[ANPPOM-L] Re: "parceria universidade/prefeitura"

Lilia de Oliveira Rosa liliarosa em iar.unicamp.br
Qui Abr 12 04:44:13 BRT 2007



> prezados,
>
> tenho acompanhado a discussão e neste momento venho aqui manifestar-me,
>
> e observar esse importante depoimento do professor Ricciardi: "parceria
> universidade/prefeitura" q sem dúvida algum resolveria uma boa parte
> dessas e
> de outras questões sobre formação musical/capacitação/atualização etc etc
> seja
> de crianças e adolescentes, seja tb de professores e ou arte-educadores,
> por
> exemplo, uma vez que como já foi enfatizado aqui os cursos técnicos não
> são
> objetivos das universidades [diferentemente dos cursos de extensão que são
> regulamentados pelo plano nacional de programas de
> extensão/universidades].
>
> Assim, vejo não somente com bons olhos, mas, uma saída legal
> (financeiramente
> falando, como o próprio Prof. Rubens colocou abaixo) parcerias que
> abrigariam
> projetos conforme o interesse/necessidade de determinada
> região/comunidade,
> idéia que vem sendo cultivada por muitas iniciativas, para citar uma, a
> Teia do
> Saber (universidade/prefeitura).
>
> Na área da educação musical, por exemplo, são saídas encontradas há muitos
> anos
> por algumas prefeituras do interior paulista (e outras) para minimizar [um
> pouco] a falta de cursos técnicos ou de extensão em determinadas
> especificações, como o caso da formação de
> educadores/musicalizadores/regentes
> de coro; digo isto porque ministrei inúmeros cursos (desde 1987) ora
> sozinha ou
> com outros profissionais em secretarias de educação e cultura ora em
> parceria
> com universidades ou faculdades/outras instituições ora com conservatórios
> ora
> com a Secretaria de Cultura do Estado.
>
> Se não quisermos entender como uma solução para alguns 'males' que já nos
> afligem pelo menos podemos entender com uma das saídas interessantes
> diante da
> nossa realidade educacional e musical brasileira [ambas diversa e
> complexa].
>
>
> Att. Lilia Rosa
>
>
>
>
>
> Citando Rubens Ricciardi <rrrr em usp.br>:
>
>> meus caros,
>>
>> eis que a discussão se tornou agora ainda mais frutífera, pois o assunto
>> passou a ser o papel da universidade na formação musical de crianças e
>> adolescentes,
>>
>> aliás, a música é aquela entre as atividades humanas em que o futuro
>> profissional deve se tornar neófito e obter sua iniciação na mais tenra
>> idade, disso não há a menor dúvida,
>>
>> no caso da USP, - "o por que não?" do Prof. Jorge Antunes - há um
>> problema
>> intransponível de regimento da universidade (nós enquanto USP não podemos
>> criar aqui cursos técnicos ou mesmo de iniciação musical oficialmente),
>> pois
>> o papel de ensino na universidade é a formação em cursos superiores (e
>> não
>> voltado a crianças e adolescentes),
>>
>> assim sendo, venho propondo a parceria com a prefeitura Municipal de
>> Ribeirão
>> Preto desde 1993 (já junto a várias administrações do PT e do PSDB que se
>> alternam no poder por aqui), e até hoje não foi possível realizar o
>> projeto,
>> mas tenho certeza que mais cedo ou mais tarde - em parceria agora com a
>> USP -
>> haveremos de criar uma Escola de Música para crianças e adolescentes
>> junto à
>> Secretaria Municipal de Educação (pois, ao contrário das secretárias de
>> cultura, este setor municipal tem mais verbas garantidas pela
>> constituição e
>> abriga perfeitamente um empreendimento assim em seus estatutos, o que
>> garante
>> a continuidade do projeto, uma vez iniciado),
>>
>> portanto, prosseguindo com a informação da Adriana em relação à Escola
>> Municipal de Música de SP, a parceria universidade/prefeitura municipal
>> (e
>> isso em todo o Brasil) pode ser um caminho importante pra se viabilizar
>> as
>> atividades de extensão, pois assim teremos uma escola pública, gratuita e
>> de
>> qualidade: a universidade entra com a filosofia de trabalho e apóia os
>> processos de contratação de professores e estagiários, e a prefeitura
>> entra
>> com o suporte financeiro e estrutura - esta seria talvez uma receita
>> simples
>> e eficiente para a proliferação de boas escolas de música pelo Brasil...
