[ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula

Estevão Moreira estevaomoreira em gmail.com
Ter Ago 16 09:40:14 BRT 2011


De fato com organização as coisas ficam mais fáceis.
Outra coisa porém é o fato de que nas associações a eleição é aberta aos
seus associados.
No caso da atual Ordem dos Músicos é algo extremamente obscuro. Perguntei na
Ordem dos Músicos do Rio de Janeiro se havia reuniões e assembleias --
claro, ingenuidade de minha parte -- e fiquei sabendo que existe sim....
porém é fechada a uns "notáveis" que decidem o rumo das consequências
legais.

A Ordem dos Advogados tem eleição, e as chapas concorrem apresentando
propostas e, sobretudo, contrapartidas aos seus representados. A OAB é tão
forte que de fato exerce influência no Brasil.

abs
Estevão

Em 15 de agosto de 2011 18:47, silvioferrazmello <
silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu:

> não era minha intenção responder a todas questões, mas sim mostrar que de
> algum modo é necessário um movimento e que quando se tem uma associação as
> coisas são mais fáceis.
>
> abs
> silvio
>
>
> On Aug 15, 2011, at 5:42 PM, luciano cesar wrote:
>
> Sobre as questões do senhor Silvio Ferraz:
>
> Muito bem colocadas. Há uma questão aqui que ele não respondeu:
>
>
>
> o problema é que sem a associação os modos de contratação estão
> dispersos...por isto existe o sindicato...mas o sindicato para agir tem de
> basear-se em uma lei...em que lei ele se baseia? existem itens específicos
> para a atividade de músico na clt? já falamos aqui antes sobre as definições
> de profissões para a clt. Mas estamos de acordo com tais definições? Se
> quisermos mudar algo fazemos como?
>
>
> silvio
>
>
> O pessoal do SIMPRATEC está tentando vincular judicialmente a categoria dos
> músicos no artigo 7, da constituição, salvo engano, que regulamenta a
> profissão do trabalhador intelectual. Toda a regulamentação partiria desta
> delimitação para as especificidades. Acredito que, no que se refere a
> ganhos, tabela de honorarios, etc., quanto mais uniforme for o tratamento
> dado aos diferentes tipos de músicos, melhor
>
> Alô, Ana...
>
> Concordamos em que a OMB precisa mudar urgentemente, se não for extinta.
> Sobreo Eurocentrismo, não sei é se chega a ser uma questão, a gente é tão
> impregnado de cultura estrangeira, língua, ciência, etc... quanto da nossa
> própria.
> Abraço,
> Luciano
>
> On Aug 15, 2011, at 11:07 AM, Ana Luisa wrote:
>
> Alô, Luciano
>
> Veja, nem sei se discordo ou concordo com a carta, que obviamente levantou
> mais questões para as cento e tantas que aqui já foram colocadas. O chato
> para mim é apenas a "europarte" que impera nessa e em outras colocações.
> Acho que a carta do André ficaria ótima se tirasse toda a música que ele
> desconhece. Mas também pode me colocar na fila dos descontentes se música
> não for séria, como qualquer outra profissão (ahnn...e com o que concordamos
> na carta dele mesmo?)
>
> --- Em *seg, 15/8/11, luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br>*escreveu:
>
>
> De: luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br>
> Assunto: Re: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula
> Para: "Ana Luisa" <tempoqueleva em yahoo.com.br>
> Data: Segunda-feira, 15 de Agosto de 2011, 2:13
>
> É, pois é, Ana. Concordo com a posição do André (o eurocêntrico do
> Scriabin), mas se for pra deixar de pensar na música como coisa séria, por
> favor, me fuzilem.
>
> Luciano
>
>
>
> --- Em *sáb, 13/8/11, Ana Luisa <tempoqueleva em yahoo.com.br>* escreveu:
>
>
> De: Ana Luisa <tempoqueleva em yahoo.com.br>
> Assunto: Re: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula
> Para: "Marcos Filho" <marcosfilhomusica em yahoo.com.br>
> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
> Data: Sábado, 13 de Agosto de 2011, 23:38
>
> Que coisa... pois foi essa mesma carta do André que me deixou chateada,
> pelos "paupérrimos Beatles" e coisas afins. A música não é instrumento
> científico? porque não pode ser? É só para curtir? Interessante o tom
> aparentemente menos sério, menos empolado, desafiador, talvez. Mas, se assim
> realmente o fosse, o colega provavelmente não teria que se defender com seu
> gosto refinado entre parênteses, ne c'est pas?
> Nada contra ninguém e dúvidas muitas sobre a OMB, mas o entendimento entre
> o Jorge Antunes e o que lhe pediu desculpas (desculpem-me também, são muitas
> manifestações), ainda parecem mais próximas de um entendimento entre os
> povos musicais.
> Daqui da fila de trás dos compositores, mas numa seriedade danada,
> um abraço a todos,
> Ana
>
