[ANPPOM-L] Sobre CAs e esclarecimento de informações sobre produtividade

Damián Keller musicoyargentino em hotmail.com
Seg Mar 7 11:32:58 BRT 2011




Cara Martha,

Obrigado pelas informações. A partir delas surgiram ainda mais perguntas.

> sobre o QUALIS. São listadas apenas os periódicos onde houve publicação registrada no coleta CAPES.

Martha, isso significa que devemos registrar as publicações no sistema da Capes? Ou isso é atualizado automaticamente através do Lattes?

> Houve uma ocasião em que estávamos colocando a listagem dos periódicos que
considerávamos importantes como indução, incluindo esses que vc indicou. Só
que a lista nossa de A1 ficou muito grande e tem uma norma que diz: A1A1 + A2 + B1 = ou < 20 % de toda a produção. Assim, resolvemos só listar e
classificar a produção efetivamente publicada.

Explicado!

> No entanto, a CA de avaliação ao verificar que tem alguma publicação
registrada de padrão alto ela leva isto em consideração, assim como os
consultores ad hoc ao emitir o parecer de mérito.

Desculpa, Martha, mas os exemplos que citei no email anterior mostram uma contradição em relação aos critérios. Lembro de um parecer onde 'os pesquisadores são altamente qualificados, mas eles têm acesso a outras fontes de financiamento'. Pelo que entendi, não foram as publicações ou o mérito do projeto o que teve o maior peso na hora da decisão (por sinal, o critério 'outros financiamentos' não estava listado nos itens de avaliação).

> Nossa legitimidade enquanto comunidade acadêmica só existe enquanto pudermos estabelecer critérios aceitáveis não só interna quanto externamente.

Concordo 100%! E nesse contexto te agradeço o esforço que vc tem colocado nesse assunto e reconheço que houve avanços concretos nos últimos anos.

> Segundo, apesar de a área ter se expandido bastante, nem todos cursos de graduação de artes tem pós-graduação estrito senso.

A falta de cursos de pós-graduação em música é um problema gravíssimo na região Norte. Pessoalmente, venho batalhando para achar alguma solução imaginativa. Mas depois de dois anos de tentativas, não estou vendo nenhuma opção sem apoio oficial e explícito dos cursos já estruturados.

> Terceiro, a área de Artes está em consolidação na pesquisa, o que significa que ao FAZER AVALIAÇÕES INTERNAS (concursos docentes, acesso a fomento nas próprias IES) a ausência de um QUALIS abrangente (com uma listagem ampla e não somente a listagem dos veículos onde se publicou no ano/triênio) pode prejudicar a área.

Não só concordo, acho que você identificou o principal fator que impede o avanço e a consolidação da pesquisa em música. Só para citar um exemplo, eu já presenciei um concurso para professor efetivo onde um candidato tinha uma produção em pesquisa 3 vezes maior a outro candidato e a diferença na avaliação foi de 0,30 para 0,10 numa escala de zero a dez.

> Vai demorar o tempo que a área leve para refinar os critérios e a comunidade
aprenda a valorizar a produção artística, indicando no LATTES os índices
para sua qualificação (Ineditismo, estréia, primeira audição; Instituição
promotora ou evento; Abrangência da produção: duração e extensão do evento,
temporada, turnê, festival; Reconhecimento dos pares: processo de seleção ou
convite formal; prêmios).

> Você deve saber que a CAPES não lida com pesquisadores isolados, mas com
Programas de Pós-Graduação. Mas, as recomendações para os PPG valem também
para os currículos individuais (vou parafrasear): É recomendável sublinhar
as produções que são fundamentais, no mérito. Evitar informar eventos
repetidos de uma mesma produção ou repertório, sendo melhor aplicável o
conceito de turnê, temporada ou série; isto também se aplica ao caso de
atuações múltiplas numa mesma capacidade junto a um mesmo grupo.

Certo, Martha, essas dicas são muito úteis, e concordo em que a padronização pode ajudar a estabelecer formas de avaliação mais objetivas. Mas particularmente em relação a Capes, quais são as ações dessa agência para induzir a adoção desses parâmetros nas avaliações institucionais? Para citar outro exemplo, na tabela de avaliação da produção docente da UFAC, 1 artigo publicado corresponde a 20 pontos. A composição, execução e publicação em CD de uma obra corresponde a 7 (não cada uma, a soma das três atividades é 7!).

> Sugiro que levem o assunto para o CNPq, para que a agência tome conhecimento
de que a área de Artes tem muitas especialidades, uma vez que abriga Artes Cênicas, Artes Visuais e Música.

Apoio a sugestão. Mas isso está na mão do nosso representante no CNPq.

Abraço,
Damián



Dr. Damián Keller -
Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre -
http://ccrma.stanford.edu/~dkeller



 		 	   		  


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