>>
>> ou seja, um melhor caminho talvez não seja via governo federal nem via
>> estados, mas sim a parceria das universidades públicas com as prefeituras
>> municipais (pois "quem engorda o boi é o olho do dono": uma atividade
>> municipal é controlada mais diretamente pela população que a longínqua e
>> sempre corrupta e incompetente Brasília, ou mesmo as capitais estaduais
>> que
>> são ainda mais centralizadoras e que de um modo geral tratam muito mal o
>> interior),
>>
>> assim, dependendo do perfil de cada faculdade, os tais cursos de nível
>> técnico - muito bem situados por sinal pelo Prof. Jorge Antunes - e em
>> suas
>> múltiplas possibilidades em torno da música, poderiam sim por bem
>> proliferar
>> por este Brasil a fora...
>>
>> atenciosamente,
>>
>> Prof. Rubens Ricciardi - USP
>>   ----- Original Message -----
>>   From: ja.mannis
>>   To: antunes em unb.br ; anppom-l em iar.unicamp.br
>>   Sent: Wednesday, April 11, 2007 10:15 AM
>>   Subject: RES: RES: [ANPPOM-L] Area academica e area tecnica
>>
>>
>>   Caro Jorge,
>>
>>   Creio que sua colocação seja referente ao fato de que ENSINO TECNICO
>> seja
>> ministrado numa instituição de ENSINO SUPERIOR.
>>
>>   Vc tem direito à sua posição quanto a esse aspecto e respeito sua
>> opinião.
>> Porém, pessoalmente, tenho outra maneira de ver a situação, de analisar o
>> contexto e, assim, outra opinião.
>>
>>   Pessoalmente confesso que preferiria ver muitas instituições que
>> assegurassem uma formação básica eficiente em música antes da
>> universidade.
>> Mas não acredito que isso venha a acontecer em breve. So sei que enquanto
>> eu
>> tiver energia e puder fazer alguma coisa, vou tentar fazer o que posso
>> para
>> melhorar o estado das coisas que me descontentam. Sei que posso de uma
>> maneira ou de outra empreender ações dentro dos meios e das
>> possibilidades
>> que disponho.
>>
>>   O ENSINO TÉCNICO está nas instituições de ensino superior no Brasil.
>> Isso é
>> um fato constatado.
>>
>>   Minhas colocações quanto à FORMAÇÂO MUSICAL partem desse fato evidente.
>>
>>   Porém, se o assunto é sobre o fato de ter ou não ensino técnico numa
>> universidade, acho estamos abrindo um outro debate, distinto do anterior
>> e
>> paralelo.
>>
>>   A formação básica em música antes da universidade, ou seja, em nivel de
>> segundo grau, não atende à demanda em quantidade e muitas vezes, mas nem
>> sempre, em qualidade.
>>
>>   Lembro que nos dois primeiros anos de graduação os alunos tem matérias
>> básicas.
>>
>>   Portanto, o ENSINO TÉCNICO já é feito atualmente na Universidade, não
>> como
>> tal, mas o conteudo é identico.
>>
>>   Não podemos deixar de reconhecer isso.
>>
>>   Não seria mais correto DESVINCULAR essa formação básica do ENSINO
>> SUPERIOR?
