[ANPPOM-L] XIX Bienal

Jorge Antunes antunes em unb.br
Sáb Maio 21 23:03:00 BRT 2011


Caros amigos Nelson, Heloisa, João Marcos, Tereza e Natali:

Alguns amigos diretamente ligados à Funarte estão animados e otimistas com
relação à realização da XIX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, que
normalmente deverá acontecer em outubro/novembro próximos.
Eu, particularmente, estou um tanto quanto apreensivo, conhecendo a política
do atual governo federal que faz cortes brutais no orçamento e se desespera
com a inflação galopante. Em casos como esse, vocês sabem, a Cultura é
historicamente sempre a mais afetada.

O MinC está à míngua, e a Funarte está sem verbas para dar continuidade aos
editais abertos no ano passado. Um simples exemplo: o edital Procultura, de
apoio a Festivais e Mostras de Música, terminou as inscrições em janeiro e,
até agora, 5 meses depois, não divulgou o resultado.

Seria importante que a mídia especializada em música clássica, nicho em que
vocês, gloriosa e heroicamente, se enquadram, começasse a alardear as
Bienais e repercutir expectativa quanto à realização da XIX edição do
evento.
Certamente isso chamaria a atenção da opinião pública e das autoridades,
ajudando na pressão para que a XIX Bienal realmente aconteça.
Existem ganchos ricos para matérias e entrevistas: pela primeira vez na
história das Bienais, que se perenizaram por 36 anos, toda a programação é
conhecida com antecedência de mais de um ano.
Deverão ser apresentadas 16 obras encomendadas a 16 compositores, e 59 obras
premiadas em concurso.

Para compor a programação da XIX Bienal, a Funarte encomendou, em 2010,
obras a dezesseis compositores: Almeida Prado, Ernst Mahle, Gilberto Mendes,
Guilherme Bauer, H. D. Korenchendler, Jocy de Oliveira, Jorge Antunes, Mario
Ficarelli, Marisa Rezende, Murillo Santos, Nestor de Hollanda Cavalcanti,
Raul do Valle, Ricardo Tacuchian, Roberto Victorio, Ronaldo Miranda e Tim
Rescala.

O restante da programação soma 59 obras vencedoras de concurso que também em
2010 a Funarte promoveu.

Obras sinfônicas de Alexandre Lunski, Antonio Carlos Borges Cunha, Danilo
Freitas Valadão, Fabio Ciglioni Martins Costa, José Welligton Sousa de
Castro, Maurício Dottori, Rogério Krieger e Wellington Gomes.


Obras para orquestra de câmara de: Alexandre de Paula Schubert, Marco
Antonio Ramos Feitosa, Naila Regina de Barros, Nikolai Almeida Brucher,
Paulo Henrique Guimarães Raposo, Vagner Bonella Cunha, Carlos Roberto
Ferreira dos Santos, Guilherme dos Santos, Henrique Vieira, João Victor
Bota, Marcus Barroso de Siqueira e Roberto Votta.



Música de câmara de Acácio Tadeu de Camargo Piedade, Alexandre Fracalanza
Travassos, Arthur Rinaldi, Bruno Milheira Ângelo, Christian Benvenuti,
Edgard Felipe, Fernando Hiroki Kozu, Gilson Jaime Beck, Ivan Eiji Yamauchi
Simurra, Juliano Santana Serravalle, Márcio Andre Silva Steuernagel, Marcos
Branda Lacerda, Pablo Panaro, Rafael Carneiro Nassif, Rafael Valle, Rodrigo
Lima, Alex Kantorowicz, SAlexandre Ficagna, Fabia Ricci, Felipe Marques
Pagliato, Igor Maia, Ivan Mendes de Souza Paparguerius, Jorge Geraldo
Rochedo Meletti, Leonardo de Assis Nunes, Luis Felipe Vieira Damiani, Luiz
Carlos Cseko, Manuel Silveira Falleiros, Samuel Peruzzolo Vieira, Marcílio
Onofre, Gustavo Oliveira Alfaix Assis e Januibe Tejera.



Música eletroacústica de: Alessandro Goularte Ferreira, Arnaldo Juan Di
Pace, Cristina Dignart, Marcos Alessi Bitencourt, Paulo Guicheney, Rael
Bertarelli Gimenes Toffolo, Rafael Borges Amaral e Washington Borba de
Queiroz Denuzzo.

O investimento financeiro, com dinheiro público, aplicado no incentivo à
criação dessas 75 obras, foi importante. Seria um crime de lesa-pátria
deixar essas obras engavetadas sem apresentá-las ao povo que as financiou.
Crime também seria não dar condições de realização da XIX Bienal, depois de
o evento ter-se tornado tradição para orgulho nacional.

Assim, além de pedir o apoio de vocês cinco, abrindo espaço em seus orgãos
de imprensa, blogs e sites, peço também que difundam e sugiram a pauta a
outros amigos da música clássica brasileira na Folha, no Estadão, n'O Globo
e outros orgãos.

Abraços,
Jorge Antunes
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