> --- Em *sáb, 13/8/11, Marcos Filho <marcosfilhomusica em yahoo.com.br>*escreveu:
>
>
> De: Marcos Filho <marcosfilhomusica em yahoo.com.br>
> Assunto: Re: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula
> Para: "Anppom" <anppom-l em iar.unicamp.br>
> Data: Sábado, 13 de Agosto de 2011, 16:59
>
>
> Muito bom Andre,
>
> Há muito tempo não via uma mensagem tão lúcida nesta lista. Sei que mexe
> com os egos de muita gente.
>
> Um abraço,
>
> Marcos Filho.
>
> Enviado via iPhone
>
> Em 12/08/2011, às 18:41, Graziela Bortz <g_bortz em hotmail.com> escreveu:
>
> Adorei isto, particularmente a última frase! Obrigada, André. Graziela
> Bortz.
>
> ------------------------------
> Date: Thu, 11 Aug 2011 12:43:27 -0300
> From: andrefadel em gmail.com
> CC: anppom-l em iar.unicamp.br
> Subject: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula
>
>
>
>
> *Uma questão ridícula*
>
>
> Um dos grandes males dos dias hoje é haver tantas pessoas que levam música
> a sério. E olha que muitos me tomam como “músico sério”. Isto tudo é uma
> grande bobagem. Independe de eu fazer da música o meu ganha-pão ou não. Tem
> a ver com o entendimento do que música representa para as sociedades. Ou
> para cada um de nós.
>
> Se alguém acha que a má execução de música oferece risco, desculpe-me, mas
> então somos baratas sobrevivendo à hecatombe nuclear midiática, com bombas
> de hidrogênio que já explodiram do calibre de “sertanejo universitário”,
> “leidi gagas”, “bítous” e outras *coisitas más*.
>
> (Parêntese: adoro Scriabin. Adoro Schoenberg. Adoro rock progressivo, Bach,
> Messiaen. Adoro algumas coisas da MPB. Até mesmo do paupérrimo Beatles eu
> escuto uma coisa ou outra. E daí? Daí que eu não me importo com os gostos de
> mais ninguém, e muitos deveriam fazer o mesmo.)
>
> Não me importo se no barzinho ali embaixo estão tocando Iutchú, exceto se o
> volume estiver me incomodando. Não me importo se a articulação que o
> cravista faz numa Partita de Bach é “errada”, “historicamente acurada” ou
> virada do avesso. Se me agradou, tentarei expor meus argumentos para
> conseguir entender aquilo que me agradou - e farei o mesmo se não me
> agradou. É claro que para isso a gente precisa de estudo, leitura,
> conhecimento e vivência. Mas só farei esse esforço se eu *estiver
> realmente a fim*, porque música não é objeto científico. Música é para se
> curtir.
>
> Eu me importo com a dimensão ridícula que algumas discussões podem
> alcançar.
>
> Mesmo quanto àquela música que foi feita para NÃO se curtir, o fato de ela
> ter sido criada já significa que alguém se divertiu com a ideia. Música está
> relacionada com o *prazer*, seja por criá-la, tocá-la, ouvi-la e, para
> aqueles que *estiverem a fim*, analisá-la e dissecá-la como se fosse um
> sapo (com a diferença que, dissecando um sapo a gente aprende biologia e a
> fazer ciência de verdade. Análise musical nunca vai levar à descoberta de
> uma vacina).
>
> A pergunta que todos deveriam se fazer é: *o que a música representa na
> minha vida? Por que ela é importante pra mim, especificamente?*
>
> Há uma grande diferença em refletir sobre isto e querer imputar uma
> importância que na maioria das vezes inexiste para o vizinho. Eu e 99,9% das
> pessoas não estamos nem aí para as análises subjetivas de obras
> desconhecidas de compostores obscuros e que, muitas vezes, são horrorosas
> (para mim!). Eu sei também que quase ninguém se importa com a obra de
> Scriabin, mas eu me importo, e não estou nem aí se outros nem ouviram falar.
> Vou continuar tocando, estudando e divulgando sua obra com o mesmo *prazer
> *, mesmo que haja uma hecatombe de verdade e eu fique sozinho no mundo.
>
> Isto faz de nós uma tribo com infinitas confrarias e precisamos saber
> conviver uns com os outros. Não significa que devemos ficar metendo o dedo
> no nariz alheio.
>
> Quando eu era adolescente, eu me perguntava como é que meus amigos não
> conheciam Bach? Como é que eles não se emocionavam com uma sonata de
> Beethoven? Eu ainda acreditava que a música era uma linguagem universal – o
> que também é uma enorme bobagem.
>
> *Mas que diabo isto tudo tem a ver com a decisão do STF*?
>
> Ora, os Ministros simplesmente conseguiram discernir a natureza da música
> com a natureza de outros campos do conhecimento. Querer policiar a execução
> profissional de algo que se faz para se curtir é a mesma coisa que querer
> criar uma Ordem dos Aeromodelistas, ou uma Ordem dos Passeadores de
> Cachorros. Criar “delegacias” para tutelar se um violonista de bar está
> “autorizado” a exercer sua profissão ali é o cúmulo do ridículo.
>
