[ANPPOM-L] pós-modernidade ou paradoxos da modernidade?

Rubens Ricciardi rrrr em usp.br
Dom Jul 22 01:27:20 BRT 2007


Re: [ANPPOM-L] FWD: TRADI ÇÃ O E RUPTURA - John Corigliacaros colegas da anppom,
1) o q se chama pós-moderno talvez sejam tão-somente novos casos de paradoxo da modernidade (já houve vários destes casos na música - por exemplo, o neoclassicismo dos anos 20-40, o jdanovismo dos anos 50 etc. - antes mesmo que os filósofos tentassem interpretar a tal pós-modernidade enquanto conceito);
2) aliás, pós-modernismo ou valetudismo? (seguramente "nem tudo é relativo", como diz o Prof. Hilton Japiassu)...
3) mesmo em nossos tempos seguramente pós-vanguarda há ainda tanto jovens epígonos modernistas como demais compositores apenas convencionais...
ps: e, já que estamos falando de música, deixemos os padrões medianos da indústria cultural fora da questão...
rubens ricciardi
  ----- Original Message ----- 
  From: silvio 
  To: Sandra Reis ; anppom-l em iar.unicamp.br 
  Sent: Saturday, July 21, 2007 12:36 PM
  Subject: Re: [ANPPOM-L] FWD: TRADI ÇÃ O E RUPTURA - John Corigliano e a m ú sica do presentepor Matheus G. Bito ndi


  sandra e carlos cobertos de razão.
  vale pegar dois livros muito pouco lidos pelos brasileiros que gostam de pós-modernismo:
  a condição pós-moderna de Lyotard e  pósmodernismo e jameson.
  ora, nos dois o termo é claramente uma crítica à forma de relações humanas nascidas do capitalismo recente.
  nos dois livros é clara a noção de último homem, alertada por nietzsche, para falar do nihilismo ao qual chegaríamos.
  para checar tanto, basta ler o artigo e entrevistas com artístas ditos pós-modernos e notar que todo o entusiasmo do discurso das utopias dos anos 50 se desfaz num ressentimento e no tanto faz, sobretudo tanto faz qdo aquele que tanto faz tem condições financeiras que beiram a agressão.
  Por outro lado, esta coisa de misturar, isto não era antropofagia? e antropfagia não é uma coisa do modernismo de oswald? O q isto tema ver com pós-modernismo?


  silvio ferraz




    Amigos,

    Estou de acordo com a postura crítica do Carlos  Palombini.

    Para iniciar, não aprecio o termo Pós-Modernismo. É muito confuso. Se Descartes foi o introdutor da Idade Moderna, se Baudelaire  chamava o seu momento de Modernidade, se ser moderno é estar dentro do agora de seu tempo, não existe "Pós-Modernismo" mas sim, Pós-Modernismos.

    Inventaram o termo, o coro dos influentes gostou e impuseram na área de artes um epíteto que os pósteros vão ter de agüentar?

    Quando estive no Canadá ,  o Pós-Modernismo era visto como uma justaposição de tendências no tempo atual, validando todos os estilos suprassumidos no tempo histórico em pé de igualdade   como fonte de inspiração e meio  para exercitar e dar forma à criatividade no momento hodierno.

    A partir daí, comecei a "engulir" o termo com menos sofrimento porque passei a ver o Pós-Modernismo como a expressão de liberdade no nosso tempo : cada um deve criar como deseja, de acordo com suas tendências e ideais, sem ter de seguir as determinações de um grupo que se acha dono da história. Se alguém deseja ressuscitar, por exemplo, o estilo de Palestrina, está no seu direito e certamente fará algo novo pois nunca "atravessamos o mesmo rio, em cada momento, ele está diferente", como disse o nosso  colega Heráclito, no VI século antes de Cristo.

    Daí, que as preferências ocorram é muito natural, mas dizer que  X, Y ou Z são os modelos de Pós-Modernismo, é voltar  às ditaduras do poder na história que é feita a partir das "estrelas" eleitas pelos historiadores e teóricos que se concentram em determinados pontos como abelhas no mel, sem vislumbrar outras riquezas ao seu redor.

    Um abraço para todos,

    Sandra Loureiro de Freitas Reis

    From:  carlos palombini <palombini em terra.com.br>
    To:  ANPPOM <anppom-l em iar.unicamp.br>
    Subject:  Re: [ANPPOM-L] FWD: TRADI ÇÃ O E RUPTURA - John Corigliano e a m ú sica do presentepor Matheus G. Bito ndi
    Date:  Fri, 20 Jul 2007 22:05:01 -0300
    >
    >Achei muita coisa estranha neste artigo.
    >
    >[1] É estranho ver Gilberto Mendes descrito como o representante
    >brasileiro do pós-modernismo. Matheus Bitondi não deve ter lido o
    >prefácio que o compositor santista escreveu para o livro em que Jorge
    >Antunes publicou sobre Jorge Antunes, _Uma poética musical brasileira e
    >revolucionária_. Considerem este excerto:
    >
    >"Neste momento em que o hip-hop e DJs são elevados, pela mídia, à
    >importância de Stockhausen, Berio, Pousseur, este livro de análises das
    >obras de Antunes vem em boa hora, como reação a esta descaracterização
    >das diversidades. Vem para colocar as coisas em seus devidos lugares,
    >mostrando o que é de fato um compositor voltado para uma música
    >realmente de invenção. Um compositor que pensa a música, como um
    >artista, como um homem da alta cultura."
    >
    >[2] É estranho ver o "ecletismo" de um compositor norte-americano dos
    >séculos XX e XXI ser apresentado como  tendo raízes em Monteverdi,
    >Tchaikovski e Dvorak e, portanto, não sendo realmente novo. O serialismo
    >integral de Boulez não combinava Webern, Messiaen, Varèse, Cage e
    >Stravinski? E o dodecafonismo
    >de Schoenberg não era a conseqüência necessária de Brahms, Mozart, Bach,
    >Beethoven e Wagner? Por que o pós-modernismo de uns necessita reduzir-se
    >às mesmas narrativas historiográficas que o modernismo de outros? E por
    >que estas estruturas narrativas são usadas ao mesmo tempo para
    >justificar os modernistas como conseqüência lógica da tradição e
    >desqualificar os pós-modernos como nem tão novos assim?
    >
    >[3] É estranho ver os compositores ditos pós-modernos só podendo ser
    >compreendidos se colocados em oposição ao serialismo integral, como se
    >só o serialismo integral os tivesse precedido e nos anos cinqüenta não
    >houvesse mais nada de novo acontecendo no mundo. Não houve Cage? Não
    >houve Scelsi? Não houve Messiaen? Não houve Varèse? E não houve o soul,
    >o gospel, o rock, o twist, o cool jazz? E não houve Villa-Lobos, Camargo
    >Guarnieri, o baião, Ary Barroso, Ângela Maria, a bossa nova?
    >
    >--
    >cvp
    >
    >
    >silvio escreveu:
    > > interessante a frase:
    > >
    > > " A libertação das amarras seriais e a
    > > conseqüente reabertura dos ouvidos para toda a
    > > história da música"
    > > afinal de contas ela era usada antes de outro
    > > modo: "a liberação da música das amarras do
    > > tonalismo", "a liberação do som". E não houve
    > > época mais aberta a ouvir toda a história do que
    > > os anos 50 e 60, nas classes de messiaen e
    > > maderna.
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