>>
>>   Portanto, se é sobretudo na Universidade que esse ensino básico é
>> ministrado (por falta de instituições que atendam à demanda em nivel
>> técnico
>> e de segundo grau), me parece pertinente que seja na Universidade (no
>> lugar
>> onde esse ensino é praticado) que ele possa passar por um processo de
>> adequação e transformação.
>>
>>   Cordial abraço,
>>
>>   José Augusto Mannis
>>
>>
>>
>>
>>
------------------------------------------------------------------------------
>>   De: Jorge Antunes [mailto:antunes em unb.br]
>>   Enviada em: terça-feira, 10 de abril de 2007 18:57
>>   Para: ja.mannis em uol.com.br; anppom-l em iar.unicamp.br
>>   Assunto: Re: RES: [ANPPOM-L] Area academica e area tecnica
>>
>>
>>   Caro Zé Augusto:
>>   Porque não ter UM COLEGIO TECNICO EM MUSICA em uma universidade, ...?
>>
>>   Essa sua pergunta me desmonta, me aturde, destrói totalmente meus
>> sonhos,
>> meus ideais, minhas convicções porque, com ela, você me leva a um triste
>> banho de realidade brasileira.
>>   Quando nos USA ou na Inglaterra alguém faz pergunta "Why not?", tem-se
>> logo
>> respostas para argumentar por uma negativa.
>>   O mesmo acontece na França quando perguntam "Pourquoi pas?".
>> Imediatamente
>> aparecem argumentos que demovem o perguntador de suas propostas.
>>   No Brasil, quando alguém pergunta "Por que não?" ficamos totalmente sem
>> argumentos.
>>
>>   Grupos de adolescentes em algumas cidades do DF não têm lazer nos
>> finais de
>> semana: vivem em locais sem salas de cinema, sem teatros, sem campos de
>> futebol, sem nada, sem playgrounds, sem shows, sem concertos, sem
>> shoppings,
>> sem dinheiro para virem ao Plano Piloto, sem zoológico. A única diversão
>> então passa a ser o assalto, as pichações e as formações de gangs. Vivem
>> em
>> barracos sobre a lama e sob um teto de um pai desempregado e bêbado ou de
>> uma
>> mãe solteira desempregada ou prostituta.
>>   Próximo é criado um campus avançado da UnB. Que tal oferecer as
>> dependências da Universidade, nos finais de semana, para eles se
>> divertirem?
>> Claro! Por que não? Que tal oferecer-lhes o campus, a piscina, nas
>> madrugadas
>> dos dias úteis? Claro! Por que não?
>>
>>   Uns mórmons que passam vêem o alto índice de criminalidade dos jovens e
>> começam a fazer trabalho de proselitismo, com encontros espiritualistas.
>> Falta espaço coberto e confortável. Que tal oferecer-lhes uma sala da
>> Universidade? Por que não?
>>
>>   Grandes turmas de colégios se formam, e os pobres formandos, depois de
>> tanto sacrifício não têm onde fazer seus bailes de formatura e suas
>> cerimônias de diplomação. Coitados. Que tal oferecer-lhes o Theatro
>> Municipal? Por que não?
>>
>>   No carnaval, festa belíssima, a burguesia afrescalhada e os estilistas
>> idem
>> constróem, costuram, com paetês, lantejoulas e pedras preciosas, algumas
>> belas fantasias para desfiles e concursos, mas não têm espaços para o
>> certame. Que tal oferecer-lhes o Theatro Municipal? Por que não?
>>
>>   Na Universidade de Brasília vivi recentemente experiência interessante.
>> Um
>> professor, nosso colega, começou a oferecer cursos de iniciação musical
>> para
>> crianças aos sábados. Todas as dependências do Departamento de Música
>> ficam
>> abarrotadas de crianças e de seus respectivos papais e mamães. De início
>> eu
>> senti um choque de preconceito acadêmico. Como era possível aquilo, em
>> uma
>> Universidade? Eu via o formigueiro de criancinhas de longe e não conhecia
>> o
>> trabalho de perto: dezenas de crianças.
