[ANPPOM-L] poupe-nos [era FW: Flo & Villa]

Jos=?ISO-8859-1?B?6SA=?=Luiz Martinez rudrasena em uol.com.br
Qua Ago 15 10:04:51 BRT 2007


Caro Silvio,

Não dá para aceitar qualquer censura nessa discussão. Você pode argumentar a
favor do fim da discussão, como fez abaixo, mas o _poupe-nos_ é inaceitável.
Estamos discutindo música e não tem nada a ver com a "flame war"
preconceituosa e fora de tópico que surgiu na lista da Anppom há pouco tempo
atrás.

Sobre a profundidade com que se poderia ler Villa-Lobos ou Goethe, ora, numa
lista de discussão, trata-se de uma possibilidade em aberto. Concordo que o
Flo apenas pinçou uma citação polêmica. Mas ninguém pode prever a
possibilidade de um outro assinante responder de modo brilhante. Ou alguém
que tenha analisado Villa-Lobos (lembro aqui da Val Albright, que nem sei se
está na Anppom) apontar para resultados sólidos que serão do interesse de
todos.

Assim, meu objetivo não é promover a auto-promoção de alguém, mas suscitar
discussões que podem ser interessantes. Eu acredito no conceito de
comunidade científica proposto por Peirce. Para ele a ciência avança não
pelo trabalho de alguns cientistas geniais, mas pela força da comunidade. Eu
vejo na Anppom uma autêntica comunidade de músicos e musicólogos. A sua
lista é um dos instrumentos mais dinâmicos, complementado pelos congressos e
pela Opus. Talvez com essa linha de discussão sobre Villa-Lobos novos
artigos e comunicações serão produzidos e apresentados à comunidade
científica. Aquilo que for realmente bom permanecerá. O resto vai
desaparecer, mas pode ser que a boa produção surgiu justamente em reação à
uma manifestação medíocre. Quem sai ganhando é a música brasileira.

Para terminar com mais uma citação, dizia Peirce:

"Do not block the way of science."



Abraços,
Martinez




On 14/08/2007 22:50, "silvio" <silvio.ferraz em terra.com.br> wrote:

> se o autor da citação lê goethe com a densidade q tem analisado villa-lobos,
> acredito de minha parte q este debate não levará a lugar nenhum...quem de vcs
> analisou villa-lobos? são opiniões, opiniões e mais opiniões...não aparentam
> nenhuma camada de estudo mais criterioso a não ser o de pinçar frases feitas.
> 
> caro martinez:
> o antunes tem razão.
> e pra citar...já q intelectual gosta de citar:
> já dizia jânio quadro: "falem mal mas falem de mim".
> 
> poupe-nos! ou voltaremos a discutir "cristo".
> 
> abs
> silvio
> 
>> Caros colegas,
>> 
>> Atendendo ao pedido do Leonardo Fuks, faço aqui um breve relato do contexto
>> da discussão, cuja última mensagem foi postada por Flo Menezes. Tudo começou
>> com uma entrevista dada pelo compositor Flo Menezes, disponível na Internet:
>> 
>> http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2880,1.shl
>> 
>> A essa entrevista, o crítico Lauro Machado respondeu, em especial, sobre a
>> questão da importância da obra de Villa-Lobos. Ao que Flo, por sua vez,
>> responde. Foi esse estado da questão que eu postei na lista da ANPPOM.
>> 
>> Seguiram várias respostas de membros da associação, expressando seus pontos
>> de vista, ao meu ver, de forma judiciosa e em alto nível. Os argumentos
>> podem ser aceitos ou não, dependendo da posição de cada um. Nada de anormal
>> no meio acadêmico. Recebo então uma mensagem do compositor Jorge Antunes,
>> questionando a validade da discussão e sentenciando: "poupe-nos", como se
>> fossem palavras de nosso colega Fuks. Respondo a essa injunção inaceitável.
>> E agora, precisamente na mensagem em que vocês estão lendo, repasso a última
>> mensagem de Flo Menezes, onde ele cita um interessante texto de Goethe, o
>> qual certamente poderá despertar novas, interessantes e salutares discussões
>> na nossa área, a saber, música.
