[ANPPOM-L] A Itália quer Battisti. mas esconde Troccoli

Flavio flateb em gmail.com
Dom Jan 16 00:13:31 BRST 2011


Colegas,

muito interessante ler essa discussão na lista da ANPPOM, pois em que pese a
aparente distância com a "música", ela revela como nós - professores
universitários, artistas, pesquisadores e intelectuais que somos -
percebemos e lidamos com o mundo em que vivemos, para além do escudo
cômodo do discurso de especialistas.
Noto que há grande dificuldade de alguns em ver as coisas sem os
óculos ideológicos que a narrativa mítica de esquerda nos acostumou a usar
ao longo de anos de hegemonia cultural e de pretensa e auto-concedida
superioridade moral. Mas é justamente num caso como o deste delinquente
comum, travestido de ativista político e posteriormente edulcorado com a
distinção de "escritor", que essa interpretação distorcida naufraga
escandalosamente. O fato é que não há como condescender com o assassinato de
inocentes - é essa objetividade, simples e concreta, que temos que encarar.
Ainda que Battisti acreditasse de boa fé que a sua luta era necessária e
inevitável, que lutasse contra uma tirania (sabe-se que é falso), que
almejasse um mundo mais justo e belo, ainda que tudo isso fizesse sentido à
época, o saldo de inocentes mortos e de famílias infelizes é o único
resultado palpável, inescapável, de suas ações e convicções. Vários de seus
colegas de PAC (Proletários armados pelo comunismo) e de grupos análogos
chegaram a essa conclusão e se dissociaram do terror, pagando o preço
judicial pelo que fizeram. O fato de ele se recusar a fazer o mesmo e
inventar uma perseguição política que colocaria em risco a sua vida é uma
história da carochinha que diz tanto da sua covardia quanto da vigarice de
quem nela acredita (ou finge acreditar). Não se trata, portanto, de saber
quem representa "a Itália" nesse debate. Essa é uma discussão de uma
esquerda tão minoritária (nem mais assento tem no Parlamento italiano) que,
sem rumo algum, quer discutir em torno de abstrações desse tipo justamente
com o fito de criar uma cortina de fumaça a nos impedir de ver a única coisa
real nessa história toda; real exatamente por repugnar e doer: cadáveres.
Abraços a todos,
Flavio Barbeitas.


2011/1/15 Marcos Virmond <mvirmond em ilsl.br>

>  Prezado Rogério
>
> Talvez seja interessante ler esta carta que recevi do Prof. Nello Verto.
>
> Muitos abraços
>
> Marcos
>
>
>
> Caro Professore,
>
> Le invio copia della lettera che ho spedito all'ambasciatore del Suo Paese
> in Italia
> Cordialmente
> Gaspare Vetro
>
>
> A Sua Eccellenza
>
> L’Ambasciatore
>
> Della Repubblica Federale di Brasile
>
> Per la trasmissione alla Presidenza della Repubblica del Suo Paese
>
>
>
> Lo scrivente, vista la decisione del Presidente della Repubblica del
> Brasile, che consente a un individuo di nazionalità italiana con le mani
> sporche di sangue innocente, di evitare la giusta pena comminatagli in via
> definitiva dalla giustizia italiana, restituisce l’onorificenza di
> commendatore dell’Ordine di Rio Branco, come pure la medaglia Villa Lobos
> che gli sono state conferite rispettivamente con decreto del Presidente
> della Repubblica del Brasile e dal Consolato Generale di Milano.
>
> Resta peraltro inalterato il suo profondo legame affettivo con la patria
> dei musicisti Carlos Gomes ed Heitor Villa Lobos, ai quali ha dedicato
> lunghe ricerche, le cui pubblicazioni gli hanno valso le suddette
> onorificenze.
>
>
>
> Parma, 1 gennaio 2011
>
> *Gaspare Vetro*
>
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