[ANPPOM-L] STF e OMB - Carta aberta ao maestro Jorge Antunes.

Cassio Barth cassiobarth em gmail.com
Seg Ago 15 03:54:54 BRT 2011


Colega,

Se não gosta dos termos, tranquilíssimo, ao menos o colega pode discernir e
não optar pelo "relativismo". A maioria nem sequer pensa sobre o assunto e
defende a "sua tribo" sem saber exatamente as condições históricas e socias
que fizeram com que ela estivesse na "tribo" que está defendendo.

Aliás, o contrário do relativismo é exatamente o que acontece aqui e nas
faculdades (faculdades ou conservatórios disfarçados de faculdades) pelo
Brasil afora, onde continuamos coloníssimos em nossos discursos.

Se a questão é terminologia, também podemos usar "criação de assimetrias de
poder através de discursos que criam limites entre certas práticas musicais"
para mostrar que certos colegas delimitam o Outro apenas para se
auto-afirmarem.

Isso não é etnoblablablá: é querer mostrar quem tem o falo maior e querer
suprimir outros tipos de práticas. É querer delimitar: eu tenho bom-gosto,
você não tem. É dizer que gosta de bossa-nova e jazz porque é refinado e que
odeia Amado Batista e "os paupérrimos Beatles" porque são de uma breguice e
"pobreza" musical que ninguém com tal refinamento poderia aguentar. Enfim, é
delimitar o Outro pra se delimitar... a ambiguidade da qual fala Bhabha...

Como criar coesão entre os músicos, ter uma ordem que nos represente, se não
houver no mínimo respeito pelos gostos e práticas musicais dos outros
colegas (isso quando são considerados colegas...)