>> 
>> 
>> Abraços,
>> Martinez
>> 
>> 
>> 
>> ------ Forwarded Message
>>>  From: Flo Menezes <flomenezes em uol.com.br>
>>>  Date: Tue, 14 Aug 2007 14:20:37 -0300
>>>  Subject: Re: [ANPPOM-L] FW: Flo & Villa
>>> 
>>>  Diante da comoção nacional que uma "simples" frase minha ocasionou, ao
>>>  referir-me, en passant, ao emblema Villa-Lobos (especialmente ao mau
>>>  Villa-Lobos), em meio a milhões de outros pensamentos, e em face das tantas
>>>  manifestações que têm circulado até em listas
>>> das quais nem participo (ANPPOM)
>>>  - algumas bem ofensivas, às vezes covardemente
>>> anônimas, às vezes bossalmente
>>>  assumidas, mas que nem mereceriam resposta, haja vista o nível intelectual
>>>  baixo das colocações -, transcrevo uma bela
>>> passagem de Goethe acerca do juízo
>>>  artístico que me fôra transmitida por um
>>> ex-aluno, apenas salientando que, em
>>>  minha opinião, deveríamos, como músicos, ter a formação adequada a que se
>>>  refere Goethe!
>>> 
>>>  "À questão de saber se se devem ou não fazer comparações quando se observam
>>>  diferentes obras de arte, gostaríamos de dar a resposta que se segue. O
>>>  conhecedor que tem formação adequada deve comparar: a idéia paira à sua
>>>  frente, e ele apreendeu o conceito relativo ao que pode e ao que deve ser
>>>  produzido. Já o amador, que é apanhado ainda no trajeto da sua formação, só
>>>  tem a ganhar se não fizer comparações e se observar em separado cada
>>>  realização: é assim que o seu gosto e o seu
>>> sentido do geral se formará pouco
>>>  a pouco. Quanto à comparação levada a cabo pelo não iniciado, é apenas uma
>>>  solução de facilidade que dispensa qualquer juízo." (Johann Wolfgang von
>>>  Goethe, in 'Máximas e Reflexões')
>>> 
>>>  Flo Menezes
>>>  Compositor &
>>>  Diretor Artístico do
>>>  Studio PANaroma
>>>  e do
>>>  PUTS - PANaroma/Unesp: Teatro Sonoro
>>> 
>>> 
>>>  On 8/14/07 11:05 AM, "Sandra Reis" <sandramontreal em hotmail.com> wrote:
>>> 
>>>>  Stela, faço minhas suas palavras.
>>>> 
>>>>  Um grande abraço,
>>>> 
>>>>  Sandra Loureiro de Freitas Reis
>>>> 
>>>>> 
>>>>>  From:  "Stela Brandao" <sbrandao em nyc.rr.com> To:  "Rubens Ricciardi"
>>>>>  <rrrr em usp.br>, Jos é Luiz Martinez <rudrasena em uol.com.br>, "Musikeion"
>>>>>  <musikeion em pucsp.br>, "ANPPOM lista" <anppom-l em iar.unicamp.br>, "Comuarte
>>>>>  (lista)" <comuarte em yahoogrupos.com.br> CC:  dmneto em usp.br, Lauro Machado
>>>>> Coelho <machadocoelho em terra.com.br>, Flo Menezes <flomenezes em uol.com.br>,
>>>>> Rodolfo Coelho de Souza <rcoelho em bighost.com.br> Subject:  Re: [ANPPOM-L]
>>>>>  FW: Flo & Villa Date:  Tue, 14 Aug 2007 00:51:35 -0400 Ah! Adorei esta
>>>>>  resposta do Professor Ricciardi! Agora, chovendo mais um pouquinho no
>>>>>  molhado, uma pergunta quanto à curiosa constatação: "...diante da
>>>>>  constatação de que artistas pouco exigentes, como Villa-Lobos, e que
>>>>>  escreviam pelos cotovelos, apenas terão
>>>>> reconhecimento como "gênios" dentro
>>>>>  dos limites, bastante restritos, de nossa "nação brasileira". Ora bolas,
>>>>> o
>>>>>  que dizer então das inúmeras gravações da música de Villa-Lobos que são
>>>>>  colocadas no mercado internacional a cada ano? Dizer que ele não tem
>>>>>  reconhecimento fora do Brasil é no mínio desinformação. Além de ser
>>>>>  constantemente gravado e regravado por artistas não brasileiros (dêem uma
>>>>>  olhada na amazon.com)   com as Bachianas, Choros, Quartetos, música para
>>>>>  piano, música para violão, canções, música
>>>>> de câmara diversa, sinfonias...!,
>>>>>  é o compositor erudito brasileiro mais
>>>>> frequente nas salas de concerto aqui
>>>>>  dos EUA.  Porque? Por que sua música é bela, emociona, tem impacto, tem
>>>>>  força, tem lirismo, tem espírito! Como o próprio Villa já o disse:
>>>>> existem
>>>>>  compositores de papel e aqueles que compõem em sintonia com o coração.