>>   Até que um dia cheguei perto, entrei em uma sala. Meus olhos se
>> encheram de
>> lágrimas, fortemente emocionado. Vi cinco menininhos de uns 3 anos de
>> idade
>> esfregando pequenos arcos nas cordas de violininhos. O trabalho é lindo,
>> emocionante. O professor se senta no chão, rodeado de criancinhas que
>> batem
>> ritmos, criam, improvisam, tocam tambores, objetos, sons, ruídos. Hoje o
>> professor conta com 19 monitores e a meninada chega a centenas. Não dá
>> para
>> chegar perto, sem o risco de pisar num neném. Sim! Agora ele trabalha
>> também
>> com bebês. Dezenas e mais dezenas.
>>   Chorei, sim, porque fiz-me a seguinte pergunta: por que não? Ora, se o
>> professor não fizer isso, na Universidade, onde fará?
>>   Se o professor não continuar nesse sacerdócio admirável, quem dará
>> educação
>> musical a essas centenas de crianças?
>>
>>   Com esse raciocínio, essa humanidade, esse patriotismo, essa
>> brasilidade,
>> essa emoção, essa magnanimidade, essa compaixão, essa tolerância,
>> conhecendo
>> a triste realidade brasileira, claro, tudo deve ser feito para remendar
>> lacunas e sanar atrocidades cometidas pelo poder constituído que não
>> oferece
>> condições de vida digna, não oferece emprego, nem educação de qualidade,
>> nem
>> saúde, nem lazer, nem cultura, etc.
>>
>>   Assim, evidentemente, por que não? A Universidade, com suas salas
>> confortáveis, seus aparelhos de ginástica, seus gramados, suas máquinas
>> xerox, seus computadores, seus sistemas de som, seus centros esportivos,
>> seus
>> anfiteatros, seus pianos, pode, sim, abrigar cursos para DJs, técnicos,
>> copistas, assistentes de som, garçons, lutiers, jardineiros, pedreiros,
>> produtores, marceneiros, mestres de obras, técnicos em sonorização,
>> costureiras, afinadores de piano, etc, etc. São poucas as vagas
>> oferecidas
>> nos Sesi e nos Sesc.
>>   Apesar de laica, a Universidade, nessa conjuntura de guerra civil, pode
>> até
>> mesmo oferecer seus espaços para que jovens abracem religiões e credos, e
>> gritem, e se exorcizem, e orem em catarse, e rebolem em bailes funk,
>> usando
>> essas atividades como meio e terapia para abandonarem o consumo de
>> drogas.
>>   Então, nesse Brasil em situação de guerra, de pobreza, de desemprego,
>> de
>> miséria, de injustiças, de escravidão, de falta de perspectivas futuras
>> para
>> as novas gerações e para todo esse povo sofrido e fodido, claro,
>> deveríamos
>> abrir os campi totalmente.
>>   Por que não?
>>
>>   Abraço,
>>   Jorge Antunes
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>   "ja.mannis" wrote:
>>
>>
>>     Caro JORGE e Cara ADRIANA,
>>
>>     Colegas da Anppom,
>>     Caro JORGE, sua iniciativa na UnB de oferecer aos estudantes
>> atividades
>> de ciência e tecnologia aplicadas à musica, bem como música em contexto
>> multimeios é de fato muito boa.
>>     Também procuramos desenvolver essas práticas na Unicamp, de diversos
>> aspectos.
>>     O que defendo não é ATENDER À DEMANDA DO MERCADO. Isso já fazem as
>> inúmeras escolas e centros que TREINAM seus alunos. Eles aprendem
>> rotinas,
>> soluções padrão e muitas atividades fim são de escopo fechado.  Falta
>> FORMAR
>> ALUNOS que saibam se desenvolver e que tenham bagagem e ferramentas para
>> isso. Os treinados repetem as soluções que aprenderam nas apostilas.