Abraço

Cássio


2011/8/14 Lucas Eduardo <lucasgalon em gmail.com>

> com todo o respeito e admiração ao simples ato da discussão, malgrado meu
> "pavor" ao tipo de relativismo sugerido pelo colega (recheado dos velhos
> conceitos de *etno e eurocentrismo, *já desgastados), recomendo uma
> olhadinha neste artigo de Pondé -
> http://integras.blogspot.com/2009/03/relativismo-cultural-e-blablabla-que.html,
> quem sabe para tomarmos partido desta ou daquela opinião sem apelarmos para
> o tal relativismo. Creio que aspectos como etnocentrismo ou eurocentrismo
> não têm nada (ou muito pouco) a ver com o debate;
> abraços aos colegas
>
> Lucas Galon
>
>
> Em 14 de agosto de 2011 17:22, Cassio Barth <cassiobarth em gmail.com>escreveu:
>
>> Interessantes os exemplos de alguns colegas.
>>
>> "Prostitutas e travestis se organizam"
>>
>> E daí??? O exemplo é pra chocar?? Vamos lá gente, o povo é esclarecido,
>> pode mais do que isso.
>>
>> Pensei que iríamos ficar apenas nos etnocentrismos e juízos de valor
>> tradicionais, mas usar das prostitutas e travestis, no sentido mais
>> depreciativo que se poderia utilizar, para reafirmar a organização dos
>> músicos? Onde fica o respeito?
>>
>> Se esta é nossa elite intelectual, estamos ferrados.
>>
>> E outra. Maestro Antunes tem toda a razão: existe um risco social SIM. Com
>> opiniões como a de alguns colegas, *nós músicos somos um risco social*,
>> por nossas *declarações preconceituosas*, como a do colega que gosta de
>> Scriabin e Bach (nossos ícones eurocêntricos) e que coloca o "universitário
>> sertanejo" como uma categoria de música deplorável. Um pouco de relativismo
>> já nos ajudaria.
>>
>> E sim, definitivamente somos um risco social, e isso vemos em nossa
>> Ministra que provavelmente não teve um professor de música na escola que a
>> tivesse feito refletir sobre a noção relativa de TALENTO. Entramos no Século
>> XXI e continuamos com conceitos românticos do século XIX predominando em
>> políticas governamentais.
>>
>> Pelo menos o Maestro Antunes coloca o talento em 10% e dá 50% para a
>> humildade. Já é um começo...
>>
>>
>>
>> Cássio
>>
>> 2011/8/14 Gil Amâncio <givanildo.amancio em gmail.com>
>>
>>>  *A organização dos trabalhadores e profissionais*
>>> O formato pouco importa, se será sindicalista ou se será em formato de
>>> autarquia fedral de 3º grau.
>>> Temos um excelente instrumento institucional reconhecido pelo poder
>>> federal (Estado de Direito) e queremos, por ignorância estatutária,
>>> suponho, (por burrice), descartar e fazer algo menor ou com menos alcance
>>> executivo-judiciário na orla do Estado de Direito e do Estado Social.
>>> Não consigo entender porque queremos retroagir de autarquia de 3º grau
>>> (quem não sabe o que é isso deem uma olhadinha) para apenas fortalecer uma
>>> associação de classe. Uma não é menos importante do que a outra. As duas são
>>> complementares entre si e desempenham funções, missões específicas conforme
>>> nossa carta mágna constitucional.
>>> O que estamos vivendo é apenas o resultado no analfabetismo sindical e
>>> classístico no segmento musical. Apesar de termos todas as ferramentas
>>> virtuais, estamos dando os primeiros passos agora em termos de massa
>>> crítica.
>>> Há pessoas que preferem criar gerigonças e estratégias como atalhos
>>> burocráticos para ficar a margem da Lei por falta de conhecimento de como
>>> funciona e como poderíamos mudar.
>>> Acho que deveria haver uma organização nacional que expurgasse os
>>> peleigos decanários da OMB e renovasse o caos "com nova ordem mundial" (para
>>> lembrar caetano).
>>> Conveniente seria aproveitar as estruturas e dar outra alma.
>>> A Constituição Brasileira definine (exceto se mudarmos):
>>> *Sindicato*: tem função de promover qulaidade de vida para
>>> trabalhadores, garantir melhores condições de trablaho etc.
>>> *Conselho Profissional:* Define quem é ou não profissional e concede um
>>> título reconhecido pelo Estado de Direito como um grau de habilitação
>>> profissional.
>>> Isso não está sendo feito pelo atual conselho com dignidade há muito
>>> tempo, há várias décadas. Graças a falta de participação massiva,
>>> representativa das pessoas que possuem compromisso técnico, académico etc.
>>> como muitas pessoas dessa lista.
>>> Politicamente não existe espaço vazio: se não assumirmos outras pessoas
>>> assumem. Reclamar e dizer que tudo que está não queremos (como na semana de
>>> arte moderna 1922) não basta. Precisamos dizer o que não queremos, apontar
>>> com conhecimento de causa novos parâmetros. E mais do que isso sair da