>>>>> Não
>>>>>  faltam compositores eruditos cuja inspiração
>>>>> não vai além do aspecto formal
>>>>>  e técnico e, se escutamos uma vez sua música, já não dá vontade de
>>>>> escutar
>>>>>  uma segunda vez , de tão fria. Entretanto,
>>>>> Villa-Lobos, que "escrevia pelos
>>>>>  cotovelos", nos deixou inúmeras obras destinadas à eternidade e
>>>>>  universalidade.  Ele foi moderno e muito à
>>>>> frente do seu tempo. Quanto mais
>>>>>  estudo, ensino e canto Villa-Lobos, mais fascinada eu fico com a riqueza
>>>>> e
>>>>>  poder de sua música.  Foi uma encarnação de gênio que Deus presenteou ao
>>>>>  Brasil num momento de suma importância, que foi a afirmação da identidade
>>>>>  nacional. Outro como esse vai ser difícil de
>>>>> "baixar" tão cedo.  Ainda vamos
>>>>>  levar mais uns 100 anos para descobrir todo o significado e importância
>>>>> de
>>>>>  tal encarnação para a alma musical brasileira. Stela Brandão, Nova York
>>>>>  ----- Original Message ----- From: "Rubens
>>>>> Ricciardi" <rrrr em usp.br> To: "Jos
>>>>>  é Luiz Martinez" <rudrasena em uol.com.br>; "Musikeion"
>>>>> <musikeion em pucsp.br>;
>>>>>  "ANPPOM lista" <anppom-l em iar.unicamp.br>; "Comuarte (lista)"
>>>>>  <comuarte em yahoogrupos.com.br> Cc: <dmneto em usp.br>; "Flo Menezes"
>>>>>  <flomenezes em uol.com.br>; "Lauro Machado Coelho"
>>>>>  <machadocoelho em terra.com.br>; "Rodolfo Coelho de Souza"
>>>>>  <rcoelho em bighost.com.br> Sent: Tuesday,
>>>>> August 14, 2007 4:30 AM Subject: Re:
>>>>>  [ANPPOM-L] FW: Flo & Villa
>>>>> 
>>>>>>> 
>>>>>>>  meus caros,
>>>>>>> 
>>>>>>>  estamos falando de Villa-Lobos...
>>>>>>> 
>>>>>>>  quais são afinal as reais dimensões de Villa-Lobos???
>>>>>>> 
>>>>>>>  simplesmente Villa-Lobos é um dos maiores
>>>>>>> compositores do século XX e sem
>>>>>>>  dúvida está no mesmo nível de um Stravinsky, de um Prokofiev, de um
>>>>>>>  Debussy, de um Manuel de Falla, de um Bartók - enfim, seja em seus
>>>>>>>  momentos futuristas dos choros e do "Noneto", seja nos momentos
>>>>>>>  neoclássicos das bachianas, ou mesmo em qualquer outro gênero, sempre
>>>>>>>>>>>>>>  obras primas em Villa-Lobos, sempre há uma singularidade, sempre há o
>>>>>>>  métier de um grande mestre, um mundo musical exposto da modernidade
>>>>>>>  brasileira numa manifestação de verdade até hoje jamais superada...
>>>>>>> 
>>>>>>>  tentar em vão diminuir as reais dimensões de Villa-Lobos seria até
>>>>>>>  ridículo, se de fato não fosse trágico (patologias de alguns poucos
>>>>>>>  representantes da velha vanguarda exaurida e cansada e de seus epígonos
>>>>>>>  estagnados e melancólicos)...