>> FALTAM
>> estruturas para FORMACÃO COMPLETA. Para treinamento já existem diversas
>> opções.
>>     As praticas TÉCNICAS são, para mim, muito importantes. Eu mesmo
>> formei
>> minha maneira de trabalhar e minha abordagem da matéria sonora através de
>> atividades técnicas. Agora é que estou formulando em formato ACADEMICO,
>> com
>> um Doutorado, o que desenvolvi. Se tivesse feito outro caminho nao teria
>> descoberto muitas coisas importantes que descobri, justamente porque fiz
>> outro trajeto. E acredito que as atividades técnicas tem muitos subsidios
>> à
>> dar à outras atividades, cientificas / artísticas.
>>     Contudo, está claro para mim que seria um equívoco MISTURAR métodos
>> de
>> ensino e pesquisa (desenvolvimento/criação) entre PERFIL TÉCNICO e PERFIL
>> CIENTÍFICO (no cientifico incluo o ARTISTA NA UNIVERSIDADE). Mas seria
>> também
>> um equivoco ignorar e desprezar o FAZER ARTISTICO o FAZER TÉCNICO e todo
>> tipo
>> de KNOW HOW dos chamados `TÉCNICOS`.
>>     Já formei alunos que fizeram trabalhos de acústica em afinação de
>> teclados. E foi de fato uma atividade excelente. Foram comparados
>> diversos
>> tipos de afinação e o aluno pode colocar como tal ou tal tipo de afinação
>> se
>> adequam a tal ou tal estilo de música. A afinação de um teclado pode
>> mesmo
>> suscitar uma tese de doutorado, dependendo da abordagem.
>>     OK. Não é porque uma tese é feita que já se pode implementar uma
>> DISCIPLINA sobre a tese e mesmo... UM CURSO todo. Estou de acordo. Mas
>> vejo
>> que simplesmente o que em um momento é do DOMINIO TÉCNICO num outro pode
>> estar envolvido em estágios avançados do dominio CIENTIFICO.
>>     Ao mesmo tempo NÃO CABE fazer uma graduação para (por exemplo)
>> AFINADOR
>> DE PIANO, STAGE MANAGER, COPISTA... pois cada uma dessas atividades ainda
>> não
>> têm estofo suficiente para isso. Mas isso não significa que a ACADEMIA
>> deva
>> necessariamente ignorar o que eles fazem. Acho que há coisas muito
>> importantes na atividade de COPISTA. Eu mesmo fui copista das editoras
>> SALABERT na França. Aprendi muita coisa e tenho muitas facilidades em
>> gerar
>> material musical devido a isso. E treino meus alunos em COPIAS e
>> preparação
>> de material de orquestra. É uma produção bastante complexa.
>>     Portanto o CONHECIMENTO INERENTE a essas atividades TÉCNICAS não deve
>> ser
>> confundido com a ENVERGADURA DAS ATIVIDADES EM SÍ.
>>     As atividades de um simples pedreiro nunca foram desprezadas pelos
>> cientistas, tecnologos, pesquisadores e estudantes de engenharia civil.
>>     Existem técnicas que foram desenvolvidas no canteiro de obras e que
>> passaram ao dominio cientifico depois.
>>     Talhar pedras pode parecer primitivo, mas chega a ser uma arte quando
>> esse TALHAR começa a se tornar expressivo.
>>     Contudo, não me parece sensato fazer uma GRADUAÇÃO para MESTRE DE
>> OBRAS
>> (por exemplo)
>>     Mas é muito importante UM ESTUDANTE de ENGENHARIA CIVIL ver e saber o
>> que
>> faz e como faz um MESTRE DE OBRAS.
