From sbme em sbme.com.br Sat Oct 1 09:53:40 2011 From: sbme em sbme.com.br (SBME .) Date: Sat, 1 Oct 2011 09:53:40 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?M=FAsica_eletroac=FAstica_ganha_esp?= =?iso-8859-1?q?a=E7o_exclusivo_na_UFRGS?= Message-ID: *Música eletroacústica ganha espaço exclusivo na UFRGS* A projeção sonora de obras eletroacústicas pela Orquestra de Alto-falantes da UFRGS marca o início das atividades musicais na Sala dos Sons, novo espaço cultural da Universidade, criado especialmente para a música eletroacústica. A inauguração acontece no dia 4, terça-feira, às 12h30min, e tem entrada franca. Para o evento de lançamento da Sala, foi preparada a difusão sonora da peça ?Anaphore Symphocéanique?, de Jorge Antunes, pioneiro da música eletrônica no Brasil. Participam também os três compositores gaúchos selecionados para a Coletânea de Música Eletroacústica Brasileira: Frederico Richter, com a obra ?Sonhos e Fantasia?; Eduardo Reck Miranda, com ?Tiergaten?; e Eloy Fritsch, com ?Resonance?. A música eletroacústica é formada por técnicas provindas da música concreta e da eletrônica e busca se alinhar à linguagem contemporânea. O que a modalidade propõe é o uso de estratégias composicionais, estruturais e estéticas que se diferenciem das encontradas na composição da música instrumental em geral. O crescente interesse dos compositores diante às inúmeras possibilidades da elaboração sonora em estúdio fizeram da música eletroacústica, hoje, um gênero autônomo e uma das principais áreas de atividade e pesquisa no cenário contemporâneo. Com o objetivo de ampliar a difusão dessa categoria musical no ambiente universitário, a UFRGS criou, então, a Sala dos Sons. No espaço, serão apresentadas ao público, uma vez por mês, obras de compositores do Instituto de Artes e de convidados, sempre nas terças-feiras às 12h30min. A coordenação do projeto é do professor Eloy Fritsch, em parceria com o Departamento de Difusão Cultural. (Foto: Rafael Ohana) O QUE: Música Eletroacústica QUANDO: 4 de outubro ? terça-feira HORÁRIO: 12h30min ONDE: Sala dos Sons (Av. Paulo Gama, 110, 2º andar ? Campus Centro) QUANTO: Entrada franca INFORMAÇÕES: Telefone: 3308 303 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From pedropaulo.kohler em gmail.com Sat Oct 1 12:23:49 2011 From: pedropaulo.kohler em gmail.com (Pedro Paulo Santos) Date: Sat, 1 Oct 2011 12:23:49 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Tony da Gatorra e a OMB In-Reply-To: References: Message-ID: Grande cara! Grande causa! Continua verdadeira a máxima: Ordem dos mÚsicos não altera o produto! Em 30 de setembro de 2011 11:53, ale fenerich escreveu: > Bom dia! > > Há um músico gaúcho que faz coisas interessantes, uma delas é cantar na rua > com o instrumento por ele criado. Seu canto protesta contra o autoritarismo > implícito da OMB, resquício da ditadura militar, cancro a ser extirpado. > Aliás, precisamos dar uma boa vasculhada e descobrir por aí os oportunistas > de um regime que matou muitos, calou vários, atrasou esse país em muitos > anos. Esses oportunistas deveriam ser denunciados. > Tony da Gatorra é uma força político-musical bem pouco  escolástica... acho > que é importante que o pessoal dessa lista o conheça. Muitos o classificarão > como péssimo músico; eu o acho essencial. Eis um de seus vídeos, performance > na rua em Porto Alegre: > http://www.youtube.com/watch?v=wA23wmi5Q9Y&feature=related > > Um abraço > > ASF > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > From paulinyi em yahoo.com Sun Oct 2 12:23:20 2011 From: paulinyi em yahoo.com (Zoltan Paulinyi) Date: Sun, 2 Oct 2011 08:23:20 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] Inclusao do Brasil em Concurso de Composicao Twiolins + Spes 2012 Message-ID: <1317569000.73957.YahooMailNeo@web110510.mail.gq1.yahoo.com> Prezados professores, O Duo SPES promove um concurso de composição para início de 2012 juntamente com o Twiolins da Alemanha: http://concurso.MusicaErudita.com Por enquanto, este concurso restringe-se ao círculo acadêmico da Universidade de Évora. Evidentemente, por sermos brasileiros, fomentamos o desejo de ampliar internacionalmente este evento para incluir a promoção de compositores brasileiros. Aguardamos suas sugestões neste sentido, principalmente sob forma de prêmio para custeio de passagens e estadia para possível vencedor brasileiro. Cordialmente, Zoltan Paulinyi. ---- Zoltan Paulinyi paulinyi em yahoo.com www.paulinyi.com -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From jamannis em uol.com.br Tue Oct 4 21:31:07 2011 From: jamannis em uol.com.br (Jose Augusto Mannis UOL) Date: Tue, 4 Oct 2011 21:31:07 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Acesso_livre_a_algumas_cole=E7=F5es?= =?iso-8859-1?q?_do_JSTOR_=28bom_para_quem_n=E3o_tem_acesso_ao_port?= =?iso-8859-1?q?al_da_CAPES=29?= Message-ID: <00de01cc82f6$132b1ce0$398156a0$@com.br> Repasso a informação em prosseguimento à discussão sobre editoras e bases de dados com acesso pago. Att J A Mannis De: Miguel Ángel Márdero Arellano Enviada em: terça-feira, 4 de outubro de 2011 11:43 Assunto: [SEER-SD] Acesso livre a algumas coleções do JSTOR (bom para quem não tem acesso ao portal da CAPES) JSTOR http://www.youtube.com/watch?v=NPsgt4YpE4o JSTOR disponibilizou gratuitamente ao público cerca de 500.000 artigos de mais de 200 revistas. Este "Early Journal Content" inclui conteúdos no JSTOR publicados antes de 1923 nos Estados Unidos e antes de 1870 fora dos Estados Unidos. Este é um passo a mais em nossos esforços contínuos para tornar o acesso mais amplamente disponível para as pessoas ao redor do mundo e, especificamente, para aqueles não filiados com instituições participantes. O Conteúdo "dos Primeiros Jornais" é apresentado através do site JSTOR e tem todas as funcionalidades do mesmo, como PDFs, pesquisas salvas, gestão de citações e muito mais. Nenhum registro é necessário para aceder a este conteúdo gratuito no JSTOR. Informações http://www.jstor.org/ Miguel Ángel Márdero Arellano Skype: miguel.ibict -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From danieldsmendes em yahoo.com.br Thu Oct 6 09:58:43 2011 From: danieldsmendes em yahoo.com.br (Daniel Mendes) Date: Thu, 6 Oct 2011 05:58:43 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Encontro_Nacional_de_Compositores_U?= =?iso-8859-1?q?niversit=E1rios?= Message-ID: <1317905923.16838.YahooMailNeo@web39405.mail.mud.yahoo.com> car em s, convido a todos para prestigiarem o ENCUn - Encontro Nacional de Compositores Universitários. em sua IX edição, será sediado pela primeira vez em Porto Alegre, entre os dias 10 e 15 de OUTUBRO. na programação teremos concertos, mesas-redondas, grupos de trabalho e sessões de escuta comentada. é a música de concerto brasileira composta pela nova geração de compositores. programação geral: http://encun2011.blogspot.com/ (eu toco no dia 11, às 20hs, na ccmq) aproveito e faço o pedido para que divulguem aos amigos, conhecidos, vizinhos, parentes, animais de estimação, colegas, invasores intergaláticos, imigrantes de coimbra, e todos mais que possam se interessar ou não!!! Daniel S. Mendes Comissão Organizadora IX ENCUn soundcloud.com/daniel-mendes-1 51 9617.1701 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: ENCUn2011.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 454938 bytes Descrição: não disponível URL: From magali.kleber em gmail.com Thu Oct 6 14:41:21 2011 From: magali.kleber em gmail.com (magali kleber) Date: Thu, 6 Oct 2011 14:41:21 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=3A_Programa=E7=E3o_atualizada_da_X?= =?iso-8859-1?q?IX_Bienal_de_M=FAsica_Brasileira_Contempor=E2nea?= Message-ID: Divulgando! Quem estiver no Rio, não deixe de ir. Parabéns aos compositores premiados. Essa programação mostra como está a produção brasileira e plasma gerações de compositores. Muito bom de receber, observar e melhor de tudo, se pudermos, ir assistir ao vivo!! Abraços, Magali ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: INFORME ABM Data: 6 de outubro de 2011 14:08 Assunto: Programação atualizada da XIX Bienal de Música Brasileira Contemporânea Para: magali.kleber em gmail.com *XIX BIENAL DE MÚSICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA* *Programação* Obras em estreia mundial: * premiadas no Concurso Funarte de Composição 2010 ** encomendadas pela Funarte em 2010 *10 de outubro de 2011 Segunda-feira, 19h * *Teatro João Caetano* *PARTE I* * * * * Danilo Valadão *A tempestade - uma tragédia no mar** * * * * Wellington Gomes *Geometrias flutuantes ** * * * * Alexandre Schubert *Variantes ** *Piano solo *Midori Maeshiro * * * * Vagner Cunha *Aleph ** *Piano solo *Maria Teresa Madeira * * *PARTE II* * * Borges-Cunha *Maxakali ** * * João Victor Bota *Cordas parassimpáticas:* I - *Mote contíguo* II - *Órnito ornato* III -* Choro-Bartók ** * * Rogério Krieger *Tocata sinfônica ** *Orquestra Petrobras Sinfônica*, *regente* André Cardoso *11 de outubro de 2011 - Terça-feira, 19h**Sala Funarte Sidney Miller* MÚSICA ELETROACÚSTICA - *coordenação* Marcelo Carneiro de Lima, Daniel Puig *PARTE I* * * * * Paulo Guicheney *Musik nach W. ** *Difusão* Paulo Guicheney * * * * Marcus Alessi Bittencourt *Dharmapala V: Mahakala ** *Escaleta* Marcus Bittencourt, *operadora de live electronics *Claudia Gomes Mattje * * * * Rael B. Gimenes *O resto no copo ** * * *Contrabaixo* Saulo Generini, *difusão *Rael B. Gimenes *PARTE II* * * * * Cristina Dignart *Locus ** * * *Difusão *Daniel Puig Alessandro Goularte Ferreira *Cordamadeira ** *Violão *Mario di Silva, *difusão *Marcelo Carneiro de Lima * * * * Washington Denuzzo *Natureza insólida ** *Difusão *Washington Denuzzo * * * * Luiz Carlos Csekö *Songs of oblivion 14* *Percussão *Joaquim Abreu, *guitarra elétrica *Aloysio Neves, *scenic, sonic, light design, difusão *L.Carlos Csekö * * * * * * * * * * * * * * * * *12 de outubro de 2011 - Quarta-feira, 19h**Sala Funarte Sidney Miller* MÚSICA ELETROACÚSTICA - *coordenação* Marcelo Carneiro de Lima, Daniel Puig *PARTE I* * * * * Rafael Borges Amaral *Impaciência televisiva ** *Difusão *Daniel Puig * * * * Arnaldo Di Pace *Riscos ** *Percussão *Leo Souza e Rodrigo Foti, *espacialização *Arnaldo Di Pace * * * * Roberto Victorio *Canto dos Aroe *** * * *Clarone *Paulo Passos, *percussão* Leo Souza e Rodrigo Foti, *violoncelos *Paulo Santoro e Ricardo Santoro, * contrabaixo *Cláudio Alves, *difusão*Pauxy Gentil-Nunes, *regente *Roberto Victorio * * * * * * *PARTE II* PERCUSSÕES E OUTROS INSTRUMENTOS - *coordenação de percussão* Ana Letícia Barros * * * * Carlos Cruz *Instantes sonoros* (2000; obra apresentada em homenagem ao compositor, falecido em 2011) *Piano *Maria Teresa Madeira * * * * * * Gustavo Alfaix *Das Berges letzter Gesang ** * * *Trompete *Maico Lopes,* percussão *Daniel Serale * * * * Jorge Meletti *Não se pode esquecer ** *Flauta solo *Raul Costa d'Ávila * * * * Leonardo de Assis Nunes *Notturno ** * * *Vibrafone* Henrique Medeiros,* marimba *Ana Letícia Barros, *piano Marina Spoladore* * * * * Alex Kantorowicz *Dialética das durações ** *Percussão *Paraguassu Abrahão * * * * * * * * * * * * * * * * *13 de outubro de 2011 - Quinta-feira, 19h**Sala Funarte Sidney Miller* PERCUSSÕES E OUTROS INSTRUMENTOS - *coordenação de percussão* Ana Letícia Barros *PARTE I* * * * * Samuel Peruzzolo-Vieira *A caixa de Pandora ** *Percussão *Daniel Serale e Paraguassu Abrahão * * * * Edgard Felipe *Gris ** * * *Viola* Fernando Thebaldi*,violoncelo *Hugo Pilger,* contrabaixo *Larissa *C*outrim, *clarineta *Batista Jr.*,**fagote* Aloysio Fagerlande*, trompete *David Alves*,trompa *Philip Doyle*, celesta *Leticia Lima*, piano* Viviane Sobral*, harpa* Elza Marins, *regente *Paulo Sérgio Santos * * * * Christian Benvenuti *Mnesterophonia - cantata para barítono e ensemble ** * * *Barítono *Fabrizio Claussen, *flauta doce *Helder Parente, *piano* João Vidal, *violinos *Fernando Pereira e Marco Catto*, viola *Dhyan Tofollo*, violoncelo *Cláudia Grosso*, contrabaixo *Larissa Coutrim, *percussão*Daniel Serale,Janaína Sá e Pedro Moita, *regente* Ubiratã Rodrigues * * * * * * *PARTE II* * * * * Murillo Santos *Música II *** * * *Pianos *Patrícia Bretas e Josiane Kevorkian, *percussão* Rodrigo Foti e Leo Souza * * * * Rodrigo Lima *Consonare ** * * *Violoncelo solo *Eleonora Fortunato; *flauta/piccolo* Sofia Ceccato*, clarineta* Marcos Passos*, fagote *Paulo de Andrade*,**piano* Luciano Magalhães*, violino *Dhyan Toffolo*, viola*Fernando Pereira *,percussão* Janaína Sá, *regente* Ubiratã Rodrigues * * * * Marcos Branda Lacerda *... una especie de parodia... ** * * * Violino *Carla Rincon*, viola* Fernando Thebaldi*, violoncelo* Hugo Pilger*,flauta *Rubem Schuenck*, oboé *Janaína Perotto*, clarineta* Batista Jr., *harpa* Elza Marins*, marimba* Rodolfo Cardoso, *regente* Paulo Sérgio Santos * * * * Jorge Antunes *Brasil de pé atrás: quatro momentos de pé*: I - *O pé de vento e o igarapé *II - *O pé de chinelo com**bicho-do-pé *III -- *O sapo barbudo pé ante pé *IV - *A utopia do pé de manacá*.* *** * * *Violino* Carla Rincon*, viola *Fernando Thebaldi*, violoncelo* Hugo Pilger*, contrabaixo *Larissa Coutrim, * flauta *Rubem Schuenck*, clarineta *Batista Jr., *bandolim *Paulo Sá*,violão *Paulo Pedrassoli*, harpa *Elza Marins, *percussão* Rodolfo Cardoso, *regente*Paulo Sérgio Santos * * * * * * * * * * * * * * * * *14 de outubro de 2011 - Sexta-feira, 19h **Sala Funarte Sidney Miller* * * * * *PARTE I* * * * * Guilherme Bauer *Quarteto de cordas n° 3: *I - *Dinâmico-Estático *II -* Harmônicos *III -* Planos *** * * * * * * Ricardo Tacuchian *Quarteto n° 4 "Trópico de Capricórnio": *I -* Moderato (Tristes trópicos)* II -* Allegro moderato (Trópicos emergentes) ** * * * * *Quarteto Radamés Gnattali:* *violinos *Carla Rincon, Francisco Roa, *viola *Fernando Thebaldi, * violoncelo,*Hugo Pilger * * * * Januíbe Tejera *Breviário de fábulas - pequenas histórias ensurdecedoras ** *Percussão *Daniel Serale,* piano preparado *Leticia Lima * * * * * * *PARTE II* * * * * Osvaldo Lacerda *Saudades de Oruro (Valsa n° 6) Estudo n° 7 *(obras apresentadas em homenagem ao compositor,falecido em 2011) *Piano Eudóxia de Barros* * * * * Marcilio Onofre *Granum volubile ** * * Grupo Cron: *violino* Taís Soares, *violoncelo *Marcus Ribeiro, *piano *Tatiana Dumas * * Ivan Eiji Simurra *Poldro, Pareto... "O jogo do contente" ** Grupo Cron: *flauta *Maycon Lack*, clarineta baixo *Thiago Tavares*, trompa *Waleska Beltrami*, trompete* Matheus Moraes, *vibrafone e percussão*Rafaela Calvet, *viola* Ivan Zandonade*, violoncelo *Marcus Ribeiro*, piano *Tatiana Dumas, *regente* Marcos Nogueira * * * * Mario Ficarelli *hUr - 2003 *** * * *Oboé d'amore *Francisco Gonçalves, *trompa* Josué Soares, *piano *Ana Paula Alencar, *violinos* Fernando Pereirae Marco Catto, *viola *Dhyan Toffolo*,violoncelo *Cláudia Grosso, *contrabaixo *Larissa Coutrim,* percussão* Daniel Serale, Janaina Sá e Pedro Moita * * * * * * * * * * *15 outubro de 2011 - Sábado, 19h **Salão Leopoldo Miguez - Escola de Música da UFRJ* * * * * *PARTE I* * * * * Henrique Vieira *Divertimento: I - Cenas nordestinas II - Romance ** * * * * * * Marcus Siqueira *Signo sopro ** * * * * * * Carlos dos Santos *Nordestina n° 1 ** * * * * *Violino solo *Ana de Oliveira * * * * * * *PARTE II* * * * * Manuel Falleiros *O Uiraçu ** *Flauta solo *Andréa Ernest Dias * * * * Roberto Votta *Active mirrors ** *Violoncelo solo *Peter Schuback * * * * Nayla Barros *Suíte em três movimentos ** * * * * * * Nikolai Brucher *Mistral:* I -* Mistral *II - *Terreno árido* III -* Tributo a Baco ** *Saxofone solo *Pedro Bittencourt * * *Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro*, *regente *Ernani Aguiar * * * * * * * * * * * * * * * * *16 de outubro de 2011 - Domingo, 16h* *Sala **Funarte Sidney Miller* * * * * *PARTE I* * * * * Igor Maia *Trio de cordas ** * Violino* Vinicius Amaral, *viola* Daniel Prazeres, *violoncelo* Paulo Santoro * * * * Alexandre Fracalanza *Thiasos* * * * *Clarineta* Thiago Tavares, Quarteto Continental: *violinos *Vinicius Amaral, Tomaz Soares,* viola* Daniel Prazeres, *violoncelo* Paulo Santoro * * * * Acácio Piedade *Paraboles: *I -* La lumière de l'obscur *II *- Les ondes du temps ** *Violas* Ivan Zandonade, Bernardo Fantini, Daniel Prazeres, *violoncelos*RicardoSantoro, Paulo Santoro, Daniel Silva * * Gilson Beck *No leito do Aqueronte ** * * Quarteto Continental: *violinos* Vinicius Amaral, Tomaz Soares, *viola *Daniel Prazeres, *violoncelo* Paulo Santoro * * * * Ronaldo Miranda *Móbile *** *Quarteto Sax Contemporâneo**: **sax soprano* Paulo Passos, *sax alto* Carlos Soares, *sax tenor* Luís Medina,*sax barítono* Pedro Bittencourt * * * * * * *PARTE II* * * * * Ivan Paparguerius *Estudo líquido: *I -* Entrada *II -* Evocação* III* - Dança* * *Violão* Paulo Pedrassoli * * * * * * Calimerio Soares *Toada *(obra apresentada em homenagem ao compositor, falecido em 2011) *Violoncelo* Mateus Ceccato, *piano* Katia Baloussier * * * * Ernst Mahle *Quinteto: *I -* Allegro, Vivo *II -* Adagio molto *III -* Vivo *** *Piano,* Lucia Barrenechea, Quarteto Continental: *violinos* Tomaz Soares, Vinicius Amaral, *viola* Daniel Prazeres, *violoncelo* Paulo Santoro * * * * Felipe Pagliato *Stargazer* * *Viola solo,* Daniel Guedes * * Raul do Valle *Metalescencia* ** * * Art Metal Quinteto: *trompa* Antonio Augusto, *trompete* Wellington Gonçalves de Moura e David Alves*, trombone *Marco Della Favera, *tuba*Eliezer Rodrigues da Silva * * * * * * * * * * *16 de outubro de 2011 - Domingo, 19h **Sala Funarte Sidney Miller* * * * * *PARTE I* * * * * Pablo Panaro *Mar de sargaço: * I -* Chove, há silêncio *II -* Tudo o que faço ou medito *III *- Entre o sono e o sonho ** *Soprano,* Diana Maron, *violino,* Ayran Nicodemo, *violoncelo,* Murilo Alves, *flauta,* Maria Carolina Cavalcanti, *clarineta,* Thiago Tavares, * violão,* Gabriel Lucena, *piano,* Antônio Ziviani, *regente,* Marcos Lucas * * * * Bruno Ângelo *Coleção de peças de caráter ** *Flauta, *Sofia Ceccato, *clarineta,* Marcos Passos,* piano, *Luciano Magalhães, *violino, *Marco Catto*,**Violoncelo, *Mateus Ceccato, *regente*Sammy Fuks * * * * Luis Felipe Damiani *O sabiá - suíte para violino ** *Violino solo, *Byron Hitchcock * * * * Edino Krieger *Trio tocata *** * * *Violino, *Ricardo Amado*, violoncelo *Ricardo Santoro, *piano* Flávio Augusto * * * * * * *PARTE II* * * * * Alexandre Ficagna *Vento na janela ** *Clarineta Batista Jr., fagote *Márcio Zen,* violoncelo *Mateus Ceccato * * * * Fábia Ricci *Viola solo ** *Viola solo, *Daniel Prazeres * * * * Fernando Kozu *Aí, mas onde, como ? ** * * * * * * José Rafael Valle *l A b i R i n To ** * * * * * * Nestor de Hollanda Cavalcanti *Suíte quase clássica (n° 1 da série "Cartas a meu pai"): *I *- Quase prelúdio *II *- Quase loure *III* - Quase corrente *IV* - Quase sarabanda *V* - Quase frevo *** * * *Quinteto Villa-Lobos* *flauta *Antônio Carlos Carrasqueira*, oboé *Luis Carlos Justi*, clarineta *Paulo Sérgio Santos*, fagote *Aloysio Fagerlande, *trompa *Philip Doyle * * * * * * * * * * *17 de outubro de 2011 - Segunda-feira, 19h **Teatro João Caetano* * * * * *PARTE I* * * * * Fábio Costa *Em quatro dimensões ** * * * * * * Paulo Raposo *Existência ** *Piano solo *Ingrid Barancoski * * * * Marco Feitosa *Concertino para piano e orquestra de câmara ** *Piano* solo Marina Spoladore * * * * *PARTE II* * * * * Alexandre Lunsqui *Línea reflexio ** * * * * * * Guilherme Barroso *Três momentos para orquestra ** * * * * * * Welligton Sousa *Tormenta ** * * * * * * Maurício Dottori *A rosa trismegista, aberta ao mundo ** * * *Orquestra Sinfônica Nacional / Universidade Federal Fluminense,* *regente preparador* Sammy Fucks, *regente* Lutero Rodrigues * * * * * * * * * * * * * * * * *18 de outubro de 2011 - Terça-feira, 19h * *Sala Funarte Sidney Miller* * * * * *PARTE I* * * * * Gilberto Mendes *Os meninos da Vila *** *Violinos* Carla Rincon e Andréa Carizzi*, violoncelos *Hugo Pilger e Marcus Ribeiro, *contrabaixo* Larissa Coutrim,*flauta *Antônio Carlos Carrasqueira*, oboé *Luis Carlos Justi*, fagote *Aloysio Fagerlande*, trombone *João Luiz Areias,* piano *Viviane Sobral, *regente* Paulo Sérgio Santos * * * * Tim Rescala *Sete vezes *** *Piano* Maria Teresa Madeira, Quarteto Radamés Gnattali: *violinos *Carla Rincon e Andréa Carizzi, *viola* Fernando Thebaldi*,violoncelo *Hugo Pilger; Quinteto Villa-Lobos: *flauta *Antônio Carlos Carrasqueira,* oboé *Luis Carlos Justi, *clarineta *Paulo Sérgio Santos,*fagote *Aloysio Fagerlande,*trompa *Philip Doyle * * * * Juliano Vale *Demônios tristes ** *Contrabaixo *Larissa Coutrim; Quarteto Uirapuru: *violinos *Fernando Pereira, Marco Catto, *viola *Dhyan Toffolo, *violoncelo *Cláudia Grosso, *regente* Ubiratã Rodrigues * * * * Marisa Rezende *Olho d'água *** *Contrabaixo *Alexandre Brasil,* clarineta *Marcos Passos,* piano *João Vidal; Quarteto Uirapuru: *violinos * Fernando Pereira e Marco Catto, *viola *Dhyan Toffolo,* violoncelo *Cláudia Grosso, *regente *Flávia Vieira * * * * * * *PARTE II* * * H. D. Korenchendler *Revisitando *** Quarteto Uirapuru: *violinos *Fernado Pereira, Marco Catto, *viola *Dhyan Toffolo,* violoncelo *Cláudia Grosso * * * * Arthur Rinaldi *Três canções sobre poemas de Lorca** * * * * * * Rafael Nassif *Salve Regina silma in memoriam ** * * * * * * José Vieira Brandão *Chorinho *(texto: Vieira Brandão) * * *Coro Brasil Ensemble - UFRJ*, *regente* Maria José Chevitarese * * * * * * * * * * * * * * * * *19 de outubro de 2011 - Quarta-feira, 19h* *Teatro João Caetano* * * * * *PARTE I* * * * * Almeida Prado *Paná- Paná III ** *(última obra do compositor) * * *Acordeão *Marcelo Caldi,* marimba* Leo Souza, *celesta *Viviane Sobral,*piano *Josiane Kevorkian, Quarteto Radamés Gnattali: *violinos *Carla Rincon, Andréa Carizzi, *viola *Fernando Thebaldi,* violoncelo *Hugo Pilger * * * * * * *PARTE II* * * Almeida Prado *Missa de São Nicolau *(1985/86) Orquestra e Coro da Cia. Bachiana Brasileira: *soprano *Veruschka Mainhard, *contralto *Clarice Prietto, *tenor* Ricardo Tuttmann, *barítono *Marcelo Coutinho, *direção e regência*Ricardo Rocha * * * * * * * * * * *Fundação Nacional de Artes - Funarte* (21) 2279-8065 / 2279-8056 *ascomfunarte em funarte.gov.br* *www.funarte.gov.br* * * Se você não deseja mais receber nossos e-mails, cancele sua inscrição neste link -- Magali Kleber -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From marcosfilhomusica em yahoo.com.br Thu Oct 6 18:57:19 2011 From: marcosfilhomusica em yahoo.com.br (Marcos Filho) Date: Thu, 6 Oct 2011 14:57:19 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?II_Educa=E7=E3o_Musical_-_UFSJ=2C_C?= =?iso-8859-1?q?hamada_de_Trabalhos?= References: Message-ID: <1317938239.56991.YahooMailNeo@web65606.mail.ac4.yahoo.com> II Semana de Educação Musical Didáticas da Música: teoria e práxis Universidade Federal de São João del-Rei - MG São João del-Rei, 21 a 25 de novembro de 2011 Seguem, em anexo, as normas da Chamada de Trabalhos Data limite: 26/10/2011 Por favor nos ajudem a divulgar. Atenciosamente,   Marcos Filho Professor Assistente - Departamento de Música (DMUSI) Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) marcosfilhomusica em yahoo.com.br myspace/marcosfilho @marcosfilho_ (31) 3327-8339 (31) 9376-8339 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: II Semana de Educação Musical UFSJ - Chamada de Trabalhos.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 431235 bytes Descrição: não disponível URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Thu Oct 6 23:03:40 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Thu, 6 Oct 2011 19:03:40 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Ensino_da_performance_nas_Licenciaturas_?= =?utf-8?q?em_M=C3=BAsica?= In-Reply-To: Message-ID: <1317953020.25898.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Caros colegas, Vou "puxar" este assunto de forma um tanto polêmica, mas preferi fazê-lo desta forma justamente para suscitar uma discussão mais acirrada. Começo por uma metáfora: "Dar aulas de instrumento em cursos de Licenciatura em Música hoje é como ensinar Física Relativista em um curso de Direito. Os argumentos são sempre os mesmos: ? Qual a utilidade deste conhecimento para a prática profissional da área? ? Seria este conhecimento alienado da "realidade brasileira"? ? De que adiantar estudar isso se não vou ganhar mais dinheiro?" Gostaria de saber se alguém também está se sentindo "subvalorizado" - ou até mesmo marginalizado - quando o assunto é ensinar um instrumento musical em cursos voltados à formação de professores para a Educação Básica... será esta bagagem está sendo desvalorizada ou sou que eu estou errado? Ainda, esta história de "realidade brasileira" não convence mais. O Brasil agora é um "país emergente", o PIB cresceu 7,5% ano passado... que conversa é essa de "faltar recursos"? Desculpem-me, confesso estar angustiado, mas espero que alguns colegas possam oferecer boas idéias sobre o assunto..... Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rrrr em usp.br Fri Oct 7 14:03:31 2011 From: rrrr em usp.br (rrrr em usp.br) Date: Fri, 07 Oct 2011 14:03:31 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?II_Educa=E7=E3o_Musical_-_UFSJ=2C_C?= =?iso-8859-1?q?hamada_de_Trabalhos?= In-Reply-To: <1317938239.56991.YahooMailNeo@web65606.mail.ac4.yahoo.com> References: <1317938239.56991.YahooMailNeo@web65606.mail.ac4.yahoo.com> Message-ID: <20111007140331.1384461hlwjhxqeb@webmail.usp.br> caro Prof. Marcos Filho, parabéns pelo evento, só tinha uma pergunta, por que só theoria (ofício de musicólogo) e práxis ou práticas interpretativas (ofício do cantor, instrumentista e regente) e se esquecer da poiéses (ofício de compositor)???? já que, como dizia Aristóteles, "a execução (práxis) é diferente da composição (poiésis)"... abraços do Rubens R. Ricciardi Citando Marcos Filho : > > > > II Semana de Educação Musical > Didáticas da Música: teoria e práxis > Universidade Federal de São João del-Rei - MG > > > São João del-Rei, 21 a 25 de novembro de 2011 > > Seguem, em anexo, as normas da Chamada de Trabalhos > > Data limite: 26/10/2011 > > > > Por favor nos ajudem a divulgar. > > > Atenciosamente, > >   > Marcos Filho > > Professor Assistente - Departamento de Música (DMUSI) > Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) > > marcosfilhomusica em yahoo.com.br > myspace/marcosfilho > @marcosfilho_ > (31) 3327-8339 > (31) 9376-8339 > From magali.kleber em gmail.com Fri Oct 7 15:19:29 2011 From: magali.kleber em gmail.com (magali kleber) Date: Fri, 7 Oct 2011 15:19:29 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_Ensino_d?= =?iso-8859-1?q?a_performance_nas_Licenciaturas_em_M=FAsica?= In-Reply-To: <1317953020.25898.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> References: <1317953020.25898.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: Bem, serei breve, somente para pontuar meu pensamento, da Magali, educadora, musicista, funcionária pública. Aprender e se se expressar mediante um instrumento musical é essencial, na minha visão. Partindo do sentido que de o corpo, já um e, considero ponto de partida. produz sons os mais diversos, timbres, melodicos, percussivos, e até harmonicos. Entendo esse um excelente ponto de partida. Outro, é que qualquer objeto sonoro pode ser pensado e inserido em um contexto musical, estético e isso llhe imprimi o valor e/ou significado musical, expressa o self de quem o elege. Assim, estou com Christopher SMALL, recentemente falecido, musica=musicking no gerundio. Trata-se de uma ação. Portanto, acho que as licenciaturas devem proporcionar práticas musicais vocais, instrumentais e sobretudo, considerar o grupo que se tem para aquela determinada prática. Desculpe a brevidade, mas podemos continuar... Abraços, Magali Em 6 de outubro de 2011 23:03, Daniel Lemos escreveu: > > > Caros colegas, > > Vou "puxar" este assunto de forma um tanto polêmica, mas preferi fazê-lo > desta forma justamente para suscitar uma discussão mais acirrada. Começo por > uma metáfora: > > "Dar aulas de instrumento em cursos de Licenciatura em Música hoje é como > ensinar Física Relativista em um curso de Direito. Os argumentos são sempre > os mesmos: > > ? Qual a utilidade deste conhecimento para a prática profissional da área? > > ? Seria este conhecimento alienado da "realidade brasileira"? > > ? De que adiantar estudar isso se não vou ganhar mais dinheiro?" > > Gostaria de saber se alguém também está se sentindo "subvalorizado" - ou > até mesmo marginalizado - quando o assunto é ensinar um instrumento musical > em cursos voltados à formação de professores para a Educação Básica... será > esta bagagem está sendo desvalorizada ou sou que eu estou errado? > > Ainda, esta história de "realidade brasileira" não convence mais. O Brasil > agora é um "país emergente", o PIB cresceu 7,5% ano passado... que conversa > é essa de "faltar recursos"? > > Desculpem-me, confesso estar angustiado, mas espero que alguns colegas > possam oferecer boas idéias sobre o assunto..... > > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > -- > Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo > Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. > Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: > professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com > Para postar mensagens, envie e-mail para > professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com > Para obter mais informações, acesse: > https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil > -- -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Fri Oct 7 16:54:38 2011 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Fri, 7 Oct 2011 16:54:38 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Ensino_da_performance_nas_Licenciat?= =?iso-8859-1?q?uras_em_M=FAsica?= In-Reply-To: <1317953020.25898.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> References: <1317953020.25898.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: Caro Daniel: Eu não acho que você esteja puxando o assunto de forma polêmica. Pode até mesmo vir a ser polemizante, mas não é polêmica. Eu acredito que a boa Educação Musical é aquela em que o educador *abre um leque* de opções e conhecimentos ao educando. Só assim o educando poderá escolher seu caminho. Ninguém pode escolher um caminho de cuja existência nunca tomou conhecimento. Acredito também que o bom educador musical deve ter condições de formar grupos musicais e bandas de música em escolas, quando existem condições para isso. Assim, é importantíssimo que o educador musical, além de tocar um instrumento, tenha também conhecimentos básicos de todos os instrumentos. Abraço, Jorge Antunes Em 6 de outubro de 2011 23:03, Daniel Lemos escreveu: > > > Caros colegas, > > Vou "puxar" este assunto de forma um tanto polêmica, mas preferi fazê-lo > desta forma justamente para suscitar uma discussão mais acirrada. Começo por > uma metáfora: > > "Dar aulas de instrumento em cursos de Licenciatura em Música hoje é como > ensinar Física Relativista em um curso de Direito. Os argumentos são sempre > os mesmos: > > ? Qual a utilidade deste conhecimento para a prática profissional da área? > > ? Seria este conhecimento alienado da "realidade brasileira"? > > ? De que adiantar estudar isso se não vou ganhar mais dinheiro?" > > Gostaria de saber se alguém também está se sentindo "subvalorizado" - ou > até mesmo marginalizado - quando o assunto é ensinar um instrumento musical > em cursos voltados à formação de professores para a Educação Básica... será > esta bagagem está sendo desvalorizada ou sou que eu estou errado? > > Ainda, esta história de "realidade brasileira" não convence mais. O Brasil > agora é um "país emergente", o PIB cresceu 7,5% ano passado... que conversa > é essa de "faltar recursos"? > > Desculpem-me, confesso estar angustiado, mas espero que alguns colegas > possam oferecer boas idéias sobre o assunto..... > > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From brsp em uol.com.br Fri Oct 7 19:08:27 2011 From: brsp em uol.com.br (Paulo Castagna) Date: Fri, 7 Oct 2011 19:08:27 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Lan=E7amento=3A_O_baixo_cont=EDnuo_?= =?iso-8859-1?q?no_Brasil?= Message-ID: <857FA0F9622443B1BA09DD1C9DE19BA6@home2a60005446> Colegas da Anppom, Envio convite para o lançamento do livro de Marcelo Fagerlande sobre o baixo continuo no Brasil: FAGERLANDE, Marcelo. O baixo continuo no Brasil: 1751-1851 - os tratados em português; prefácio Paulo Castagna. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2011. 200p. ISBN: 978-8-57-577840-1. Exemplos musicais ao cravo: http://www.7letras.com.br/destaques/o-baixo-continuo-no-brasil.html O lançamento será na próxima segunda-feira, 10 de outubro, das 18:30 às 21:30 na Livraria da Vila, Rua Fradique Coutinho, 915, São Paulo (estacionamento no n.983 da mesma rua). Anexo uma cópia do prefácio em pdf. Obrigado! Paulo Castagna brsp em uol.com.br http://paulocastagna.com/ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: 2011 - Prefácio de O Baixo Contínuo no Brasil.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 57053 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: O baixo contínuo no Brasil.JPG Tipo: image/jpeg Tamanho: 310847 bytes Descrição: não disponível URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Fri Oct 7 22:43:09 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Fri, 7 Oct 2011 18:43:09 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Ensino_da_performance_nas_Licenciaturas_?= =?utf-8?q?em_M=C3=BAsica?= In-Reply-To: Message-ID: <1318038189.6045.YahooMailClassic@web110314.mail.gq1.yahoo.com> Caro prof. Jorge Antunes, Obrigado por tuas palavras, compactuo com tua visão. Hoje mesmo vi que para ser um educador musical, deve haver um amplo domínio da Música de forma mais abrangente e flexível, diferente da figura do especialista que impera no ensino tradicional da Performance. Gostaria só de reforçar um ponto: esta diferenciação que temos com relação à Educação Musical e Performance... temos Universidades que tem o "prédio da Música" e o "prédio da Educação Musical", como se fosse algo totalmente distante e amorfo... qual tua opinião sobre isso? Grande abraço, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em sex, 7/10/11, Jorge Antunes escreveu: De: Jorge Antunes Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Para: "Daniel Lemos" Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br Data: Sexta-feira, 7 de Outubro de 2011, 16:54 Caro Daniel: Eu não acho que você esteja puxando o assunto de forma polêmica. Pode até mesmo vir a ser polemizante, mas não é polêmica. Eu acredito que a boa Educação Musical é aquela em que o educador abre um leque de opções e conhecimentos ao educando. Só assim o educando poderá escolher seu caminho. Ninguém pode escolher um caminho de cuja existência nunca tomou conhecimento. Acredito também que o bom educador musical deve ter condições de formar grupos musicais e bandas de música em escolas, quando existem condições para isso. Assim, é importantíssimo que o educador musical, além de tocar um instrumento, tenha também conhecimentos básicos de todos os instrumentos. Abraço, Jorge Antunes Em 6 de outubro de 2011 23:03, Daniel Lemos escreveu: Caros colegas, Vou "puxar" este assunto de forma um tanto polêmica, mas preferi fazê-lo desta forma justamente para suscitar uma discussão mais acirrada. Começo por uma metáfora: "Dar aulas de instrumento em cursos de Licenciatura em Música hoje é como ensinar Física Relativista em um curso de Direito. Os argumentos são sempre os mesmos: ? Qual a utilidade deste conhecimento para a prática profissional da área? ? Seria este conhecimento alienado da "realidade brasileira"? ? De que adiantar estudar isso se não vou ganhar mais dinheiro?" Gostaria de saber se alguém também está se sentindo "subvalorizado" - ou até mesmo marginalizado - quando o assunto é ensinar um instrumento musical em cursos voltados à formação de professores para a Educação Básica... será esta bagagem está sendo desvalorizada ou sou que eu estou errado? Ainda, esta história de "realidade brasileira" não convence mais. O Brasil agora é um "país emergente", o PIB cresceu 7,5% ano passado... que conversa é essa de "faltar recursos"? Desculpem-me, confesso estar angustiado, mas espero que alguns colegas possam oferecer boas idéias sobre o assunto..... Daniel Lemos Curso de Música/DEART - musica.ufma.br Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Sat Oct 8 07:11:28 2011 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Sat, 8 Oct 2011 07:11:28 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Ensino_da_performance_nas_Licenciat?= =?iso-8859-1?q?uras_em_M=FAsica?= In-Reply-To: <1318038189.6045.YahooMailClassic@web110314.mail.gq1.yahoo.com> References: <1318038189.6045.YahooMailClassic@web110314.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: Oi, Daniel: A diferença ou a distância ou a existência de prédios das duas áreas não é, em si, um problema. Problema sério é o corporativismo, o gueto, o isolamento, a soberba, o exclusivismo, de alguns grupos de professores da área de Educação Musical. Eles exacerbam nas conceituações de Educação e Música. Eu concordo com a ideia de que o objetivo da Educação Musical é a Educação. A educação feita com a Música, pela Música, por meio da Música, é sempre um trabalho maravilhoso. Os educandos, que são forjados sob a Educação Musical, não serão necessariamente músicos profissionais. Muitos serão sensíveis cidadãos advogados, engenheiros, políticos, bancários etc. Problema maior é, nos guetos que se formam, as filosofias e metodologias que vigoram: a de, ao educar, partir da experIência musical da comunidade a que pertence o educando. Nessa filosofia, se um grupo de estudantes vem de comunidade que só pratica o hip-hop, o educador começa a "trabalhar", e incentivar a criatividade com o hip-hop. O educador, nesses casos, sonha partir em seguida para outras vertentes musicais. A tentativa sempre é frustrada: os pobres jovens ficam durante todo o curso no hip-hop, e nunca chegam a conhecer Beethoven, música eletroacústica ou orquestra. O educador, ao abraçar essa metodologia, passa a ser um frustrado que vai buscar lã e sai tosqueado. O educador acaba hip-hopeado. Abraço, Jorge Antunes Em 7 de outubro de 2011 22:43, Daniel Lemos escreveu: > > Caro prof. Jorge Antunes, > > Obrigado por tuas palavras, compactuo com tua visão. Hoje mesmo vi que para > ser um educador musical, deve haver um amplo domínio da Música de forma mais > abrangente e flexível, diferente da figura do especialista que impera no > ensino tradicional da Performance. > > Gostaria só de reforçar um ponto: esta diferenciação que temos com relação > à Educação Musical e Performance... temos Universidades que tem o "prédio da > Música" e o "prédio da Educação Musical", como se fosse algo totalmente > distante e amorfo... qual tua opinião sobre isso? > > Grande abraço, > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *sex, 7/10/11, Jorge Antunes * escreveu: > > > De: Jorge Antunes > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Ensino da performance nas Licenciaturas em > Música > Para: "Daniel Lemos" > Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Sexta-feira, 7 de Outubro de 2011, 16:54 > > Caro Daniel: > > Eu não acho que você esteja puxando o assunto de forma polêmica. > Pode até mesmo vir a ser polemizante, mas não é polêmica. > > Eu acredito que a boa Educação Musical é aquela em que o educador *abre um > leque* de opções e conhecimentos ao educando. > Só assim o educando poderá escolher seu caminho. Ninguém pode escolher um > caminho de cuja existência nunca tomou conhecimento. > > Acredito também que o bom educador musical deve ter condições de formar > grupos musicais e bandas de música em escolas, quando existem condições para > isso. > Assim, é importantíssimo que o educador musical, além de tocar um > instrumento, tenha também conhecimentos básicos de todos os instrumentos. > > Abraço, > Jorge Antunes > > > > > > > > > Em 6 de outubro de 2011 23:03, Daniel Lemos > > escreveu: > > > > Caros colegas, > > Vou "puxar" este assunto de forma um tanto polêmica, mas preferi fazê-lo > desta forma justamente para suscitar uma discussão mais acirrada. Começo por > uma metáfora: > > "Dar aulas de instrumento em cursos de Licenciatura em Música hoje é como > ensinar Física Relativista em um curso de Direito. Os argumentos são sempre > os mesmos: > > ? Qual a utilidade deste conhecimento para a prática profissional da área? > > ? Seria este conhecimento alienado da "realidade brasileira"? > > ? De que adiantar estudar isso se não vou ganhar mais dinheiro?" > > Gostaria de saber se alguém também está se sentindo "subvalorizado" - ou > até mesmo marginalizado - quando o assunto é ensinar um instrumento musical > em cursos voltados à formação de professores para a Educação Básica... será > esta bagagem está sendo desvalorizada ou sou que eu estou errado? > > Ainda, esta história de "realidade brasileira" não convence mais. O Brasil > agora é um "país emergente", o PIB cresceu 7,5% ano passado... que conversa > é essa de "faltar recursos"? > > Desculpem-me, confesso estar angustiado, mas espero que alguns colegas > possam oferecer boas idéias sobre o assunto..... > > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Sat Oct 8 18:15:38 2011 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Sat, 8 Oct 2011 18:15:38 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?ROD=CDZIO_ESTADUAL_PARA_AS_BIENAIS?= Message-ID: Colegas: Peço divulgação e também sua assinatura de adesão no abaixo-assinado (petição pública): * RODÍZIO ESTADUAL PARA AS BIENAIS* Eis o texto do documento: Colegas compositores e músicos brasileiros em geral: A organização da XIX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, que se realizará no Rio de Janeiro de 10 a 19 de outubro de 2011, abrirá espaços de debate para uma avaliação da Bienal e para colher propostas para o aprimoramento do evento em suas próximas edições. É o momento justo para reivindicarmos que a Bienal - que não se chama "Bienal do Rio de Janeiro", como alguns acreditam - passe a ser realmente brasileira, no sentido federativo, percorrendo todas as Unidades da Federação nas próximas edições. Assim, os que assinam esta petição sugerem e solicitam à Funarte e ao Ministério da Cultura que, a partir de 2013, as Bienais passem a ser realizadas em outras capitais, levando a importante amostragem da música brasileira a todos os públicos do Brasil, e abrindo mercado de trabalho a músicos instérpretes de todo o país. Para iniciar a nova fase, sugerimos que as duas próximas edições, de 2013 e 2015, sejam realizadas nas capitais em que existem representação da Funarte: Brasília e São Paulo. A partir de 2017, então, outras capitais seriam contempladas conforme critério de escalonamento a ser estabelecido. Se você está de acordo, assine em: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=Bienais Obrigado, Jorge Antunes -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Sun Oct 9 00:56:39 2011 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: 9 Oct 2011 03:56:39 -0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=28sem_assunto=29?= Message-ID: <20111009035639.24868.qmail@server3.yawl.com.br> Olá, Se você concorda com o texto abaixo, assine em: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=Bienais Colegas compositores e músicos brasileiros em geral: A organização da XIX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, que se realizará no Rio de Janeiro de 10 a 19 de outubro de 2011, abrirá espaços de debate para uma avaliação da Bienal e para colher propostas para o aprimoramento do evento em suas próximas edições. É o momento justo para reivindicarmos que a Bienal - que não se chama "Bienal do Rio de Janeiro", como alguns acreditam - passe a ser realmente brasileira, no sentido federativo, percorrendo todas as Unidades da Federação nas próximas edições. Assim, os que assinam esta petição sugerem e solicitam à Funarte e ao Ministério da Cultura que, a partir de 2013, as Bienais passem a ser realizadas em outras capitais, levando a importante amostragem da música brasileira a todos os públicos do Brasil, e abrindo mercado de trabalho a músicos intérpretes de todo o país. Para iniciar a nova fase, sugerimos que as duas próximas edições, de 2013 e 2015, sejam realizadas nas capitais em que existem representação da Funarte: Brasília e São Paulo. A partir de 2017, então, outras capitais seriam contempladas conforme critério de escalonamento a ser estabelecido. Acesse o link abaixo para alterar o seu cadastro! http://www.yawl.com.br/mlist/cadastrar.php?reles=(AdljfikfylbdahdgZilkqxyqlbyrrteevysdis) From lucianocaroso em gmail.com Sun Oct 9 09:17:22 2011 From: lucianocaroso em gmail.com (Luciano Caroso) Date: Sun, 9 Oct 2011 09:17:22 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?F=F3rum_sobre_EAD_e_ensino_de_m=FAs?= =?iso-8859-1?q?ica?= In-Reply-To: References: Message-ID: Prezad em s colegas, O colegiado do Curso de Licenciatura em Música da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) promoverá nesta *sexta-feira, 14/10*, o seguinte fórum: *Fundamentos e Contextualização da EAD: o caso do curso de Licenciatura em Música da UFRGS* *Palestrantes: * Dra. Helena Souza Nunes (UFRGS) e Dra. Ana Cristina Tourinho (UFBA) *Local:* Centro Universitário Cultura e Arte (CUCA), sala 06 *Programação:* 09:30 às 12:30 Panorama geral: conceitos, pedagogia, formação docente, material didático, logística, avaliação, etc. 14:00 às 17:00 Ferramentas tecnológicas utilizadas: Moodle, blogs, wikis, etc. *Inscrições:* *http://tinyurl.com/diagmus-ead* ou através do e-mail * licemus.uefs em gmail.com* *Maiores informações:* (71) 87542455 * Serão emitidos certificados para os presentes nos dois turnos.* O endereço do CUCA é *Rua Conselheiro Franco, 66, Centro, Feira de Santana*. --- LUCIANO CAROSO --- http://luciano.caroso.com.br lucianocaroso em gmail.com +55 71 87542455 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Oct 9 15:42:04 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sun, 9 Oct 2011 11:42:04 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_Ensino_d?= =?iso-8859-1?q?a_performance_nas_Licenciaturas_em_M=FAsica?= In-Reply-To: Message-ID: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com> Caros Parceiros Musicais, Gostaria de reforçar algumas questões muito pertinentes colocadas por diversos integrantes das Listas, a citar as mensagens de Bruno Torres, do prof. Jorge Antunes e da profa. Rejane Harder (inclusive citei alguns artigos dela ultimamente, pois possuem excelentes idéias), fundamentais para continuar este diálogo. Em primeiro lugar, gostaria de colocar em xeque a diferenciação entre Performance e Educação Musical, realizada em nossas Instituições por questões históricas. Assim, proponho algumas idéias que possam nos "libertar": 1) Compreender que Educação Musical e Performance são áreas afins. O performer deve assumir que na atualidade - com exceção de alguns poucos como Nelson Freire -  ensinar é fundamental para o exercício da Performance Musical. Por dois motivos: O primeiro é a necessidade de passar este conhecimento a gerações futuras, pois o Ensino da Performance é fortemente ligado à tradição oral, não por falta de pesquisas como alegam alguns colegas "pesquisadores" da Música (alguns fazem questão de se diferenciar), mas pela incapacidade de nossa atrasada tecnologia em registrar informações cinestésicas e táteis, fundamentais para a transmissão dos conhecimentos na Performance Musical (por exemplo ver Teaching Piano em Groups de Christopher Fisher, cujas idéias são pertinentes a todos os instrumentos). Jamais se aprenderá a tocar um instrumento somente ouvindo gravações e lendo livros; precisamos SIM de professores de Instrumento, que ensinem as informações cinestésicas de acordo com as particularidades fisiológicas de cada aluno. O segundo seria a própria questão de sobrevivência: o "mito do concertista" não é - nem nunca foi - um perfil musical viável e ativo na sociedade. É uma lenda; temos na verdade que ser, além de instrumentistas, professores, administradores, educadores e produtores culturais (entre as habilidades necessárias ao instrumentista da atualidade). 2) Do lado "oposto", os educadores devem assumir que a Educação Musical existe sim há 40.000 anos (vide o livro 40.000 Ans de Musique de Jacques Chailley), e que há pelo menos 39.800 anos a Educação Musical se voltou à prática da Performance Musical. Música na Educação Básica é um fenômeno recente, que pela restrita visão de nossas Licenciaturas - temos que assumir isto - tem se ententido que a Educação Musical começa com Dalcroze ou Martenot, passando por Orff, Schafer e Swanwick, entre outros. Em geral, há um esquecimento de que esta área é tão antiga quanto a Performance Musical, e que os primeiros referenciais didáticos da Educação Musical são justamente métodos de ensino do instrumento, em especial para Cravo e Órgão, Flauta, Violono e Violoncelo, desde o surgimento da escrita na sociedade Ocidental, em torno do Século XVI. 3) Por fim, reforço que devemos nos mobilizar politicamente em prol da Música. Os instrumentistas devem ter ciência que a participação em Fóruns Estaduas de Cultura asseguram o exercício democrático da distribuição de capital pelo Estado, e se não nos fizermos presentes, o dinheiro vai para outras áreas. Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento. Creio que todos devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso. Para as Universidades, devemos pensar Ensino, Pesquisa e Extensão de forma indissociável; a Pesquisa não é mais importante que o Ensino e a Extensão, e vice-versa. Enfim, prometo não falar mais por um tempo... desculpem-me se incomodei alguém com estas idéias... Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 9/10/11, Rejane Harder escreveu: De: Rejane Harder Assunto: Re: [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 13:23 Caro professor Daniel e demais integrantes da lista Aqui na Universidade Federal de Sergipe defendemos o ensino de instrumento musical por duas razões principais: Como temos provas específicas, todos os alunos que entram já tocam algum instrumento. Estes alunos tem a oportunidade de se aperfeiçoar no seu instrumento e/ou aprender instrumentos diferentes. A segunda razão é a utilidade de os futuros professores sairem do curso com a habilidade mínima de acompanhar seus alunos em sala de aula nas diferentes atividades musicais, bem como, quando possível, ensinar um instrumento musical para os mesmos. No currículo do nosso curso, o aluno cursa 6 semestres de um instrumento harmônico: ele pode optar entre piano ou violão, mas, precisa seguir com o mesmo instrumento até o fim. São também obrigatórios dois semestres de flauta doce e dois semestres de percussão. Também é obrigatória a disciplina "Pedagogia do instrumento". Ainda existem as optativas que são flauta transversal e canto, ou, mais semestres de violão ou piano. Temos também como obrigatórias a regência coral e a técnica vocal, ente outras disciplinas. Acreditamos na importância de o egresso do Curso de Licenciatura em Música estar preparado musicalmente o máximo que for possível, além, é claro do preparo pedagógico e experiências de ensino. Um grande abraço, Rejane Harder-- Prof.ª Dr.ª Rejane Harder Universidade Federal de Sergipe Núcleo de Música (71) 9239-8584 / (79) 9966-8726 -- Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com Para postar mensagens, envie e-mail para professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com Para obter mais informações, acesse: https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sun Oct 9 22:39:02 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sun, 9 Oct 2011 22:39:02 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_Ensino_d?= =?iso-8859-1?q?a_performance_nas_Licenciaturas_em_M=FAsica?= In-Reply-To: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com> References: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <4837D73B-BA4D-4DD6-B3E2-A23C61CC012E@uol.com.br> no ano de 2007, durante os incendios à predios da antiga Febem, os jovens residentes, antes de suas manifestações, salvaguardavam todo o material da sala de música longe do fogo, depois ateavam fogo a colchonetes, camas, armários velhos, sofá, mesas... em conversa com um dos meninos, perguntando sobre por que salvavam os instrumentos respondeu que tocar violino lhe dava uma dignidade que nenhum discurso conseguia. abs silvio On Oct 9, 2011, at 3:42 PM, Daniel Lemos wrote: > > Caros Parceiros Musicais, > > Gostaria de reforçar algumas questões muito pertinentes colocadas por diversos integrantes das Listas, a citar as mensagens de Bruno Torres, do prof. Jorge Antunes e da profa. Rejane Harder (inclusive citei alguns artigos dela ultimamente, pois possuem excelentes idéias), fundamentais para continuar este diálogo. Em primeiro lugar, gostaria de colocar em xeque a diferenciação entre Performance e Educação Musical, realizada em nossas Instituições por questões históricas. Assim, proponho algumas idéias que possam nos "libertar": > > 1) Compreender que Educação Musical e Performance são áreas afins. O performer deve assumir que na atualidade - com exceção de alguns poucos como Nelson Freire - ensinar é fundamental para o exercício da Performance Musical. Por dois motivos: > > O primeiro é a necessidade de passar este conhecimento a gerações futuras, pois o Ensino da Performance é fortemente ligado à tradição oral, não por falta de pesquisas como alegam alguns colegas "pesquisadores" da Música (alguns fazem questão de se diferenciar), mas pela incapacidade de nossa atrasada tecnologia em registrar informações cinestésicas e táteis, fundamentais para a transmissão dos conhecimentos na Performance Musical (por exemplo ver Teaching Piano em Groups de Christopher Fisher, cujas idéias são pertinentes a todos os instrumentos). Jamais se aprenderá a tocar um instrumento somente ouvindo gravações e lendo livros; precisamos SIM de professores de Instrumento, que ensinem as informações cinestésicas de acordo com as particularidades fisiológicas de cada aluno. > O segundo seria a própria questão de sobrevivência: o "mito do concertista" não é - nem nunca foi - um perfil musical viável e ativo na sociedade. É uma lenda; temos na verdade que ser, além de instrumentistas, professores, administradores, educadores e produtores culturais (entre as habilidades necessárias ao instrumentista da atualidade). > > 2) Do lado "oposto", os educadores devem assumir que a Educação Musical existe sim há 40.000 anos (vide o livro 40.000 Ans de Musique de Jacques Chailley), e que há pelo menos 39.800 anos a Educação Musical se voltou à prática da Performance Musical. Música na Educação Básica é um fenômeno recente, que pela restrita visão de nossas Licenciaturas - temos que assumir isto - tem se ententido que a Educação Musical começa com Dalcroze ou Martenot, passando por Orff, Schafer e Swanwick, entre outros. Em geral, há um esquecimento de que esta área é tão antiga quanto a Performance Musical, e que os primeiros referenciais didáticos da Educação Musical são justamente métodos de ensino do instrumento, em especial para Cravo e Órgão, Flauta, Violono e Violoncelo, desde o surgimento da escrita na sociedade Ocidental, em torno do Século XVI. > > 3) Por fim, reforço que devemos nos mobilizar politicamente em prol da Música. Os instrumentistas devem ter ciência que a participação em Fóruns Estaduas de Cultura asseguram o exercício democrático da distribuição de capital pelo Estado, e se não nos fizermos presentes, o dinheiro vai para outras áreas. Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento. Creio que todos devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso. Para as Universidades, devemos pensar Ensino, Pesquisa e Extensão de forma indissociável; a Pesquisa não é mais importante que o Ensino e a Extensão, e vice-versa. > > Enfim, prometo não falar mais por um tempo... desculpem-me se incomodei alguém com estas idéias... > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em dom, 9/10/11, Rejane Harder escreveu: > > De: Rejane Harder > Assunto: Re: [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música > Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com > Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 13:23 > > > Caro professor Daniel e demais integrantes da lista > Aqui na Universidade Federal de Sergipe defendemos o ensino de instrumento musical por duas razões principais: Como temos provas específicas, todos os alunos que entram já tocam algum instrumento. Estes alunos tem a oportunidade de se aperfeiçoar no seu instrumento e/ou aprender instrumentos diferentes. A segunda razão é a utilidade de os futuros professores sairem do curso com a habilidade mínima de acompanhar seus alunos em sala de aula nas diferentes atividades musicais, bem como, quando possível, ensinar um instrumento musical para os mesmos. No currículo do nosso curso, o aluno cursa 6 semestres de um instrumento harmônico: ele pode optar entre piano ou violão, mas, precisa seguir com o mesmo instrumento até o fim. São também obrigatórios dois semestres de flauta doce e dois semestres de percussão. Também é obrigatória a disciplina "Pedagogia do instrumento". Ainda existem as optativas que são flauta transversal e canto, ou, mais semestres de violão ou piano. Temos também como obrigatórias a regência coral e a técnica vocal, ente outras disciplinas. Acreditamos na importância de o egresso do Curso de Licenciatura em Música estar preparado musicalmente o máximo que for possível, além, é claro do preparo pedagógico e experiências de ensino. > Um grande abraço, > Rejane Harder > -- > Prof.ª Dr.ª Rejane Harder > Universidade Federal de Sergipe > Núcleo de Música > (71) 9239-8584 / (79) 9966-8726 > > > -- > Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. > Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com > Para postar mensagens, envie e-mail para professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com > Para obter mais informações, acesse: https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Sun Oct 9 23:10:59 2011 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Sun, 9 Oct 2011 19:10:59 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_Ensino_d?= =?iso-8859-1?q?a_performance_nas_Licenciaturas_em_M=FAsica?= In-Reply-To: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <1318212659.701.YahooMailClassic@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Palestrina, Bach, Leopold Mozart, Beethoven, Liszt, Chopin... Quantos mais temos que citar como exemplos de músicos que exerciam a atividade musical como um conjunto entre composição, performance E ENSINO? Assino em baixo com o Daniel e com a profa. Rejane Herder. Abraços, Luciano --- Em dom, 9/10/11, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 16:42 Caros Parceiros Musicais, Gostaria de reforçar algumas questões muito pertinentes colocadas por diversos integrantes das Listas, a citar as mensagens de Bruno Torres, do prof. Jorge Antunes e da profa. Rejane Harder (inclusive citei alguns artigos dela ultimamente, pois possuem excelentes idéias), fundamentais para continuar este diálogo. Em primeiro lugar, gostaria de colocar em xeque a diferenciação entre Performance e Educação Musical, realizada em nossas Instituições por questões históricas. Assim, proponho algumas idéias que possam nos "libertar": 1) Compreender que Educação Musical e Performance são áreas afins. O performer deve assumir que na atualidade - com exceção de alguns poucos como Nelson Freire -  ensinar é fundamental para o exercício da Performance Musical. Por dois motivos: O primeiro é a necessidade de passar este conhecimento a gerações futuras, pois o Ensino da Performance é fortemente ligado à tradição oral, não por falta de pesquisas como alegam alguns colegas "pesquisadores" da Música (alguns fazem questão de se diferenciar), mas pela incapacidade de nossa atrasada tecnologia em registrar informações cinestésicas e táteis, fundamentais para a transmissão dos conhecimentos na Performance Musical (por exemplo ver Teaching Piano em Groups de Christopher Fisher, cujas idéias são pertinentes a todos os instrumentos). Jamais se aprenderá a tocar um instrumento somente ouvindo gravações e lendo livros; precisamos SIM de professores de Instrumento, que ensinem as informações cinestésicas de acordo com as particularidades fisiológicas de cada aluno. O segundo seria a própria questão de sobrevivência: o "mito do concertista" não é - nem nunca foi - um perfil musical viável e ativo na sociedade. É uma lenda; temos na verdade que ser, além de instrumentistas, professores, administradores, educadores e produtores culturais (entre as habilidades necessárias ao instrumentista da atualidade). 2) Do lado "oposto", os educadores devem assumir que a Educação Musical existe sim há 40.000 anos (vide o livro 40.000 Ans de Musique de Jacques Chailley), e que há pelo menos 39.800 anos a Educação Musical se voltou à prática da Performance Musical. Música na Educação Básica é um fenômeno recente, que pela restrita visão de nossas Licenciaturas - temos que assumir isto - tem se ententido que a Educação Musical começa com Dalcroze ou Martenot, passando por Orff, Schafer e Swanwick, entre outros. Em geral, há um esquecimento de que esta área é tão antiga quanto a Performance Musical, e que os primeiros referenciais didáticos da Educação Musical são justamente métodos de ensino do instrumento, em especial para Cravo e Órgão, Flauta, Violono e Violoncelo, desde o surgimento da escrita na sociedade Ocidental, em torno do Século XVI. 3) Por fim, reforço que devemos nos mobilizar politicamente em prol da Música. Os instrumentistas devem ter ciência que a participação em Fóruns Estaduas de Cultura asseguram o exercício democrático da distribuição de capital pelo Estado, e se não nos fizermos presentes, o dinheiro vai para outras áreas. Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento. Creio que todos devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso. Para as Universidades, devemos pensar Ensino, Pesquisa e Extensão de forma indissociável; a Pesquisa não é mais importante que o Ensino e a Extensão, e vice-versa. Enfim, prometo não falar mais por um tempo... desculpem-me se incomodei alguém com estas idéias... Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 9/10/11, Rejane Harder escreveu: De: Rejane Harder Assunto: Re: [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 13:23 Caro professor Daniel e demais integrantes da lista Aqui na Universidade Federal de Sergipe defendemos o ensino de instrumento musical por duas razões principais: Como temos provas específicas, todos os alunos que entram já tocam algum instrumento. Estes alunos tem a oportunidade de se aperfeiçoar no seu instrumento e/ou aprender instrumentos diferentes. A segunda razão é a utilidade de os futuros professores sairem do curso com a habilidade mínima de acompanhar seus alunos em sala de aula nas diferentes atividades musicais, bem como, quando possível, ensinar um instrumento musical para os mesmos. No currículo do nosso curso, o aluno cursa 6 semestres de um instrumento harmônico: ele pode optar entre piano ou violão, mas, precisa seguir com o mesmo instrumento até o fim. São também obrigatórios dois semestres de flauta doce e dois semestres de percussão. Também é obrigatória a disciplina "Pedagogia do instrumento". Ainda existem as optativas que são flauta transversal e canto, ou, mais semestres de violão ou piano. Temos também como obrigatórias a regência coral e a técnica vocal, ente outras disciplinas. Acreditamos na importância de o egresso do Curso de Licenciatura em Música estar preparado musicalmente o máximo que for possível, além, é claro do preparo pedagógico e experiências de ensino. Um grande abraço, Rejane Harder-- Prof.ª Dr.ª Rejane Harder Universidade Federal de Sergipe Núcleo de Música (71) 9239-8584 / (79) 9966-8726 -- Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com Para postar mensagens, envie e-mail para professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com Para obter mais informações, acesse: https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From reginamarcia em bighost.com.br Sun Oct 9 23:57:07 2011 From: reginamarcia em bighost.com.br (Regina Marcia) Date: Sun, 9 Oct 2011 23:57:07 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Editora_Sulina_lan=E7a_livro_=22M?= =?iso-8859-1?q?=FAsica=2C_Cultura_e_Educa=E7=E3o=22_-_Regina_Marci?= =?iso-8859-1?q?a_Sim=E3o_Santos=2C_Adriana_Rodrigues_Didier=2C_Eli?= =?iso-8859-1?q?ane_Maria_Vieira_e_Neila_Ruiz_Alfonzo?= Message-ID: Prezados associados, Comunicamos que acaba de ser publicado pela editora SULINA o livro "Música, Cultura e Educação: os múltiplos espaços de educação musical", de nossa autoria. Solicitamos a sua divulgação a todos os interessados em educação musical. Maiores detalhes se encontram no site da editora. http://www.editorasulina.com.br/ http://www.editorasulina.com.br/detalhes.php?id=550 Atenciosamente, As autoras Regina Marcia Simão Santos (org); Adriana Rodrigues Didier; Eliane Maria Vieira; Neila Ruiz Alfonzo. From moninhabraga em gmail.com Tue Oct 11 07:00:56 2011 From: moninhabraga em gmail.com (simone braga) Date: Tue, 11 Oct 2011 07:00:56 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_Ensino_d?= =?iso-8859-1?q?a_performance_nas_Licenciaturas_em_M=FAsica?= In-Reply-To: <1318212659.701.YahooMailClassic@web161701.mail.bf1.yahoo.com> References: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com> <1318212659.701.YahooMailClassic@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Olá, Daniel e demais colegas! Não querendo polemizar, mas sobre o que diz: "Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento". Muitas vezes, esta restrição dos "educadores" (é engraçado, mas nós acabamos usando terminologias ou conceitos que aumentam a pseudo lacuna entre "educação" e "performance"...não é uma coisa só?) é compartilhada por nós professores de instrumento, alucinados para o desenvolvimento de habilidades para a execução instrumental. Como vc mesmo diz sobre a falência do "mito do concertista", quais as nossas ações, enquanto professores de instrumento, sobretudo, em cursos de licenciatura, para a articulação entre a formação instrumental e a formação pedagógica? Ou devemos alimentar o mito do concertista? Encerro com suas palavras: "devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso". Acrescentando que nós professores tb devamos repensar sobre as nossas práticas e assumir que somos educadores e nos impor na academia através de trabalhos realizados em parceria. Abs, Simone Braga. Em 9 de outubro de 2011 23:10, luciano cesar escreveu: > Palestrina, Bach, Leopold Mozart, Beethoven, Liszt, Chopin... Quantos > mais temos que citar como exemplos de músicos que exerciam a atividade > musical como um conjunto entre composição, performance E ENSINO? > > Assino em baixo com o Daniel e com a profa. Rejane Herder. > Abraços, > > Luciano > > --- Em *dom, 9/10/11, Daniel Lemos * escreveu: > > > De: Daniel Lemos > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas > Licenciaturas em Música > Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, > anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 16:42 > > > > Caros Parceiros Musicais, > > Gostaria de reforçar algumas questões muito pertinentes colocadas por > diversos integrantes das Listas, a citar as mensagens de Bruno Torres, do > prof. Jorge Antunes e da profa. Rejane Harder (inclusive citei alguns > artigos dela ultimamente, pois possuem excelentes idéias), fundamentais para > continuar este diálogo. Em primeiro lugar, gostaria de colocar em xeque a > diferenciação entre Performance e Educação Musical, realizada em nossas > Instituições por questões históricas. Assim, proponho algumas idéias que > possam nos "libertar": > > 1) Compreender que Educação Musical e Performance são áreas afins. O > performer deve assumir que na atualidade - com exceção de alguns poucos como > Nelson Freire - ensinar é fundamental para o exercício da Performance > Musical. Por dois motivos: > > O primeiro é a necessidade de passar este conhecimento a gerações futuras, > pois o Ensino da Performance é fortemente ligado à tradição oral, não por > falta de pesquisas como alegam alguns colegas "pesquisadores" da Música > (alguns fazem questão de se diferenciar), mas pela incapacidade de nossa > atrasada tecnologia em registrar informações cinestésicas e táteis, > fundamentais para a transmissão dos conhecimentos na Performance Musical > (por exemplo ver Teaching Piano em Groups de Christopher Fisher, cujas > idéias são pertinentes a todos os instrumentos). Jamais se aprenderá a tocar > um instrumento somente ouvindo gravações e lendo livros; precisamos SIM de > professores de Instrumento, que ensinem as informações cinestésicas de > acordo com as particularidades fisiológicas de cada aluno. > O segundo seria a própria questão de sobrevivência: o "mito do concertista" > não é - nem nunca foi - um perfil musical viável e ativo na sociedade. É uma > lenda; temos na verdade que ser, além de instrumentistas, professores, > administradores, educadores e produtores culturais (entre as habilidades > necessárias ao instrumentista da atualidade). > > 2) Do lado "oposto", os educadores devem assumir que a Educação Musical > existe sim há 40.000 anos (vide o livro 40.000 Ans de Musique de Jacques > Chailley), e que há pelo menos 39.800 anos a Educação Musical se voltou à prática > da Performance Musical. Música na Educação Básica é um fenômeno recente, > que pela restrita visão de nossas Licenciaturas - temos que assumir isto - > tem se ententido que a Educação Musical começa com Dalcroze ou Martenot, > passando por Orff, Schafer e Swanwick, entre outros. Em geral, há um > esquecimento de que esta área é tão antiga quanto a Performance Musical, e > que os primeiros referenciais didáticos da Educação Musical são justamente > métodos de ensino do instrumento, em especial para Cravo e Órgão, Flauta, > Violono e Violoncelo, desde o surgimento da escrita na sociedade Ocidental, > em torno do Século XVI. > > 3) Por fim, reforço que devemos nos mobilizar politicamente em prol da > Música. Os instrumentistas devem ter ciência que a participação em Fóruns > Estaduas de Cultura asseguram o exercício democrático da distribuição de > capital pelo Estado, e se não nos fizermos presentes, o dinheiro vai para > outras áreas. Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não > se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de > fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento. > Creio que todos devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que > precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra > nossa área, temos que acabar com isso. Para as Universidades, devemos pensar > Ensino, Pesquisa e Extensão de forma indissociável; a Pesquisa não é mais > importante que o Ensino e a Extensão, e vice-versa. > > Enfim, prometo não falar mais por um tempo... desculpem-me se incomodei > alguém com estas idéias... > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *dom, 9/10/11, Rejane Harder * escreveu: > > > De: Rejane Harder > Assunto: Re: [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em > Música > Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com > Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 13:23 > > > Caro professor Daniel e demais integrantes da lista > Aqui na Universidade Federal de Sergipe defendemos o ensino de instrumento > musical por duas razões principais: Como temos provas específicas, todos os > alunos que entram já tocam algum instrumento. Estes alunos tem a > oportunidade de se aperfeiçoar no seu instrumento e/ou aprender instrumentos > diferentes. A segunda razão é a utilidade de os futuros professores sairem > do curso com a habilidade mínima de acompanhar seus alunos em sala de aula > nas diferentes atividades musicais, bem como, quando possível, ensinar um > instrumento musical para os mesmos. No currículo do nosso curso, o > aluno cursa 6 semestres de um instrumento harmônico: ele pode optar entre > piano ou violão, mas, precisa seguir com o mesmo instrumento até o fim. São > também obrigatórios dois semestres de flauta doce e dois semestres de > percussão. Também é obrigatória a disciplina "Pedagogia do instrumento". > Ainda existem as optativas que são flauta transversal e canto, ou, mais > semestres de violão ou piano. Temos também como obrigatórias a regência > coral e a técnica vocal, ente outras disciplinas. Acreditamos na importância > de o egresso do Curso de Licenciatura em Música estar preparado musicalmente > o máximo que for possível, além, é claro do preparo pedagógico e > experiências de ensino. > Um grande abraço, > Rejane Harder > -- > Prof.ª Dr.ª Rejane Harder > Universidade Federal de Sergipe > Núcleo de Música > (71) 9239-8584 / (79) 9966-8726 > > -- > Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo > Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. > Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: > professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com > Para postar mensagens, envie e-mail para > professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com > Para obter mais informações, acesse: > https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil > > > -----Anexo incorporado----- > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Tue Oct 11 10:53:03 2011 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Tue, 11 Oct 2011 06:53:03 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_Ensino_d?= =?iso-8859-1?q?a_performance_nas_Licenciaturas_em_M=FAsica?= In-Reply-To: Message-ID: <1318341183.94138.YahooMailClassic@web161714.mail.bf1.yahoo.com> Cara Simone,    Acredito que haja uma distinção (entre educadores e performers), mas no foco do trabalho, no objeto, na finalidade, e não na pessoa que exerce a atividade. Oscilamos entre eles. Um jovem que seguirá carreira de concursos e concertos devido a contingências de formação precoce, incentivo socio-familiar, etc., tem diante de si especificidades em relação a finalidades mais abrangente da formação musical como parte essencial da vida. Essas especificidades devem ser tratadas com o cuidado que não nos leve a pensar nos profissionais da performance como representantes do mito da genialidade, mas como trabalhadores como outros quaisquer, com suas ferramentas a conhecer, desenvolver e cultivar.   Lidar com essas especificidades não é fácil porque as tais "sandálias da humildade" tem que ser calçadas por nós próprios, na intimidade de nossa reflexão cotidiana. O procedimento educativo que leva a uma liberdade do sujeito e não a preservação indesejada do mito do gênio (que é uma mentalidade difícil de se escapar) exige uma avaliação pessoal constante, mas também uma atuação política. Prescrever aqui é impossível, porque mesmo uma aula completamente alucinada por desenvolver habilidades "de técnica avançada" (e bons professores raramente diferenciam técnica de músicalidade, talvez aí esteja parte da questão) pode ser muito mais inclusiva social e intelectualmente do que um método pretensamente construtivista apoiado em uma generalidade que não atinge a ninguém.    O problema se resolve na elaboração de currículos, na finalidade elencada para as disciplinas, no dia a dia institucional, no embate com chefias e com alunos e deles conosco, ou seja, na coletividade. O principal "pecado" que vejo na pedagogia é admitir que um método possa resolver o problema da interação com o aluno, sendo que nosso objeto é, no mínimo, arte exercida por seres humanos e no máximo, seres humanos exercendo arte. Na performance esse crime é o risco da exclusão, o pensamento de castas e o isolamento característico desse pensamento, que nos trouxe até esta condição miserável de semi-inutilidade social atual da música feita em profundidade. Entre um e outro, como acreditar que não há separação?    Creio que esta é uma separação feita e desfeita constantemente por nós mesmos nessa coletividade. Uma auto-compreensão sempre renovada dos professores (seus próprios preconceitos, suas próprias amarras intelectuais e musicais) é que pode levar a um papel construtivo no processo de atar e desatar as pontas entre esses extremos. Abraços, Luciano Cesar Morais --- Em ter, 11/10/11, simone braga escreveu: De: simone braga Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Para: "luciano cesar" Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br, "Daniel Lemos" Data: Terça-feira, 11 de Outubro de 2011, 8:00 Olá, Daniel e demais colegas!   Não querendo polemizar, mas sobre o que diz: "Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento". Muitas vezes, esta restrição dos "educadores" (é engraçado, mas nós acabamos usando terminologias ou conceitos que aumentam a pseudo lacuna entre "educação" e "performance"...não é uma coisa só?) é compartilhada por nós professores de instrumento, alucinados para o desenvolvimento de habilidades para a execução instrumental.   Como vc mesmo diz sobre a falência do "mito do concertista", quais as nossas ações, enquanto professores de instrumento, sobretudo, em cursos de licenciatura, para a articulação entre a formação instrumental e a formação pedagógica? Ou devemos alimentar o mito do concertista?   Encerro com suas palavras: "devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso". Acrescentando que nós professores tb devamos repensar sobre as nossas práticas e assumir que somos educadores e nos impor na academia através de trabalhos realizados em parceria.   Abs, Simone Braga.   Em 9 de outubro de 2011 23:10, luciano cesar escreveu: Palestrina, Bach, Leopold Mozart, Beethoven, Liszt, Chopin... Quantos mais temos que citar como exemplos de músicos que exerciam a atividade musical como um conjunto entre composição, performance E ENSINO? Assino em baixo com o Daniel e com a profa. Rejane Herder. Abraços, Luciano --- Em dom, 9/10/11, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 16:42 Caros Parceiros Musicais, Gostaria de reforçar algumas questões muito pertinentes colocadas por diversos integrantes das Listas, a citar as mensagens de Bruno Torres, do prof. Jorge Antunes e da profa. Rejane Harder (inclusive citei alguns artigos dela ultimamente, pois possuem excelentes idéias), fundamentais para continuar este diálogo. Em primeiro lugar, gostaria de colocar em xeque a diferenciação entre Performance e Educação Musical, realizada em nossas Instituições por questões históricas. Assim, proponho algumas idéias que possam nos "libertar": 1) Compreender que Educação Musical e Performance são áreas afins. O performer deve assumir que na atualidade - com exceção de alguns poucos como Nelson Freire -  ensinar é fundamental para o exercício da Performance Musical. Por dois motivos: O primeiro é a necessidade de passar este conhecimento a gerações futuras, pois o Ensino da Performance é fortemente ligado à tradição oral, não por falta de pesquisas como alegam alguns colegas "pesquisadores" da Música (alguns fazem questão de se diferenciar), mas pela incapacidade de nossa atrasada tecnologia em registrar informações cinestésicas e táteis, fundamentais para a transmissão dos conhecimentos na Performance Musical (por exemplo ver Teaching Piano em Groups de Christopher Fisher, cujas idéias são pertinentes a todos os instrumentos). Jamais se aprenderá a tocar um instrumento somente ouvindo gravações e lendo livros; precisamos SIM de professores de Instrumento, que ensinem as informações cinestésicas de acordo com as particularidades fisiológicas de cada aluno. O segundo seria a própria questão de sobrevivência: o "mito do concertista" não é - nem nunca foi - um perfil musical viável e ativo na sociedade. É uma lenda; temos na verdade que ser, além de instrumentistas, professores, administradores, educadores e produtores culturais (entre as habilidades necessárias ao instrumentista da atualidade). 2) Do lado "oposto", os educadores devem assumir que a Educação Musical existe sim há 40.000 anos (vide o livro 40.000 Ans de Musique de Jacques Chailley), e que há pelo menos 39.800 anos a Educação Musical se voltou à prática da Performance Musical. Música na Educação Básica é um fenômeno recente, que pela restrita visão de nossas Licenciaturas - temos que assumir isto - tem se ententido que a Educação Musical começa com Dalcroze ou Martenot, passando por Orff, Schafer e Swanwick, entre outros. Em geral, há um esquecimento de que esta área é tão antiga quanto a Performance Musical, e que os primeiros referenciais didáticos da Educação Musical são justamente métodos de ensino do instrumento, em especial para Cravo e Órgão, Flauta, Violono e Violoncelo, desde o surgimento da escrita na sociedade Ocidental, em torno do Século XVI. 3) Por fim, reforço que devemos nos mobilizar politicamente em prol da Música. Os instrumentistas devem ter ciência que a participação em Fóruns Estaduas de Cultura asseguram o exercício democrático da distribuição de capital pelo Estado, e se não nos fizermos presentes, o dinheiro vai para outras áreas. Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento. Creio que todos devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso. Para as Universidades, devemos pensar Ensino, Pesquisa e Extensão de forma indissociável; a Pesquisa não é mais importante que o Ensino e a Extensão, e vice-versa. Enfim, prometo não falar mais por um tempo... desculpem-me se incomodei alguém com estas idéias... Daniel Lemos Curso de Música/DEART - musica.ufma.br Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 9/10/11, Rejane Harder escreveu: De: Rejane Harder Assunto: Re: [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 13:23 Caro professor Daniel e demais integrantes da lista Aqui na Universidade Federal de Sergipe defendemos o ensino de instrumento musical por duas razões principais: Como temos provas específicas, todos os alunos que entram já tocam algum instrumento. Estes alunos tem a oportunidade de se aperfeiçoar no seu instrumento e/ou aprender instrumentos diferentes. A segunda razão é a utilidade de os futuros professores sairem do curso com a habilidade mínima de acompanhar seus alunos em sala de aula nas diferentes atividades musicais, bem como, quando possível, ensinar um instrumento musical para os mesmos. No currículo do nosso curso, o aluno cursa 6 semestres de um instrumento harmônico: ele pode optar entre piano ou violão, mas, precisa seguir com o mesmo instrumento até o fim. São também obrigatórios dois semestres de flauta doce e dois semestres de percussão. Também é obrigatória a disciplina "Pedagogia do instrumento". Ainda existem as optativas que são flauta transversal e canto, ou, mais semestres de violão ou piano. Temos também como obrigatórias a regência coral e a técnica vocal, ente outras disciplinas. Acreditamos na importância de o egresso do Curso de Licenciatura em Música estar preparado musicalmente o máximo que for possível, além, é claro do preparo pedagógico e experiências de ensino. Um grande abraço, Rejane Harder-- Prof.ª Dr.ª Rejane Harder Universidade Federal de Sergipe Núcleo de Música (71) 9239-8584 / (79) 9966-8726 -- Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com Para postar mensagens, envie e-mail para professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com Para obter mais informações, acesse: https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From tempoqueleva em yahoo.com.br Tue Oct 11 17:05:03 2011 From: tempoqueleva em yahoo.com.br (Ana Luisa) Date: Tue, 11 Oct 2011 13:05:03 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=28sem_assunto=29?= Message-ID: <1318363503.25465.YahooMailClassic@web160716.mail.bf1.yahoo.com> Olá, Daniel e colegas,  Apertei alguma tecla por engano e minha mensagem saiu cortada, enfim, aqui vai minha observação, sem o mínimo intuito de polemizar, mas sim de entendimento. O que me preocupou foi o tal do "mito". Esse performer que não é educador ficou no texto do Daniel visto como "uma coisa para poucos". Pergunto se alguém aqui já viu ou teve aulas com um professor/performer sem o mínimo talento para ensinar, mas ensinando por necessidade. Alguém? E essa necessidade de ser produtor musical, professor, instrumentista e o que precisar para sobreviver é boa? Então fico realmente em dúvida se o artista que se dedica exclusivamente à performance deve mesmo ser também educador. Gosto mais da idéia do Luciano, de entender as suas especialidades e poder ir em direção a elas, sem mito, apenas ofício.Mas cada um podendo exercer o seu ofício/arte com a excelência que estiver ao seu alcance, na interação performer/educador que ele é capaz de absorver.  Enfim, pelo menos vejo no Daniel uma iniciativa muito conciliadora, o que me fez escrever e parabenizá-lo, antes de mais nada. Entendo seu ponto, mas quis observar esse outro lado. um abraço,Ana -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Tue Oct 11 18:22:43 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Tue, 11 Oct 2011 14:22:43 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Ensino_da_Performance_e_Educa=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_Musical?= In-Reply-To: <1318363503.25465.YahooMailClassic@web160716.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1318368163.2190.YahooMailClassic@web110303.mail.gq1.yahoo.com> Olá Ana Luísa, Sobre a questão do "mito do concertista", pode ter certeza sim que várias pessoas tiveram experiências negativas com performers que não sabem dar aulas. Comentários do tipo "você está muito velho para ser músico", "se você não tem competência para ser músico, você pode dar aulas" são alguns dos jargões deferidos por estes indivíduos que, na verdade, não tem competência nem para ser músicos nem professores, pois se estão dando aulas, é como eles mesmo dizem: "não temos competência para ser músicos"... infelizmente, ainda há muitos destes seres encrustados em nossas instituições, graças ao luxo que temos do funcionário público com cargo vitalício... e assim continuam a propagar estas idéias nocivas, perpetuando valores antiquados e desrespeitosos aos seres humanos. Vários autores falam sobre isso na Pedagogia do Piano, e recomendo o livro "Etudes for Piano Teachers" de Stewart Gordon, que possui excelentes idéias positivas para repensarmos o ensino do instrumento. Sobre a necessidade de ser performer, educador, produtor cultural e tantos outras competências, surgem como resposta às necessidades da atualidade, que exigem uma ampla gama de ações. É raríssimo hoje em dia a figura do instrumentista que possum um empresário para organizar eventos, agendar salas de concerto e conseguir patrocínio... e em geral, a maioria dos instrumentistas acaba lecionando, contribuindo para a disseminação de seu conhecimento musical. Por fim, agradeço às observações de todos. Esta discussão está mostrando que temos muito a caminhar, mas o mais importante já está acontecendo: muitos colegas estão cientes das necessidades emergentes nas áreas de Performance e de Educação Musical. O mais difícil não é trabalhar pela área, mas pelos profissionais que a mantém. Abraço a todos, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 11/10/11, Ana Luisa escreveu: De: Ana Luisa Assunto: Re: Para: "Daniel Lemos" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 11 de Outubro de 2011, 18:05 Olá, Daniel e colegas,  Apertei alguma tecla por engano e minha mensagem saiu cortada, enfim, aqui vai minha observação, sem o mínimo intuito de polemizar, mas sim de entendimento. O que me preocupou foi o tal do "mito". Esse performer que não é educador ficou no texto do Daniel visto como "uma coisa para poucos". Pergunto se alguém aqui já viu ou teve aulas com um professor/performer sem o mínimo talento para ensinar, mas ensinando por necessidade. Alguém? E essa necessidade de ser produtor musical, professor, instrumentista e o que precisar para sobreviver é boa? Então fico realmente em dúvida se o artista que se dedica exclusivamente à performance deve mesmo ser também educador. Gosto mais da idéia do Luciano, de entender as suas especialidades e poder ir em direção a elas, sem mito, apenas ofício.Mas cada um podendo exercer o seu ofício/arte com a excelência que estiver ao seu alcance, na interação performer/educador que ele é capaz de absorver.  Enfim, pelo menos vejo no Daniel uma iniciativa muito conciliadora, o que me fez escrever e parabenizá-lo, antes de mais nada. Entendo seu ponto, mas quis observar esse outro lado. um abraço,Ana -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From biaflauta em yahoo.com.br Wed Oct 12 00:16:15 2011 From: biaflauta em yahoo.com.br (Beatriz Macedo) Date: Tue, 11 Oct 2011 20:16:15 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Enc=3A__=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_?= =?iso-8859-1?q?Ensino_da_performance_nas_Licenciaturas_em_M=FAsica?= In-Reply-To: References: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com> <1318212659.701.YahooMailClassic@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1318389375.24625.YahooMailNeo@web32508.mail.mud.yahoo.com> Olá Simone, Daniel e demais colegas, Concordo com vocês e não podemos nos esquecer que são os licenciados em música que iniciam os jovens na música e no estudo do instrumento em Conservatórios e mesmos em aulas particulares, e muitas vezes estes professores começam a ensinar antes mesmo de entrarem na universidade. Porém, muitas vezes, estes ingressam no curso superior para melhorar sua pedagogia musical no ensino instrumental, mas como fazê-lo sem melhorar sua performance? A universidade é que deve fornecer-lhe esta ferramenta. Antes de ensinar é preciso aprender! Abraços, Beatriz de Macedo Oliveira. ----- Mensagem encaminhada ----- De: simone braga Para: luciano cesar Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Enviadas: Terça-feira, 11 de Outubro de 2011 7:00 Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Olá, Daniel e demais colegas!   Não querendo polemizar, mas sobre o que diz: "Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento". Muitas vezes, esta restrição dos "educadores" (é engraçado, mas nós acabamos usando terminologias ou conceitos que aumentam a pseudo lacuna entre "educação" e "performance"...não é uma coisa só?) é compartilhada por nós professores de instrumento, alucinados para o desenvolvimento de habilidades para a execução instrumental.   Como vc mesmo diz sobre a falência do "mito do concertista", quais as nossas ações, enquanto professores de instrumento, sobretudo, em cursos de licenciatura, para a articulação entre a formação instrumental e a formação pedagógica? Ou devemos alimentar o mito do concertista?   Encerro com suas palavras: "devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso". Acrescentando que nós professores tb devamos repensar sobre as nossas práticas e assumir que somos educadores e nos impor na academia através de trabalhos realizados em parceria.   Abs, Simone Braga.   Em 9 de outubro de 2011 23:10, luciano cesar escreveu: Palestrina, Bach, Leopold Mozart, Beethoven, Liszt, Chopin... Quantos mais temos que citar como exemplos de músicos que exerciam a atividade musical como um conjunto entre composição, performance E ENSINO? > >Assino em baixo com o Daniel e com a profa. Rejane Herder. >Abraços, > >Luciano > >--- Em dom, 9/10/11, Daniel Lemos escreveu: > > >>De: Daniel Lemos >>Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música >>Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br >>Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 16:42 >> >> >> >> >>Caros Parceiros Musicais, >> >>Gostaria de reforçar algumas questões muito pertinentes colocadas por diversos integrantes das Listas, a citar as mensagens de Bruno Torres, do prof. Jorge Antunes e da profa. Rejane Harder (inclusive citei alguns artigos dela ultimamente, pois possuem excelentes idéias), fundamentais para continuar este diálogo. Em primeiro lugar, gostaria de colocar em xeque a diferenciação entre Performance e Educação Musical, realizada em nossas Instituições por questões históricas. Assim, proponho algumas idéias que possam nos "libertar": >> >>1) Compreender que Educação Musical e Performance são áreas afins. O performer deve assumir que na atualidade - com exceção de alguns poucos como Nelson Freire -  ensinar é fundamental para o exercício da Performance Musical. Por dois motivos: >> >>O primeiro é a necessidade de passar este conhecimento a gerações futuras, pois o Ensino da Performance é fortemente ligado à tradição oral, não por falta de pesquisas como alegam alguns colegas "pesquisadores" da Música (alguns fazem questão de se diferenciar), mas pela incapacidade de nossa atrasada tecnologia em registrar informações cinestésicas e táteis, fundamentais para a transmissão dos conhecimentos na Performance Musical (por exemplo ver Teaching Piano em Groups de Christopher Fisher, cujas idéias são pertinentes a todos os instrumentos). Jamais se aprenderá a tocar um instrumento somente ouvindo gravações e lendo livros; precisamos SIM de professores de Instrumento, que ensinem as informações cinestésicas de acordo com as particularidades fisiológicas de cada aluno. >>O segundo seria a própria questão de sobrevivência: o "mito do concertista" não é - nem nunca foi - um perfil musical viável e ativo na sociedade. É uma lenda; temos na verdade que ser, além de instrumentistas, professores, administradores, educadores e produtores culturais (entre as habilidades necessárias ao instrumentista da atualidade). >> >>2) Do lado "oposto", os educadores devem assumir que a Educação Musical existe sim há 40.000 anos (vide o livro 40.000 Ans de Musique de Jacques Chailley), e que há pelo menos 39.800 anos a Educação Musical se voltou à prática da Performance Musical. Música na Educação Básica é um fenômeno recente, que pela restrita visão de nossas Licenciaturas - temos que assumir isto - tem se ententido que a Educação Musical começa com Dalcroze ou Martenot, passando por Orff, Schafer e Swanwick, entre outros. Em geral, há um esquecimento de que esta área é tão antiga quanto a Performance Musical, e que os primeiros referenciais didáticos da Educação Musical são justamente métodos de ensino do instrumento, em especial para Cravo e Órgão, Flauta, Violono e Violoncelo, desde o surgimento da escrita na sociedade Ocidental, em torno do Século XVI. >> >>3) Por fim, reforço que devemos nos mobilizar politicamente em prol da Música. Os instrumentistas devem ter ciência que a participação em Fóruns Estaduas de Cultura asseguram o exercício democrático da distribuição de capital pelo Estado, e se não nos fizermos presentes, o dinheiro vai para outras áreas. Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento. Creio que todos devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso. Para as Universidades, devemos pensar Ensino, Pesquisa e Extensão de forma indissociável; a Pesquisa não é mais importante que o Ensino e a Extensão, e vice-versa. >> >>Enfim, prometo não falar mais por um tempo... desculpem-me se incomodei alguém com estas idéias... >> >> >> >>Daniel Lemos >>Curso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical- musica.ufma.br/ensaio >>Perfil no academia.edu- ufma.academia.edu/dlemos >>Blog Audio Arte- audioarte.blogspot.com >>Universidade Federal do Maranhão >> >> >>--- Em dom, 9/10/11, Rejane Harder escreveu: >> >> >>>De: Rejane Harder >>>Assunto: Re: [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música >>>Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com >>>Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 13:23 >>> >>> >>> >>>Caro professor Daniel e demais integrantes da lista >>>Aqui na Universidade Federal de Sergipe defendemos o ensino de instrumento musical por duas razões principais: Como temos provas específicas, todos os alunos que entram já tocam algum instrumento. Estes alunos tem a oportunidade de se aperfeiçoar no seu instrumento e/ou aprender instrumentos diferentes. A segunda razão é a utilidade de os futuros professores sairem do curso com a habilidade mínima de acompanhar seus alunos em sala de aula nas diferentes atividades musicais, bem como, quando possível, ensinar um instrumento musical para os mesmos. No currículo do nosso curso, o aluno cursa 6 semestres de um instrumento harmônico: ele pode optar entre piano ou violão, mas, precisa seguir com o mesmo instrumento até o fim. São também obrigatórios dois semestres de flauta doce e dois semestres de percussão. Também é obrigatória a disciplina "Pedagogia do instrumento". Ainda existem as optativas que são flauta transversal e canto, ou, mais semestres de violão ou piano. Temos também como obrigatórias a regência coral e a técnica vocal, ente outras disciplinas. Acreditamos na importância de o egresso do Curso de Licenciatura em Música estar preparado musicalmente o máximo que for possível, além, é claro do preparo pedagógico e experiências de ensino. >>>Um grande abraço, >>>Rejane Harder-- >>>Prof.ª Dr.ª Rejane Harder >>>Universidade Federal de Sergipe >>>Núcleo de Música >>>(71) 9239-8584 / (79) 9966-8726 >>> >>>-- >>>Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. >>>Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com >>>Para postar mensagens, envie e-mail para professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com >>>Para obter mais informações, acesse: https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil >>> >>-----Anexo incorporado----- >> >> >> >>________________________________________________ >>Lista de discussões ANPPOM >>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>________________________________________________ >________________________________________________ >Lista de discussões ANPPOM >http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >________________________________________________ > ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From makleber em uol.com.br Tue Oct 11 13:40:52 2011 From: makleber em uol.com.br (MAGALI KLEBER) Date: Tue, 11 Oct 2011 13:40:52 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?b?W0VkdWNhw6fDo28gTXVzaWNhbF0gRW5zaW5vIGRh?= =?utf-8?q?_performance_nas_Licenciaturas_em_M=C3=BAsica?= In-Reply-To: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com> References: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <4e9471941a11d_7018c4d3134525@a2-weasel14.tmail> Um anexo em HTML foi limpo... URL: From makleber em uol.com.br Tue Oct 11 13:44:17 2011 From: makleber em uol.com.br (MAGALI KLEBER) Date: Tue, 11 Oct 2011 13:44:17 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?b?W0VkdWNhw6fDo28gTXVzaWNhbF0gRW5zaW5vIGRh?= =?utf-8?q?_performance_nas_Licenciaturas_em_M=C3=BAsica?= In-Reply-To: References: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com> <1318212659.701.YahooMailClassic@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <4e9472611e8d5_26e6c0e1134191@a2-weasel17.tmail> Um anexo em HTML foi limpo... URL: From ediassuncao em hotmail.com Thu Oct 13 02:12:28 2011 From: ediassuncao em hotmail.com (Edilson Rocha) Date: Thu, 13 Oct 2011 02:12:28 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?b?W0VkdWNhw6fDo28gTXVzaWNhbF0gRW5zaW5vIGRh?= =?utf-8?q?_performance_nas_Licenciaturas_em_M=C3=BAsica?= In-Reply-To: <4e9472611e8d5_26e6c0e1134191@a2-weasel17.tmail> References: <1318185724.59282.YahooMailClassic@web110306.mail.gq1.yahoo.com>, <1318212659.701.YahooMailClassic@web161701.mail.bf1.yahoo.com>, , <4e9472611e8d5_26e6c0e1134191@a2-weasel17.tmail> Message-ID: Saudações a todos os interessados no assunto.Não tenho certeza se determinadas práticas estão claramente definidas e entendidas por todos, por isso, ouso colocar conceitos que talvez sejam óbvios para alguns, mas que talvez não tenham sido em geral claros em determinadas ocasiões. Enquanto práticas, tenho a impressão de que a Educação Musical é tratada em geral como matéria de ensino básico, habitualmente voltada para crianças ou como ferramenta para "alfabetização musical" ou "sensibilização musical", dependendo de como as ementas de cada escola ou educador queiram tratar do assunto. Quando se fala em Ensino de Performance, ou de Execução Musical, parece que o mais corrente é o trato com alunos, estudantes ou profissionais em aprimoramento, que apresentam uma maturidade musical muito maior. Mal comparando, mas sem outra alternativa: enquanto um ensina a ler e entender um texto básico, com a esperança de que o interesse pela leitura persista, o outro se arvora em fazer com que se entenda um texto de James Joice, ambos com resultados mais ou menos felizes nessa empreitada. Tudo é leitura, mas são leituras diferentes.Quero crer que quando se fala em Ensino de Performance e Educação Musical, estamos mesmo falando de coisas diferentes, com objetivos diferentes, e para públicos diferentes. Certamente que um leva ao outro, e as afinidades entre estas áreas são mesmo enormes, mas é possível que a distinção ainda seja útil para orientar os interessados, afinal, pretende-se lidar com públicos distintos. Talvez não valha a pena colocar ambas áreas num mesmo balaio em nome destas afinidades, mas certamente será muito proveitoso que se discutam as especificidades e necessidades de evolução de cada uma. Arrisco a dizer que o Ensino da Performance precisa de mais, muito mais reflexão e que seja esta a hora apropriada para as tais "sandálias da humildade". Não coloco aqui juizos de valores, acho importante ressaltar: o performer e o educador são elementos equivalentes na "cadeia alimentar" da música. O processo que grassa em nosso meio, no entanto, é que reforça a idéia do "mito do concertista", termo muito bem cunhado. Não é incomum que se criem exceções de toda ordem porque "fulano toca muito bem", quase um ser superior seja ele artista popular ou não, erudito ou não. E assim vão nossas faculdades formando concertistas que não se sustentam de concertos, e educadores musicais envergonhados porque "não são tão bons músicos". Imagino que precisemos de educadores que saibam fazer música e professores de performance que dominem recursos pedagógicos, devendo estes últimos se libertarem do "ensino conservatorial", onde cada um prega que só existe uma maneira de tocar bem: a minha!Abraços desde São João del-Rei Edilson RochaProf. AdjuntoDMUSI - UFSJ Acesse o site: www.maestroedilsonrocha.cjb.net Pesquisa, regência, técnica vocal Date: Tue, 11 Oct 2011 13:44:17 -0300 From: makleber em uol.com.br To: moninhabraga em gmail.com CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Cara Simone, obrigada por suas considerações profundas e, tb, muito pertinentes! Abraços, Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Universidade Estadual de Londrina Fone: 43 3371 4761 43 9994 6219 Em 11/10/2011 07:00, simone braga < moninhabraga em gmail.com > escreveu: Olá, Daniel e demais colegas! Não querendo polemizar, mas sobre o que diz: "Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento". Muitas vezes, esta restrição dos "educadores" (é engraçado, mas nós acabamos usando terminologias ou conceitos que aumentam a pseudo lacuna entre "educação" e "performance"...não é uma coisa só?) é compartilhada por nós professores de instrumento, alucinados para o desenvolvimento de habilidades para a execução instrumental. Como vc mesmo diz sobre a falência do "mito do concertista", quais as nossas ações, enquanto professores de instrumento, sobretudo, em cursos de licenciatura, para a articulação entre a formação instrumental e a formação pedagógica? Ou devemos alimentar o mito do concertista? Encerro com suas palavras: "devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso". Acrescentando que nós professores tb devamos repensar sobre as nossas práticas e assumir que somos educadores e nos impor na academia através de trabalhos realizados em parceria. Abs, Simone Braga. Em 9 de outubro de 2011 23:10, luciano cesar escreveu: Palestrina, Bach, Leopold Mozart, Beethoven, Liszt, Chopin... Quantos mais temos que citar como exemplos de músicos que exerciam a atividade musical como um conjunto entre composição, performance E ENSINO? Assino em baixo com o Daniel e com a profa. Rejane Herder. Abraços, Luciano --- Em dom, 9/10/11, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 16:42 Caros Parceiros Musicais, Gostaria de reforçar algumas questões muito pertinentes colocadas por diversos integrantes das Listas, a citar as mensagens de Bruno Torres, do prof. Jorge Antunes e da profa. Rejane Harder (inclusive citei alguns artigos dela ultimamente, pois possuem excelentes idéias), fundamentais para continuar este diálogo. Em primeiro lugar, gostaria de colocar em xeque a diferenciação entre Performance e Educação Musical, realizada em nossas Instituições por questões históricas. Assim, proponho algumas idéias que possam nos "libertar": 1) Compreender que Educação Musical e Performance são áreas afins. O performer deve assumir que na atualidade - com exceção de alguns poucos como Nelson Freire - ensinar é fundamental para o exercício da Performance Musical. Por dois motivos: O primeiro é a necessidade de passar este conhecimento a gerações futuras, pois o Ensino da Performance é fortemente ligado à tradição oral, não por falta de pesquisas como alegam alguns colegas "pesquisadores" da Música (alguns fazem questão de se diferenciar), mas pela incapacidade de nossa atrasada tecnologia em registrar informações cinestésicas e táteis, fundamentais para a transmissão dos conhecimentos na Performance Musical (por exemplo ver Teaching Piano em Groups de Christopher Fisher, cujas idéias são pertinentes a todos os instrumentos). Jamais se aprenderá a tocar um instrumento somente ouvindo gravações e lendo livros; precisamos SIM de professores de Instrumento, que ensinem as informações cinestésicas de acordo com as particularidades fisiológicas de cada aluno. O segundo seria a própria questão de sobrevivência: o "mito do concertista" não é - nem nunca foi - um perfil musical viável e ativo na sociedade. É uma len da; temos na verdade que ser, além de instrumentistas, professores, administradores, educadores e produtores culturais (entre as habilidades necessárias ao instrumentista da atualidade). 2) Do lado "oposto", os educadores devem assumir que a Educação Musical existe sim há 40.000 anos (vide o livro 40.000 Ans de Musique de Jacques Chailley), e que há pelo menos 39.800 anos a Educação Musical se voltou à prática da Performance Musical. Música na Educação Básica é um fenômeno recente, que pela restrita visão de nossas Licenciaturas - temos que assumir isto - tem se ententido que a Educação Musical começa com Dalcroze ou Martenot, passando por Orff, Schafer e Swanwick, entre outros. Em geral, há um esquecimento de que esta área é tão antiga quanto a Performance Musical, e que os primeiros referenciais didáticos da Educação Musical são justamente métodos de ensin o do instrumento, em especial para Cravo e Órgão, Flauta, Violono e Violoncelo, desde o surgimento da escrita na sociedade Ocidental, em torno do Século XVI. 3) Por fim, reforço que devemos nos mobilizar politicamente em prol da Música. Os instrumentistas devem ter ciência que a participação em Fóruns Estaduas de Cultura asseguram o exercício democrático da distribuição de capital pelo Estado, e se não nos fizermos presentes, o dinheiro vai para outras áreas. Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento. Creio que todos devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso. Para as Universidades, devemos pensar Ensino, Pesquis a e Extensão de forma indissociável; a Pesquisa não é mais importante que o Ensino e a Extensão, e vice-versa. Enfim, prometo não falar mais por um tempo... desculpem-me se incomodei alguém com estas idéias... Daniel Lemos Curso de Música/DEART - musica.ufma.br Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 9/10/11, Rejane Harder escreveu: De: Rejane Harder Assunto: Re: [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 13:23 Caro professor Daniel e demais integrantes da lista Aqui na Universidade Federal de Sergipe defendemos o ensino de instrumento musical por duas razões principais: Como temos provas específicas, todos os alunos que entram já tocam algum instrumento. Estes alunos tem a oportunidade de se aperfeiçoar no seu instrumento e/ou aprender instrumentos diferentes. A segunda razão é a utilidade de os futuros professores sairem do curso com a habilidade mínima de acompanhar seus alunos em sala de aula nas diferentes atividades musicais, bem como, quando possível, ensinar um instrumento musical para os mesmos. No currículo do nosso curso, o aluno cursa 6 semestres de um instrumento harmônico: ele pode optar entre piano ou violão, mas, precisa seguir com o mesmo instrumento até o fim. São também obrigatórios dois semestres de flauta doce e dois semestres de percussão. Também é obrigatória a disciplina "Pedagogia do instrumento". Ainda existem as optativas que são flauta transversal e canto, ou, mais semestres de vi olão ou piano. Temos também como obrigatórias a regência coral e a técnica vocal, ente outras disciplinas. Acreditamos na importância de o egresso do Curso de Licenciatura em Música estar preparado musicalmente o máximo que for possível, além, é claro do preparo pedagógico e experiências de ensino. Um grande abraço, Rejane Harder -- Prof.ª Dr.ª Rejane Harder Universidade Federal de Sergipe Núcleo de Música (71) 9239-8584 / (79) 9966-8726 -- Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com Para postar mensagens, envie e-mail para professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com Para obter mais informações, acesse: https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Thu Oct 13 02:18:55 2011 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Thu, 13 Oct 2011 02:18:55 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] NOVAS regras da ABNT (Teses em frente-e-verso) Message-ID: *Revisões de normas do Comitê Brasileiro de Informação e Documentação* O Comitê Brasileiro de Informação e Documentação (ABNT/CB-14) concluiu o processo de atualização de duas normas: - ABNT NBR 14724:2011 ? *Informação e documentação ? Trabalhos acadêmicos ? Apresentação* - ABNT NBR 15287:2011 ? *Projeto de pesquisa ? Apresentação .* As normas são utilizadas por estudantes, professores e instituições de ensino para elaboração e apresentação de dissertações, teses, trabalhos acadêmicos e projetos. ?As revisões são realizadas para adaptar as necessidades que surgem com a utilização da norma publicada. No caso da ABNT NBR 14724 e da ABNT NBR 15287, as alterações serviram para valorizar o conteúdo do trabalho ou do projeto ?, explica a gestora do ABNT/CB-14, Rosa Maria Corrêa. Dentre as alterações, foram contemplados requisitos para não agredir o meio ambiente ?Adicionamos a *opção de impressão na frente e no verso do papel*do trabalho ou projeto e, também, o *uso do papel reciclável*?, afirma Rosa. Além das publicações, o Comitê disponibiliza para Consulta Nacional, até 11/04/2011, a revisão da norma ABNT NBR 10719 ? *Informação e documentação ? Relatório técnico e/ou científico ? Apresentação*, que cancelará e substituirá a edição anterior do ano de 2009. Para participar da votação do projeto, acesse:http://www.abntonline.com.br/consultanacional/ Fonte: http://www.abnt.org.br/m5.asp?cod_noticia=624&cod_pagina=965 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From mtclaudiazanini em gmail.com Thu Oct 13 21:52:40 2011 From: mtclaudiazanini em gmail.com (Claudia Zanini) Date: Thu, 13 Oct 2011 21:52:40 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?EMAC/UFG_-_Divulga=E7=E3o_do_36=BA_?= =?iso-8859-1?q?Festival_Nacional_de_M=FAsica_-_Homenagem_=E0_=22Es?= =?iso-8859-1?q?t=E9rcio_Marquez_Cunha=22?= Message-ID: Boa Noite! Encaminho a divulgação do 36º Festival Nacional de Música da Escola, uma realização da Escola de Música e Arte Cênicas da Universidade Federal de Goiás. O link para as inscrições é http://eventos.ufg.br/SIEC/portalproec/sites/gerar_site.php?ID_SITE=4601 Mais informações pelo site da Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) [image: 36 Festival WEB.jpg] Escola de Música e Artes Cênicas da UFG Comissão Organizadora do Festival -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: 36 Festival WEB.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 315539 bytes Descrição: não disponível URL: From magali.kleber em gmail.com Fri Oct 14 00:20:15 2011 From: magali.kleber em gmail.com (magali kleber) Date: Fri, 14 Oct 2011 00:20:15 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?aos_interessados_em_lan=E7ar_public?= =?iso-8859-1?q?a=E7=F5es=2C_Cds_e_DVDs?= Message-ID: Boa noite, solicito divulgação! http://www.xxcongressonacionaldaabem.com.br -- Magali Kleber niversidade Estadual de Londrina Fone 55 43 9994 6219 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From magali.kleber em gmail.com Fri Oct 14 12:09:50 2011 From: magali.kleber em gmail.com (magali kleber) Date: Fri, 14 Oct 2011 12:09:50 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?URGENTE_-_PEC_DA_M=DASICA?= In-Reply-To: References: Message-ID: Caros coleg em s, solicito ampla divulgação dessa votação! E´importante, quem puder, participar! Estamos vendo uma movimentação da população - nas ruas tb- em torno de causas políticas.... Essa nós interessa diretamente! }ABraços, Magali ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Carlos Mills Data: 14 de outubro de 2011 08:58 Assunto: [Rede Música Brasil] URGENTE - PEC DA MÚSICA Para: rede_musica_brasil em googlegroups.com, rede-musica-nordeste em googlegroups.com Prezados, Existe um acordo de líderes para votar a PEC da Música (PEC 98/07, texto em anexo) entre os dias *18/10 e 19/10* na Câmara dos Deputados. A ABMI está se movimentando intensamente para esta votação e levará artistas de projeção nacional para fazer pressão nestes dois dias. É importante que todos os setores interessados também se mobilizem e reverberem esta demanda para conseguirmos uma vitória histórica para a Música Brasileira. Segue link com o discurso da Jandira Feghali semana passada no Plenário da Câmara: http://www.sigajandira.com.br/wp-content/uploads/2011/10/C%C3%A2mara-volta-a-adiar-a-PEC-da-M%C3%BAsica.wmv *A Proposta de Emenda à Constituição também confere imunidade de impostos aos arquivos digitais. *Vamos divulgar a notícia para esta importante conquista! Abçs! -- Carlos Mills - Mills Records ABMI - Vice-Presidente www.millsrecords.com.br R. Alcindo Guanabara, 24 / 903 Rio de Janeiro - Centro - 20031-130 BRASIL + (55-21) 2240-1380 / 3549-6381 SKYPE: carlos_mills Facebook: http://on.fb.me/nBv3PK Twitter: http://twitter.com/CarlosMills gravação ao vivo: www.mosaicomobile.com.br cds recomendados: www.distribo.com.br -- Carlos Mills - Mills Records ABMI - Vice-Presidente www.millsrecords.com.br R. Alcindo Guanabara, 24 / 903 Rio de Janeiro - Centro - 20031-130 BRASIL + (55-21) 2240-1380 / 3549-6381 SKYPE: carlos_mills Facebook: http://on.fb.me/nBv3PK Twitter: http://twitter.com/CarlosMills gravação ao vivo: www.mosaicomobile.com.br cds recomendados: www.distribo.com.br -- Carlos Mills - Mills Records ABMI - Vice-Presidente www.millsrecords.com.br R. Alcindo Guanabara, 24 / 903 Rio de Janeiro - Centro - 20031-130 BRASIL + (55-21) 2240-1380 / 3549-6381 SKYPE: carlos_mills Facebook: http://on.fb.me/nBv3PK Twitter: http://twitter.com/CarlosMills gravação ao vivo: www.mosaicomobile.com.br cds recomendados: www.distribo.com.br -- Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Rede Música Brasil" dos Grupos do Google. Para postar neste grupo, envie um e-mail para Rede_Musica_Brasil em googlegroups.com. Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para Rede_Musica_Brasil+unsubscribe em googlegroups.com. Para obter mais opções, visite esse grupo em http://groups.google.com/group/Rede_Musica_Brasil?hl=pt-BR. -- Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2009-2011 Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 9994 6219 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: PEC_98_2007.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 17743 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: MUSICA_BRASILEIRA_AGRADECE.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 95737 bytes Descrição: não disponível URL: From ppsalles em usp.br Sat Oct 15 13:42:13 2011 From: ppsalles em usp.br (ppsalles em usp.br) Date: Sat, 15 Oct 2011 13:42:13 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?_mais_uma_da_ORDEM_DOS_M=DASICOS?= In-Reply-To: References: Message-ID: <20111015134213.475522vvvfsxiwv9@webmail.usp.br> divugando: Ordem dos Músicos perdeu mais uma no STF: músicos populares de Pernambuco venceram 6 outubro 2011 Sem alarde, foi publicada no Diário da Justiça Eletrônica, na edição 186/2011, do dia 27 de setembro de 2011 (clique aqui para ver), a decisão monocrática da Ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, negando seguimento ao recurso extraordinário (RE 600497) interposto pela Ordem dos Músicos do Brasil/Conselho Regional de Pernambuco contra acórdão (julgamento) do Tribunal Regional Federal da 5a Região, que decidiu: Controle e fiscalização do exercício da profissão de músico. Inscrição na Ordem dos Músicos que é exigida apenas para compositores, regentes, copistas, instrumentistas, solistas, integrantes de corais e professores em relação aos quais de exijam conhecimentos técnicos, nos termos dos arts. 30 a 39 da Lei 3.857/60. Prevalência nos demais casos, dos princípios constitucionais da livre expressão artística e da liberdade de exercício profissional. Em sua decisão, a ministra Cármem Lúcia mencionou entendimento firmado pelo STF em decisão anterior (relembre aqui), em que ?a atividade de músico não está condicionada à inscrição deste na Ordem dos Músicos do Brasil e à comprovação de quitação de anuidade, sob pena de afronta ao livre exercício da profissão?. Como se trata de uma ação civil pública, a sentença declaratória possui efeitos erga omnes no território de Pernambuco, ou seja, em favor de todos os músicos que exerçam a atividade (residentes ou não) no Estado de Pernambuco. Após o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, a sentença transitou em julgado, isto é, não cabe mais recurso. O Ministério Público Federal ainda pode promover a execução da sentença pedindo a imposição de multa à OMB/PE no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) para cada caso de cobrança da anuidade ou exigência da inscrição dos músicos populares, não incluídos nas restrições a que continuaram sujeitos os músicos graduados de nível superior. Por outro lado, os músicos populares, se cobrados ou exigidos, também podem fazer uma reclamação ao Ministério Público Federal em Pernambuco, comprovando o descumprimento da decisão. Entenda o caso O processo teve início em 05 de junho de 2003, na 12a Vara da Justiça Federal em Pernambuco (2003.83.00.013146-6), quando o Ministério Público Federal, na pessoa da Procuradora da República Sônia Maria de Assunção Macieira, entrou com uma ação civil pública pedindo a suspensão da exigência do art. 28 da lei 3.857/60 para o exercício da profissão de músico, autorizando todo cidadão, independentemente de formação acadêmica, a exercê-la livremente no âmbito do Estado de Pernambuco; bem como suspender a obrigação prevista nos artigos 16, 17 e 18 da Lei n° 3.857/60, no que diz respeito à necessidade de inscrição dos músicos atuantes no Estado de Pernambuco perante a Ordem dos Músicos do Brasil, ou quaisquer dos seus Conselhos Regionais, bem assim perante o Ministério da Educação, para fins de exercício da profissão de músico. A sentença da juíza federal Danielle Souza de Andrade e Silva julgou procedente a demanda, declarando a inexistência de relação jurídica que imponha a limitação, no Estado de Pernambuco, do exercício da profissão de músico apenas aos que preencham o requisito do art. 28 da lei 3.857/60, bem como a obrigação de inscrição na Ordem dos Músicos do Brasil e de terem diplomas registrados no Ministério da Educação. Condenou-se, ainda, a OMB a se abster de exigir, em caráter compulsório, o pagamento de anuidades de seus membros e o registro como condição ao exercício da profissão de músico no estado de Pernambuco. Em seguida, a OMB/PE recorreu ao Tribunal Regional Federal da 5a Região, onde o desembargador federal Lázaro Guimarães, relator do processo, deu parcial provimento ao apelo. Ele reconheceu que a Ordem dos Músicos está autorizada pela lei 3.857/60 a exercer o controle da profissão de músico, mas nos termos da lei e dentro da interpretação razoável. ?A inscrição na Ordem dos Músicos só deve ser exigida dos músicos diplomados em cursos superiores e que exerçam atividade em função dessa qualificação, bem como dos que exercem a função de magistério e sejam regentes de orquestras, ou delas participem como integrantes. Os músicos que simplesmente apresentam-se para sobreviver, e que representam a cultura popular, não podem sofrer qualquer exigência que configure restrição à atividade artística?, argumentou o desembargador federal. ?A toda evidência, o repentista que percorre as ruas da cidade tocando e cantando em busca de sobrevivência, ou o cantor popular, ou o instrumentista (violonista, flautista, organista) que se apresente sem indicação de formação técnica, nenhum deles está obrigado à prévia inscrição na Ordem dos Músicos, dada a prevalência dos princípios da livre expressão artística e da liberdade do exercício profissional. Em outros termos, somente a interpretação sistemática, mas estrita, dos dispositivos legais poderá limitar o exercício da profissão de músico.? E concluiu: ?ante o exposto, dou parcial provimento aos apelos e á remessa oficial, para julgar procedente, a ação civil pública, para declarar a inexistência de relação que obrigue a inscrição no Conselho Regional da Ordem dos Músicos do Brasil de músicos populares que não exerçam atividades técnicas definidas nos arts. 30 a 39 da lei 3.857/60?. .............. Para ler na íntegra o acórdão do Tribunal Regional Federal da 5a Região clique em http://www.trf5.jus.br/archive/2005/10/200383000131466_20051014.pdf From rogeriobudasz em yahoo.com Sat Oct 15 13:52:55 2011 From: rogeriobudasz em yahoo.com (Rogerio Budasz) Date: Sat, 15 Oct 2011 09:52:55 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Lan=C3=A7amento=3A_PROGRESS=C3=83O_LINEA?= =?utf-8?q?R=3A_UMA_BREVE_INTRODU=C3=87=C3=83O_=C3=80_TEORIA_DE_SCHENKER?= =?utf-8?q?=2C_de_Orlando_Fraga?= In-Reply-To: Message-ID: <1318697575.11898.YahooMailClassic@web160606.mail.bf1.yahoo.com> Encaminhando... Favor divulgar======================= Lançamento do livro PROGRESSÃO LINEAR: UMA BREVE INTRODUÇÃO À TEORIA DE SCHENKER, de Orlando Fraga O livro poderá ser adquirido diretamente com a EDUEL - Editora da Universidade Estadual de Londrina [http://www.uel.br/editora/portal/] ou Livraria Cultura [http://www.livrariacultura.com.br]   PROGRESSÃO LINEAR: UMA BREVE INTRODUÇÃO À TEORIA DE SCHENKER oferece uma introdução ao pensamento schenkeriano de forma graduada e controlada, tornando-a acessível à maioria dos estudantes de música. A experiência tem demonstrado que isto é possível através de definições claras e didaticamente ordenadas, a partir do pressuposto de que o estudante possui pouca ou nenhuma experiência analítica. Isto não significa que este mesmo estudante não deva saber teoria musical. Uma base razoável de harmonia e contraponto é pré-requisito. Nas últimas décadas quase tudo que se escreveu sobre teoria musical, em especial em análise, passa de uma forma ou de outra pelos princípios formulados por Schenker. A ausência desta disciplina nos currículos dos cursos de graduação e pós-graduação nas escolas de música no Brasil alija o estudante desta parte importante do pensamento teórico contemporâneo, excluindo-o compulsoriamente de toda uma bibliografia fundamental para o entendimento da música em nossos dias. É também um livro prático. Nele são apresentados e desenvolvidos dois princípios básicos: significado e coerência estrutural. Para lidar com estes conceitos, o estudante é levado a construir gráficos com o intuito de reduzir a partitura a um tamanho mais manejável e, a partir daí, determinar a coerência estrutural da obra musical. Como o próprio nome indica, trata-se de uma introdução onde os modelos analíticos são aplicados em obras de pequeno porte.  A continuidade, portanto, depende de material complementar a ser publicado oportunamente. De qualquer forma, o conteúdo deste livro fornece material suficiente para preencher um semestre acadêmico - ou dois, com alguma complementação ? nos últimos anos da graduação ou, preferivelmente, na pós-graduação. Orlando Fraga orlandofraga em pop.com.br -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From g_bortz em hotmail.com Sat Oct 15 19:02:43 2011 From: g_bortz em hotmail.com (Graziela Bortz) Date: Sat, 15 Oct 2011 22:02:43 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?atualiza=E7=E3o_I_Simp=F3sio_Paulis?= =?iso-8859-1?q?ta_de_Sa=FAde_do_M=FAsico?= Message-ID: Para divulgação: Caros colegas, Por favor, confiram a programação atualizada do I Simpósio Paulista de Saúde do Músico, onde consta agora, como conferencista no dia 19 a partir das 14h, o violonista do grupo Pau Brasil, Paulo Bellinati: http://wwwsimposiosaudedomusico.blogspot.com/2011/09/cronograma.html Se puderem, confiram minha entrevista na Rádio Cultura FM no programa de Alexandre Machado na segunda-feira, dia 17/10 entre 8h e 9h (para aqueles que estiverem no trânsito em SP!). As inscrições poderão ser feitas pelo blog: http://wwwsimposiosaudedomusico.blogspot.com/2011/09/inscricoes.html , ou ainda durante o evento. Abraços, Graziela -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Sat Oct 15 23:46:38 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Sat, 15 Oct 2011 23:46:38 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?mais_uma_da_ORDEM_DOS_M=DASICOS?= In-Reply-To: <20111015134213.475522vvvfsxiwv9@webmail.usp.br> References: <20111015134213.475522vvvfsxiwv9@webmail.usp.br> Message-ID: O resultado é curioso, se não humorístico, na medida em que sanciona dois tipos de atividade musical: a *normatizada*, cuja prática é duplamente regulada, pelo ensino formal e pela OMB (lançando em descrédito a instituição universitária), e à qual se conferem prerrogativas constitucionais limitadas; e a *ignara*, de prerrogativas constitucionais ilimitadas, mas cuja prática, na prática, é regulada pela instituição policial e pelas Forças Armadas. Carlos 2011/10/15 > divugando: > > Ordem dos Músicos perdeu mais uma no STF: músicos populares de Pernambuco > venceram > 6 outubro 2011 > > -- carlos palombini resident professor institute for transdisciplinary advanced studies researcher id e-mail -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Oct 16 10:56:10 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sun, 16 Oct 2011 05:56:10 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?mais_uma_da_ORDEM_DOS_M=DASICOS?= In-Reply-To: Message-ID: <1318769770.52050.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Pois é... parece que pra quem faz uma Graduação em Música, as condições são piores... acaba sendo melhor continuar no "autodidatismo"... Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 16/10/11, Carlos Palombini escreveu: De: Carlos Palombini Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] mais uma da ORDEM DOS MÚSICOS Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 16 de Outubro de 2011, 0:46 O resultado é curioso, se não humorístico, na medida em que sanciona dois tipos de atividade musical: a normatizada, cuja prática é duplamente regulada, pelo ensino formal e pela OMB (lançando em descrédito a instituição universitária), e à qual se conferem prerrogativas constitucionais limitadas; e a ignara, de prerrogativas constitucionais ilimitadas, mas cuja prática, na prática, é regulada pela instituição policial e pelas Forças Armadas. Carlos 2011/10/15 divugando: Ordem dos Músicos perdeu mais uma no STF: músicos populares de Pernambuco venceram 6 outubro 2011 -- carlos palombini resident professor institute for transdisciplinary advanced studies researcher id e-mail -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodolfo.caesar em gmail.com Sun Oct 16 11:52:40 2011 From: rodolfo.caesar em gmail.com (Rodolfo Caesar) Date: Sun, 16 Oct 2011 11:52:40 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?mais_uma_da_ORDEM_DOS_M=DASICOS?= In-Reply-To: References: <20111015134213.475522vvvfsxiwv9@webmail.usp.br> Message-ID: E traz mais um dado humorístico, senão ridículo: quem tem o poder para decidir o que se encaixará na categoria *ignaro*? O *douto*?! abs, Rodolfo 2011/10/15 Carlos Palombini : > > O resultado é curioso, se não humorístico, na medida em que sanciona dois > tipos de atividade musical: a normatizada, cuja prática é duplamente > regulada, pelo ensino formal e pela OMB (lançando em descrédito a > instituição universitária), e à qual se conferem prerrogativas > constitucionais limitadas; e a ignara, de prerrogativas constitucionais > ilimitadas, mas cuja prática, na prática, é regulada pela instituição > policial e pelas Forças Armadas. > > Carlos > > 2011/10/15 >> >> divugando: >> >> Ordem dos Músicos perdeu mais uma no STF: músicos populares de Pernambuco >> venceram >> 6 outubro 2011 >> > > -- > carlos palombini > resident professor > institute for transdisciplinary advanced studies > researcher id > e-mail > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > From cpalombini em gmail.com Sun Oct 16 23:16:03 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Sun, 16 Oct 2011 23:16:03 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?mais_uma_da_ORDEM_DOS_M=DASICOS?= In-Reply-To: References: <20111015134213.475522vvvfsxiwv9@webmail.usp.br> Message-ID: É essa a melhor parte: como estamos entre os doutos, podemos escolher estar entre os ignaros, conforme prefiramos nos haver com o chefe de departamento e a OMB ou com a Polícia e as Forças Armadas. Independente de nossa escolha, se não estivermos em Pernambuco, cabe recurso à autoridade Judiciária em qualquer caso. 2011/10/16 Rodolfo Caesar > E traz mais um dado humorístico, senão ridículo: quem tem o poder para > decidir o que se encaixará na categoria *ignaro*? O *douto*?! > > -- carlos palombini resident professor institute for transdisciplinary advanced studies researcher id e-mail -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Tue Oct 18 10:22:17 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Tue, 18 Oct 2011 10:22:17 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Convocat=F3ria_de_resumos=2C_IASPM_?= =?iso-8859-1?q?2012=2C_C=F3rdoba?= In-Reply-To: References: Message-ID: From: jorge cardoso filho Date: 2011/10/18 Subject: Convocatória de resumos, IASPM 2012, Córdoba Caros, peço, pro favor, que divulguem e submetam resumos, caso haja interesse. O prazo de submissão foi prorrogado para 06 de novembro. Os interessados em enviar resumos para simpósios, devem enviá-los diretamente para os coordenadores. Aqueles que desejarem submeter para "temas livres" podem seguir as instruções na própria circular. -- carlos palombini resident professor institute for transdisciplinary advanced studies researcher id e-mail -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: TERCERA CIRCULAR[1].pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 208208 bytes Descrição: não disponível URL: From mulhoa em unirio.br Tue Oct 18 10:28:47 2011 From: mulhoa em unirio.br (=?ISO-8859-1?Q?Martha_Ulh=F4a?=) Date: Tue, 18 Oct 2011 13:28:47 +0100 Subject: [ANPPOM-Lista] FW: Visiting Fellowship scheme - AHRC Research Centre for Musical Performance as Creative Practice In-Reply-To: References: <6152202775C14958A463CF0430DB7CCC@cc.rhul.local> <4E9D4FF6.3020701@kcl.ac.uk> Message-ID: > Date: Tue, 18 Oct 2011 11:07:50 +0100 > From: daniel.leech-wilkinson em KCL.AC.UK > Subject: Fwd: Visiting Fellowship scheme - AHRC Research Centre for Musical Performance as Creative Practice > To: MUS-PERF-REC em JISCMAIL.AC.UK > > The AHRC Research Centre for Musical Performance as Creative Practice > (CMPCP) is offering Visiting Fellowships on a competitive basis to > musicologists, musicians and those working in cognate fields from the UK and > overseas who wish to spend up to three months undertaking collaborative > research at any one of the Centre's partner institutions, i.e. University of > Cambridge, King's College London, University of Oxford, and Royal Holloway, > University of London. Visiting Fellows will have the opportunity to gain > exposure to CMPCP's research activities, to share their work with CMPCP > staff and students both at the institution where they are based and > throughout CMPCP, and to contribute to the activities supported by the > Performance Studies Network. Each Visiting Fellow will be able to claim for > eligible maintenance expenses incurred during the period of the Fellowship > up to a stated maximum; relevant travel costs to and/or within the UK will > also be reimbursed, subject to prior approval. > > The research undertaken during a CMPCP Visiting Fellowship must address, > whether directly or indirectly, one or more of the following research > questions, which lie at the heart of CMPCP's work in general: > > -- How is musical performance creative, and what knowledge is creatively > embodied in musical performance? > -- How does music in performance - and the very act of performance - take > shape over time? > -- How does understanding musical performance as a creative practice vary > across different global contexts, idioms and performance conditions? > > Applicants for Visiting Fellowships are expected to have completed a > doctorate prior to applying or to have equivalent professional experience > prior to applying. > > The Visiting Fellowship scheme is divided into five phases, the first of > which will commence in April 2012 (application deadline: 1 December 2011). > Further details and an application form can be found by following the link > at http://www.cmpcp.ac.uk/fellowships.html. > > Please note that in Phase 1 (for Visiting Fellowships starting between 1 > April and 30 September 2012), priority may be given to applicants who wish > to be based at King's College London in association with CMPCP's 'Shaping > music in performance' project. > > Enquiries to Dr David Mawson (CMPCP Coordinator) at dgm41 em cam.ac.uk. -- Martha Tupinambá de Ulhôa Professora Titular Instituto Villa Lobos - PPGM - UNIRIO Senior Research Fellow King's College London (mai 2011 - fev 2012) King's: +44 (0)20 7848 1384 Mobile: +44 (0)75 4932 6912 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From l.wilke em hotmail.com Wed Oct 19 08:47:53 2011 From: l.wilke em hotmail.com (Luciane Garbosa) Date: Wed, 19 Oct 2011 10:47:53 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] Revista da ABEM n.27 - Chamada de Trabalhos Message-ID: REVISTA DA ABEM 27 A Revista da ABEM, publicação da Associação Brasileira de Educação Musical, inscrita sob número ISSN 1518-2630, Qualis B1, divulga a chamada de artigos para o número 27, de jan./jun. de 2012, a qual estará aberta de 01 a 30 de novembro. A revista apresenta como objetivo divulgar a pluralidade do conhecimento em Educação Musical, seja de cunho científico, através de relatos de pesquisa; de cunho teórico, através de reflexões acerca dos novos paradigmas educacionais, políticos e culturais; ou de cunho histórico, contextualizando as práticas atuais sob a perspectiva histórica. Trata-se de um periódico científico que publica artigos acadêmicos de colaboradores nacionais e internacionais, em português, inglês e espanhol, após avaliação cega por pares. A revista é publicada bimestralmente, desde 1991, garantindo o acesso a todo seu conteúdo, bem como a disponibilidade online das edições anteriores (http://www.abemeducacaomusical.org.br/revistas.html). A publicação está organizada em três seções: 1. Artigos científicos (trabalhos originais; ensaios acadêmicos e revisões sistemáticas); 2. Resenhas (lançamentos atuais da área); 3. Documentos e debates. SUBMISSÂO Os trabalhos devem ser encaminhados à: Editoria da Revista da ABEM e-mail: revistaabem em hotmail.com -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Chamada27.doc Tipo: application/octet-stream Tamanho: 1001984 bytes Descrição: não disponível URL: From magali.kleber em gmail.com Wed Oct 19 09:20:56 2011 From: magali.kleber em gmail.com (magali kleber) Date: Wed, 19 Oct 2011 09:20:56 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?PEC_=5F_urgente_movimento_da_=E1rea?= =?iso-8859-1?q?=5F_Lideran=E7as_Partidarias?= Message-ID: ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Carlos Mills Data: 19 de outubro de 2011 00:58 Assunto: [Rede Música Brasil] Lideranças Partidarias Para: rede_musica_brasil em googlegroups.com Prezados, escrevo de Brasilia. O Presidente da Camara dos Deputados, Marco Maia, marcou hoje (18/10/2011) em reunião de líderes a votação da PEC da Música para amanhã. A PEC propõe um tratamento tributário isonômico entre livros e CDs e DVDs, e se aplica também aos arquivos digitais. Mas ainda contamos com uma grande resistência dos parlamentares de Manaus contra a PEC. Desta forma, solicitamos a todos desta lista que se identifiquem com o espírito da PEC da Música, que encaminhem emails para as lideranças partidárias (contatos em anexo). Estaremos aqui até amanhã, na esperança de que esta luta de 4 anos possa se transformar numa vitória histórica em favor da música e da diversidade cultural brasileira. ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Dep. Jandira Feghali Data: 18 de outubro de 2011 20:40 Assunto: Lideranças Partidos Para: manaxica em manaxica.com.br Cc: carlosmills em gmail.com ** ** -- Carlos Mills - Mills Records ABMI - Vice-Presidente www.millsrecords.com.br R. Alcindo Guanabara, 24 / 903 Rio de Janeiro - Centro - 20031-130 BRASIL + (55-21) 2240-1380 / 3549-6381 SKYPE: carlos_mills Facebook: http://on.fb.me/nBv3PK Twitter: http://twitter.com/CarlosMills gravação ao vivo: www.mosaicomobile.com.br cds recomendados: www.distribo.com.br -- Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Rede Música Brasil" dos Grupos do Google. Para postar neste grupo, envie um e-mail para Rede_Musica_Brasil em googlegroups.com. Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para Rede_Musica_Brasil+unsubscribe em googlegroups.com. Para obter mais opções, visite esse grupo em http://groups.google.com/group/Rede_Musica_Brasil?hl=pt-BR. -- Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2009-2011 Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 9994 6219 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Lideranças.doc Tipo: application/msword Tamanho: 70144 bytes Descrição: não disponível URL: From maodn1 em gmail.com Thu Oct 20 09:29:08 2011 From: maodn1 em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?M=E1rio_Del_Nunzio?=) Date: Thu, 20 Oct 2011 09:29:08 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] Defesa de mestrado + Concertos Message-ID: Olá a todos, Duas coisas, para quem eventualmente se interessar: 1) Amanhã, sexta-feira, dia 21, às 14h, defendo meu mestrado, que tem o seguinte título: Fisicalidade: potências e limites da relação entre corpo e instrumento em práticas musicais atuais. Se alguém tiver interesse de assistir à defesa, aparentemente ela ocorrerá na sala de videoconferência (?), primeiro andar do prédio central da ECA / USP. . 2) Semana que vem, dia 26 outubro, às 20h, toco em duo com Henrique Iwao no SESC Belenzinho. Tocaremos três peças para teclado, guitarra e eletrônica ao vivo. Nesse mesmo dia apresenta-se o saxofonista e compositor alemão Ulrich Krieger, músico de extensa atuação tanto no campo da música contemporânea quanto no underground, e autor, dentre outros trabalhos, de diversas transcrições de obras de música eletroacústica / noise para o grupo zeitkratzer. Ele tocará "RAW - Desert Towns of California", conjunto de 5 peças para saxofone e eletrônica ao vivo. No dia seguinte, 27, a partir das 20h, também no SESC Belenzinho, haverá apresentação do duo World as Will (Tetsuo Furudate e Zbigniew Karkowski), diretamente do Japão. A vinda desses grupos estrangeiros foi idealizada por J.P. Caron e é uma produção do Ibrasotope. Mais informações em: http://ibrasotope.blogspot.com/. Garantam seus ingressos! Até breve, Mário -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From andrefadel em gmail.com Thu Oct 20 10:13:49 2011 From: andrefadel em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?Andr=E9_Fadel?=) Date: Thu, 20 Oct 2011 10:13:49 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= Message-ID: *A palhaçada do Concurso de Piano de Tatuí* (*Para aqueles que quiserem ir direto ao assunto, podem pular para a segunda parte*) *1. Considerações sobre concursos de instrumento* Todo concurso é polêmico. É uma das piores maneiras de se descobrir e premiar instrumentistas porque é um procedimento que foge à natureza da arte. Em arte não deveria haver competição. Mas músicos ? como todo animal mamífero ? têm espírito competitivo e querem se destacar para poderem sobreviver às intempéries mundanas. Afinal, o mundo é selvagem demais e todo esforço é pouco para se alcançar a caça e dominar o fogo. Observando os concursos internacionais mais importantes tem-se a impressão de que estes eventos não diferem muito das Olimpíadas: pessoas sacrificam boa parte da fase produtiva de suas vidas esperando obter, em lapso de minutos, um breve reconhecimento pelos seus esforços. Não devemos esquecer que os músicos estão lá por livre e espontânea... necessidade. Para abocanharem contratos, prêmios e turnês todos devem se submeter ao crivo de um jurado. Concursos lembram a democracia de Churchill, que dizia que esta é a pior forma de governo, tirando todas as outras já existentes. A diferença é que, se a oportunidade do instrumentista não aparecer por meio do concurso, deverá ocorrer por meio de relações sociais e políticas, o que complica e muito as coisas para a maioria que não tem sobrenome, seita ou outros círculos de amizade. Também existe um lado bom para os competidores, independentemente dos resultados. Quando alguém se prepara para um concurso, ocorre um processo de grande superação dos próprios limites. Pode-se aprender menos em termos quantidade de repertório, mas há coisas que só são conquistadas por processos intensos e contínuos. Heinrich Neuhaus comparou uma vez o estudo do piano com a fervura da água, pois esta não borbulha se o fogo for desligado de tempos em tempos. Além disso, há também o lado emocional. Seja com traumas ou láureas, competidores sempre aprendem. Vendo o crescente número de competições no mundo, a prática está longe de ser abolida ou substituída. Contudo, algumas iniciativas estão sendo tomadas para aumentar sua transparência. Uma delas foi adotada apenas recentemente pelo 14º. Concurso Tchaikovsky, cujas etapas foram teletransmitidas ao vivo e no qual foi dada aos espectadores a oportunidade de opinarem e se manifestarem sobre os concorrentes. A tecnologia hoje permite muitos procedimentos e, quando se trata de concurso musical, a gravação deveria ser o mais elementar deles. Outras sugestões são apresentadas em um ótimo artigode Michael Johnson. Eu, pessoalmente, não aguento assistir a concursos de piano. Normalmente são chatos e muito cansativos. As provas são longas, os repertórios variam pouco e a pressão é desumana. Às vezes parece que estão tentando enfiar o músico numa lâmina microscópica para a análise de suas virtudes e defeitos. Mas o espírito da competição é esse, da mesma forma que a natureza seleciona os mais aptos a sobreviverem. Apesar disso, não hesito em participar de um ou outro quando as exigências do edital coincidem com o repertório que estou estudando. Seja para fins competitivos ou artísticos, quando estou ao instrumento procuro esquecer todo o lixo que está em volta e imergir na música. Mas o que determina uma virtude nas competições? E o que define o que seriam defeitos? Ah, os critérios... *2. Sobre Tatuí* No Brasil há poucos concursos de piano e nenhum com grande tradição. Por isso, qualquer um que ofereça um prêmio interessante (apresentações, dinheiro, instrumentos) merece a atenção de quem estuda. Como no Brasil não há reconhecimento duradouro por concursos, pelo menos a conquista de um deles recompensa ? em parte ? o esforço e agrega pontinhos para o currículo (às vezes, a alimentação do Currículo Lattes também parece uma Olimpíada!). O Concurso de Tatuí oferecia prêmio de R$ 5.000,00 e recital com orquestra. O prêmio não chega perto dos U$ 20.000,00 de um concurso do Cazaquistão (o país ridicularizado pelo "Borat"), mas não é nada mal para a terra de cegos ? ou seria "surdos"? Na teoria, pelo que foi exposto antes, concurso pode ser considerado um instrumento democrático por oferecer tratamento isonômico aos participantes. Só na teoria. O grande problema reside fundamentalmente no poder de validação detido soberanamente pela banca avaliadora. É ela que vai brincar de chefe e dar as batatas ao vencedor. Mas sob quais critérios? Uma vez que haja a participação decisória de seres humanos num sistema, pode-se questionar todo e qualquer resultado. A neurociência tem uma coleção de estudos (Zimbardo, Harris, Milgram) que fragilizam cada vez mais a ideia de que humanos tenham o que se entende por objetividade, justiça, imparcialidade e até mesmo moralidade. Imagine acrescentar "musicalidade" nessa lista. Exigir tudo isto de uma banca de concurso pode ser demais. Portanto, é evidente que todo resultado de concurso será polêmico. Mas existem critérios que podem ser discutidos e adotados no julgamento de candidatos, no sentido de tentar aproximar o poder de validação de uma banca de algo que seja mais ou menos consenso entre quem entende do assunto. Não acho que o "voto popular" seja o caminho, mas isto não deixaria de ser útil para indicar o que pode ser viável comercialmente, por exemplo. Há corporativismo no meio dos concursos de música? Lógico que há. Há corrupção? Sim. Há decisões marcantes? Também. O exemplo mais célebre de que eu me lembro foi no Concurso Chopin de 1980, quando Ivo Pogorelich foi desclassificado pelo júri e Martha Argerich se retirou da banca, inconformada. Mas foi alguma coisa assim que houve no Concurso de Tatuí? Não. O que houve foi uma demonstração de como a inépcia de uma banca avaliadora pode prejudicar a credibilidade de um concurso, devido a ausência de critérios objetivos que deveriam nortear o que se busca em termos de música numa ocasião como esta. Arrisco o primeiro critério possível que poderia orientar uma banca, partindo do princípio da isonomia: fidelidade às ideias contidas na partitura. Pode haver uma sensação ilusória de objetividade neste quesito? Sim, não tenho dúvidas, mas não deixa de ser um critério mais objetivo do que tentar medir algo que não pode ser medido (p.e., conceitos como ?brasilidade?). A notação musical continua sendo referência mundial para a interpretação de uma obra, mas também seria ingenuidade deixar de notar que há sim um universo além da partitura. Se assim não fosse, qualquer computador poderia ser considerado o melhor intérprete possível. No entanto, parece-me que ignorar a clareza (e, por que não, a limpeza) de uma apresentação equivale a deixar de notar que há um rinoceronte branco na sala. Já outro critério é um pouco mais complicado, mas não pode deixar de ser mencionado: respeito ao estilo do compositor. Para isso, seria necessário exigir conhecimento histórico e capacidade auditiva em reconhecê-lo. Não vou entrar na seara de a referida banca ser capacitada para isto ou não. O que prevalece realmente é aquilo que dizia o pianista François Fréderic Guy: os jurados são as pessoas que "sabem". ?*Eles têm um tipo de código musical e se você não estiver conectado a este código, você não tem chance*?. É este código que estou questionando. Porque suspeito que o código da banca de Tatuí sequer foi musical. A prova exigia uma peça de confronto ? aos que não sabem, é uma peça que todos os candidatos devem interpretar ? e uma obra de livre escolha, ambas brasileiras. Vale dizer que a edição da peça de confronto era lamentável. Eu fui o único candidato que "corrigiu" todas as muitas notas erradas da edição. Aliás, a incompetência editorial musical do Brasil mereceria outro texto. Também fui o único que respeitou o andamento indicado, e, se bem me lembro, devo ter esbarrado em uma notinha. Sou grato aos meus mestres por terem me ensinado a analisar uma obra musical e também por poder ouvi-la e reproduzi-la em suas nuances. Quanto à obra de livre escolha, há alguns meses tive a preciosa oportunidade de tocá-la ao filho do compositor que me deu ideias, questionou algumas e validou outras que eu já tinha. Quanto à apresentação na prova do concurso, faço antes um comentário: quem me conhece sabe que o maior crítico de mim sou eu mesmo. Dificilmente saio satisfeito de uma apresentação, por melhor que seja o *feedback*. Excepcionalmente, neste concurso saí do palco *muito*contente mesmo sabendo que poderia ter feito melhor, mas acreditando que tinha estabelecido a barra num nível bem alto. Também fiz questão de assistir a todas as provas (faltei apenas a uma delas porque uma jornalista pediu que eu desse uma entrevista, ironicamente sobre a importância dos concursos). Houve candidatos brilhantes e outros nem tanto que não preciso detalhar aqui, mas apenas menciono que, dos candidatos que estavam em sintonia com o *meu* código musical, a maioria não levou nenhum prêmio. O anúncio da premiação foi muito estranho: todos os candidatos levaram um ?puxão de orelha? porque, segundo a teoria da avaliadora (vou dar o nome fictício de Sra. ?Adolfa?), todos os pianistas deveriam frequentar rodas de samba para poderem tocar música brasileira. Mesmo depois de eu ter admitido que não frequento rodas de choro, samba ou fandango, ainda assim foi uma grande surpresa saber que as minhas notas foram as mais baixas do concurso. Pela lógica, eu preciso ser luterano para poder tocar a música de Bach, místico para tocar Scriabin e homossexual para tocar Poulenc. Por mais inadequado que fosse, estava curiosíssimo em saber o que é que eu tinha feito de errado. Questionada, a presidente da banca Adolfa respondeu que faltou "ginga", que a "agógica" não foi respeitada e que os deslocamentos rítmicos não foram realizados. Em resposta, gostaria que a Adolfa ouvisse novamente a prova. Há testemunhas, mas não preciso delas. O que parece que falta aqui se chama honestidade intelectual. Diante da omissão de opinião dos que dividiram a mesa, Sra. ?Benita? e Sr. ?Blondi?, suponho que tenham concordado com tudo o que foi dito. Tenho curiosidade em saber como seria a avaliação, por essa ilustre equipe, da interpretação do *Rudepoema* de Marc-André Hamelin, já que o mesmo não deve ter ensaiado na vida um passo de samba. Ou alguém acha que o Nelson Freire fica dançando no banheiro para tocar o *Choros n. 5* ou a *Toccata*de Guarnieri? Colocação igualmente absurda seria dizer que pianistas brasileiros não sabem tocar Prokofiev ou Medtner. Por que há essa mística tão grande em torno de ?música brasileira?? Só o nosso povo tem este hábito ridículo. Pela interpretação teleológica da expressão, se eu toco música de um compositor brasileiro, eu faço música brasileira. A julgar pela interpretação das peças tupiniquins pelos candidatos estrangeiros no Concurso Cidade de Florianópolis em 2010, os ?gringos? não devem nada em termos de musicalidade. Já em termos de ?brasilidade?, deixo os argumentos para a Sra. Adolfa. Por mais que alguns me considerem um "eurocêntrico" (eu não ligo, às vezes acho um elogio), eu considero imensamente todas as manifestações artísticas não importa de onde venham. Quando se trata de preferência pessoal, é pessoal e fim de papo. Mas esse argumento não vale quando se tem a responsabilidade de ser jurado de concurso. Antes de ter opinião pessoal, é necessário provar que pelo menos o julgador tenha ouvidos. Em 1999, Matt Stone e Trey Parker, criadores de *South Park*, concorreram ao Oscar pela melhor trilha sonora, mas o prêmio acabou indo para Phil Collins. Não tiveram dúvida: no episódio televisivo seguinte massacraram e ridicularizaram o cantor, inclusive com a estatueta enfiada lá mesmo. ?*Estávamos TÃO preparados para perder, mas não desse jeito! Não para o Phil Collins*?, disseram. Fizeram errado, Stone & Parker. Eu também estava preparado para perder, mas não desse jeito. Só que vocês deveriam ter enfiado a estatueta nos que elegeram o Phil Collins, não no coitado. Termino com Griboyedov: ?...*mas quem são os juízes*?? *André Fadel* músico -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From janete em sercomtel.com.br Thu Oct 20 12:25:27 2011 From: janete em sercomtel.com.br (Janete El Haouli) Date: Thu, 20 Oct 2011 12:25:27 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?appel_=E0_conrtibution_=E9cologie_s?= =?iso-8859-1?q?onore?= Message-ID: <004101cc8f34$1d487160$57d95420$@com.br> Car em s, Segue informação sobre o 2o. Congresso Mundial de Ecologia Sonora. Abraços Janete El Haouli -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Microsoft Word - Appel à contribution CMES2#.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 65892 bytes Descrição: não disponível URL: From lucascasacio em gmail.com Thu Oct 20 12:38:01 2011 From: lucascasacio em gmail.com (Lucas Casacio) Date: Thu, 20 Oct 2011 12:38:01 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?_Show_de_lan=E7amento_Grupo_amanaj?= =?iso-8859-1?q?=E9?= In-Reply-To: References: Message-ID: Olá amigos Meu Nome é Lucas Casacio, sou pesquisador da UNICAMP e integrante do grupo Amanajé. Estou escrevendo para divulgar o lançamento do ultimo trabalho do grupo, o disco virtual chamado Suíte Urbana disponível gratuitamente no site www.grupoamanaje.com.br... é só entrar ouvir e baixar!!! Iremos fazer um show amanhã, sexta-feira dia 21/10 nos sesc Campinas-SP as 20h, entrada franca... se estiverem por perto, apareçam!!! Por favor divulguem!!! Grande Abraço! Lucas Casacio -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Fri Oct 21 02:06:53 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Thu, 20 Oct 2011 21:06:53 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?A_palha=C3=A7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?utf-8?b?w60=?= In-Reply-To: Message-ID: <1319170013.95162.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Olá caro André e colegas da Lista, Imagino que você esteja passando por um momento inconformado agora, assim como já presenciei com vários colegas pianistas que davam notícias de concursos que tinham feito. Infelizmente, realmente são poucos os concursos cuja banca tem maior compromisso com a seriedade de seus vereditos. Argumentos tão frágeis e vazios só tornam mais claro o valor tendencioso de suas decisões.... Concordo com absolutamente tudo o que disseste sobre concursos de Performance: tentam transformar a Música em competição esportiva, dificilmente a banca convence com seus argumentos (isso quando argumentam!) e é um ambiente estressante e artificial. Os repertórios geralmente são fechados, e quando se abre, há a preferência de tocar peças desconhecidas para que a banca não conheça (os velhos "macetes"). E no fim, mesmo que você tenha se doado musicalmente, umas notinhas esbarradas sempre tiram mais pontos do que aquele camarada que "tocou tudo limpinho, mas sem envolvência". Não tem jeito mesmo. Entretanto, como tu mesmo disseste, existem alguns pontos positivos: o amadurecimento do repertório na véspera do concurso e o desenvolvimento da autocrítica. Porém, eu adicionaria mais um ingrediente: trabalhar o equilíbrio emocional diversificando as apresentações. O ideal é preparar o repertório para outras atividades além do concurso: recitais, festivais, outros concursos e, quem sabe, utilizar estes momentos pra conhecer mais pessoas e fazer contatos... a pressão é maior quando se leva toda a expectativa de seu trabalho a um momento curto onde você ficará exposto. Eu mesmo participei de poucos concursos, mas no ano em que me dediquei a eles, fiz várias atividades com o mesmo repertório. Isso ajudou bastante (inclusive pra não passar raiva com vereditos de uma banca só, mas por sorte as decisões das bancas foram bem claras, pertinentes e acabaram batendo com minha autocrítica do momento). Assim, creio ser mais importante focar nestes aspectos positivos que os concursos podem trazer. Ainda mais, sabendo do forte elemento psicológico que toma a Performance... tenho pesquisado bastante sobre isso: cultivar pensamentos positivos, evitar autocríticas negativas, se esquivar de pressões ajudam sim o controle motor e, consequentemente, a Performance. Boa sorte e siga seu caminho! Procure esquecer as infelicidades e parta para novos desafios! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em qui, 20/10/11, André Fadel escreveu: De: André Fadel Assunto: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quinta-feira, 20 de Outubro de 2011, 10:13    A palhaçada do Concurso de Piano de Tatuí    (Para aqueles que quiserem ir direto ao assunto, podem pular para a segunda parte)     1. Considerações sobre concursos de instrumento   Todo concurso é polêmico. É uma das piores maneiras de se descobrir e premiar instrumentistas porque é um procedimento que foge à natureza da arte. Em arte não deveria haver competição. Mas músicos ? como todo animal mamífero ? têm espírito competitivo e querem se destacar para poderem sobreviver às intempéries mundanas. Afinal, o mundo é selvagem demais e todo esforço é pouco para se alcançar a caça e dominar o fogo.   Observando os concursos internacionais mais importantes tem-se a impressão de que estes eventos não diferem muito das Olimpíadas: pessoas sacrificam boa parte da fase produtiva de suas vidas esperando obter, em lapso de minutos, um breve reconhecimento pelos seus esforços. Não devemos esquecer que os músicos estão lá por livre e espontânea... necessidade. Para abocanharem contratos, prêmios e turnês todos devem se submeter ao crivo de um jurado. Concursos lembram a democracia de Churchill, que dizia que esta é a pior forma de governo, tirando todas as outras já existentes. A diferença é que, se a oportunidade do instrumentista não aparecer por meio do concurso, deverá ocorrer por meio de relações sociais e políticas, o que complica e muito as coisas para a maioria que não tem sobrenome, seita ou outros círculos de amizade.   Também existe um lado bom para os competidores, independentemente dos resultados. Quando alguém se prepara para um concurso, ocorre um processo de grande superação dos próprios limites. Pode-se aprender menos em termos quantidade de repertório, mas há coisas que só são conquistadas por processos intensos e contínuos. Heinrich Neuhaus comparou uma vez o estudo do piano com a fervura da água, pois esta não borbulha se o fogo for desligado de tempos em tempos. Além disso, há também o lado emocional. Seja com traumas ou láureas, competidores sempre aprendem.   Vendo o crescente número de competições no mundo, a prática está longe de ser abolida ou substituída. Contudo, algumas iniciativas estão sendo tomadas para aumentar sua transparência. Uma delas foi adotada apenas recentemente pelo 14º. Concurso Tchaikovsky, cujas etapas foram teletransmitidas ao vivo e no qual foi dada aos espectadores a oportunidade de opinarem  e se manifestarem sobre os concorrentes. A tecnologia hoje permite muitos procedimentos e, quando se trata de concurso musical, a gravação deveria ser o mais elementar deles. Outras sugestões são apresentadas em um ótimo artigo de Michael Johnson.   Eu, pessoalmente, não aguento assistir a concursos de piano. Normalmente são chatos e muito cansativos. As provas são longas, os repertórios variam pouco e a pressão é desumana. Às vezes parece que estão tentando enfiar o músico numa lâmina microscópica para a análise de suas virtudes e defeitos. Mas o espírito da competição é esse, da mesma forma que a natureza seleciona os mais aptos a sobreviverem. Apesar disso, não hesito em participar de um ou outro quando as exigências do edital coincidem com o repertório que estou estudando. Seja para fins competitivos ou artísticos, quando estou ao instrumento procuro esquecer todo o lixo que está em volta e imergir na música.   Mas o que determina uma virtude nas competições? E o que define o que seriam defeitos? Ah, os critérios...     2. Sobre Tatuí   No Brasil há poucos concursos de piano e nenhum com grande tradição. Por isso, qualquer um que ofereça um prêmio interessante (apresentações, dinheiro, instrumentos) merece a atenção de quem estuda. Como no Brasil não há reconhecimento duradouro por concursos, pelo menos a conquista de um deles recompensa ? em parte ? o esforço e agrega pontinhos para o currículo (às vezes, a alimentação do Currículo Lattes também parece uma Olimpíada!). O Concurso de Tatuí oferecia prêmio de R$ 5.000,00 e recital com orquestra. O prêmio não chega perto dos U$ 20.000,00 de um concurso do Cazaquistão (o país ridicularizado pelo "Borat"), mas não é nada mal para a terra de cegos ? ou seria "surdos"?   Na teoria, pelo que foi exposto antes, concurso pode ser considerado um instrumento  democrático por oferecer tratamento isonômico aos participantes. Só na teoria. O grande problema reside fundamentalmente no poder de validação detido soberanamente pela banca avaliadora. É ela que vai brincar de chefe e dar as batatas ao vencedor. Mas sob quais critérios?   Uma vez que haja a participação decisória de seres humanos num sistema, pode-se questionar todo e qualquer resultado. A neurociência tem uma coleção de estudos (Zimbardo, Harris, Milgram) que fragilizam cada vez mais a ideia de que humanos tenham o que se entende por objetividade, justiça, imparcialidade e até mesmo moralidade. Imagine  acrescentar "musicalidade" nessa lista. Exigir tudo isto de uma banca de concurso pode ser demais.   