>>>>>>> 
>>>>>>>  abraço a todos, Rubens Ricciardi
>>>>>>> 
>>>>>>>  ----- Original Message ----- From: "Jos é Luiz Martinez"
>>>>>>>  <rudrasena em uol.com.br> To: "Musikeion" <musikeion em pucsp.br>; "ANPPOM
>>>>>>>  lista" <anppom-l em iar.unicamp.br>; "Comuarte (lista)"
>>>>>>>  <comuarte em yahoogrupos.com.br> Sent: Monday, August 13, 2007 10:49 PM
>>>>>>>  Subject: [ANPPOM-L] FW: Flo & Villa
>>>>>>> 
>>>>>>> 
>>>>>>> 
>>>>>>>  ------ Forwarded Message From: Eduardo Guimarães Álvares
>>>>>>> <eduardogalvares em uol.com.br> Date: Mon, 13 Aug 2007 22:22:42 -0300 To:
>>>>>>>  José Luiz Martinez <rudrasena em uol.com.br> Cc: silvio
>>>>>>>  <silvio.ferraz em terra.com.br> Subject: Re: Parar para se pensar!!!
>>>>>>> 
>>>>>>>  Parar para se pensar!!!
>>>>>>> 
>>>>>>>  Prezado Florivaldo
>>>>>>> 
>>>>>>>  Como recebi um e-mail diretamente enviado por você, teço aqui minha
>>>>>>>  opinião baseada nos dados que ele continha:
>>>>>>> 
>>>>>>>  Primeiro você reclama que toda a riqueza dos assuntos abordados em sua
>>>>>>>  entrevista foram ofuscados pelo seu comentário tecendo juízos de valor
>>>>>>>  sobre a obra de Villa-Lobos. Por que será?
>>>>>>> 
>>>>>>>  Segundo, seu comentário sobre a quantidade e qualidade de obras boas e
>>>>>>>  ruins de Villa-Lobos é baseada em qual quantidade de música que você
>>>>>>>  conhece por partituras ou escutou, em
>>>>>>> gravações com um bom nível técnico e
>>>>>>>  musical? Quanto da obra do Villa é conhecida ou registrada em gravações
>>>>>>>  com boa qualidade ou estão disponíveis em
>>>>>>> partituras devidamente editadas
>>>>>>>  e revisadas?
>>>>>>> 
>>>>>>>  Terceiro, seu comentário: "artistas pouco exigentes, como Villa-Lobos,
>>>>>>> e
>>>>>>>  que escreviam pelos cotovelos, apenas terão reconhecimento como
>>>>>>> "gênios"
>>>>>>>  dentro dos limites, bastante restritos, de
>>>>>>> nossa "nação brasileira". Bom,
>>>>>>>  o Olivier Messiaen, professor de Boulez, que eu não considero um
>>>>>>>  compositor "menor", fez alguns comentários
>>>>>>> positivos sobre alguns aspectos
>>>>>>>  da música do Villa. Ou seja, o interesse por sua música ultrapassou um
>>>>>>>  pouco as nossas fronteira nacionais.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Tenho certeza que, tanto para o bem quanto
>>>>>>> para o mal, a obra com altos e
>>>>>>>  baixos do Villa é referencial dentro da história da música brasileira.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Juízos muito gerais sobre compositores grandes ou menores, ou pior
>>>>>>> ainda
>>>>>>>  "geniais", só demonstram que tratamos a cultura musical brasileira sem
>>>>>>> a
>>>>>>>  devida seriedade, pois só a pesquisa, o
>>>>>>> estudo e a análise sérios poderão
>>>>>>>  avaliar sua real importância. Assim como é
>>>>>>> feito, penso eu, com as grandes
>>>>>>>  obras dos gênios internacionais.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Um abraço
>>>>>>> 
>>>>>>>  Eduardo Guimarães Álvares
>>>>>>> 
>>>>>>> 
>>>>>>>  ----- Original Message ----- From: Flo Menezes To: Lauro Machado Coelho
>>>>>>>  Cc: revistatropico em uol.com.br ; Humberto Pereira da Silva ; João Luiz
>>>>>>>  Sampaio Sent: Monday, August 13, 2007 9:32 AM Subject: Parar para se
>>>>>>>  pensar!!!