>>> frequência do discurso ou discursiva para práticas cartesianas e mensuraves.
>>> Felizmente ou infelizmente, questões desse cunha só se faz em grupo ou de
>>> forma coletiva.
>>> No que estava no meu alcance já o fiz. Coloquei ações públicas coletivas
>>> na Ouvidoria da República Federal contra a carteira de músico prático. Agora
>>> vou solicitar ao STF reconhecimento do título de médico prático, a quiza
>>> do conselho de medicina, a partir do precedente do acto do jurídico (STF) de
>>> reconhecer a atuação do músico prático não porfissional, sem formação
>>> acadêmica para atuação no mercado de trabalho como algo natural e bestial na
>>> cena contemporânea.
>>> Tocar e cantar livremente qualquer pessoa pode fazer. A constituição de
>>> 88 já garante isso.
>>> Atuar no mercado como profissional aí é outra história e precisa se ter o
>>> mínimo de regras.
>>> Fora disso estamos entrando pelas portas do fundo e Beethoven já superou
>>> isso mesmo quando não tinha as ferramentas comunicações que temos hoje.
>>> "Não podemos voltar no passado e corrigir os erros , mas podemos
>>> construir um novo fim".
>>>
>>>
>>> Em 14 de agosto de 2011 05:25, Graziela Bortz <g_bortz em hotmail.com>escreveu:
>>>
>>>  Já discutimos isso antes na lista: precisamos de sindicatos
>>>> fortalecidos e democráticos, não da Ordem. Prostitutas e travestis se
>>>> organizam. Não sei dos engenheiros, no entanto. Graziela.
>>>>
>>>>  ------------------------------
>>>> From: givanildo.amancio em gmail.com
>>>> Date: Sun, 14 Aug 2011 02:15:50 +0100
>>>> To: lucianocesar78 em yahoo.com.br
>>>> CC: anppom-l em iar.unicamp.br
>>>> Subject: Re: [ANPPOM-L] STF e OMB - Carta aberta ao maestro Jorge
>>>> Antunes.
>>>>
>>>>  Elocubrações n.238:
>>>> por que engenheiros e prostitutas possuem órgão de representação social
>>>> e os músicos não precisam...
>>>> ou somos muito importantes e estamos acima dessas questões ou estamos na
>>>> posição de ET no cenário de político-trabalhista e político-classista.
>>>>
>>>> Em 13 de agosto de 2011 23:46, luciano cesar <
>>>> lucianocesar78 em yahoo.com.br> escreveu:
>>>>
>>>>    Carta aberta ao maestro Jorge Antunes.
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>             Bem, não me lembro de ter tocado para o Sr., maestro Jorge
>>>> Antunes, para que essa crítica direta a minha competência tivesse alguma
>>>> base...
>>>>             No entanto, peço sinceras e humildes desculpas pelo tom
>>>> grosseiro do meu comentário, realmente fui muito infeliz. Reconheço a sua
>>>> contribuição indispensável para a vida musical brasileira. Mas uma carta
>>>> aberta sua sobre a crise da OSB difundiu uma posição ambígua com relação a
>>>> um caso que, penso, deveria reunir os músicos com alguma preocupação social
>>>> do lado dos demitidos. Em suas declarações sobre o caso da OMB há também
>>>> algo de um apoio velado a existência de um órgão regulador.
>>>>
>>>>             Não sou da opinião de que música ruim deve continuar a ser
>>>> feita, como tampouco a faço. Sou sim, contra um órgão regulador como a OMB
>>>> determinar o que é um músico com direito a exercer sua profissão e o que não
>>>> é. Principalmente porque sabemos do apoio que analfabetos musicais receberam
>>>> da ordem. O chamado "músico prático" era simplesmente uma desculpa para
>>>> permitir - esses sim - incompetentes sem o mínimo de conhecimento musical
>>>> trabalharem em subempregos num sistema que rendia mais dividendos a
>>>> diretoria da OMB. E nesse caso é importante diferenciar artistas de
>>>> engenheiros e médicos, que interferem na vida física das pessoas de modo que
>>>> uma regulamentação é essencial. Música não mata, é necessário levantar
>>>> outros argumentos a favor de seu ensino em Universidades, em favor do
>>>> respeito pela especialização que ela exige de nós (compositores, intérpretes
>>>> e ouvintes). Mas a regulamentação no caso das artes tem que ser feita no
>>>> âmbito mesmo da cultura, não do policiamento.
>>>>
>>>>             Essa é minha opinião, que parece nos dividir.
>>>>
>>>>             Penso ser esse mais um caso que deveria reunir a comunidade
>>>> de músicos, populares e eruditos, compositores e intérpretes, vanguadistas
>>>> (estéticos ou políticos) e reacionários (estéticos ou políticos). Mas se há
>>>> divergências, que elas permaneçam no âmbito da discussão respeitosa.
>>>> Surpreendi-me sim com a ambigüidade de sua posição no caso OSB, uma situação
>>>> que arremessou trabalhadores da cultura na miséria de um dia para o outro.
>>>> Mas reconheço que o Sr. levantou um argumento pertinente no caso OMB (sua
