[Dicasdeiluminacao-l] Controlar a iluminação das ruas protege humanos e insetos

Valmir Perez valmirperez em gmail.com
Ter Maio 12 09:41:08 BRT 2009


Prezado(a) assinante, bom dia,
Segue abaixo excelente matéria de Júlio Bernardes, do boletim eletrônico do
"Inovação Tecnológica <http://www.inovacaotecnologica.com.br/index.php> "
sobre a influência da iluminação sobre o ecossistema das cidades.

Um abraço,


Controlar a iluminação das ruas protege humanos e insetosJúlio Bernardes
12/05/2009


A iluminação artificial sem controle é uma forma de poluição prejudicial aos
insetos, que ficam desorientados em seus movimentos e se reproduzem menos,
como aponta uma pesquisa do Instituto de Biociências (IB) da USP. Além do
risco da extinção de espécies, a iluminação também afeta os vegetais com a
queda na polinização.

O estudo também demonstra que a adoção de filtros nas luminárias atrai menor
número de insetos, reduzindo o contato do homem com os transmissores de
doenças como a leishmaniose e a doença de Chagas.

*Guiando-se pelas estrelas*

"A visão dos insetos possui maior sensibilidade à faixa ultravioleta do
espectro de luz, utilizando o brilho noturno das estrelas para balizar seu
movimento em linha reta", conta Alessandro Barghini, economista com
doutorado em Ecologia pela USP e pesquisador do Instituto de Eletrotécnica e
Energia (IEE), também da universidade, que realizou o estudo.

"A iluminação artificial faz os insetos se movimentarem em curva, ao redor
das luminárias, desperdiçando o tempo que seria utilizado na reprodução das
espécies, e causando choques freqüentes com as lâmpadas".

*Insetos nocivos*

O pesquisador ressalta que a iluminação artificial também pode atrair
insetos que transmitem doenças ao homem e cita os casos de contaminação por
doença de Chagas acontecidos em fevereiro e março de 2005 em Santa Catarina.

"A iluminação de vapor de mercúrio de uma venda de beira de estrada fazia o
barbeiro, transmissor a doença, se esconder no depósito de cana usada para a
produção de garapa, provocando o contágio", conta. No total, 12 pessoas
foram contaminadas ao tomarem caldo de cana.

*Efeitos do filtro nas lâmpadas*

Para avaliar os efeitos da poluição luminosa sobre os insetos e descobrir
formas de controle, o pesquisador utilizou luminárias com um coletor
acoplado. A lâmpada de vapor de sódio atraiu uma média de 40 insetos por
noite, contra 67 da lâmpada de mercúrio.

A luminária com filtro de luz, aplicado no vidro de proteção da lâmpada de
sódio, atraiu apenas 15 insetos por noite - um coletor sem iluminação
recebeu a média de 8 insetos. "O filtro reduz a exposição da radiação
ultravioleta e evita que o inseto se guie pela luz", explica Barghini.

*Difusão da luz*

Outro modo de reduzir os efeitos da iluminação artificial é a mudança na
forma de difusão da luz. "Anteparos colocados nas luminárias, por exemplo,
fazem com que o inseto não se oriente pelo brilho das luzes", aponta o
pesquisador. "A adoção de iluminação baixa diminui a área iluminada,
reduzindo a atração de insetos".

Alessandro Barghini sugere que medidas de controle da iluminação sejam
adotadas pelos grandes projetos de distribuição e conservação de energia
elétrica, tais como o Luz Para Todos e o Programa de Eficiência da
Iluminação Pública (Prolux), do governo federal. "Essas iniciativas devem
levar em conta o impacto da iluminação, especialmente em áreas de
periferia", ressalta. "Na Grã Bretanha, toda a luz que sai da área que
precisa ser iluminada é considerada poluição luminosa".

*Contaminação com leishmaniose*

De acordo com o pesquisador, as luminárias podem favorecer a contaminação da
leishmaniose em regiões periféricas das grandes cidades. "As luzes atraem o
inseto transmissor, que parasita cachorros e galinhas, que levam a doença
para o homem", explica. No caso da doença de Chagas, existem vários estudos
na literatura científica demonstrando a relação entre a iluminação
artificial e o contágio pelo barbeiro. "Muito se sabe sobre detecção e
tratamento, mas as pesquisas pouco avançaram na prevenção e controle".

Barghini acrescenta que a adoção de filtros nas luminárias, aplicados por
deposição metálica no vidro de proteção da lâmpada, não encarece os custos
de produção. O estudo é descrito na tese de doutorado de Barghini,
apresentada no Instituto de Biocências (IB) da USP. A pesquisa teve
orientação do professor Walter Neves, do Laboratório de Estudos Evolutivos
Humanos do IB.


-- 
Valmir Perez
Lighting Designer
Laboratório de Iluminação
Unicamp
www.iar.unicamp.br/lab/luz
http://valmirperez.blogspot.com/
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Skype: lablux
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