>>>>>>> 
>>>>>>> 
>>>>>>>  Prezado Lauro Machado Coelho,
>>>>>>> 
>>>>>>>  chegaram-me a meu conhecimento comentários
>>>>>>> (sempre benvindos quando vêm de
>>>>>>>  críticos de sua estatura) acerca de minha
>>>>>>> recente entrevista na UOL, pelas
>>>>>>>  vias de um blog e de uma recomendação a minha entrevista por parte do
>>>>>>>  jornalista João L. Sampaio, a quem tomo a liberdade de enviar uma cópia
>>>>>>>  desta minha mensagem, juntamente com outras pessoas que me são caras.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Refiro-me mais precisamente às linhas abaixo, escritas por você,
>>>>>>>  transcritas ao final desta minha mensagem.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Gostaria de registrar aqui minhas impressões, dada a responsabilidade
>>>>>>> de
>>>>>>>  homens da imprensa que são tanto vc quanto o João L. Sampaio.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Minha entrevista na UOL
>>>>>>>  (http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2880,1.shl), respondendo a
>>>>>>>  perguntas muito bem elaboradas pelo
>>>>>>> filósofo e crítico de cinema Humberto
>>>>>>>  Pereira da Silva (a quem tb envio esta mensagem, para seu
>>>>>>> conhecimento),
>>>>>>>  versa sobre diversos aspectos de minha postura estética e é, sem
>>>>>>> sombras
>>>>>>>  de dúvidas, uma das melhores que concedi até hoje, ao longo de meu
>>>>>>>  percurso criativo.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Nela falo de diversos aspectos de minha produção, elucidando inclusive
>>>>>>>  muitas das noções que introduzo em meus escritos e pelas vias de minha
>>>>>>>  obra musical:
>>>>>>> 
>>>>>>> 
>>>>>>>  a.. conceito de maximalismo b.. noção de "laborinto" (em Berio etc) c..
>>>>>>>  noção de "perder-se para achar e procurar" d.. referências a Trotsky
>>>>>>> e..
>>>>>>>  comentário sobre a relevância da tonalidade e sobre sua prática no dia
>>>>>>> a
>>>>>>>  dia f.. sobre os "sistemas" em arte e
>>>>>>> sobres seus "esgotamentos" g.. sobre
>>>>>>> o capitalismo tardio h.. sobre a pertinência de novas proposições
>>>>>>> estéticas >>>>> e o Novo i.. noção de especulação no terremo na criação
>>>>>>>  musical j.. a relação entre música e afetos k.. noção de que "gosto se
>>>>>>>  discute" em arte l.. noção da música como "matemática dos afetos" m.. a
>>>>>>>  música como a mais difícil das artes n.. a questão da "tecnicidade
>>>>>>>  musical" o.. a música como uma espécie de
>>>>>>> "maçonaria" p.. a importância de
>>>>>>>  se ouvir o silêncio q.. o papel inovador
>>>>>>> de Cage r.. a relação novos meios
>>>>>>>  / novos sons s.. a relação entre meios e
>>>>>>> fins em arte t.. a relação entre
>>>>>>>  sons e contexto u.. a defesa da
>>>>>>> radicalidade estética (de cunho adorniano)
>>>>>>>  v.. a relevância da autenticidade na criação artística w.. a
>>>>>>> tripartição
>>>>>>>  poundiana entre mestria, invenção e diluição em arte x.. a questão em
>>>>>>>  torno da genialidade e a noção de gênio
>>>>>>> y.. comentários sobre a MPB z.. as
>>>>>>>  diferenças e desavenças nos meandros da
>>>>>>> Música Nova aa.. cometários sobre
>>>>>>>  a música dos DJs ab.. música e sociedade ac.. a importância dos ritos e
>>>>>>>  sua relatividade ad.. a noção de u-topia ae.. a questão acerca da
>>>>>>> música
>>>>>>>  "européia", que tanto me imputam af.. a proposta utópica de uma
>>>>>>>  nacionalidade post-mortem ag.. comentário
>>>>>>> sobre o nacionalismo ah.. Freud
>>>>>>>  e o Novo ai.. a perversão e o Velho aj.. sobre Wagner ak.. defesa da
>>>>>>>  pretensão em oposição à presunção e à prepotência al.. os resíduos da
>>>>>>>  história e sua relação com a criação atual
>>>>>>> am.. Demócrito, Merleau-Ponty,
>>>>>>>  Barthes an.. a relação entre música e matemática ao.. a relação entre a
>>>>>>>  complexidade maximalista e a velocidade da luz ap.. a defesa das
>>>>>>>  simultaneidades, do labirinto criativo, das ramificações aq.. sobre o
>>>>>>>  acorde de Tristão e as entidades harmônicas ar.. relação entre ruptura
>>>>>>> e
>>>>>>>  progresso: noção de "transgresso" as.. a
>>>>>>> arte como campo flexível at.. os
>>>>>>>  baluartes da vanguarda musical au.. a situação da música no Brasil av..