>>     Se os Mestres de Obras no Brasil tivessem um mínimo de formação, a
>> construção civil em nosso país seria diferente. A começar pelo
>> desperdício
>> inutil de material e pelos atropelos de planejamento em um canteiro de
>> obras.
>> De fato falta uma formação dessas!
>>     Porque a Universidade não poderia assegurar uma atividade dessas EM
>> NIVEL
>> TECNICO?
>>     Na Unicamp temos um Colegio Técnico que forma TECNICOS em nivel de
>> SEGUNDO GRAU.
>>     Porque não ter UM COLEGIO TECNICO EM MUSICA em uma universidade, com
>> o
>> por exemplo faz a Pontifica Universidade Catoloca do Chile em Santiago.
>> Os
>> alunos podem entrar com 12 anos. E se passarem por todas as avaliações
>> necessarias e exames etc. chegam ao Doutorado. Senão fazem o ingresso
>> como
>> todos os outros e entram no curso pela metade, mas em nivel superior.
>>     Acredito que a UNIVERSIDADE deva se preocupar com a FORMCAO TËCNICA
>> EM
>> NIVEL TÉCNICO.
>>     Mais uma vez: Não conjugar PERFIS DIFERENTES: TECNICO é TËCNICO,
>> CIENTIFICO é CIENTIFICO. CONTUDO não ISOLAR os conhecimentos entre ambos,
>> e
>> sim integrá-los, de modo que UM SAIBA DO OUTRO.
>>     Assim, um AFINADOR DE PIANO poderia ser formado numa universidade. A
>> Proposta da ADRIANA é muito boa: poderia ser uma atividade de EXTENSÃO.
>> Algumas atividades técnicas poderiam ser um MESTRADO PROFISSIONALIZANTE,
>> como
>> por exemplo, ENGENHEIRO DE SOM.
>>     E considero que a integração de um DJ seria muito importante. O FAZER
>> do
>> DJ é muito importante. Vem do fazer do RADIO, das tradicoes ORAIS. É o
>> fazer
>> sobre a MIDIA. É a poética que brota do suporte. Não cabe uma GRADUACAO
>> em
>> DJ. Por enquanto isso é óbvio. Mas gostaria muito de pensar em uma
>> discplina
>> onde os alunos possam saber quais são as bases da expressão de um DJ. E a
>> partir daí poderem extrair metodos expressivo, tecnicas de ação, gestos
>> de
>> linguagem. De fato, os produtos de um DJs de modo geral são pertinentes a
>> estilos e estietcias particulares. Mas se mudarmos o material e os
>> objetivos,
>> temos um novo instrumento (no sentido tradicional do termo e não no
>> sentido
>> schaefferiano).
>>     Considerando os CURSOS SUPERIORES DE MUSICA no Brasil há uma falta
>> evidente de estruturas para assegurar formação solida em musica em nivel
>> de
>> segundo grau.
>>     Os alunos acabam tendo que fazer um CURSO SUPERIOR de 5 ANOS no qual
>> os 2
>> primeiros são o CONSERVATORIO 'espremido'.
>>     A Universidade poderia assegurar a FORMACAO DE SEGUNDO GRAU
>> especializada, associada `as escolas de sua cidade, e depois, pouco a
>> pouco,
>> a GRADUACÃO se reduziria de 5 anos para 3 anos. Nossos alunos estariam
>> com
>> Pos-Graduacao completa (Ms + Dr) aos 25 anos. Isso não ocorre muito
>> agora.
>>     Assim, ao escolher um curso técnico em música, um estudante de
>> segundo
>> grau poderia OPTAR por TECNICO EM MUSICA em uma MODALIDADE "X" na qual
>> ele
>> possa adquirir conhecimentos para AFINADOR DE PIANO entre outros. Poderia
>> também EVIDENTEMENTE fazer uma MODALIDADE TECNICA "Y" para INTERPRETE
>> INSTRUMENTISTA. Ou Talvez "W" para COMPOSICAO. Ou mesmo "Z" para
>> Etnomusicologia básica, etc. Há muitas possibilidades. Não estão todas
>> aqui,
>> somente algumas para exemplificar. Talvez nem sejam as denominações
>> certas,
>> pois estou pensando junto com Vcs. Mas seria algo nesse caminho o que
>> vejo.