Portanto, é evidente que todo resultado de concurso será polêmico. Mas existem critérios que podem ser discutidos e adotados no julgamento de candidatos, no sentido de tentar aproximar o poder de validação de uma banca de algo que seja mais ou menos consenso entre quem entende do assunto. Não acho que o "voto popular" seja o caminho, mas isto não deixaria de ser útil para indicar o que pode ser viável comercialmente, por exemplo.   Há corporativismo no meio dos concursos de música? Lógico que há. Há corrupção? Sim. Há decisões marcantes? Também. O exemplo mais célebre de que eu me lembro foi no Concurso Chopin de 1980, quando Ivo Pogorelich foi desclassificado pelo júri e Martha Argerich se retirou da banca, inconformada. Mas foi alguma coisa assim que houve no Concurso de Tatuí? Não.   O que houve foi uma demonstração de como a inépcia de uma banca avaliadora pode prejudicar a credibilidade de um concurso, devido a ausência de critérios objetivos que deveriam nortear o que se busca em termos de música numa ocasião como esta.   Arrisco o primeiro critério possível que poderia orientar uma banca, partindo do princípio da isonomia: fidelidade às ideias contidas na partitura. Pode haver uma sensação ilusória de objetividade neste quesito? Sim, não tenho dúvidas, mas não deixa de ser um critério mais objetivo do que  tentar medir algo que não pode ser medido (p.e., conceitos como ?brasilidade?). A notação musical continua sendo referência mundial para a interpretação de uma obra, mas também seria ingenuidade deixar de notar que há sim um universo além da partitura. Se assim não fosse, qualquer computador poderia ser considerado o melhor intérprete possível. No entanto, parece-me que ignorar a clareza (e, por que não, a limpeza) de uma apresentação equivale a deixar de notar que há um rinoceronte branco na sala.   Já outro critério é um pouco mais complicado, mas não pode deixar de ser mencionado: respeito ao estilo do compositor. Para isso, seria necessário exigir conhecimento histórico e capacidade auditiva em reconhecê-lo. Não vou entrar na seara de a referida banca ser capacitada para isto ou não.   O que prevalece realmente é aquilo que dizia o pianista François Fréderic Guy: os jurados são as pessoas que "sabem". ?Eles têm um tipo de código musical e se você não estiver conectado a este código, você não tem chance?. É este código que estou questionando. Porque suspeito que o código da banca de Tatuí sequer foi musical.   A prova exigia uma peça de confronto ? aos que não sabem, é uma peça que todos os candidatos devem interpretar ? e uma obra de livre escolha, ambas brasileiras. Vale dizer que a edição da peça de confronto era lamentável. Eu fui o único candidato que "corrigiu" todas as muitas notas erradas da edição. Aliás, a incompetência editorial musical do Brasil mereceria outro texto. Também fui o único que respeitou o andamento indicado, e, se bem me lembro, devo ter esbarrado em uma notinha. Sou grato aos meus mestres por terem me ensinado a analisar uma obra musical e também por poder ouvi-la e reproduzi-la em suas nuances.   Quanto à obra de livre escolha, há alguns meses tive a preciosa oportunidade de tocá-la ao filho do compositor que me deu ideias, questionou algumas e validou outras que eu já tinha. Quanto à apresentação na prova do concurso, faço antes um comentário: quem me conhece sabe que o maior crítico de mim sou eu mesmo. Dificilmente saio satisfeito de uma apresentação, por melhor que seja o feedback. Excepcionalmente, neste concurso saí do palco muito contente mesmo sabendo que poderia ter feito melhor, mas acreditando que tinha estabelecido a barra num nível bem alto. Também fiz questão de assistir a todas as provas (faltei apenas a uma delas porque uma jornalista pediu que eu desse uma entrevista, ironicamente sobre a importância dos concursos). Houve candidatos brilhantes e outros nem tanto que não preciso detalhar aqui, mas apenas menciono que, dos candidatos que estavam em sintonia com o meu código musical, a maioria não levou nenhum prêmio.   O anúncio da premiação foi muito estranho: todos os candidatos levaram um ?puxão de orelha? porque, segundo a teoria da avaliadora (vou dar o nome fictício de Sra. ?Adolfa?), todos os pianistas deveriam frequentar rodas de samba para poderem tocar música brasileira. Mesmo depois de eu ter admitido que não frequento rodas de choro, samba ou fandango, ainda assim foi uma grande surpresa saber que as minhas notas foram as mais baixas do concurso.   Pela lógica, eu preciso ser luterano para poder tocar a música de Bach, místico para tocar Scriabin e homossexual para tocar Poulenc.   Por mais inadequado que fosse, estava curiosíssimo em saber o que é que eu tinha feito de errado. Questionada, a presidente da banca Adolfa respondeu que faltou "ginga", que a "agógica" não foi respeitada e que os deslocamentos rítmicos não foram realizados. Em resposta, gostaria que a Adolfa ouvisse novamente a prova. Há testemunhas, mas não preciso delas. O que parece que falta aqui se chama honestidade intelectual. Diante da omissão de opinião dos que dividiram a mesa, Sra. ?Benita? e Sr. ?Blondi?, suponho que tenham concordado com tudo o que foi dito.    Tenho curiosidade em saber como seria a avaliação, por essa ilustre equipe, da interpretação do Rudepoema de Marc-André Hamelin, já que o mesmo não deve ter ensaiado na vida um passo de samba. Ou alguém acha que o Nelson Freire fica dançando no banheiro para tocar o Choros n. 5 ou a Toccata de Guarnieri? Colocação igualmente absurda seria dizer que pianistas brasileiros não sabem tocar Prokofiev ou Medtner. Por que há essa mística tão grande em torno de ?música brasileira?? Só o nosso povo tem este hábito ridículo.   Pela interpretação teleológica da expressão, se eu toco música de um compositor brasileiro, eu faço música brasileira. A julgar pela interpretação das peças tupiniquins pelos candidatos estrangeiros no Concurso Cidade de Florianópolis em 2010, os ?gringos? não devem nada em termos de musicalidade. Já em termos de ?brasilidade?, deixo os argumentos para a Sra. Adolfa.   Por mais que alguns me considerem um "eurocêntrico" (eu não ligo, às vezes acho um elogio), eu considero imensamente todas as manifestações artísticas não importa de onde venham. Quando se trata de preferência pessoal, é pessoal e fim de papo. Mas esse argumento não vale quando se tem a responsabilidade de ser jurado de concurso. Antes de ter opinião pessoal, é necessário provar que pelo menos o julgador tenha ouvidos.   Em 1999, Matt Stone e Trey Parker, criadores de South Park, concorreram ao Oscar pela melhor trilha sonora, mas o prêmio acabou indo para Phil Collins. Não tiveram dúvida: no episódio televisivo seguinte massacraram e ridicularizaram o cantor, inclusive com a estatueta enfiada lá mesmo. ?Estávamos TÃO preparados para perder, mas não desse jeito! Não para o Phil Collins?, disseram. Fizeram errado, Stone & Parker. Eu também estava preparado para perder, mas não desse jeito. Só que vocês deveriam ter enfiado a estatueta nos que elegeram o Phil Collins, não no coitado.   Termino com Griboyedov: ?...mas quem são os juízes??     André Fadel músico       -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From reynerpianista em yahoo.com.br Fri Oct 21 08:15:19 2011 From: reynerpianista em yahoo.com.br (Igor Reis Reyner) Date: Fri, 21 Oct 2011 03:15:19 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Re_=3A__A_palha=C3=A7ada_do_Concurso_de_?= =?utf-8?b?VGF0dcOt?= In-Reply-To: References: Message-ID: <1319192119.42333.YahooMailNeo@web111510.mail.gq1.yahoo.com> Os critérios de um concurso deveriam ser claros, tipo: a banca gosta ou não gosta? E só. Afinal, já disse Francis Ponge " ... o valor de minhas ideias me aparece no mais das vezes na razão inversa do ardor empregado para emiti-las. Empregamos o tom da convicção (e mesmo da sinceridade), me parece, tanto para nos convencermos a nós mesmos quanto para convencer o interlocutor, e ainda mais, talvez, para substituir a convicção. De alguma forma para substituir a verdade ausente das proposições emitidas. Eis o que sinto, no fundo." Abraços. Igor, Reyner. ________________________________ De : André Fadel À : anppom-l em iar.unicamp.br Envoyé le : Jeudi 20 Octobre 2011 10h13 Objet : [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí    A palhaçada do Concurso de Piano de Tatuí    (Para aqueles que quiserem ir direto ao assunto, podem pular para a segunda parte)     1. Considerações sobre concursos de instrumento   Todo concurso é polêmico. É uma das piores maneiras de se descobrir e premiar instrumentistas porque é um procedimento que foge à natureza da arte. Em arte não deveria haver competição. Mas músicos ? como todo animal mamífero ? têm espírito competitivo e querem se destacar para poderem sobreviver às intempéries mundanas. Afinal, o mundo é selvagem demais e todo esforço é pouco para se alcançar a caça e dominar o fogo.   Observando os concursos internacionais mais importantes tem-se a impressão de que estes eventos não diferem muito das Olimpíadas: pessoas sacrificam boa parte da fase produtiva de suas vidas esperando obter, em lapso de minutos, um breve reconhecimento pelos seus esforços. Não devemos esquecer que os músicos estão lá por livre e espontânea... necessidade. Para abocanharem contratos, prêmios e turnês todos devem se submeter ao crivo de um jurado. Concursos lembram a democracia de Churchill, que dizia que esta é a pior forma de governo, tirando todas as outras já existentes. A diferença é que, se a oportunidade do instrumentista não aparecer por meio do concurso, deverá ocorrer por meio de relações sociais e políticas, o que complica e muito as coisas para a maioria que não tem sobrenome, seita ou outros círculos de amizade.   Também existe um lado bom para os competidores, independentemente dos resultados. Quando alguém se prepara para um concurso, ocorre um processo de grande superação dos próprios limites. Pode-se aprender menos em termos quantidade de repertório, mas há coisas que só são conquistadas por processos intensos e contínuos. Heinrich Neuhaus comparou uma vez o estudo do piano com a fervura da água, pois esta não borbulha se o fogo for desligado de tempos em tempos. Além disso, há também o lado emocional. Seja com traumas ou láureas, competidores sempre aprendem.   Vendo o crescente número de competições no mundo, a prática está longe de ser abolida ou substituída. Contudo, algumas iniciativas estão sendo tomadas para aumentar sua transparência. Uma delas foi adotada apenas recentemente pelo 14º. Concurso Tchaikovsky, cujas etapas foram teletransmitidas ao vivo e no qual foi dada aos espectadores a oportunidade de opinarem  e se manifestarem sobre os concorrentes. A tecnologia hoje permite muitos procedimentos e, quando se trata de concurso musical, a gravação deveria ser o mais elementar deles. Outras sugestões são apresentadas em um ótimo artigo de Michael Johnson.   Eu, pessoalmente, não aguento assistir a concursos de piano. Normalmente são chatos e muito cansativos. As provas são longas, os repertórios variam pouco e a pressão é desumana. Às vezes parece que estão tentando enfiar o músico numa lâmina microscópica para a análise de suas virtudes e defeitos. Mas o espírito da competição é esse, da mesma forma que a natureza seleciona os mais aptos a sobreviverem. Apesar disso, não hesito em participar de um ou outro quando as exigências do edital coincidem com o repertório que estou estudando. Seja para fins competitivos ou artísticos, quando estou ao instrumento procuro esquecer todo o lixo que está em volta e imergir na música.   Mas o que determina uma virtude nas competições? E o que define o que seriam defeitos? Ah, os critérios...     2. Sobre Tatuí   No Brasil há poucos concursos de piano e nenhum com grande tradição. Por isso, qualquer um que ofereça um prêmio interessante (apresentações, dinheiro, instrumentos) merece a atenção de quem estuda. Como no Brasil não há reconhecimento duradouro por concursos, pelo menos a conquista de um deles recompensa ? em parte ? o esforço e agrega pontinhos para o currículo (às vezes, a alimentação do Currículo Lattes também parece uma Olimpíada!). O Concurso de Tatuí oferecia prêmio de R$ 5.000,00 e recital com orquestra. O prêmio não chega perto dos U$ 20.000,00 de um concurso do Cazaquistão (o país ridicularizado pelo "Borat"), mas não é nada mal para a terra de cegos ? ou seria "surdos"?   Na teoria, pelo que foi exposto antes, concurso pode ser considerado um instrumento  democrático por oferecer tratamento isonômico aos participantes. Só na teoria. O grande problema reside fundamentalmente no poder de validação detido soberanamente pela banca avaliadora. É ela que vai brincar de chefe e dar as batatas ao vencedor. Mas sob quais critérios?   Uma vez que haja a participação decisória de seres humanos num sistema, pode-se questionar todo e qualquer resultado. A neurociência tem uma coleção de estudos (Zimbardo, Harris, Milgram) que fragilizam cada vez mais a ideia de que humanos tenham o que se entende por objetividade, justiça, imparcialidade e até mesmo moralidade. Imagine  acrescentar "musicalidade" nessa lista. Exigir tudo isto de uma banca de concurso pode ser demais.   Portanto, é evidente que todo resultado de concurso será polêmico. Mas existem critérios que podem ser discutidos e adotados no julgamento de candidatos, no sentido de tentar aproximar o poder de validação de uma banca de algo que seja mais ou menos consenso entre quem entende do assunto. Não acho que o "voto popular" seja o caminho, mas isto não deixaria de ser útil para indicar o que pode ser viável comercialmente, por exemplo.   Há corporativismo no meio dos concursos de música? Lógico que há. Há corrupção? Sim. Há decisões marcantes? Também. O exemplo mais célebre de que eu me lembro foi no Concurso Chopin de 1980, quando Ivo Pogorelich foi desclassificado pelo júri e Martha Argerich se retirou da banca, inconformada. Mas foi alguma coisa assim que houve no Concurso de Tatuí? Não.   O que houve foi uma demonstração de como a inépcia de uma banca avaliadora pode prejudicar a credibilidade de um concurso, devido a ausência de critérios objetivos que deveriam nortear o que se busca em termos de música numa ocasião como esta.   Arrisco o primeiro critério possível que poderia orientar uma banca, partindo do princípio da isonomia: fidelidade às ideias contidas na partitura. Pode haver uma sensação ilusória de objetividade neste quesito? Sim, não tenho dúvidas, mas não deixa de ser um critério mais objetivo do que  tentar medir algo que não pode ser medido (p.e., conceitos como ?brasilidade?). A notação musical continua sendo referência mundial para a interpretação de uma obra, mas também seria ingenuidade deixar de notar que há sim um universo além da partitura. Se assim não fosse, qualquer computador poderia ser considerado o melhor intérprete possível. No entanto, parece-me que ignorar a clareza (e, por que não, a limpeza) de uma apresentação equivale a deixar de notar que há um rinoceronte branco na sala.   Já outro critério é um pouco mais complicado, mas não pode deixar de ser mencionado: respeito ao estilo do compositor. Para isso, seria necessário exigir conhecimento histórico e capacidade auditiva em reconhecê-lo. Não vou entrar na seara de a referida banca ser capacitada para isto ou não.   O que prevalece realmente é aquilo que dizia o pianista François Fréderic Guy: os jurados são as pessoas que "sabem". ?Eles têm um tipo de código musical e se você não estiver conectado a este código, você não tem chance?. É este código que estou questionando. Porque suspeito que o código da banca de Tatuí sequer foi musical.   A prova exigia uma peça de confronto ? aos que não sabem, é uma peça que todos os candidatos devem interpretar ? e uma obra de livre escolha, ambas brasileiras. Vale dizer que a edição da peça de confronto era lamentável. Eu fui o único candidato que "corrigiu" todas as muitas notas erradas da edição. Aliás, a incompetência editorial musical do Brasil mereceria outro texto. Também fui o único que respeitou o andamento indicado, e, se bem me lembro, devo ter esbarrado em uma notinha. Sou grato aos meus mestres por terem me ensinado a analisar uma obra musical e também por poder ouvi-la e reproduzi-la em suas nuances.   Quanto à obra de livre escolha, há alguns meses tive a preciosa oportunidade de tocá-la ao filho do compositor que me deu ideias, questionou algumas e validou outras que eu já tinha. Quanto à apresentação na prova do concurso, faço antes um comentário: quem me conhece sabe que o maior crítico de mim sou eu mesmo. Dificilmente saio satisfeito de uma apresentação, por melhor que seja o feedback. Excepcionalmente, neste concurso saí do palco muito contente mesmo sabendo que poderia ter feito melhor, mas acreditando que tinha estabelecido a barra num nível bem alto. Também fiz questão de assistir a todas as provas (faltei apenas a uma delas porque uma jornalista pediu que eu desse uma entrevista, ironicamente sobre a importância dos concursos). Houve candidatos brilhantes e outros nem tanto que não preciso detalhar aqui, mas apenas menciono que, dos candidatos que estavam em sintonia com o meu código musical, a maioria não levou nenhum prêmio.   O anúncio da premiação foi muito estranho: todos os candidatos levaram um ?puxão de orelha? porque, segundo a teoria da avaliadora (vou dar o nome fictício de Sra. ?Adolfa?), todos os pianistas deveriam frequentar rodas de samba para poderem tocar música brasileira. Mesmo depois de eu ter admitido que não frequento rodas de choro, samba ou fandango, ainda assim foi uma grande surpresa saber que as minhas notas foram as mais baixas do concurso.   Pela lógica, eu preciso ser luterano para poder tocar a música de Bach, místico para tocar Scriabin e homossexual para tocar Poulenc.   Por mais inadequado que fosse, estava curiosíssimo em saber o que é que eu tinha feito de errado. Questionada, a presidente da banca Adolfa respondeu que faltou "ginga", que a "agógica" não foi respeitada e que os deslocamentos rítmicos não foram realizados. Em resposta, gostaria que a Adolfa ouvisse novamente a prova. Há testemunhas, mas não preciso delas. O que parece que falta aqui se chama honestidade intelectual. Diante da omissão de opinião dos que dividiram a mesa, Sra. ?Benita? e Sr. ?Blondi?, suponho que tenham concordado com tudo o que foi dito.    Tenho curiosidade em saber como seria a avaliação, por essa ilustre equipe, da interpretação do Rudepoema de Marc-André Hamelin, já que o mesmo não deve ter ensaiado na vida um passo de samba. Ou alguém acha que o Nelson Freire fica dançando no banheiro para tocar o Choros n. 5 ou a Toccata de Guarnieri? Colocação igualmente absurda seria dizer que pianistas brasileiros não sabem tocar Prokofiev ou Medtner. Por que há essa mística tão grande em torno de ?música brasileira?? Só o nosso povo tem este hábito ridículo.   Pela interpretação teleológica da expressão, se eu toco música de um compositor brasileiro, eu faço música brasileira. A julgar pela interpretação das peças tupiniquins pelos candidatos estrangeiros no Concurso Cidade de Florianópolis em 2010, os ?gringos? não devem nada em termos de musicalidade. Já em termos de ?brasilidade?, deixo os argumentos para a Sra. Adolfa.   Por mais que alguns me considerem um "eurocêntrico" (eu não ligo, às vezes acho um elogio), eu considero imensamente todas as manifestações artísticas não importa de onde venham. Quando se trata de preferência pessoal, é pessoal e fim de papo. Mas esse argumento não vale quando se tem a responsabilidade de ser jurado de concurso. Antes de ter opinião pessoal, é necessário provar que pelo menos o julgador tenha ouvidos.   Em 1999, Matt Stone e Trey Parker, criadores de South Park, concorreram ao Oscar pela melhor trilha sonora, mas o prêmio acabou indo para Phil Collins. Não tiveram dúvida: no episódio televisivo seguinte massacraram e ridicularizaram o cantor, inclusive com a estatueta enfiada lá mesmo. ?Estávamos TÃO preparados para perder, mas não desse jeito! Não para o Phil Collins?, disseram. Fizeram errado, Stone & Parker. Eu também estava preparado para perder, mas não desse jeito. Só que vocês deveriam ter enfiado a estatueta nos que elegeram o Phil Collins, não no coitado.   Termino com Griboyedov: ?...mas quem são os juízes??     André Fadel músico       ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lilianabollos em uol.com.br Fri Oct 21 10:03:47 2011 From: lilianabollos em uol.com.br (lilianabollos) Date: Fri, 21 Oct 2011 10:03:47 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Lan=C3=A7amento_do_livro_CLARA_NA_M?= =?utf-8?q?=C3=9ASICA_POPULAR_na_Casa_das_Rosas?= In-Reply-To: <4ea08b94eba5f_4c1d6b331381e4@a4-weasel12.tmail> References: <4ea08ad4bfdaa_72aae9fd93c188@a4-weasel2.tmail> <4ea08b94eba5f_4c1d6b331381e4@a4-weasel12.tmail> Message-ID: <4ea15fa358b8_44df3c6a93c1d7@a4-weasel16.tmail> Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: convite ok.JPG Tipo: image/jpeg Tamanho: 478319 bytes Descrição: não disponível URL: From cyansen em yahoo.com.br Fri Oct 21 10:39:28 2011 From: cyansen em yahoo.com.br (Carlos Yansen) Date: Fri, 21 Oct 2011 05:39:28 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?A_palha=C3=A7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?utf-8?b?w60=?= In-Reply-To: References: Message-ID: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Caro André: Parabéns pela iniciativa de se manifestar contra a política suja dos concursos de piano. Isso demonstra o quanto as pessoas são inconsequentes quando estão favorecidas e não levam a sério a música no Brasil. Fiz em 1985 o Concurso Estímulo patrocinado pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e, na ocasião, aconteceu algo parecido. Espero que isso seja um estímulo para que mais pessoas se manifestem contra este tipo de despotismo. Abraço grande Carlos Yansen ________________________________ De: André Fadel Para: anppom-l em iar.unicamp.br Enviadas: Quinta-feira, 20 de Outubro de 2011 10:13 Assunto: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí    A palhaçada do Concurso de Piano de Tatuí    (Para aqueles que quiserem ir direto ao assunto, podem pular para a segunda parte)     1. Considerações sobre concursos de instrumento   Todo concurso é polêmico. É uma das piores maneiras de se descobrir e premiar instrumentistas porque é um procedimento que foge à natureza da arte. Em arte não deveria haver competição. Mas músicos ? como todo animal mamífero ? têm espírito competitivo e querem se destacar para poderem sobreviver às intempéries mundanas. Afinal, o mundo é selvagem demais e todo esforço é pouco para se alcançar a caça e dominar o fogo.   Observando os concursos internacionais mais importantes tem-se a impressão de que estes eventos não diferem muito das Olimpíadas: pessoas sacrificam boa parte da fase produtiva de suas vidas esperando obter, em lapso de minutos, um breve reconhecimento pelos seus esforços. Não devemos esquecer que os músicos estão lá por livre e espontânea... necessidade. Para abocanharem contratos, prêmios e turnês todos devem se submeter ao crivo de um jurado. Concursos lembram a democracia de Churchill, que dizia que esta é a pior forma de governo, tirando todas as outras já existentes. A diferença é que, se a oportunidade do instrumentista não aparecer por meio do concurso, deverá ocorrer por meio de relações sociais e políticas, o que complica e muito as coisas para a maioria que não tem sobrenome, seita ou outros círculos de amizade.   Também existe um lado bom para os competidores, independentemente dos resultados. Quando alguém se prepara para um concurso, ocorre um processo de grande superação dos próprios limites. Pode-se aprender menos em termos quantidade de repertório, mas há coisas que só são conquistadas por processos intensos e contínuos. Heinrich Neuhaus comparou uma vez o estudo do piano com a fervura da água, pois esta não borbulha se o fogo for desligado de tempos em tempos. Além disso, há também o lado emocional. Seja com traumas ou láureas, competidores sempre aprendem.   Vendo o crescente número de competições no mundo, a prática está longe de ser abolida ou substituída. Contudo, algumas iniciativas estão sendo tomadas para aumentar sua transparência. Uma delas foi adotada apenas recentemente pelo 14º. Concurso Tchaikovsky, cujas etapas foram teletransmitidas ao vivo e no qual foi dada aos espectadores a oportunidade de opinarem  e se manifestarem sobre os concorrentes. A tecnologia hoje permite muitos procedimentos e, quando se trata de concurso musical, a gravação deveria ser o mais elementar deles. Outras sugestões são apresentadas em um ótimo artigo de Michael Johnson.   Eu, pessoalmente, não aguento assistir a concursos de piano. Normalmente são chatos e muito cansativos. As provas são longas, os repertórios variam pouco e a pressão é desumana. Às vezes parece que estão tentando enfiar o músico numa lâmina microscópica para a análise de suas virtudes e defeitos. Mas o espírito da competição é esse, da mesma forma que a natureza seleciona os mais aptos a sobreviverem. Apesar disso, não hesito em participar de um ou outro quando as exigências do edital coincidem com o repertório que estou estudando. Seja para fins competitivos ou artísticos, quando estou ao instrumento procuro esquecer todo o lixo que está em volta e imergir na música.   Mas o que determina uma virtude nas competições? E o que define o que seriam defeitos? Ah, os critérios...     2. Sobre Tatuí   No Brasil há poucos concursos de piano e nenhum com grande tradição. Por isso, qualquer um que ofereça um prêmio interessante (apresentações, dinheiro, instrumentos) merece a atenção de quem estuda. Como no Brasil não há reconhecimento duradouro por concursos, pelo menos a conquista de um deles recompensa ? em parte ? o esforço e agrega pontinhos para o currículo (às vezes, a alimentação do Currículo Lattes também parece uma Olimpíada!). O Concurso de Tatuí oferecia prêmio de R$ 5.000,00 e recital com orquestra. O prêmio não chega perto dos U$ 20.000,00 de um concurso do Cazaquistão (o país ridicularizado pelo "Borat"), mas não é nada mal para a terra de cegos ? ou seria "surdos"?   Na teoria, pelo que foi exposto antes, concurso pode ser considerado um instrumento  democrático por oferecer tratamento isonômico aos participantes. Só na teoria. O grande problema reside fundamentalmente no poder de validação detido soberanamente pela banca avaliadora. É ela que vai brincar de chefe e dar as batatas ao vencedor. Mas sob quais critérios?   Uma vez que haja a participação decisória de seres humanos num sistema, pode-se questionar todo e qualquer resultado. A neurociência tem uma coleção de estudos (Zimbardo, Harris, Milgram) que fragilizam cada vez mais a ideia de que humanos tenham o que se entende por objetividade, justiça, imparcialidade e até mesmo moralidade. Imagine  acrescentar "musicalidade" nessa lista. Exigir tudo isto de uma banca de concurso pode ser demais.   Portanto, é evidente que todo resultado de concurso será polêmico. Mas existem critérios que podem ser discutidos e adotados no julgamento de candidatos, no sentido de tentar aproximar o poder de validação de uma banca de algo que seja mais ou menos consenso entre quem entende do assunto. Não acho que o "voto popular" seja o caminho, mas isto não deixaria de ser útil para indicar o que pode ser viável comercialmente, por exemplo.   Há corporativismo no meio dos concursos de música? Lógico que há. Há corrupção? Sim. Há decisões marcantes? Também. O exemplo mais célebre de que eu me lembro foi no Concurso Chopin de 1980, quando Ivo Pogorelich foi desclassificado pelo júri e Martha Argerich se retirou da banca, inconformada. Mas foi alguma coisa assim que houve no Concurso de Tatuí? Não.   O que houve foi uma demonstração de como a inépcia de uma banca avaliadora pode prejudicar a credibilidade de um concurso, devido a ausência de critérios objetivos que deveriam nortear o que se busca em termos de música numa ocasião como esta.   Arrisco o primeiro critério possível que poderia orientar uma banca, partindo do princípio da isonomia: fidelidade às ideias contidas na partitura. Pode haver uma sensação ilusória de objetividade neste quesito? Sim, não tenho dúvidas, mas não deixa de ser um critério mais objetivo do que  tentar medir algo que não pode ser medido (p.e., conceitos como ?brasilidade?). A notação musical continua sendo referência mundial para a interpretação de uma obra, mas também seria ingenuidade deixar de notar que há sim um universo além da partitura. Se assim não fosse, qualquer computador poderia ser considerado o melhor intérprete possível. No entanto, parece-me que ignorar a clareza (e, por que não, a limpeza) de uma apresentação equivale a deixar de notar que há um rinoceronte branco na sala.   Já outro critério é um pouco mais complicado, mas não pode deixar de ser mencionado: respeito ao estilo do compositor. Para isso, seria necessário exigir conhecimento histórico e capacidade auditiva em reconhecê-lo. Não vou entrar na seara de a referida banca ser capacitada para isto ou não.   O que prevalece realmente é aquilo que dizia o pianista François Fréderic Guy: os jurados são as pessoas que "sabem". ?Eles têm um tipo de código musical e se você não estiver conectado a este código, você não tem chance?. É este código que estou questionando. Porque suspeito que o código da banca de Tatuí sequer foi musical.   A prova exigia uma peça de confronto ? aos que não sabem, é uma peça que todos os candidatos devem interpretar ? e uma obra de livre escolha, ambas brasileiras. Vale dizer que a edição da peça de confronto era lamentável. Eu fui o único candidato que "corrigiu" todas as muitas notas erradas da edição. Aliás, a incompetência editorial musical do Brasil mereceria outro texto. Também fui o único que respeitou o andamento indicado, e, se bem me lembro, devo ter esbarrado em uma notinha. Sou grato aos meus mestres por terem me ensinado a analisar uma obra musical e também por poder ouvi-la e reproduzi-la em suas nuances.   Quanto à obra de livre escolha, há alguns meses tive a preciosa oportunidade de tocá-la ao filho do compositor que me deu ideias, questionou algumas e validou outras que eu já tinha. Quanto à apresentação na prova do concurso, faço antes um comentário: quem me conhece sabe que o maior crítico de mim sou eu mesmo. Dificilmente saio satisfeito de uma apresentação, por melhor que seja o feedback. Excepcionalmente, neste concurso saí do palco muito contente mesmo sabendo que poderia ter feito melhor, mas acreditando que tinha estabelecido a barra num nível bem alto. Também fiz questão de assistir a todas as provas (faltei apenas a uma delas porque uma jornalista pediu que eu desse uma entrevista, ironicamente sobre a importância dos concursos). Houve candidatos brilhantes e outros nem tanto que não preciso detalhar aqui, mas apenas menciono que, dos candidatos que estavam em sintonia com o meu código musical, a maioria não levou nenhum prêmio.   O anúncio da premiação foi muito estranho: todos os candidatos levaram um ?puxão de orelha? porque, segundo a teoria da avaliadora (vou dar o nome fictício de Sra. ?Adolfa?), todos os pianistas deveriam frequentar rodas de samba para poderem tocar música brasileira. Mesmo depois de eu ter admitido que não frequento rodas de choro, samba ou fandango, ainda assim foi uma grande surpresa saber que as minhas notas foram as mais baixas do concurso.   Pela lógica, eu preciso ser luterano para poder tocar a música de Bach, místico para tocar Scriabin e homossexual para tocar Poulenc.   Por mais inadequado que fosse, estava curiosíssimo em saber o que é que eu tinha feito de errado. Questionada, a presidente da banca Adolfa respondeu que faltou "ginga", que a "agógica" não foi respeitada e que os deslocamentos rítmicos não foram realizados. Em resposta, gostaria que a Adolfa ouvisse novamente a prova. Há testemunhas, mas não preciso delas. O que parece que falta aqui se chama honestidade intelectual. Diante da omissão de opinião dos que dividiram a mesa, Sra. ?Benita? e Sr. ?Blondi?, suponho que tenham concordado com tudo o que foi dito.    Tenho curiosidade em saber como seria a avaliação, por essa ilustre equipe, da interpretação do Rudepoema de Marc-André Hamelin, já que o mesmo não deve ter ensaiado na vida um passo de samba. Ou alguém acha que o Nelson Freire fica dançando no banheiro para tocar o Choros n. 5 ou a Toccata de Guarnieri? Colocação igualmente absurda seria dizer que pianistas brasileiros não sabem tocar Prokofiev ou Medtner. Por que há essa mística tão grande em torno de ?música brasileira?? Só o nosso povo tem este hábito ridículo.   Pela interpretação teleológica da expressão, se eu toco música de um compositor brasileiro, eu faço música brasileira. A julgar pela interpretação das peças tupiniquins pelos candidatos estrangeiros no Concurso Cidade de Florianópolis em 2010, os ?gringos? não devem nada em termos de musicalidade. Já em termos de ?brasilidade?, deixo os argumentos para a Sra. Adolfa.   Por mais que alguns me considerem um "eurocêntrico" (eu não ligo, às vezes acho um elogio), eu considero imensamente todas as manifestações artísticas não importa de onde venham. Quando se trata de preferência pessoal, é pessoal e fim de papo. Mas esse argumento não vale quando se tem a responsabilidade de ser jurado de concurso. Antes de ter opinião pessoal, é necessário provar que pelo menos o julgador tenha ouvidos.   Em 1999, Matt Stone e Trey Parker, criadores de South Park, concorreram ao Oscar pela melhor trilha sonora, mas o prêmio acabou indo para Phil Collins. Não tiveram dúvida: no episódio televisivo seguinte massacraram e ridicularizaram o cantor, inclusive com a estatueta enfiada lá mesmo. ?Estávamos TÃO preparados para perder, mas não desse jeito! Não para o Phil Collins?, disseram. Fizeram errado, Stone & Parker. Eu também estava preparado para perder, mas não desse jeito. Só que vocês deveriam ter enfiado a estatueta nos que elegeram o Phil Collins, não no coitado.   Termino com Griboyedov: ?...mas quem são os juízes??     André Fadel músico       ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Sun Oct 23 03:53:09 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Sun, 23 Oct 2011 03:53:09 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." cp -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cgerling em ufrgs.br Sun Oct 23 11:27:54 2011 From: cgerling em ufrgs.br (Cristina Capparelli Gerling) Date: Sun, 23 Oct 2011 11:27:54 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os termos. Cristina Capparelli Gerling Citando Carlos Palombini : > Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with > this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy > is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e > termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se > não, a democracia é uma farsa." > > cp > > -- > carlos palombini > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Oct 23 11:33:31 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sun, 23 Oct 2011 06:33:31 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: Message-ID: <1319376811.20314.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> "Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." Perfeito! Isto é a real Democracia: duvidar de regras, questionar o autoritarismo, lutar contra o corporativismo. Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 23/10/11, Carlos Palombini escreveu: De: Carlos Palombini Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" Data: Domingo, 23 de Outubro de 2011, 3:53 Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." cp -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sun Oct 23 23:06:01 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sun, 23 Oct 2011 23:06:01 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <1319376811.20314.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> References: <1319376811.20314.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <0C26914D-06A0-4231-A956-9C78C1108BB7@uol.com.br> é importante lembrar que todo concurso tem uma pequena cláusula "a banca é soberana", isto diz respeito justamente à banca ter por tarefa algo que é da ordem do subjetivo, se bem que regido por um senso comum mesmo que de um pequeno grupo. qdo alguém vai participar de um concurso, sabendo quem é a banca, sabe bem qual o perfil do concurso. cada concurso tem um perfil, como uma curadoria. agora...é possível ao se participar de um concurso manifestar-se justamente qto à linha assumida pela banca e perguntar-se até quando certas lengalengas (do tipo "isto é mais ou menos nacional") vão continuar. não entendo a questão do concurso de Tatuí como uma reclamação de ter ou não ter sido premiado, mas de dizer a todos e se perguntar até quando certos critérios do arco da velha continuarão vivos entre nós....este ponto me pareceu mais importante do que o tom de denuncia, já que toda "banca é soberana"... silvio On Oct 23, 2011, at 11:33 AM, Daniel Lemos wrote: > > "Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." > > Perfeito! > > Isto é a real Democracia: duvidar de regras, questionar o autoritarismo, lutar contra o corporativismo. > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em dom, 23/10/11, Carlos Palombini escreveu: > > De: Carlos Palombini > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí > Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" > Data: Domingo, 23 de Outubro de 2011, 3:53 > > > Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." > > cp > > -- > carlos palombini > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From marciomattos em marciomattos.com Sun Oct 23 23:54:29 2011 From: marciomattos em marciomattos.com (=?UTF-8?B?OjogIE3DoXJjaW9NYXR0b3MuQ29tIDo6?=) Date: Sun, 23 Oct 2011 22:54:29 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?A_palha=C3=A7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?utf-8?b?w60=?= In-Reply-To: <1319376811.20314.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> References: <1319376811.20314.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: A pergunta é: E se a palhaçada estivesse à favor do reclamante??? *MÁRCIO MATTOS* *Coordenador do Curso de Música da UFC - Campus Cariri* Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri Coordenador do CEMUC [cemucufc.blogspot.com] / Tutor do PET MÚSICA UFC - Cariri *Site Profissional:* cariri.ufc.br / educacaomusical.cariri.ufc.br *Site Pessoal:* www.marciomattos.com Crato - Ceará - Brasil *MSN:* mmttos em gmail.com *SKYPE:* mmttos Em 23 de outubro de 2011 10:33, Daniel Lemos escreveu: > > "Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a > democracia é uma farsa." > > Perfeito! > > Isto é a real Democracia: duvidar de regras, questionar o autoritarismo, > lutar contra o corporativismo. > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *dom, 23/10/11, Carlos Palombini * escreveu: > > > De: Carlos Palombini > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí > Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" > Data: Domingo, 23 de Outubro de 2011, 3:53 > > > > Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with > this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy > is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e > termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se > não, a democracia é uma farsa." > > cp > > -- > carlos palombini > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > > > -----Anexo incorporado----- > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Mon Oct 24 01:01:52 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Mon, 24 Oct 2011 01:01:52 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <1319376811.20314.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> References: <1319376811.20314.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: É boa prática em pesquisa também. Vide o *Relatório da Comissão de Integridade de Pesquisa do CNPq*: "A Ciência tem mecanismos de correção, porque tudo o que é publicado é sujeito à verificação por outros, independentemente da autoridade de quem publicou." (Íntegra na próxima mensagem.) cp 2011/10/23 Daniel Lemos > > "Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a > democracia é uma farsa." > > Perfeito! > > Isto é a real Democracia: duvidar de regras, questionar o autoritarismo, > lutar contra o corporativismo. > > -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Mon Oct 24 01:10:35 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Mon, 24 Oct 2011 01:10:35 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?CNPq_divulga_diretrizes_=E9ticas_pa?= =?iso-8859-1?q?ra_a_pesquisa?= Message-ID: CNPq divulga diretrizes éticas para a pesquisa O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) divulga o relatório da Comissão de Integridade de Pesquisa do CNPq , que definiu um conjunto de diretrizes para promover a ética na publicação de pesquisas científicas e estabelece parâmetros para investigar eventuais condutas reprováveis. A comissão, coordenada pelo diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Paulo Sergio Lacerda Beirão, foi criada em maio último, após denúncia de fraude em publicações científicas envolvendo pesquisadores apoiados pela instituição. De acordo com o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, ?diante da inexistência de normas internas específicas e instrumentos estabelecidos para o tratamento adequado de ocorrências desta natureza, a Diretoria Executiva decidiu criar uma Comissão Especial, com a missão de propor recomendações e diretrizes sobre o tema da Ética e Integridade na Prática Científica?. Segundo Beirão, o CNPq constituirá uma comissão permanente para difundir informações sobre pesquisa ética, principalmente sobre o ponto de vista da publicação científica. O mesmo grupo se encarregará de analisar as denúncias que chegarem à instituição. As regras propostas preveem que as denúncias de infrações serão submetidas a um juízo prévio da comissão permanente. Se julgadas verossímeis, o CNPq criará uma comissão extraordinária de especialistas para análise do caso. A Comissão entende que é preciso cuidado ?para não se estimular denúncias falsas ou infundadas?. ?A investigação não caberá à instituição onde o cientista trabalha?, informa Beirão, ?pois queremos garantir imparcialidade?, destaca. O texto proposto tipifica quatro condutas ilícitas, a falsificação, a fabricação de resultados, o plágio e o autoplágio, este definido como a republicação de resultados científicos já divulgados como se fossem novos, sem informar a publicação prévia. Condena também a inclusão de pessoas como autores, que só tenham emprestado equipamentos ou verba, sem participação intelectual no artigo científico. As punições para os delitos mais graves incluem a suspensão de financiamento por meio de bolsas e, eventualmente, a devolução do recurso investido pelo CNPq no trabalho. O diretor Beirão explica que a instituição é uma agência de fomento, não pode demitir pessoas ligadas a outras entidades, ?o máximo que conseguimos é cortar o investimento?. Como parte das ações preventivas, o CNPq deve estimular que disciplinas com conteúdo ético e de integridade de pesquisa sejam oferecidas nos cursos de graduação e pós-graduação. Vide *Ética e Integridade na Prática Científica* e *Relatório da Comissão de Integridade de Pesquisa do CNPq*: . -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From zchuekepiano em ufpr.br Mon Oct 24 07:47:36 2011 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Mon, 24 Oct 2011 07:47:36 -0200 (BRST) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> Message-ID: <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> Assino em baixo. Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta a fidelidade à partitura em primeiro lugar. O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade do juri. Zélia Chueke > Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe > que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez > que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma > consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do > candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os > papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta > premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os > termos. > Cristina Capparelli Gerling > > > Citando Carlos Palombini : > >> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with >> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >> democracy >> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa >> e >> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se >> não, a democracia é uma farsa." >> >> cp >> >> -- >> carlos palombini >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com From andrefadel em gmail.com Mon Oct 24 08:44:46 2011 From: andrefadel em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?Andr=E9_Fadel?=) Date: Mon, 24 Oct 2011 08:44:46 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <1319170013.95162.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> References: <1319170013.95162.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: Prezado Prof. Daniel Lemos e demais colegas da lista Muito obrigado pelo posicionamento e pelas palavras equilibradas. De fato, foi um momento de inconformação. Ainda bem que a vida não depende disso. Mas que continua sendo chato, isso é. Quero deixar claro que em nenhum momento foi tornado público quem era a banca. Quem entrar no site do concurso não vai encontrar a informação. Viajei e toquei sem saber quem estava na mesa, pois quando anunciaram a banca nem estava prestando atenção. Meu compromisso não é com banca, mas com a música. Preferi conhecer a banca da pior maneira possível, e foi o que ocorreu. É evidente que, sabendo quem e como premiaram, não participarei de mais nada em que algum deles tome parte como avaliador. Não concordo com a colocação da Sra. Cristina, quando diz que "o resultado passa a ser inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do candidato". Quando acontece algo como isso, isto se torna assunto da sociedade. Não esqueçamos que este concurso foi financiado com dinheiro público, portanto era justificável que houvesse um mínimo de transparência, inclusive divulgando-se quem eram os avaliadores, o que não ocorreu. Não estou questionando a segregação de funções. Leia o texto com mais calma e verá o que estou criticando. Respondendo ao Sr. Marcio Mattos, se a palhaçada tivesse ocorrido a meu favor, estaria passando por uma situação de enorme constrangimento. Ao contrário do que alguns acreditam, sei reconhecer quando alguém alcança algo que não alcancei. Já partipicipei de concursos em que houve injustiça a um outro músico, mas normalmente lhe davam o segundo lugar. O que ocorreu lá foi uma inversão de lógica completa, parecia um sorteio na hora dos prêmios. Prof. Carlos, faltou mencionar Voltaire: "Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la." Se a opinião do vizinho é fedorenta, nada me impede que eu reclame do cheiro. Isso é democracia. André -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cgerling em ufrgs.br Mon Oct 24 09:49:29 2011 From: cgerling em ufrgs.br (Cristina Capparelli Gerling) Date: Mon, 24 Oct 2011 09:49:29 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> Message-ID: <20111024094929.14187k33mhn8wte1@webmail.ufrgs.br> Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso assumido entre competidor e avaliadores. Cristina Citando Zélia Chueke : > Assino em baixo. > > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. > > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! > > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade > do juri. > > Zélia Chueke > > >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >> termos. >> Cristina Capparelli Gerling >> >> >> Citando Carlos Palombini : >> >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>> democracy >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa >>> e >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se >>> não, a democracia é uma farsa." >>> >>> cp >>> >>> -- >>> carlos palombini >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > Zélia Chueke, DMA > Pianist - researcher > Professor of Music- DeArtes, UFPR > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > www.zeliachueke.com > > From antunes em unb.br Mon Oct 24 10:01:03 2011 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Mon, 24 Oct 2011 10:01:03 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?PLACA_PARA_O_M=DASICO_FRANCISCO_TEN?= =?iso-8859-1?q?=D3RIO?= Message-ID: *Placa para Tenório* *Ruy Castro/Folha de S. Paulo* - No dia 18 de março de 1976, o pianista brasileiro Francisco Tenório Jr., 33, estava em Buenos Aires para uma temporada no Teatro Rex com seus patrícios Vinicius de Moraes e Toquinho. Naquela noite, saiu do hotel Normandie, onde estavam hospedados, e deixou um bilhete: "Vou comprar cigarros e um remédio. Volto já". Não voltou -nunca mais. *Fora confundido com um militante procurado pela ditadura argentina e levado preso. Por falar bem espanhol e com sotaque portenho, não acreditaram que fosse brasileiro, músico e inocente. Passaram a torturá-lo, com a colaboração, a partir do quinto dia, de agentes brasileiros da Operação Condor, braço internacional das ditaduras argentina, brasileira, chilena e uruguaia. *Nove dias depois, seus algozes se convenceram de que tinham se enganado. Mas, já então, Tenório estava cruelmente machucado. Pior: vira o rosto deles. Não podiam devolvê-lo à rua. O jeito era matá-lo, o que fizeram com um tiro, no dia 27. Dali Tenório foi dado como "desaparecido", e o Brasil nunca se empenhou em elucidar o fim de um de seus filhos mais talentosos -autor, em 1964, aos 21 anos, do grande disco instrumental "Embalo". *Os detalhes gravíssimos sobre a morte de Tenório só começaram a aparecer dez anos depois, em 1986, e mesmo assim porque um membro da inteligência argentina resolveu contar. Pois, agora, os argentinos, que não estão varrendo a sua ditadura para debaixo do tapete, nos darão em breve nova lição. *No dia 16 de novembro, às 14 h, a cidade de Buenos Aires, por iniciativa do deputado portenho Raul Puy, homenageará Tenório com uma placa na fachada do hotel Normandie, na rua Rodríguez Peña, 320, de onde ele saiu para morrer. Ela dirá: "Aqui se hospedou este brilhante músico brasileiro, vítima da ditadura militar argentina". -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Mon Oct 24 10:26:31 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Mon, 24 Oct 2011 10:26:31 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: <1319376811.20314.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <96C59B8E-01E9-4EDC-979B-0D5C2F6D708D@uol.com.br> resp: o reclamante seria outra pessoa! toda banca é subjetiva... On Oct 23, 2011, at 11:54 PM, :: MárcioMattos.Com :: wrote: > A pergunta é: > E se a palhaçada estivesse à favor do reclamante??? > > MÁRCIO MATTOS > Coordenador do Curso de Música da UFC - Campus Cariri > Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri > Coordenador do CEMUC [cemucufc.blogspot.com] / Tutor do PET MÚSICA UFC - Cariri > Site Profissional: cariri.ufc.br / educacaomusical.cariri.ufc.br > Site Pessoal: www.marciomattos.com > Crato - Ceará - Brasil > MSN: mmttos em gmail.com > SKYPE: mmttos > > > > Em 23 de outubro de 2011 10:33, Daniel Lemos escreveu: > > "Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." > > Perfeito! > > Isto é a real Democracia: duvidar de regras, questionar o autoritarismo, lutar contra o corporativismo. > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em dom, 23/10/11, Carlos Palombini escreveu: > > De: Carlos Palombini > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí > Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" > Data: Domingo, 23 de Outubro de 2011, 3:53 > > > > Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." > > cp > > -- > carlos palombini > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > > > -----Anexo incorporado----- > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Mon Oct 24 10:43:59 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Mon, 24 Oct 2011 05:43:59 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <96C59B8E-01E9-4EDC-979B-0D5C2F6D708D@uol.com.br> Message-ID: <1319460239.6074.YahooMailClassic@web110307.mail.gq1.yahoo.com> Olá, Se for pela questão da avaliação subjetiva, nenhuma banca de concurso musical estaria respaldada... aí caímos na questão da avaliação em Música. Acho esta uma das questões mais difíceis que temos. Tenho grande preocupação com as disciplinas que ministro, e creio que meu veredito sempre terá uma margem de decisões questionáveis. Porém, algo que todos nós podemos perceber é a sinceridade e o compromisso de quem avalia. A subjetividade sempre existirá em nossas avaliações. Porém, também podemos perceber quando certas pessoas agem de má fé, se aproveitando desta para tomar decisões de forma conveniente e manipular os resultados. É aí que o questinamento deve sim tomar lugar. Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em seg, 24/10/11, silvioferrazmello escreveu: De: silvioferrazmello Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Para: ":: MárcioMattos.Com ::" Cc: "Daniel Lemos" , anppom-l em iar.unicamp.br Data: Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011, 10:26 resp: o reclamante seria outra pessoa!toda banca é subjetiva... On Oct 23, 2011, at 11:54 PM, :: MárcioMattos.Com :: wrote: A pergunta é: E se a palhaçada estivesse à favor do reclamante??? MÁRCIO MATTOSCoordenador do Curso de Música da UFC - Campus CaririUniversidade Federal do Ceará - Campus Cariri Coordenador do CEMUC [cemucufc.blogspot.com] / Tutor do PET MÚSICA UFC - CaririSite Profissional: cariri.ufc.br / educacaomusical.cariri.ufc.br Site Pessoal: www.marciomattos.comCrato - Ceará - Brasil MSN: mmttos em gmail.comSKYPE: mmttos Em 23 de outubro de 2011 10:33, Daniel Lemos escreveu: "Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." Perfeito! Isto é a real Democracia: duvidar de regras, questionar o autoritarismo, lutar contra o corporativismo. Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.br Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 23/10/11, Carlos Palombini escreveu: De: Carlos Palombini Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" Data: Domingo, 23 de Outubro de 2011, 3:53 Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." cp -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From catarina em catarinadomenici.com Mon Oct 24 19:12:32 2011 From: catarina em catarinadomenici.com (Catarina Domenici) Date: Mon, 24 Oct 2011 19:12:32 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: Message-ID: Prezado André, Inicio respondendo a útima pergunta da tua mensagem ?...mas quem são os juízes??: eu, Catarina Leite Domenici, fui um dos membros da comissão julgadora do VII Concurso Nacional de Piano de Música Brasileira Espartaco Rossi de Tatuí. Como membro da comissão julgadora, após ter passado uma grande parte dos últimos anos fora do Brasil, posso assegurar que estava em uma posição bastante confortável por estar vendo (e ouvindo) pela primeira vez TODOS os candidatos dos turnos que julguei. Desta maneira, todos se encontravam em perfeita condição de isonomia diante do meu julgamento, que, obviamente, foi baseado APENAS na performance que ocorreu naquele momento. Afirmo que a comissão organizadora do concurso foi extremamente cuidadosa e idônea em não disponibilizar à comissão julgadora as fichas de inscrição, assegurando que informações como idade, procedência e, principalmente, o nome do(a) professor(a) fossem mantidas em sigilo. Este último item merece aqui um parênteses: uma das pianistas mais importantes do Brasil (infelizmente já falecida) pediu para não mais ser convidada para integrar o júri de um dos concursos de música mais importantes do país por ter se cansado de receber vários telefonemas de professores de piano (às vezes no meio da noite) que tentavam de alguma maneira influenciar a sua opinião. Do lado dos candidatos, temos aqueles que, infelizmente em qualquer concurso, se julgam maiores e melhores que os outros apenas por serem alunos de X, Y ou Z. Fim do parênteses. Lamento imensamente que você não tenha tido a iniciativa ou a oportunidade de me procurar após o concurso (como fizeram tantos outros candidatos) para saber a minha opinião sobre a tua performance (e consequentemente, os meus critérios). Quem me conhece sabe que, sempre que solicitada, emito a minha opinião com muita honestidade e franqueza e que sempre prezei a transparência acima de tudo em todas as relações. Aproveito aqui para me colocar à disposição para compartilhar contigo as minhas anotações sobre a tua performance, posto que ainda tenho minhas anotações das provas do concurso. Farei isso com prazer, de maneira privada, como o fiz com os outros candidatos que me procuraram, pois minha ética não me permite expor publicamente assuntos que considero de cunho e interesse pessoal. Por outro lado, enfatizo que sou inteiramente favorável à discussão pública, séria e respeitosa sobre os critérios de avaliação da performance musical de maneira geral (não apenas em situações de concurso), conduzida com o cuidado necessário entre o estabelecimento de parâmetros para a elaboração de critérios objetivos e subjetivos de avaliação, ao mesmo tempo que evitando o engessamento de tais critérios, o que resultaria em tirania ideológica e estética. Devemos sempre lembrar que o que mantém a arte viva (especialmente a performance musical) é justamente a diversidade de opiniões, percepções e interpretações. Dada a natureza pública da performance musical, a qual sempre nos coloca em contato com pontos de vista muitas vezes divergentes, penso ser fundamental que tenhamos maturidade e humildade para conviver com essa diversidade em qualquer situação. Gostaria de manifestar minha profunda tristeza e preocupação em ver o fórum de discussões de uma das instituições mais importantes e respeitadas da comunidade acadêmica no Brasil (a ANPPOM) ser usado para mensagens que, acobertadas pela suposta condição de anonimato (os nomes dos integrantes da comissão julgadora são devida e corretamente publicados no programa do evento), contém suposições, ofensas e acusações sérias e infundadas. Parece que ainda não aprendemos com situações passadas, onde discussões que se iniciaram nesta lista, justamente acobertadas pelo pseudo-anonimato, escalaram rapidamente para ofensas pessoais que constrangeram, senão toda, uma boa parte da comunidade acadêmica. Em meio a tantas condutas destrutivas que ainda praguejam o cotidiano de todos, tais como inuendos, perseguições, ameaças, assédio moral e até violência física, cabe a nós (e apenas a nós) decidir que tipo de ambiente acadêmico desejamos construir à nossa volta. Por fim, gostaria de salientar que a tua mensagem, ainda que de um modo que considero inapropriado para a condução de um debate construtivo, traz à tona questões muito relevantes que merecem ser discutidas pela nossa subárea. Precisamos, sim, discutir critérios de avaliação da performance musical, bem como a necessidade (ou não) dos concursos para intérpretes. Lógicamente que ao debater essas questões não podemos nos esquivar de realizar um profundo questionamento sobre o que concebemos hoje, em pleno século XXI, por interpretação musical e sobre o próprio papel do intérprete, sob pena de continuarmos em concordância com paradigmas estabelecidos no século XIX. Faço votos que a subárea possa iniciar um debate civilizado, produtivo e respeitoso para que possamos avançar no entendimento daquilo que fazemos com tanto amor e dedicação. Cordialmente, "Srª Benita" Profª Drª Catarina Leite Domenici Universidade Federal do Rio Grande do Sul Programa de Pós-Graduação em Música Presidente da Associação Brasileira de Performance Musical (ABRAPEM) e, claro, musicista. PS ao pé do ouvido: André, eu tenho ouvido absoluto e posso te assegurar que você não foi o único candidato que "corrigiu" as imperfeições do texto impresso da peça de confronto. On Oct 20, 2011, at 10:13 AM, André Fadel wrote: > > > > A palhaçada do Concurso de Piano de Tatuí > > > (Para aqueles que quiserem ir direto ao assunto, podem pular para a segunda parte) > > > > 1. Considerações sobre concursos de instrumento > > > Todo concurso é polêmico. É uma das piores maneiras de se descobrir e premiar instrumentistas porque é um procedimento que foge à natureza da arte. Em arte não deveria haver competição. Mas músicos ? como todo animal mamífero ? têm espírito competitivo e querem se destacar para poderem sobreviver às intempéries mundanas. Afinal, o mundo é selvagem demais e todo esforço é pouco para se alcançar a caça e dominar o fogo. > > > Observando os concursos internacionais mais importantes tem-se a impressão de que estes eventos não diferem muito das Olimpíadas: pessoas sacrificam boa parte da fase produtiva de suas vidas esperando obter, em lapso de minutos, um breve reconhecimento pelos seus esforços. Não devemos esquecer que os músicos estão lá por livre e espontânea... necessidade. Para abocanharem contratos, prêmios e turnês todos devem se submeter ao crivo de um jurado. Concursos lembram a democracia de Churchill, que dizia que esta é a pior forma de governo, tirando todas as outras já existentes. A diferença é que, se a oportunidade do instrumentista não aparecer por meio do concurso, deverá ocorrer por meio de relações sociais e políticas, o que complica e muito as coisas para a maioria que não tem sobrenome, seita ou outros círculos de amizade. > > > Também existe um lado bom para os competidores, independentemente dos resultados. Quando alguém se prepara para um concurso, ocorre um processo de grande superação dos próprios limites. Pode-se aprender menos em termos quantidade de repertório, mas há coisas que só são conquistadas por processos intensos e contínuos. Heinrich Neuhaus comparou uma vez o estudo do piano com a fervura da água, pois esta não borbulha se o fogo for desligado de tempos em tempos. Além disso, há também o lado emocional. Seja com traumas ou láureas, competidores sempre aprendem. > > > Vendo o crescente número de competições no mundo, a prática está longe de ser abolida ou substituída. Contudo, algumas iniciativas estão sendo tomadas para aumentar sua transparência. Uma delas foi adotada apenas recentemente pelo 14º. Concurso Tchaikovsky, cujas etapas foram teletransmitidas ao vivo e no qual foi dada aos espectadores a oportunidade de opinarem e se manifestarem sobre os concorrentes. A tecnologia hoje permite muitos procedimentos e, quando se trata de concurso musical, a gravação deveria ser o mais elementar deles. Outras sugestões são apresentadas em um ótimo artigo de Michael Johnson. > > > Eu, pessoalmente, não aguento assistir a concursos de piano. Normalmente são chatos e muito cansativos. As provas são longas, os repertórios variam pouco e a pressão é desumana. Às vezes parece que estão tentando enfiar o músico numa lâmina microscópica para a análise de suas virtudes e defeitos. Mas o espírito da competição é esse, da mesma forma que a natureza seleciona os mais aptos a sobreviverem. Apesar disso, não hesito em participar de um ou outro quando as exigências do edital coincidem com o repertório que estou estudando. Seja para fins competitivos ou artísticos, quando estou ao instrumento procuro esquecer todo o lixo que está em volta e imergir na música. > > > Mas o que determina uma virtude nas competições? E o que define o que seriam defeitos? Ah, os critérios... > > > > 2. Sobre Tatuí > > > No Brasil há poucos concursos de piano e nenhum com grande tradição. Por isso, qualquer um que ofereça um prêmio interessante (apresentações, dinheiro, instrumentos) merece a atenção de quem estuda. Como no Brasil não há reconhecimento duradouro por concursos, pelo menos a conquista de um deles recompensa ? em parte ? o esforço e agrega pontinhos para o currículo (às vezes, a alimentação do Currículo Lattes também parece uma Olimpíada!). O Concurso de Tatuí oferecia prêmio de R$ 5.000,00 e recital com orquestra. O prêmio não chega perto dos U$ 20.000,00 de um concurso do Cazaquistão (o país ridicularizado pelo "Borat"), mas não é nada mal para a terra de cegos ? ou seria "surdos"? > > > Na teoria, pelo que foi exposto antes, concurso pode ser considerado um instrumento democrático por oferecer tratamento isonômico aos participantes. Só na teoria. O grande problema reside fundamentalmente no poder de validação detido soberanamente pela banca avaliadora. É ela que vai brincar de chefe e dar as batatas ao vencedor. Mas sob quais critérios? > > > Uma vez que haja a participação decisória de seres humanos num sistema, pode-se questionar todo e qualquer resultado. A neurociência tem uma coleção de estudos (Zimbardo, Harris, Milgram) que fragilizam cada vez mais a ideia de que humanos tenham o que se entende por objetividade, justiça, imparcialidade e até mesmo moralidade. Imagine acrescentar "musicalidade" nessa lista. Exigir tudo isto de uma banca de concurso pode ser demais. > > > Portanto, é evidente que todo resultado de concurso será polêmico. Mas existem critérios que podem ser discutidos e adotados no julgamento de candidatos, no sentido de tentar aproximar o poder de validação de uma banca de algo que seja mais ou menos consenso entre quem entende do assunto. Não acho que o "voto popular" seja o caminho, mas isto não deixaria de ser útil para indicar o que pode ser viável comercialmente, por exemplo. > > > Há corporativismo no meio dos concursos de música? Lógico que há. Há corrupção? Sim. Há decisões marcantes? Também. O exemplo mais célebre de que eu me lembro foi no Concurso Chopin de 1980, quando Ivo Pogorelich foi desclassificado pelo júri e Martha Argerich se retirou da banca, inconformada. Mas foi alguma coisa assim que houve no Concurso de Tatuí? Não. > > > O que houve foi uma demonstração de como a inépcia de uma banca avaliadora pode prejudicar a credibilidade de um concurso, devido a ausência de critérios objetivos que deveriam nortear o que se busca em termos de música numa ocasião como esta. > > > Arrisco o primeiro critério possível que poderia orientar uma banca, partindo do princípio da isonomia: fidelidade às ideias contidas na partitura. Pode haver uma sensação ilusória de objetividade neste quesito? Sim, não tenho dúvidas, mas não deixa de ser um critério mais objetivo do que tentar medir algo que não pode ser medido (p.e., conceitos como ?brasilidade?). A notação musical continua sendo referência mundial para a interpretação de uma obra, mas também seria ingenuidade deixar de notar que há sim um universo além da partitura. Se assim não fosse, qualquer computador poderia ser considerado o melhor intérprete possível. No entanto, parece-me que ignorar a clareza (e, por que não, a limpeza) de uma apresentação equivale a deixar de notar que há um rinoceronte branco na sala. > > > Já outro critério é um pouco mais complicado, mas não pode deixar de ser mencionado: respeito ao estilo do compositor. Para isso, seria necessário exigir conhecimento histórico e capacidade auditiva em reconhecê-lo. Não vou entrar na seara de a referida banca ser capacitada para isto ou não. > > > O que prevalece realmente é aquilo que dizia o pianista François Fréderic Guy: os jurados são as pessoas que "sabem". ?Eles têm um tipo de código musical e se você não estiver conectado a este código, você não tem chance?. É este código que estou questionando. Porque suspeito que o código da banca de Tatuí sequer foi musical. > > > A prova exigia uma peça de confronto ? aos que não sabem, é uma peça que todos os candidatos devem interpretar ? e uma obra de livre escolha, ambas brasileiras. Vale dizer que a edição da peça de confronto era lamentável. Eu fui o único candidato que "corrigiu" todas as muitas notas erradas da edição. Aliás, a incompetência editorial musical do Brasil mereceria outro texto. Também fui o único que respeitou o andamento indicado, e, se bem me lembro, devo ter esbarrado em uma notinha. Sou grato aos meus mestres por terem me ensinado a analisar uma obra musical e também por poder ouvi-la e reproduzi-la em suas nuances. > > > Quanto à obra de livre escolha, há alguns meses tive a preciosa oportunidade de tocá-la ao filho do compositor que me deu ideias, questionou algumas e validou outras que eu já tinha. Quanto à apresentação na prova do concurso, faço antes um comentário: quem me conhece sabe que o maior crítico de mim sou eu mesmo. Dificilmente saio satisfeito de uma apresentação, por melhor que seja o feedback. Excepcionalmente, neste concurso saí do palco muito contente mesmo sabendo que poderia ter feito melhor, mas acreditando que tinha estabelecido a barra num nível bem alto. Também fiz questão de assistir a todas as provas (faltei apenas a uma delas porque uma jornalista pediu que eu desse uma entrevista, ironicamente sobre a importância dos concursos). Houve candidatos brilhantes e outros nem tanto que não preciso detalhar aqui, mas apenas menciono que, dos candidatos que estavam em sintonia com o meu código musical, a maioria não levou nenhum prêmio. > > > O anúncio da premiação foi muito estranho: todos os candidatos levaram um ?puxão de orelha? porque, segundo a teoria da avaliadora (vou dar o nome fictício de Sra. ?Adolfa?), todos os pianistas deveriam frequentar rodas de samba para poderem tocar música brasileira. Mesmo depois de eu ter admitido que não frequento rodas de choro, samba ou fandango, ainda assim foi uma grande surpresa saber que as minhas notas foram as mais baixas do concurso. > > > Pela lógica, eu preciso ser luterano para poder tocar a música de Bach, místico para tocar Scriabin e homossexual para tocar Poulenc. > > > Por mais inadequado que fosse, estava curiosíssimo em saber o que é que eu tinha feito de errado. Questionada, a presidente da banca Adolfa respondeu que faltou "ginga", que a "agógica" não foi respeitada e que os deslocamentos rítmicos não foram realizados. Em resposta, gostaria que a Adolfa ouvisse novamente a prova. Há testemunhas, mas não preciso delas. O que parece que falta aqui se chama honestidade intelectual. Diante da omissão de opinião dos que dividiram a mesa, Sra. ?Benita? e Sr. ?Blondi?, suponho que tenham concordado com tudo o que foi dito. > > > Tenho curiosidade em saber como seria a avaliação, por essa ilustre equipe, da interpretação do Rudepoema de Marc-André Hamelin, já que o mesmo não deve ter ensaiado na vida um passo de samba. Ou alguém acha que o Nelson Freire fica dançando no banheiro para tocar o Choros n. 5 ou a Toccata de Guarnieri? Colocação igualmente absurda seria dizer que pianistas brasileiros não sabem tocar Prokofiev ou Medtner. Por que há essa mística tão grande em torno de ?música brasileira?? Só o nosso povo tem este hábito ridículo. > > > Pela interpretação teleológica da expressão, se eu toco música de um compositor brasileiro, eu faço música brasileira. A julgar pela interpretação das peças tupiniquins pelos candidatos estrangeiros no Concurso Cidade de Florianópolis em 2010, os ?gringos? não devem nada em termos de musicalidade. Já em termos de ?brasilidade?, deixo os argumentos para a Sra. Adolfa. > > > Por mais que alguns me considerem um "eurocêntrico" (eu não ligo, às vezes acho um elogio), eu considero imensamente todas as manifestações artísticas não importa de onde venham. Quando se trata de preferência pessoal, é pessoal e fim de papo. Mas esse argumento não vale quando se tem a responsabilidade de ser jurado de concurso. Antes de ter opinião pessoal, é necessário provar que pelo menos o julgador tenha ouvidos. > > > Em 1999, Matt Stone e Trey Parker, criadores de South Park, concorreram ao Oscar pela melhor trilha sonora, mas o prêmio acabou indo para Phil Collins. Não tiveram dúvida: no episódio televisivo seguinte massacraram e ridicularizaram o cantor, inclusive com a estatueta enfiada lá mesmo. ?Estávamos TÃO preparados para perder, mas não desse jeito! Não para o Phil Collins?, disseram. Fizeram errado, Stone & Parker. Eu também estava preparado para perder, mas não desse jeito. Só que vocês deveriam ter enfiado a estatueta nos que elegeram o Phil Collins, não no coitado. > > > Termino com Griboyedov: ?...mas quem são os juízes?? > > > > André Fadel > > músico > > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From danielpuig em me.com Mon Oct 24 20:48:28 2011 From: danielpuig em me.com (Daniel Puig) Date: Mon, 24 Oct 2011 20:48:28 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?windows-1252?q?eletriCAp_=97_para_o_XII_Pr=EAmio?= =?windows-1252?q?_Arte_na_Escola_Cidad=E3?= Message-ID: <2339B916-9C61-4BB7-95BD-F1CC5488B07B@me.com> Querid em s amig em s e coleg em s, ficamos muito felizes em poder anunciar que a eletriCAp é a escolhida na categoria Ensino Médio para receber o XII Prêmio Arte na Escola Cidadã http://www.artenaescola.org.br/premio/resultado.php O projeto de ensino desenvolvido no Colégio de Aplicação da UFRJ (CAp-UFRJ), que teve por objetivo constituir-se em uma experiência de utilização de meios eletrônicos para o ensino da música em uma escola pública regular, foi o escolhido na categoria Ensino Médio para receber o XII Prêmio Arte na Escola Cidadã. A entrega do prêmio será no dia 28/10, no Instituto Inhotim, em MG. Queremos não só compartilhar com vocês esta alegria, como convidá-los a visitar o site do projeto, onde divulgamos seus resultados e procuramos estimular outras escolas e professores a experiências parecidas. Através do site é possível ouvir também a produção musical dos alunos e, em breve, acompanhar o lançamento de nosso CD virtual. http://www.danielpuig.me/eletriCAp Grande abraço, Daniel Puig (professor de música no CAp-UFRJ e compositor) -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Mon Oct 24 22:25:54 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Mon, 24 Oct 2011 22:25:54 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Volume_!_The_French_jour=ADnal_of_p?= =?iso-8859-1?q?opu=ADlar_music_stu=ADdies?= Message-ID: En 2001, les éditions Seteun déci­dent de lan­cer Copyright Volume ! (2002-2008), une revue de recher­che semes­trielle à comité de lec­ture. Volume ! (le nou­veau titre depuis 2009) est la seule revue uni­ver­si­taire fran­çaise actuel­le­ment exclu­si­ve­ment dédiée à l?ana­lyse des musi­ques popu­lai­res. C?est une publi­ca­tion semes­trielle, à comité de lec­ture (dou­ble relec­ture aveu­gle des arti­cles sou­mis à la revue), plu­ri­dis­ci­pli­naire ouverte à tou­tes les scien­ces humai­nes (socio­lo­gie, esthé­ti­que, musi­co­lo­gie, his­toire cultu­relle, scien­ces poli­ti­ques?). Des tri­bu­nes sont également offer­tes à des pro­fes­sion­nels ou des artis­tes musi­ciens dési­reux de faire par­ta­ger leurs expé­rien­ces sur leur métier ou leur art. 15 numé­ros ont été publiés de 2002 à 2010, soit 140 auteurs de près de 200 arti­­cles (cf. notre index), notes de recher­­che, notes de lec­­ture et tri­­bu­­nes écrits par des contri­­bu­­teurs fran­çais mais aussi cana­diens, amé­ri­cains, bri­tan­ni­ques? Des numé­ros de la revue ont été consa­crés à divers thè­mes tels que - la nou­velle chan­son fran­çaise (n°2-2), sous la direc­tion de Barbara Lebrun et Catherine Franc, - l?électronique dans la musi­que et le « savant à l?épreuve du popu­laire » (n°3-1), - rock et cinéma (hors-série, avec le Festival du Film de Paris, 2004), sous la direc­tion de François Ribac, - le hip hop (n°3-2), sous la direc­tion de Gérôme Guibert et Emmanuel Parent, - les musi­ciens-socio­lo­gues (n°4-1), sous la direc­tion de Philippe Le Guern, - les musi­ques actuel­les (n°4-2), sous la direc­tion de Philippe Teillet, - la presse musi­cale alter­na­tive (n° 5-1), sous la direc­tion de Samuel Étienne, - les scè­nes métal (n°5-2), coor­donné par Gérôme Guibert et Fabien Hein, - les rap­ports entre musi­que, géo­gra­phie, et post­co­lo­nia­lisme (n°6-1&2), coor­donné par Yves Raibaud. - enfin la reprise dans les musi­ques popu­lai­res, en deux tomes. - Le pro­chain numéro (8-1, début 2011) contien­dra les actes choi­sis du col­lo­que sur mes musi­ques noi­res, orga­nisé par les éditions Seteun à Bordeaux en avril 2010. En 2009, l?asso­cia­tion a démé­nagé à Bordeaux et a débuté un par­te­na­riat stra­té­gi­que rap­pro­ché avec la Région Aquitaine, qui s?est mon­trée sou­cieuse de sup­por­ter un espace de réflexion cri­ti­que dans le champ des musi­ques actuel­les. L?asso­cia­tion est désor­mais por­tée par Susana Moliner, Emmanuel Parent, Béatrice Ratréma, Matthieu Saladin et Jedediah Sklower. Gérôme Guibert, maî­tre de confé­rence à l?Université de Paris-3, est son pré­si­dent. http://www.seteun.net/spip.php?rubrique2 -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 instituto de estudos avançados transdisciplinares ? ieat-ufmg -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Mon Oct 24 22:30:25 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Mon, 24 Oct 2011 22:30:25 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?CPP=3A_Estudos_Hist=F3ricos_=28FGV?= =?iso-8859-1?q?=29?= Message-ID: A revista *Estudos Históricos* (http://cpdoc.fgv.br/revista) comunica os temas das próximas edições e os prazos para envio de trabalhos: Nº 49: "Anos 1960" - Prazo: 31 de dezembro de 2011. Nº 50: "Países de Língua Portuguesa" - Prazo: 30 de junho de 2012. Nº 51: "História e Audiovisual" - Prazo: 31 de dezembro de 2012. Nº 52: "Raça e História" - Prazo: 30 de junho de 2013. Para mais informações, escreva para eh em fgv.br. -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 instituto de estudos avançados transdisciplinares ? ieat-ufmg -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Tue Oct 25 00:05:27 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Mon, 24 Oct 2011 19:05:27 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: Message-ID: <1319508327.33575.YahooMailClassic@web110314.mail.gq1.yahoo.com> Olá caros colegas, Por fim, creio que a conclusão é o próprio reconhecimento que cada concurso tem. Vemos muitos concursos que a banca procura avaliar os candidatos com extrema seriedade, e estes passam a ser os concursos que mais procuramos. Todavia, aqueles concursos que já impõem uma condição de submissão aos candidados - a "filosofia do contrato" - por si só já dão margem a questionamentos, pois ninguém é dono da verdade. E é justamente neste "ser dono da verdade" que ocorrem as deliberações de má fé. Desconfiem de respostas prontas. Questionem autoridades e - principalmente - aqueles que se dizem autoridades. Mais uma bez parabenizo o André por ter levantado um assunto tão importante e pouco falado. Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em seg, 24/10/11, silvioferrazmello escreveu: De: silvioferrazmello Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Para: "Daniel Lemos" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011, 23:45 mas esta regra de concursos é geral, é para qualquer concurso: "a banca é soberana"...esta foi a única maneira possível para se dar respaldo a bancas...pois sempre os resultados (quando não anomalos) são trasnpassados por visões pessoais, por uma linha determinada pela banca, o que não significa que os critérios sejam incorretos...eles são é relacionados diretamente a variáveis que não são facilmente mapeáveis.abs On Oct 24, 2011, at 10:43 AM, Daniel Lemos wrote: Olá, Se for pela questão da avaliação subjetiva, nenhuma banca de concurso musical estaria respaldada... aí caímos na questão da avaliação em Música. Acho esta uma das questões mais difíceis que temos. Tenho grande preocupação com as disciplinas que ministro, e creio que meu veredito sempre terá uma margem de decisões questionáveis. Porém, algo que todos nós podemos perceber é a sinceridade e o compromisso de quem avalia. A subjetividade sempre existirá em nossas avaliações. Porém, também podemos perceber quando certas pessoas agem de má fé, se aproveitando desta para tomar decisões de forma conveniente e manipular os resultados. É aí que o questinamento deve sim tomar lugar. Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em seg, 24/10/11, silvioferrazmello escreveu: De: silvioferrazmello Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Para: ":: MárcioMattos.Com ::" Cc: "Daniel Lemos" , anppom-l em iar.unicamp.br Data: Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011, 10:26 resp: o reclamante seria outra pessoa!toda banca é subjetiva... On Oct 23, 2011, at 11:54 PM, :: MárcioMattos.Com :: wrote: A pergunta é: E se a palhaçada estivesse à favor do reclamante??? MÁRCIO MATTOSCoordenador do Curso de Música da UFC - Campus CaririUniversidade Federal do Ceará - Campus Cariri Coordenador do CEMUC [cemucufc.blogspot.com] / Tutor do PET MÚSICA UFC - CaririSite Profissional: cariri.ufc.br / educacaomusical.cariri.ufc.br Site Pessoal: www.marciomattos.comCrato - Ceará - Brasil MSN: mmttos em gmail.comSKYPE: mmttos Em 23 de outubro de 2011 10:33, Daniel Lemos escreveu: "Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." Perfeito! Isto é a real Democracia: duvidar de regras, questionar o autoritarismo, lutar contra o corporativismo. Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.br Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 23/10/11, Carlos Palombini escreveu: De: Carlos Palombini Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" Data: Domingo, 23 de Outubro de 2011, 3:53 Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." cp -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From andrefadel em gmail.com Tue Oct 25 00:42:08 2011 From: andrefadel em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?Andr=E9_Fadel?=) Date: Tue, 25 Oct 2011 00:42:08 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: Message-ID: Prezada Profª. Dra. Domenici Com muita honra recebo sua resposta pública à minha carta manifesto, que reconheço que talvez não seja muito apropriada nesta lista, mas que pelo menos deu voz à indignação que muitas vezes esta situação de concurso acarreta para tantas pessoas - não estou sozinho. Quanto ao pseudo anonimato, seria no mínimo deselegância da minha parte citar explicitamente o nome das pessoas envolvidas num texto que desejo que se torne público. Repare que sequer me refiro a algum dos concursos de Tatuí que já houve, pois espero que o texto continue com validade para o futuro. Mesmo assim, sua manifestação foi um colírio para todos os espíritos exaltados e gostaria que as pessoas tivessem um pingo do equilíbrio emocional que a senhora apresentou, eu inclusive. Infelizmente, quando me sinto injustiçado eu grito mesmo, e espero que desse "ai!" (que doeu) apareçam discussões frutíferas e - mais importante - mudanças na maneira de se avaliar. Sua preocupação com a lista é válida, mas eu acredito que crescimentos brotam de crises. Este assunto eu considerei uma crise séria. Se vier o debate, já se está no lucro e a lista cumpriu seu papel. Ao mesmo tempo, fico triste em saber que a presidente da recém-formada ABRAPEM (vida longa!) tenha adotado este ou aquele critério que tenha me colocado para o fim da lista dos candidatos avaliados. Isto supõe que eu esteja longe do que se considera uma apresentação de qualidade. Respeitosamente, também discordo quanto à interpretação dos candidatos da peça de confronto, mas creio que isto seria assunto para mensagem particular, como a senhora mesmo mencionou. Causa-me angústia não haver gravação de boa qualidade das apresentações, pois isto permitiria registrar de alguma forma: "*olhem, isto sim merece primeiro lugar! Já isto não merece, por causa disso, disso e disso e porque estamos em 2011.*" Confesso que depois deste concurso fiquei extremamente confuso. Creio que muitas escolas possam estar num caminho errado, assim como eu mesmo posso estar. Isto não tem a ver com o fato de alguém ter tido aulas com o professor X ou Y, até porque cada um é único. Somos todos uma soma de influências que jamais se repetirá na história do universo. Isto não é bom nem ruim, apenas "é", intransitivo. A partir do ponto em que eu adoto algo para me amparar, isto é, um critério para fins de avaliação, comparação ou até mensuração, aí o fato se torna uma *escolha*. Se é escolha, é transitivo. Escolha de quê? Por quê? A questão da avaliação é relevante sim, pois sempre existirá. Taí um bom debate para a ABRAPEM. Estou extremamente aberto para receber suas anotações e opiniões de forma particular, se a senhora se dispor. Particularmente, convivo bem com a diversidade. Mas quando a ideia é contraditória, preciso que me convençam. Senão eu grito "ai!". Cordialmente André músico (?) On Mon, Oct 24, 2011 at 7:12 PM, Catarina Domenici < catarina em catarinadomenici.com> wrote: > Prezado André, > > Inicio respondendo a útima pergunta da tua mensagem ?...*mas quem são os > juízes*??: eu, Catarina Leite Domenici, fui um dos membros da comissão > julgadora do VII Concurso Nacional de Piano de Música Brasileira Espartaco > Rossi de Tatuí. Como membro da comissão julgadora, após ter passado uma > grande parte dos últimos anos fora do Brasil, posso assegurar que estava em > uma posição bastante confortável por estar vendo (e ouvindo) pela primeira > vez TODOS os candidatos dos turnos que julguei. Desta maneira, todos se > encontravam em perfeita condição de isonomia diante do meu julgamento, que, > obviamente, foi baseado APENAS na performance que ocorreu naquele momento. > Afirmo que a comissão organizadora do concurso foi extremamente cuidadosa e > idônea em não disponibilizar à comissão julgadora as fichas de inscrição, > assegurando que informações como idade, procedência e, principalmente, o > nome do(a) professor(a) fossem mantidas em sigilo. Este último item merece > aqui um parênteses: uma das pianistas mais importantes do Brasil > (infelizmente já falecida) pediu para não mais ser convidada para integrar o > júri de um dos concursos de música mais importantes do país por ter se > cansado de receber vários telefonemas de professores de piano (às vezes no > meio da noite) que tentavam de alguma maneira influenciar a sua opinião. Do > lado dos candidatos, temos aqueles que, infelizmente em qualquer concurso, > se julgam maiores e melhores que os outros apenas por serem alunos de X, Y > ou Z. Fim do parênteses. > > Lamento imensamente que você não tenha tido a iniciativa ou a oportunidade > de me procurar após o concurso (como fizeram tantos outros candidatos) para > saber a minha opinião sobre a tua performance (e consequentemente, os meus > critérios). Quem me conhece sabe que, sempre que solicitada, emito a minha > opinião com muita honestidade e franqueza e que sempre prezei a > transparência acima de tudo em todas as relações. Aproveito aqui para me > colocar à disposição para compartilhar contigo as minhas anotações sobre a > tua performance, posto que ainda tenho minhas anotações das provas do > concurso. Farei isso com prazer, de maneira privada, como o fiz com os > outros candidatos que me procuraram, pois minha ética não me permite expor > publicamente assuntos que considero de cunho e interesse pessoal. Por outro > lado, enfatizo que sou inteiramente favorável à discussão pública, séria e > respeitosa sobre os critérios de avaliação da performance musical de maneira > geral (não apenas em situações de concurso), conduzida com o cuidado > necessário entre o estabelecimento de parâmetros para a elaboração de > critérios objetivos e subjetivos de avaliação, ao mesmo tempo que evitando o > engessamento de tais critérios, o que resultaria em tirania ideológica e > estética. Devemos sempre lembrar que o que mantém a arte viva (especialmente > a performance musical) é justamente a diversidade de opiniões, percepções e > interpretações. Dada a natureza pública da performance musical, a qual > sempre nos coloca em contato com pontos de vista muitas vezes divergentes, > penso ser fundamental que tenhamos maturidade e humildade para conviver com > essa diversidade em qualquer situação. > > Gostaria de manifestar minha profunda tristeza e preocupação em ver o fórum > de discussões de uma das instituições mais importantes e respeitadas da > comunidade acadêmica no Brasil (a ANPPOM) ser usado para mensagens que, > acobertadas pela suposta condição de anonimato (os nomes dos integrantes da > comissão julgadora são devida e corretamente publicados no programa do > evento), contém suposições, ofensas e acusações sérias e infundadas. Parece > que ainda não aprendemos com situações passadas, onde discussões que se > iniciaram nesta lista, justamente acobertadas pelo pseudo-anonimato, > escalaram rapidamente para ofensas pessoais que constrangeram, senão toda, > uma boa parte da comunidade acadêmica. Em meio a tantas condutas destrutivas > que ainda praguejam o cotidiano de todos, tais como inuendos, perseguições, > ameaças, assédio moral e até violência física, cabe a nós (e apenas a nós) > decidir que tipo de ambiente acadêmico desejamos construir à nossa volta. > > Por fim, gostaria de salientar que a tua mensagem, ainda que de um modo que > considero inapropriado para a condução de um debate construtivo, traz à tona > questões muito relevantes que merecem ser discutidas pela nossa subárea. > Precisamos, sim, discutir critérios de avaliação da performance musical, bem > como a necessidade (ou não) dos concursos para intérpretes. Lógicamente que > ao debater essas questões não podemos nos esquivar de realizar um profundo > questionamento sobre o que concebemos hoje, em pleno século XXI, por > interpretação musical e sobre o próprio papel do intérprete, sob pena de > continuarmos em concordância com paradigmas estabelecidos no século XIX. > Faço votos que a subárea possa iniciar um debate civilizado, produtivo e > respeitoso para que possamos avançar no entendimento daquilo que fazemos com > tanto amor e dedicação. > > Cordialmente, > > "Srª Benita" > Profª Drª Catarina Leite Domenici > Universidade Federal do Rio Grande do Sul > Programa de Pós-Graduação em Música > Presidente da Associação Brasileira de Performance Musical (ABRAPEM) > e, claro, musicista. > > PS ao pé do ouvido: André, eu tenho ouvido absoluto e posso te assegurar > que você não foi o único candidato que "corrigiu" as imperfeições do texto > impresso da peça de confronto. > > > On Oct 20, 2011, at 10:13 AM, André Fadel wrote: > > > > > > *A palhaçada do Concurso de Piano de Tatuí* > > > (*Para aqueles que quiserem ir direto ao assunto, podem pular para a > segunda parte*) > > > > *1. Considerações sobre concursos de instrumento* > > > Todo concurso é polêmico. É uma das piores maneiras de se descobrir e > premiar instrumentistas porque é um procedimento que foge à natureza da > arte. Em arte não deveria haver competição. Mas músicos ? como todo animal > mamífero ? têm espírito competitivo e querem se destacar para poderem > sobreviver às intempéries mundanas. Afinal, o mundo é selvagem demais e todo > esforço é pouco para se alcançar a caça e dominar o fogo. > > > Observando os concursos internacionais mais importantes tem-se a impressão > de que estes eventos não diferem muito das Olimpíadas: pessoas sacrificam > boa parte da fase produtiva de suas vidas esperando obter, em lapso de > minutos, um breve reconhecimento pelos seus esforços. Não devemos esquecer > que os músicos estão lá por livre e espontânea... necessidade. Para > abocanharem contratos, prêmios e turnês todos devem se submeter ao crivo de > um jurado. Concursos lembram a democracia de Churchill, que dizia que esta é > a pior forma de governo, tirando todas as outras já existentes. A diferença > é que, se a oportunidade do instrumentista não aparecer por meio do > concurso, deverá ocorrer por meio de relações sociais e políticas, o que > complica e muito as coisas para a maioria que não tem sobrenome, seita ou > outros círculos de amizade. > > > Também existe um lado bom para os competidores, independentemente dos > resultados. Quando alguém se prepara para um concurso, ocorre um processo de > grande superação dos próprios limites. Pode-se aprender menos em termos > quantidade de repertório, mas há coisas que só são conquistadas por > processos intensos e contínuos. Heinrich Neuhaus comparou uma vez o estudo > do piano com a fervura da água, pois esta não borbulha se o fogo for > desligado de tempos em tempos. Além disso, há também o lado emocional. Seja > com traumas ou láureas, competidores sempre aprendem. > > > Vendo o crescente número de competições no mundo, a prática está longe de > ser abolida ou substituída. Contudo, algumas iniciativas estão sendo tomadas > para aumentar sua transparência. Uma delas foi adotada apenas > recentemente pelo 14º. Concurso Tchaikovsky, cujas etapas foram > teletransmitidas ao vivo e no qual foi dada aos espectadores a oportunidade > de opinarem e se manifestarem sobre os concorrentes. A tecnologia hoje > permite muitos procedimentos e, quando se trata de concurso musical, a > gravação deveria ser o mais elementar deles. Outras sugestões são > apresentadas em um ótimo artigode Michael Johnson. > > > Eu, pessoalmente, não aguento assistir a concursos de piano. > Normalmente são chatos e muito cansativos. As provas são longas, os > repertórios variam pouco e a pressão é desumana. Às vezes parece que estão > tentando enfiar o músico numa lâmina microscópica para a análise de suas > virtudes e defeitos. Mas o espírito da competição é esse, da mesma forma que > a natureza seleciona os mais aptos a sobreviverem. Apesar disso, não hesito > em participar de um ou outro quando as exigências do edital coincidem com o > repertório que estou estudando. Seja para fins competitivos ou artísticos, > quando estou ao instrumento procuro esquecer todo o lixo que está em volta e > imergir na música. > > > Mas o que determina uma virtude nas competições? E o que define o que > seriam defeitos? Ah, os critérios... > > > > *2. Sobre Tatuí* > > > No Brasil há poucos concursos de piano e nenhum com grande tradição. Por > isso, qualquer um que ofereça um prêmio interessante (apresentações, > dinheiro, instrumentos) merece a atenção de quem estuda. Como no Brasil não > há reconhecimento duradouro por concursos, pelo menos a conquista de um > deles recompensa ? em parte ? o esforço e agrega pontinhos para o currículo > (às vezes, a alimentação do Currículo Lattes também parece uma Olimpíada!). > O Concurso de Tatuí oferecia prêmio de R$ 5.000,00 e recital com orquestra. > O prêmio não chega perto dos U$ 20.000,00 de um concurso do Cazaquistão (o > país ridicularizado pelo "Borat"), mas não é nada mal para a terra de cegos > ? ou seria "surdos"? > > > Na teoria, pelo que foi exposto antes, concurso pode ser considerado um > instrumento democrático por oferecer tratamento isonômico aos > participantes. Só na teoria. O grande problema reside fundamentalmente no > poder de validação detido soberanamente pela banca avaliadora. É ela que vai > brincar de chefe e dar as batatas ao vencedor. Mas sob quais critérios? > > > Uma vez que haja a participação decisória de seres humanos num sistema, > pode-se questionar todo e qualquer resultado. A neurociência tem uma coleção > de estudos (Zimbardo, Harris, Milgram) que fragilizam cada vez mais a ideia > de que humanos tenham o que se entende por objetividade, justiça, > imparcialidade e até mesmo moralidade. Imagine acrescentar "musicalidade" > nessa lista. Exigir tudo isto de uma banca de concurso pode ser demais. > > > Portanto, é evidente que todo resultado de concurso será polêmico. Mas > existem critérios que podem ser discutidos e adotados no julgamento de > candidatos, no sentido de tentar aproximar o poder de validação de uma banca > de algo que seja mais ou menos consenso entre quem entende do assunto. Não > acho que o "voto popular" seja o caminho, mas isto não deixaria de ser útil > para indicar o que pode ser viável comercialmente, por exemplo. > > > Há corporativismo no meio dos concursos de música? Lógico que há. Há > corrupção? Sim. Há decisões marcantes? Também. O exemplo mais célebre de que > eu me lembro foi no Concurso Chopin de 1980, quando Ivo Pogorelich foi > desclassificado pelo júri e Martha Argerich se retirou da banca, > inconformada. Mas foi alguma coisa assim que houve no Concurso de Tatuí? > Não. > > > O que houve foi uma demonstração de como a inépcia de uma banca avaliadora > pode prejudicar a credibilidade de um concurso, devido a ausência de > critérios objetivos que deveriam nortear o que se busca em termos de música > numa ocasião como esta. > > > Arrisco o primeiro critério possível que poderia orientar uma banca, > partindo do princípio da isonomia: fidelidade às ideias contidas > na partitura. Pode haver uma sensação ilusória de objetividade neste > quesito? Sim, não tenho dúvidas, mas não deixa de ser um critério mais > objetivo do que tentar medir algo que não pode ser medido (p.e., conceitos > como ?brasilidade?). A notação musical continua sendo referência mundial > para a interpretação de uma obra, mas também seria ingenuidade deixar de > notar que há sim um universo além da partitura. Se assim não fosse, qualquer > computador poderia ser considerado o melhor intérprete possível. No entanto, > parece-me que ignorar a clareza (e, por que não, a limpeza) de uma > apresentação equivale a deixar de notar que há um rinoceronte branco na > sala. > > > Já outro critério é um pouco mais complicado, mas não pode deixar de ser > mencionado: respeito ao estilo do compositor. Para isso, seria necessário > exigir conhecimento histórico e capacidade auditiva em reconhecê-lo. Não vou > entrar na seara de a referida banca ser capacitada para isto ou não. > > > O que prevalece realmente é aquilo que dizia o pianista François Fréderic > Guy: os jurados são as pessoas que "sabem". ?*Eles têm um tipo de código > musical e se você não estiver conectado a este código, você não tem chance > *?. É este código que estou questionando. Porque suspeito que o código da > banca de Tatuí sequer foi musical. > > > A prova exigia uma peça de confronto ? aos que não sabem, é uma peça que > todos os candidatos devem interpretar ? e uma obra de livre escolha, ambas > brasileiras. Vale dizer que a edição da peça de confronto era lamentável. Eu > fui o único candidato que "corrigiu" todas as muitas notas erradas da > edição. Aliás, a incompetência editorial musical do Brasil mereceria outro > texto. Também fui o único que respeitou o andamento indicado, e, se bem me > lembro, devo ter esbarrado em uma notinha. Sou grato aos meus mestres por > terem me ensinado a analisar uma obra musical e também por poder ouvi-la e > reproduzi-la em suas nuances. > > > Quanto à obra de livre escolha, há alguns meses tive a > preciosa oportunidade de tocá-la ao filho do compositor que me deu ideias, > questionou algumas e validou outras que eu já tinha. Quanto à apresentação > na prova do concurso, faço antes um comentário: quem me conhece sabe que o > maior crítico de mim sou eu mesmo. Dificilmente saio satisfeito de uma > apresentação, por melhor que seja o *feedback*. Excepcionalmente, neste > concurso saí do palco *muito* contente mesmo sabendo que poderia ter feito > melhor, mas acreditando que tinha estabelecido a barra num nível bem alto. > Também fiz questão de assistir a todas as provas (faltei apenas a uma delas > porque uma jornalista pediu que eu desse uma entrevista, ironicamente sobre > a importância dos concursos). Houve candidatos brilhantes e outros nem tanto > que não preciso detalhar aqui, mas apenas menciono que, dos candidatos que > estavam em sintonia com o *meu* código musical, a maioria não levou nenhum > prêmio. > > > O anúncio da premiação foi muito estranho: todos os candidatos levaram um > ?puxão de orelha? porque, segundo a teoria da avaliadora (vou dar o nome > fictício de Sra. ?Adolfa?), todos os pianistas deveriam frequentar rodas de > samba para poderem tocar música brasileira. Mesmo depois de eu ter admitido > que não frequento rodas de choro, samba ou fandango, ainda assim foi uma > grande surpresa saber que as minhas notas foram as mais baixas do concurso. > > > Pela lógica, eu preciso ser luterano para poder tocar a música de Bach, > místico para tocar Scriabin e homossexual para tocar Poulenc. > > > Por mais inadequado que fosse, estava curiosíssimo em saber o que é que eu > tinha feito de errado. Questionada, a presidente da banca Adolfa respondeu > que faltou "ginga", que a "agógica" não foi respeitada e que os > deslocamentos rítmicos não foram realizados. Em resposta, gostaria que a > Adolfa ouvisse novamente a prova. Há testemunhas, mas não preciso delas. O > que parece que falta aqui se chama honestidade intelectual. Diante da > omissão de opinião dos que dividiram a mesa, Sra. ?Benita? e Sr. ?Blondi?, > suponho que tenham concordado com tudo o que foi dito. > > > Tenho curiosidade em saber como seria a avaliação, por essa ilustre equipe, > da interpretação do *Rudepoema* de Marc-André Hamelin, já que o mesmo não > deve ter ensaiado na vida um passo de samba. Ou alguém acha que o Nelson > Freire fica dançando no banheiro para tocar o *Choros n. 5* ou a *Toccata*de Guarnieri? Colocação igualmente absurda seria dizer que pianistas > brasileiros não sabem tocar Prokofiev ou Medtner. Por que há essa mística > tão grande em torno de ?música brasileira?? Só o nosso povo tem este hábito > ridículo. > > > Pela interpretação teleológica da expressão, se eu toco música de um > compositor brasileiro, eu faço música brasileira. A julgar pela > interpretação das peças tupiniquins pelos candidatos estrangeiros no > Concurso Cidade de Florianópolis em 2010, os ?gringos? não devem nada em > termos de musicalidade. Já em termos de ?brasilidade?, deixo os argumentos > para a Sra. Adolfa. > > > Por mais que alguns me considerem um "eurocêntrico" (eu não ligo, às vezes > acho um elogio), eu considero imensamente todas as manifestações artísticas > não importa de onde venham. Quando se trata de preferência pessoal, é > pessoal e fim de papo. Mas esse argumento não vale quando se tem a > responsabilidade de ser jurado de concurso. Antes de ter opinião pessoal, é > necessário provar que pelo menos o julgador tenha ouvidos. > > > Em 1999, Matt Stone e Trey Parker, criadores de *South Park*, concorreram > ao Oscar pela melhor trilha sonora, mas o prêmio acabou indo para Phil > Collins. Não tiveram dúvida: no episódio televisivo seguinte massacraram e > ridicularizaram o cantor, inclusive com a estatueta enfiada lá mesmo. ?*Estávamos > TÃO preparados para perder, mas não desse jeito! Não para o Phil Collins*?, > disseram. Fizeram errado, Stone & Parker. Eu também estava preparado para > perder, mas não desse jeito. Só que vocês deveriam ter enfiado a estatueta > nos que elegeram o Phil Collins, não no coitado. > > > Termino com Griboyedov: ?...*mas quem são os juízes*?? > > > > *André Fadel* > > músico > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Tue Oct 25 01:18:17 2011 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Mon, 24 Oct 2011 20:18:17 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?A_palha=C3=A7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?utf-8?b?w60=?= In-Reply-To: Message-ID: <1319512697.98943.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com>    Não sei se é caipirice da minha parte, mas sempre entendi o resultado dos concursos de que participei como soberanos e irrecorríveis, apesar de ter altas críticas a essa instituição, feitas sempre privadamente e com reservas. Sempre digo aos meus alunos que o resultado não é da conta do participante, é parte da regra do jogo aceitar. O André tem razão, discutir é fundamental. Mas descer o nível da discussão assim, sendo parte interessada, não me pareceu muito construtivo mesmo.     Agora, sem discutir questões de estarem as partes certas ou erradas, a Profa. Catarina levantou uma excelente bola, se apresentando e apresentando a banca tão criticada pelo André, além da postura ética, ela extraiu bem o melhor que podemos ter do desabafo da mensagem. De fato, vale a pena discutir critérios, utilidade, pertinência e tudo em torno de uma instituição tão polêmica e ao mesmo tempo tão presente na vida dos performers.    Que tal começar com a idéia de "brasilidade"? Se é que alguém quer prosseguir com uma discussão racional neste tópico... Abraço a todos, Luciano Morais. --- Em seg, 24/10/11, Catarina Domenici escreveu: De: Catarina Domenici Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Para: "André Fadel" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011, 19:12 Prezado André, Inicio respondendo a útima pergunta da tua mensagem ?...mas quem são os juízes??: eu, Catarina Leite Domenici, fui um dos membros da comissão julgadora do VII Concurso Nacional de Piano de Música Brasileira Espartaco Rossi de Tatuí. Como membro da comissão julgadora, após ter passado uma grande parte dos últimos anos fora do Brasil, posso assegurar que estava em uma posição bastante confortável por estar vendo (e ouvindo) pela primeira vez TODOS os candidatos dos turnos que julguei. Desta maneira, todos se encontravam em perfeita condição de isonomia diante do meu julgamento, que, obviamente, foi baseado APENAS na performance que ocorreu naquele momento. Afirmo que a comissão organizadora do concurso foi extremamente cuidadosa e idônea em não disponibilizar à comissão julgadora as fichas de inscrição, assegurando que informações como idade, procedência e, principalmente, o nome do(a) professor(a) fossem mantidas em sigilo. Este último item merece aqui um parênteses: uma das pianistas mais importantes do Brasil (infelizmente já falecida) pediu para não mais ser convidada para integrar o júri de um dos concursos de música mais importantes do país por ter se cansado de receber vários telefonemas de professores de piano (às vezes no meio da noite) que tentavam de alguma maneira influenciar a sua opinião. Do lado dos candidatos, temos aqueles que, infelizmente em qualquer concurso, se julgam maiores e melhores que os outros apenas por serem alunos de X, Y ou Z. Fim do parênteses. Lamento imensamente que você não tenha tido a iniciativa ou a oportunidade de me procurar após o concurso (como fizeram tantos outros candidatos) para saber a minha opinião sobre a tua performance (e consequentemente, os meus critérios). Quem me conhece sabe que, sempre que solicitada, emito a minha opinião com muita honestidade e franqueza e que sempre prezei a transparência acima de tudo em todas as relações. Aproveito aqui para me colocar à disposição para compartilhar contigo as minhas anotações sobre a tua performance, posto que ainda tenho minhas anotações das provas do concurso. Farei isso com prazer, de maneira privada, como o fiz com os outros candidatos que me procuraram, pois minha ética não me permite expor publicamente assuntos que considero de cunho e interesse pessoal. Por outro lado, enfatizo que sou inteiramente favorável à discussão pública, séria e respeitosa sobre os critérios de avaliação da performance musical de maneira geral (não apenas em situações de concurso), conduzida com o cuidado necessário entre o estabelecimento de parâmetros para a elaboração de critérios objetivos e subjetivos de avaliação, ao mesmo tempo que evitando o engessamento de tais critérios, o que resultaria em tirania ideológica e estética. Devemos sempre lembrar que o que mantém a arte viva (especialmente a performance musical) é justamente a diversidade de opiniões, percepções e interpretações. Dada a natureza pública da performance musical, a qual sempre nos coloca em contato com pontos de vista muitas vezes divergentes, penso ser fundamental que tenhamos maturidade e humildade para conviver com essa diversidade em qualquer situação. Gostaria de manifestar minha profunda tristeza e preocupação em ver o fórum de discussões de uma das instituições mais importantes e respeitadas da comunidade acadêmica no Brasil (a ANPPOM) ser usado para mensagens que, acobertadas pela suposta condição de anonimato (os nomes dos integrantes da comissão julgadora são devida e corretamente publicados no programa do evento), contém suposições, ofensas e acusações sérias e infundadas. Parece que ainda não aprendemos com situações passadas, onde discussões que se iniciaram nesta lista, justamente acobertadas pelo pseudo-anonimato, escalaram rapidamente para ofensas pessoais que constrangeram, senão toda, uma boa parte da comunidade acadêmica. Em meio a tantas condutas destrutivas que ainda praguejam o cotidiano de todos, tais como inuendos, perseguições, ameaças, assédio moral e até violência física, cabe a nós (e apenas a nós) decidir que tipo de ambiente acadêmico desejamos construir à nossa volta.  Por fim, gostaria de salientar que a tua mensagem, ainda que de um modo que considero inapropriado para a condução de um debate construtivo, traz à tona questões muito relevantes que merecem ser discutidas pela nossa subárea. Precisamos, sim, discutir critérios de avaliação da performance musical, bem como a necessidade (ou não) dos concursos para intérpretes. Lógicamente que ao debater essas questões não podemos nos esquivar de realizar um profundo questionamento sobre o que concebemos hoje, em pleno século XXI, por interpretação musical e sobre o próprio papel do intérprete, sob pena de continuarmos em concordância com paradigmas estabelecidos no século XIX. Faço votos que a subárea possa iniciar um debate civilizado, produtivo e respeitoso para que possamos avançar no entendimento daquilo que fazemos com tanto amor e dedicação.  Cordialmente, "Srª Benita"Profª Drª Catarina Leite DomeniciUniversidade Federal do Rio Grande do SulPrograma de Pós-Graduação em MúsicaPresidente da Associação Brasileira de Performance Musical (ABRAPEM)e, claro, musicista. PS ao pé do ouvido: André, eu tenho ouvido absoluto e posso te assegurar que você não foi o único candidato que "corrigiu" as imperfeições do texto impresso da peça de confronto.  On Oct 20, 2011, at 10:13 AM, André Fadel wrote:    A palhaçada do Concurso de Piano de Tatuí   (Para aqueles que quiserem ir direto ao assunto, podem pular para a segunda parte)    1. Considerações sobre concursos de instrumento  Todo concurso é polêmico. É uma das piores maneiras de se descobrir e premiar instrumentistas porque é um procedimento que foge à natureza da arte. Em arte não deveria haver competição. Mas músicos ? como todo animal mamífero ? têm espírito competitivo e querem se destacar para poderem sobreviver às intempéries mundanas. Afinal, o mundo é selvagem demais e todo esforço é pouco para se alcançar a caça e dominar o fogo.  Observando os concursos internacionais mais importantes tem-se a impressão de que estes eventos não diferem muito das Olimpíadas: pessoas sacrificam boa parte da fase produtiva de suas vidas esperando obter, em lapso de minutos, um breve reconhecimento pelos seus esforços. Não devemos esquecer que os músicos estão lá por livre e espontânea... necessidade. Para abocanharem contratos, prêmios e turnês todos devem se submeter ao crivo de um jurado. Concursos lembram a democracia de Churchill, que dizia que esta é a pior forma de governo, tirando todas as outras já existentes. A diferença é que, se a oportunidade do instrumentista não aparecer por meio do concurso, deverá ocorrer por meio de relações sociais e políticas, o que complica e muito as coisas para a maioria que não tem sobrenome, seita ou outros círculos de amizade.  Também existe um lado bom para os competidores, independentemente dos resultados. Quando alguém se prepara para um concurso, ocorre um processo de grande superação dos próprios limites. Pode-se aprender menos em termos quantidade de repertório, mas há coisas que só são conquistadas por processos intensos e contínuos. Heinrich Neuhaus comparou uma vez o estudo do piano com a fervura da água, pois esta não borbulha se o fogo for desligado de tempos em tempos. Além disso, há também o lado emocional. Seja com traumas ou láureas, competidores sempre aprendem.   Vendo o crescente número de competições no mundo, a prática está longe de ser abolida ou substituída. Contudo, algumas iniciativas estão sendo tomadas para aumentar sua transparência. Uma delas foi adotada apenas recentemente pelo 14º. Concurso Tchaikovsky, cujas etapas foram teletransmitidas ao vivo e no qual foi dada aos espectadores a oportunidade de opinarem  e se manifestarem sobre os concorrentes. A tecnologia hoje permite muitos procedimentos e, quando se trata de concurso musical, a gravação deveria ser o mais elementar deles. Outras sugestões são apresentadas em um ótimo artigo de Michael Johnson.  Eu, pessoalmente, não aguento assistir a concursos de piano. Normalmente são chatos e muito cansativos. As provas são longas, os repertórios variam pouco e a pressão é desumana. Às vezes parece que estão tentando enfiar o músico numa lâmina microscópica para a análise de suas virtudes e defeitos. Mas o espírito da competição é esse, da mesma forma que a natureza seleciona os mais aptos a sobreviverem. Apesar disso, não hesito em participar de um ou outro quando as exigências do edital coincidem com o repertório que estou estudando. Seja para fins competitivos ou artísticos, quando estou ao instrumento procuro esquecer todo o lixo que está em volta e imergir na música.  Mas o que determina uma virtude nas competições? E o que define o que seriam defeitos? Ah, os critérios...    2. Sobre Tatuí  No Brasil há poucos concursos de piano e nenhum com grande tradição. Por isso, qualquer um que ofereça um prêmio interessante (apresentações, dinheiro, instrumentos) merece a atenção de quem estuda. Como no Brasil não há reconhecimento duradouro por concursos, pelo menos a conquista de um deles recompensa ? em parte ? o esforço e agrega pontinhos para o currículo (às vezes, a alimentação do Currículo Lattes também parece uma Olimpíada!). O Concurso de Tatuí oferecia prêmio de R$ 5.000,00 e recital com orquestra. O prêmio não chega perto dos U$ 20.000,00 de um concurso do Cazaquistão (o país ridicularizado pelo "Borat"), mas não é nada mal para a terra de cegos ? ou seria "surdos"?  Na teoria, pelo que foi exposto antes, concurso pode ser considerado um instrumento  democrático por oferecer tratamento isonômico aos participantes. Só na teoria. O grande problema reside fundamentalmente no poder de validação detido soberanamente pela banca avaliadora. É ela que vai brincar de chefe e dar as batatas ao vencedor. Mas sob quais critérios?   Uma vez que haja a participação decisória de seres humanos num sistema, pode-se questionar todo e qualquer resultado. A neurociência tem uma coleção de estudos (Zimbardo, Harris, Milgram) que fragilizam cada vez mais a ideia de que humanos tenham o que se entende por objetividade, justiça, imparcialidade e até mesmo moralidade. Imagine  acrescentar "musicalidade" nessa lista. Exigir tudo isto de uma banca de concurso pode ser demais.  Portanto, é evidente que todo resultado de concurso será polêmico. Mas existem critérios que podem ser discutidos e adotados no julgamento de candidatos, no sentido de tentar aproximar o poder de validação de uma banca de algo que seja mais ou menos consenso entre quem entende do assunto. Não acho que o "voto popular" seja o caminho, mas isto não deixaria de ser útil para indicar o que pode ser viável comercialmente, por exemplo.  Há corporativismo no meio dos concursos de música? Lógico que há. Há corrupção? Sim. Há decisões marcantes? Também. O exemplo mais célebre de que eu me lembro foi no Concurso Chopin de 1980, quando Ivo Pogorelich foi desclassificado pelo júri e Martha Argerich se retirou da banca, inconformada. Mas foi alguma coisa assim que houve no Concurso de Tatuí? Não.  O que houve foi uma demonstração de como a inépcia de uma banca avaliadora pode prejudicar a credibilidade de um concurso, devido a ausência de critérios objetivos que deveriam nortear o que se busca em termos de música numa ocasião como esta.   Arrisco o primeiro critério possível que poderia orientar uma banca, partindo do princípio da isonomia: fidelidade às ideias contidas na partitura. Pode haver uma sensação ilusória de objetividade neste quesito? Sim, não tenho dúvidas, mas não deixa de ser um critério mais objetivo do que  tentar medir algo que não pode ser medido (p.e., conceitos como ?brasilidade?). A notação musical continua sendo referência mundial para a interpretação de uma obra, mas também seria ingenuidade deixar de notar que há sim um universo além da partitura. Se assim não fosse, qualquer computador poderia ser considerado o melhor intérprete possível. No entanto, parece-me que ignorar a clareza (e, por que não, a limpeza) de uma apresentação equivale a deixar de notar que há um rinoceronte branco na sala.  Já outro critério é um pouco mais complicado, mas não pode deixar de ser mencionado: respeito ao estilo do compositor. Para isso, seria necessário exigir conhecimento histórico e capacidade auditiva em reconhecê-lo. Não vou entrar na seara de a referida banca ser capacitada para isto ou não.   O que prevalece realmente é aquilo que dizia o pianista François Fréderic Guy: os jurados são as pessoas que "sabem". ?Eles têm um tipo de código musical e se você não estiver conectado a este código, você não tem chance?. É este código que estou questionando. Porque suspeito que o código da banca de Tatuí sequer foi musical.  A prova exigia uma peça de confronto ? aos que não sabem, é uma peça que todos os candidatos devem interpretar ? e uma obra de livre escolha, ambas brasileiras. Vale dizer que a edição da peça de confronto era lamentável. Eu fui o único candidato que "corrigiu" todas as muitas notas erradas da edição. Aliás, a incompetência editorial musical do Brasil mereceria outro texto. Também fui o único que respeitou o andamento indicado, e, se bem me lembro, devo ter esbarrado em uma notinha. Sou grato aos meus mestres por terem me ensinado a analisar uma obra musical e também por poder ouvi-la e reproduzi-la em suas nuances.  Quanto à obra de livre escolha, há alguns meses tive a preciosa oportunidade de tocá-la ao filho do compositor que me deu ideias, questionou algumas e validou outras que eu já tinha. Quanto à apresentação na prova do concurso, faço antes um comentário: quem me conhece sabe que o maior crítico de mim sou eu mesmo. Dificilmente saio satisfeito de uma apresentação, por melhor que seja o feedback. Excepcionalmente, neste concurso saí do palco muito contente mesmo sabendo que poderia ter feito melhor, mas acreditando que tinha estabelecido a barra num nível bem alto. Também fiz questão de assistir a todas as provas (faltei apenas a uma delas porque uma jornalista pediu que eu desse uma entrevista, ironicamente sobre a importância dos concursos). Houve candidatos brilhantes e outros nem tanto que não preciso detalhar aqui, mas apenas menciono que, dos candidatos que estavam em sintonia com o meu código musical, a maioria não levou nenhum prêmio.  O anúncio da premiação foi muito estranho: todos os candidatos levaram um ?puxão de orelha? porque, segundo a teoria da avaliadora (vou dar o nome fictício de Sra. ?Adolfa?), todos os pianistas deveriam frequentar rodas de samba para poderem tocar música brasileira. Mesmo depois de eu ter admitido que não frequento rodas de choro, samba ou fandango, ainda assim foi uma grande surpresa saber que as minhas notas foram as mais baixas do concurso.  Pela lógica, eu preciso ser luterano para poder tocar a música de Bach, místico para tocar Scriabin e homossexual para tocar Poulenc.  Por mais inadequado que fosse, estava curiosíssimo em saber o que é que eu tinha feito de errado. Questionada, a presidente da banca Adolfa respondeu que faltou "ginga", que a "agógica" não foi respeitada e que os deslocamentos rítmicos não foram realizados. Em resposta, gostaria que a Adolfa ouvisse novamente a prova. Há testemunhas, mas não preciso delas. O que parece que falta aqui se chama honestidade intelectual. Diante da omissão de opinião dos que dividiram a mesa, Sra. ?Benita? e Sr. ?Blondi?, suponho que tenham concordado com tudo o que foi dito.   Tenho curiosidade em saber como seria a avaliação, por essa ilustre equipe, da interpretação do Rudepoema de Marc-André Hamelin, já que o mesmo não deve ter ensaiado na vida um passo de samba. Ou alguém acha que o Nelson Freire fica dançando no banheiro para tocar o Choros n. 5 ou a Toccata de Guarnieri? Colocação igualmente absurda seria dizer que pianistas brasileiros não sabem tocar Prokofiev ou Medtner. Por que há essa mística tão grande em torno de ?música brasileira?? Só o nosso povo tem este hábito ridículo.  Pela interpretação teleológica da expressão, se eu toco música de um compositor brasileiro, eu faço música brasileira. A julgar pela interpretação das peças tupiniquins pelos candidatos estrangeiros no Concurso Cidade de Florianópolis em 2010, os ?gringos? não devem nada em termos de musicalidade. Já em termos de ?brasilidade?, deixo os argumentos para a Sra. Adolfa.  Por mais que alguns me considerem um "eurocêntrico" (eu não ligo, às vezes acho um elogio), eu considero imensamente todas as manifestações artísticas não importa de onde venham. Quando se trata de preferência pessoal, é pessoal e fim de papo. Mas esse argumento não vale quando se tem a responsabilidade de ser jurado de concurso. Antes de ter opinião pessoal, é necessário provar que pelo menos o julgador tenha ouvidos.  Em 1999, Matt Stone e Trey Parker, criadores de South Park, concorreram ao Oscar pela melhor trilha sonora, mas o prêmio acabou indo para Phil Collins. Não tiveram dúvida: no episódio televisivo seguinte massacraram e ridicularizaram o cantor, inclusive com a estatueta enfiada lá mesmo. ?Estávamos TÃO preparados para perder, mas não desse jeito! Não para o Phil Collins?, disseram. Fizeram errado, Stone & Parker. Eu também estava preparado para perder, mas não desse jeito. Só que vocês deveriam ter enfiado a estatueta nos que elegeram o Phil Collins, não no coitado.  Termino com Griboyedov: ?...mas quem são os juízes??    André Fadel músico      ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Mon Oct 24 23:41:45 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Mon, 24 Oct 2011 23:41:45 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: <1319170013.95162.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <2A8F8374-3ED1-4204-A927-910CCCF3D174@uol.com.br> muito estranho esta coisa de não ser divulgada a banca se é uma entidade pública e tem um concurso que aberto ao público, pq não são divulgados os nomes da banca? On Oct 24, 2011, at 8:44 AM, André Fadel wrote: > > Prezado Prof. Daniel Lemos e demais colegas da lista > > > Muito obrigado pelo posicionamento e pelas palavras equilibradas. De fato, foi um momento de inconformação. Ainda bem que a vida não depende disso. Mas que continua sendo chato, isso é. > > Quero deixar claro que em nenhum momento foi tornado público quem era a banca. Quem entrar no site do concurso não vai encontrar a informação. Viajei e toquei sem saber quem estava na mesa, pois quando anunciaram a banca nem estava prestando atenção. Meu compromisso não é com banca, mas com a música. Preferi conhecer a banca da pior maneira possível, e foi o que ocorreu. É evidente que, sabendo quem e como premiaram, não participarei de mais nada em que algum deles tome parte como avaliador. > > Não concordo com a colocação da Sra. Cristina, quando diz que "o resultado passa a ser inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do candidato". Quando acontece algo como isso, isto se torna assunto da sociedade. Não esqueçamos que este concurso foi financiado com dinheiro público, portanto era justificável que houvesse um mínimo de transparência, inclusive divulgando-se quem eram os avaliadores, o que não ocorreu. Não estou questionando a segregação de funções. Leia o texto com mais calma e verá o que estou criticando. > > Respondendo ao Sr. Marcio Mattos, se a palhaçada tivesse ocorrido a meu favor, estaria passando por uma situação de enorme constrangimento. Ao contrário do que alguns acreditam, sei reconhecer quando alguém alcança algo que não alcancei. Já partipicipei de concursos em que houve injustiça a um outro músico, mas normalmente lhe davam o segundo lugar. O que ocorreu lá foi uma inversão de lógica completa, parecia um sorteio na hora dos prêmios. > > Prof. Carlos, faltou mencionar Voltaire: "Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la." > Se a opinião do vizinho é fedorenta, nada me impede que eu reclame do cheiro. Isso é democracia. > > André > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From silvioferrazmello em uol.com.br Mon Oct 24 23:45:02 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Mon, 24 Oct 2011 23:45:02 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <1319460239.6074.YahooMailClassic@web110307.mail.gq1.yahoo.com> References: <1319460239.6074.YahooMailClassic@web110307.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: mas esta regra de concursos é geral, é para qualquer concurso: "a banca é soberana"...esta foi a única maneira possível para se dar respaldo a bancas...pois sempre os resultados (quando não anomalos) são trasnpassados por visões pessoais, por uma linha determinada pela banca, o que não significa que os critérios sejam incorretos...eles são é relacionados diretamente a variáveis que não são facilmente mapeáveis. abs On Oct 24, 2011, at 10:43 AM, Daniel Lemos wrote: > > Olá, > > Se for pela questão da avaliação subjetiva, nenhuma banca de concurso musical estaria respaldada... aí caímos na questão da avaliação em Música. Acho esta uma das questões mais difíceis que temos. Tenho grande preocupação com as disciplinas que ministro, e creio que meu veredito sempre terá uma margem de decisões questionáveis. > > Porém, algo que todos nós podemos perceber é a sinceridade e o compromisso de quem avalia. A subjetividade sempre existirá em nossas avaliações. Porém, também podemos perceber quando certas pessoas agem de má fé, se aproveitando desta para tomar decisões de forma conveniente e manipular os resultados. É aí que o questinamento deve sim tomar lugar. > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em seg, 24/10/11, silvioferrazmello escreveu: > > De: silvioferrazmello > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí > Para: ":: MárcioMattos.Com ::" > Cc: "Daniel Lemos" , anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011, 10:26 > > resp: o reclamante seria outra pessoa! > toda banca é subjetiva... > > > On Oct 23, 2011, at 11:54 PM, :: MárcioMattos.Com :: wrote: > >> A pergunta é: >> E se a palhaçada estivesse à favor do reclamante??? >> >> MÁRCIO MATTOS >> Coordenador do Curso de Música da UFC - Campus Cariri >> Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri >> Coordenador do CEMUC [cemucufc.blogspot.com] / Tutor do PET MÚSICA UFC - Cariri >> Site Profissional: cariri.ufc.br / educacaomusical.cariri.ufc.br >> Site Pessoal: www.marciomattos.com >> Crato - Ceará - Brasil >> MSN: mmttos em gmail.com >> SKYPE: mmttos >> >> >> >> Em 23 de outubro de 2011 10:33, Daniel Lemos escreveu: >> >> "Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." >> >> Perfeito! >> >> Isto é a real Democracia: duvidar de regras, questionar o autoritarismo, lutar contra o corporativismo. >> >> >> Daniel Lemos >> >> Curso de Música/DEART - musica.ufma.br >> >> Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio >> Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos >> Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com >> Universidade Federal do Maranhão >> >> >> --- Em dom, 23/10/11, Carlos Palombini escreveu: >> >> De: Carlos Palombini >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí >> Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" >> Data: Domingo, 23 de Outubro de 2011, 3:53 >> >> >> >> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." >> >> cp >> >> -- >> carlos palombini >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Mon Oct 24 23:48:54 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Mon, 24 Oct 2011 23:48:54 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?_A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= References: Message-ID: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> Begin forwarded message: > From: silvioferrazmello > Date: October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00 > To: Cristina Capparelli Gerling > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí > > cristina e colegas, > > creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o que é fidelidade à partitura. > no mais: > mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc) > e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual mais ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc. > e não há nada de errado nisto. > > abs > silvio > > On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: > >> Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso assumido entre competidor e avaliadores. >> >> Cristina >> >> Citando Zélia Chueke : >> >>> Assino em baixo. >>> >>> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos >>> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o >>> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta >>> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>> >>> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching >>> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos >>> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>> >>> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; >>> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade >>> do juri. >>> >>> Zélia Chueke >>> >>> >>>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe >>>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>>> termos. >>>> Cristina Capparelli Gerling >>>> >>>> >>>> Citando Carlos Palombini : >>>> >>>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with >>>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>>> democracy >>>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa >>>>> e >>>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se >>>>> não, a democracia é uma farsa." >>>>> >>>>> cp >>>>> >>>>> -- >>>>> carlos palombini >>>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >>> >>> Zélia Chueke, DMA >>> Pianist - researcher >>> Professor of Music- DeArtes, UFPR >>> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>> www.zeliachueke.com >>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From danielquaranta em gmail.com Tue Oct 25 10:55:58 2011 From: danielquaranta em gmail.com (daniel quaranta) Date: Tue, 25 Oct 2011 10:55:58 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> References: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> Message-ID: Prezados, me pergunto para que competem? não seria melhor se dedicar a um esporte? na corrida de 100 mts não tem jeito, quem chegar primeiro ganha, quem faz gol ganha...pronto. abraço Daniel 2011/10/24 silvioferrazmello > > > Begin forwarded message: > > *From: *silvioferrazmello > *Date: *October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00 > *To: *Cristina Capparelli Gerling > *Subject: **Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí* > > cristina e colegas, > > creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o que é > fidelidade à partitura. > no mais: > mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de > grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc) > e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual mais > ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc. > e não há nada de errado nisto. > > abs > silvio > > On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: > > Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso > assumido entre competidor e avaliadores. > > > Cristina > > > Citando Zélia Chueke : > > > Assino em baixo. > > > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos > > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes > > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o > > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta > > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. > > > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching > > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes > > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos > > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! > > > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; > > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a > > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade > > do juri. > > > Zélia Chueke > > > > Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe > > que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez > > que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma > > consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do > > candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os > > papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta > > premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os > > termos. > > Cristina Capparelli Gerling > > > > Citando Carlos Palombini : > > > Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with > > this point. Kids must be educated to disrespect authority or else > > democracy > > is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa > > e > > termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se > > não, a democracia é uma farsa." > > > cp > > > -- > > carlos palombini > > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > > > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > > > > Zélia Chueke, DMA > > Pianist - researcher > > Professor of Music- DeArtes, UFPR > > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > > www.zeliachueke.com > > > > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -- ?????????????????????????????????????????????? Dr. Daniel Quaranta Universidade Federal de Juiz de Fora - MG http://www.ufjf.br/anais_eimas/ ISSN: 2236-8353 www.rem.ufpr.br ISSN 1415-953 www.eimas.net http://ouvindonopatio.podomatic.com http://soundcloud.com/danielquaranta/ http://www.bienalmercosul.art.br/7bienalmercosul/pt-br/ao-redor-de-433 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From catarina em catarinadomenici.com Tue Oct 25 11:28:13 2011 From: catarina em catarinadomenici.com (Catarina Domenici) Date: Tue, 25 Oct 2011 11:28:13 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: Message-ID: <31C95C17-5E52-44F3-A302-AC4F5B5229EC@catarinadomenici.com> Prezado André, A tua carta manifesto é apropriada, sim. Defendo veementemente o teu direito de se manifestar, porém discordo, e com igual veemência, do tom adotado no teu discurso. Há maneiras e maneiras de se argumentar, de preferência sem ofensas, suposições e acusações infundadas. Diga-se de passagem que a situação que o motivou a escrever tal mensagem poderia ter sido esclarecida de maneira menos traumática para todos (inclusive para você) se você tivesse tido a iniciativa de conversar com todos os membros da banca após o término do concurso. Quanto ao pseudo-anonimato, o texto com a informação sobre a banca julgadora JÁ ERA e JÁ É público; tal informação foi publicada no programa impresso do evento e será oportunamente disponibilizada no site do concurso (tal qual em edições passadas). Portanto, compreendo que ninguém é louco o bastante ou deselegante o bastante ao ponto de abertamente "dar nome aos bois" numa mensagem de teor tão belicoso; mas a situação se assemelha a tentar tapar o sol com a peneira.... A temperança é uma virtude que se cultiva com o tempo e nunca é cedo demais (ou tarde demais) para se começar a cultivá-la. O grão, por assim dizer, de tal cultivo é a consciência do outro e o respeito ao outro. Por isso, chamo a atenção para a tua colocação sobre "mudanças na maneira de se avaliar", a qual sugere que as que já existem não são válidas, nem dignas de respeito. Muito diferente é sugerir uma discussão sobre critérios de avaliação que, ao meu ver, não devem ter uma unanimidade com uma força reguladora tão grande que acabe por impor uma tirania à performance musical, como apontei na mensagem anterior. (E que, segundo a qual, não permitiria que dois candidatos tão distintos dividissem o primeiro prêmio do concurso Van Cliburn de 2009). Concordo com você que este é um momento de crise e espero, tanto quanto você, que dessa crise venha um debate saudável, respeitoso e construtivo sobre as questões relevantes para nossa subárea. E, para que possamos iniciar o debate de fato, peço e sugiro que de agora em diante não mais encaminhemos as futuras mensagens com o título " A palhaçada do Concurso de Tatuí" (que esta seja a última!), posto que tal título, além de ser ofensivo, desvia o foco do verdadeiro debate ao se confundir facilmente com o tom de reclamação de um candidato que foi preterido no tal concurso. Acredito que possamos avançar no assunto, não? Quanto ao fato de eu ser presidente da ABRAPEM, necessito esclarecer MUITAS coisas: em primeiro lugar, tenho por princípio ético e moral não confundir pessoas com instituições. Tenho verdadeira alergia à todas as formas de tirania, ao coronelismo, ao nepotismo, ao corporativismo e, sobretudo, à apropriação indevida que pessoas fazem das instituições em benefício próprio. A ABRAPEM não é e nem nunca será uma pessoa. Ela é uma instituição pública, um coletivo, somos todos nós, devidamente organizados e, graças a Deus, contemplados em toda a nossa saudável pluralidade. Quem julgou você no concurso não foi a presidente da ABRAPEM; foi a Catarina Leite Domenici, artista e musicista. Ponto. Só que como qualquer outra pessoa, eu também acumulo outras funções tais como professora, orientadora e presidente de associação. Que isso fique BEM claro! Espero que jamais os critérios artísticos e acadêmicos de uma pessoa que ocupe a presidência da ABRAPEM se confundam com os critérios da instituição (os quais devem contemplar toda a diversidade de orientações e opiniões artísticas e acadêmicas de toda a comunidade), senão teremos um despotismo. Quanto à alegação de que os meus critérios tenham te "colocado para o fim da lista dos candidatos avaliados", alerto que em momento algum você teve acesso a essa informação, posto que ela não é pública e nem lhe foi informada por mim. Portanto, você absolutamente não tem o direito de fazer tal alegação e, menos ainda, de insinuar e confundir os meus critérios pessoais com os da ABRAPEM (os quais, diga-se de passagem, você também manifestou um profundo desconhecimento). Com relação às minhas opiniões (e os meus critérios de avaliação) sobre a tua performance no concurso, as quais já foram encaminhadas para o teu e-mail pessoal, afirmo que não tenho a esperança e sequer a pretensão de convencê-lo. Apenas apresento humildemente as minhas opiniões (que são devidamente bem informadas, bem formadas e bem embasadas em muitos anos de formação musical sólida, bem como em muitos anos de experiência artística e acadêmica) e espero em retorno o devido respeito simplesmente. Por fim, me arvoro o direito de fazer uma singela recomendação: escolha as palavras com cuidado e ponderação. As palavras não são simplesmente "a arma" dos acadêmicos em arenas públicas; elas manifestam de maneira profunda como verdadeiramente pensamos, além de ter o incrível poder de revelar a verdadeira essência de nós mesmos. Cordialmente, Catarina Leite Domenici On Oct 25, 2011, at 12:42 AM, André Fadel wrote: > > > Prezada Profª. Dra. Domenici > > Com muita honra recebo sua resposta pública à minha carta manifesto, que reconheço que talvez não seja muito apropriada nesta lista, mas que pelo menos deu voz à indignação que muitas vezes esta situação de concurso acarreta para tantas pessoas - não estou sozinho. Quanto ao pseudo anonimato, seria no mínimo deselegância da minha parte citar explicitamente o nome das pessoas envolvidas num texto que desejo que se torne público. Repare que sequer me refiro a algum dos concursos de Tatuí que já houve, pois espero que o texto continue com validade para o futuro. Mesmo assim, sua manifestação foi um colírio para todos os espíritos exaltados e gostaria que as pessoas tivessem um pingo do equilíbrio emocional que a senhora apresentou, eu inclusive. Infelizmente, quando me sinto injustiçado eu grito mesmo, e espero que desse "ai!" (que doeu) apareçam discussões frutíferas e - mais importante - mudanças na maneira de se avaliar. > > Sua preocupação com a lista é válida, mas eu acredito que crescimentos brotam de crises. Este assunto eu considerei uma crise séria. Se vier o debate, já se está no lucro e a lista cumpriu seu papel. > > Ao mesmo tempo, fico triste em saber que a presidente da recém-formada ABRAPEM (vida longa!) tenha adotado este ou aquele critério que tenha me colocado para o fim da lista dos candidatos avaliados. Isto supõe que eu esteja longe do que se considera uma apresentação de qualidade. Respeitosamente, também discordo quanto à interpretação dos candidatos da peça de confronto, mas creio que isto seria assunto para mensagem particular, como a senhora mesmo mencionou. > > Causa-me angústia não haver gravação de boa qualidade das apresentações, pois isto permitiria registrar de alguma forma: "olhem, isto sim merece primeiro lugar! Já isto não merece, por causa disso, disso e disso e porque estamos em 2011." Confesso que depois deste concurso fiquei extremamente confuso. Creio que muitas escolas possam estar num caminho errado, assim como eu mesmo posso estar. > > Isto não tem a ver com o fato de alguém ter tido aulas com o professor X ou Y, até porque cada um é único. Somos todos uma soma de influências que jamais se repetirá na história do universo. Isto não é bom nem ruim, apenas "é", intransitivo. A partir do ponto em que eu adoto algo para me amparar, isto é, um critério para fins de avaliação, comparação ou até mensuração, aí o fato se torna uma escolha. Se é escolha, é transitivo. Escolha de quê? Por quê? A questão da avaliação é relevante sim, pois sempre existirá. Taí um bom debate para a ABRAPEM. > > Estou extremamente aberto para receber suas anotações e opiniões de forma particular, se a senhora se dispor. > > Particularmente, convivo bem com a diversidade. Mas quando a ideia é contraditória, preciso que me convençam. Senão eu grito "ai!". > > > Cordialmente > > André > músico (?) > > > > On Mon, Oct 24, 2011 at 7:12 PM, Catarina Domenici wrote: > Prezado André, > > Inicio respondendo a útima pergunta da tua mensagem ?...mas quem são os juízes??: eu, Catarina Leite Domenici, fui um dos membros da comissão julgadora do VII Concurso Nacional de Piano de Música Brasileira Espartaco Rossi de Tatuí. Como membro da comissão julgadora, após ter passado uma grande parte dos últimos anos fora do Brasil, posso assegurar que estava em uma posição bastante confortável por estar vendo (e ouvindo) pela primeira vez TODOS os candidatos dos turnos que julguei. Desta maneira, todos se encontravam em perfeita condição de isonomia diante do meu julgamento, que, obviamente, foi baseado APENAS na performance que ocorreu naquele momento. Afirmo que a comissão organizadora do concurso foi extremamente cuidadosa e idônea em não disponibilizar à comissão julgadora as fichas de inscrição, assegurando que informações como idade, procedência e, principalmente, o nome do(a) professor(a) fossem mantidas em sigilo. Este último item merece aqui um parênteses: uma das pianistas mais importantes do Brasil (infelizmente já falecida) pediu para não mais ser convidada para integrar o júri de um dos concursos de música mais importantes do país por ter se cansado de receber vários telefonemas de professores de piano (às vezes no meio da noite) que tentavam de alguma maneira influenciar a sua opinião. Do lado dos candidatos, temos aqueles que, infelizmente em qualquer concurso, se julgam maiores e melhores que os outros apenas por serem alunos de X, Y ou Z. Fim do parênteses. > > Lamento imensamente que você não tenha tido a iniciativa ou a oportunidade de me procurar após o concurso (como fizeram tantos outros candidatos) para saber a minha opinião sobre a tua performance (e consequentemente, os meus critérios). Quem me conhece sabe que, sempre que solicitada, emito a minha opinião com muita honestidade e franqueza e que sempre prezei a transparência acima de tudo em todas as relações. Aproveito aqui para me colocar à disposição para compartilhar contigo as minhas anotações sobre a tua performance, posto que ainda tenho minhas anotações das provas do concurso. Farei isso com prazer, de maneira privada, como o fiz com os outros candidatos que me procuraram, pois minha ética não me permite expor publicamente assuntos que considero de cunho e interesse pessoal. Por outro lado, enfatizo que sou inteiramente favorável à discussão pública, séria e respeitosa sobre os critérios de avaliação da performance musical de maneira geral (não apenas em situações de concurso), conduzida com o cuidado necessário entre o estabelecimento de parâmetros para a elaboração de critérios objetivos e subjetivos de avaliação, ao mesmo tempo que evitando o engessamento de tais critérios, o que resultaria em tirania ideológica e estética. Devemos sempre lembrar que o que mantém a arte viva (especialmente a performance musical) é justamente a diversidade de opiniões, percepções e interpretações. Dada a natureza pública da performance musical, a qual sempre nos coloca em contato com pontos de vista muitas vezes divergentes, penso ser fundamental que tenhamos maturidade e humildade para conviver com essa diversidade em qualquer situação. > > Gostaria de manifestar minha profunda tristeza e preocupação em ver o fórum de discussões de uma das instituições mais importantes e respeitadas da comunidade acadêmica no Brasil (a ANPPOM) ser usado para mensagens que, acobertadas pela suposta condição de anonimato (os nomes dos integrantes da comissão julgadora são devida e corretamente publicados no programa do evento), contém suposições, ofensas e acusações sérias e infundadas. Parece que ainda não aprendemos com situações passadas, onde discussões que se iniciaram nesta lista, justamente acobertadas pelo pseudo-anonimato, escalaram rapidamente para ofensas pessoais que constrangeram, senão toda, uma boa parte da comunidade acadêmica. Em meio a tantas condutas destrutivas que ainda praguejam o cotidiano de todos, tais como inuendos, perseguições, ameaças, assédio moral e até violência física, cabe a nós (e apenas a nós) decidir que tipo de ambiente acadêmico desejamos construir à nossa volta. > > Por fim, gostaria de salientar que a tua mensagem, ainda que de um modo que considero inapropriado para a condução de um debate construtivo, traz à tona questões muito relevantes que merecem ser discutidas pela nossa subárea. Precisamos, sim, discutir critérios de avaliação da performance musical, bem como a necessidade (ou não) dos concursos para intérpretes. Lógicamente que ao debater essas questões não podemos nos esquivar de realizar um profundo questionamento sobre o que concebemos hoje, em pleno século XXI, por interpretação musical e sobre o próprio papel do intérprete, sob pena de continuarmos em concordância com paradigmas estabelecidos no século XIX. Faço votos que a subárea possa iniciar um debate civilizado, produtivo e respeitoso para que possamos avançar no entendimento daquilo que fazemos com tanto amor e dedicação. > > Cordialmente, > > "Srª Benita" > Profª Drª Catarina Leite Domenici > Universidade Federal do Rio Grande do Sul > Programa de Pós-Graduação em Música > Presidente da Associação Brasileira de Performance Musical (ABRAPEM) > e, claro, musicista. > > PS ao pé do ouvido: André, eu tenho ouvido absoluto e posso te assegurar que você não foi o único candidato que "corrigiu" as imperfeições do texto impresso da peça de confronto. > > > On Oct 20, 2011, at 10:13 AM, André Fadel wrote: > >> >> >> >> A palhaçada do Concurso de Piano de Tatuí >> >> >> (Para aqueles que quiserem ir direto ao assunto, podem pular para a segunda parte) >> >> >> >> 1. Considerações sobre concursos de instrumento >> >> >> Todo concurso é polêmico. É uma das piores maneiras de se descobrir e premiar instrumentistas porque é um procedimento que foge à natureza da arte. Em arte não deveria haver competição. Mas músicos ? como todo animal mamífero ? têm espírito competitivo e querem se destacar para poderem sobreviver às intempéries mundanas. Afinal, o mundo é selvagem demais e todo esforço é pouco para se alcançar a caça e dominar o fogo. >> >> >> Observando os concursos internacionais mais importantes tem-se a impressão de que estes eventos não diferem muito das Olimpíadas: pessoas sacrificam boa parte da fase produtiva de suas vidas esperando obter, em lapso de minutos, um breve reconhecimento pelos seus esforços. Não devemos esquecer que os músicos estão lá por livre e espontânea... necessidade. Para abocanharem contratos, prêmios e turnês todos devem se submeter ao crivo de um jurado. Concursos lembram a democracia de Churchill, que dizia que esta é a pior forma de governo, tirando todas as outras já existentes. A diferença é que, se a oportunidade do instrumentista não aparecer por meio do concurso, deverá ocorrer por meio de relações sociais e políticas, o que complica e muito as coisas para a maioria que não tem sobrenome, seita ou outros círculos de amizade. >> >> >> Também existe um lado bom para os competidores, independentemente dos resultados. Quando alguém se prepara para um concurso, ocorre um processo de grande superação dos próprios limites. Pode-se aprender menos em termos quantidade de repertório, mas há coisas que só são conquistadas por processos intensos e contínuos. Heinrich Neuhaus comparou uma vez o estudo do piano com a fervura da água, pois esta não borbulha se o fogo for desligado de tempos em tempos. Além disso, há também o lado emocional. Seja com traumas ou láureas, competidores sempre aprendem. >> >> >> Vendo o crescente número de competições no mundo, a prática está longe de ser abolida ou substituída. Contudo, algumas iniciativas estão sendo tomadas para aumentar sua transparência. Uma delas foi adotada apenas recentemente pelo 14º. Concurso Tchaikovsky, cujas etapas foram teletransmitidas ao vivo e no qual foi dada aos espectadores a oportunidade de opinarem e se manifestarem sobre os concorrentes. A tecnologia hoje permite muitos procedimentos e, quando se trata de concurso musical, a gravação deveria ser o mais elementar deles. Outras sugestões são apresentadas em um ótimo artigo de Michael Johnson. >> >> >> Eu, pessoalmente, não aguento assistir a concursos de piano. Normalmente são chatos e muito cansativos. As provas são longas, os repertórios variam pouco e a pressão é desumana. Às vezes parece que estão tentando enfiar o músico numa lâmina microscópica para a análise de suas virtudes e defeitos. Mas o espírito da competição é esse, da mesma forma que a natureza seleciona os mais aptos a sobreviverem. Apesar disso, não hesito em participar de um ou outro quando as exigências do edital coincidem com o repertório que estou estudando. Seja para fins competitivos ou artísticos, quando estou ao instrumento procuro esquecer todo o lixo que está em volta e imergir na música. >> >> >> Mas o que determina uma virtude nas competições? E o que define o que seriam defeitos? Ah, os critérios... >> >> >> >> 2. Sobre Tatuí >> >> >> No Brasil há poucos concursos de piano e nenhum com grande tradição. Por isso, qualquer um que ofereça um prêmio interessante (apresentações, dinheiro, instrumentos) merece a atenção de quem estuda. Como no Brasil não há reconhecimento duradouro por concursos, pelo menos a conquista de um deles recompensa ? em parte ? o esforço e agrega pontinhos para o currículo (às vezes, a alimentação do Currículo Lattes também parece uma Olimpíada!). O Concurso de Tatuí oferecia prêmio de R$ 5.000,00 e recital com orquestra. O prêmio não chega perto dos U$ 20.000,00 de um concurso do Cazaquistão (o país ridicularizado pelo "Borat"), mas não é nada mal para a terra de cegos ? ou seria "surdos"? >> >> >> Na teoria, pelo que foi exposto antes, concurso pode ser considerado um instrumento democrático por oferecer tratamento isonômico aos participantes. Só na teoria. O grande problema reside fundamentalmente no poder de validação detido soberanamente pela banca avaliadora. É ela que vai brincar de chefe e dar as batatas ao vencedor. Mas sob quais critérios? >> >> >> Uma vez que haja a participação decisória de seres humanos num sistema, pode-se questionar todo e qualquer resultado. A neurociência tem uma coleção de estudos (Zimbardo, Harris, Milgram) que fragilizam cada vez mais a ideia de que humanos tenham o que se entende por objetividade, justiça, imparcialidade e até mesmo moralidade. Imagine acrescentar "musicalidade" nessa lista. Exigir tudo isto de uma banca de concurso pode ser demais. >> >> >> Portanto, é evidente que todo resultado de concurso será polêmico. Mas existem critérios que podem ser discutidos e adotados no julgamento de candidatos, no sentido de tentar aproximar o poder de validação de uma banca de algo que seja mais ou menos consenso entre quem entende do assunto. Não acho que o "voto popular" seja o caminho, mas isto não deixaria de ser útil para indicar o que pode ser viável comercialmente, por exemplo. >> >> >> Há corporativismo no meio dos concursos de música? Lógico que há. Há corrupção? Sim. Há decisões marcantes? Também. O exemplo mais célebre de que eu me lembro foi no Concurso Chopin de 1980, quando Ivo Pogorelich foi desclassificado pelo júri e Martha Argerich se retirou da banca, inconformada. Mas foi alguma coisa assim que houve no Concurso de Tatuí? Não. >> >> >> O que houve foi uma demonstração de como a inépcia de uma banca avaliadora pode prejudicar a credibilidade de um concurso, devido a ausência de critérios objetivos que deveriam nortear o que se busca em termos de música numa ocasião como esta. >> >> >> Arrisco o primeiro critério possível que poderia orientar uma banca, partindo do princípio da isonomia: fidelidade às ideias contidas na partitura. Pode haver uma sensação ilusória de objetividade neste quesito? Sim, não tenho dúvidas, mas não deixa de ser um critério mais objetivo do que tentar medir algo que não pode ser medido (p.e., conceitos como ?brasilidade?). A notação musical continua sendo referência mundial para a interpretação de uma obra, mas também seria ingenuidade deixar de notar que há sim um universo além da partitura. Se assim não fosse, qualquer computador poderia ser considerado o melhor intérprete possível. No entanto, parece-me que ignorar a clareza (e, por que não, a limpeza) de uma apresentação equivale a deixar de notar que há um rinoceronte branco na sala. >> >> >> Já outro critério é um pouco mais complicado, mas não pode deixar de ser mencionado: respeito ao estilo do compositor. Para isso, seria necessário exigir conhecimento histórico e capacidade auditiva em reconhecê-lo. Não vou entrar na seara de a referida banca ser capacitada para isto ou não. >> >> >> O que prevalece realmente é aquilo que dizia o pianista François Fréderic Guy: os jurados são as pessoas que "sabem". ?Eles têm um tipo de código musical e se você não estiver conectado a este código, você não tem chance?. É este código que estou questionando. Porque suspeito que o código da banca de Tatuí sequer foi musical. >> >> >> A prova exigia uma peça de confronto ? aos que não sabem, é uma peça que todos os candidatos devem interpretar ? e uma obra de livre escolha, ambas brasileiras. Vale dizer que a edição da peça de confronto era lamentável. Eu fui o único candidato que "corrigiu" todas as muitas notas erradas da edição. Aliás, a incompetência editorial musical do Brasil mereceria outro texto. Também fui o único que respeitou o andamento indicado, e, se bem me lembro, devo ter esbarrado em uma notinha. Sou grato aos meus mestres por terem me ensinado a analisar uma obra musical e também por poder ouvi-la e reproduzi-la em suas nuances. >> >> >> Quanto à obra de livre escolha, há alguns meses tive a preciosa oportunidade de tocá-la ao filho do compositor que me deu ideias, questionou algumas e validou outras que eu já tinha. Quanto à apresentação na prova do concurso, faço antes um comentário: quem me conhece sabe que o maior crítico de mim sou eu mesmo. Dificilmente saio satisfeito de uma apresentação, por melhor que seja o feedback. Excepcionalmente, neste concurso saí do palco muito contente mesmo sabendo que poderia ter feito melhor, mas acreditando que tinha estabelecido a barra num nível bem alto. Também fiz questão de assistir a todas as provas (faltei apenas a uma delas porque uma jornalista pediu que eu desse uma entrevista, ironicamente sobre a importância dos concursos). Houve candidatos brilhantes e outros nem tanto que não preciso detalhar aqui, mas apenas menciono que, dos candidatos que estavam em sintonia com o meu código musical, a maioria não levou nenhum prêmio. >> >> >> O anúncio da premiação foi muito estranho: todos os candidatos levaram um ?puxão de orelha? porque, segundo a teoria da avaliadora (vou dar o nome fictício de Sra. ?Adolfa?), todos os pianistas deveriam frequentar rodas de samba para poderem tocar música brasileira. Mesmo depois de eu ter admitido que não frequento rodas de choro, samba ou fandango, ainda assim foi uma grande surpresa saber que as minhas notas foram as mais baixas do concurso. >> >> >> Pela lógica, eu preciso ser luterano para poder tocar a música de Bach, místico para tocar Scriabin e homossexual para tocar Poulenc. >> >> >> Por mais inadequado que fosse, estava curiosíssimo em saber o que é que eu tinha feito de errado. Questionada, a presidente da banca Adolfa respondeu que faltou "ginga", que a "agógica" não foi respeitada e que os deslocamentos rítmicos não foram realizados. Em resposta, gostaria que a Adolfa ouvisse novamente a prova. Há testemunhas, mas não preciso delas. O que parece que falta aqui se chama honestidade intelectual. Diante da omissão de opinião dos que dividiram a mesa, Sra. ?Benita? e Sr. ?Blondi?, suponho que tenham concordado com tudo o que foi dito. >> >> >> Tenho curiosidade em saber como seria a avaliação, por essa ilustre equipe, da interpretação do Rudepoema de Marc-André Hamelin, já que o mesmo não deve ter ensaiado na vida um passo de samba. Ou alguém acha que o Nelson Freire fica dançando no banheiro para tocar o Choros n. 5 ou a Toccata de Guarnieri? Colocação igualmente absurda seria dizer que pianistas brasileiros não sabem tocar Prokofiev ou Medtner. Por que há essa mística tão grande em torno de ?música brasileira?? Só o nosso povo tem este hábito ridículo. >> >> >> Pela interpretação teleológica da expressão, se eu toco música de um compositor brasileiro, eu faço música brasileira. A julgar pela interpretação das peças tupiniquins pelos candidatos estrangeiros no Concurso Cidade de Florianópolis em 2010, os ?gringos? não devem nada em termos de musicalidade. Já em termos de ?brasilidade?, deixo os argumentos para a Sra. Adolfa. >> >> >> Por mais que alguns me considerem um "eurocêntrico" (eu não ligo, às vezes acho um elogio), eu considero imensamente todas as manifestações artísticas não importa de onde venham. Quando se trata de preferência pessoal, é pessoal e fim de papo. Mas esse argumento não vale quando se tem a responsabilidade de ser jurado de concurso. Antes de ter opinião pessoal, é necessário provar que pelo menos o julgador tenha ouvidos. >> >> >> Em 1999, Matt Stone e Trey Parker, criadores de South Park, concorreram ao Oscar pela melhor trilha sonora, mas o prêmio acabou indo para Phil Collins. Não tiveram dúvida: no episódio televisivo seguinte massacraram e ridicularizaram o cantor, inclusive com a estatueta enfiada lá mesmo. ?Estávamos TÃO preparados para perder, mas não desse jeito! Não para o Phil Collins?, disseram. Fizeram errado, Stone & Parker. Eu também estava preparado para perder, mas não desse jeito. Só que vocês deveriam ter enfiado a estatueta nos que elegeram o Phil Collins, não no coitado. >> >> >> Termino com Griboyedov: ?...mas quem são os juízes?? >> >> >> >> André Fadel >> >> músico >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From catarina em catarinadomenici.com Tue Oct 25 11:41:28 2011 From: catarina em catarinadomenici.com (Catarina Domenici) Date: Tue, 25 Oct 2011 11:41:28 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> Message-ID: Prezada Zélia, Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), lanço o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão no momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro lugar, temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro de edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos na mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na mão esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo Miranda). Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão do texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de metrônomo para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns poucos compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", corre o grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica a compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas próprias indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na pag.2, seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. Temos o mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" na pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú calmo") e que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na pag. 3, acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o intérprete escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como essas seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários problemas de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, tem tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que se espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento das edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não poderia ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda estamos desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de fidelidade à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos afastamos historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação na qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na construção de interpretações desse repertório. E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia deixar de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se debruçando sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória do pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. Pianista cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem se interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John Giordano, declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that it's hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, it's mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. Mas para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução minha). É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro pianista, o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do concurso. Que o debate prossiga! Cordialmente, Catarina Leite Domenici On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: > Assino em baixo. > > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. > > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! > > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade > do juri. > > Zélia Chueke > > >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >> termos. >> Cristina Capparelli Gerling >> >> >> Citando Carlos Palombini : >> >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>> democracy >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa >>> e >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se >>> não, a democracia é uma farsa." >>> >>> cp >>> >>> -- >>> carlos palombini >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > Zélia Chueke, DMA > Pianist - researcher > Professor of Music- DeArtes, UFPR > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > www.zeliachueke.com > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From reynerpianista em yahoo.com.br Tue Oct 25 12:10:21 2011 From: reynerpianista em yahoo.com.br (Igor Reis Reyner) Date: Tue, 25 Oct 2011 07:10:21 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Re_=3A__A_palha=C3=A7ada_do_Concurso_de_?= =?utf-8?b?VGF0dcOt?= In-Reply-To: References: Message-ID: <1319551821.92412.YahooMailNeo@web111513.mail.gq1.yahoo.com> A ABRAPEM deveria levar adiante o debate. Mas acho que a forma de se debater deve ser considerada. Sugiro uma pequenina consideração de Barthes... Ativo/reativo ? No que ele escreve, há dois textos. O texto I é reativo,  movido por indignações, medos, desaforos interiores, pequenas  paranóias, defesas, cenas. O texto II é ativo, movido pelo prazer.  Mas  ao escrever-se, ao corrigir-se, ao submeter-se à ficção do Estilo, o  texto I se torna ele próprio ativo; perde então sua pele reativa, que só  subsiste por placas (em minúsculos parênteses). Abraços a todos os concorrentes... Igor Reyner. ________________________________ De : André Fadel À : anppom-l em iar.unicamp.br Envoyé le : Mardi 25 Octobre 2011 0h42 Objet : Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí     Prezada Profª. Dra. Domenici   Com muita honra recebo sua resposta pública à minha carta manifesto, que reconheço que talvez não seja muito apropriada nesta lista, mas que pelo menos deu voz à indignação que muitas vezes esta situação de concurso acarreta para tantas pessoas - não estou sozinho. Quanto ao pseudo anonimato, seria no mínimo deselegância da minha parte citar explicitamente o nome das pessoas envolvidas num texto que desejo que se torne público. Repare que sequer me refiro a algum dos concursos de Tatuí que já houve, pois espero que o texto continue com validade para o futuro. Mesmo assim, sua manifestação foi um colírio para todos os espíritos exaltados e gostaria que as pessoas tivessem um pingo do equilíbrio emocional que a senhora apresentou, eu inclusive. Infelizmente, quando me sinto injustiçado eu grito mesmo, e espero que desse "ai!" (que doeu) apareçam discussões frutíferas e - mais importante - mudanças na maneira de se avaliar.    Sua preocupação com a lista é válida, mas eu acredito que crescimentos brotam de crises. Este assunto eu considerei uma crise séria. Se vier o debate, já se está no lucro e a lista cumpriu seu papel.   Ao mesmo tempo, fico triste em saber que a presidente da recém-formada ABRAPEM (vida longa!) tenha adotado este ou aquele critério que tenha me colocado para o fim da lista dos candidatos avaliados. Isto supõe que eu esteja longe do que se considera uma apresentação de qualidade. Respeitosamente, também discordo quanto à interpretação dos candidatos da peça de confronto, mas creio que isto seria assunto para mensagem particular, como a senhora mesmo mencionou.   Causa-me angústia não haver gravação de boa qualidade das apresentações, pois isto permitiria registrar de alguma forma: "olhem, isto sim merece primeiro lugar! Já isto não merece, por causa disso, disso e disso e porque estamos em 2011." Confesso que depois deste concurso fiquei extremamente confuso. Creio que muitas escolas possam estar num caminho errado, assim como eu mesmo posso estar.   Isto não tem a ver com o fato de alguém ter tido aulas com o professor X ou Y, até porque cada um é único. Somos todos uma soma de influências que jamais se repetirá na história do universo. Isto não é bom nem ruim, apenas "é", intransitivo. A partir do ponto em que eu adoto algo para me amparar, isto é, um critério para fins de avaliação, comparação ou até mensuração, aí o fato se torna uma escolha. Se é escolha, é transitivo. Escolha de quê? Por quê? A questão da avaliação é relevante sim, pois sempre existirá. Taí um bom debate para a ABRAPEM.   Estou extremamente aberto para receber suas anotações e opiniões de forma particular, se a senhora se dispor.   Particularmente, convivo bem com a diversidade. Mas quando a ideia é contraditória, preciso que me convençam. Senão eu grito "ai!".     Cordialmente   André músico (?)     On Mon, Oct 24, 2011 at 7:12 PM, Catarina Domenici wrote: Prezado André, > > >Inicio respondendo a útima pergunta da tua mensagem ?...mas quem são os juízes??: eu, Catarina Leite Domenici, fui um dos membros da comissão julgadora do VII Concurso Nacional de Piano de Música Brasileira Espartaco Rossi de Tatuí. Como membro da comissão julgadora, após ter passado uma grande parte dos últimos anos fora do Brasil, posso assegurar que estava em uma posição bastante confortável por estar vendo (e ouvindo) pela primeira vez TODOS os candidatos dos turnos que julguei. Desta maneira, todos se encontravam em perfeita condição de isonomia diante do meu julgamento, que, obviamente, foi baseado APENAS na performance que ocorreu naquele momento. Afirmo que a comissão organizadora do concurso foi extremamente cuidadosa e idônea em não disponibilizar à comissão julgadora as fichas de inscrição, assegurando que informações como idade, procedência e, principalmente, o nome do(a) professor(a) fossem mantidas em sigilo. Este último item merece aqui um parênteses: uma das pianistas mais importantes do Brasil (infelizmente já falecida) pediu para não mais ser convidada para integrar o júri de um dos concursos de música mais importantes do país por ter se cansado de receber vários telefonemas de professores de piano (às vezes no meio da noite) que tentavam de alguma maneira influenciar a sua opinião. Do lado dos candidatos, temos aqueles que, infelizmente em qualquer concurso, se julgam maiores e melhores que os outros apenas por serem alunos de X, Y ou Z. Fim do parênteses. > > >Lamento imensamente que você não tenha tido a iniciativa ou a oportunidade de me procurar após o concurso (como fizeram tantos outros candidatos) para saber a minha opinião sobre a tua performance (e consequentemente, os meus critérios). Quem me conhece sabe que, sempre que solicitada, emito a minha opinião com muita honestidade e franqueza e que sempre prezei a transparência acima de tudo em todas as relações. Aproveito aqui para me colocar à disposição para compartilhar contigo as minhas anotações sobre a tua performance, posto que ainda tenho minhas anotações das provas do concurso. Farei isso com prazer, de maneira privada, como o fiz com os outros candidatos que me procuraram, pois minha ética não me permite expor publicamente assuntos que considero de cunho e interesse pessoal. Por outro lado, enfatizo que sou inteiramente favorável à discussão pública, séria e respeitosa sobre os critérios de avaliação da performance musical de maneira geral (não apenas em situações de concurso), conduzida com o cuidado necessário entre o estabelecimento de parâmetros para a elaboração de critérios objetivos e subjetivos de avaliação, ao mesmo tempo que evitando o engessamento de tais critérios, o que resultaria em tirania ideológica e estética. Devemos sempre lembrar que o que mantém a arte viva (especialmente a performance musical) é justamente a diversidade de opiniões, percepções e interpretações. Dada a natureza pública da performance musical, a qual sempre nos coloca em contato com pontos de vista muitas vezes divergentes, penso ser fundamental que tenhamos maturidade e humildade para conviver com essa diversidade em qualquer situação. > >Gostaria de manifestar minha profunda tristeza e preocupação em ver o fórum de discussões de uma das instituições mais importantes e respeitadas da comunidade acadêmica no Brasil (a ANPPOM) ser usado para mensagens que, acobertadas pela suposta condição de anonimato (os nomes dos integrantes da comissão julgadora são devida e corretamente publicados no programa do evento), contém suposições, ofensas e acusações sérias e infundadas. Parece que ainda não aprendemos com situações passadas, onde discussões que se iniciaram nesta lista, justamente acobertadas pelo pseudo-anonimato, escalaram rapidamente para ofensas pessoais que constrangeram, senão toda, uma boa parte da comunidade acadêmica. Em meio a tantas condutas destrutivas que ainda praguejam o cotidiano de todos, tais como inuendos, perseguições, ameaças, assédio moral e até violência física, cabe a nós (e apenas a nós) decidir que tipo de ambiente acadêmico desejamos construir à nossa volta.  > > >Por fim, gostaria de salientar que a tua mensagem, ainda que de um modo que considero inapropriado para a condução de um debate construtivo, traz à tona questões muito relevantes que merecem ser discutidas pela nossa subárea. Precisamos, sim, discutir critérios de avaliação da performance musical, bem como a necessidade (ou não) dos concursos para intérpretes. Lógicamente que ao debater essas questões não podemos nos esquivar de realizar um profundo questionamento sobre o que concebemos hoje, em pleno século XXI, por interpretação musical e sobre o próprio papel do intérprete, sob pena de continuarmos em concordância com paradigmas estabelecidos no século XIX. Faço votos que a subárea possa iniciar um debate civilizado, produtivo e respeitoso para que possamos avançar no entendimento daquilo que fazemos com tanto amor e dedicação.  > > >Cordialmente, > > >"Srª Benita" >Profª Drª Catarina Leite Domenici >Universidade Federal do Rio Grande do Sul >Programa de Pós-Graduação em Música >Presidente da Associação Brasileira de Performance Musical (ABRAPEM) >e, claro, musicista. > > >PS ao pé do ouvido: André, eu tenho ouvido absoluto e posso te assegurar que você não foi o único candidato que "corrigiu" as imperfeições do texto impresso da peça de confronto.  > > > >On Oct 20, 2011, at 10:13 AM, André Fadel wrote: > > >> >> >>   >> >>A palhaçada do Concurso de Piano de Tatuí >>   >> >>(Para aqueles que quiserem ir direto ao assunto, podem pular para a segunda parte) >>  >> >>  >> >>1. Considerações sobre concursos de instrumento >>  >> >>Todo concurso é polêmico. É uma das piores maneiras de se descobrir e premiar instrumentistas porque é um procedimento que foge à natureza da arte. Em arte não deveria haver competição. Mas músicos ? como todo animal mamífero ? têm espírito competitivo e querem se destacar para poderem sobreviver às intempéries mundanas. Afinal, o mundo é selvagem demais e todo esforço é pouco para se alcançar a caça e dominar o fogo. >>  >> >>Observando os concursos internacionais mais importantes tem-se a impressão de que estes eventos não diferem muito das Olimpíadas: pessoas sacrificam boa parte da fase produtiva de suas vidas esperando obter, em lapso de minutos, um breve reconhecimento pelos seus esforços. Não devemos esquecer que os músicos estão lá por livre e espontânea... necessidade. Para abocanharem contratos, prêmios e turnês todos devem se submeter ao crivo de um jurado. Concursos lembram a democracia de Churchill, que dizia que esta é a pior forma de governo, tirando todas as outras já existentes. A diferença é que, se a oportunidade do instrumentista não aparecer por meio do concurso, deverá ocorrer por meio de relações sociais e políticas, o que complica e muito as coisas para a maioria que não tem sobrenome, seita ou outros círculos de amizade. >>  >> >>Também existe um lado bom para os competidores, independentemente dos resultados. Quando alguém se prepara para um concurso, ocorre um processo de grande superação dos próprios limites. Pode-se aprender menos em termos quantidade de repertório, mas há coisas que só são conquistadas por processos intensos e contínuos. Heinrich Neuhaus comparou uma vez o estudo do piano com a fervura da água, pois esta não borbulha se o fogo for desligado de tempos em tempos. Além disso, há também o lado emocional. Seja com traumas ou láureas, competidores sempre aprendem. >>  >> >>Vendo o crescente número de competições no mundo, a prática está longe de ser abolida ou substituída. Contudo, algumas iniciativas estão sendo tomadas para aumentar sua transparência. Uma delas foi adotada apenas recentemente pelo 14º. Concurso Tchaikovsky, cujas etapas foram teletransmitidas ao vivo e no qual foi dada aos espectadores a oportunidade de opinarem  e se manifestarem sobre os concorrentes. A tecnologia hoje permite muitos procedimentos e, quando se trata de concurso musical, a gravação deveria ser o mais elementar deles. Outras sugestões são apresentadas em um ótimo artigo de Michael Johnson. >>  >> >>Eu, pessoalmente, não aguento assistir a concursos de piano. Normalmente são chatos e muito cansativos. As provas são longas, os repertórios variam pouco e a pressão é desumana. Às vezes parece que estão tentando enfiar o músico numa lâmina microscópica para a análise de suas virtudes e defeitos. Mas o espírito da competição é esse, da mesma forma que a natureza seleciona os mais aptos a sobreviverem. Apesar disso, não hesito em participar de um ou outro quando as exigências do edital coincidem com o repertório que estou estudando. Seja para fins competitivos ou artísticos, quando estou ao instrumento procuro esquecer todo o lixo que está em volta e imergir na música. >>  >> >>Mas o que determina uma virtude nas competições? E o que define o que seriam defeitos? Ah, os critérios... >>  >> >>  >> >>2. Sobre Tatuí >>  >> >>No Brasil há poucos concursos de piano e nenhum com grande tradição. Por isso, qualquer um que ofereça um prêmio interessante (apresentações, dinheiro, instrumentos) merece a atenção de quem estuda. Como no Brasil não há reconhecimento duradouro por concursos, pelo menos a conquista de um deles recompensa ? em parte ? o esforço e agrega pontinhos para o currículo (às vezes, a alimentação do Currículo Lattes também parece uma Olimpíada!). O Concurso de Tatuí oferecia prêmio de R$ 5.000,00 e recital com orquestra. O prêmio não chega perto dos U$ 20.000,00 de um concurso do Cazaquistão (o país ridicularizado pelo "Borat"), mas não é nada mal para a terra de cegos ? ou seria "surdos"? >>  >> >>Na teoria, pelo que foi exposto antes, concurso pode ser considerado um instrumento  democrático por oferecer tratamento isonômico aos participantes. Só na teoria. O grande problema reside fundamentalmente no poder de validação detido soberanamente pela banca avaliadora. É ela que vai brincar de chefe e dar as batatas ao vencedor. Mas sob quais critérios? >>  >> >>Uma vez que haja a participação decisória de seres humanos num sistema, pode-se questionar todo e qualquer resultado. A neurociência tem uma coleção de estudos (Zimbardo, Harris, Milgram) que fragilizam cada vez mais a ideia de que humanos tenham o que se entende por objetividade, justiça, imparcialidade e até mesmo moralidade. Imagine  acrescentar "musicalidade" nessa lista. Exigir tudo isto de uma banca de concurso pode ser demais. >>  >> >>Portanto, é evidente que todo resultado de concurso será polêmico. Mas existem critérios que podem ser discutidos e adotados no julgamento de candidatos, no sentido de tentar aproximar o poder de validação de uma banca de algo que seja mais ou menos consenso entre quem entende do assunto. Não acho que o "voto popular" seja o caminho, mas isto não deixaria de ser útil para indicar o que pode ser viável comercialmente, por exemplo. >>  >> >>Há corporativismo no meio dos concursos de música? Lógico que há. Há corrupção? Sim. Há decisões marcantes? Também. O exemplo mais célebre de que eu me lembro foi no Concurso Chopin de 1980, quando Ivo Pogorelich foi desclassificado pelo júri e Martha Argerich se retirou da banca, inconformada. Mas foi alguma coisa assim que houve no Concurso de Tatuí? Não. >>  >> >>O que houve foi uma demonstração de como a inépcia de uma banca avaliadora pode prejudicar a credibilidade de um concurso, devido a ausência de critérios objetivos que deveriam nortear o que se busca em termos de música numa ocasião como esta. >>  >> >>Arrisco o primeiro critério possível que poderia orientar uma banca, partindo do princípio da isonomia: fidelidade às ideias contidas na partitura. Pode haver uma sensação ilusória de objetividade neste quesito? Sim, não tenho dúvidas, mas não deixa de ser um critério mais objetivo do que  tentar medir algo que não pode ser medido (p.e., conceitos como ?brasilidade?). A notação musical continua sendo referência mundial para a interpretação de uma obra, mas também seria ingenuidade deixar de notar que há sim um universo além da partitura. Se assim não fosse, qualquer computador poderia ser considerado o melhor intérprete possível. No entanto, parece-me que ignorar a clareza (e, por que não, a limpeza) de uma apresentação equivale a deixar de notar que há um rinoceronte branco na sala. >>  >> >>Já outro critério é um pouco mais complicado, mas não pode deixar de ser mencionado: respeito ao estilo do compositor. Para isso, seria necessário exigir conhecimento histórico e capacidade auditiva em reconhecê-lo. Não vou entrar na seara de a referida banca ser capacitada para isto ou não. >>  >> >>O que prevalece realmente é aquilo que dizia o pianista François Fréderic Guy: os jurados são as pessoas que "sabem". ?Eles têm um tipo de código musical e se você não estiver conectado a este código, você não tem chance?. É este código que estou questionando. Porque suspeito que o código da banca de Tatuí sequer foi musical. >>  >> >>A prova exigia uma peça de confronto ? aos que não sabem, é uma peça que todos os candidatos devem interpretar ? e uma obra de livre escolha, ambas brasileiras. Vale dizer que a edição da peça de confronto era lamentável. Eu fui o único candidato que "corrigiu" todas as muitas notas erradas da edição. Aliás, a incompetência editorial musical do Brasil mereceria outro texto. Também fui o único que respeitou o andamento indicado, e, se bem me lembro, devo ter esbarrado em uma notinha. Sou grato aos meus mestres por terem me ensinado a analisar uma obra musical e também por poder ouvi-la e reproduzi-la em suas nuances. >>  >> >>Quanto à obra de livre escolha, há alguns meses tive a preciosa oportunidade de tocá-la ao filho do compositor que me deu ideias, questionou algumas e validou outras que eu já tinha. Quanto à apresentação na prova do concurso, faço antes um comentário: quem me conhece sabe que o maior crítico de mim sou eu mesmo. Dificilmente saio satisfeito de uma apresentação, por melhor que seja o feedback. Excepcionalmente, neste concurso saí do palco muito contente mesmo sabendo que poderia ter feito melhor, mas acreditando que tinha estabelecido a barra num nível bem alto. Também fiz questão de assistir a todas as provas (faltei apenas a uma delas porque uma jornalista pediu que eu desse uma entrevista, ironicamente sobre a importância dos concursos). Houve candidatos brilhantes e outros nem tanto que não preciso detalhar aqui, mas apenas menciono que, dos candidatos que estavam em sintonia com o meu código musical, a maioria não levou nenhum prêmio. >>  >> >>O anúncio da premiação foi muito estranho: todos os candidatos levaram um ?puxão de orelha? porque, segundo a teoria da avaliadora (vou dar o nome fictício de Sra. ?Adolfa?), todos os pianistas deveriam frequentar rodas de samba para poderem tocar música brasileira. Mesmo depois de eu ter admitido que não frequento rodas de choro, samba ou fandango, ainda assim foi uma grande surpresa saber que as minhas notas foram as mais baixas do concurso. >>  >> >>Pela lógica, eu preciso ser luterano para poder tocar a música de Bach, místico para tocar Scriabin e homossexual para tocar Poulenc. >>  >> >>Por mais inadequado que fosse, estava curiosíssimo em saber o que é que eu tinha feito de errado. Questionada, a presidente da banca Adolfa respondeu que faltou "ginga", que a "agógica" não foi respeitada e que os deslocamentos rítmicos não foram realizados. Em resposta, gostaria que a Adolfa ouvisse novamente a prova. Há testemunhas, mas não preciso delas. O que parece que falta aqui se chama honestidade intelectual. Diante da omissão de opinião dos que dividiram a mesa, Sra. ?Benita? e Sr. ?Blondi?, suponho que tenham concordado com tudo o que foi dito. >>   >> >>Tenho curiosidade em saber como seria a avaliação, por essa ilustre equipe, da interpretação do Rudepoema de Marc-André Hamelin, já que o mesmo não deve ter ensaiado na vida um passo de samba. Ou alguém acha que o Nelson Freire fica dançando no banheiro para tocar o Choros n. 5 ou a Toccata de Guarnieri? Colocação igualmente absurda seria dizer que pianistas brasileiros não sabem tocar Prokofiev ou Medtner. Por que há essa mística tão grande em torno de ?música brasileira?? Só o nosso povo tem este hábito ridículo. >>  >> >>Pela interpretação teleológica da expressão, se eu toco música de um compositor brasileiro, eu faço música brasileira. A julgar pela interpretação das peças tupiniquins pelos candidatos estrangeiros no Concurso Cidade de Florianópolis em 2010, os ?gringos? não devem nada em termos de musicalidade. Já em termos de ?brasilidade?, deixo os argumentos para a Sra. Adolfa. >>  >> >>Por mais que alguns me considerem um "eurocêntrico" (eu não ligo, às vezes acho um elogio), eu considero imensamente todas as manifestações artísticas não importa de onde venham. Quando se trata de preferência pessoal, é pessoal e fim de papo. Mas esse argumento não vale quando se tem a responsabilidade de ser jurado de concurso. Antes de ter opinião pessoal, é necessário provar que pelo menos o julgador tenha ouvidos. >>  >> >>Em 1999, Matt Stone e Trey Parker, criadores de South Park, concorreram ao Oscar pela melhor trilha sonora, mas o prêmio acabou indo para Phil Collins. Não tiveram dúvida: no episódio televisivo seguinte massacraram e ridicularizaram o cantor, inclusive com a estatueta enfiada lá mesmo. ?Estávamos TÃO preparados para perder, mas não desse jeito! Não para o Phil Collins?, disseram. Fizeram errado, Stone & Parker. Eu também estava preparado para perder, mas não desse jeito. Só que vocês deveriam ter enfiado a estatueta nos que elegeram o Phil Collins, não no coitado. >>  >> >>Termino com Griboyedov: ?...mas quem são os juízes?? >>  >> >>  >> >>André Fadel >>músico >>  >> >>  >> >>  >> >> >> >>________________________________________________ >>Lista de discussões ANPPOM >>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>________________________________________________ > ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From catarina em catarinadomenici.com Tue Oct 25 13:03:31 2011 From: catarina em catarinadomenici.com (Catarina Domenici) Date: Tue, 25 Oct 2011 13:03:31 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?divulga=E7=E3o_dos_nomes_da_banca_d?= =?iso-8859-1?q?o_Concurso_de_Tatu=ED?= In-Reply-To: <2A8F8374-3ED1-4204-A927-910CCCF3D174@uol.com.br> References: <1319170013.95162.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> <2A8F8374-3ED1-4204-A927-910CCCF3D174@uol.com.br> Message-ID: <67ABB4EE-F3AA-4343-AFF3-38F14F0D7317@catarinadomenici.com> Prezado Silvio, Os nomes da banca foram publicamente divulgados por ocasião da abertura do concurso no Teatro Procópio Ferreira (bem como ao início das provas de cada turno) e também no material impresso do evento "VI Encontro Internacional de Pianistas e VII Concurso Nacional de Piano de Música Brasileira Spartaco Rossi" (estou com o livrinho aqui na minha frente mas não tenho tempo para escanear agora!). Entendo que a divulgação dos nomes da banca no site do concurso é feita após o mesmo, pois inclui os nomes dos premiados em todos os turnos. Além da divulgação dos nomes da banca por veículos e canais institucionais, também houve a publicacão dessa informação nos meios de comunicação da cidade de Tatuí. Catarina Leite Domenici On Oct 24, 2011, at 11:41 PM, silvioferrazmello wrote: > muito estranho esta coisa de não ser divulgada a banca > se é uma entidade pública e tem um concurso que aberto ao público, pq não são divulgados os nomes da banca? > > > > On Oct 24, 2011, at 8:44 AM, André Fadel wrote: > >> >> Prezado Prof. Daniel Lemos e demais colegas da lista >> >> >> Muito obrigado pelo posicionamento e pelas palavras equilibradas. De fato, foi um momento de inconformação. Ainda bem que a vida não depende disso. Mas que continua sendo chato, isso é. >> >> Quero deixar claro que em nenhum momento foi tornado público quem era a banca. Quem entrar no site do concurso não vai encontrar a informação. Viajei e toquei sem saber quem estava na mesa, pois quando anunciaram a banca nem estava prestando atenção. Meu compromisso não é com banca, mas com a música. Preferi conhecer a banca da pior maneira possível, e foi o que ocorreu. É evidente que, sabendo quem e como premiaram, não participarei de mais nada em que algum deles tome parte como avaliador. >> >> Não concordo com a colocação da Sra. Cristina, quando diz que "o resultado passa a ser inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do candidato". Quando acontece algo como isso, isto se torna assunto da sociedade. Não esqueçamos que este concurso foi financiado com dinheiro público, portanto era justificável que houvesse um mínimo de transparência, inclusive divulgando-se quem eram os avaliadores, o que não ocorreu. Não estou questionando a segregação de funções. Leia o texto com mais calma e verá o que estou criticando. >> >> Respondendo ao Sr. Marcio Mattos, se a palhaçada tivesse ocorrido a meu favor, estaria passando por uma situação de enorme constrangimento. Ao contrário do que alguns acreditam, sei reconhecer quando alguém alcança algo que não alcancei. Já partipicipei de concursos em que houve injustiça a um outro músico, mas normalmente lhe davam o segundo lugar. O que ocorreu lá foi uma inversão de lógica completa, parecia um sorteio na hora dos prêmios. >> >> Prof. Carlos, faltou mencionar Voltaire: "Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la." >> Se a opinião do vizinho é fedorenta, nada me impede que eu reclame do cheiro. Isso é democracia. >> >> André >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From silvioferrazmello em uol.com.br Tue Oct 25 13:38:11 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Tue, 25 Oct 2011 13:38:11 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?divulga=E7=E3o_dos_nomes_da_banca_d?= =?iso-8859-1?q?o_Concurso_de_Tatu=ED?= In-Reply-To: <67ABB4EE-F3AA-4343-AFF3-38F14F0D7317@catarinadomenici.com> References: <1319170013.95162.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> <2A8F8374-3ED1-4204-A927-910CCCF3D174@uol.com.br> <67ABB4EE-F3AA-4343-AFF3-38F14F0D7317@catarinadomenici.com> Message-ID: oi catarina, a primeira curiosidade qdo apareceu a carta foi justamente "quem era a banca?". procurei pelos nomes da banca na internet...mas, assim como outros colegas, não encontrei nada...sobretudo no site do concurso. por isto falei de achar estranho não ter o nome da banca...mas não a decisão da banca. abs silvio On Oct 25, 2011, at 1:03 PM, Catarina Domenici wrote: > > Prezado Silvio, > > Os nomes da banca foram publicamente divulgados por ocasião da abertura do concurso no Teatro Procópio Ferreira (bem como ao início das provas de cada turno) e também no material impresso do evento "VI Encontro Internacional de Pianistas e VII Concurso Nacional de Piano de Música Brasileira Spartaco Rossi" (estou com o livrinho aqui na minha frente mas não tenho tempo para escanear agora!). Entendo que a divulgação dos nomes da banca no site do concurso é feita após o mesmo, pois inclui os nomes dos premiados em todos os turnos. Além da divulgação dos nomes da banca por veículos e canais institucionais, também houve a publicacão dessa informação nos meios de comunicação da cidade de Tatuí. > > Catarina Leite Domenici > > On Oct 24, 2011, at 11:41 PM, silvioferrazmello wrote: > >> muito estranho esta coisa de não ser divulgada a banca >> se é uma entidade pública e tem um concurso que aberto ao público, pq não são divulgados os nomes da banca? >> >> >> >> On Oct 24, 2011, at 8:44 AM, André Fadel wrote: >> >>> >>> Prezado Prof. Daniel Lemos e demais colegas da lista >>> >>> >>> Muito obrigado pelo posicionamento e pelas palavras equilibradas. De fato, foi um momento de inconformação. Ainda bem que a vida não depende disso. Mas que continua sendo chato, isso é. >>> >>> Quero deixar claro que em nenhum momento foi tornado público quem era a banca. Quem entrar no site do concurso não vai encontrar a informação. Viajei e toquei sem saber quem estava na mesa, pois quando anunciaram a banca nem estava prestando atenção. Meu compromisso não é com banca, mas com a música. Preferi conhecer a banca da pior maneira possível, e foi o que ocorreu. É evidente que, sabendo quem e como premiaram, não participarei de mais nada em que algum deles tome parte como avaliador. >>> >>> Não concordo com a colocação da Sra. Cristina, quando diz que "o resultado passa a ser inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do candidato". Quando acontece algo como isso, isto se torna assunto da sociedade. Não esqueçamos que este concurso foi financiado com dinheiro público, portanto era justificável que houvesse um mínimo de transparência, inclusive divulgando-se quem eram os avaliadores, o que não ocorreu. Não estou questionando a segregação de funções. Leia o texto com mais calma e verá o que estou criticando. >>> >>> Respondendo ao Sr. Marcio Mattos, se a palhaçada tivesse ocorrido a meu favor, estaria passando por uma situação de enorme constrangimento. Ao contrário do que alguns acreditam, sei reconhecer quando alguém alcança algo que não alcancei. Já partipicipei de concursos em que houve injustiça a um outro músico, mas normalmente lhe davam o segundo lugar. O que ocorreu lá foi uma inversão de lógica completa, parecia um sorteio na hora dos prêmios. >>> >>> Prof. Carlos, faltou mencionar Voltaire: "Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la." >>> Se a opinião do vizinho é fedorenta, nada me impede que eu reclame do cheiro. Isso é democracia. >>> >>> André >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > From silvioferrazmello em uol.com.br Tue Oct 25 13:41:20 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Tue, 25 Oct 2011 13:41:20 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> Message-ID: <23990C7A-7A22-4BA3-9BAD-7E4CF94EE74D@uol.com.br> concordo... a banca deles não tem de decidir mta coisa...é mais fácil do que as nossas. On Oct 25, 2011, at 10:55 AM, daniel quaranta wrote: > Prezados, > me pergunto para que competem? > não seria melhor se dedicar a um esporte? na corrida de 100 mts não tem jeito, quem chegar primeiro ganha, quem faz gol ganha...pronto. > abraço > Daniel > > 2011/10/24 silvioferrazmello > > > Begin forwarded message: > >> From: silvioferrazmello >> Date: October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00 >> To: Cristina Capparelli Gerling >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí >> >> cristina e colegas, >> >> creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o que é fidelidade à partitura. >> no mais: >> mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc) >> e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual mais ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc. >> e não há nada de errado nisto. >> >> abs >> silvio >> >> On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: >> >>> Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso assumido entre competidor e avaliadores. >>> >>> Cristina >>> >>> Citando Zélia Chueke : >>> >>>> Assino em baixo. >>>> >>>> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos >>>> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>>> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o >>>> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta >>>> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>> >>>> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching >>>> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>>> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos >>>> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>> >>>> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; >>>> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade >>>> do juri. >>>> >>>> Zélia Chueke >>>> >>>> >>>>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe >>>>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>>>> termos. >>>>> Cristina Capparelli Gerling >>>>> >>>>> >>>>> Citando Carlos Palombini : >>>>> >>>>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with >>>>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>>>> democracy >>>>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa >>>>>> e >>>>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se >>>>>> não, a democracia é uma farsa." >>>>>> >>>>>> cp >>>>>> >>>>>> -- >>>>>> carlos palombini >>>>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>>>> >>>>> >>>>> >>>>> >> >>>>> ________________________________________________ >>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> ________________________________________________ >>>>> >>>> >>>> >>>> Zélia Chueke, DMA >>>> Pianist - researcher >>>> Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>>> www.zeliachueke.com >>>> >>>> >>> >>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >> > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > -- > ?????????????????????????????????????????????? > Dr. Daniel Quaranta > Universidade Federal de Juiz de Fora - MG > http://www.ufjf.br/anais_eimas/ > ISSN: 2236-8353 > www.rem.ufpr.br > ISSN 1415-953 > www.eimas.net > http://ouvindonopatio.podomatic.com > http://soundcloud.com/danielquaranta/ > http://www.bienalmercosul.art.br/7bienalmercosul/pt-br/ao-redor-de-433 > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From catarina em catarinadomenici.com Tue Oct 25 14:31:49 2011 From: catarina em catarinadomenici.com (Catarina Domenici) Date: Tue, 25 Oct 2011 14:31:49 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?divulga=E7=E3o_dos_nomes_da_banca_d?= =?iso-8859-1?q?o_Concurso_de_Tatu=ED?= In-Reply-To: References: <1319170013.95162.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> <2A8F8374-3ED1-4204-A927-910CCCF3D174@uol.com.br> <67ABB4EE-F3AA-4343-AFF3-38F14F0D7317@catarinadomenici.com> Message-ID: <482A068D-ABDD-46F3-96DE-323D592560D1@catarinadomenici.com> Oi Silvio, Compreendo a tua situação. Entendo também que devido ao grande número de candidatos inscritos no concurso (140) se fez necessário convocar uma outra banca em curto espaço de tempo - talvez por isso a demora em divulgar esses dados na internet. Abraço, Catarina On Oct 25, 2011, at 1:38 PM, silvioferrazmello wrote: > oi catarina, > a primeira curiosidade qdo apareceu a carta foi justamente "quem era a banca?". > procurei pelos nomes da banca na internet...mas, assim como outros colegas, não encontrei nada...sobretudo no site do concurso. > por isto falei de achar estranho não ter o nome da banca...mas não a decisão da banca. > abs > silvio > > On Oct 25, 2011, at 1:03 PM, Catarina Domenici wrote: > >> >> Prezado Silvio, >> >> Os nomes da banca foram publicamente divulgados por ocasião da abertura do concurso no Teatro Procópio Ferreira (bem como ao início das provas de cada turno) e também no material impresso do evento "VI Encontro Internacional de Pianistas e VII Concurso Nacional de Piano de Música Brasileira Spartaco Rossi" (estou com o livrinho aqui na minha frente mas não tenho tempo para escanear agora!). Entendo que a divulgação dos nomes da banca no site do concurso é feita após o mesmo, pois inclui os nomes dos premiados em todos os turnos. Além da divulgação dos nomes da banca por veículos e canais institucionais, também houve a publicacão dessa informação nos meios de comunicação da cidade de Tatuí. >> >> Catarina Leite Domenici >> >> On Oct 24, 2011, at 11:41 PM, silvioferrazmello wrote: >> >>> muito estranho esta coisa de não ser divulgada a banca >>> se é uma entidade pública e tem um concurso que aberto ao público, pq não são divulgados os nomes da banca? >>> >>> >>> >>> On Oct 24, 2011, at 8:44 AM, André Fadel wrote: >>> >>>> >>>> Prezado Prof. Daniel Lemos e demais colegas da lista >>>> >>>> >>>> Muito obrigado pelo posicionamento e pelas palavras equilibradas. De fato, foi um momento de inconformação. Ainda bem que a vida não depende disso. Mas que continua sendo chato, isso é. >>>> >>>> Quero deixar claro que em nenhum momento foi tornado público quem era a banca. Quem entrar no site do concurso não vai encontrar a informação. Viajei e toquei sem saber quem estava na mesa, pois quando anunciaram a banca nem estava prestando atenção. Meu compromisso não é com banca, mas com a música. Preferi conhecer a banca da pior maneira possível, e foi o que ocorreu. É evidente que, sabendo quem e como premiaram, não participarei de mais nada em que algum deles tome parte como avaliador. >>>> >>>> Não concordo com a colocação da Sra. Cristina, quando diz que "o resultado passa a ser inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do candidato". Quando acontece algo como isso, isto se torna assunto da sociedade. Não esqueçamos que este concurso foi financiado com dinheiro público, portanto era justificável que houvesse um mínimo de transparência, inclusive divulgando-se quem eram os avaliadores, o que não ocorreu. Não estou questionando a segregação de funções. Leia o texto com mais calma e verá o que estou criticando. >>>> >>>> Respondendo ao Sr. Marcio Mattos, se a palhaçada tivesse ocorrido a meu favor, estaria passando por uma situação de enorme constrangimento. Ao contrário do que alguns acreditam, sei reconhecer quando alguém alcança algo que não alcancei. Já partipicipei de concursos em que houve injustiça a um outro músico, mas normalmente lhe davam o segundo lugar. O que ocorreu lá foi uma inversão de lógica completa, parecia um sorteio na hora dos prêmios. >>>> >>>> Prof. Carlos, faltou mencionar Voltaire: "Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la." >>>> Se a opinião do vizinho é fedorenta, nada me impede que eu reclame do cheiro. Isso é democracia. >>>> >>>> André >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >> > From tempoqueleva em yahoo.com.br Tue Oct 25 14:45:12 2011 From: tempoqueleva em yahoo.com.br (Ana Luisa) Date: Tue, 25 Oct 2011 09:45:12 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <2A8F8374-3ED1-4204-A927-910CCCF3D174@uol.com.br> Message-ID: <1319561112.38253.YahooMailClassic@web160717.mail.bf1.yahoo.com> Olá a todos, Acho que um ponto importante é sobre os critérios de avaliação. Por dois lados: quais são eles, questionando (e não chegando a uma conclusão) quais seriam os mais adequados para um concurso/competição/seleção, embora todas estas palavras pareçam mais inadequadas que os próprios critérios... Outro lado seria a transparência dos mesmos, ou seja, em um concurso, saber quais são os critérios antes (deixá-los claros no edital), para saber se devemos ou não nos submeter à tal tortura. Até porque, se o critério for "tocar bateria e cantar afinado ao mesmo tempo", quem ganha é o Phil Collins! (quando vamos parar com as alusões populares preconceituosas, hein? isso não acaba nunca, não?) Ana -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From musicoyargentino em hotmail.com Tue Oct 25 17:41:27 2011 From: musicoyargentino em hotmail.com (=?iso-8859-1?B?RGFtaeFuIEtlbGxlcg==?=) Date: Tue, 25 Oct 2011 19:41:27 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?ambiente_acad=EAmico?= In-Reply-To: References: Message-ID: Prezada Catarina, > Em meio a tantas condutas destrutivas que ainda praguejam o cotidiano de todos, tais como inuendos, perseguições, ameaças, assédio moral e até violência física, cabe a nós (e apenas a nós) decidir que tipo de ambiente acadêmico desejamos construir à nossa volta. Concordo 100% com essa colocação. A difamação é uma ferramenta sutil e poderosa. Como o custo de provar a inocência é altíssimo, os difamadores contam, por um lado, com a impunidade, e por outro, com a certeza do resultado. Dentro da estrutura burocrática universitária não existem mecanismos de defesa contra perseguições e difamações. Quem de nós, pesquisadores e professores DE, tem tempo e paciência para encarar processos administrativos, judiciais, coleta de provas documentais, etc., etc., para chegar a um resultado que no fim é igual a zero? Infelizmente, não posso concordar em que cabe a nós decidir o tipo de ambiente com o qual temos que conviver no dia-a-dia. Mas caberia a nós, como membros da Anppom, criar instâncias que ajudem a evitar arbitrariedades dentro do ambiente acadêmico-musical. Instâncias que evitem concursos para professor com cartas marcadas, eliminação de prova específica por motivos políticos, cerceamento da liberdade acadêmica, só para citar alguns exemplos do que temos que aturar no nosso cotidiano. Abraço,Damián Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller ---------------------------------------- > --- Em seg, 24/10/11, Catarina Domenici escreveu: > > De: Catarina Domenici > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí > Para: "André Fadel" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011, 19:12 > > Prezado André, > Inicio respondendo a útima pergunta da tua mensagem ?...mas quem são os juízes??: eu, Catarina Leite Domenici, fui um dos membros da comissão julgadora do VII Concurso Nacional de Piano de Música Brasileira Espartaco Rossi de Tatuí. Como membro da comissão julgadora, após ter passado uma grande parte dos últimos anos fora do Brasil, posso assegurar que estava em uma posição bastante confortável por estar vendo (e ouvindo) pela primeira vez TODOS os candidatos dos turnos que julguei. Desta maneira, todos se encontravam em perfeita condição de isonomia diante do meu julgamento, que, obviamente, foi baseado APENAS na performance que ocorreu naquele momento. Afirmo que a comissão organizadora do concurso foi extremamente cuidadosa e idônea em não disponibilizar à comissão julgadora as fichas de inscrição, assegurando que informações como idade, procedência e, principalmente, o nome do(a) professor(a) fossem mantidas em sigilo. > Este último item merece aqui um parênteses: uma das pianistas mais importantes do Brasil (infelizmente já falecida) pediu para não mais ser convidada para integrar o júri de um dos concursos de música mais importantes do país por ter se cansado de receber vários telefonemas de professores de piano (às vezes no meio da noite) que tentavam de alguma maneira influenciar a sua opinião. Do lado dos candidatos, temos aqueles que, infelizmente em qualquer concurso, se julgam maiores e melhores que os outros apenas por serem alunos de X, Y ou Z. Fim do parênteses. > Lamento imensamente que você não tenha tido a iniciativa ou a oportunidade de me procurar após o concurso (como fizeram tantos outros candidatos) para saber a minha opinião sobre a tua performance (e consequentemente, os meus critérios). Quem me conhece sabe que, sempre que solicitada, emito a minha opinião com muita honestidade e franqueza e que sempre prezei a transparência acima de tudo em todas as relações. Aproveito aqui para me colocar à disposição para compartilhar contigo as minhas anotações sobre a tua performance, posto que ainda tenho minhas anotações das provas do concurso. Farei isso com prazer, de maneira privada, como o fiz com os outros candidatos que me procuraram, pois minha ética não me permite expor publicamente assuntos que considero de cunho e interesse pessoal. Por outro lado, enfatizo que sou inteiramente favorável à discussão pública, séria e respeitosa sobre os critérios de avaliação da performance > musical de maneira geral (não apenas em situações de concurso), conduzida com o cuidado necessário entre o estabelecimento de parâmetros para a elaboração de critérios objetivos e subjetivos de avaliação, ao mesmo tempo que evitando o engessamento de tais critérios, o que resultaria em tirania ideológica e estética. Devemos sempre lembrar que o que mantém a arte viva (especialmente a performance musical) é justamente a diversidade de opiniões, percepções e interpretações. Dada a natureza pública da performance musical, a qual sempre nos coloca em contato com pontos de vista muitas vezes divergentes, penso ser fundamental que tenhamos maturidade e humildade para conviver com essa diversidade em qualquer situação. > Gostaria de manifestar minha profunda tristeza e preocupação em ver o fórum de discussões de uma das instituições mais importantes e respeitadas da comunidade acadêmica no Brasil (a ANPPOM) ser usado para mensagens que, acobertadas pela suposta condição de anonimato (os nomes dos integrantes da comissão julgadora são devida e corretamente publicados no programa do evento), contém suposições, ofensas e acusações sérias e infundadas. Parece que ainda não aprendemos com situações passadas, onde discussões que se iniciaram nesta lista, justamente acobertadas pelo pseudo-anonimato, escalaram rapidamente para ofensas pessoais que constrangeram, senão toda, uma boa parte da comunidade acadêmica. Em meio a tantas condutas destrutivas que ainda praguejam o cotidiano de todos, tais como inuendos, perseguições, ameaças, assédio moral e até violência física, cabe a nós (e apenas a nós) decidir que tipo de ambiente acadêmico > desejamos construir à nossa volta. > Por fim, gostaria de salientar que a tua mensagem, ainda que de um modo que considero inapropriado para a condução de um debate construtivo, traz à tona questões muito relevantes que merecem ser discutidas pela nossa subárea. Precisamos, sim, discutir critérios de avaliação da performance musical, bem como a necessidade (ou não) dos concursos para intérpretes. Lógicamente que ao debater essas questões não podemos nos esquivar de realizar um profundo questionamento sobre o que concebemos hoje, em pleno século XXI, por interpretação musical e sobre o próprio papel do intérprete, sob pena de continuarmos em concordância com paradigmas estabelecidos no século XIX. Faço votos que a subárea possa iniciar um debate civilizado, produtivo e respeitoso para que possamos avançar no entendimento daquilo que fazemos com tanto amor e dedicação. > Cordialmente, > "Srª Benita"Profª Drª Catarina Leite DomeniciUniversidade Federal do Rio Grande do SulPrograma de Pós-Graduação em MúsicaPresidente da Associação Brasileira de Performance Musical (ABRAPEM)e, claro, musicista. > PS ao pé do ouvido: André, eu tenho ouvido absoluto e posso te assegurar que você não foi o único candidato que "corrigiu" as imperfeições do texto impresso da peça de confronto. From apacheco em post.com Tue Oct 25 18:33:38 2011 From: apacheco em post.com (Alberto Pacheco) Date: Tue, 25 Oct 2011 16:33:38 -0400 Subject: [ANPPOM-Lista] Newsletter Caravelas Novembro Message-ID: <20111025203338.23630@gmx.com> Caros Colegas: Venho mais uma vez pedir que me enviem informações para serem divulgadas no Newsletter Caravellas (publicações, eventos, call for papers, gravações,resenhas, etc). O prazo para o envio é até o dia 5 de Novembro. A publicação está prevista para o dia 15 do mesmo mês. As edições anteriores do Newsletter podem ser vistas em: http://www.caravelas.com.pt/Newsletter.htm ; Agradeço pela boa vontade de todos. Com os melhores cumprimentos Alberto Pacheco -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Tue Oct 25 20:05:25 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Tue, 25 Oct 2011 20:05:25 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] azucrina webradio Message-ID: Azucrina Records é um circuito de experimentação eletrônica e sonora. Atraves das redes colaborativas realizamos atividades em sintonia com transmissões ressonantes: tecnologia artesanal, ouvido ativo e desejo de ruir. * **MENOS EXPECTATIVA E MAIS PARTICIPAÇÃO!* QUE VENHAM @S SELVAGENS! WEBRADIO: . -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 instituto de estudos avançados transdisciplinares ? ieat-ufmg -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From jamannis em uol.com.br Tue Oct 25 20:58:07 2011 From: jamannis em uol.com.br (Jose Augusto Mannis UOL) Date: Tue, 25 Oct 2011 20:58:07 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Recital_de_viol=E3o_com_eletronica_?= =?iso-8859-1?q?Campinas_28/out?= Message-ID: <016201cc9369$8fc60430$af520c90$@com.br> Colegas na Anppom, Estamos comemorando os 45 anos da Unicamp com um FESTIVAL idealizado e organizado pelo JONATAS (NICS) e pela DENISE (CIDDIC) e gostaríamos de compartilhar com VCs esses dois concertos de abertura. Essa programação reflete a heterogeneidade do trabalho de criação na Unicamp e varias de nossas vertentes musicais. Faria um destaque para a peça do Ignacio de Campos que creio que será apresentada em estréia mundial, pois a gravação dela no CD me parece que acabou sendo uma performance simulada em estúdio. Abraço a tod em s, Mannis VIOLONISTA ESPANHOL estréia obras brasileiras no Centro de Convivência Cultural 28/10, 20:00hs Centro de Convivência Cultural “Carlos Gomes”, Sala Luis Otavio Burnier Praça Imprensa Fluminense, s/ n°, Campinas (SP), Bairro Cambuí - tel (19) 3232-4168 Organização: NICS – Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora da Unicamp e CIDDIC – Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp Obras de: Raul do Valle, Igor Maia, J. A. Mannis, Tristan Murail e Ignacio de Campos Integrado à programação dos 45 anos da Unicamp e ao FESTIVAL DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA E TECNOLÓGIA DE CAMPINAS realizado nos dias 27 a 30 de outubro no Centro de Convivência Cultural de Campinas, este primeiro recital no Brasil do violonista espanhol VICTOR LANDEIRA traz à nossa platéia duas estréias brasileiras e uma estréia mundial de compositores da região de Campinas. Neste recital, teremos um violão renovado e original, não somente pelas novas músicas, mas também pelas novas sonoridades, novas técnicas apresentadas e também por novos recursos de tecnologia de áudio aplicados ao espetáculo. O violão será sonorizado de forma muito sutil através de uma técnica psicoacústica conhecida por Efeito Haas. O público estará ouvindo um instrumento com potência sonora aparente maior do que a de um instrumento acústico. A aplicação é resultado de experimentos em espetáculos realizados há mais de 20 anos por pesquisadores da Unicamp. Informações: Igor Maia igorleaomaia em gmail.com - tel (19) 9168-4159 Victor Landeira (Espanha) em recital de violão Victor Landeira Nascido em 1984 nas Ilhas Canárias (Espanha), começou a tocar a música popular de sua terra natal. Obteve sua licenciatura em Pedagogia em Violão pelo "Conservatório Superior de Música das Canárias" em 2006. Logo após, continuou seus estudos com Enno Vorhoorst e Zoran Dukic no Conservatório Real de Haia (Holanda), concluindo Mestrado em 2011. Foi finalista em vários concursos destacando-se o de Cantabria-Espanha e Zwolle-Holland. Em 2007 ganhou o primeiro prêmio no Concurso Internacional de Guitarra XII de La Fundación Blas Sánchez. Recebeu também bolsas de estudo a partir da Fundação MAPFRE Guanarteme (2007/08) e Fundación Universitaria de Las Palmas de Gran Canaria (2008/09 e 2010). Além de performer bastante atuante em música de câmara e recitais solistas tendo várias composições que lhe foram dedicadas, Victor é também compositor tendo estreado várias de suas obras em seus recitais. É membro da associação PROMUSCAN para promoção da música das Ilhas Canárias. Sua primeira gravação de obras para violão solo e música de câmara foi feita pelo selo RAL e, neste ano, lançou um álbum com a música de violão de Alfonso Broqua pelo selo INEXART. Víctor Landeira é um entusiasta da poesia, tendo publicado seu primeiro livro com uma coletânea de seus poemas intitulado "Reflejos". PROGRAMA 1) RAUL DO VALLE - Vitrais (1993) para violão solo “Vitrais” é uma obra modular aqui apresentada na sua versão para violão solo. Originalmente pode ser realizada com diferentes instrumentos: três instrumentos solo, três duos ou um trio com violão, flauta, oboé e/ou clarineta. A escrita se discorre sobre um jogo de frases soltas formando módulos sonoros que se interpenetram e se complementam. Os elementos estruturais se encadeiam a partir de filigranas instrumentais gerando fragmentos coloridos que se articulam como prismas num vitral. 2) RAUL DO VALLE - Contiguidades (1997) para violão solo Esta peça explora a idéia de avizinhar expressões sonoras aparentemente distintas criando uma ambiência favorável ao intérprete para dialogar, íntima e expressivamente, com seu violão. 3) IGOR MAIA - Reflejos (2011) para violão solo * (estréia brasileira) “Reflejos” foi escrita para Victor Landeira homenageando-o por seu trabalho como poeta, sendo inspirada em seu livro homônimo. Nesta obra foram desenvolvidos vários aspectos da palavra e do conceito de reflexão. A obra é construída a partir de dois princípios de escritura musical: uma textura, estimulada com microtons, com partes autônomas e independentes; e um coral, também utilizando microtons, onde as partes evoluem de forma sincronizada com uma mesma figuração. 4) JOSÉ AUGUSTO MANNIS - Três Fragmentos (1990) para violão solo (versão acústica) * (estréia brasileira) Esta peça alterna três movimentos vivo (elástico), lento, rápido buscando estender o som do instrumento, ampliando sua marca, seu alcance vocal e seu virtuosismo. O crítico Michel Thion comenta na capa do CD TOTEM lançado em 1992 na França que o compositor brasileiro “nos oferece três ‘fragmentos’ arquetípicos, curiosamente espanhóis, até o limite extremo”. Será interessante neste programa ouvir a obra, agora em sua versão acústica, interpretada por um autêntico violonista espanhol. 5) TRISTAN MURAIL - Tellur (1977) para violão solo Esta peça representou para Murail um desafio: como fazer com que um instrumento de sons breves como o violão possa produzir os continuums sonoros necessários à sua escritura composicional baseada em processos, transições e evoluções progressivas de situações e massas sonoras. A solução foi utilizar a técnica de rasgueado, bem como todo o estilo de interpretação e as sonoridades próprias ao flamenco. Ouve-se nesta peça passagens progressivas do som ao ruído, passando pela delicadeza dos harmônicos, as suaves ressonâncias residuais de acordes atacados abruptamente. Esta peça suscitou inovações técnicas como novos dedilhados para harmônicos, trilos multiplos de mão esquerda e mão direita. Segundo Murail, esta obra é um exemplo típico de uma música cujo conteúdo deriva essencialmente do material sonoro fornecido pelo instrumento. 6) IGNACIO CAMPOS - Motos Animi (1999) para violão e tape com difusão quadrifônica ** (estréia mundial) A obra busca, através de processos de análise espectral e simulação de síntese por modulação de freqüência, exteriorizar as particularidades espectrais internas dos sons do violão num fluxo harmônico dinâmico. Paralelo a isso, uma intensa dinâmica de eventos se estabelece temporalmente, seja no instrumento, seja nos sons eletrônicos, acentuando a importância do “movimento” como foco central da peça. O tempo do tape é estendido para permitir que pequenas variações internas do objeto musical sejam percebidas. Entretanto, para que não se altere o volume de informações estabelecido, a panorâmica toma corpo criando diálogos de movimentos. O instrumento e o tape se complementam num único discurso sonoro, ora se complementando, ora servindo de expansão das possibilidades sonoras. Dedicada ao violonista e amigo Frederico Grassano, falecido na década de 1990, essa peça busca retratar os “movimentos de alma” do intérprete. COMPOSITORES RAUL DO VALLE (1936) Natural de Leme (SP). Compositor e Professor Titular (aposentado) do Departamento de Música do Instituto de Artes da Unicamp. Estudou com Camargo Guarnieri e diplomou-se em sua classe de composição e regência no Conservatório Musical de Santos, em 1973. Foi contratado como professor da UNICAMP em março de 1974. Viajou no mesmo ano para a Europa, onde estudou com Nadia Boulanger, em Paris e com Alberto Ginastera, em Genebra. A partir de 1976 passou a residir em Paris onde estudou com Oliver Messiaen, Pierre Boulez e Iannis Xenakis. Participou de ateliers de criação com John Cage, Andre Boucourechliev, Andrey Eschpay, Ton de Leeuw e outros. É doutor em música pela UNICAMP e professor titular no Departamento de Música do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas/ UNICAMP. Especializou-se em m úsica eletroacústica no Groupe de Recherches Musicales - GRM, com Guy Reibel e Pierre Schaeffer, entre 1976/78. Sua produção inclui várias obras sinfônicas, de câmara e eletroacústicas, além de músicas para filmes, curtas e longas metragens, vídeos, teatro, dança e espetáculos multimídia. Sua obra Estrias IV, para violoncelo, representou o Brasil na 26º Tribuna Internacional dos Compositores, UNESCO, 1979, e foi destaque na Tribuna Internacional de Composição para América Latina e Caribe/TRIMALCA, UNESCO, São Paulo, 1980. Encadeamento, para cinco contrabaixos, representou o Brasil na 28ª Tribuna Internacional dos Compositores - UNESCO, Paris, 1981. Fruto de uma colaboração com o ornitólogo e bioacústico Jacques Vielliard (1944-2010), criou em 1983 o núcleo interdisciplinar de comunicação sonora/NICS e foi seu coordenador de 1983 a 2000. É membro fundador da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea/SBMC; membro fundador da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica/SBME; membro fundador da Academia Paulista de Música e Academia Campineira de Música. Em 1994 foi eleito membro efetivo da Academia Brasileira de Música ocupando a cadeira nº 33. IGOR MAIA (1988) Natural de Campinas (SP) Maia começou sua carreira como violinista em 1997 na Martin Luther King School em Providence nos Estados Unidos. Em 1998 retornou ao Brasil, onde continuou seus estudos de violino na UNICAMP e iniciou sua carreira de compositor. Em 2004 transferiu-se para Plymouth na Inglaterra onde estudou violino com Fiona Mc Lean e composição com Patrício da Silva. Duas de suas obras estrearam na Universidade de Plymouth e parte de sua Sonata para Cordas foi executada pela Orquestra Sinfônica Jovem da UNICAMP em 2006. Neste mesmo ano foi admitido no curso de bacharelado em composição no Conservatório Real de Haia, Holanda, onde estuda atualmente sob orientação de Diderik Wagenaar, Cornelis de Bondt e Gilius van Bergeijk. Atualmente é Mestrando no Programa de Pós-Graduaçlão em Mùsica do Instituto de Artes da Unicamp. JOSE AUGUSTO MANNIS (1958) Natural de São Paulo (SP) Compositor, performer eletroacústico, sound designer, professor universitario, pesquisador. Suas composições abrangem os mais variados gêneros: música instrumental, eletroacústica, trilhas para vídeo, cinema, teatro, criações radiofônicas e instalações multimeios. Estudou na Faculdade de Engenharia Industrial – FEI (Brasil), no Instituto de Artes da UNESP (Brasil), Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, Universidade de Paris VIII (mestrado, 1997) e Unicamp (doutorado, 2008) onde ensina composição e contraponto. Desenvolve pesquisas no campo da música, acústica, engenharia de áudio e da ciência e tecnologia (acústica e ciência da informação) aplicadas à música, ao conforto ambiental e à bioacústica. Planejou, fundou e dirigiu por 17 anos o CDMC-Brasil/UNICAMP - filial brasileira do Centre de Documentation de la Musique Contemporaine, Cité de la Musique, Paris. Co-produz programas radiofônicos (Cultura FM de São Paulo, 1990-6, e Rádio Usp, desde 1997). Idealizou, dirigiu e publicou o MUSICON - Guia da Música Contemporânea Brasileira bem como o informativo semanal eletronico FWD CDMC, o primeiro em seu gênero no Brasil. Levou o CDMC a representar o Brasil na The International Association of Music Information Centers - IAMIC e Tribunas Internacionais do Conselho Internacional de Música - CIM, UNESCO. Atuou no Ensemble l’Itinéraire (França) e INA/GRM – Institut National de L’Audiovisuel / Groupe de Recherches Musicales (França) e participou como músico e engenheiro de som de diversos CDs no Brasil e no exterior. Mannis é membro da Academia Campineira de Música. TRISTAN MURAIL Compositor francês nascido em 1947 em Le Havre (França). Licenciatura em letras, árabe, Economia e Ciência Política. Estudou com Olivier Messiaen no Conservatório de Paris (1967). Foi residente na Villa Medici (1971-1973), e contribuiu para a fundação do Ensemble l’Itineraire (1973) . Apaixonado por composição assistida por computador, a eletronica em tempo real, bem como de ensino, ele ensina informática musical (Conservatório de Paris e IRCAM), realiza seminários (Darmstadt, Royaumont, Acanthes) e foi docente a partir de 1997 na Columbia University (EUA). Lançou as bases da música espectral. A estética de seu trabalho, livre de silêncio, com base em processos pré-composicionais, usa fontes sonoras da natureza ou processos de tratamento de áudio como modelos, recorrendo a meta-processos e um cuidado especial com os fenômenos ligados à memória. IGNACIO DE CAMPOS (1966-2009) natural de Americana (SP) IC foi compositor, contrabaixista e gambista, doutorando em composição eletroacústica sob a orientação de Denise Garcia pela Unicamp. Fez cursos de composição com Stockhausen na Alemanha, Philippe Manoury, Kaija Sahariaho e Salvatore Sciarrino na França dentro do curso de Informática Musical do IRCAM – Paris. No Brasil fez cursos com José Augusto Mannis e Rodolfo Caesar entre outros. Especializado em composição de música eletroacústica já teve suas obras apresentadas em diversos países. Em 2001 ganha o 1o prêmio do Concurso Funarte de Composição Contemporânea na categoria música eletroacústica além do prêmio do público por sua obra TEXTVM. Já realizou trabalhos com live-electronics junto ao Itaú Cultural, Instituto Tomie Ohtake e IRCAM. Além do live-electronics e da música eletroacústica dedica-se à interação da eletrônica com instrumentos e projetos que envolvam interatividade e instalação sonora. Professor de acústica musical e composição eletroacústica na Faculdade Santa Marcelina em São Paulo. MÚSICA PERCUSSIVA para os 45 anos da Unicamp 27/10, 20:00hs Centro de Convivência Cultural “Carlos Gomes”, Sala Luiz Otavio Burnier Praça Imprensa Fluminense, s/ n°, Campinas (SP), Bairro Cambuí - tel (19) 3232-4168 Organização: NICS – Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora da Unicamp e CIDDIC – Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp Integrado à programação dos 45 anos da Unicamp e ao FESTIVAL DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA E TECNOLÓGIA DE CAMPINAS realizado nos dias 27 a 30 de outubro no Centro de Convivência Cultural de Campinas, este recital de Fernando Hashimoto apresenta diversas obras de referência de compositores internacionais para o repertório atual de percussão, incluindo uma obra do brasileiro Gilberto Mendes tocada sobre áudio e vídeo. Informações: Fernando Hashimoto fernando em fernandohashimoto.com - tel (19) 81321611 Fernando Hashimoto em recital Fernando Hashimoto é professor de percussão e rítmica da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP, onde tem desenvolvido pesquisa sobre o repertório brasileiro para percussão. É fundador e diretor do GRUPU - Grupo de Percussão da UNICAMP, e atuou como timpanista solista da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas por 14 anos. Fernando é lider de grupo de pesquisa do CNPQ, e abriu o primeiro programa de mestrado e doutorado em performance/percussão na América do Sul. Atualmente é coordenador do curso de graduação em música da UNICAMP. Como solista e recitalista, Fernando tem sido convidado para ministrar clínicas e recitais em diversas universidades e importantes festivais sediados no Brasil, Argentina, Croácia, Suécia, Puerto Rico, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Chile, República Tcheca, França, Irlanda, Peru, Holanda, Eslovênia e EUA onde realizou concertos em 26 estados da confederação. Fernando possui doutorado em percussão pela City University of New York como bolsista da CAPES/Fulbright sob orientação do Prof. Dr. Morris Lang, e cursou bacharelado e mestrado em música na UNICAMP. Como camerista tem atuado ao lado da soprano americana Monica Harte, bem como no duo Nuance formado com a saxofonista espanhola Elizabeth Carrascosa-Martinez, e com os grupos de música contemporânea CONtempo e gccontemporaryensemble baseados em New York, e Valerius Ensemble em Amsterdam. Fernando recebeu o prêmio 2002 PAS Outstanding Chapter President Award, e 2007 PAS Outstanding Service Award, em reconhecimento ao seu serviço e dedicação à comunidade musical. Atualmente é Chair of the PAS International Committee e membro do PAS Board of Directors. Reconhecido internacionalmente como um especialista do repertório brasileiro para percussão, Fernando estreou mais de 40 obras de compositores brasileiros. Fernando Hashimoto é artista patrocinado pela Pro-Mark e Zildjian cymbals. PROGRAMA 1) IANNIS XENAKIS – Psappha (1975) para percussão solo 2) MILTON BABBITT – Concerto piccolino (1999) para vibrafone 3) ERIC ROTH – Both hands played hard (19__), 4) GILBERTO MENDES – Blirium C-9 (1965) 5) ELLIOTT CARTER – Figment V (2009) para marimba solo 6) STEVE REICH – Marimba phase (1967) para duas marimbas com participação de Fernanda Vieira FESTIVAL DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA E TECNOLÓGIA DE CAMPINAS 27 a 30/10 – Centro de Convivência Cultural de Campinas PROGRAMAÇÃO GERAL QUI 27/10 – 20:00 Música de câmara, multipercussão e áudio-visual Percussão: Solista Fernando Hashimoto – DM/IA e percussionistas convidados Obras de: * IANNIS XENAKIS – Psappha (1975) para percussão solo * MILTON BABBITT – Concerto piccolino (1999) para vibrafone * ERIC ROTH – Both hands played hard (19__), * GILBERTO MENDES – Blirium C-9 (1965) * ELLIOTT CARTER – Figment V (2009) para marimba solo * STEVE REICH – Marimba phase (1967) para duas marimbas com participação de Fernanda Vieira SEX 28/10 – 20:00 Recital de violão e eletrônicos ao vivo Violão: Victor Landeira (Espanha) Obras de: * RAUL DO VALLE – Vitrais (1993) para violão solo * RAUL DO VALLE – Contiguidades (1997) para violão solo * IGOR MAIA – Reflejos (2011) para violão solo * (estréia brasileira) * JOSÉ AUGUSTO MANNIS – Três Fragmentos (1990) para violão solo (versão acústica) * (estréia brasileira) * TRISTAN MURAIL – Tellur (1977) para violão solo * IGNACIO CAMPOS – Motos Animi (1999) para violão e tape com difusão quadrifônica ** (estréia mundial) SAB 29/10 – 20:00 Concerto Multi modal “Simetrias” Orquestra Sinfônica da Unicamp Direção Artística: Prof. Dr. Jônatas Manzoli – DM/IA e NICS Regente: Simone Menezes – CIDDIC Solistas: Maria José Carrasqueira (piano) DM/IA; César Traldi (percussão) UFU-Universidade Federal de Uberlândia; Obras de: · SILVIO FERRAZ – Janela para casa aberta, para grupo de câmara · JONATAS MANZOLLI – Curto-circuito, para corads percussão e imagem · JONATAS MANZOLLI – Cadência textural 1, para orquestra de câmara percussão e imagem · DENISE GARCIA – Re-cercar: quatro variações brincantes sobre o tema da Oferenda, para orquestra · JONATAS MANZOLLI – Perfis, para orquestra DOM 30/10 – 11:00 Concerto Sinfônico - Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas Regência: Christian Karlsen (Suíça) Obras de: * ALMEIDA PRADO – Amém, para orquestra de cordas * SILVIO FERRAZ – Itinerários do Curvelo, para orquestra de câmara * IGOR MAIA – Di profundis, para orquestra * RAUL DO VALLE – Bleu-Blanc-Rouge II, para orquestra e tape * JONATAS MANZOLLI – Reflexões, para orquestra tape e imagem FESTIVAL DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA E TECNOLÓGIA DE CAMPINAS Organização: * NICS – Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora da Unicamp, * CIDDIC – Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp * Sub-CPG/Música/IA Unicamp Direção Geral: * Prof. Dr. Adolfo Maia Júnior – IMECC e NICS * Prof. Dr. Jônatas Manzoli – DM/IA e NICS Produção: * Fernando Vasconcellos – CIDDIC Difusão Sonora: * Prof. Dr. José Augusto Mannis (DM/IA e CIDDIC) Colaboração: * Secretaria de Cultura de Campinas e * Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas * Informações: Igor Maia igorleaomaia em gmail.com - tel (19) 9168-4159 _____________________________________ Prof. Dr. José Augusto Mannis Universidade Estadual de Campinas - Unicamp Instituto de Artes Depto. de Música jamannis em uol.com.br +55 (19) 8116-3160 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: image001.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 21759 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: image002.png Tipo: image/png Tamanho: 66969 bytes Descrição: não disponível URL: From zchuekepiano em ufpr.br Tue Oct 25 22:08:07 2011 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Tue, 25 Oct 2011 22:08:07 -0200 (BRST) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> References: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> Message-ID: Bravo Silvio ! podemos discutir horas e a disucussão é super interessante: sobre fidelidade paritura ao compositor (qdo. possivel?!),etc..;acabei de chegar da UFPR, onde estava dando uma aula para os mestrandos sobre a Erikthon do Xenakis, estreada pelo Helffer, que corrigiu a partitura de orquestra e de piano, mas as controvérsias, mesmo acessando as correções são inumeras! Se quiserem, abrimos um forum so sobre isto, mas aqui, especificamente no caso do concurso, trata-se de um contrato. O candidato sabe que ao entrar num concurso deve se submeter ao julgamento da banca. Este é o contrato. Acabou ponto final. Não faz sentido um candidato se inscrever num concurso ou mesmo num programa, num curso, etc. e depois questionar os critérios. Questione antes, ou então não se inscreva. Aqui, é esta a questão, mas acho que o mundo mudou e eu é que não fiquei sabendo. Sobre a fidelidade à partitura, vou responder ao e-mail da Catarina(que conheço ha mais tempo do que deveriamos revelar...inclusive,acho, de concursos de CBM etc... no Rio) com muito prazer e cuidado, pois a musica é um assunto sempre fascinante, que nos mantém vivos e felizes. Qto. ao concurso, sinto, acho que sou de outra época ( mas adoro isto!!!) e fico com a Cristina : "uma vez que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os papéis são muito claros e não se misturam". E mesmo, se fosse o caso, ilustrações não servem como exemplo nem justificativa. Apenas à titulo de ilustração: depois do episodio do concurso com a Argerich, aconteceu um mais interessante: Ivo, ensaiando com Karajan, na Musikverein, o concerto de Tchaikowsky : depois de três interrupções, qdo. o maestro desceu do podium para consultar em voz baixa o pianista, na quarta decida do podium, irritado (and you don't want to see Karajan irritated), disse para quem quisesse ouvir : "you don't know the first thing about your profession". O concerto de piano foi cancelado, e o programa se restringiu às sinfonias de Mozart magistralmente regidas pelo grande mestre austriaco. Quem estava la, viu o ensaio, e o concerto. Temporada de 1987. Saudações, Zélia Chueke > Begin forwarded message: > >> From: silvioferrazmello >> Date: October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00 >> To: Cristina Capparelli Gerling >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí >> >> cristina e colegas, >> >> creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o que >> é fidelidade à partitura. >> no mais: >> mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de >> grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc) >> e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual >> mais ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc. >> e não há nada de errado nisto. >> >> abs >> silvio >> >> On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: >> >>> Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso >>> assumido entre competidor e avaliadores. >>> >>> Cristina >>> >>> Citando Zélia Chueke : >>> >>>> Assino em baixo. >>>> >>>> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>>> objetivos >>>> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>>> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>>> competição,o >>>> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>>> Conta >>>> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>> >>>> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>>> coaching >>>> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>>> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>>> candidatos >>>> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>> >>>> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>>> artistas; >>>> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>>> autoridade >>>> do juri. >>>> >>>> Zélia Chueke >>>> >>>> >>>>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>>>> pressupõe >>>>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>>>> termos. >>>>> Cristina Capparelli Gerling >>>>> >>>>> >>>>> Citando Carlos Palombini : >>>>> >>>>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >>>>>> with >>>>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>>>> democracy >>>>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>>>>> começa >>>>>> e >>>>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>>>>> autoridade, se >>>>>> não, a democracia é uma farsa." >>>>>> >>>>>> cp >>>>>> >>>>>> -- >>>>>> carlos palombini >>>>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>>>> >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> ________________________________________________ >>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> ________________________________________________ >>>>> >>>> >>>> >>>> Zélia Chueke, DMA >>>> Pianist - researcher >>>> Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>>> www.zeliachueke.com >>>> >>>> >>> >>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >> > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com From thiagocolombo em hotmail.com Tue Oct 25 16:48:33 2011 From: thiagocolombo em hotmail.com (Thiago Colombo de Freitas) Date: Tue, 25 Oct 2011 18:48:33 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?A_palha=C3=A7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?utf-8?b?w60=?= In-Reply-To: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> References: , <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> Message-ID: Desculpem a minha intromissão, mas estou apavorado com a dimensão deste tópico. Era um concurso como tantos, gerando polêmica como tantos e, o pior, pagando R$ 5000 para o primeiro colocado, certo? O prêmio não pagava as horas de esforço, nem o incômodo com o juri, nem o incômodo do juri, muito menos estas tantas linhas de debate sobre critérios, justiça, ética concurseira, etc. Incrível como esta praga novecentista ainda move o mundo da música, criando rancor, renegando qualquer ambição artística para décimo plano, fomentando uma visão equivocada, linear, do que é nível musical, gastando um tempo precioso que os músicos poderiam usar para produzir música, difundir música como arte e não como esporte (não tenho nada contra os esportes, mas acho que fazem parte de outra categoria e o que difere artes e esportes é justamente o ponto "critérios objetivos" que separam 1° e 2° colocado.)... Os concursos são uma boa oportunidade, uma ótima oportunidade para (re)pensar o que se quer tocando um piano ou uma caixeta. Thiago Colombo de Freitas Universidade Federal de Pelotas Centro de Artes Professor dos cursos de Música From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Mon, 24 Oct 2011 23:48:54 -0200 To: anppom-l em iar.unicamp.br Subject: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Begin forwarded message:From: silvioferrazmello Date: October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00 To: Cristina Capparelli Gerling Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí cristina e colegas, creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o que é fidelidade à partitura. no mais: mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc) e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual mais ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc. e não há nada de errado nisto. abs silvio On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso assumido entre competidor e avaliadores. Cristina Citando Zélia Chueke : Assino em baixo. Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta a fidelidade à partitura em primeiro lugar. O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade do juri. Zélia Chueke Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os termos. Cristina Capparelli Gerling Citando Carlos Palombini : Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." cp -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From danielpuig em me.com Tue Oct 25 23:37:40 2011 From: danielpuig em me.com (Daniel Puig) Date: Tue, 25 Oct 2011 23:37:40 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: <1319561112.38253.YahooMailClassic@web160717.mail.bf1.yahoo.com> References: <1319561112.38253.YahooMailClassic@web160717.