>>>> mensagem de 8 de agosto), o do conhecimento técnico no meio de campo da
>>>> comunicação, que o intérprete representa. Não critiquei, entretanto, a sua
>>>> competência profissional, a qual reconheço como um patrimônio cultural do
>>>> Brasil. Espero, portanto, o mesmo respeito, mesmo estando eu nas fileiras
>>>> mais modestas da produção musical e... com outra posição no que se refere a
>>>> regulamentação.
>>>>
>>>>               Assino com os pontos levantados entre Rogério Budaz e José
>>>> Maniz, nas suas contribuições de 13 de agosto. A sua contestação a essa
>>>> mensagem de Budaz foi esclarecedora, mas a defesa dos ideais artísticos que
>>>> o Sr. luta tanto para estabelecer (aspecto no qual pretendo me colocar ao
>>>> seu lado) passa por nos livrar do julgo obscurantista da OMB, que está mais
>>>> próxima desse jdanovismo que Budaz menciona. Esse é o ponto, para o qual
>>>> pedimos uma posição sua e da classe musical como um todo.
>>>>
>>>>             Reitero aqui meu pedido de desculpas, com humildade.
>>>> Retirando o comentário que ofendeu ao maestro, espero reforçar meus pontos
>>>> de vista que, espero, contribuam para a discussão como membro competente da
>>>> classe musical que sou, ao seu lado e dos colegas que participam destes
>>>> debates.
>>>>
>>>> Pazes, em nome da "salutar discussão"?
>>>>
>>>> Abraço cordial,
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> Luciano Cesar Morais.
>>>>
>>>>
>>>> --- Em *sáb, 13/8/11, SBME . <sbme em sbme.com.br>* escreveu:
>>>>
>>>>
>>>> De: SBME . <sbme em sbme.com.br>
>>>> Assunto: Re: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula
>>>> Para: "luciano cesar" <lucianocesar78 em yahoo.com.br>, "ANPPOM" <
>>>> anppom-l em iar.unicamp.br>
>>>> Data: Sábado, 13 de Agosto de 2011, 0:14
>>>>
>>>> *Oi, Luciano Cesar:
>>>>
>>>> Obrigado por sua mensagem opinativa.
>>>> Você tem razão: música ruim não mata.
>>>> Continue a fazê-la.
>>>> Cordialmente,
>>>> Jorge Antunes*
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> Em 12 de agosto de 2011 22:22, luciano cesar <
>>>> lucianocesar78 em yahoo.com.br<http://mc/compose?to=lucianocesar78@yahoo.com.br>
>>>> > escreveu:
>>>>
>>>>   Concordo, música ruim não mata e não pode ser decidida através do
>>>> veredicto de uma "ordem". Jorge Antunes é um reacionário, por melhor que ele
>>>> fale em nome do socialismo.
>>>>
>>>> Luciano Cesar Morais
>>>>
>>>> --- Em *qui, 11/8/11, André Fadel <andrefadel em gmail.com<http://mc/compose?to=andrefadel@gmail.com>
>>>> >* escreveu:
>>>>
>>>>
>>>> De: André Fadel <andrefadel em gmail.com<http://mc/compose?to=andrefadel@gmail.com>
>>>> >
>>>> Assunto: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula
>>>> Para:
>>>> Cc: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br<http://mc/compose?to=anppom-l@iar.unicamp.br>
>>>> >
>>>> Data: Quinta-feira, 11 de Agosto de 2011, 12:43
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> *Uma questão ridícula*
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> Um dos grandes males dos dias hoje é haver tantas pessoas que levam
>>>> música a sério. E olha que muitos me tomam como “músico sério”. Isto tudo é
>>>> uma grande bobagem. Independe de eu fazer da música o meu ganha-pão ou não.
>>>> Tem a ver com o entendimento do que música representa para as sociedades. Ou
>>>> para cada um de nós.
>>>>
>>>> Se alguém acha que a má execução de música oferece risco, desculpe-me,
>>>> mas então somos baratas sobrevivendo à hecatombe nuclear midiática, com
>>>> bombas de hidrogênio que já explodiram do calibre de “sertanejo
>>>> universitário”, “leidi gagas”, “bítous” e outras *coisitas más*.
>>>>
>>>> (Parêntese: adoro Scriabin. Adoro Schoenberg. Adoro rock progressivo,
>>>> Bach, Messiaen. Adoro algumas coisas da MPB. Até mesmo do paupérrimo Beatles
>>>> eu escuto uma coisa ou outra. E daí? Daí que eu não me importo com os gostos
>>>> de mais ninguém, e muitos deveriam fazer o mesmo.)
>>>>
>>>> Não me importo se no barzinho ali embaixo estão tocando Iutchú, exceto
>>>> se o volume estiver me incomodando. Não me importo se a articulação que o
>>>> cravista faz numa Partita de Bach é “errada”, “historicamente acurada” ou
>>>> virada do avesso. Se me agradou, tentarei expor meus argumentos para
>>>> conseguir entender aquilo que me agradou - e farei o mesmo se não me
>>>> agradou. É claro que para isso a gente precisa de estudo, leitura,
>>>> conhecimento e vivência. Mas só farei esse esforço se eu *estiver
>>>> realmente a fim*, porque música não é objeto científico. Música é para
>>>> se curtir.