>>     Cordial abraço
>>     Mannis
>>
>>
>> ----------------------------------------------------------------------------
>>     De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br
>> [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] Em nome de Lopes Moreira
>>     Enviada em: terça-feira, 10 de abril de 2007 08:52
>>     Para: ANPPOM
>>     Assunto: Re: [ANPPOM-L] Area academica e area tecnica
>>
>>     Caros colegas, Não seria papel da extensão universitária o
>> oferecimento
>> de cursos para a formação de Técnicos, Copistas, DJs, Técnicos em
>> sonorização, Afinadores de Piano, Produtores, Redator de Release,
>> Assistente
>> de som, etc? Abraços a todos,Adriana Lopes Moreira (USP)
>>
>> ----------------------------------------------------------------------------
>>     De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br
>> [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] Em nome de Jorge Antunes
>>     Enviada em: segunda-feira, 9 de abril de 2007 11:55
>>     Para: anppom-l em iar.unicamp.br
>>     Assunto: [ANPPOM-L] Area academica e area tecnica
>>
>>     Caro Mannis:
>>     Acho que estamos quase de acordo.
>>     Mas existe um aspecto que, por ser comum em minha seara, pensei que
>> fosse
>> óbvio e também comum nas outras Universidades brasileiras.
>>     Aqui na UnB o estudante que faz o curso de Composição faz, além das
>> disciplinas tradicionais (harmonia, contraponto, fuga, análise,
>> instrumentação, orquestração, etc), estas outras: Prática de Gravação,
>> Tecnologia Musical (síntese, análise, ressíntese, C-sound, softwares),
>> Acústica Musical (a Física do som, Psicoacústica e Acústica de Salas),
>> Música
>> Eletroacústica (softwares de gravação, processamento, montagem, edição,
>> mixagem).
>>     A penúltima vez que ministrei Estágio Supervisionado em Composição
>> Musical (disciplina do último semestre, em que se prepara o concerto de
>> formatura), fizemos realização conjunta com o Departamento de
>> Comunicação: os
>> formandos em Composição Musical compuseram as trilhas sonoro-musicais
>> para os
>> filmes dos formandos em Cinema.
>>     O que temo é, na Universidade, para atender à demanda do mercado,
>> começarmos a abrir cursos de um e dois anos para formação de Técnicos,
>> Copistas, DJs, Técnicos em sonorização, Afinadores de Piano, Produtores,
>> Redator de Release, Assistente de som, etc.
>>     Profissionais nessas áreas, com excelência, devem ser formados. Mas
>> não
>> na Universidade. Técnicos na área musical, aqui em Brasília, são formados
>> no
>> Ensino Médio: na Escola de Música de Brasília.
>>     Em todas as Unidades da Federação deveria haver Ensino Médio e
>> Técnico
>> nessas áreas técnicas.
>>     Abraço,
>>     Jorge Antunes
>>
>>
>>
>>
------------------------------------------------------------------------------
>>
>>
>>   ________________________________________________
>>   Lista de discussões ANPPOM
>>   http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>   ________________________________________________
>>
>>
>>
------------------------------------------------------------------------------
>>
>>
>>   Internal Virus Database is out-of-date.
>>   Checked by AVG Free Edition.
>>   Version: 7.1.413 / Virus Database: 268.18.13/726 - Release Date:
>> 18/3/2007
>>
>
>
>
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>
>
>
> --
> Internal Virus Database is out-of-date.
> Checked by AVG Free Edition.
> Version: 7.1.413 / Virus Database: 268.18.13/726 - Release Date: 18/3/2007
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