>>>>>>>  comentário sobre Villa-Lobos aw.. aspectos
>>>>>>> (parâmetros) da textura sonora
>>>>>>>  ax.. o serialismo integral e a aversão cega dos nacionalistas ay.. a
>>>>>>>  diferença entre a complexidade em Berio e em Ferneyhough az.. balanço
>>>>>>>  crítico da Nova Complexidade de
>>>>>>> Ferneyhough ba.. a noção de Manoury sobres
>>>>>>>  arquipélagos da contemporaneidade bb.. sistemas de referência comum em
>>>>>>>  música e sua superação na atualidade bc.. a importância das novas
>>>>>>>  tecnologias bd.. sobre a divulgação da música be.. minhas atuações à
>>>>>>>  frente do Studio PANaroma bf.. a
>>>>>>> condenação das concessões em arte bg.. a
>>>>>>>  referência à imagem do "rio" em arte (Joyce, Berio, Heráclito etc)
>>>>>>> 
>>>>>>> 
>>>>>>>  Por tudo isto, espanta-me (sem surpreender-me!) como algumas pessoas se
>>>>>>>  ativeram ao "simples" e direto comentário que fiz acerca da obra de
>>>>>>>  Villa-Lobos e se silenciaram sobre todas as demais questões, a meu ver
>>>>>>>  MUITO mais importantes do que essa discussão. (Até mesmo email anônimo
>>>>>>> e
>>>>>>>  desrespeitoso cheguei a receber... não
>>>>>>> tiveram sequer a coragem de assinar
>>>>>>>  a mensagem).
>>>>>>> 
>>>>>>>  Quando vc "sai em defesa" de Villa-Lobos
>>>>>>> (que vc afirma ser uma "chuva no
>>>>>>>  molhado", com o quê sinceramente discordo!), tece comentários bastante
>>>>>>>  pertinentes, e concordo com boa parte deles, especificamente com
>>>>>>> relação
>>>>>>>  às boas obras de sua autoria a que vc se referiu.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Minha opinião acerca do que vem a constituir um GRANDE compositor não
>>>>>>> se
>>>>>>>  altera, porém, substancialmente em nada: a proporção entre as obras
>>>>>>>  medíocres e as obras geniais tem de ser
>>>>>>> nitidamente favorável, na balança,
>>>>>>>  às obras geniais, e isto de modo muito claro e evidente, como foram os
>>>>>>>  casos de Webern, Berg, Schoenberg, Berio, Stockhausen, Stravinsky (e
>>>>>>> não
>>>>>>>  de compositore menores, tais como
>>>>>>> Shostakóvitch, Martinu e Milhaud, que vc
>>>>>>>  cita como exemplos - sei que estou pondo lenha na fogueira, mas é minha
>>>>>>>  opinião sincera...).
>>>>>>> 
>>>>>>>  Ademais, não vejo como pertinente a comparação entre a música que se
>>>>>>>  praticou a partir do início do século XX, em plena era da indústria
>>>>>>> cultural e diante das "rupturas" com os
>> velhos códigos, "promulgadas" por
>>>>>>> Schoenberg e outros, com as práticas da
>> música barroca, clássica e mesmo
>>>>>>>  romântica: os critérios de excelência, naquelas épocas (sobretudo na
>>>>>>>  música barroca e clássica) dobravam-se comumente às exigências de uma
>>>>>>>  produção ininterrupta, socialmente
>>>>>>> subalterna às "necessidades" religiosas
>>>>>>>  ou das cortes. Algo, pois, bem diverso da época dita "moderna", em que
>>>>>>> o
>>>>>>>  critério da criação autônoma, por mais relativa que possa ser tal
>>>>>>>  autonomia, norteia o pensador, e na qual se deve constantemente "parar
>>>>>>>  para pensar", para que quando se faça
>>>>>>> algo, se faça o MELHOR e sobretudo o
>>>>>>>  que se DESEJA fazer! Pensemos, por
>>>>>>> exemplo, em Berg, Webern ou Boulez, com
>>>>>>>  o rigor de suas (poucas, porém vastas, ao menos no que tange às suas
>>>>>>>  ramificações posteriores) obras!!!
