[ANPPOM-L] Música e Risco Social (era: STF e OMB)

Jorge Antunes antunes em unb.br
Ter Ago 16 17:39:01 BRT 2011


Prezado Carlos Pereira:

Gostaria de comentar esta sua frase:
*"Penso q uma Ordem dos Músicos ou um Sindicato dos Músicos deveria não só
se preocupar com o mínimo que um músico deveria ganhar, mas também com o
"máximo".  Para "um" ser "rico" é imprescindível q existam "centenas" de
"pobres". *

Madona apresentou-se no Brasil em 2008. Seu cachê em cada apresentação foi
de 5 milhões de dólares (8 milhões de reais).
Fala-se que ela voltará ao Brasil em 2012.

Se tivéssemos Conselhos e Diretorias eficientes nos Conselhos Regionais da
OMB, a Ordem dos Músicos poderia se tornar verdadeira agente de concessão de
benefícios aos músicos profissionais filiados.
Por que?
Veja o que diz o artigo 53 da Lei da OMB:

Art. 53. Os contratos celebrados com os músicos estrangeiros somente serão
registrados no órgão
competente do Ministério do Trabalho e Previdência Social, depois de provada
a realização do
pagamento pelo contratante da taxa de 10% (dez por cento) sobre o valor do
contrato e o recolhimento
da mesma ao Banco do Brasil em nome da Ordem dos Músicos do Brasil e do
sindicato local, em partes
iguais.

Então Madona deveria ter pago 5% à OMB e 5% ao Sindicato do seu cachê: 800
mil reais no total.
Será que pagou?
Se pagou, o que a OMB fez com a grana?
Mas é sabido que os empresários e os artistas estrangeiros subfaturam,
mentindo sobre o valor real dos cachês dos artistas pop que aqui chegam,
para que os 10% devidos sejam bem pouca grana.

Veja a lei na íntegra em:
http://www.ombmg.org.br/ombmgv2/uploads/download/leidecriacao.pdf

Abraço,
Jorge Antunes








Em 16 de agosto de 2011 15:13, Carlos Arthur
<gandharva_dasa em hotmail.com>escreveu:

>  Prezado sr. Jorge Antunes,
>
> Acho certo o q o sr. diz que é com o sistema capitalista q essa situação q
> eu apontei ocorre. Mas referente aos impostos, parece q está claro q no
> Brasil a definição de imposto é outra. Com as melhores regalias e salários
> do mundo dos politicos brasileiros não seria coincidência nenhuma estarmos
> em 58º lugar na qualidade da Educação no mundo. Tudo bem, são só dados
> estatísticos, mas parece q refletem bem a realidade. Então acho q 'calma' é
> o q nós brasileiros temos em excesso, e falta muita hostilidade. Poderíamos
> observar melhor o povo chileno, os espanhóis, os gregos, os ingleses, além
> de outros na atualidade e seguir seu exemplo.
> Eu não me importo com a utilização de músicas com fórmulas mágicas de
> hipnose coletiva. Acho q devem continuar existindo, algumas até gosto. O
> problema é quando existem interesses econômicos por detrás do uso dessas
> fórmulas e o q acontece é q o povo não recebe mais nada de cultura musical.
> Acho ruim sim não conhecer Brahms, Bach, Villa-Lobos, Noel Rosa, a música
> dos esquimós, dos golfinhos e baleias, etc etc da mesma maneira q é ruim não
> saber quem foi Napoleão, Hitler, Colombo, Cabral, e etc (claro q é um
> conhecimento q vai se criando aos poucos, no início ele pode até ser
> errôneo, e com o tempo vão se descobrindo coisas novas sobre esses
> personagens). Pois pra mim "gosto" é diretamente proporcional ao
> conhecimento q se tem. Penso q uma Ordem dos Músicos ou um Sindicato dos
> Músicos deveria não só se preocupar com o mínimo que um músico deveria
> ganhar, mas também com o "máximo".  Para "um" ser "rico" é imprescindível q
> existam "centenas" de "pobres". Muitos de nós conseguimos ter um relativo
> conforto e por isso deixamos de pensar nessas questões tão difíceis de
> resolver, mas bem q nós brasileiros podíamos aproveitar o embalo dos outros
> países q eu citei.
> É um prazer falar com o sr., e obrigado pela resposta.
>
> Abraços,
>
> Carlos Pereira.
>
> ------------------------------
> Date: Tue, 16 Aug 2011 13:08:30 -0300
>
> Subject: Re: [ANPPOM-L] Música e Risco Social (era: STF e OMB)
> From: antunes em unb.br
> To: gandharva_dasa em hotmail.com; anppom-l em iar.unicamp.br
>
>
> *Prezado Carlos Pereira:
>
> Calma! Sem hostilidades!
> Essa situação que você aponta se deve ao fato de não ter sido ainda
> enterrado o sistema capitalista.
> A luta política é o bom caminho, com o trabalho de formiguinha de educar o
> povo, defendendo a implantação de uma verdadeira democracia real, acabando
> com o massacre dos pequenos partidos ideológicos, lutando em favor do
> financiamento exclusivamente público das campanhas políticas, implantando o
> grande imposto sobre grandes fortunas, lutando pela educação de qualidade
> pública e gratuita para tod em s etc, etc.
> Abraço,
> Jorge Antunes*
>
>
>
>
>
> Em 16 de agosto de 2011 05:08, Carlos Arthur <gandharva_dasa em hotmail.com>escreveu:
>
>  Caros,
>
> Fico me perguntando: "Como não haver a hostilidade de músicos (de qualquer
> estilo que seja) que estudam e dedicam uma vida inteira "e que possuem uma
> vida economicamente difícil", com outros que, estando longe de serem gênios
> com uma dedicação "mínima" ao ESTUDO do som e da música se tornam
> "milionários" fazendo multidões comparecerem às suas performances musicais?
>
> Carlos Pereira.
>
> ------------------------------
> From: danielpuig em me.com
> Date: Mon, 15 Aug 2011 17:20:49 -0300
> To: fenerich em gmail.com; anppom-l em iar.unicamp.br
> Subject: Re: [ANPPOM-L] Música e Risco Social (era: STF e OMB)
>
>
> ufa... finalmente alguém que soube colocar em palavras o que estava me
> incomodando... obrigado, ale!!!
>
>
> Em 15/08/2011, às 10:15, ale fenerich escreveu:
>
> 1. Questão de estilo:
>
> Eu pediria gentilmente que  alguns membros da lista se utilizassem de uma
> linguagem menos empolada e mais objetiva. É enfadonho ler as mensagens que
> aqui pululam. Poupe-nos também de falsos panegíricos ou ofensas diretas.
>
> 2. Questão ideológica (?):
>
> Não costumo me manifestar aqui, mas dessa vez não deu pra deixar passar.
> Pouco me importa o assunto insignificante que aqui se levanta (música é
> risco social?  Ora, deixemos isso aos sacerdotes! Tomara que seja!
> Civilização Elevada? Qual?). Poupem meus ouvidos! Nunca numa mensagem vi
> reunidos tão fortemente elementos de elitismo cultural e  sexismo.
>
> Parâmetros científicos? De qual ciência? Éticos? Basear um princípio ético
> na sua ética, me parece: associar "cientificamente" violência e "música de
> eros" parece-me um recurso pouquíssimo correto do ponto de vista ético.
>
>
> "Performances cientificamente ordenadas"... que medo deste corpo
> racionalizado, filho dos cadáveres de Versalius. Ora minha gente, deixem a
> bunda de lado!! Não julguem mal aqueles que não conhecem Brahms ou Oferenda
> Musical. Não são incultos! Praticam de outra forma a arte que voz apraz.
> Aliás talvez tenhamos o que aprender  mais ali, nas performances de corpo
> presente, que no cientificismo aqui apregoado. Nós, brasileiros de elite,
> somos filhos de um corpo bem comportado, como de um coroinha. Gostaria de
> ver aqui a liberdade criativa (com o corpo, com a voz, consequentemente com
> o som que lhe emana) de uma Tati Quebra Barraco.
>
>
> Não apliquemos a lógica do nosso universo à dos outros. Me parece que este
> país tem feito isso sistematicamente depois que militares positivistas e
