Prezado(a) assinante, bom dia,<div><br></div><div>Segue abaixo excelente texto de José Canosa Miguez sobre as atuais políticas públicas de iluminação no Brasil, focando principalmente o Rio de Janeiro.</div><div><br></div>
<div>Obrigado,</div><div><br></div><div><p class="MsoNormal"><b>O APAGAR DA RIOLUZ</b></p>
<p class="MsoNormal"><b>José Canosa Miguez</b></p>
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<p class="MsoNormal">O Rio de Janeiro em 31 de dezembro de 2000 virava o ano como
a cidade mais bem iluminada do Brasil. Referência para outras capitais, o Rio
tinha quase 100% de seus logradouros públicos iluminados, num processo de
modernização que duplicou os pontos de luz na cidade. Além disso, 164 monumentos
e cenários naturais iluminados estimularam o turismo, revitalizaram a vida
noturna e devolveram a auto-estima ao cidadão carioca. </p>
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<p class="MsoNormal">Estas foram realizações da Rioluz em 8 anos de gestão técnica
da iluminação pública. Empresa com tradição, cultura e expertise exemplares, era
modelo de rara eficiência entre os mais de 5000 municípios brasileiros, que
infelizmente ainda insistem em considerar a iluminação como subproduto da
distribuição de energia. Ao contrário do Rio, a grande maioria das prefeituras,
desconhecendo as especificidades da iluminação pública, prefere contratar estes
serviços com as próprias concessionárias distribuidoras e/ou com empresas
terceirizadas.</p>
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<p class="MsoNormal">O que aconteceu para que um quadro de sucesso e competência
do serviço público se revertesse para a situação de penúria da Rioluz e
deterioração das instalações, fatos que levam o atual Prefeito a terceirizar a
gestão da iluminação pública em parte da cidade? </p>
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<p class="MsoNormal">Não é difícil responder ao verificar a qualidade da gestão a
que foi submetida a empresa nos últimos 8 anos. Ciente do extraordinário
potencial eleitoreiro que a iluminação pública traz em si (reza a lenda que cada
novo ponto de luz instalado gera 10 votos), a última administração da cidade não
hesitou em exaurir a Rioluz e a cidade num processo interesseiro e incompetente,
que não se incomodou com a deterioração de equipamentos e instalações. Com
poucos recursos e obrigada a adotar práticas em desacordo com as normas
internacionais, como a mistura de diferentes tipos de lâmpadas em uma mesma via
de tráfego, a empresa foi usada para intervenções politiqueiras nos currais
eleitorais dos apadrinhados pela Prefeitura, até atingir o atual quadro de
penúria.</p>
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<p class="MsoNormal">Como o Prefeito anterior abriu mão de cobrar a COSIP
(Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública), admitida pelo art. 149-A da
Constituição Federal de 1988, acrescido pela Emenda Constitucional nº 39/02, a
Rioluz até hoje se mantém e opera com repasses esporádicos do Tesouro Municipal.
Na última administração estes repasses foram insuficientes para sustentar o
desempenho da Rioluz e a correta manutenção do sistema de iluminação da cidade.
Equipamentos e pontos de luz foram canibalizados e as queixas dos cidadãos com a
insegurança que vem da escuridão só fizeram aumentar, com índices superiores a
20% de lâmpadas apagadas, situação encontrada pelo atual
Prefeito.</p>
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<p class="MsoNormal">Nos tempos que correm, a iluminação das cidades requer
especialização e tem particularidades que vão muito além da simples instalação
de luminárias nos postes das concessionárias. Há novas tecnologias e conceitos
que se impõem para uma adequada ambientação e segurança na noite das cidades. A
poluição luminosa, que desperdiça 1/3 da energia utilizada em iluminação
pública, exige investimentos em equipamentos eficientes e projetos mais
elaborados. </p>
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<p class="MsoNormal">A vida durante a noite nas cidades tem características e
particularidades que são estudadas e reconhecidas pelas administrações mais
competentes. A luz é agente de segurança, mas é também a criadora de ambiências
e cenários completamente diferentes daqueles que a cidade oferece durante o dia.
Cidades desenvolvidas como Paris já cogitam até que seria necessário um Prefeito
para o dia e outro para a noite, tamanhas as diferenças e exigências para a sua
boa gestão.</p>
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<p class="MsoNormal">A terceirização da iluminação da Zona Norte começa a colocar
as pás de cal no enterro de mais uma tradicional empresa pública. Rebaixada de
seu patamar de qualidade pela ambição política desmedida e pela incompetência
administrativa, a Rioluz amarga um apagar melancólico, que seu corpo de
funcionários e a Cidade Maravilhosa não mereciam.</p>
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<p class="MsoNormal"><b><i>JOSÉ CANOSA MIGUEZ</i></b><i> é arquiteto, lighting
designer e consultor em iluminação urbana e da arquitetura. Foi Presidente da
Rioluz na gestão do Prefeito Luiz Paulo Conde.</i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Av. Ayrton Senna 170 apto. 1007 </i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Barra da Tijuca - Rio de Janeiro / RJ</i></p>
<p class="MsoNormal"><i>CEP 22793.000</i></p>
<p class="MsoNormal"><i>tel. (21) 8253.8253</i></p><br>-- <br>Valmir Perez<br>Lighting Designer<br>Laboratório de Iluminação<br>Unicamp<br><a href="http://www.iar.unicamp.br/lab/luz">www.iar.unicamp.br/lab/luz</a><br><a href="http://valmirperez.blogspot.com/">http://valmirperez.blogspot.com/</a><br>
<a href="http://imprensanaprensa.blogspot.com/">http://imprensanaprensa.blogspot.com/</a><br>Skype: lablux<br>Fones:<br>(19) 35212444<br>(19) 92229355<br>
</div>