>>>>
>>>> Eu me importo com a dimensão ridícula que algumas discussões podem
>>>> alcançar.
>>>>
>>>> Mesmo quanto àquela música que foi feita para NÃO se curtir, o fato de
>>>> ela ter sido criada já significa que alguém se divertiu com a ideia. Música
>>>> está relacionada com o *prazer*, seja por criá-la, tocá-la, ouvi-la e,
>>>> para aqueles que *estiverem a fim*, analisá-la e dissecá-la como se
>>>> fosse um sapo (com a diferença que, dissecando um sapo a gente aprende
>>>> biologia e a fazer ciência de verdade. Análise musical nunca vai levar à
>>>> descoberta de uma vacina).
>>>>
>>>> A pergunta que todos deveriam se fazer é: *o que a música representa na
>>>> minha vida? Por que ela é importante pra mim, especificamente?*
>>>>
>>>> Há uma grande diferença em refletir sobre isto e querer imputar uma
>>>> importância que na maioria das vezes inexiste para o vizinho. Eu e 99,9% das
>>>> pessoas não estamos nem aí para as análises subjetivas de obras
>>>> desconhecidas de compostores obscuros e que, muitas vezes, são horrorosas
>>>> (para mim!). Eu sei também que quase ninguém se importa com a obra de
>>>> Scriabin, mas eu me importo, e não estou nem aí se outros nem ouviram falar.
>>>> Vou continuar tocando, estudando e divulgando sua obra com o mesmo *
>>>> prazer*, mesmo que haja uma hecatombe de verdade e eu fique sozinho no
>>>> mundo.
>>>>
>>>> Isto faz de nós uma tribo com infinitas confrarias e precisamos saber
>>>> conviver uns com os outros. Não significa que devemos ficar metendo o dedo
>>>> no nariz alheio.
>>>>
>>>> Quando eu era adolescente, eu me perguntava como é que meus amigos não
>>>> conheciam Bach? Como é que eles não se emocionavam com uma sonata de
>>>> Beethoven? Eu ainda acreditava que a música era uma linguagem universal – o
>>>> que também é uma enorme bobagem.
>>>>
>>>> *Mas que diabo isto tudo tem a ver com a decisão do STF*?
>>>>
>>>> Ora, os Ministros simplesmente conseguiram discernir a natureza da
>>>> música com a natureza de outros campos do conhecimento. Querer policiar a
>>>> execução profissional de algo que se faz para se curtir é a mesma coisa que
>>>> querer criar uma Ordem dos Aeromodelistas, ou uma Ordem dos Passeadores de
>>>> Cachorros. Criar “delegacias” para tutelar se um violonista de bar está
>>>> “autorizado” a exercer sua profissão ali é o cúmulo do ridículo.
>>>>
>>>> O mesmo não acontece com o Conselho de Medicina. Experimente levar sua
>>>> mulher a um obstetra incompetente para ver o que acontece.
>>>>
>>>> Músicos, não se levem tanto a sério, por favor.
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> André Fadel
>>>>
>>>> Pianista e compositor
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> 2011/8/8 SBME . <sbme em sbme.com.br<http://mc/compose?to=sbme@sbme.com.br>
>>>> >
>>>>
>>>> Colegas:
>>>>
>>>> Vejo que existe um intenso movimento de colegas em difundir a notícia
>>>> sobre a decisão do STF.
>>>> Mas não vejo qualquer iniciativa em incentivar a discussão sobre a
>>>> questão.
>>>>
>>>> Vejo com muita preocupação os argumentos usados pelo ministros para
>>>> decidir o que decidiram.
>>>> Refiro-me aos argumentos, e não à decisão.
>>>>
>>>> Ellen Gracie alegou que  o registro em entidades só pode ser exigido
>>>> quando o exercício da profissão sem controle representa um "risco social",
>>>> "como no caso de médicos, engenheiros ou advogados".
>>>> Isso é verdade?
>>>> O mau exercício da profissão de músico intérprete não representa risco
>>>> social?
>>>> Imagine um grupo social ouvindo a execução de uma obra contemporânea,
>>>> nada conhecida, ou conhecida apenas de outro grupo social, mal tocada, cheia
>>>> de desafinações, erros, saltos, etc. Nessas circunstâncias o público, sem
>>>> perceber se estava tudo certo ou errado, recebe aquela execução como se ela
>>>> representasse a realização fiel da partitura.
>>>> Nesse caso, o mau músico intérprete, realizador da performance cheia de
>>>> erros, não estaria provocando consequências desastrosas para a sociedade?
>>>>
>>>> O ministro Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse
>>>> registro pois a música é uma arte.
>>>> O ministro Ricardo Lewandowski, por sua vez, chegou a dizer que seria o
>>>> mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a uma Ordem Nacional da
>>>> Poesia para que pudessem escrever.
>>>>
>>>> Mas, dentre as artes, a Música é a única que se utiliza do Triângulo da
>>>> Comunicação para chegar ao público.
>>>> O pintor, o poeta, o cineasta, o escultor, colocam suas criações
>>>> artísticas diretamente no suporte, e o público tem acesso à fruição da arte