> tacanhos tomaram o poder e não largaram mais por mais de meio século. É o
> momento de aprendermos a olhar (positivamente, se quiserem) para aquilo que
> nos rodeia. Paremos de legislar sobre a vida dos outros, como se fazia no
> Império da Era de Augusto sobre os "povos incultos". Incultos somos nós.
>
>
> Espero não ter sido ofensivo.
>
>
> Atenciosamente
>
>
> Alexandre Fenerich
>
>
> Em 14 de agosto de 2011 23:50, Gil Amâncio <givanildo.amancio em gmail.com>escreveu:
>
> Alvaro Henrique
> www.alvarohenrique.com
> dividiria a resposta em algumas frentes
>
>    1. do ponto de vista musicoterapeutico música bem cuidada em todos os
>    aspectos significa um bom investimento social. a relação direta da enrgia
>    sonora com a terminalidade do público faz toda a diferença.
>    2. do ponto de vista social, se houvesse uma classe organizada
>    tecnicamente, com parâmetros científicos e éticos, saberíamos estimular a
>    educação musical com mais eficiência, uma vez que se conhece uma sociedade
>    pela música que ela consome. o risco social que as músicas maléficas
>    produzem é a diminuição dos espaços midiáticos para ´música brasileira de
>    concerto MBC - para exposição majoritária de música que trabalham a penas a
>    energia de eros/de sexo como temos de forma avassaladora em alguns estados
>    do brasil. por estudos interdisciplinar prova-se que nos lugares onde esse
>    tipo de música é consumido há maiores tipos de violências simbólicas por
>    exemplo
>    3. com rigor científico a sua pergunta já traz a resposta positiva,
>    observe: o exercício profissional da música representa risco social.... se o
>    exercício for efetivamente profissional não oferece riscos e sim maiores
>    competências que serão disponibilizadas por melhores performances. se
>    oferecer risco será para o baixo clero social que está afinada com músicas
>    do reboleition
>    4. a falta do exercício profissional relava atuações proativas em prol
>    do pensar musical
>    5. a falta do profissionalismo musical promove a falsa impressão que o
>    universo musical é apenas performance disleixadas não porvidas de de
>    possibilidades cientícas com rigor
>    6. a constituição brasileira define que a funçaõ do sindicato é
>    trablahar em prol da qulaidade de vida dos profissionais e suas respectivas
>    defesas trabalhisticas, sobretudo as coletivas, e a função de um conselho
>    profissional é qualificar e definir para uma sociedade civil num Estado de
>    Direito quem é profissional ou quem não é a partir de critérios mínimos,
>    garantindo que quem portasse uma carteira do conselho seria símbolo ou
>    indicador de portaria um conjunto de conhecimentos básicos etc. a exemplo de
>    várias profissões.
>    7. temos um direito consquistado e poderíamos reformar o que já existe
>    e fazer funcionar em termos ideias, a partir do levante coletivo, do
>    acordar, do acroda povo... isso é uma obra coletiva e não de um só, óbvio.
>     8. quem não quisesse ter o título de profissional não o faria. era
>    apenas não se inscrever no conselho profissional. Mas para atuar na reserva
>    de mercado teria que ter critérios mínimos. Há pessoas que tocam há mais de
>    20 anos e não sabe conceitur com precisão o que é rítmo por exemplo. Outros
>    sabem conceitura mas se a partitura cair da estante ele para de tocar por
>    falta de memória, hábito de ouvido etc. equalizar essas questões seria um
>    doce desafio de um conselho profissioanal dos músicos diferentemente dos
>    anacrónicos posicionmentos que por ora se processa por todos os Estado do
>    Brasil. Adminsitrações sofríveis e despreparadas. Aplique um teste de
>    percepção musical e leitura a primeira vista para associar leitura e ouvido
>    que todos ou 99,9% dos conselheiros  seriam reprovados. Onde estão os
>    músicos sérios do Brasil que não assumem con digniedade a reforma da
>    classe/do conselho profissional?
>    9. felizmente ou infelizmente há coisas que só podemos aprender e fazer
>    sozinhos na vida. há outras que só podem ser feitas em grupo. esta última
>    afirmativa é verdade para  a questão de conscialização do conselho
>    profissional dos músicos. precisamos de ações conjuntas e estamos andando
>    com lampião aceso ao meio dia procurando homens-músicos de verdade. isso
>    ocorreu com os pré-socráticos e se repete largamente conosco ,
>    inacreditavelmente no Séc. XXI
>    10. abs.
>
>
> Em 14 de agosto de 2011 22:25, Alvaro Henrique <alvaroguitar em gmail.com>escreveu:
>
> Queridos amigos e colegas da ANPPOM,
>
> Acho que a pergunta que o Jorge Antunes propôs é muito pertinente para nós
> - talvez mais relevante para quem pesquisa sobre música que o resultado em
> si da decisão do STF sobre a OMB.
>
> - O exercício profissional da música representa risco social?
>
> Gostaria muito que tantos participantes dessa lista que respeito e admiro
> se dispusessem a responder essa questão.
>
> Abraços,Alvaro Henrique
> www.alvarohenrique.com Novo vídeo:
> http://www.youtube.com/watch?v=44Kf0yBMgKU
>
> "For most men, then, one of the central problems of our time is that of
> learning how to live in a relativistic and pluralistic world, a word without
> scientific, metaphysical, or aesthetic absolutes." (Leonard Meyer)
>
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