterna espera por um salvador, nossa herança Sebastianista, nosso
inconsciente coletivo sem pai, precisa ser mudado.

 

Precisamos mudar. E mais importante que isso, precisamos QUERER MUDAR.

 

Precisamos destronar esse HEROI MARGINAL que existe. Os épicos das
quadrilhas. As epopéias do tráfico. 

 

Os games ‘infantis’ onde, pasmem, ganha quem comete mais crimes.

 

Os símbolos e os valores estão todos trocados. As brincadeiras infantis se
alimentam disso.

 

As mentes anestesiadas sem reação.

 

A vida das pessoas se tornou um fracasso. Por isso só conseguem ter espasmos
de vida se colocando e se projetando na vida alheia, nos programas de
‘reality show’, assistindo a uma bateria de novelas todos os dias, a cuidar
cada vez mais da vida alheia... Tudo isso para rechaçar da consciência sua
própria existência. A vida das pessoas está ACABADA, SEM SENTIDO. Não há
mais valores, anseios. 

 

Mas é duro assumir isso. É como dizer conscientemente que tudo acabou. A
autodefesa do ser humano, por instinto vai procurar subterfúgios para não se
ver nessa real situação de desespero.

 

Se protegem fazendo da vida real um sonho projetado fora de si, alheias a
tudo, ou se lançam em direção a ações heróicas às quais são acobertados pela
culpa socializada de uma sociedade judiada,

pela demagogia populista que venda os olhos, não para fazer justiça mas para
não saber o que se passa, como bem alertou Lia Luft.

 

Acabou a expressão: - Que país é esse? , pois agora estamos percebendo.

 

Me pergunto, então: - Que Nação é essa que mesmo sabendo ‘que país é esse’
permanece imóvel?

 

José Augusto Mannis

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

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