>>>> contemplando o suporte diretamente.
>>>> A música instrumental não vive esse processo simples. O compositor
>>>> coloca sua criação num suporte, a partitura, plena de signos
>>>> representativos, que deverão ser decodificados por músicos instrumentistas.
>>>> Essa decodificação exige profundo conhecimento técnico.
>>>>
>>>> À salutar discussão!!!
>>>> Abraços,
>>>> Jorge Antunes
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> Em 1 de agosto de 2011 19:49, Rogerio Budasz <rogeriobudasz em yahoo.com<http://mc/compose?to=rogeriobudasz@yahoo.com>
>>>> > escreveu:
>>>>
>>>>    Matéria da Folha de hoje <
>>>> http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/952808-musico-nao-precisa-de-registro-para-exercer-profissao-decide-stf.shtml
>>>> >
>>>> ==================================================
>>>>
>>>> Músico não precisa de registro para exercer profissão, decide STF
>>>>
>>>> FELIPE SELIGMAN
>>>> DE BRASÍLIA
>>>>
>>>> Por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta
>>>> segunda-feira (1º) que o músico não precisa ter registro em entidade de
>>>> classe para exercer sua profissão.
>>>>
>>>> Os ministros julgaram o caso de um músico de Santa Catarina que foi à
>>>> Justiça ao alegar que, em seu Estado, ele só poderia atuar profissionalmente
>>>> se fosse vinculado à Ordem de Músicos do Brasil.
>>>>
>>>> Em diversos locais do Brasil, músicos são obrigados a apresentar
>>>> documento de músico profissional -- a "carteirinha de músico" -- para poder
>>>> se apresentar.
>>>>
>>>> A decisão vale apenas para o caso específico, mas ficou decidido que os
>>>> ministros poderão decidir sozinhos pedidos semelhantes que chegarem ao
>>>> tribunal. Ou seja, se o registro continuar a ser cobrado, será revertido
>>>> quando chegar no tribunal.
>>>>
>>>> Para a ministra Ellen Gracie, relatora da ação, o registro em entidades
>>>> só pode ser exigido quando o exercício da profissão sem controle representa
>>>> um "risco social", "como no caso de médicos, engenheiros ou advogados",
>>>> afirmou.
>>>>
>>>> O colega Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse
>>>> registro pois a música é uma arte. Ricardo Lewandowski, por sua vez, chegou
>>>> a dizer que seria o mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a uma
>>>> Ordem Nacional da Poesia para que pudessem escrever.
>>>>
>>>> Já o ministro Gilmar Mendes lembrou da decisão do próprio tribunal que
>>>> julgou inconstitucional a necessidade de diploma para os jornalistas, por
>>>> entender que tal exigência feria o princípio da liberdade de expressão.
>>>>
>>>> ________________________________________________
>>>> Lista de discussões ANPPOM
>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>>> ________________________________________________
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> ________________________________________________
>>>> Lista de discussões ANPPOM
>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>>> ________________________________________________
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> -----Anexo incorporado-----
>>>>
>>>>
>>>> ________________________________________________
>>>> Lista de discussões ANPPOM
>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>>> ________________________________________________
>>>>
>>>>
>>>> ________________________________________________
>>>> Lista de discussões ANPPOM
>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>>> ________________________________________________
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> ________________________________________________
>>>> Lista de discussões ANPPOM
>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>>> ________________________________________________
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> --
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> ________________________________________________ Lista de discuss�es
>>>> ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l________________________________________________
>>>>
>>>
>>>
>>>
>>> --
>>>
>>>
>>>
>>>
>>>
>>> ________________________________________________
>>> Lista de discussões ANPPOM
>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>> ________________________________________________
>>>
>>
>>
>> ________________________________________________
>> Lista de discussões ANPPOM
>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>> ________________________________________________
>>
>
>
-------------- Próxima Parte ----------
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