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: acho que em todas essas questões, dos critérios, da sua transparência, da sua adequação, das alusões preconceituosas, dos cegos que aprendem de ouvido, dos erros nas partituras, das interpretações da forma, nas mais detalhistas alusões às composições, ressoa de fundo uma pergunta. o que é música? puig Em 25/10/2011, às 14:45, Ana Luisa escreveu: > Olá a todos, > > Acho que um ponto importante é sobre os critérios de avaliação. Por dois lados: quais são eles, questionando (e não chegando a uma conclusão) quais seriam os mais adequados para um concurso/competição/seleção, embora todas estas palavras pareçam mais inadequadas que os próprios critérios... Outro lado seria a transparência dos mesmos, ou seja, em um concurso, saber quais são os critérios antes (deixá-los claros no edital), para saber se devemos ou não nos submeter à tal tortura. > > Até porque, se o critério for "tocar bateria e cantar afinado ao mesmo tempo", quem ganha é o Phil Collins! (quando vamos parar com as alusões populares preconceituosas, hein? isso não acaba nunca, não?) > > Ana > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Wed Oct 26 00:44:42 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Wed, 26 Oct 2011 00:44:42 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A__palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> Message-ID: realmente...qto ao concurso: a banca é soberana. qto a partitura...vc toca em um ponto importante: xenakis (eonta) e helffer. helffer trabalhou mto não só com xenakis, mas também com boucourechliev (sendo que este também era um ótimo pianista) e prolongando esta questão, existem diversas passagens em berio, em nono, em ligeti, que não estão na partitura e que foram comunicadas aos interpretes pelo próprio compositor. isto me remete à partitura do op.27 de webern com anotações de ensaio que vão além das simples dinâmicas e tempo colocados na versão editada. ou mesmo gleen gould. e nessas vale à pena ouvir hamelin tocando "as 3 marias" e finalmente ouvir algumas coisas que villa comenta ter em suas peças (como o que ele dizia ser um uso espectral do piano de modo a fazer ressoar os quartos de tons do harmônicos superiores)... ou seja, tocar uma partitura tem muito de inventar uma música (claro que nos limites do que já está escrito...mas sempre uma aventura) abs silvio On Oct 25, 2011, at 10:08 PM, Zélia Chueke wrote: > Bravo Silvio ! podemos discutir horas e a disucussão é super interessante: > sobre fidelidade paritura ao compositor (qdo. possivel?!),etc..;acabei de > chegar da UFPR, onde estava dando uma aula para os mestrandos sobre a > Erikthon do Xenakis, estreada pelo Helffer, que corrigiu a partitura de > orquestra e de piano, mas as controvérsias, mesmo acessando as correções > são inumeras! > > Se quiserem, abrimos um forum so sobre isto, mas aqui, especificamente no > caso do concurso, trata-se de um contrato. O candidato sabe que ao entrar > num concurso deve se submeter ao julgamento da banca. Este é o contrato. > Acabou ponto final. Não faz sentido um candidato se inscrever num concurso > ou mesmo num programa, num curso, etc. e depois questionar os critérios. > Questione antes, ou então não se inscreva. Aqui, é esta a questão, mas > acho que o mundo mudou e eu é que não fiquei sabendo. > > Sobre a fidelidade à partitura, vou responder ao e-mail da Catarina(que > conheço ha mais tempo do que deveriamos revelar...inclusive,acho, de > concursos de CBM etc... no Rio) com muito prazer e cuidado, pois a musica > é um assunto sempre fascinante, que nos mantém vivos e felizes. Qto. ao > concurso, sinto, acho que sou de outra época ( mas adoro isto!!!) e fico > com a Cristina : "uma vez que o candidato tocou, o resultado passa a ser > inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um > assunto do candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros > decidem, os papéis são muito claros e não se misturam". > > E mesmo, se fosse o caso, ilustrações não servem como exemplo nem > justificativa. Apenas à titulo de ilustração: depois do episodio do > concurso com a Argerich, aconteceu um mais interessante: Ivo, ensaiando > com Karajan, na Musikverein, o concerto de Tchaikowsky : depois de três > interrupções, qdo. o maestro desceu do podium para consultar em voz baixa > o pianista, na quarta decida do podium, irritado (and you don't want to > see Karajan irritated), disse para quem quisesse ouvir : "you don't know > the first thing about your profession". > > O concerto de piano foi cancelado, e o programa se restringiu às sinfonias > de Mozart magistralmente regidas pelo grande mestre austriaco. Quem estava > la, viu o ensaio, e o concerto. Temporada de 1987. > > > Saudações, > Zélia Chueke > > > >> Begin forwarded message: >> >>> From: silvioferrazmello >>> Date: October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00 >>> To: Cristina Capparelli Gerling >>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí >>> >>> cristina e colegas, >>> >>> creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o que >>> é fidelidade à partitura. >>> no mais: >>> mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de >>> grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc) >>> e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual >>> mais ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc. >>> e não há nada de errado nisto. >>> >>> abs >>> silvio >>> >>> On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: >>> >>>> Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso >>>> assumido entre competidor e avaliadores. >>>> >>>> Cristina >>>> >>>> Citando Zélia Chueke : >>>> >>>>> Assino em baixo. >>>>> >>>>> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>>>> objetivos >>>>> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>>>> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>>>> competição,o >>>>> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>>>> Conta >>>>> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>>> >>>>> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>>>> coaching >>>>> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>>>> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>>>> candidatos >>>>> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>>> >>>>> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>>>> artistas; >>>>> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>>> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>>>> autoridade >>>>> do juri. >>>>> >>>>> Zélia Chueke >>>>> >>>>> >>>>>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>>>>> pressupõe >>>>>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>>>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>>>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>>>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>>>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>>>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>>>>> termos. >>>>>> Cristina Capparelli Gerling >>>>>> >>>>>> >>>>>> Citando Carlos Palombini : >>>>>> >>>>>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >>>>>>> with >>>>>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>>>>> democracy >>>>>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>>>>>> começa >>>>>>> e >>>>>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>>>>>> autoridade, se >>>>>>> não, a democracia é uma farsa." >>>>>>> >>>>>>> cp >>>>>>> >>>>>>> -- >>>>>>> carlos palombini >>>>>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>>>>> >>>>>> >>>>>> >>>>>> >>>>>> ________________________________________________ >>>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>>> ________________________________________________ >>>>>> >>>>> >>>>> >>>>> Zélia Chueke, DMA >>>>> Pianist - researcher >>>>> Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>>> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>>>> www.zeliachueke.com >>>>> >>>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > > Zélia Chueke, DMA > Pianist - researcher > Professor of Music- DeArtes, UFPR > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > www.zeliachueke.com > From silvioferrazmello em uol.com.br Wed Oct 26 00:55:25 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Wed, 26 Oct 2011 00:55:25 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> Message-ID: <9513A379-E040-4410-9A5D-A6562A367E9A@uol.com.br> existe uma historia genial que fala de nosso debussy: aos 8 anos o jovem menino ganha o premio de piano ao interpretar preludios de chopin. aos 12 anos, segundo sua mãe, ele joga o nome da familia no lixo, ao interpretar a 111 de beethoven e ser desclassificado por conta da leveza com que tocou abs silvio On Oct 25, 2011, at 11:41 AM, Catarina Domenici wrote: > > Prezada Zélia, > > Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), lanço o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão no momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro lugar, temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro de edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos na mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na mão esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo Miranda). Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão do texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de metrônomo para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns poucos compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", corre o grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica a compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas próprias indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na pag.2, seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. Temos o mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" na pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú calmo") e que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na pag. 3, acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o intérprete escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como essas seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários problemas de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, tem tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que se espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). > > Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento das edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não poderia ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda estamos desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de fidelidade à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos afastamos historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação na qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na construção de interpretações desse repertório. > > E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia deixar de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se debruçando sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória do pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. Pianista cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem se interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John Giordano, declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that it's hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, it's mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. Mas para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução minha). > É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro pianista, o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do concurso. > > Que o debate prossiga! > > Cordialmente, > > Catarina Leite Domenici > > On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: > >> Assino em baixo. >> >> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos >> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o >> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta >> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >> >> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching >> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos >> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >> >> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; >> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade >> do juri. >> >> Zélia Chueke >> >> >>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe >>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>> termos. >>> Cristina Capparelli Gerling >>> >>> >>> Citando Carlos Palombini : >>> >>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with >>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>> democracy >>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa >>>> e >>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se >>>> não, a democracia é uma farsa." >>>> >>>> cp >>>> >>>> -- >>>> carlos palombini >>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>> >>> >>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> >> >> Zélia Chueke, DMA >> Pianist - researcher >> Professor of Music- DeArtes, UFPR >> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >> www.zeliachueke.com >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From zchuekepiano em ufpr.br Wed Oct 26 00:44:16 2011 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Wed, 26 Oct 2011 00:44:16 -0200 (BRST) Subject: [ANPPOM-Lista] partituras... In-Reply-To: References: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> Message-ID: So com esta resposta super informativa, você nos remete à uma frase da Catarina : "Apenas apresento humildemente as minhas opiniões (que são devidamente bem informadas, bem formadas e bem embasadas em muitos anos de formação musical sólida, bem como em muitos anos de experiência artística e acadêmica) e espero em retorno o devido respeito simplesmente." Então voltando ao assunto da partitura...sabe que a Erikhton tem uma partitura orquestral (do Helffer) começando no compasso 5, com o 5 riscado e transformado em 1, mas a numeração não segue a partir do 1 mas do 5... uma outra, tb orquestral (do acervo da Bib. Mahler), que informa que "tudo começa no compasso 5", esclarecendo tudo, aparentemente, embora a partitura do piano comece no compasso 4 (todas as três são editadas pela Salabert, 1974) e o Helffer faz a correção começando a numeração do compasso 1? Assim que terminar minha investigação conto o final da historia. Abço, Zélia > realmente...qto ao concurso: a banca é soberana. > qto a partitura...vc toca em um ponto importante: xenakis (eonta) e > helffer. > helffer trabalhou mto não só com xenakis, mas também com boucourechliev > (sendo que este também era um ótimo pianista) > e prolongando esta questão, existem diversas passagens em berio, em nono, > em ligeti, que não estão na partitura e que foram comunicadas aos > interpretes pelo próprio compositor. > isto me remete à partitura do op.27 de webern com anotações de ensaio que > vão além das simples dinâmicas e tempo colocados na versão editada. > ou mesmo gleen gould. > e nessas vale à pena ouvir hamelin tocando "as 3 marias" e finalmente > ouvir algumas coisas que villa comenta ter em suas peças (como o que ele > dizia ser um uso espectral do piano de modo a fazer ressoar os quartos de > tons do harmônicos superiores)... > ou seja, tocar uma partitura tem muito de inventar uma música (claro que > nos limites do que já está escrito...mas sempre uma aventura) > > abs > silvio > > On Oct 25, 2011, at 10:08 PM, Zélia Chueke wrote: > >> Bravo Silvio ! podemos discutir horas e a disucussão é super >> interessante: >> sobre fidelidade paritura ao compositor (qdo. possivel?!),etc..;acabei >> de >> chegar da UFPR, onde estava dando uma aula para os mestrandos sobre a >> Erikthon do Xenakis, estreada pelo Helffer, que corrigiu a partitura de >> orquestra e de piano, mas as controvérsias, mesmo acessando as correções >> são inumeras! >> >> Se quiserem, abrimos um forum so sobre isto, mas aqui, especificamente >> no >> caso do concurso, trata-se de um contrato. O candidato sabe que ao >> entrar >> num concurso deve se submeter ao julgamento da banca. Este é o contrato. >> Acabou ponto final. Não faz sentido um candidato se inscrever num >> concurso >> ou mesmo num programa, num curso, etc. e depois questionar os critérios. >> Questione antes, ou então não se inscreva. Aqui, é esta a questão, mas >> acho que o mundo mudou e eu é que não fiquei sabendo. >> >> Sobre a fidelidade à partitura, vou responder ao e-mail da Catarina(que >> conheço ha mais tempo do que deveriamos revelar...inclusive,acho, de >> concursos de CBM etc... no Rio) com muito prazer e cuidado, pois a >> musica >> é um assunto sempre fascinante, que nos mantém vivos e felizes. Qto. ao >> concurso, sinto, acho que sou de outra época ( mas adoro isto!!!) e fico >> com a Cristina : "uma vez que o candidato tocou, o resultado passa a ser >> inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um >> assunto do candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros >> decidem, os papéis são muito claros e não se misturam". >> >> E mesmo, se fosse o caso, ilustrações não servem como exemplo nem >> justificativa. Apenas à titulo de ilustração: depois do episodio do >> concurso com a Argerich, aconteceu um mais interessante: Ivo, ensaiando >> com Karajan, na Musikverein, o concerto de Tchaikowsky : depois de três >> interrupções, qdo. o maestro desceu do podium para consultar em voz >> baixa >> o pianista, na quarta decida do podium, irritado (and you don't want to >> see Karajan irritated), disse para quem quisesse ouvir : "you don't know >> the first thing about your profession". >> >> O concerto de piano foi cancelado, e o programa se restringiu às >> sinfonias >> de Mozart magistralmente regidas pelo grande mestre austriaco. Quem >> estava >> la, viu o ensaio, e o concerto. Temporada de 1987. >> >> >> Saudações, >> Zélia Chueke >> >> >> >>> Begin forwarded message: >>> >>>> From: silvioferrazmello >>>> Date: October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00 >>>> To: Cristina Capparelli Gerling >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí >>>> >>>> cristina e colegas, >>>> >>>> creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o >>>> que >>>> é fidelidade à partitura. >>>> no mais: >>>> mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de >>>> grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc) >>>> e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual >>>> mais ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc. >>>> e não há nada de errado nisto. >>>> >>>> abs >>>> silvio >>>> >>>> On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: >>>> >>>>> Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um >>>>> compromisso >>>>> assumido entre competidor e avaliadores. >>>>> >>>>> Cristina >>>>> >>>>> Citando Zélia Chueke : >>>>> >>>>>> Assino em baixo. >>>>>> >>>>>> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>>>>> objetivos >>>>>> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as >>>>>> vezes >>>>>> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>>>>> competição,o >>>>>> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>>>>> Conta >>>>>> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>>>> >>>>>> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>>>>> coaching >>>>>> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as >>>>>> vezes >>>>>> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>>>>> candidatos >>>>>> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>>>> >>>>>> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>>>>> artistas; >>>>>> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>>>> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>>>>> autoridade >>>>>> do juri. >>>>>> >>>>>> Zélia Chueke >>>>>> >>>>>> >>>>>>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>>>>>> pressupõe >>>>>>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>>>>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>>>>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>>>>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>>>>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>>>>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são >>>>>>> os >>>>>>> termos. >>>>>>> Cristina Capparelli Gerling >>>>>>> >>>>>>> >>>>>>> Citando Carlos Palombini : >>>>>>> >>>>>>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and >>>>>>>> ends >>>>>>>> with >>>>>>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>>>>>> democracy >>>>>>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>>>>>>> começa >>>>>>>> e >>>>>>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>>>>>>> autoridade, se >>>>>>>> não, a democracia é uma farsa." >>>>>>>> >>>>>>>> cp >>>>>>>> >>>>>>>> -- >>>>>>>> carlos palombini >>>>>>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>>>>>> >>>>>>> >>>>>>> >>>>>>> >>>>>>> ________________________________________________ >>>>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>>>> ________________________________________________ >>>>>>> >>>>>> >>>>>> >>>>>> Zélia Chueke, DMA >>>>>> Pianist - researcher >>>>>> Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>>>> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris >>>>>> 4 >>>>>> www.zeliachueke.com >>>>>> >>>>>> >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> ________________________________________________ >>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> ________________________________________________ >>>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >> >> >> Zélia Chueke, DMA >> Pianist - researcher >> Professor of Music- DeArtes, UFPR >> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >> www.zeliachueke.com >> > > Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com From zchuekepiano em ufpr.br Wed Oct 26 07:34:20 2011 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Wed, 26 Oct 2011 07:34:20 -0200 (BRST) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Concurso_publico_para_Professor_de_?= =?iso-8859-1?q?Reg=EAncia_da_Embap?= Message-ID: <6388e34b0a59968aeaf1b7ca9d3b8164.squirrel@webmail.ufpr.br> Concurso publico para Professor de Regência da Embap INSCRIçOES DE 31 DE OUTUBRO A 18 DE NOVEMBRO. http://www.embap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=115 Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From zchuekepiano em ufpr.br Wed Oct 26 08:20:12 2011 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Wed, 26 Oct 2011 08:20:12 -0200 (BRST) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> Message-ID: <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> Querida Catarina, Como disse o Fausto tão bem, quem sabe verbaliza bem, e da aula! A discussão é fascinante, e tenho me deparado com surpresas como por exemplo, esta fascinação atual pelo timbre, que as pessoas agoar estão tratando como se tivesse sido descoberto agora. Desde quando o timbre e sta dissociado da escuta? Qdo. ouvimos uma nota, ela vem com tudo; duração, altura, intensidade e timbre! Fiquei pasma quando descobri recentemente que os programas que registram graficos de performances incluem apenas tempo e ritmo, mas não dinamica e timbre. Agora estão pesquisando programas que incluam o "resto", ou eja, oq eu justifca a musica vomo sendo basicamente "como" e não "o que" ou seja, podemos ouvir as mesmas notas com o mesmo ritmo, mas se mudamos o tempo e a dinâmica, tudo se transforma, e sabemos então que se tratam de trechos musicais diferentes. No caso que você descreve, sim , muda tudo, pois se trata primeiro de nota, ou seja, se pudesssemos perguntar ao Mignone (qdo. tooquei os 6 preludios e 1/2 dele, liguei para a casa dele e ele me tirou uma duvida na hora) seria otimo, mas não sei se alguém tem a resposta para esta duvidas especificas, então devemos nos basear no conhecimento prévio de obras do compositor, do estilo, etc. e buscar meios para resolver o problema, como em edição de partituras. Ontem mesmo, com meus aunos de mestrado, estava falando sobre a edição de uma obra recem editada do Debussy (uma primeira versão do estudo Pour les Arpèges Composés), que so foi possivel por causa do conhecimento profundo do editor, Roy Howat, sobre o compositor e sua musica; e a edição, comparada com o manuscrito, que acompanha a partitura, mostra a pertinência das decisões que foram tomadas. E aqui tb, se alguém quiser contestar, conteste e toque de outro jeito, faça sua propria pesquisa, use seus proprios conchecimentos! E para isto que pessoas como você formam musicos, para que eles possam ser independentes, afinal a musica é uma atividade que demanda esta solida formação, para não precisarmos passar a vida perguntando a professores ou a musicologos, se estamos no caminho certo. E olha que algumas vezes, como você sabe, devemos perguntar sim, a quem sabe! Mas a formação musical hoje em dia esta tão ameaçada, que tem-se esquecido facilmente uma logica que Ligeti colocava simplesmente, dizendo que "não teria chegado onde chegou se não fosse por sua solida formação classica". Voltando à idéia do todo , as indicações de andamento do Mignone, me parecem fruto de uma preocupação semelhante à do Schnabel qdo. editou a op.101 de Beethoven (falos desta, pq estudei)colocando mudanças indicações de metrônomo que aparentemente recortam a peça, mas logicamente nem ele tocava assim, nem queria que tocassem assim, é apenas um cuidado para mostra que o carater dos trechos muda (tempo=espirito do trecho), que devemos levar mais ou menos tempo para "dizer" aquele trecho, mas sempre como parte de um todo, de uma historia, que tem começo, meio e fim, e que é na verdade a primeira coisa que temos que perceber antes de começar a cosntruir uma performance : o começo, o meio e o fim. Ontem, na minha aula sobre o Xenakis, li um trecho do Helffer que dizia que a peça tem começo e fim, mas o meio nao apresenta evolução; é verdade, a peça tem Intro e Coda, e tem seções A, B, C, D, E, F, que o pianista soube separar (baseado em diferenças do material timbristico), pois é o que precisamos para tocar, saber o que esta acontecendo, onde vamos e como vamos. Voltamos ao "como". Musica é "como". Sim, você temm razão qdo. fala que qto. mais nos afastamos do repertorio, menos informação concreta temos. Certo. Nossa formação com grandes professores nos deu certezas que talvez não tivessemsos, mas que podem ainda ser confirmadas por publicações como o Versuch...do CPEBach etc. De qq forma, mesmo com todo o respaldo musicologico, nos deparamos com situações como a que a Eva Badura Skoda me descreveu, sobre um festival Haydn que organizou em Schölnbrun, com membros do ballet da Opera dançando os minuetos; teve que contratar uma orquestra de ultima hora, pois o andamento das gravações existentes tornava impossivel que os dançarinos se movimentassem devidamente com as "seidrücke". Então, esta informação é preciosa para quem for tocar Haydn; talvez seja melhor ignorar as gravações e adotar um tempo possivel para ser dançado com as roupas da época; da mesma forma Bach, sem o exagêro de Gould, podemos ver o exemplo de Schiff, que se inspira na tradição dos instrumentos de época e leva este conceito sonoro para sua execução. Toda a experiência com o passado pode ser transprotada para a musica de hoje, se for solidamente vivenciada. E assim, temos as ferramentas para evitar esta situação que você descreve : "Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento)." Estamos falando aqui de darmos, como professores, as ferramentas para que os futuros intérpretes tomem suas pps decisões. Sua descrição é perfeita, e fazer sentido do todo é o primeiro passo, e espero que muitos alunos continuem aproveitando de seus ensinamentos. Grande abraço, e mais uma vez cumprimentos pela brilhante exposição. Zélia > Oi Catarina, > > Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões em > um > artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. > > > Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici < > catarina em catarinadomenici.com> escreveu: > >> >> Prezada Zélia, >> >> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que >> merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o >> intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), >> lanço >> o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão >> no >> momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro >> lugar, >> temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro >> de >> edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos >> na >> mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na >> mão >> esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo >> Miranda). >> Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão >> do >> texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de >> metrônomo >> para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns >> poucos >> compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, >> construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" >> seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", >> corre o >> grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica >> a >> compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas >> próprias >> indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na >> pag.2, >> seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. >> Temos o >> mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" >> na >> pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. >> Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria >> dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú >> calmo") e >> que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na >> pag. 3, >> acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se >> precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e >> crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o >> intérprete >> escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como >> essas >> seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários >> problemas >> de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de >> "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no >> compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, >> tem >> tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa >> linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que >> se >> espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima >> exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo >> que >> está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma >> interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do >> ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com >> alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >> >> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento >> das >> edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto >> impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de >> interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não >> poderia >> ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o >> non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda >> estamos >> desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre >> espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de >> fidelidade >> à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse >> repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" >> sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento >> HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos >> afastamos >> historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação >> na >> qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na >> construção de interpretações desse repertório. >> >> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia >> deixar >> de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da >> fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se >> debruçando >> sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória >> do >> pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. >> Pianista >> cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere >> aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem >> se >> interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: >> http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. >> Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John >> Giordano, >> declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that >> it's >> hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong >> Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For >> anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, >> it's >> mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão >> fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais >> difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. >> Mas >> para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução >> minha). >> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro >> pianista, >> o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de >> Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do >> concurso. >> >> Que o debate prossiga! >> >> Cordialmente, >> >> Catarina Leite Domenici >> >> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >> >> > Assino em baixo. >> > >> > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >> objetivos >> > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >> > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >> competição,o >> > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >> Conta >> > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >> > >> > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >> coaching >> > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >> > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >> candidatos >> > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >> > >> > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >> artistas; >> > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >> > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >> autoridade >> > do juri. >> > >> > Zélia Chueke >> > >> > >> >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >> pressupõe >> >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >> >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >> >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >> >> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >> >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >> >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >> >> termos. >> >> Cristina Capparelli Gerling >> >> >> >> >> >> Citando Carlos Palombini : >> >> >> >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >> with >> >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >> >>> democracy >> >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >> começa >> >>> e >> >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >> autoridade, >> se >> >>> não, a democracia é uma farsa." >> >>> >> >>> cp >> >>> >> >>> -- >> >>> carlos palombini >> >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> >>> >> >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> >> >> > >> > >> > Zélia Chueke, DMA >> > Pianist - researcher >> > Professor of Music- DeArtes, UFPR >> > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >> > www.zeliachueke.com >> > >> > ________________________________________________ >> > Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > > -- > Fausto Borém > Editor de PER MUSI > > UFMG - Escola de Música > Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha > 31.270-010 Belo Horizonte - MG > Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com From geofas28 em hotmail.com Wed Oct 26 05:19:29 2011 From: geofas28 em hotmail.com (George Farias) Date: Wed, 26 Oct 2011 07:19:29 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?A_palha=C3=A7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?utf-8?b?w60=?= In-Reply-To: References: , , <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br>, Message-ID: Concordo plenamente com o último texto (escrito por Thiago): um ótimo manifesto pelo resgate da liberdade de fazer arte... Mas, tentando somar na construção de reflexões sobre os aspectos levantados (talvez o que nos reste neste tópico), lembro de uma antiga questão relacionada com o critério da "fidelidade à partitura": até que ponto a partitura é fiel à música? George From: thiagocolombo em hotmail.com To: silvioferrazmello em uol.com.br; anppom-l em iar.unicamp.br Date: Tue, 25 Oct 2011 18:48:33 +0000 Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Desculpem a minha intromissão, mas estou apavorado com a dimensão deste tópico. Era um concurso como tantos, gerando polêmica como tantos e, o pior, pagando R$ 5000 para o primeiro colocado, certo? O prêmio não pagava as horas de esforço, nem o incômodo com o juri, nem o incômodo do juri, muito menos estas tantas linhas de debate sobre critérios, justiça, ética concurseira, etc. Incrível como esta praga novecentista ainda move o mundo da música, criando rancor, renegando qualquer ambição artística para décimo plano, fomentando uma visão equivocada, linear, do que é nível musical, gastando um tempo precioso que os músicos poderiam usar para produzir música, difundir música como arte e não como esporte (não tenho nada contra os esportes, mas acho que fazem parte de outra categoria e o que difere artes e esportes é justamente o ponto "critérios objetivos" que separam 1° e 2° colocado.)... Os concursos são uma boa oportunidade, uma ótima oportunidade para (re)pensar o que se quer tocando um piano ou uma caixeta. Thiago Colombo de Freitas Universidade Federal de Pelotas Centro de Artes Professor dos cursos de Música From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Mon, 24 Oct 2011 23:48:54 -0200 To: anppom-l em iar.unicamp.br Subject: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí Begin forwarded message:From: silvioferrazmello Date: October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00 To: Cristina Capparelli Gerling Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí cristina e colegas, creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o que é fidelidade à partitura. no mais: mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc) e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual mais ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc. e não há nada de errado nisto. abs silvio On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso assumido entre competidor e avaliadores. Cristina Citando Zélia Chueke : Assino em baixo. Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta a fidelidade à partitura em primeiro lugar. O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade do juri. Zélia Chueke Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os termos. Cristina Capparelli Gerling Citando Carlos Palombini : Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with this point. Kids must be educated to disrespect authority or else democracy is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa e termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se não, a democracia é uma farsa." cp -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From chuekemusic em hotmail.com Wed Oct 26 07:48:42 2011 From: chuekemusic em hotmail.com (Isaac Felix Chueke) Date: Wed, 26 Oct 2011 09:48:42 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Concurso_publico_para_Professor_de_?= =?iso-8859-1?q?Reg=EAncia_da_Embap?= In-Reply-To: References: Message-ID: Inscriçoes de 31 de outubro a 18 de novembro Concurso publico para Professor de Regência da Embap http://www.embap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=115 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Wed Oct 26 10:35:00 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Wed, 26 Oct 2011 10:35:00 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> Message-ID: cara catarina zélia e colegas, no final da longa mensagem da catarina tem um detalhe importante "pluralidade de critérios na própria banca do concurso". este aspecto é interessante. uma banca de um concurso de instrumento não implica em apenas instrumentistas manifestarem suas visões técnicas interpretativas, mas a presença de um compositor ou regente é sempre interessante, sobretudo se o compositor ou regente tiver uma visão mais recente de prática e criação musical. pois traria às bancas aquele oxigênio que é resultado do entrecruzamento de visões. é assim que recentemente em uma banca de composição uma das coisas que mais nos chamou a atenção foi a prática enquanto musicista do compositor concorrente, e o fato de ter um regente na banca ajudou justamente a pontuar esta diferença, que sem dúvida está também inscrita na partitura do jovem compositor. bancas que reúnem apenas especialistas e de visões coincidentes, acabam sendo bancas sem surpresas. creio que talvez, paralelamente à questão da "fidelidade à partitura" temos também a da homogeneidade ou não da banca, e da importância de atentarmos para a possibilidade de novos modos de se compor bancas (sobretudo atualmente em que para cada banca assina-se um termo de ética que impede que se tenha trabalhado ou sido professor de concorrentes, etc...e que tem tornado cada vez mais difícil montar tais bancas). abs silvio On Oct 25, 2011, at 11:41 AM, Catarina Domenici wrote: > > Prezada Zélia, > > Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), lanço o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão no momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro lugar, temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro de edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos na mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na mão esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo Miranda). Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão do texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de metrônomo para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns poucos compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", corre o grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica a compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas próprias indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na pag.2, seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. Temos o mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" na pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú calmo") e que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na pag. 3, acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o intérprete escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como essas seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários problemas de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, tem tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que se espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). > > Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento das edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não poderia ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda estamos desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de fidelidade à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos afastamos historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação na qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na construção de interpretações desse repertório. > > E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia deixar de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se debruçando sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória do pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. Pianista cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem se interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John Giordano, declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that it's hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, it's mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. Mas para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução minha). > É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro pianista, o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do concurso. > > Que o debate prossiga! > > Cordialmente, > > Catarina Leite Domenici > > On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: > >> Assino em baixo. >> >> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos >> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o >> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta >> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >> >> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching >> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos >> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >> >> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; >> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade >> do juri. >> >> Zélia Chueke >> >> >>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe >>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>> termos. >>> Cristina Capparelli Gerling >>> >>> >>> Citando Carlos Palombini : >>> >>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with >>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>> democracy >>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa >>>> e >>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se >>>> não, a democracia é uma farsa." >>>> >>>> cp >>>> >>>> -- >>>> carlos palombini >>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>> >>> >>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> >> >> Zélia Chueke, DMA >> Pianist - researcher >> Professor of Music- DeArtes, UFPR >> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >> www.zeliachueke.com >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From silvioferrazmello em uol.com.br Wed Oct 26 10:49:28 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Wed, 26 Oct 2011 10:49:28 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> Message-ID: <23E34D00-E284-45B3-908A-EBBCF6CB87F3@uol.com.br> cara zélia, existe um aplicativo gratuito, no site do GRM, chamado acousmograph. ele permite diversos modos de análise do material sonoro, e também a inclusão de ícones (por parte do usuário) para identificar timbres etc. no entanto, o sonograma exige conhecimento de acústica para sua leitura, e muitas vezes um fenômeno d timbre pode estar associado a fase ou pequenas defasagens no ataque que um pianista faz em um acorde, por exemplo, e isto o aplicativo não registra. abs silvio On Oct 26, 2011, at 8:20 AM, Zélia Chueke wrote: > Querida Catarina, > > Como disse o Fausto tão bem, quem sabe verbaliza bem, e da aula! > > A discussão é fascinante, e tenho me deparado com surpresas como por > exemplo, esta fascinação atual pelo timbre, que as pessoas agoar estão > tratando como se tivesse sido descoberto agora. Desde quando o timbre e > sta dissociado da escuta? Qdo. ouvimos uma nota, ela vem com tudo; > duração, altura, intensidade e timbre! > > Fiquei pasma quando descobri recentemente que os programas que registram > graficos de performances incluem apenas tempo e ritmo, mas não dinamica e > timbre. Agora estão pesquisando programas que incluam o "resto", ou eja, > oq eu justifca a musica vomo sendo basicamente "como" e não "o que" ou > seja, podemos ouvir as mesmas notas com o mesmo ritmo, mas se mudamos o > tempo e a dinâmica, tudo se transforma, e sabemos então que se tratam de > trechos musicais diferentes. > > No caso que você descreve, sim , muda tudo, pois se trata primeiro de > nota, ou seja, se pudesssemos perguntar ao Mignone (qdo. tooquei os 6 > preludios e 1/2 dele, liguei para a casa dele e ele me tirou uma duvida na > hora) seria otimo, mas não sei se alguém tem a resposta para esta duvidas > especificas, então devemos nos basear no conhecimento prévio de obras do > compositor, do estilo, etc. e buscar meios para resolver o problema, como > em edição de partituras. Ontem mesmo, com meus aunos de mestrado, estava > falando sobre a edição de uma obra recem editada do Debussy (uma primeira > versão do estudo Pour les Arpèges Composés), que so foi possivel por causa > do conhecimento profundo do editor, Roy Howat, sobre o compositor e sua > musica; e a edição, comparada com o manuscrito, que acompanha a partitura, > mostra a pertinência das decisões que foram tomadas. E aqui tb, se alguém > quiser contestar, conteste e toque de outro jeito, faça sua propria > pesquisa, use seus proprios conchecimentos! E para isto que pessoas como > você formam musicos, para que eles possam ser independentes, afinal a > musica é uma atividade que demanda esta solida formação, para não > precisarmos passar a vida perguntando a professores ou a musicologos, se > estamos no caminho certo. E olha que algumas vezes, como você sabe, > devemos perguntar sim, a quem sabe! Mas a formação musical hoje em dia > esta tão ameaçada, que tem-se esquecido facilmente uma logica que Ligeti > colocava simplesmente, dizendo que "não teria chegado onde chegou se não > fosse por sua solida formação classica". > > Voltando à idéia do todo , as indicações de andamento do Mignone, me > parecem fruto de uma preocupação semelhante à do Schnabel qdo. editou a > op.101 de Beethoven (falos desta, pq estudei)colocando mudanças indicações > de metrônomo que aparentemente recortam a peça, mas logicamente nem ele > tocava assim, nem queria que tocassem assim, é apenas um cuidado para > mostra que o carater dos trechos muda (tempo=espirito do trecho), que > devemos levar mais ou menos tempo para "dizer" aquele trecho, mas sempre > como parte de um todo, de uma historia, que tem começo, meio e fim, e que > é na verdade a primeira coisa que temos que perceber antes de começar a > cosntruir uma performance : o começo, o meio e o fim. Ontem, na minha aula > sobre o Xenakis, li um trecho do Helffer que dizia que a peça tem começo e > fim, mas o meio nao apresenta evolução; é verdade, a peça tem Intro e > Coda, e tem seções A, B, C, D, E, F, que o pianista soube separar (baseado > em diferenças do material timbristico), pois é o que precisamos para > tocar, saber o que esta acontecendo, onde vamos e como vamos. Voltamos ao > "como". Musica é "como". Sim, você temm razão qdo. fala que qto. mais nos > afastamos do repertorio, menos informação concreta temos. Certo. > > Nossa formação com grandes professores nos deu certezas que talvez não > tivessemsos, mas que podem ainda ser confirmadas por publicações como o > Versuch...do CPEBach etc. De qq forma, mesmo com todo o respaldo > musicologico, nos deparamos com situações como a que a Eva Badura Skoda me > descreveu, sobre um festival Haydn que organizou em Schölnbrun, com > membros do ballet da Opera dançando os minuetos; teve que contratar uma > orquestra de ultima hora, pois o andamento das gravações existentes > tornava impossivel que os dançarinos se movimentassem devidamente com as > "seidrücke". Então, esta informação é preciosa para quem for tocar Haydn; > talvez seja melhor ignorar as gravações e adotar um tempo possivel para > ser dançado com as roupas da época; da mesma forma Bach, sem o exagêro de > Gould, podemos ver o exemplo de Schiff, que se inspira na tradição dos > instrumentos de época e leva este conceito sonoro para sua execução. > > Toda a experiência com o passado pode ser transprotada para a musica de > hoje, se for solidamente vivenciada. > > E assim, temos as ferramentas para evitar esta situação que você descreve > : "Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos > aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na > partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, > tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal > qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças > abruptas de andamento)." > > Estamos falando aqui de darmos, como professores, as ferramentas para que > os futuros intérpretes tomem suas pps decisões. Sua descrição é perfeita, > e fazer sentido do todo é o primeiro passo, e espero que muitos alunos > continuem aproveitando de seus ensinamentos. > > Grande abraço, e mais uma vez cumprimentos pela brilhante exposição. > Zélia > >> Oi Catarina, >> >> Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões em >> um >> artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. >> >> >> Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici < >> catarina em catarinadomenici.com> escreveu: >> >>> >>> Prezada Zélia, >>> >>> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que >>> merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o >>> intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), >>> lanço >>> o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão >>> no >>> momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro >>> lugar, >>> temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro >>> de >>> edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos >>> na >>> mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na >>> mão >>> esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo >>> Miranda). >>> Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão >>> do >>> texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de >>> metrônomo >>> para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns >>> poucos >>> compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, >>> construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" >>> seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", >>> corre o >>> grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica >>> a >>> compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas >>> próprias >>> indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na >>> pag.2, >>> seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. >>> Temos o >>> mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" >>> na >>> pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. >>> Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria >>> dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú >>> calmo") e >>> que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na >>> pag. 3, >>> acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se >>> precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e >>> crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o >>> intérprete >>> escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como >>> essas >>> seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários >>> problemas >>> de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de >>> "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no >>> compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, >>> tem >>> tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa >>> linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que >>> se >>> espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima >>> exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo >>> que >>> está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma >>> interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do >>> ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com >>> alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >>> >>> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento >>> das >>> edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto >>> impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de >>> interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não >>> poderia >>> ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o >>> non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda >>> estamos >>> desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre >>> espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de >>> fidelidade >>> à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse >>> repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" >>> sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento >>> HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos >>> afastamos >>> historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação >>> na >>> qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na >>> construção de interpretações desse repertório. >>> >>> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia >>> deixar >>> de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da >>> fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se >>> debruçando >>> sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória >>> do >>> pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. >>> Pianista >>> cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere >>> aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem >>> se >>> interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: >>> http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. >>> Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John >>> Giordano, >>> declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that >>> it's >>> hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong >>> Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For >>> anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, >>> it's >>> mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão >>> fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais >>> difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. >>> Mas >>> para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução >>> minha). >>> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro >>> pianista, >>> o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de >>> Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do >>> concurso. >>> >>> Que o debate prossiga! >>> >>> Cordialmente, >>> >>> Catarina Leite Domenici >>> >>> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >>> >>>> Assino em baixo. >>>> >>>> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>> objetivos >>>> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>>> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>> competição,o >>>> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>> Conta >>>> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>> >>>> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>> coaching >>>> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>>> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>> candidatos >>>> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>> >>>> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>> artistas; >>>> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>> autoridade >>>> do juri. >>>> >>>> Zélia Chueke >>>> >>>> >>>>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>> pressupõe >>>>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>>>> termos. >>>>> Cristina Capparelli Gerling >>>>> >>>>> >>>>> Citando Carlos Palombini : >>>>> >>>>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >>> with >>>>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>>>> democracy >>>>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>> começa >>>>>> e >>>>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>> autoridade, >>> se >>>>>> não, a democracia é uma farsa." >>>>>> >>>>>> cp >>>>>> >>>>>> -- >>>>>> carlos palombini >>>>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>>>> >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> ________________________________________________ >>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> ________________________________________________ >>>>> >>>> >>>> >>>> Zélia Chueke, DMA >>>> Pianist - researcher >>>> Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>>> www.zeliachueke.com >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> >> >> >> -- >> Fausto Borém >> Editor de PER MUSI >> >> UFMG - Escola de Música >> Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha >> 31.270-010 Belo Horizonte - MG >> > > > Zélia Chueke, DMA > Pianist - researcher > Professor of Music- DeArtes, UFPR > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > www.zeliachueke.com > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From marciakazue em usp.br Wed Oct 26 11:07:43 2011 From: marciakazue em usp.br (marciakazue em usp.br) Date: Wed, 26 Oct 2011 11:07:43 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> Message-ID: <20111026110743.44314filvqfhbzmn@webmail.usp.br> Caros colegas, Gostari de dar uma contribuição musicológica a respeito da discussão a respeito da fidelidade ao texto. "Quantas vezes o vi levantar-se do sofá onde estava deitado e pegar meu lugar no piano para tocar. Como ele sentia a peça ? que eu tinha tocado mal, que seja dito ?, numa forma completamente diferente, apesar d?eu ter trabalhado longa e arduamente nela! Assim terminava a aula, para não querer esquecer essa experiência, que tinha escutado de uma forma religiosa. Na aula seguinte, quase satisfeito com a moda imitativa que eu havia trabalhado a peça, eu a toquei novamente. Infelizmente, quando terminei, Chopin, mais uma vez, esticado sobre o sofá, levantou, com uma repreensão, sentou-se ao piano dizendo, ?escute, é assim que deveria de ser?. E ele procedeu a tocar novamente numa maneira totalmente diferente. Eu pude responder apenas com lágrimas que essa demonstração não se assemelhava em nada com a primeira. Desencorajamento envolveu todo meu ser. Então ele sentiu pena de mim, dizendo que estava quase bom, ?apenas não do jeito que o sinto"(Peru, um aluno de Chopin apud Eigeldinger 1986, p.55 e 56). EIGELDINGER, Jean-Jacques. (1986). Chopin pianist and teacher. Nova York, Cambridge University Press. Abs, Marcia suas obras ao piano que preconizava que Bach nãoCitando Zélia Chueke : > Querida Catarina, > > Como disse o Fausto tão bem, quem sabe verbaliza bem, e da aula! > > A discussão é fascinante, e tenho me deparado com surpresas como por > exemplo, esta fascinação atual pelo timbre, que as pessoas agoar estão > tratando como se tivesse sido descoberto agora. Desde quando o timbre e > sta dissociado da escuta? Qdo. ouvimos uma nota, ela vem com tudo; > duração, altura, intensidade e timbre! > > Fiquei pasma quando descobri recentemente que os programas que registram > graficos de performances incluem apenas tempo e ritmo, mas não dinamica e > timbre. Agora estão pesquisando programas que incluam o "resto", ou eja, > oq eu justifca a musica vomo sendo basicamente "como" e não "o que" ou > seja, podemos ouvir as mesmas notas com o mesmo ritmo, mas se mudamos o > tempo e a dinâmica, tudo se transforma, e sabemos então que se tratam de > trechos musicais diferentes. > > No caso que você descreve, sim , muda tudo, pois se trata primeiro de > nota, ou seja, se pudesssemos perguntar ao Mignone (qdo. tooquei os 6 > preludios e 1/2 dele, liguei para a casa dele e ele me tirou uma duvida na > hora) seria otimo, mas não sei se alguém tem a resposta para esta duvidas > especificas, então devemos nos basear no conhecimento prévio de obras do > compositor, do estilo, etc. e buscar meios para resolver o problema, como > em edição de partituras. Ontem mesmo, com meus aunos de mestrado, estava > falando sobre a edição de uma obra recem editada do Debussy (uma primeira > versão do estudo Pour les Arpèges Composés), que so foi possivel por causa > do conhecimento profundo do editor, Roy Howat, sobre o compositor e sua > musica; e a edição, comparada com o manuscrito, que acompanha a partitura, > mostra a pertinência das decisões que foram tomadas. E aqui tb, se alguém > quiser contestar, conteste e toque de outro jeito, faça sua propria > pesquisa, use seus proprios conchecimentos! E para isto que pessoas como > você formam musicos, para que eles possam ser independentes, afinal a > musica é uma atividade que demanda esta solida formação, para não > precisarmos passar a vida perguntando a professores ou a musicologos, se > estamos no caminho certo. E olha que algumas vezes, como você sabe, > devemos perguntar sim, a quem sabe! Mas a formação musical hoje em dia > esta tão ameaçada, que tem-se esquecido facilmente uma logica que Ligeti > colocava simplesmente, dizendo que "não teria chegado onde chegou se não > fosse por sua solida formação classica". > > Voltando à idéia do todo , as indicações de andamento do Mignone, me > parecem fruto de uma preocupação semelhante à do Schnabel qdo. editou a > op.101 de Beethoven (falos desta, pq estudei)colocando mudanças indicações > de metrônomo que aparentemente recortam a peça, mas logicamente nem ele > tocava assim, nem queria que tocassem assim, é apenas um cuidado para > mostra que o carater dos trechos muda (tempo=espirito do trecho), que > devemos levar mais ou menos tempo para "dizer" aquele trecho, mas sempre > como parte de um todo, de uma historia, que tem começo, meio e fim, e que > é na verdade a primeira coisa que temos que perceber antes de começar a > cosntruir uma performance : o começo, o meio e o fim. Ontem, na minha aula > sobre o Xenakis, li um trecho do Helffer que dizia que a peça tem começo e > fim, mas o meio nao apresenta evolução; é verdade, a peça tem Intro e > Coda, e tem seções A, B, C, D, E, F, que o pianista soube separar (baseado > em diferenças do material timbristico), pois é o que precisamos para > tocar, saber o que esta acontecendo, onde vamos e como vamos. Voltamos ao > "como". Musica é "como". Sim, você temm razão qdo. fala que qto. mais nos > afastamos do repertorio, menos informação concreta temos. Certo. > > Nossa formação com grandes professores nos deu certezas que talvez não > tivessemsos, mas que podem ainda ser confirmadas por publicações como o > Versuch...do CPEBach etc. De qq forma, mesmo com todo o respaldo > musicologico, nos deparamos com situações como a que a Eva Badura Skoda me > descreveu, sobre um festival Haydn que organizou em Schölnbrun, com > membros do ballet da Opera dançando os minuetos; teve que contratar uma > orquestra de ultima hora, pois o andamento das gravações existentes > tornava impossivel que os dançarinos se movimentassem devidamente com as > "seidrücke". Então, esta informação é preciosa para quem for tocar Haydn; > talvez seja melhor ignorar as gravações e adotar um tempo possivel para > ser dançado com as roupas da época; da mesma forma Bach, sem o exagêro de > Gould, podemos ver o exemplo de Schiff, que se inspira na tradição dos > instrumentos de época e leva este conceito sonoro para sua execução. > > Toda a experiência com o passado pode ser transprotada para a musica de > hoje, se for solidamente vivenciada. > > E assim, temos as ferramentas para evitar esta situação que você descreve > : "Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos > aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na > partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, > tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal > qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças > abruptas de andamento)." > > Estamos falando aqui de darmos, como professores, as ferramentas para que > os futuros intérpretes tomem suas pps decisões. Sua descrição é perfeita, > e fazer sentido do todo é o primeiro passo, e espero que muitos alunos > continuem aproveitando de seus ensinamentos. > > Grande abraço, e mais uma vez cumprimentos pela brilhante exposição. > Zélia > >> Oi Catarina, >> >> Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões em >> um >> artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. >> >> >> Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici < >> catarina em catarinadomenici.com> escreveu: >> >>> >>> Prezada Zélia, >>> >>> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que >>> merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o >>> intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), >>> lanço >>> o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão >>> no >>> momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro >>> lugar, >>> temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro >>> de >>> edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos >>> na >>> mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na >>> mão >>> esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo >>> Miranda). >>> Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão >>> do >>> texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de >>> metrônomo >>> para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns >>> poucos >>> compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, >>> construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" >>> seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", >>> corre o >>> grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica >>> a >>> compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas >>> próprias >>> indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na >>> pag.2, >>> seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. >>> Temos o >>> mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" >>> na >>> pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. >>> Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria >>> dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú >>> calmo") e >>> que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na >>> pag. 3, >>> acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se >>> precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e >>> crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o >>> intérprete >>> escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como >>> essas >>> seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários >>> problemas >>> de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de >>> "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no >>> compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, >>> tem >>> tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa >>> linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que >>> se >>> espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima >>> exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo >>> que >>> está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma >>> interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do >>> ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com >>> alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >>> >>> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento >>> das >>> edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto >>> impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de >>> interpretação de >>> poderia >>> ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o >>> non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda >>> estamos >>> desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre >>> espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de >>> fidelidade >>> à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse >>> repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" >>> sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento >>> HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos >>> afastamos >>> historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação >>> na >>> qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na >>> construção de interpretações desse repertório. >>> >>> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia >>> deixar >>> de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da >>> fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se >>> debruçando >>> sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória >>> do >>> pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. >>> Pianista >>> cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere >>> aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem >>> se >>> interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: >>> http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. >>> Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John >>> Giordano, >>> declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that >>> it's >>> hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong >>> Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For >>> anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, >>> it's >>> mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão >>> fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais >>> difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. >>> Mas >>> para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução >>> minha). >>> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro >>> pianista, >>> o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de >>> Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do >>> concurso. >>> >>> Que o debate prossiga! >>> >>> Cordialmente, >>> >>> Catarina Leite Domenici >>> >>> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >>> >>> > Assino em baixo. >>> > >>> > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>> objetivos >>> > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>> > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>> competição,o >>> > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>> Conta >>> > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>> > >>> > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>> coaching >>> > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>> > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>> candidatos >>> > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>> > >>> > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>> artistas; >>> > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>> > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>> autoridade >>> > do juri. >>> > >>> > Zélia Chueke >>> > >>> > >>> >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>> pressupõe >>> >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>> >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>> >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>> >> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>> >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>> >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>> >> termos. >>> >> Cristina Capparelli Gerling >>> >> >>> >> >>> >> Citando Carlos Palombini : >>> >> >>> >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >>> with >>> >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>> >>> democracy >>> >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>> começa >>> >>> e >>> >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>> autoridade, >>> se >>> >>> não, a democracia é uma farsa." >>> >>> >>> >>> cp >>> >>> >>> >>> -- >>> >>> carlos palombini >>> >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>> >>> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> ________________________________________________ >>> >> Lista de discussões ANPPOM >>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> >> ________________________________________________ >>> >> >>> > >>> > >>> > Zélia Chueke, DMA >>> > Pianist - researcher >>> > Professor of Music- DeArtes, UFPR >>> > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>> > www.zeliachueke.com >>> > >>> > ________________________________________________ >>> > Lista de discussões ANPPOM >>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> > ________________________________________________ >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> >> >> >> -- >> Fausto Borém >> Editor de PER MUSI >> >> UFMG - Escola de Música >> Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha >> 31.270-010 Belo Horizonte - MG >> > > > Zélia Chueke, DMA > Pianist - researcher > Professor of Music- DeArtes, UFPR > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > www.zeliachueke.com > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > From whvalent em terra.com.br Wed Oct 26 11:30:11 2011 From: whvalent em terra.com.br (=?utf-8?B?IEhlbG/DrXNhIGUgV2FnbmVyIFZhbGVudGU=?=) Date: Wed, 26 Oct 2011 13:30:11 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?fidelidade_=C3=A0_partitura?