>>>>>>> 
>>>>>>>  Concluindo, é preciso que acordemos para a discussão de tantos outros
>>>>>>>  aspectos mais interessantes do que nos sentirmos afetados ou agredidos
>>>>>>>  diante da constatação de que artistas
>>>>>>> pouco exigentes, como Villa-Lobos, e
>>>>>>>  que escreviam pelos cotovelos, apenas terão reconhecimento como
>>>>>>> "gênios"
>>>>>>>  dentro dos limites, bastante restritos, de nossa "nação brasileira".
>>>>>>> 
>>>>>>>  Grande abraço a todos.
>>>>>>> 
>>>>>>>  ___ Comentário de Lauro Machado:
>>>>>>> 
>>>>>>>  A respeito da entrevista de Flo Menezes: Ninguém é "forçado a venerar
>>>>>>>  Villa-Lobos como o gênio nacional", é
>>>>>>> claro. Mas é uma simples questão de
>>>>>>>  justiça reconhecer que o Brasil nunca produziu outro compositor tão
>>>>>>>  completo. A obra de Villa-Lobos é
>>>>>>> irregular, sim. Como todo compositor que
>>>>>>>  escreve com extrema facilidade, o excepcional, em sua obra, se
>>>>>>> acotovela
>>>>>>>  com o medíocre, é verdade. Isso acontece com outros autores do século
>>>>>>> XX
>>>>>>>  (sem mencionar os prolíficos autores do Barroco ou do Classicismo). Eu
>>>>>>>  citaria Dimitri Shostakóvitch, Bohuslav
>>>>>>> Martinu e Darius Milhaud, que são
>>>>>>>  igualmente ecléticos e desiguais. Mas nem por isso questionamos a
>>>>>>>  genialidade deles.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Na verdade, que outro compositor brasileiro praticou todos os gêneros
>>>>>>> --
>>>>>>>  inclusive a ópera -- com igual número de acertos? (a afirmação de Flo
>>>>>>>  Menezes de que as peças medíocres superam as excepcionais não resiste,
>>>>>>>  acredito, a uma simples avaliação aritmética).
>>>>>>> 
>>>>>>>  Não são só as Bachianas e os Chôros, no domínio da música orquestral.
>>>>>>> Os
>>>>>>>  quartetos de cordas estão entre as
>>>>>>> coleções mais importantes do século XX.
>>>>>>>  E a música para piano tem verdadeiras preciosidades, entre elas, coisas
>>>>>>>  como as Cirandas e o Guia Prático -- recentemente gravado pela Clara
>>>>>>>  Sverner - que mapeam a riqueza melódica e rítmica do cancioneiro
>>>>>>>  luso-brasileiro. Há, na música de câmara, coisas de uma originalidade
>>>>>>>  gritante, como o Noneto. >>>>> E o
>>>>>>> repertório das canções é um setor a ser
>>>>>>>  ainda explorado com mais profundidade.
>>>>>>> 
>>>>>>>  Sair em defesa de Villa-Lobos, a esta altura do campeonato, é chover no
>>>>>>>  molhado, eu sei. Só queria dizer que não
>>>>>>> preciso fazer esforço algum para
>>>>>>>  me orgulhar de o Brasil ter produzido um artista dessa estatura. ___
>>>>>>> 
>>>>>>>  Flo Menezes CP 141 06803-971 - Embu - SP Brasil
>>>>>>> 
>>>>>>>  - - - Compositor & Diretor Artístico do Studio PANaroma e do PUTS -
>>>>>>>  PANaroma/Unesp: Teatro Sonoro
>>>>>>> 
>>>>>>>  Tel & Fax: ++55/11/4781-6775 Celular: ++55/11/8282-0960 Studio
>>>>>>> PANaroma:
>>>>>>>  ++55/11/6166-6513 email: flomenezes em uol.com.br web:
>>>>>>>  http://flomenezes.sites.uol.com.br
>>>>>>> 
>>>>>>>  ------ End of Forwarded Message
>>>>>>> 
>>>>>>> 
>>>>>>> 
>> ------ End of Forwarded Message
>> 
>> 
>> 
>> ________________________________________________
>> Lista de discussões ANPPOM
>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>> ________________________________________________
>> 
>> E-mail classificado pelo Identificador de Spam Inteligente Terra.
>> Para alterar a categoria classificada, visite
>> http://mail.terra.com.br/cgi-bin/imail.cgi?+_u=silvio.ferraz&_l=1,1187136136.
>> 652116.1125.domoni.hst.terra.com.br,23756,Des15,Des15
> 






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