> O mesmo não acontece com o Conselho de Medicina. Experimente levar sua
> mulher a um obstetra incompetente para ver o que acontece.
>
> Músicos, não se levem tanto a sério, por favor.
>
>
> André Fadel
>
> Pianista e compositor
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> 2011/8/8 SBME . <sbme em sbme.com.br>
>
> Colegas:
>
> Vejo que existe um intenso movimento de colegas em difundir a notícia sobre
> a decisão do STF.
> Mas não vejo qualquer iniciativa em incentivar a discussão sobre a questão.
>
> Vejo com muita preocupação os argumentos usados pelo ministros para decidir
> o que decidiram.
> Refiro-me aos argumentos, e não à decisão.
>
> Ellen Gracie alegou que  o registro em entidades só pode ser exigido quando
> o exercício da profissão sem controle representa um "risco social", "como no
> caso de médicos, engenheiros ou advogados".
> Isso é verdade?
> O mau exercício da profissão de músico intérprete não representa risco
> social?
> Imagine um grupo social ouvindo a execução de uma obra contemporânea, nada
> conhecida, ou conhecida apenas de outro grupo social, mal tocada, cheia de
> desafinações, erros, saltos, etc. Nessas circunstâncias o público, sem
> perceber se estava tudo certo ou errado, recebe aquela execução como se ela
> representasse a realização fiel da partitura.
> Nesse caso, o mau músico intérprete, realizador da performance cheia de
> erros, não estaria provocando consequências desastrosas para a sociedade?
>
> O ministro Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse
> registro pois a música é uma arte.
> O ministro Ricardo Lewandowski, por sua vez, chegou a dizer que seria o
> mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a uma Ordem Nacional da
> Poesia para que pudessem escrever.
>
> Mas, dentre as artes, a Música é a única que se utiliza do Triângulo da
> Comunicação para chegar ao público.
> O pintor, o poeta, o cineasta, o escultor, colocam suas criações artísticas
> diretamente no suporte, e o público tem acesso à fruição da arte
> contemplando o suporte diretamente.
> A música instrumental não vive esse processo simples. O compositor coloca
> sua criação num suporte, a partitura, plena de signos representativos, que
> deverão ser decodificados por músicos instrumentistas. Essa decodificação
> exige profundo conhecimento técnico.
>
> À salutar discussão!!!
> Abraços,
> Jorge Antunes
>
>
>
>
>
> Em 1 de agosto de 2011 19:49, Rogerio Budasz <rogeriobudasz em yahoo.com>escreveu:
>
>    Matéria da Folha de hoje <<http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/952808-musico-nao-precisa-de-registro-para-exercer-profissao-decide-stf.shtml>
> http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/952808-musico-nao-precisa-de-registro-para-exercer-profissao-decide-stf.shtml
> >
> ==================================================
>
> Músico não precisa de registro para exercer profissão, decide STF
>
> FELIPE SELIGMAN
> DE BRASÍLIA
>
> Por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta
> segunda-feira (1º) que o músico não precisa ter registro em entidade de
> classe para exercer sua profissão.
>
> Os ministros julgaram o caso de um músico de Santa Catarina que foi à
> Justiça ao alegar que, em seu Estado, ele só poderia atuar profissionalmente
> se fosse vinculado à Ordem de Músicos do Brasil.
>
> Em diversos locais do Brasil, músicos são obrigados a apresentar documento
> de músico profissional -- a "carteirinha de músico" -- para poder se
> apresentar.
>
> A decisão vale apenas para o caso específico, mas ficou decidido que os
> ministros poderão decidir sozinhos pedidos semelhantes que chegarem ao
> tribunal. Ou seja, se o registro continuar a ser cobrado, será revertido
> quando chegar no tribunal.
>
> Para a ministra Ellen Gracie, relatora da ação, o registro em entidades só
> pode ser exigido quando o exercício da profissão sem controle representa um
> "risco social", "como no caso de médicos, engenheiros ou advogados",
> afirmou.
>
> O colega Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse
> registro pois a música é uma arte. Ricardo Lewandowski, por sua vez, chegou
> a dizer que seria o mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a uma
> Ordem Nacional da Poesia para que pudessem escrever.
>
> Já o ministro Gilmar Mendes lembrou da decisão do próprio tribunal que
> julgou inconstitucional a necessidade de diploma para os jornalistas, por
> entender que tal exigência feria o princípio da liberdade de expressão.
>
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Estevão Moreira
Mestrando em Música e Educação - UNIRIO
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