[ANPPOM-L] FWD: TRADI ÇÃ O E RUPTURA - John Corigliano e a m ú sica do presentepor Matheus G. Bito ndi

silvio silvio.ferraz em terra.com.br
Sáb Jul 21 12:36:42 BRT 2007


sandra e carlos cobertos de razão.
vale pegar dois livros muito pouco lidos pelos 
brasileiros que gostam de pós-modernismo:
a condição pós-moderna de Lyotard e  pósmodernismo e jameson.
ora, nos dois o termo é claramente uma crítica à 
forma de relações humanas nascidas do capitalismo 
recente.
nos dois livros é clara a noção de último homem, 
alertada por nietzsche, para falar do nihilismo 
ao qual chegaríamos.
para checar tanto, basta ler o artigo e 
entrevistas com artístas ditos pós-modernos e 
notar que todo o entusiasmo do discurso das 
utopias dos anos 50 se desfaz num ressentimento e 
no tanto faz, sobretudo tanto faz qdo aquele que 
tanto faz tem condições financeiras que beiram a 
agressão.
Por outro lado, esta coisa de misturar, isto não 
era antropofagia? e antropfagia não é uma coisa 
do modernismo de oswald? O q isto tema ver com 
pós-modernismo?

silvio ferraz


>Amigos,
>
>Estou de acordo com a postura crítica do Carlos  Palombini.
>
>Para iniciar, não aprecio o termo 
>Pós-Modernismo. É muito confuso. Se Descartes 
>foi o introdutor da Idade Moderna, se Baudelaire 
>chamava o seu momento de Modernidade, se ser 
>moderno é estar dentro do agora de seu tempo, 
>não existe "Pós-Modernismo" mas sim, 
>Pós-Modernismos.
>
>Inventaram o termo, o coro dos influentes gostou 
>e impuseram na área de artes um epíteto que os 
>pósteros vão ter de agüentar?
>
>Quando estive no Canadá ,  o Pós-Modernismo era 
>visto como uma justaposição de tendências no 
>tempo atual, validando todos os estilos 
>suprassumidos no tempo histórico em pé de 
>igualdade   como fonte de inspiração e meio 
>para exercitar e dar forma à criatividade no 
>momento hodierno.
>
>A partir daí, comecei a "engulir" o termo com 
>menos sofrimento porque passei a ver o 
>Pós-Modernismo como a expressão de liberdade no 
>nosso tempo : cada um deve criar como deseja, de 
>acordo com suas tendências e ideais, sem ter de 
>seguir as determinações de um grupo que se acha 
>dono da história. Se alguém deseja ressuscitar, 
>por exemplo, o estilo de Palestrina, está no seu 
>direito e certamente fará algo novo pois nunca 
>"atravessamos o mesmo rio, em cada momento, ele 
>está diferente", como disse o nosso  colega 
>Heráclito, no VI século antes de Cristo.
>
>Daí, que as preferências ocorram é muito 
>natural, mas dizer que  X, Y ou Z são os modelos 
>de Pós-Modernismo, é voltar  às ditaduras do 
>poder na história que é feita a partir das 
>"estrelas" eleitas pelos historiadores e 
>teóricos que se concentram em determinados 
>pontos como abelhas no mel, sem vislumbrar 
>outras riquezas ao seu redor.
>
>Um abraço para todos,
>
>Sandra Loureiro de Freitas Reis
>
>From:  carlos palombini <palombini em terra.com.br>
>To:  ANPPOM <anppom-l em iar.unicamp.br>
>Subject:  Re: [ANPPOM-L] FWD: TRADI ÇÃ O E 
>RUPTURA - John Corigliano e a m ú sica do 
>presentepor Matheus G. Bito ndi
>Date:  Fri, 20 Jul 2007 22:05:01 -0300
>>
>>Achei muita coisa estranha neste artigo.
>>
>>[1] É estranho ver Gilberto Mendes descrito como o representante
>>brasileiro do pós-modernismo. Matheus Bitondi não deve ter lido o
>>prefácio que o compositor santista escreveu para o livro em que Jorge
>>Antunes publicou sobre Jorge Antunes, _Uma poética musical brasileira e
>>revolucionária_. Considerem este excerto:
>>
>>"Neste momento em que o hip-hop e DJs são elevados, pela mídia, à
>>importância de Stockhausen, Berio, Pousseur, este livro de análises das
>>obras de Antunes vem em boa hora, como reação a esta descaracterização
>>das diversidades. Vem para colocar as coisas em seus devidos lugares,
>>mostrando o que é de fato um compositor voltado para uma música
>>realmente de invenção. Um compositor que pensa a música, como um
>>artista, como um homem da alta cultura."
>>
>>[2] É estranho ver o "ecletismo" de um compositor norte-americano dos
>>séculos XX e XXI ser apresentado como  tendo raízes em Monteverdi,
>>Tchaikovski e Dvorak e, portanto, não sendo realmente novo. O serialismo
>  >integral de Boulez não combinava Webern, Messiaen, Varèse, Cage e
>>Stravinski? E o dodecafonismo
>>de Schoenberg não era a conseqüência necessária de Brahms, Mozart, Bach,
>>Beethoven e Wagner? Por que o pós-modernismo de uns necessita reduzir-se
>>às mesmas narrativas historiográficas que o modernismo de outros? E por
>>que estas estruturas narrativas são usadas ao mesmo tempo para
>>justificar os modernistas como conseqüência lógica da tradição e
>>desqualificar os pós-modernos como nem tão novos assim?
>>
>>[3] É estranho ver os compositores ditos pós-modernos só podendo ser
>>compreendidos se colocados em oposição ao serialismo integral, como se
>>só o serialismo integral os tivesse precedido e nos anos cinqüenta não
>>houvesse mais nada de novo acontecendo no mundo. Não houve Cage? Não
>>houve Scelsi? Não houve Messiaen? Não houve Varèse? E não houve o soul,
>>o gospel, o rock, o twist, o cool jazz? E não houve Villa-Lobos, Camargo
>>Guarnieri, o baião, Ary Barroso, Ângela Maria, a bossa nova?
>>
>>--
>>cvp
>>
>>
>>silvio escreveu:
>>  > interessante a frase:
>>  >
>>  > " A libertação das amarras seriais e a
>>  > conseqüente reabertura dos ouvidos para toda a
>>  > história da música"
>>  > afinal de contas ela era usada antes de outro
>>  > modo: "a liberação da música das amarras do
>>  > tonalismo", "a liberação do som". E não houve
>>  > época mais aberta a ouvir toda a história do que
>>  > os anos 50 e 60, nas classes de messiaen e
>>  > maderna.
>>  >
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