= Message-ID: <1332.1319635811@terra.com.br> caríssimos, estou acompanhando a conversa precariamente. penso: por que isso não se transforma num enconto e publicação temática? essa discussão envolve várias áreas... abraço, Heloísa On Qua 26/10/11 11:07 , marciakazue em usp.br sent: Caros colegas, Gostari de dar uma contribuição musicológica a respeito da discussão a respeito da fidelidade ao texto. "Quantas vezes o vi levantar-se do sofá onde estava deitado e pegar meu lugar no piano para tocar. Como ele sentia a peça ? que eu tinha tocado mal, que seja dito ?, numa forma completamente diferente, apesar d?eu ter trabalhado longa e arduamente nela! Assim terminava a aula, para não querer esquecer essa experiência, que tinha escutado de uma forma religiosa. Na aula seguinte, quase satisfeito com a moda imitativa que eu havia trabalhado a peça, eu a toquei novamente. Infelizmente, quando terminei, Chopin, mais uma vez, esticado sobre o sofá, levantou, com uma repreensão, sentou-se ao piano dizendo, ?escute, é assim que deveria de ser?. E ele procedeu a tocar novamente numa maneira totalmente diferente. Eu pude responder apenas com lágrimas que essa demonstração não se assemelhava em nada com a primeira. Desencorajamento envolveu todo meu ser. Então ele sentiu pena de mim, dizendo que estava quase bom, ?apenas não do jeito que o sinto"(Peru, um aluno de Chopin apud Eigeldinger 1986, p.55 e 56). EIGELDINGER, Jean-Jacques. (1986). Chopin pianist and teacher. Nova York, Cambridge University Press. Abs, Marcia suas obras ao piano que preconizava que Bach nãoCitando Zélia Chueke : > Querida Catarina, > > Como disse o Fausto tão bem, quem sabe verbaliza bem, e da aula! > > A discussão é fascinante, e tenho me deparado com surpresas como por > exemplo, esta fascinação atual pelo timbre, que as pessoas agoar estão > tratando como se tivesse sido descoberto agora. Desde quando o timbre e > sta dissociado da escuta? Qdo. ouvimos uma nota, ela vem com tudo; > duração, altura, intensidade e timbre! > > Fiquei pasma quando descobri recentemente que os programas que registram > graficos de performances incluem apenas tempo e ritmo, mas não dinamica e > timbre. Agora estão pesquisando programas que incluam o "resto", ou eja, > oq eu justifca a musica vomo sendo basicamente "como" e não "o que" ou > seja, podemos ouvir as mesmas notas com o mesmo ritmo, mas se mudamos o > tempo e a dinâmica, tudo se transforma, e sabemos então que se tratam de > trechos musicais diferentes. > > No caso que você descreve, sim , muda tudo, pois se trata primeiro de > nota, ou seja, se pudesssemos perguntar ao Mignone (qdo. tooquei os 6 > preludios e 1/2 dele, liguei para a casa dele e ele me tirou uma duvida na > hora) seria otimo, mas não sei se alguém tem a resposta para esta duvidas > especificas, então devemos nos basear no conhecimento prévio de obras do > compositor, do estilo, etc. e buscar meios para resolver o problema, como > em edição de partituras. Ontem mesmo, com meus aunos de mestrado, estava > falando sobre a edição de uma obra recem editada do Debussy (uma primeira > versão do estudo Pour les Arpèges Composés), que so foi possivel por causa > do conhecimento profundo do editor, Roy Howat, sobre o compositor e sua > musica; e a edição, comparada com o manuscrito, que acompanha a partitura, > mostra a pertinência das decisões que foram tomadas. E aqui tb, se alguém > quiser contestar, conteste e toque de outro jeito, faça sua propria > pesquisa, use seus proprios conchecimentos! E para isto que pessoas como > você formam musicos, para que eles possam ser independentes, afinal a > musica é uma atividade que demanda esta solida formação, para não > precisarmos passar a vida perguntando a professores ou a musicologos, se > estamos no caminho certo. E olha que algumas vezes, como você sabe, > devemos perguntar sim, a quem sabe! Mas a formação musical hoje em dia > esta tão ameaçada, que tem-se esquecido facilmente uma logica que Ligeti > colocava simplesmente, dizendo que "não teria chegado onde chegou se não > fosse por sua solida formação classica". > > Voltando à idéia do todo , as indicações de andamento do Mignone, me > parecem fruto de uma preocupação semelhante à do Schnabel qdo. editou a > op.101 de Beethoven (falos desta, pq estudei)colocando mudanças indicações > de metrônomo que aparentemente recortam a peça, mas logicamente nem ele > tocava assim, nem queria que tocassem assim, é apenas um cuidado para > mostra que o carater dos trechos muda (tempo=espirito do trecho), que > devemos levar mais ou menos tempo para "dizer" aquele trecho, mas sempre > como parte de um todo, de uma historia, que tem começo, meio e fim, e que > é na verdade a primeira coisa que temos que perceber antes de começar a > cosntruir uma performance : o começo, o meio e o fim. Ontem, na minha aula > sobre o Xenakis, li um trecho do Helffer que dizia que a peça tem começo e > fim, mas o meio nao apresenta evolução; é verdade, a peça tem Intro e > Coda, e tem seções A, B, C, D, E, F, que o pianista soube separar (baseado > em diferenças do material timbristico), pois é o que precisamos para > tocar, saber o que esta acontecendo, onde vamos e como vamos. Voltamos ao > "como". Musica é "como". Sim, você temm razão qdo. fala que qto. mais nos > afastamos do repertorio, menos informação concreta temos. Certo. > > Nossa formação com grandes professores nos deu certezas que talvez não > tivessemsos, mas que podem ainda ser confirmadas por publicações como o > Versuch...do CPEBach etc. De qq forma, mesmo com todo o respaldo > musicologico, nos deparamos com situações como a que a Eva Badura Skoda me > descreveu, sobre um festival Haydn que organizou em Schölnbrun, com > membros do ballet da Opera dançando os minuetos; teve que contratar uma > orquestra de ultima hora, pois o andamento das gravações existentes > tornava impossivel que os dançarinos se movimentassem devidamente com as > "seidrücke". Então, esta informação é preciosa para quem for tocar Haydn; > talvez seja melhor ignorar as gravações e adotar um tempo possivel para > ser dançado com as roupas da época; da mesma forma Bach, sem o exagêro de > Gould, podemos ver o exemplo de Schiff, que se inspira na tradição dos > instrumentos de época e leva este conceito sonoro para sua execução. > > Toda a experiência com o passado pode ser transprotada para a musica de > hoje, se for solidamente vivenciada. > > E assim, temos as ferramentas para evitar esta situação que você descreve > : "Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos > aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na > partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, > tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal > qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças > abruptas de andamento)." > > Estamos falando aqui de darmos, como professores, as ferramentas para que > os futuros intérpretes tomem suas pps decisões. Sua descrição é perfeita, > e fazer sentido do todo é o primeiro passo, e espero que muitos alunos > continuem aproveitando de seus ensinamentos. > > Grande abraço, e mais uma vez cumprimentos pela brilhante exposição. > Zélia > >> Oi Catarina, >> >> Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões em >> um >> artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. >> >> >> Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici < >> catarina em catarinadomenici.com [2]> escreveu: >> >>> >>> Prezada Zélia, >>> >>> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que >>> merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o >>> intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), >>> lanço >>> o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão >>> no >>> momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro >>> lugar, >>> temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro >>> de >>> edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos >>> na >>> mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na >>> mão >>> esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo >>> Miranda). >>> Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão >>> do >>> texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de >>> metrônomo >>> para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns >>> poucos >>> compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, >>> construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" >>> seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", >>> corre o >>> grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica >>> a >>> compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas >>> próprias >>> indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na >>> pag.2, >>> seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. >>> Temos o >>> mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" >>> na >>> pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. >>> Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria >>> dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú >>> calmo") e >>> que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na >>> pag. 3, >>> acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se >>> precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e >>> crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o >>> intérprete >>> escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como >>> essas >>> seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários >>> problemas >>> de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de >>> "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no >>> compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, >>> tem >>> tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa >>> linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que >>> se >>> espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima >>> exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo >>> que >>> está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma >>> interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do >>> ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com >>> alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >>> >>> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento >>> das >>> edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto >>> impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de >>> interpretação de >>> poderia >>> ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o >>> non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda >>> estamos >>> desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre >>> espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de >>> fidelidade >>> à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse >>> repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" >>> sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento >>> HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos >>> afastamos >>> historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação >>> na >>> qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na >>> construção de interpretações desse repertório. >>> >>> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia >>> deixar >>> de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da >>> fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se >>> debruçando >>> sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória >>> do >>> pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. >>> Pianista >>> cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere >>> aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem >>> se >>> interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: >>> http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. [3] >>> Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John >>> Giordano, >>> declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that >>> it's >>> hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong >>> Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For >>> anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, >>> it's >>> mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão >>> fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais >>> difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. >>> Mas >>> para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução >>> minha). >>> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro >>> pianista, >>> o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de >>> Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do >>> concurso. >>> >>> Que o debate prossiga! >>> >>> Cordialmente, >>> >>> Catarina Leite Domenici >>> >>> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >>> >>> > Assino em baixo. >>> > >>> > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>> objetivos >>> > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>> > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>> competição,o >>> > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>> Conta >>> > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>> > >>> > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>> coaching >>> > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>> > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>> candidatos >>> > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>> > >>> > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>> artistas; >>> > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>> > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>> autoridade >>> > do juri. >>> > >>> > Zélia Chueke >>> > >>> > >>> >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>> pressupõe >>> >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>> >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>> >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>> >> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>> >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>> >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>> >> termos. >>> >> Cristina Capparelli Gerling >>> >> >>> >> >>> >> Citando Carlos Palombini : >>> >> >>> >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >>> with >>> >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>> >>> democracy >>> >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>> começa >>> >>> e >>> >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>> autoridade, >>> se >>> >>> não, a democracia é uma farsa." >>> >>> >>> >>> cp >>> >>> >>> >>> -- >>> >>> carlos palombini >>> >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>> >>> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> ________________________________________________ >>> >> Lista de discussões ANPPOM >>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l [5] >>> >> ________________________________________________ >>> >> >>> > >>> > >>> > Zélia Chueke, DMA >>> > Pianist - researcher >>> > Professor of Music- DeArtes, UFPR >>> > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>> > www.zeliachueke.com >>> > >>> > ________________________________________________ >>> > Lista de discussões ANPPOM >>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l [6] >>> > ________________________________________________ >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l [7] >>> ________________________________________________ >>> >> >> >> >> -- >> Fausto Borém >> Editor de PER MUSI >> >> UFMG - Escola de Música >> Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha >> 31.270-010 Belo Horizonte - MG >> > > > Zélia Chueke, DMA > Pianist - researcher > Professor of Music- DeArtes, UFPR > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > www.zeliachueke.com > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l [8] > ________________________________________________ > ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l [9] ________________________________________________ E-mail verificado pelo Terra Anti-Spam. 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URL: From zchuekepiano em ufpr.br Wed Oct 26 11:34:42 2011 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Wed, 26 Oct 2011 11:34:42 -0200 (BRST) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <23E34D00-E284-45B3-908A-EBBCF6CB87F3@uol.com.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> <23E34D00-E284-45B3-908A-EBBCF6CB87F3@uol.com.br> Message-ID: <393b7bb4f00bca499e76a2367a518528.squirrel@webmail.ufpr.br> Sei, mas estava falando dos aplicativos usados para os estudos de performance que assisti recentemente no ISPS. A ênfase este ano, por parte daqueles que trabalham com graficos, foi muito em torno dos aspectos dinamica, timbre, anotações,e tc...e todos os intérpretes pesquisadores sentem falta destes detalhes na hora de fazerem os graficos. Fiquei bem feliz em ver que estão trabalhando neste sentido. > cara zélia, > > existe um aplicativo gratuito, no site do GRM, chamado acousmograph. > ele permite diversos modos de análise do material sonoro, e também a > inclusão de ícones (por parte do usuário) para identificar timbres etc. > no entanto, o sonograma exige conhecimento de acústica para sua leitura, e > muitas vezes um fenômeno d timbre pode estar associado a fase ou pequenas > defasagens no ataque que um pianista faz em um acorde, por exemplo, e isto > o aplicativo não registra. > > abs > silvio > > On Oct 26, 2011, at 8:20 AM, Zélia Chueke wrote: > >> Querida Catarina, >> >> Como disse o Fausto tão bem, quem sabe verbaliza bem, e da aula! >> >> A discussão é fascinante, e tenho me deparado com surpresas como por >> exemplo, esta fascinação atual pelo timbre, que as pessoas agoar estão >> tratando como se tivesse sido descoberto agora. Desde quando o timbre e >> sta dissociado da escuta? Qdo. ouvimos uma nota, ela vem com tudo; >> duração, altura, intensidade e timbre! >> >> Fiquei pasma quando descobri recentemente que os programas que registram >> graficos de performances incluem apenas tempo e ritmo, mas não dinamica >> e >> timbre. Agora estão pesquisando programas que incluam o "resto", ou eja, >> oq eu justifca a musica vomo sendo basicamente "como" e não "o que" ou >> seja, podemos ouvir as mesmas notas com o mesmo ritmo, mas se mudamos o >> tempo e a dinâmica, tudo se transforma, e sabemos então que se tratam de >> trechos musicais diferentes. >> >> No caso que você descreve, sim , muda tudo, pois se trata primeiro de >> nota, ou seja, se pudesssemos perguntar ao Mignone (qdo. tooquei os 6 >> preludios e 1/2 dele, liguei para a casa dele e ele me tirou uma duvida >> na >> hora) seria otimo, mas não sei se alguém tem a resposta para esta >> duvidas >> especificas, então devemos nos basear no conhecimento prévio de obras do >> compositor, do estilo, etc. e buscar meios para resolver o problema, >> como >> em edição de partituras. Ontem mesmo, com meus aunos de mestrado, estava >> falando sobre a edição de uma obra recem editada do Debussy (uma >> primeira >> versão do estudo Pour les Arpèges Composés), que so foi possivel por >> causa >> do conhecimento profundo do editor, Roy Howat, sobre o compositor e sua >> musica; e a edição, comparada com o manuscrito, que acompanha a >> partitura, >> mostra a pertinência das decisões que foram tomadas. E aqui tb, se >> alguém >> quiser contestar, conteste e toque de outro jeito, faça sua propria >> pesquisa, use seus proprios conchecimentos! E para isto que pessoas como >> você formam musicos, para que eles possam ser independentes, afinal a >> musica é uma atividade que demanda esta solida formação, para não >> precisarmos passar a vida perguntando a professores ou a musicologos, se >> estamos no caminho certo. E olha que algumas vezes, como você sabe, >> devemos perguntar sim, a quem sabe! Mas a formação musical hoje em dia >> esta tão ameaçada, que tem-se esquecido facilmente uma logica que Ligeti >> colocava simplesmente, dizendo que "não teria chegado onde chegou se não >> fosse por sua solida formação classica". >> >> Voltando à idéia do todo , as indicações de andamento do Mignone, me >> parecem fruto de uma preocupação semelhante à do Schnabel qdo. editou a >> op.101 de Beethoven (falos desta, pq estudei)colocando mudanças >> indicações >> de metrônomo que aparentemente recortam a peça, mas logicamente nem ele >> tocava assim, nem queria que tocassem assim, é apenas um cuidado para >> mostra que o carater dos trechos muda (tempo=espirito do trecho), que >> devemos levar mais ou menos tempo para "dizer" aquele trecho, mas sempre >> como parte de um todo, de uma historia, que tem começo, meio e fim, e >> que >> é na verdade a primeira coisa que temos que perceber antes de começar a >> cosntruir uma performance : o começo, o meio e o fim. Ontem, na minha >> aula >> sobre o Xenakis, li um trecho do Helffer que dizia que a peça tem começo >> e >> fim, mas o meio nao apresenta evolução; é verdade, a peça tem Intro e >> Coda, e tem seções A, B, C, D, E, F, que o pianista soube separar >> (baseado >> em diferenças do material timbristico), pois é o que precisamos para >> tocar, saber o que esta acontecendo, onde vamos e como vamos. Voltamos >> ao >> "como". Musica é "como". Sim, você temm razão qdo. fala que qto. mais >> nos >> afastamos do repertorio, menos informação concreta temos. Certo. >> >> Nossa formação com grandes professores nos deu certezas que talvez não >> tivessemsos, mas que podem ainda ser confirmadas por publicações como o >> Versuch...do CPEBach etc. De qq forma, mesmo com todo o respaldo >> musicologico, nos deparamos com situações como a que a Eva Badura Skoda >> me >> descreveu, sobre um festival Haydn que organizou em Schölnbrun, com >> membros do ballet da Opera dançando os minuetos; teve que contratar uma >> orquestra de ultima hora, pois o andamento das gravações existentes >> tornava impossivel que os dançarinos se movimentassem devidamente com as >> "seidrücke". Então, esta informação é preciosa para quem for tocar >> Haydn; >> talvez seja melhor ignorar as gravações e adotar um tempo possivel para >> ser dançado com as roupas da época; da mesma forma Bach, sem o exagêro >> de >> Gould, podemos ver o exemplo de Schiff, que se inspira na tradição dos >> instrumentos de época e leva este conceito sonoro para sua execução. >> >> Toda a experiência com o passado pode ser transprotada para a musica de >> hoje, se for solidamente vivenciada. >> >> E assim, temos as ferramentas para evitar esta situação que você >> descreve >> : "Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos >> aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na >> partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, >> tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal >> (tal >> qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças >> abruptas de andamento)." >> >> Estamos falando aqui de darmos, como professores, as ferramentas para >> que >> os futuros intérpretes tomem suas pps decisões. Sua descrição é >> perfeita, >> e fazer sentido do todo é o primeiro passo, e espero que muitos alunos >> continuem aproveitando de seus ensinamentos. >> >> Grande abraço, e mais uma vez cumprimentos pela brilhante exposição. >> Zélia >> >>> Oi Catarina, >>> >>> Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões >>> em >>> um >>> artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. >>> >>> >>> Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici < >>> catarina em catarinadomenici.com> escreveu: >>> >>>> >>>> Prezada Zélia, >>>> >>>> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante >>>> que >>>> merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com >>>> o >>>> intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), >>>> lanço >>>> o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em >>>> discussão >>>> no >>>> momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro >>>> lugar, >>>> temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro >>>> de >>>> edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de >>>> sustenidos >>>> na >>>> mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na >>>> mão >>>> esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo >>>> Miranda). >>>> Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da >>>> compreensão >>>> do >>>> texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de >>>> metrônomo >>>> para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns >>>> poucos >>>> compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da >>>> peça, >>>> construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" >>>> seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", >>>> corre o >>>> grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que >>>> prejudica >>>> a >>>> compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas >>>> próprias >>>> indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na >>>> pag.2, >>>> seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. >>>> Temos o >>>> mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" >>>> na >>>> pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. >>>> Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria >>>> dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú >>>> calmo") e >>>> que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na >>>> pag. 3, >>>> acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se >>>> precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e >>>> crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o >>>> intérprete >>>> escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como >>>> essas >>>> seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários >>>> problemas >>>> de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de >>>> "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no >>>> compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, >>>> tem >>>> tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo >>>> essa >>>> linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude >>>> que >>>> se >>>> espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso >>>> acima >>>> exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo >>>> que >>>> está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente >>>> uma >>>> interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto >>>> do >>>> ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com >>>> alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >>>> >>>> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o >>>> advento >>>> das >>>> edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto >>>> impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de >>>> interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não >>>> poderia >>>> ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não >>>> o >>>> non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda >>>> estamos >>>> desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre >>>> espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de >>>> fidelidade >>>> à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse >>>> repertório, especialmente depois de termos sido devidamente >>>> "informados" >>>> sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento >>>> HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos >>>> afastamos >>>> historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação >>>> na >>>> qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na >>>> construção de interpretações desse repertório. >>>> >>>> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia >>>> deixar >>>> de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da >>>> fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se >>>> debruçando >>>> sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a >>>> vitória >>>> do >>>> pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. >>>> Pianista >>>> cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que >>>> prefere >>>> aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem >>>> se >>>> interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: >>>> http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. >>>> Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John >>>> Giordano, >>>> declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal >>>> that >>>> it's >>>> hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult >>>> hourlong >>>> Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For >>>> anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, >>>> it's >>>> mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão >>>> fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça >>>> mais >>>> difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é >>>> extraordinário. >>>> Mas >>>> para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução >>>> minha). >>>> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro >>>> pianista, >>>> o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente >>>> de >>>> Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do >>>> concurso. >>>> >>>> Que o debate prossiga! >>>> >>>> Cordialmente, >>>> >>>> Catarina Leite Domenici >>>> >>>> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >>>> >>>>> Assino em baixo. >>>>> >>>>> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>>> objetivos >>>>> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>>>> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>>> competição,o >>>>> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>>> Conta >>>>> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>>> >>>>> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>>> coaching >>>>> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as >>>>> vezes >>>>> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>>> candidatos >>>>> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>>> >>>>> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>>> artistas; >>>>> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>>> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>>> autoridade >>>>> do juri. >>>>> >>>>> Zélia Chueke >>>>> >>>>> >>>>>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>>> pressupõe >>>>>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>>>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>>>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>>>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>>>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>>>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são >>>>>> os >>>>>> termos. >>>>>> Cristina Capparelli Gerling >>>>>> >>>>>> >>>>>> Citando Carlos Palombini : >>>>>> >>>>>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >>>> with >>>>>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>>>>> democracy >>>>>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>>> começa >>>>>>> e >>>>>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>>> autoridade, >>>> se >>>>>>> não, a democracia é uma farsa." >>>>>>> >>>>>>> cp >>>>>>> >>>>>>> -- >>>>>>> carlos palombini >>>>>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>>>>> >>>>>> >>>>>> >>>>>> >>>>>> ________________________________________________ >>>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>>> ________________________________________________ >>>>>> >>>>> >>>>> >>>>> Zélia Chueke, DMA >>>>> Pianist - researcher >>>>> Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>>> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>>>> www.zeliachueke.com >>>>> >>>>> ________________________________________________ >>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> ________________________________________________ >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >>> >>> >>> -- >>> Fausto Borém >>> Editor de PER MUSI >>> >>> UFMG - Escola de Música >>> Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha >>> 31.270-010 Belo Horizonte - MG >>> >> >> >> Zélia Chueke, DMA >> Pianist - researcher >> Professor of Music- DeArtes, UFPR >> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >> www.zeliachueke.com >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com From zchuekepiano em ufpr.br Wed Oct 26 11:47:46 2011 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Wed, 26 Oct 2011 11:47:46 -0200 (BRST) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <20111026110743.44314filvqfhbzmn@webmail.usp.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> <20111026110743.44314filvqfhbzmn@webmail.usp.br> Message-ID: Caros colegas, > > Gostari de dar uma contribuição musicológica a respeito da discussão a > respeito da fidelidade ao texto. > > "Quantas vezes o vi levantar-se do sofá onde estava deitado e pegar > meu lugar no piano para tocar. Como ele sentia a peça ? que eu tinha > tocado mal, que seja dito ?, numa forma completamente diferente, > apesar d?eu ter trabalhado longa e arduamente nela! Assim terminava a > aula, para não querer esquecer essa experiência, que tinha escutado de > uma forma religiosa. Na aula seguinte, quase satisfeito com a moda > imitativa que eu havia trabalhado a peça, eu a toquei novamente. > Infelizmente, quando terminei, Chopin, mais uma vez, esticado sobre o > sofá, levantou, com uma repreensão, sentou-se ao piano dizendo, > ?escute, é assim que deveria de ser?. E ele procedeu a tocar novamente > numa maneira totalmente diferente. Eu pude responder apenas com > lágrimas que essa demonstração não se assemelhava em nada com a > primeira. Desencorajamento envolveu todo meu ser. Então ele sentiu > pena de mim, dizendo que estava quase bom, ?apenas não do jeito que o > sinto"(Peru, um aluno de Chopin apud Eigeldinger 1986, p.55 e 56). > > EIGELDINGER, Jean-Jacques. (1986). Chopin pianist and teacher. Nova > York, Cambridge University Press. > > Abs, > > Marcia > > suas obras ao piano que preconizava que Bach nãoCitando Zélia Chueke > : > >> Querida Catarina, >> >> Como disse o Fausto tão bem, quem sabe verbaliza bem, e da aula! >> >> A discussão é fascinante, e tenho me deparado com surpresas como por >> exemplo, esta fascinação atual pelo timbre, que as pessoas agoar estão >> tratando como se tivesse sido descoberto agora. Desde quando o timbre e >> sta dissociado da escuta? Qdo. ouvimos uma nota, ela vem com tudo; >> duração, altura, intensidade e timbre! >> >> Fiquei pasma quando descobri recentemente que os programas que registram >> graficos de performances incluem apenas tempo e ritmo, mas não dinamica >> e >> timbre. Agora estão pesquisando programas que incluam o "resto", ou eja, >> oq eu justifca a musica vomo sendo basicamente "como" e não "o que" ou >> seja, podemos ouvir as mesmas notas com o mesmo ritmo, mas se mudamos o >> tempo e a dinâmica, tudo se transforma, e sabemos então que se tratam de >> trechos musicais diferentes. >> >> No caso que você descreve, sim , muda tudo, pois se trata primeiro de >> nota, ou seja, se pudesssemos perguntar ao Mignone (qdo. tooquei os 6 >> preludios e 1/2 dele, liguei para a casa dele e ele me tirou uma duvida >> na >> hora) seria otimo, mas não sei se alguém tem a resposta para esta >> duvidas >> especificas, então devemos nos basear no conhecimento prévio de obras do >> compositor, do estilo, etc. e buscar meios para resolver o problema, >> como >> em edição de partituras. Ontem mesmo, com meus aunos de mestrado, estava >> falando sobre a edição de uma obra recem editada do Debussy (uma >> primeira >> versão do estudo Pour les Arpèges Composés), que so foi possivel por >> causa >> do conhecimento profundo do editor, Roy Howat, sobre o compositor e sua >> musica; e a edição, comparada com o manuscrito, que acompanha a >> partitura, >> mostra a pertinência das decisões que foram tomadas. E aqui tb, se >> alguém >> quiser contestar, conteste e toque de outro jeito, faça sua propria >> pesquisa, use seus proprios conchecimentos! E para isto que pessoas como >> você formam musicos, para que eles possam ser independentes, afinal a >> musica é uma atividade que demanda esta solida formação, para não >> precisarmos passar a vida perguntando a professores ou a musicologos, se >> estamos no caminho certo. E olha que algumas vezes, como você sabe, >> devemos perguntar sim, a quem sabe! Mas a formação musical hoje em dia >> esta tão ameaçada, que tem-se esquecido facilmente uma logica que Ligeti >> colocava simplesmente, dizendo que "não teria chegado onde chegou se não >> fosse por sua solida formação classica". >> >> Voltando à idéia do todo , as indicações de andamento do Mignone, me >> parecem fruto de uma preocupação semelhante à do Schnabel qdo. editou a >> op.101 de Beethoven (falos desta, pq estudei)colocando mudanças >> indicações >> de metrônomo que aparentemente recortam a peça, mas logicamente nem ele >> tocava assim, nem queria que tocassem assim, é apenas um cuidado para >> mostra que o carater dos trechos muda (tempo=espirito do trecho), que >> devemos levar mais ou menos tempo para "dizer" aquele trecho, mas sempre >> como parte de um todo, de uma historia, que tem começo, meio e fim, e >> que >> é na verdade a primeira coisa que temos que perceber antes de começar a >> cosntruir uma performance : o começo, o meio e o fim. Ontem, na minha >> aula >> sobre o Xenakis, li um trecho do Helffer que dizia que a peça tem começo >> e >> fim, mas o meio nao apresenta evolução; é verdade, a peça tem Intro e >> Coda, e tem seções A, B, C, D, E, F, que o pianista soube separar >> (baseado >> em diferenças do material timbristico), pois é o que precisamos para >> tocar, saber o que esta acontecendo, onde vamos e como vamos. Voltamos >> ao >> "como". Musica é "como". Sim, você temm razão qdo. fala que qto. mais >> nos >> afastamos do repertorio, menos informação concreta temos. Certo. >> >> Nossa formação com grandes professores nos deu certezas que talvez não >> tivessemsos, mas que podem ainda ser confirmadas por publicações como o >> Versuch...do CPEBach etc. De qq forma, mesmo com todo o respaldo >> musicologico, nos deparamos com situações como a que a Eva Badura Skoda >> me >> descreveu, sobre um festival Haydn que organizou em Schölnbrun, com >> membros do ballet da Opera dançando os minuetos; teve que contratar uma >> orquestra de ultima hora, pois o andamento das gravações existentes >> tornava impossivel que os dançarinos se movimentassem devidamente com as >> "seidrücke". Então, esta informação é preciosa para quem for tocar >> Haydn; >> talvez seja melhor ignorar as gravações e adotar um tempo possivel para >> ser dançado com as roupas da época; da mesma forma Bach, sem o exagêro >> de >> Gould, podemos ver o exemplo de Schiff, que se inspira na tradição dos >> instrumentos de época e leva este conceito sonoro para sua execução. >> >> Toda a experiência com o passado pode ser transprotada para a musica de >> hoje, se for solidamente vivenciada. >> >> E assim, temos as ferramentas para evitar esta situação que você >> descreve >> : "Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos >> aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na >> partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, >> tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal >> (tal >> qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças >> abruptas de andamento)." >> >> Estamos falando aqui de darmos, como professores, as ferramentas para >> que >> os futuros intérpretes tomem suas pps decisões. Sua descrição é >> perfeita, >> e fazer sentido do todo é o primeiro passo, e espero que muitos alunos >> continuem aproveitando de seus ensinamentos. >> >> Grande abraço, e mais uma vez cumprimentos pela brilhante exposição. >> Zélia >> >>> Oi Catarina, >>> >>> Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões >>> em >>> um >>> artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. >>> >>> >>> Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici < >>> catarina em catarinadomenici.com> escreveu: >>> >>>> >>>> Prezada Zélia, >>>> >>>> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante >>>> que >>>> merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com >>>> o >>>> intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), >>>> lanço >>>> o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em >>>> discussão >>>> no >>>> momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro >>>> lugar, >>>> temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro >>>> de >>>> edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de >>>> sustenidos >>>> na >>>> mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na >>>> mão >>>> esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo >>>> Miranda). >>>> Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da >>>> compreensão >>>> do >>>> texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de >>>> metrônomo >>>> para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns >>>> poucos >>>> compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da >>>> peça, >>>> construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" >>>> seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", >>>> corre o >>>> grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que >>>> prejudica >>>> a >>>> compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas >>>> próprias >>>> indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na >>>> pag.2, >>>> seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. >>>> Temos o >>>> mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" >>>> na >>>> pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. >>>> Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria >>>> dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú >>>> calmo") e >>>> que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na >>>> pag. 3, >>>> acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se >>>> precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e >>>> crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o >>>> intérprete >>>> escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como >>>> essas >>>> seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários >>>> problemas >>>> de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de >>>> "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no >>>> compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, >>>> tem >>>> tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo >>>> essa >>>> linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude >>>> que >>>> se >>>> espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso >>>> acima >>>> exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo >>>> que >>>> está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente >>>> uma >>>> interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto >>>> do >>>> ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com >>>> alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >>>> >>>> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o >>>> advento >>>> das >>>> edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto >>>> impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de >>>> interpretação de >>>> poderia >>>> ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não >>>> o >>>> non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda >>>> estamos >>>> desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre >>>> espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de >>>> fidelidade >>>> à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse >>>> repertório, especialmente depois de termos sido devidamente >>>> "informados" >>>> sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento >>>> HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos >>>> afastamos >>>> historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação >>>> na >>>> qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na >>>> construção de interpretações desse repertório. >>>> >>>> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia >>>> deixar >>>> de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da >>>> fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se >>>> debruçando >>>> sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a >>>> vitória >>>> do >>>> pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. >>>> Pianista >>>> cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que >>>> prefere >>>> aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem >>>> se >>>> interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: >>>> http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. >>>> Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John >>>> Giordano, >>>> declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal >>>> that >>>> it's >>>> hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult >>>> hourlong >>>> Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For >>>> anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, >>>> it's >>>> mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão >>>> fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça >>>> mais >>>> difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é >>>> extraordinário. >>>> Mas >>>> para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução >>>> minha). >>>> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro >>>> pianista, >>>> o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente >>>> de >>>> Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do >>>> concurso. >>>> >>>> Que o debate prossiga! >>>> >>>> Cordialmente, >>>> >>>> Catarina Leite Domenici >>>> >>>> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >>>> >>>> > Assino em baixo. >>>> > >>>> > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>>> objetivos >>>> > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as >>>> vezes >>>> > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>>> competição,o >>>> > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>>> Conta >>>> > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>> > >>>> > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>>> coaching >>>> > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as >>>> vezes >>>> > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>>> candidatos >>>> > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>> > >>>> > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>>> artistas; >>>> > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>> > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>>> autoridade >>>> > do juri. >>>> > >>>> > Zélia Chueke >>>> > >>>> > >>>> >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>>> pressupõe >>>> >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>> >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>> >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>> >> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>> >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>> >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são >>>> os >>>> >> termos. >>>> >> Cristina Capparelli Gerling >>>> >> >>>> >> >>>> >> Citando Carlos Palombini : >>>> >> >>>> >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and >>>> ends >>>> with >>>> >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>> >>> democracy >>>> >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>>> começa >>>> >>> e >>>> >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>>> autoridade, >>>> se >>>> >>> não, a democracia é uma farsa." >>>> >>> >>>> >>> cp >>>> >>> >>>> >>> -- >>>> >>> carlos palombini >>>> >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>> >>> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> Lista de discussões ANPPOM >>>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> >>>> > >>>> > >>>> > Zélia Chueke, DMA >>>> > Pianist - researcher >>>> > Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>> > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris >>>> 4 >>>> > www.zeliachueke.com >>>> > >>>> > ________________________________________________ >>>> > Lista de discussões ANPPOM >>>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> > ________________________________________________ >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >>> >>> >>> -- >>> Fausto Borém >>> Editor de PER MUSI >>> >>> UFMG - Escola de Música >>> Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha >>> 31.270-010 Belo Horizonte - MG >>> >> >> >> Zélia Chueke, DMA >> Pianist - researcher >> Professor of Music- DeArtes, UFPR >> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >> www.zeliachueke.com >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > > Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com From silvioferrazmello em uol.com.br Wed Oct 26 12:27:50 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Wed, 26 Oct 2011 12:27:50 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <20111026115058.15763yjaxukepnb6@webmail.ufrgs.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> <20111026115058.15763yjaxukepnb6@webmail.ufrgs.br> Message-ID: <8A7A1AA0-C741-45DF-B249-8D1B530728F5@uol.com.br> cara cristina..a minha proposição é realmente aquela de trazer um olhar de fora, justamente. um olhar que o pianista não terá pois ele, mesmo tendo sólida formação, estará atento a outros detalhes que julga mais pertinentes. um compositor ou regente estaria livre destes detalhes, mas atento a outros. e sempre existem os compositores que ou tem obras para piano e tem pesquisado bastante sobre a escrita para piano, ou mesmo foram pianistas. claro que ao falarmos desta relação para outros instrumentos talvez não tenhamos compositores ou regentes especialistas no instrumento, mas o que eu mencionava era a necessidade e interesse de um olhar de fora, não técnico. me lembro do helffer dando aulas, o aluno estava tocando berio (rounds) e o helffer na lousa escrevendo as datas de nascimento de ligeti, stockhausen, boulez, xenakis e berio, quando de repente se virou e falou ao aluno para não tocar aquele acorde utilizando o polegar na nota mais grave, mas cruzar e utilizar indicador na nota mais grave e polegar na nota subsequente...na hora foi um susto "como ele poderia saber se estava de costas"...claro, já havia tocado mil vezes e sabia que ali todo pianista busca uma solução para o acorde e ele conhecia as saídas. é neste ponto que vejo o olhar do músico instrumentista...ele está atento a detalhes que ajudem na performance, já o compositor talvez esteja mais atento a timbre, a formas de ataque, a conexão entre ideias etc...e deixe (sem dúvida deixará) passar estes detalhes... mas dando-se conta de outros. eu tenho trabalhado em aulas de música de câmara e isto não só tem sido importante para meu trabalho de compor como também para acuidade nos modos de falar questões de interpretação, citaria aqui um exemplo que para mim é um grande modelo (e que é exímio pianista...o que não é meu caso...loooonge disto) que é o trabalho do kurtag. interessante é que diversos grupos na europa chamam compositores para trabalhar com eles na função mesmo de produtor (daquele que ouve de fora) o que acaba enriquecendo fortemente o trabalho e refazendo o "elo perdido" entre compositores e interpretes. é forte a especialização atual, mas pianistas e músicos de um modo geral tem muito a contribuir a compositores e regentes, e a reciproca também deve de ser verdadeira. abs silvio On Oct 26, 2011, at 11:50 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: > Colegas Catarina e Zélia e compositor Sílvio, > O preparo que pianistas têm tido acesso hoje em dia, tal como as três que tem vindo de público se manifestar, é sólido, abrangente e flexível, tem uma carga extremamente significativa de erudição, de conhecimento do campo de trabalho e de prática na vida real do palco. Inclui tanto a pluralidade quanto visões muito delineadas do que venha a ser o aceitável e o inaceitável quanto aos limites da leitura e da realização da partitura. Inclui também como não poderia deixar de ser, idéias muito profícuas sobre o inefável e o intangível na realização artística, algo que motiva constantemente a nossa trajetória por mais evanescente que esta busca seja. Portanto, em uma banca de piano, um regente ou compositor é bem vindo para trazer algumalenha para fogueira mas, eu garanto, pianistas deste calibre e com esta bagagem tão respeitável dão conta do recado de maneira exemplar, inatacável quanto à lisura, e de forma planemante satisfatória quanto aos conhecimentos musicais. > > Sabe que esta discussão entre o alto clero está muito interessante? > Cristina > > > > Citando silvioferrazmello : > >> cara catarina zélia e colegas, >> >> no final da longa mensagem da catarina tem um detalhe importante "pluralidade de critérios na própria banca do concurso". >> este aspecto é interessante. >> uma banca de um concurso de instrumento não implica em apenas instrumentistas manifestarem suas visões técnicas interpretativas, mas a presença de um compositor ou regente é sempre interessante, sobretudo se o compositor ou regente tiver uma visão mais recente de prática e criação musical. >> pois traria às bancas aquele oxigênio que é resultado do entrecruzamento de visões. >> é assim que recentemente em uma banca de composição uma das coisas que mais nos chamou a atenção foi a prática enquanto musicista do compositor concorrente, e o fato de ter um regente na banca ajudou justamente a pontuar esta diferença, que sem dúvida está também inscrita na partitura do jovem compositor. >> >> bancas que reúnem apenas especialistas e de visões coincidentes, acabam sendo bancas sem surpresas. >> creio que talvez, paralelamente à questão da "fidelidade à partitura" temos também a da homogeneidade ou não da banca, e da importância de atentarmos para a possibilidade de novos modos de se compor bancas (sobretudo atualmente em que para cada banca assina-se um termo de ética que impede que se tenha trabalhado ou sido professor de concorrentes, etc...e que tem tornado cada vez mais difícil montar tais bancas). >> >> abs >> silvio >> >> >> On Oct 25, 2011, at 11:41 AM, Catarina Domenici wrote: >> >>> >>> Prezada Zélia, >>> >>> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), lanço o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão no momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro lugar, temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro de edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos na mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na mão esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo Miranda). Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão do texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de metrônomo para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns poucos compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", corre o grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica a compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas próprias indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na pag.2, seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. Temos o mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" na pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú calmo") e que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na pag. 3, acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o intérprete escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como essas seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários problemas de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, tem tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que se espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >>> >>> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento das edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não poderia ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda estamos desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de fidelidade à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos afastamos historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação na qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na construção de interpretações desse repertório. >>> >>> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia deixar de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se debruçando sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória do pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. Pianista cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem se interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John Giordano, declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that it's hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, it's mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. Mas para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução minha). >>> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro pianista, o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do concurso. >>> >>> Que o debate prossiga! >>> >>> Cordialmente, >>> >>> Catarina Leite Domenici >>> >>> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >>> >>>> Assino em baixo. >>>> >>>> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos >>>> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>>> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o >>>> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta >>>> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>> >>>> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching >>>> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>>> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos >>>> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>> >>>> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; >>>> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade >>>> do juri. >>>> >>>> Zélia Chueke >>>> >>>> >>>>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe >>>>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>>>> termos. >>>>> Cristina Capparelli Gerling >>>>> >>>>> >>>>> Citando Carlos Palombini : >>>>> >>>>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with >>>>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>>>> democracy >>>>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa >>>>>> e >>>>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se >>>>>> não, a democracia é uma farsa." >>>>>> >>>>>> cp >>>>>> >>>>>> -- >>>>>> carlos palombini >>>>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>>>> >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> ________________________________________________ >>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> ________________________________________________ >>>>> >>>> >>>> >>>> Zélia Chueke, DMA >>>> Pianist - researcher >>>> Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>>> www.zeliachueke.com >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > From paulinyi em yahoo.com Wed Oct 26 12:51:59 2011 From: paulinyi em yahoo.com (Zoltan Paulinyi) Date: Wed, 26 Oct 2011 07:51:59 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] divulgacao brasileira na Europa (chamada de projetos) Message-ID: <1319640719.8322.YahooMailNeo@web110504.mail.gq1.yahoo.com> Prezados professores e colegas músicos, Gostaria de convidá-los a propor projetos de divulgação de atividades (acadêmicas / musicais) brasileiras na Europa e possivelmente Ásia. Não damos fórmula de projeto, pois esperamos contribuições criativas e não convencionais, tendo em vista a expansão de atividades acadêmicas e de recitais do Duo SPES, incluindo leste europeu, Inglaterra e Irlanda. Tais atividades fomentam a produção de novos compositores por meio de concursos e concertos, convites diversos a músicos, divulgação de trabalhos acadêmicos por meio de apresentações em congressos, gravação e edição de discos na Europa, onde a legislação é um pouco diferente da brasileira. O cenário é amplo e propício para formular projetos variados, desde musicologia e teoria até performance. Proponentes devem indicar recursos concretos que podem oferecer para a realizar o projeto. Sequer é necessária relação direta com o objeto da proposta, mas o grau de viabilidade aumenta a prioridade na execução de projetos. Projetos devem submetidos para: Paulinyi em yahoo.com Não há prazos, pois os trabalhos são realizados de forma contínua. Evidentemente os primeiros projetos recebem prioridade no planejamento de atividades. Documentos complementares e comprobatórios, tanto em português quanto inglês, poderão ser solicitados ao longo da seleção e execução. Cordialmente, Zoltan Paulinyi. ---- http://spes.Paulinyi.com -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From jorlandoalves em ig.com.br Wed Oct 26 21:10:30 2011 From: jorlandoalves em ig.com.br (Jose Orlando Alves) Date: Wed, 26 Oct 2011 21:10:30 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?CANTATA_BRUTA_-_uma_composi=E7=E3o_?= =?iso-8859-1?q?coletiva?= Message-ID: Prezados associados, Encaminho abaixo um breve release da nossa Cantata Bruta, elaborada em conjunto por seis compositores atuantes na UFPB: Didier Guigue, Eli-Eri Moura, J. Orlando Alves, Marcílio Onofre, Valério Fiel, e Wilson Guerreiro. A estréia ocorrerá nesse sábado, 29/10, às 20:00, em João Pessoa. Obrigado pela divulgação. J. Orlando Alves PPGM - UFPB Departamento de Música COMPOMUS - Laboratório de Composição da UFPB *CANTATA BRUTA* ? NA HOMENAGEM AOS 70 ANOS DE W. J. SOLHA (ver cartaz em anexo) Numa realização da Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE) e da Fundação Espaço Cultural (FUNESC), a Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa (OCCJP) apresentará nos dias 29 (sábado) e 30 (domingo) de outubro, às 20h, no Cine Bangüê (Espaço Cultural), um concerto inédito em vários sentidos. Trata-se da estréia da Cantata Bruta, sobre texto de W. J. Solha, para dois solistas, dois declamadores, sons eletrônicos, coro e orquestra sinfônica. Junto com a orquestra, estarão se apresentando a mezzo-soprano Maria Juliana Linhares, o tenor Edd Evangelista, o ator Walmar Pessoa, a atriz Suzy Lopes e o Coro Sonantis (do COMPOMUS/UFPB), sob a regência de Eli-Eri Moura, direção de palco e iluminação de Jorge Bweres. O ineditismo começa com o fato de a obra ser uma composição coletiva de seis compositores atuantes em João Pessoa. Os compositores são Didier Guigue, Eli-Eri Moura, J. Orlando Alves, Marcílio Onofre, Valério Fiel, e Wilson Guerreiro. Inédita também é a abordagem da Cantata Bruta, que traz para o palco do Bangüê o tema da violência e da banalidade da vida humana na sociedade contemporânea. A Cantata Bruta é também parte de uma programação especial promovida pela FUNESC e FUNJOPE, com apoio da UFPB, para homenagear o multi-artista W. J. Solha, que faz 70 anos em 2011. Por dois meses, os seis compositores trabalharam na música da Cantata, cujo texto tem como referência central o premiado livro de Solha ?História Universal da Angústia?. Complementando a programação, no sábado, dia 29, às 19h, antes do concerto, será inaugurada a exposição ?Waldemar José Solha: O Tempo Não Pára?, com quadros novos e antigos do artista, no hall do Cine Banguê do Espaço Cultural. A exposição tem como curadores Maurise Quaresma, Diretora da Galeria de Arte Archidy Picado, e Sidney Azevedo, Coordenador de Artes Plásticas da FUNESC. A exposição também contará com a colaboração dos restauradores Fernando Diniz e Dulce Enriques. Já no domingo, dia 30, às 18h, haverá na Sala Verde do Espaço Cultural um Bate Papo Literário com a presença do próprio W. J. Solha. A idéia é fazer um encontro informal com o autor, no qual estarão presentes, como debatedores, o jornalista e poeta Astier Basílio, o Coordenador de Literatura e Memória Cultural da FUNESC Archidy Picado Filho, e o jornalista Walter Galvão, Editor Geral do Sistema Correio de Comunicação. No Bate Papo a audiência poderá participar formulando questões diretamente a Solha. A programação se encerra com a reapresentação da Cantata Bruta, às 20h, no Cine Bangüê, após o debate literário. Toda a programação tem entrada franqueada ao público. ESTÃO TODOS CONVIDADOS! eli-eri moura *www.cchla.ufpb.br/compomus* -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Cantata Bruta.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 122923 bytes Descrição: não disponível URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Thu Oct 27 01:02:59 2011 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Wed, 26 Oct 2011 20:02:59 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> Message-ID: <1319684579.79829.YahooMailClassic@web161706.mail.bf1.yahoo.com> Já que é pra prosseguir o debate, vamos lá.   Peço licença pra incluir minha bibliografia do doutorado: se as questões das Práticas Interpretativas são o que são, o problema da hermêutica é crucial para a auto-compreensão da área. Gadamer, no tratado "Verdade e Método" (um livro de filosofia em estado bruto) já rebatia as pretensões do movimento HIP em "chegar a uma interpretação autêntica". Claro que não há como desprezar essa abordagem do repertório (vide Schiff), mas continuo sentindo falta de definir o que é uma intepretação, o que é esse gesto que reúne compreensão do objeto, auto compreensão e compreensão da tradição em torno do mesmo movimento de diálogo.    Sobre o timbre, acho que é uma variável muito sujeita a intensidade, por isso mais difícil de ser quantificável num programa de computador que seja feito pra comparar performances... Principalmente num instrumento com o violao, ou o piano, em que muitas vezes a intenção de dinâmica é dada pelo timbre e vice versa. Esses programas estão avançando mas acho que sempre vamos ter o problema de como usar nosso ouvido, como orientar a escuta. Não sei como um programa de computador pode ajudar especificamente nisso... A Análise tão elogiada da Catarina trabalha com construção de argumentos ligada a percepção sonora, e uma boa dose de entendimento da tradição interpretativa. Não sou contra tecnologia, mas me parece que essas habilidades, além de serem mais importantes, serão sempre necessárias. Abraços, Luciano --- Em qua, 26/10/11, Zélia Chueke escreveu: De: Zélia Chueke Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] fidelidade à partitura Para: "Fausto Borem" Cc: "anppom-l em iar.unicamp.br" Data: Quarta-feira, 26 de Outubro de 2011, 8:20 Querida Catarina, Como disse o Fausto tão bem, quem sabe verbaliza bem, e da aula! A discussão é fascinante, e tenho me deparado com surpresas como por exemplo, esta fascinação atual pelo timbre, que as pessoas agoar estão tratando como se tivesse sido descoberto agora. Desde quando o timbre e sta dissociado da escuta? Qdo. ouvimos uma nota, ela vem com tudo; duração, altura, intensidade e timbre! Fiquei pasma quando descobri recentemente que os programas que registram graficos de performances incluem apenas tempo e ritmo, mas não dinamica e timbre. Agora estão pesquisando programas que incluam o "resto", ou eja, oq eu justifca a musica vomo sendo basicamente "como" e não "o que"  ou seja, podemos ouvir as mesmas notas com o mesmo ritmo, mas se mudamos o tempo e a dinâmica, tudo se transforma, e sabemos então que se tratam de trechos musicais diferentes. No caso que você descreve, sim , muda tudo, pois se trata primeiro de nota, ou seja, se pudesssemos perguntar ao Mignone (qdo. tooquei os 6 preludios e 1/2 dele, liguei para a casa dele e ele me tirou uma duvida na hora) seria otimo, mas não sei se alguém tem a resposta para esta duvidas especificas, então devemos nos basear no conhecimento prévio de obras do compositor, do estilo, etc. e buscar meios para resolver o problema, como em edição de partituras. Ontem mesmo, com meus aunos de mestrado, estava falando sobre a edição de uma obra recem editada do Debussy (uma primeira versão do estudo Pour les Arpèges Composés), que so foi possivel por causa do conhecimento profundo do editor, Roy Howat, sobre o compositor e sua musica; e a edição, comparada com o manuscrito, que acompanha a partitura, mostra a pertinência das decisões que foram tomadas. E aqui tb, se alguém quiser contestar, conteste e toque de outro jeito, faça sua propria pesquisa, use seus proprios conchecimentos! E para isto que pessoas como você formam musicos, para que eles possam ser independentes, afinal a musica é uma atividade que demanda esta solida formação, para não precisarmos passar a vida perguntando a professores ou a musicologos, se estamos no caminho certo. E olha que algumas vezes, como você sabe, devemos perguntar  sim, a quem sabe! Mas a formação musical hoje em dia esta tão ameaçada, que tem-se esquecido facilmente uma logica que Ligeti colocava simplesmente, dizendo que "não teria chegado onde chegou se não fosse por sua solida formação classica". Voltando à idéia do todo , as indicações de andamento do Mignone, me parecem fruto de uma preocupação semelhante à do Schnabel qdo. editou a op.101 de Beethoven (falos desta, pq estudei)colocando mudanças indicações de metrônomo  que aparentemente recortam a peça, mas logicamente nem ele tocava assim, nem queria que tocassem assim, é apenas um cuidado para mostra que o carater dos trechos muda (tempo=espirito do trecho), que devemos levar mais ou menos tempo para "dizer" aquele trecho, mas sempre como parte de um todo, de uma historia, que tem começo, meio e fim, e que é na verdade a primeira coisa que temos que perceber antes de começar a cosntruir uma performance : o começo, o meio e o fim. Ontem, na minha aula sobre o Xenakis, li um trecho do Helffer que dizia que a peça tem começo e fim, mas o meio nao apresenta evolução; é verdade, a peça tem Intro e Coda, e tem seções A, B, C, D, E, F, que o pianista soube separar (baseado em diferenças do material timbristico), pois é o que precisamos para tocar, saber o que esta acontecendo, onde vamos e como vamos. Voltamos ao "como". Musica é "como". Sim, você temm razão qdo. fala que qto. mais nos afastamos do repertorio, menos informação concreta temos. Certo. Nossa formação com grandes professores nos deu certezas que talvez não tivessemsos, mas que podem ainda ser confirmadas por publicações como o Versuch...do CPEBach etc. De qq forma, mesmo com todo o respaldo musicologico, nos deparamos com situações como a que a Eva Badura Skoda me descreveu, sobre um festival Haydn que organizou em Schölnbrun, com membros do ballet da Opera dançando os minuetos; teve que contratar uma orquestra de ultima hora, pois o andamento das gravações existentes tornava impossivel que os dançarinos se movimentassem devidamente com as "seidrücke". Então, esta informação é preciosa para quem for tocar Haydn; talvez seja melhor ignorar as gravações e adotar um tempo possivel para ser dançado com as roupas da época; da mesma forma Bach, sem o exagêro de Gould, podemos ver o exemplo de Schiff, que se inspira na tradição dos instrumentos de época e leva este conceito sonoro para sua execução. Toda a experiência com o passado pode ser transprotada para a musica de hoje, se for solidamente vivenciada. E assim, temos as ferramentas para evitar esta situação que você descreve : "Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma  interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do  ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento)." Estamos falando aqui de darmos, como professores, as ferramentas para que os futuros intérpretes tomem suas pps decisões. Sua descrição é perfeita, e fazer sentido do todo é o primeiro passo, e espero que muitos alunos continuem aproveitando de seus ensinamentos. Grande abraço, e mais uma vez cumprimentos pela brilhante exposição. Zélia > Oi Catarina, > > Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões em > um > artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. > > > Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici < > catarina em catarinadomenici.com> escreveu: > >> >> Prezada Zélia, >> >> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que >> merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o >> intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), >> lanço >> o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão >> no >> momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro >> lugar, >> temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro >> de >> edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos >> na >> mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na >> mão >> esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo >> Miranda). >> Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão >> do >> texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de >> metrônomo >> para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns >> poucos >> compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, >> construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" >> seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", >> corre o >> grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica >> a >> compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas >> próprias >> indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na >> pag.2, >> seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. >> Temos o >> mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" >> na >> pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. >> Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria >> dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú >> calmo") e >> que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na >> pag. 3, >> acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se >> precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e >> crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o >> intérprete >> escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como >> essas >> seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários >> problemas >> de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de >> "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no >> compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, >> tem >> tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa >> linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que >> se >> espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima >> exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo >> que >> está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma >> interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do >> ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com >> alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >> >> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento >> das >> edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto >> impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de >> interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não >> poderia >> ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o >> non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda >> estamos >> desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre >> espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de >> fidelidade >> à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse >> repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" >> sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento >> HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos >> afastamos >> historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação >> na >> qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na >> construção de interpretações desse repertório. >> >> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia >> deixar >> de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da >> fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se >> debruçando >> sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória >> do >> pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. >> Pianista >> cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere >> aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem >> se >> interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: >> http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. >> Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John >> Giordano, >> declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that >> it's >> hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong >> Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For >> anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, >> it's >> mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão >> fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais >> difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. >> Mas >> para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução >> minha). >> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro >> pianista, >> o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de >> Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do >> concurso. >> >> Que o debate prossiga! >> >> Cordialmente, >> >> Catarina Leite Domenici >> >> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >> >> > Assino em baixo. >> > >> > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >> objetivos >> > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >> > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >> competição,o >> > subjetivo quase  nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >> Conta >> > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >> > >> > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >> coaching >> > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >> > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >> candidatos >> > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >> > >> > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >> artistas; >> > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >> > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >> autoridade >> > do juri. >> > >> > Zélia Chueke >> > >> > >> >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >> pressupõe >> >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >> >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >> >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >> >> candidato. Neste  tipo de situação, uns tocam  e outros decidem, os >> >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >> >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >> >> termos. >> >> Cristina Capparelli Gerling >> >> >> >> >> >> Citando Carlos Palombini : >> >> >> >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >> with >> >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >> >>> democracy >> >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >> começa >> >>> e >> >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >> autoridade, >> se >> >>> não, a democracia é uma farsa." >> >>> >> >>> cp >> >>> >> >>> -- >> >>> carlos palombini >> >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> >>> >> >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> >> >> > >> > >> > Zélia Chueke, DMA >> > Pianist - researcher >> > Professor of Music- DeArtes, UFPR >> > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >> > www.zeliachueke.com >> > >> > ________________________________________________ >> > Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > > -- > Fausto Borém > Editor de PER MUSI > > UFMG - Escola de Música > Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha > 31.270-010 Belo Horizonte - MG > Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From gustavoangelod em gmail.com Thu Oct 27 01:33:08 2011 From: gustavoangelod em gmail.com (gustavo dias) Date: Thu, 27 Oct 2011 01:33:08 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: <14DF0189-F162-48AF-A75F-6E4F06F521E8@uol.com.br> Message-ID: Com licença, será que notamos todos que os nomes fictícios podem conter algo beeem grave? Sra. Adolfa - seria uma referência ao Sr. Adolf, aquele do bigodinho? Sra. Benita - seria o Sr. Benito Mussolini? E o Sr. Blondi - seria esse aqui? http://pt.wikipedia.org/wiki/Blondi Espero que todos estejam lendo bem esta discussão toda, como eu tenho lido e acompanhado com curiosidade. E que leiamos realmente, pois algumas coisas me parecem ter saído do âmbito do bom senso e do respeito. Abraços a todos. Gustavo Dias. Em 26 de outubro de 2011 05:19, George Farias escreveu: > Concordo plenamente com o último texto (escrito por Thiago): um ótimo > manifesto pelo resgate da liberdade de fazer arte... > > Mas, tentando somar na construção de reflexões sobre os aspectos levantados > (talvez o que nos reste neste tópico), lembro de uma antiga questão > relacionada com o critério da "fidelidade à partitura": até que ponto a > partitura é fiel à música?* > * > George > > ------------------------------ > From: thiagocolombo em hotmail.com > To: silvioferrazmello em uol.com.br; anppom-l em iar.unicamp.br > Date: Tue, 25 Oct 2011 18:48:33 +0000 > > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí > > Desculpem a minha intromissão, mas estou apavorado com a dimensão deste > tópico. Era um concurso como tantos, gerando polêmica como tantos e, o pior, > pagando R$ 5000 para o primeiro colocado, certo? O prêmio não pagava as > horas de esforço, nem o incômodo com o juri, nem o incômodo do juri, muito > menos estas tantas linhas de debate sobre critérios, justiça, ética > concurseira, etc. Incrível como esta praga novecentista ainda move o mundo > da música, criando rancor, renegando qualquer ambição artística para décimo > plano, fomentando uma visão equivocada, linear, do que é nível musical, > gastando um tempo precioso que os músicos poderiam usar para produzir > música, difundir música como arte e não como esporte (não tenho nada contra > os esportes, mas acho que fazem parte de outra categoria e o que difere > artes e esportes é justamente o ponto "critérios objetivos" que separam 1° e > 2° colocado.)... Os concursos são uma boa oportunidade, uma ótima > oportunidade para (re)pensar o que se quer tocando um piano ou uma caixeta. > > > Thiago Colombo de Freitas > > Universidade Federal de Pelotas > > Centro de Artes > > Professor dos cursos de Música > > > ------------------------------ > From: silvioferrazmello em uol.com.br > Date: Mon, 24 Oct 2011 23:48:54 -0200 > To: anppom-l em iar.unicamp.br > Subject: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí > > > > Begin forwarded message: > > *From: *silvioferrazmello > *Date: *October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00 > *To: *Cristina Capparelli Gerling > *Subject: **Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí* > > cristina e colegas, > > creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o que é > fidelidade à partitura. > no mais: > mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de > grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc) > e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual mais > ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc. > e não há nada de errado nisto. > > abs > silvio > > On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: > > Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso > assumido entre competidor e avaliadores. > > > Cristina > > > Citando Zélia Chueke : > > > Assino em baixo. > > > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos > > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes > > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o > > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta > > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. > > > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching > > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes > > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos > > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! > > > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; > > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a > > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade > > do juri. > > > Zélia Chueke > > > > Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe > > que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez > > que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma > > consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do > > candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os > > papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta > > premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os > > termos. > > Cristina Capparelli Gerling > > > > Citando Carlos Palombini : > > > Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with > > this point. Kids must be educated to disrespect authority or else > > democracy > > is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa > > e > > termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se > > não, a democracia é uma farsa." > > > cp > > > -- > > carlos palombini > > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > > > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > > > > Zélia Chueke, DMA > > Pianist - researcher > > Professor of Music- DeArtes, UFPR > > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > > www.zeliachueke.com > > > > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > > > > ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l________________________________________________ > > ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From zepadovani em gmail.com Thu Oct 27 09:57:58 2011 From: zepadovani em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?jos=E9_henrique_padovani?=) Date: Thu, 27 Oct 2011 09:57:58 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?situa=E7=E3o_da_composi=E7=E3o_e_da?= =?iso-8859-1?q?_musicologia_nos_=28novos=29_cursos_de_m=FAsica?= Message-ID: <4EA94746.3080308@gmail.com> Olá, essa informação desoladora chegou até mim e gostaria de fazê-la circular e, aproveitando, saber como andam as coisas em outras universidades pelo Brasil. "...o Depto. de Música da UFJF acaba de votar CONTRA a criação de duas novas modalidades para o curso (Musicologia e Composição). O curso só conta até agora com a modalidade instrumentista de época (e permitindo o ingresso de cada vez menos estudantes; apenas 7 este ano)..." Aliás, se alguém souber: 1. Quantos são os cursos de música com habilitação em composição no Brasil? 2. Chegamos a aceitar quantos novos estudantes de graduação em composição por ano? abraços, josé henrique -- http://zepadovani.info From magali.kleber em gmail.com Thu Oct 27 10:07:05 2011 From: magali.kleber em gmail.com (magali kleber) Date: Thu, 27 Oct 2011 10:07:05 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Concurso_-_Professor_de_Reg=EAncia?= In-Reply-To: <1319707671.67784.YahooMailNeo@web160311.mail.bf1.yahoo.com> References: <1319707671.67784.YahooMailNeo@web160311.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Divulgando, Magali Kleber ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Thaís Aragão Data: 27 de outubro de 2011 07:27 Assunto: [forumnacionaldemusica] Concurso - Professor de Regência Para: ** Concurso Público para Professor de Regência da Embap INSCRIÇÕES DE 31 DE OUTUBRO A 18 DE NOVEMBRO. http://www.embap.pr.gov.br/**modules/conteudo/conteudo.php?**conteudo=115 __._,_.___ | através de email| Responder através da web| Adicionar um novo tópico Mensagens neste tópico( 1) Atividade nos últimos dias: Visite seu Grupo Todas as ofertas dos clubes de compras em um só lugar. 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URL: From catarina em catarinadomenici.com Wed Oct 26 21:24:29 2011 From: catarina em catarinadomenici.com (Catarina Domenici) Date: Wed, 26 Oct 2011 21:24:29 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> Message-ID: <9D7A89E3-95F1-49AE-A0F1-EF38954DCE67@catarinadomenici.com> Oi Fausto, Obrigada pela mensagem e pela sugestão. Vou fazer isso sim! Abraço, Catarina On Oct 26, 2011, at 4:29 AM, Fausto Borem wrote: > Oi Catarina, > > Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões em um artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. > > > Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici escreveu: > > Prezada Zélia, > > Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), lanço o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão no momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro lugar, temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro de edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos na mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na mão esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo Miranda). Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão do texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de metrônomo para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns poucos compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", corre o grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica a compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas próprias indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na pag.2, seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. Temos o mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" na pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú calmo") e que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na pag. 3, acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o intérprete escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como essas seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários problemas de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, tem tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que se espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). > > Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento das edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não poderia ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda estamos desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de fidelidade à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos afastamos historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação na qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na construção de interpretações desse repertório. > > E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia deixar de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se debruçando sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória do pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. Pianista cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem se interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John Giordano, declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that it's hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, it's mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. Mas para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução minha). > É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro pianista, o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do concurso. > > Que o debate prossiga! > > Cordialmente, > > Catarina Leite Domenici > > On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: > > > Assino em baixo. > > > > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos > > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes > > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o > > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta > > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. > > > > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching > > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes > > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos > > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! > > > > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas; > > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a > > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade > > do juri. > > > > Zélia Chueke > > > > > >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe > >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez > >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma > >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do > >> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os > >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta > >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os > >> termos. > >> Cristina Capparelli Gerling > >> > >> > >> Citando Carlos Palombini : > >> > >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with > >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else > >>> democracy > >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa > >>> e > >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se > >>> não, a democracia é uma farsa." > >>> > >>> cp > >>> > >>> -- > >>> carlos palombini > >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > >>> > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > >> > > > > > > Zélia Chueke, DMA > > Pianist - researcher > > Professor of Music- DeArtes, UFPR > > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > > www.zeliachueke.com > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > -- > Fausto Borém > Editor de PER MUSI > > UFMG - Escola de Música > Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha > 31.270-010 Belo Horizonte - MG -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From catarina em catarinadomenici.com Wed Oct 26 22:04:09 2011 From: catarina em catarinadomenici.com (Catarina Domenici) Date: Wed, 26 Oct 2011 22:04:09 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <20111026110743.44314filvqfhbzmn@webmail.usp.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> <20111026110743.44314filvqfhbzmn@webmail.usp.br> Message-ID: Cara Márcia, Que belo excerto! Fala com muita simplicidade e eloquencia da natureza efêmera e da experiência estética da performance. Abraço, Catarina On Oct 26, 2011, at 11:07 AM, marciakazue em usp.br wrote: > Caros colegas, > > Gostari de dar uma contribuição musicológica a respeito da discussão a respeito da fidelidade ao texto. > > "Quantas vezes o vi levantar-se do sofá onde estava deitado e pegar meu lugar no piano para tocar. Como ele sentia a peça ? que eu tinha tocado mal, que seja dito ?, numa forma completamente diferente, apesar d?eu ter trabalhado longa e arduamente nela! Assim terminava a aula, para não querer esquecer essa experiência, que tinha escutado de uma forma religiosa. Na aula seguinte, quase satisfeito com a moda imitativa que eu havia trabalhado a peça, eu a toquei novamente. Infelizmente, quando terminei, Chopin, mais uma vez, esticado sobre o sofá, levantou, com uma repreensão, sentou-se ao piano dizendo, ?escute, é assim que deveria de ser?. E ele procedeu a tocar novamente numa maneira totalmente diferente. Eu pude responder apenas com lágrimas que essa demonstração não se assemelhava em nada com a primeira. Desencorajamento envolveu todo meu ser. Então ele sentiu pena de mim, dizendo que estava quase bom, ?apenas não do jeito que o sinto"(Peru, um aluno de Chopin apud Eigeldinger 1986, p.55 e 56). > > EIGELDINGER, Jean-Jacques. (1986). Chopin pianist and teacher. Nova York, Cambridge University Press. > > Abs, > > Marcia > > suas obras ao piano que preconizava que Bach nãoCitando Zélia Chueke : > >> Querida Catarina, >> >> Como disse o Fausto tão bem, quem sabe verbaliza bem, e da aula! >> >> A discussão é fascinante, e tenho me deparado com surpresas como por >> exemplo, esta fascinação atual pelo timbre, que as pessoas agoar estão >> tratando como se tivesse sido descoberto agora. Desde quando o timbre e >> sta dissociado da escuta? Qdo. ouvimos uma nota, ela vem com tudo; >> duração, altura, intensidade e timbre! >> >> Fiquei pasma quando descobri recentemente que os programas que registram >> graficos de performances incluem apenas tempo e ritmo, mas não dinamica e >> timbre. Agora estão pesquisando programas que incluam o "resto", ou eja, >> oq eu justifca a musica vomo sendo basicamente "como" e não "o que" ou >> seja, podemos ouvir as mesmas notas com o mesmo ritmo, mas se mudamos o >> tempo e a dinâmica, tudo se transforma, e sabemos então que se tratam de >> trechos musicais diferentes. >> >> No caso que você descreve, sim , muda tudo, pois se trata primeiro de >> nota, ou seja, se pudesssemos perguntar ao Mignone (qdo. tooquei os 6 >> preludios e 1/2 dele, liguei para a casa dele e ele me tirou uma duvida na >> hora) seria otimo, mas não sei se alguém tem a resposta para esta duvidas >> especificas, então devemos nos basear no conhecimento prévio de obras do >> compositor, do estilo, etc. e buscar meios para resolver o problema, como >> em edição de partituras. Ontem mesmo, com meus aunos de mestrado, estava >> falando sobre a edição de uma obra recem editada do Debussy (uma primeira >> versão do estudo Pour les Arpèges Composés), que so foi possivel por causa >> do conhecimento profundo do editor, Roy Howat, sobre o compositor e sua >> musica; e a edição, comparada com o manuscrito, que acompanha a partitura, >> mostra a pertinência das decisões que foram tomadas. E aqui tb, se alguém >> quiser contestar, conteste e toque de outro jeito, faça sua propria >> pesquisa, use seus proprios conchecimentos! E para isto que pessoas como >> você formam musicos, para que eles possam ser independentes, afinal a >> musica é uma atividade que demanda esta solida formação, para não >> precisarmos passar a vida perguntando a professores ou a musicologos, se >> estamos no caminho certo. E olha que algumas vezes, como você sabe, >> devemos perguntar sim, a quem sabe! Mas a formação musical hoje em dia >> esta tão ameaçada, que tem-se esquecido facilmente uma logica que Ligeti >> colocava simplesmente, dizendo que "não teria chegado onde chegou se não >> fosse por sua solida formação classica". >> >> Voltando à idéia do todo , as indicações de andamento do Mignone, me >> parecem fruto de uma preocupação semelhante à do Schnabel qdo. editou a >> op.101 de Beethoven (falos desta, pq estudei)colocando mudanças indicações >> de metrônomo que aparentemente recortam a peça, mas logicamente nem ele >> tocava assim, nem queria que tocassem assim, é apenas um cuidado para >> mostra que o carater dos trechos muda (tempo=espirito do trecho), que >> devemos levar mais ou menos tempo para "dizer" aquele trecho, mas sempre >> como parte de um todo, de uma historia, que tem começo, meio e fim, e que >> é na verdade a primeira coisa que temos que perceber antes de começar a >> cosntruir uma performance : o começo, o meio e o fim. Ontem, na minha aula >> sobre o Xenakis, li um trecho do Helffer que dizia que a peça tem começo e >> fim, mas o meio nao apresenta evolução; é verdade, a peça tem Intro e >> Coda, e tem seções A, B, C, D, E, F, que o pianista soube separar (baseado >> em diferenças do material timbristico), pois é o que precisamos para >> tocar, saber o que esta acontecendo, onde vamos e como vamos. Voltamos ao >> "como". Musica é "como". Sim, você temm razão qdo. fala que qto. mais nos >> afastamos do repertorio, menos informação concreta temos. Certo. >> >> Nossa formação com grandes professores nos deu certezas que talvez não >> tivessemsos, mas que podem ainda ser confirmadas por publicações como o >> Versuch...do CPEBach etc. De qq forma, mesmo com todo o respaldo >> musicologico, nos deparamos com situações como a que a Eva Badura Skoda me >> descreveu, sobre um festival Haydn que organizou em Schölnbrun, com >> membros do ballet da Opera dançando os minuetos; teve que contratar uma >> orquestra de ultima hora, pois o andamento das gravações existentes >> tornava impossivel que os dançarinos se movimentassem devidamente com as >> "seidrücke". Então, esta informação é preciosa para quem for tocar Haydn; >> talvez seja melhor ignorar as gravações e adotar um tempo possivel para >> ser dançado com as roupas da época; da mesma forma Bach, sem o exagêro de >> Gould, podemos ver o exemplo de Schiff, que se inspira na tradição dos >> instrumentos de época e leva este conceito sonoro para sua execução. >> >> Toda a experiência com o passado pode ser transprotada para a musica de >> hoje, se for solidamente vivenciada. >> >> E assim, temos as ferramentas para evitar esta situação que você descreve >> : "Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos >> aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na >> partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, >> tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal >> qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças >> abruptas de andamento)." >> >> Estamos falando aqui de darmos, como professores, as ferramentas para que >> os futuros intérpretes tomem suas pps decisões. Sua descrição é perfeita, >> e fazer sentido do todo é o primeiro passo, e espero que muitos alunos >> continuem aproveitando de seus ensinamentos. >> >> Grande abraço, e mais uma vez cumprimentos pela brilhante exposição. >> Zélia >> >>> Oi Catarina, >>> >>> Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões em >>> um >>> artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. >>> >>> >>> Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici < >>> catarina em catarinadomenici.com> escreveu: >>> >>>> >>>> Prezada Zélia, >>>> >>>> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que >>>> merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o >>>> intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), >>>> lanço >>>> o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão >>>> no >>>> momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro >>>> lugar, >>>> temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro >>>> de >>>> edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos >>>> na >>>> mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na >>>> mão >>>> esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo >>>> Miranda). >>>> Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão >>>> do >>>> texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de >>>> metrônomo >>>> para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns >>>> poucos >>>> compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, >>>> construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" >>>> seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", >>>> corre o >>>> grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica >>>> a >>>> compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas >>>> próprias >>>> indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na >>>> pag.2, >>>> seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. >>>> Temos o >>>> mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" >>>> na >>>> pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. >>>> Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria >>>> dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú >>>> calmo") e >>>> que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na >>>> pag. 3, >>>> acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se >>>> precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e >>>> crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o >>>> intérprete >>>> escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como >>>> essas >>>> seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários >>>> problemas >>>> de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de >>>> "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no >>>> compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, >>>> tem >>>> tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa >>>> linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que >>>> se >>>> espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima >>>> exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo >>>> que >>>> está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma >>>> interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do >>>> ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com >>>> alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >>>> >>>> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento >>>> das >>>> edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto >>>> impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de >>>> interpretação de >>>> poderia >>>> ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o >>>> non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda >>>> estamos >>>> desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre >>>> espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de >>>> fidelidade >>>> à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse >>>> repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" >>>> sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento >>>> HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos >>>> afastamos >>>> historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação >>>> na >>>> qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na >>>> construção de interpretações desse repertório. >>>> >>>> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia >>>> deixar >>>> de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da >>>> fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se >>>> debruçando >>>> sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória >>>> do >>>> pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. >>>> Pianista >>>> cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere >>>> aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem >>>> se >>>> interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: >>>> http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. >>>> Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John >>>> Giordano, >>>> declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that >>>> it's >>>> hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong >>>> Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For >>>> anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, >>>> it's >>>> mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão >>>> fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais >>>> difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. >>>> Mas >>>> para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução >>>> minha). >>>> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro >>>> pianista, >>>> o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de >>>> Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do >>>> concurso. >>>> >>>> Que o debate prossiga! >>>> >>>> Cordialmente, >>>> >>>> Catarina Leite Domenici >>>> >>>> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >>>> >>>> > Assino em baixo. >>>> > >>>> > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>>> objetivos >>>> > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>>> > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>>> competição,o >>>> > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>>> Conta >>>> > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>> > >>>> > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>>> coaching >>>> > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>>> > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>>> candidatos >>>> > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>> > >>>> > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>>> artistas; >>>> > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>> > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>>> autoridade >>>> > do juri. >>>> > >>>> > Zélia Chueke >>>> > >>>> > >>>> >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>>> pressupõe >>>> >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>> >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>> >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>> >> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>> >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>> >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>>> >> termos. >>>> >> Cristina Capparelli Gerling >>>> >> >>>> >> >>>> >> Citando Carlos Palombini : >>>> >> >>>> >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >>>> with >>>> >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>> >>> democracy >>>> >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>>> começa >>>> >>> e >>>> >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>>> autoridade, >>>> se >>>> >>> não, a democracia é uma farsa." >>>> >>> >>>> >>> cp >>>> >>> >>>> >>> -- >>>> >>> carlos palombini >>>> >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>> >>> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> Lista de discussões ANPPOM >>>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> >>>> > >>>> > >>>> > Zélia Chueke, DMA >>>> > Pianist - researcher >>>> > Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>> > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>>> > www.zeliachueke.com >>>> > >>>> > ________________________________________________ >>>> > Lista de discussões ANPPOM >>>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> > ________________________________________________ >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >>> >>> >>> -- >>> Fausto Borém >>> Editor de PER MUSI >>> >>> UFMG - Escola de Música >>> Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha >>> 31.270-010 Belo Horizonte - MG >>> >> >> >> Zélia Chueke, DMA >> Pianist - researcher >> Professor of Music- DeArtes, UFPR >> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >> www.zeliachueke.com >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From catarina em catarinadomenici.com Thu Oct 27 06:44:55 2011 From: catarina em catarinadomenici.com (Catarina Domenici) Date: Thu, 27 Oct 2011 06:44:55 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Recital_de_viol=E3o_com_eletronica_?= =?iso-8859-1?q?Campinas_28/out?= In-Reply-To: <016201cc9369$8fc60430$af520c90$@com.br> References: <016201cc9369$8fc60430$af520c90$@com.br> Message-ID: <71836BEF-4AC6-49E0-96D8-8D8E9452AE33@catarinadomenici.com> Caro Mannis, Gostaria de parabenizar a todos pela iniciativa! Grande abraço, Catarina On Oct 25, 2011, at 8:58 PM, Jose Augusto Mannis UOL wrote: > Colegas na Anppom, > > Estamos comemorando os 45 anos da Unicamp com um FESTIVAL idealizado e organizado pelo JONATAS (NICS) e pela DENISE (CIDDIC) e gostaríamos de compartilhar com VCs esses dois concertos de abertura. > > Essa programação reflete a heterogeneidade do trabalho de criação na Unicamp e varias de nossas vertentes musicais. > > Faria um destaque para a peça do Ignacio de Campos que creio que será apresentada em estréia mundial, pois a gravação dela no CD me parece que acabou sendo uma performance simulada em estúdio. > > Abraço a tod em s, > > Mannis > > > > VIOLONISTA ESPANHOL estréia obras brasileiras no Centro de Convivência Cultural > > 28/10, 20:00hs > > Centro de Convivência Cultural ?Carlos Gomes?, Sala Luis Otavio Burnier > Praça Imprensa Fluminense, s/ n°, Campinas (SP), Bairro Cambuí - tel (19) 3232-4168 > > Organização: NICS ? Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora da Unicamp > e CIDDIC ? Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp > > Obras de: Raul do Valle, Igor Maia, J. A. Mannis, Tristan Murail e Ignacio de Campos > > > > > Integrado à programação dos 45 anos da Unicamp e ao FESTIVAL DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA E TECNOLÓGIA DE CAMPINAS realizado nos dias 27 a 30 de outubro no Centro de Convivência Cultural de Campinas, este primeiro recital no Brasil do violonista espanhol VICTOR LANDEIRA traz à nossa platéia duas estréias brasileiras e uma estréia mundial de compositores da região de Campinas. Neste recital, teremos um violão renovado e original, não somente pelas novas músicas, mas também pelas novas sonoridades, novas técnicas apresentadas e também por novos recursos de tecnologia de áudio aplicados ao espetáculo. O violão será sonorizado de forma muito sutil através de uma técnica psicoacústica conhecida por Efeito Haas. O público estará ouvindo um instrumento com potência sonora aparente maior do que a de um instrumento acústico. A aplicação é resultado de experimentos em espetáculos realizados há mais de 20 anos por pesquisadores da Unicamp. > > > Informações: Igor Maia igorleaomaia em gmail.com - tel (19) 9168-4159 > > > > > Victor Landeira (Espanha) em recital de violão > > > > > Nascido em 1984 nas Ilhas Canárias (Espanha), começou a tocar a música popular de sua terra natal. Obteve sua licenciatura em Pedagogia em Violão pelo "ConservatórioSuperior de Música das Canárias" em 2006. Logo após, continuou seus estudos com Enno Vorhoorst e Zoran Dukic no Conservatório Real de Haia (Holanda), concluindoMestrado em 2011. Foi finalista em vários concursos destacando-se o de Cantabria-Espanha e Zwolle-Holland. Em 2007 ganhou o primeiro prêmio no ConcursoInternacional de Guitarra XII de La Fundación Blas Sánchez. Recebeu também bolsas de estudo a partir da Fundação MAPFRE Guanarteme (2007/08) e FundaciónUniversitaria de Las Palmas de Gran Canaria (2008/09 e 2010). Além de performer bastante atuante em música de câmara e recitais solistas tendo várias composições que lhe foram dedicadas, Victor é também compositor tendo estreado várias de suas obras em seus recitais. É membro da associação PROMUSCAN para promoção damúsica das Ilhas Canárias. Sua primeira gravação de obras para violão solo e música de câmara foi feita pelo selo RAL e, neste ano, lançou um álbum com a música de violão de Alfonso Broqua pelo selo INEXART. Víctor Landeira é um entusiasta da poesia, tendo publicado seu primeiro livro com uma coletânea de seus poemas intitulado "Reflejos". > > > PROGRAMA > > 1) RAUL DO VALLE - Vitrais (1993) para violão solo > > ?Vitrais? é uma obra modular aqui apresentada na sua versão para violão solo. Originalmente pode ser realizada com diferentes instrumentos: três instrumentos solo, três duos ou um trio com violão, flauta, oboé e/ou clarineta. A escrita se discorre sobre um jogo de frases soltas formando módulos sonoros que se interpenetram e se complementam. Os elementos estruturais se encadeiam a partir de filigranas instrumentais gerando fragmentos coloridos que se articulam como prismas num vitral. > > 2) RAUL DO VALLE - Contiguidades (1997) para violão solo > > Esta peça explora a idéia de avizinhar expressões sonoras aparentemente distintas criando uma ambiência favorável ao intérprete para dialogar, íntima e expressivamente, com seu violão. > > 3) IGOR MAIA - Reflejos (2011) para violão solo * (estréia brasileira) > > ?Reflejos? foi escrita para Victor Landeira homenageando-o por seu trabalho como poeta, sendo inspirada em seu livro homônimo. Nesta obra foram desenvolvidos vários aspectos da palavra e do conceito de reflexão. A obra é construída a partir de dois princípios de escritura musical: uma textura, estimulada com microtons, com partes autônomas e independentes; e um coral, também utilizando microtons, onde as partes evoluem de forma sincronizada com uma mesma figuração. > > 4) JOSÉ AUGUSTO MANNIS - Três Fragmentos (1990) para violão solo (versão acústica) * (estréia brasileira) > > Esta peça alterna três movimentos vivo (elástico), lento, rápido buscando estender o som do instrumento, ampliando sua marca, seu alcance vocal e seu virtuosismo. O crítico Michel Thion comenta na capa do CD TOTEM lançado em 1992 na França que o compositor brasileiro ?nos oferece três ?fragmentos? arquetípicos, curiosamente espanhóis, até o limite extremo?. Será interessante neste programa ouvir a obra, agora em sua versão acústica, interpretada por um autêntico violonista espanhol. > > 5) TRISTAN MURAIL - Tellur (1977) para violão solo > > Esta peça representou para Murail um desafio: como fazer com que um instrumento de sons breves como o violão possa produzir os continuums sonoros necessários à sua escritura composicional baseada em processos, transições e evoluções progressivas de situações e massas sonoras. A solução foi utilizar a técnica de rasgueado, bem como todo o estilo de interpretação e as sonoridades próprias ao flamenco. Ouve-se nesta peça passagens progressivas do som ao ruído, passando pela delicadeza dos harmônicos, as suaves ressonâncias residuais de acordes atacados abruptamente. Esta peça suscitou inovações técnicas como novos dedilhados para harmônicos, trilos multiplos de mão esquerda e mão direita. Segundo Murail, esta obra é um exemplo típico de uma música cujo conteúdo deriva essencialmente do material sonoro fornecido pelo instrumento. > > 6) IGNACIO CAMPOS - Motos Animi (1999) para violão e tape com difusão quadrifônica ** (estréia mundial) > > A obra busca, através de processos de análise espectral e simulação de síntese por modulação de freqüência, exteriorizar as particularidades espectrais internas dos sons do violão num fluxo harmônico dinâmico. Paralelo a isso, uma intensa dinâmica de eventos se estabelece temporalmente, seja no instrumento, seja nos sons eletrônicos, acentuando a importância do ?movimento? como foco central da peça. > O tempo do tape é estendido para permitir que pequenas variações internas do objeto musical sejam percebidas. Entretanto, para que não se altere o volume de informações estabelecido, a panorâmica toma corpo criando diálogos de movimentos. O instrumento e o tape se complementam num único discurso sonoro, ora se complementando, ora servindo de expansão das possibilidades sonoras. Dedicada ao violonista e amigo Frederico Grassano, falecido na década de 1990, essa peça busca retratar os ?movimentos de alma? do intérprete. > > > > COMPOSITORES > > RAUL DO VALLE > (1936) Natural de Leme (SP). Compositor e Professor Titular (aposentado) do Departamento de Música do Instituto de Artes da Unicamp. Estudou com Camargo Guarnieri e diplomou-se em sua classe de composição e regência no Conservatório Musical de Santos, em 1973. Foi contratado como professor da UNICAMP em março de 1974. Viajou no mesmo ano para a Europa, onde estudou com Nadia Boulanger, em Paris e com Alberto Ginastera, em Genebra. A partir de 1976 passou a residir em Paris onde estudou com Oliver Messiaen, Pierre Boulez e Iannis Xenakis. Participou de ateliers de criação com John Cage, Andre Boucourechliev, Andrey Eschpay, Ton de Leeuw e outros. É doutor em música pela UNICAMP e professor titular no Departamento de Música do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas/ UNICAMP. Especializou-se em m úsica eletroacústica no Groupe de Recherches Musicales - GRM, com Guy Reibel e Pierre Schaeffer, entre 1976/78. Sua produção inclui várias obras sinfônicas, de câmara e eletroacústicas, além de músicas para filmes, curtas e longas metragens, vídeos, teatro, dança e espetáculos multimídia. Sua obra Estrias IV, para violoncelo, representou o Brasil na 26º Tribuna Internacional dos Compositores, UNESCO, 1979, e foi destaque na Tribuna Internacional de Composição para América Latina e Caribe/TRIMALCA, UNESCO, São Paulo, 1980. Encadeamento, para cinco contrabaixos, representou o Brasil na 28ª Tribuna Internacional dos Compositores - UNESCO, Paris, 1981. Fruto de uma colaboração com o ornitólogo e bioacústico Jacques Vielliard (1944-2010), criou em 1983 o núcleo interdisciplinar de comunicação sonora/NICS e foi seu coordenador de 1983 a 2000. É membro fundador da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea/SBMC; membro fundador da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica/SBME; membro fundador da Academia Paulista de Música e Academia Campineira de Música. Em 1994 foi eleito membro efetivo da Academia Brasileira de Música ocupando a cadeira nº 33. > > IGOR MAIA > (1988) Natural de Campinas (SP) > Maia começou sua carreira como violinista em 1997 na Martin Luther King School em Providence nos Estados Unidos. Em 1998 retornou ao Brasil, onde continuou seus estudos de violino na UNICAMP e iniciou sua carreira de compositor. Em 2004 transferiu-se para Plymouth na Inglaterra onde estudou violino com Fiona Mc Lean e composição com Patrício da Silva. Duas de suas obras estrearam na Universidade de Plymouth e parte de sua Sonata para Cordas foi executada pela Orquestra Sinfônica Jovem da UNICAMP em 2006. Neste mesmo ano foi admitido no curso de bacharelado em composição no Conservatório Real de Haia, Holanda, onde estuda atualmente sob orientação de Diderik Wagenaar, Cornelis de Bondt e Gilius van Bergeijk. Atualmente é Mestrando no Programa de Pós-Graduaçlão em Mùsica do Instituto de Artes da Unicamp. > > JOSE AUGUSTO MANNIS > (1958) Natural de São Paulo (SP) > Compositor, performer eletroacústico, sound designer, professor universitario, pesquisador. Suas composições abrangem os mais variados gêneros: música instrumental, eletroacústica, trilhas para vídeo, cinema, teatro, criações radiofônicas e instalações multimeios. Estudou na Faculdade de Engenharia Industrial ? FEI (Brasil), no Instituto de Artes da UNESP (Brasil), Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, Universidade de Paris VIII (mestrado, 1997) e Unicamp (doutorado, 2008) onde ensina composição e contraponto. Desenvolve pesquisas no campo da música, acústica, engenharia de áudio e da ciência e tecnologia (acústica e ciência da informação) aplicadas à música, ao conforto ambiental e à bioacústica. > Planejou, fundou e dirigiu por 17 anos o CDMC-Brasil/UNICAMP - filial brasileira do Centre de Documentation de la Musique Contemporaine, Cité de la Musique, Paris. Co-produz programas radiofônicos (Cultura FM de São Paulo, 1990-6, e Rádio Usp, desde 1997). Idealizou, dirigiu e publicou o MUSICON - Guia da Música Contemporânea Brasileira bem como o informativo semanal eletronico FWD CDMC, o primeiro em seu gênero no Brasil. Levou o CDMC a representar o Brasil na The International Association of Music Information Centers - IAMIC e Tribunas Internacionais do Conselho Internacional de Música - CIM, UNESCO. Atuou no Ensemble l?Itinéraire (França) e INA/GRM ? Institut National de L?Audiovisuel / Groupe de Recherches Musicales (França) e participou como músico e engenheiro de som de diversos CDs no Brasil e no exterior. Mannis é membro da Academia Campineira de Música. > > TRISTAN MURAIL > Compositor francês nascido em 1947 em Le Havre (França). Licenciatura em letras, árabe, Economia e Ciência Política. Estudou com Olivier Messiaen no Conservatório de Paris (1967). Foi residente na Villa Medici (1971-1973), e contribuiu para a fundação do Ensemble l?Itineraire (1973) . Apaixonado por composição assistida por computador, a eletronica em tempo real, bem como de ensino, ele ensina informática musical (Conservatório de Paris e IRCAM), realiza seminários (Darmstadt, Royaumont, Acanthes) e foi docente a partir de 1997 na Columbia University (EUA). Lançou as bases da música espectral. A estética de seu trabalho, livre de silêncio, com base em processos pré-composicionais, usa fontes sonoras da natureza ou processos de tratamento de áudio como modelos, recorrendo a meta-processos e um cuidado especial com os fenômenos ligados à memória. > > IGNACIO DE CAMPOS > (1966-2009) natural de Americana (SP) IC foi compositor, contrabaixista e gambista, doutorando em composição eletroacústica sob a orientação de Denise Garcia pela Unicamp. Fez cursos de composição com Stockhausen na Alemanha, Philippe Manoury, Kaija Sahariaho e Salvatore Sciarrino na França dentro do curso de Informática Musical do IRCAM ? Paris. No Brasil fez cursos com José Augusto Mannis e Rodolfo Caesar entre outros. Especializado em composição de música eletroacústica já teve suas obras apresentadas em diversos países. Em 2001 ganha o 1o prêmio do Concurso Funarte de Composição Contemporânea na categoria música eletroacústica além do prêmio do público por sua obra TEXTVM. Já realizou trabalhos com live-electronics junto ao Itaú Cultural, Instituto Tomie Ohtake e IRCAM. Além do live-electronics e da música eletroacústica dedica-se à interação da eletrônica com instrumentos e projetos que envolvam interatividade e instalação sonora. Professor de acústica musical e composição eletroacústica na Faculdade Santa Marcelina em São Paulo. > > > > > MÚSICA PERCUSSIVA para os 45 anos da Unicamp > > 27/10, 20:00hs > > Centro de Convivência Cultural ?Carlos Gomes?, Sala Luiz Otavio Burnier > Praça Imprensa Fluminense, s/ n°, Campinas (SP), Bairro Cambuí - tel (19) 3232-4168 > > Organização: NICS ? Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora da Unicamp > e CIDDIC ? Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp > > > > > Integrado à programação dos 45 anos da Unicamp e ao FESTIVAL DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA E TECNOLÓGIA DE CAMPINAS realizado nos dias 27 a 30 de outubro no Centro de Convivência Cultural de Campinas, este recital de Fernando Hashimoto apresenta diversas obras de referência de compositores internacionais para o repertório atual de percussão, incluindo uma obra do brasileiro Gilberto Mendes tocada sobre áudio e vídeo. > > > Informações: Fernando Hashimoto fernando em fernandohashimoto.com - > tel (19) 81321611 > > > > > > Fernando Hashimoto em recital > Fernando Hashimoto é professor de percussão e rítmica da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP, onde tem desenvolvido pesquisa sobre o repertório brasileiro para percussão. É fundador e diretor do GRUPU - Grupo de Percussão da UNICAMP, e atuou como timpanista solista da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas por 14 anos. Fernando é lider de grupo de pesquisa do CNPQ, e abriu o primeiro programa de mestrado e doutorado em performance/percussão na América do Sul. Atualmente é coordenador do curso de graduação em música da UNICAMP. Como solista e recitalista, Fernando tem sido convidado para ministrar clínicas e recitais em diversas universidades e importantes festivais sediados no Brasil, Argentina, Croácia, Suécia, Puerto Rico, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Chile, República Tcheca, França, Irlanda, Peru, Holanda, Eslovênia e EUA onde realizou concertos em 26 estados da confederação. Fernando possui doutorado em percussão pela City University of New York como bolsista da CAPES/Fulbright sob orientação do Prof. Dr. Morris Lang, e cursou bacharelado e mestrado em música na UNICAMP. Como camerista tem atuado ao lado da soprano americana Monica Harte, bem como no duo Nuance formado com a saxofonista espanhola Elizabeth Carrascosa-Martinez, e com os grupos de música contemporânea CONtempo e gccontemporaryensemble baseados em New York, e Valerius Ensemble em Amsterdam. Fernando recebeu o prêmio 2002 PAS Outstanding Chapter President Award, e 2007 PAS Outstanding Service Award, em reconhecimento ao seu serviço e dedicação à comunidade musical. Atualmente é Chair of the PAS International Committee e membro do PAS Board of Directors. Reconhecido internacionalmente como um especialista do repertório brasileiro para percussão, Fernando estreou mais de 40 obras de compositores brasileiros. Fernando Hashimoto é artista patrocinado pela Pro-Mark e Zildjian cymbals. > > > PROGRAMA > > 1) IANNIS XENAKIS ? Psappha (1975) para percussão solo > > 2) MILTON BABBITT ? Concerto piccolino (1999) para vibrafone > > 3) ERIC ROTH ? Both hands played hard (19__), > > 4) GILBERTO MENDES ? Blirium C-9 (1965) > > 5) ELLIOTT CARTER ? Figment V (2009) para marimba solo > > 6) STEVE REICH ? Marimba phase (1967) para duas marimbas com participação de Fernanda Vieira > > > > > > > FESTIVAL DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA E TECNOLÓGIA DE CAMPINAS > 27 a 30/10 ? Centro de Convivência Cultural de Campinas > > PROGRAMAÇÃO GERAL > > QUI 27/10 ? 20:00 > Música de câmara, multipercussão e áudio-visual > Percussão: Solista Fernando Hashimoto ? DM/IA e percussionistas convidados > > Obras de: > IANNIS XENAKIS ? Psappha (1975) para percussão solo > MILTON BABBITT ? Concerto piccolino (1999) para vibrafone > ERIC ROTH ? Both hands played hard (19__), > GILBERTO MENDES ? Blirium C-9 (1965) > ELLIOTT CARTER ? Figment V (2009) para marimba solo > STEVE REICH ? Marimba phase (1967) para duas marimbas com participação de Fernanda Vieira > > SEX 28/10 ? 20:00 > Recital de violão e eletrônicos ao vivo > Violão: Victor Landeira (Espanha) > > Obras de: > > RAUL DO VALLE ? Vitrais (1993) para violão solo > RAUL DO VALLE ? Contiguidades (1997) para violão solo > IGOR MAIA ? Reflejos (2011) para violão solo * (estréia brasileira) > JOSÉ AUGUSTO MANNIS ? Três Fragmentos (1990) para violão solo (versão acústica) * (estréia brasileira) > TRISTAN MURAIL ? Tellur (1977) para violão solo > IGNACIO CAMPOS ? Motos Animi (1999) para violão e tape com difusão quadrifônica ** (estréia mundial) > > > SAB 29/10 ? 20:00 > Concerto Multi modal ?Simetrias? Orquestra Sinfônica da Unicamp > Direção Artística: Prof. Dr. Jônatas Manzoli ? DM/IA e NICS > Regente: Simone Menezes ? CIDDIC > Solistas: Maria José Carrasqueira (piano) DM/IA; César Traldi (percussão) UFU-Universidade Federal de Uberlândia; > > Obras de: > · SILVIO FERRAZ ? Janela para casa aberta, para grupo de câmara > · JONATAS MANZOLLI ? Curto-circuito, para corads percussão e imagem > · JONATAS MANZOLLI ? Cadência textural 1, para orquestra de câmara percussão e imagem > · DENISE GARCIA ? Re-cercar: quatro variações brincantes sobre o tema da Oferenda, para orquestra > · JONATAS MANZOLLI ? Perfis, para orquestra > > DOM 30/10 ? 11:00 > Concerto Sinfônico - Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas > Regência: Christian Karlsen (Suíça) > Obras de: > ALMEIDA PRADO ? Amém, para orquestra de cordas > SILVIO FERRAZ ? Itinerários do Curvelo, para orquestra de câmara > IGOR MAIA ? Di profundis, para orquestra > RAUL DO VALLE ? Bleu-Blanc-Rouge II, para orquestra e tape > JONATAS MANZOLLI ? Reflexões, para orquestra tape e imagem > > > > FESTIVAL DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA E TECNOLÓGIA DE CAMPINAS > > Organização: > NICS ? Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora da Unicamp, > CIDDIC ? Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp > Sub-CPG/Música/IA Unicamp > > Direção Geral: > Prof. Dr. Adolfo Maia Júnior ? IMECC e NICS > Prof. Dr. Jônatas Manzoli ? DM/IA e NICS > > Produção: > Fernando Vasconcellos ? CIDDIC > > Difusão Sonora: > Prof. Dr. José Augusto Mannis (DM/IA e CIDDIC) > > Colaboração: > Secretaria de Cultura de Campinas e > Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas > > > > Informações: Igor Maia igorleaomaia em gmail.com - tel (19) 9168-4159 > > > > > > > _____________________________________ > > Prof. Dr. José Augusto Mannis > Universidade Estadual de Campinas - Unicamp > Instituto de Artes > Depto. de Música > jamannis em uol.com.br > +55 (19) 8116-3160 > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Wed Oct 26 18:38:20 2011 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Wed, 26 Oct 2011 18:38:20 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?A_palha=E7ada_do_Concurso_de_Tatu?= =?iso-8859-1?q?=ED?= In-Reply-To: References: <1319561112.38253.YahooMailClassic@web160717.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: 2011/10/25 Daniel Puig acho que em todas essas questões, dos critérios, da sua transparência, da > sua adequação, das alusões preconceituosas, dos cegos que aprendem de > ouvido, dos erros nas partituras, das interpretações da forma, nas mais > detalhistas alusões às composições, ressoa de fundo uma pergunta. o que é > música? > puig > > Yen Houei interrougou Tchong-ni nestes termos: "Atravessei uma vez o abismo Chang-chen. O barqueiro conduzia seu barco como um deus. Perguntei-lhe: 'Pode-se aprender a conduzir assim?' Ele respondeu: 'É verdade que quem pode nadar pode aprendê-lo; todavia, um ótimo nadador o sabe por si; quanto ao mergulhador, sem jamais ter visto a embarcação, saberá de imediato manipulá-la.' Mas ele não respondeu minha pergunta. Posso pois perguntar-vos o que quis dizer com tais palavras?" Tchong-ni respondeu: "Ah! Falei-te há muito dessas questões, mas não lhes captaste a verdade profunda; é necessário que fale ainda? Àqueles que podem nadar, se pode ensinar-lhes, pois não temem a água. Se o ótimo nadador o sabe por si, é que já não pensa na água. Quanto ao mergulhador que, mesmo sem jamais ter visto o barco, sabe imediatamente manipulá-lo, é que, para ele, a água profunda é como a terra firme; um barco que aderne é para ele como um carro que capote. Que o barco aderne ou que o carro vire, o mundo se oferece a ele sem penetrá-lo. Onde quer que se ache, ele permanece impassível." Lie-tseu, *O verdadeiro clássico do vazio perfeito*, em *Philosophes taoïstes*, Paris, Gallimard (Pléiade), 1980, p. 398. -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 instituto de estudos avançados transdisciplinares ? ieat-ufmg -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rogeriobudasz em yahoo.com Thu Oct 27 14:49:41 2011 From: rogeriobudasz em yahoo.com (Rogerio Budasz) Date: Thu, 27 Oct 2011 09:49:41 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?I_Encontro_Ibero-Americano_de_Joven?= =?iso-8859-1?q?s_Music=F3logos=3A_DATA-LIMITE_31_DE_OUTUBRO?= In-Reply-To: Message-ID: <1319734181.67107.YahooMailClassic@web160609.mail.bf1.yahoo.com> Encaminhando ... (está meio em cima da hora, mas só fiquei sabendo hoje)======================================================= I Encontro Ibero-Americano de Jovens Musicólogos   O primeiro encontro Ibero-Americano de Jovens Musicólogos tem por objectivo promover a circulação de informação nos campos da musicologia entre jovens musicólogos e estudantes de musicologia, através de um colóquio a ser realizado de 22 a 24 de Fevereiro de 2012. O encontro é destinado aos estudantes de licenciatura e licenciados em Música e Ciências Musicais, aos mestrandos e mestres em Ciências Musicais, aos doutorandos e aos recém-doutorados (até três anos), que poderão participar através de comunicações e apresentação de posters sobre qualquer tema relacionado com a musicologia  ibero-americana ou internacional. O Encontro também pretende realizar três concertos compostos por ensembles ou solistas que estiverem a participar do evento, e que se propuserem a executar obras relativas aos temas das comunicações apresentadas. As actas serão publicadas no site do Encontro e a comissão científica selecionará algumas das comunicações para serem publicadas posteriormente. A comissão científica é composta por alguns doutorados e doutorandos provenientes de Portugal, Brasil, Espanha, Colômbia e Estados Unidos, e conta com o apoio do Palácio Foz e da Casa da América Latina de Lisboa.     Propostas   São muito bem vindas propostas para comunicações de 20 minutos e de apresentações de posters sobre qualquer tema relacionado com os diversos campos de investigação em música, sejam relativos a processos musicais na sua infinita variedade, a questões institucionais, à problemática histórico-antropológica, às relações da música com as outras artes, além de aspectos estético-filosóficos e sociológicos, questões de globalização, estudos coloniais e pós-coloniais e problemáticas relacionadas à composição e à performance. As propostas devem ter aproximadamente 300 palavras e poderão ser enviadas por email (musicologiacriativa em gmail.com) para a organização do I Encontro Ibero-Americano de Jovens Musicologos até o dia 31 de Outubro de 2011. Por favor, indique o seu nome completo, afiliação institucional, endereço postal e endereço de email. A aceitação das propostas será comunicada individualmente por email à partir do dia 6 de Dezembro de 2011. As comunicações e posters poderão ser apresentados em português, castelhano ou inglês.   Prazo limite 31 de Outubro de 2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From chuekemusic em hotmail.com Thu Oct 27 15:52:28 2011 From: chuekemusic em hotmail.com (Isaac Felix Chueke) Date: Thu, 27 Oct 2011 17:52:28 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Concurso_P=FAblico_para_Professor_d?= =?iso-8859-1?q?e_Ac=FAstica_Musical_e_T=E9cnicas_de_Grava=E7=E3o_da_Embap?= Message-ID: Concurso Público para Professor de Acústica Musical e Técnicas de Gravação da Embap INSCRIÇÕES DE 31 DE OUTUBRO A 18 DE NOVEMBRO. http://www.embap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=115 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From paulinyi em yahoo.com Thu Oct 27 19:30:37 2011 From: paulinyi em yahoo.com (Zoltan Paulinyi) Date: Thu, 27 Oct 2011 14:30:37 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] Biblioteca virtual de partituras In-Reply-To: <1319640719.8322.YahooMailNeo@web110504.mail.gq1.yahoo.com> References: <1319640719.8322.YahooMailNeo@web110504.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <1319751037.18312.YahooMailNeo@web110509.mail.gq1.yahoo.com> Prezados professores e colegas compositores, Gostaria de convidar todos os compositores (principalmente latino-americanos) a enviarem suas obras e links para a Biblioteca Virtual de Partituras. É um dos projetos mais antigos e perseverantes deste gênero no Brasil, iniciado em 1996: http://biblioteca.Paulinyi.com Este convite contextualiza-se dentro de uma reformulação da homepage, em lento andamento (sozinho neste projeto). Compositores podem me enviar, em ordem de preferência: 1) link para seu próprio catálogo on-line de partituras (favor mencionar nome artístico apenas, junto com e-mail de contato). Este é o procedimento mais rápido e prático. Informar links para áudio e vídeo, quando houver. 2) principais obras em PDF (partes devem vir junto com sua partitura, em arquivo único), junto com autorização para oferecer gratuitamente o arquivo. Informar título e instrumentação. Enviar para: Paulinyi em yahoo.com As finalidades são: divulgar compositores e disponibilizar partituras. É verdade que há excelentes serviços similares (o IMSLP, por exemplo), mas o espalhamento de informações sempre auxilia na indexação feita pelos robôs. Agradeço antecipadamente a divulgação. Cordialmente, Zoltan Paulinyi. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Thu Oct 27 20:07:35 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Thu, 27 Oct 2011 20:07:35 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <20111026110743.44314filvqfhbzmn@webmail.usp.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> <2dc5309fd8286a69e776412c340cdeca.squirrel@webmail.ufpr.br> <20111026110743.44314filvqfhbzmn@webmail.usp.br> Message-ID: <5EAF62F7-0177-4539-86D0-2280BEFF0C3D@uol.com.br> sobretudo este "ele" que logo em seu primeiro preludio escreve de diversas maneiras uma mesma estrutura ritmica (que ele tocava) mas não tinha à época a liberdade de escrita que alguns séculos depois apareceram e que teria muda mta coisa. tem também, já daí do outro compositor de preludios, em "...ce qu'a vu le vent d'ouest", compassos 15 a 18...pq a última fusa do pentagrama inferior vem depois da útima colcheia de quiáltera do pentagrama superior?...oito é menos que nove...ela deveria vir antes....? neste lugar debussy quase que adota uma escrita espacial (embora com notação tradicional) isto pra contribuir à "fidelidade à partitura". abs silvio On Oct 26, 2011, at 11:07 AM, marciakazue em usp.br wrote: > Caros colegas, > > Gostari de dar uma contribuição musicológica a respeito da discussão a respeito da fidelidade ao texto. > > "Quantas vezes o vi levantar-se do sofá onde estava deitado e pegar meu lugar no piano para tocar. Como ele sentia a peça ? que eu tinha tocado mal, que seja dito ?, numa forma completamente diferente, apesar d?eu ter trabalhado longa e arduamente nela! Assim terminava a aula, para não querer esquecer essa experiência, que tinha escutado de uma forma religiosa. Na aula seguinte, quase satisfeito com a moda imitativa que eu havia trabalhado a peça, eu a toquei novamente. Infelizmente, quando terminei, Chopin, mais uma vez, esticado sobre o sofá, levantou, com uma repreensão, sentou-se ao piano dizendo, ?escute, é assim que deveria de ser?. E ele procedeu a tocar novamente numa maneira totalmente diferente. Eu pude responder apenas com lágrimas que essa demonstração não se assemelhava em nada com a primeira. Desencorajamento envolveu todo meu ser. Então ele sentiu pena de mim, dizendo que estava quase bom, ?apenas não do jeito que o sinto"(Peru, um aluno de Chopin apud Eigeldinger 1986, p.55 e 56). > > EIGELDINGER, Jean-Jacques. (1986). Chopin pianist and teacher. Nova York, Cambridge University Press. > > Abs, > > Marcia > > suas obras ao piano que preconizava que Bach nãoCitando Zélia Chueke : > >> Querida Catarina, >> >> Como disse o Fausto tão bem, quem sabe verbaliza bem, e da aula! >> >> A discussão é fascinante, e tenho me deparado com surpresas como por >> exemplo, esta fascinação atual pelo timbre, que as pessoas agoar estão >> tratando como se tivesse sido descoberto agora. Desde quando o timbre e >> sta dissociado da escuta? Qdo. ouvimos uma nota, ela vem com tudo; >> duração, altura, intensidade e timbre! >> >> Fiquei pasma quando descobri recentemente que os programas que registram >> graficos de performances incluem apenas tempo e ritmo, mas não dinamica e >> timbre. Agora estão pesquisando programas que incluam o "resto", ou eja, >> oq eu justifca a musica vomo sendo basicamente "como" e não "o que" ou >> seja, podemos ouvir as mesmas notas com o mesmo ritmo, mas se mudamos o >> tempo e a dinâmica, tudo se transforma, e sabemos então que se tratam de >> trechos musicais diferentes. >> >> No caso que você descreve, sim , muda tudo, pois se trata primeiro de >> nota, ou seja, se pudesssemos perguntar ao Mignone (qdo. tooquei os 6 >> preludios e 1/2 dele, liguei para a casa dele e ele me tirou uma duvida na >> hora) seria otimo, mas não sei se alguém tem a resposta para esta duvidas >> especificas, então devemos nos basear no conhecimento prévio de obras do >> compositor, do estilo, etc. e buscar meios para resolver o problema, como >> em edição de partituras. Ontem mesmo, com meus aunos de mestrado, estava >> falando sobre a edição de uma obra recem editada do Debussy (uma primeira >> versão do estudo Pour les Arpèges Composés), que so foi possivel por causa >> do conhecimento profundo do editor, Roy Howat, sobre o compositor e sua >> musica; e a edição, comparada com o manuscrito, que acompanha a partitura, >> mostra a pertinência das decisões que foram tomadas. E aqui tb, se alguém >> quiser contestar, conteste e toque de outro jeito, faça sua propria >> pesquisa, use seus proprios conchecimentos! E para isto que pessoas como >> você formam musicos, para que eles possam ser independentes, afinal a >> musica é uma atividade que demanda esta solida formação, para não >> precisarmos passar a vida perguntando a professores ou a musicologos, se >> estamos no caminho certo. E olha que algumas vezes, como você sabe, >> devemos perguntar sim, a quem sabe! Mas a formação musical hoje em dia >> esta tão ameaçada, que tem-se esquecido facilmente uma logica que Ligeti >> colocava simplesmente, dizendo que "não teria chegado onde chegou se não >> fosse por sua solida formação classica". >> >> Voltando à idéia do todo , as indicações de andamento do Mignone, me >> parecem fruto de uma preocupação semelhante à do Schnabel qdo. editou a >> op.101 de Beethoven (falos desta, pq estudei)colocando mudanças indicações >> de metrônomo que aparentemente recortam a peça, mas logicamente nem ele >> tocava assim, nem queria que tocassem assim, é apenas um cuidado para >> mostra que o carater dos trechos muda (tempo=espirito do trecho), que >> devemos levar mais ou menos tempo para "dizer" aquele trecho, mas sempre >> como parte de um todo, de uma historia, que tem começo, meio e fim, e que >> é na verdade a primeira coisa que temos que perceber antes de começar a >> cosntruir uma performance : o começo, o meio e o fim. Ontem, na minha aula >> sobre o Xenakis, li um trecho do Helffer que dizia que a peça tem começo e >> fim, mas o meio nao apresenta evolução; é verdade, a peça tem Intro e >> Coda, e tem seções A, B, C, D, E, F, que o pianista soube separar (baseado >> em diferenças do material timbristico), pois é o que precisamos para >> tocar, saber o que esta acontecendo, onde vamos e como vamos. Voltamos ao >> "como". Musica é "como". Sim, você temm razão qdo. fala que qto. mais nos >> afastamos do repertorio, menos informação concreta temos. Certo. >> >> Nossa formação com grandes professores nos deu certezas que talvez não >> tivessemsos, mas que podem ainda ser confirmadas por publicações como o >> Versuch...do CPEBach etc. De qq forma, mesmo com todo o respaldo >> musicologico, nos deparamos com situações como a que a Eva Badura Skoda me >> descreveu, sobre um festival Haydn que organizou em Schölnbrun, com >> membros do ballet da Opera dançando os minuetos; teve que contratar uma >> orquestra de ultima hora, pois o andamento das gravações existentes >> tornava impossivel que os dançarinos se movimentassem devidamente com as >> "seidrücke". Então, esta informação é preciosa para quem for tocar Haydn; >> talvez seja melhor ignorar as gravações e adotar um tempo possivel para >> ser dançado com as roupas da época; da mesma forma Bach, sem o exagêro de >> Gould, podemos ver o exemplo de Schiff, que se inspira na tradição dos >> instrumentos de época e leva este conceito sonoro para sua execução. >> >> Toda a experiência com o passado pode ser transprotada para a musica de >> hoje, se for solidamente vivenciada. >> >> E assim, temos as ferramentas para evitar esta situação que você descreve >> : "Se, considerando o caso acima exposto, esperamos obediência fiel aos >> aspectos fixos da música (tudo que está objetivamente notado na >> partitura), teremos muito provavelmente uma interpretação incorreta, >> tanto do ponto de vista das alturas, quanto do ponto de vista formal (tal >> qual uma versão produzida pelo finale, com alturas "erradas" e mudanças >> abruptas de andamento)." >> >> Estamos falando aqui de darmos, como professores, as ferramentas para que >> os futuros intérpretes tomem suas pps decisões. Sua descrição é perfeita, >> e fazer sentido do todo é o primeiro passo, e espero que muitos alunos >> continuem aproveitando de seus ensinamentos. >> >> Grande abraço, e mais uma vez cumprimentos pela brilhante exposição. >> Zélia >> >>> Oi Catarina, >>> >>> Ótima argumentação. Bela escrita. Quem sabe transforma suas reflexões em >>> um >>> artigo. É um assunto revelante pra nossa área. Abç. Fausto. >>> >>> >>> Em 25 de outubro de 2011 10:41, Catarina Domenici < >>> catarina em catarinadomenici.com> escreveu: >>> >>>> >>>> Prezada Zélia, >>>> >>>> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que >>>> merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o >>>> intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), >>>> lanço >>>> o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão >>>> no >>>> momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro >>>> lugar, >>>> temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro >>>> de >>>> edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos >>>> na >>>> mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na >>>> mão >>>> esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo >>>> Miranda). >>>> Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão >>>> do >>>> texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de >>>> metrônomo >>>> para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns >>>> poucos >>>> compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, >>>> construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" >>>> seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", >>>> corre o >>>> grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica >>>> a >>>> compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas >>>> próprias >>>> indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na >>>> pag.2, >>>> seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. >>>> Temos o >>>> mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" >>>> na >>>> pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. >>>> Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria >>>> dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú >>>> calmo") e >>>> que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na >>>> pag. 3, >>>> acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se >>>> precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e >>>> crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o >>>> intérprete >>>> escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como >>>> essas >>>> seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários >>>> problemas >>>> de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de >>>> "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no >>>> compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, >>>> tem >>>> tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa >>>> linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que >>>> se >>>> espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima >>>> exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo >>>> que >>>> está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma >>>> interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do >>>> ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com >>>> alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). >>>> >>>> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento >>>> das >>>> edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto >>>> impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de >>>> interpretação de >>>> poderia >>>> ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o >>>> non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda >>>> estamos >>>> desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre >>>> espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de >>>> fidelidade >>>> à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse >>>> repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" >>>> sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento >>>> HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos >>>> afastamos >>>> historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação >>>> na >>>> qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na >>>> construção de interpretações desse repertório. >>>> >>>> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia >>>> deixar >>>> de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da >>>> fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se >>>> debruçando >>>> sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória >>>> do >>>> pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. >>>> Pianista >>>> cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere >>>> aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem >>>> se >>>> interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: >>>> http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. >>>> Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John >>>> Giordano, >>>> declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that >>>> it's >>>> hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong >>>> Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For >>>> anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, >>>> it's >>>> mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão >>>> fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais >>>> difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. >>>> Mas >>>> para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução >>>> minha). >>>> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro >>>> pianista, >>>> o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito diferente de >>>> Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria banca do >>>> concurso. >>>> >>>> Que o debate prossiga! >>>> >>>> Cordialmente, >>>> >>>> Catarina Leite Domenici >>>> >>>> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: >>>> >>>> > Assino em baixo. >>>> > >>>> > Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos >>>> objetivos >>>> > tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes >>>> > perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de >>>> competição,o >>>> > subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. >>>> Conta >>>> > a fidelidade à partitura em primeiro lugar. >>>> > >>>> > O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive >>>> coaching >>>> > na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes >>>> > perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 >>>> candidatos >>>> > para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! >>>> > >>>> > Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes >>>> artistas; >>>> > exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a >>>> > inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a >>>> autoridade >>>> > do juri. >>>> > >>>> > Zélia Chueke >>>> > >>>> > >>>> >> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso >>>> pressupõe >>>> >> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez >>>> >> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma >>>> >> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do >>>> >> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os >>>> >> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta >>>> >> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os >>>> >> termos. >>>> >> Cristina Capparelli Gerling >>>> >> >>>> >> >>>> >> Citando Carlos Palombini : >>>> >> >>>> >>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends >>>> with >>>> >>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else >>>> >>> democracy >>>> >>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia >>>> começa >>>> >>> e >>>> >>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a >>>> autoridade, >>>> se >>>> >>> não, a democracia é uma farsa." >>>> >>> >>>> >>> cp >>>> >>> >>>> >>> -- >>>> >>> carlos palombini >>>> >>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>>> >>> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> Lista de discussões ANPPOM >>>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> >>>> > >>>> > >>>> > Zélia Chueke, DMA >>>> > Pianist - researcher >>>> > Professor of Music- DeArtes, UFPR >>>> > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >>>> > www.zeliachueke.com >>>> > >>>> > ________________________________________________ >>>> > Lista de discussões ANPPOM >>>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> > ________________________________________________ >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >>> >>> >>> -- >>> Fausto Borém >>> Editor de PER MUSI >>> >>> UFMG - Escola de Música >>> Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha >>> 31.270-010 Belo Horizonte - MG >>> >> >> >> Zélia Chueke, DMA >> Pianist - researcher >> Professor of Music- DeArtes, UFPR >> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 >> www.zeliachueke.com >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From lucilatragtenberg em gmail.com Thu Oct 27 20:58:02 2011 From: lucilatragtenberg em gmail.com (lucila tragtenberg) Date: Thu, 27 Oct 2011 20:58:02 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?fidelidade_=E0_partitura?= In-Reply-To: <8A7A1AA0-C741-45DF-B249-8D1B530728F5@uol.com.br> References: <1319200768.11002.YahooMailNeo@web161701.mail.bf1.yahoo.com> <20111023112754.83653hour3rz1vtm@webmail.ufrgs.br> <7f15b3b0fa7f26603fe43e04fda581a0.squirrel@webmail.ufpr.br> <20111026115058.15763yjaxukepnb6@webmail.ufrgs.br> <8A7A1AA0-C741-45DF-B249-8D1B530728F5@uol.com.br> Message-ID: caros colegas, não tenho tido tempo de escrever sobre o assunto, mas o considero também, muito importante. em breve terei uma brecha para buscar colaborar com a discussão sobre performance, interpretação, metodologia, partitura, fidelidade, estética e filosofia na área. por enquanto, gostaria de dizer que considero muito produtiva a inter-ação sugerida pelo Silvio. no meu trabalho, cada vez mais tenho visto que conexões plurais realizadas a partir de áreas diversas, em configurações de um mosaico, nos trazem aspectos de questões (no caso, musicais) em perspectivas diversas, que se conversam. não são apenas informações que se justapõe, sincreticamente, mas criam conexões e a rede se cria, com diversidades, podemos até dizer que fique talvez, mais complexa. Um grande abraço a todos, Lucila Em 26 de outubro de 2011 12:27, silvioferrazmello < silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu: > cara cristina..a minha proposição é realmente aquela de trazer um olhar de > fora, justamente. > um olhar que o pianista não terá pois ele, mesmo tendo sólida formação, > estará atento a outros detalhes que julga mais pertinentes. > um compositor ou regente estaria livre destes detalhes, mas atento a > outros. > e sempre existem os compositores que ou tem obras para piano e tem > pesquisado bastante sobre a escrita para piano, ou mesmo foram pianistas. > claro que ao falarmos desta relação para outros instrumentos talvez não > tenhamos compositores ou regentes especialistas no instrumento, mas o que eu > mencionava era a necessidade e interesse de um olhar de fora, não técnico. > > me lembro do helffer dando aulas, o aluno estava tocando berio (rounds) e o > helffer na lousa escrevendo as datas de nascimento de ligeti, stockhausen, > boulez, xenakis e berio, quando de repente se virou e falou ao aluno para > não tocar aquele acorde utilizando o polegar na nota mais grave, mas cruzar > e utilizar indicador na nota mais grave e polegar na nota subsequente...na > hora foi um susto "como ele poderia saber se estava de costas"...claro, já > havia tocado mil vezes e sabia que ali todo pianista busca uma solução para > o acorde e ele conhecia as saídas. > > é neste ponto que vejo o olhar do músico instrumentista...ele está atento a > detalhes que ajudem na performance, já o compositor talvez esteja mais > atento a timbre, a formas de ataque, a conexão entre ideias etc...e deixe > (sem dúvida deixará) passar estes detalhes... mas dando-se conta de outros. > > eu tenho trabalhado em aulas de música de câmara e isto não só tem sido > importante para meu trabalho de compor como também para acuidade nos modos > de falar questões de interpretação, citaria aqui um exemplo que para mim é > um grande modelo (e que é exímio pianista...o que não é meu caso...loooonge > disto) que é o trabalho do kurtag. > > interessante é que diversos grupos na europa chamam compositores para > trabalhar com eles na função mesmo de produtor (daquele que ouve de fora) o > que acaba enriquecendo fortemente o trabalho e refazendo o "elo perdido" > entre compositores e interpretes. > > é forte a especialização atual, mas pianistas e músicos de um modo geral > tem muito a contribuir a compositores e regentes, e a reciproca também deve > de ser verdadeira. > > abs > silvio > > > > On Oct 26, 2011, at 11:50 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote: > > > Colegas Catarina e Zélia e compositor Sílvio, > > O preparo que pianistas têm tido acesso hoje em dia, tal como as três > que tem vindo de público se manifestar, é sólido, abrangente e flexível, tem > uma carga extremamente significativa de erudição, de conhecimento do campo > de trabalho e de prática na vida real do palco. Inclui tanto a pluralidade > quanto visões muito delineadas do que venha a ser o aceitável e o > inaceitável quanto aos limites da leitura e da realização da partitura. > Inclui também como não poderia deixar de ser, idéias muito profícuas sobre o > inefável e o intangível na realização artística, algo que motiva > constantemente a nossa trajetória por mais evanescente que esta busca seja. > Portanto, em uma banca de piano, um regente ou compositor é bem vindo para > trazer algumalenha para fogueira mas, eu garanto, pianistas deste calibre e > com esta bagagem tão respeitável dão conta do recado de maneira exemplar, > inatacável quanto à lisura, e de forma planemante satisfatória quanto aos > conhecimentos musicais. > > > > Sabe que esta discussão entre o alto clero está muito interessante? > > Cristina > > > > > > > > Citando silvioferrazmello : > > > >> cara catarina zélia e colegas, > >> > >> no final da longa mensagem da catarina tem um detalhe importante > "pluralidade de critérios na própria banca do concurso". > >> este aspecto é interessante. > >> uma banca de um concurso de instrumento não implica em apenas > instrumentistas manifestarem suas visões técnicas interpretativas, mas a > presença de um compositor ou regente é sempre interessante, sobretudo se o > compositor ou regente tiver uma visão mais recente de prática e criação > musical. > >> pois traria às bancas aquele oxigênio que é resultado do entrecruzamento > de visões. > >> é assim que recentemente em uma banca de composição uma das coisas que > mais nos chamou a atenção foi a prática enquanto musicista do compositor > concorrente, e o fato de ter um regente na banca ajudou justamente a pontuar > esta diferença, que sem dúvida está também inscrita na partitura do jovem > compositor. > >> > >> bancas que reúnem apenas especialistas e de visões coincidentes, acabam > sendo bancas sem surpresas. > >> creio que talvez, paralelamente à questão da "fidelidade à partitura" > temos também a da homogeneidade ou não da banca, e da importância de > atentarmos para a possibilidade de novos modos de se compor bancas > (sobretudo atualmente em que para cada banca assina-se um termo de ética que > impede que se tenha trabalhado ou sido professor de concorrentes, etc...e > que tem tornado cada vez mais difícil montar tais bancas). > >> > >> abs > >> silvio > >> > >> > >> On Oct 25, 2011, at 11:41 AM, Catarina Domenici wrote: > >> > >>> > >>> Prezada Zélia, > >>> > >>> Agradeço a tua mensagem, pois você tocou num ponto muito importante que > merece ser discutido nesta lista: a fidelidade à partitura. Apenas com o > intuito de dar início a uma discussão (que espero renda bons frutos), lanço > o exemplo da peça de confronto do quarto turno do concurso em discussão no > momento: o primeiro movimento da Sonatina III de MIgnone. Em primeiro lugar, > temos que lidar com a imprecisão do próprio texto, o qual, por um erro de > edição/impressão, contém alturas incorretas, como a falta de sustenidos na > mão direita no comp. 38, por exemplo (caso semelhante ao sol bemol na mão > esquerda no comp. 6 do segundo movimento da Suite n. 3 de Ronaldo Miranda). > Em segundo lugar, mas não menos importante, há a questão da compreensão do > texto. Explico: na peça em questão, Mignone escreve indicações de metrônomo > para cada seção da peça, as quais às vezes consistem de apenas uns poucos > compassos! Se o intérprete não compreende o grande arco formal da peça, > construído por uma curva de aceleração em direção ao andamento "Vivo" > seguida de outra curva de desaceleração em direção ao "Tempo Primo", corre o > grande risco de ter uma interpretação fortemente secionada que prejudica a > compreensão da forma como um todo. Baseio a minha visão da peça nas próprias > indicações de MIgnone, tais como a indicação de "un poco animato" na pag.2, > seguida pelo "Animando" e pelo "animando e accellerando" na pag. 3. Temos o > mesmo procedimento de desaceleração gradual após o "Vivo": "poco meno" na > pag. 4, seguido de "piu calmo", "poco meno" e "ancora meno" na pag. 5. > Note-se que Mignone forneceu uma indicação de metrônomo para a maioria > dessas pequenas seções (exceções são o "un poco animato" e o "piú calmo") e > que mesmo fornecendo uma indicação de metrônomo para o "Animando" na pag. 3, > acho relevante que tenha colocado o verbo no gerúndio e que tenha se > precavido em acrescentar uma indicação de "animando e accellerando e > crescendo" nos compassos 38-39 no mesmo trecho. Portanto, se o intérprete > escolhe seguir à risca as indicações de metrônomo sem considerar como essas > seções se articulam na grande forma, irá provavelmente ter vários problemas > de ordem musical a serem resolvidos, tal como o tamanho do gesto de > "allargando" no compasso 55, o qual, por conduzir ao climax da peça no > compasso 56 e "anunciar" ele mesmo o início da curva de desaceleração, tem > tanto uma função expressiva quanto de articulação formal. Seguindo essa > linha de raciocínio, não podemos deixar de questionar qual a atitude que se > espera do intérprete diante da partitura. Se, considerando o caso acima > exposto, esperamos obediência fiel aos aspectos fixos da música (tudo que > está objetivamente notado na partitura), teremos muito provavelmente uma > interpretação incorreta, tanto do ponto de vista das alturas, quanto do > ponto de vista formal (tal qual uma versão produzida pelo finale, com > alturas "erradas" e mudanças abruptas de andamento). > >>> > >>> Deixando o exemplo de Mignone de lado, me lembro de Bach. Com o advento > das edições "Urtext" e da ideologia da fidelidade inquestionável ao texto > impresso, em meados do século XX desenvolveu-se toda uma escola de > interpretação de suas obras ao piano que preconizava que Bach não poderia > ser tocado com dinamicas, pedal, legato (ou outra articulação que não o > non-legato) etc. Mesmo hoje, com o entendimento que temos (e ainda estamos > desenvolvendo) sobre a obra de Bach, tocar Bach em concurso é sempre > espinhoso, posto que o discurso sobre os aspectos objetivos e de fidelidade > à partitura não se aplicam confortávelmente à interpretação desse > repertório, especialmente depois de termos sido devidamente "informados" > sobre as práticas de performance pelos estudiosos do movimento > HIP(historically informed performance). Ou seja, quanto mais nos afastamos > historicamente de determinado repertório, mais nos vemos numa situação na > qual não podemos ignorar a "tradição(ou tradições) oral (ou aural)" na > construção de interpretações desse repertório. > >>> > >>> E já que esse assunto foi motivado por um concurso, eu não poderia > deixar de mencionar um caso que parece ter colocado em xeque o discurso da > fidelidade à partitura fora do meio acadêmico (o qual já vem se debruçando > sobre o assunto com bastante intensidade nas últimas décadas): a vitória do > pianista japonês Nobuyuki Tsujii no concurso Van Cliburn em 2009. Pianista > cego de nascença, Nobuyuki declarou em diversas entrevistas que prefere > aprender o seu repertório de ouvido, ao invés de lê-lo em braile. Quem se > interessar em saber um pouco mais sobre ele pode acessar o link: > http://www.caller.com/news/2010/oct/07/japans-piano-superstar-will-play-with-corpus/. > Nessa reportagem, o presidente do juri do concurso, o Maestro John Giordano, > declarou: "He is amazing.We closed our eyes and it's so phenomenal that it's > hard to withhold your tears. ... Nobu played the most difficult hourlong > Beethoven piece [a sonata Hammerklavier - nota minha] flawlessly. For > anyone, it's extraordinary. But for someone blind who learns by ear, it's > mind-boggling." ("Ele é fantástico. Nós fechamos nossos olhos e é tão > fenomenal que é difícil segurar as lágrimas. ... Nobu tocou a peça mais > difícil de Beethoven impecávelmente. Para qualquer um, é extraordinário. Mas > para um cego que aprende [música] de ouvido, é formidável. Tradução minha). > >>> É curioso que Nobuyuki tenha dividio o primeiro prêmio com outro > pianista, o chinês Haochen Zhang, que é, em inúmeros aspectos, muito > diferente de Nobu, apontando para a pluralidade de critérios na própria > banca do concurso. > >>> > >>> Que o debate prossiga! > >>> > >>> Cordialmente, > >>> > >>> Catarina Leite Domenici > >>> > >>> On Oct 24, 2011, at 7:47 AM, Zélia Chueke wrote: > >>> > >>>> Assino em baixo. > >>>> > >>>> Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos > objetivos > >>>> tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes > >>>> perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de > competição,o > >>>> subjetivo quase nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. > Conta > >>>> a fidelidade à partitura em primeiro lugar. > >>>> > >>>> O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive > coaching > >>>> na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes > >>>> perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 > candidatos > >>>> para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel! > >>>> > >>>> Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes > artistas; > >>>> exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a > >>>> inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a > autoridade > >>>> do juri. > >>>> > >>>> Zélia Chueke > >>>> > >>>> > >>>>> Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso > pressupõe > >>>>> que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez > >>>>> que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma > >>>>> consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do > >>>>> candidato. Neste tipo de situação, uns tocam e outros decidem, os > >>>>> papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta > >>>>> premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os > >>>>> termos. > >>>>> Cristina Capparelli Gerling > >>>>> > >>>>> > >>>>> Citando Carlos Palombini : > >>>>> > >>>>>> Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends > with > >>>>>> this point. Kids must be educated to disrespect authority or else > >>>>>> democracy > >>>>>> is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia > começa > >>>>>> e > >>>>>> termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a > autoridade, se > >>>>>> não, a democracia é uma farsa." > >>>>>> > >>>>>> cp > >>>>>> > >>>>>> -- > >>>>>> carlos palombini > >>>>>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > >>>>>> > >>>>> > >>>>> > >>>>> > >>>>> ________________________________________________ > >>>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>>> ________________________________________________ > >>>>> > >>>> > >>>> > >>>> Zélia Chueke, DMA > >>>> Pianist - researcher > >>>> Professor of Music- DeArtes, UFPR > >>>> Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > >>>> www.zeliachueke.com > >>>> > >>>> ________________________________________________ > >>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>> ________________________________________________ > >>> > >>> ________________________________________________ > >>> Lista de discussões ANPPOM > >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>> ________________________________________________ > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > >> > > > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From guilherme_goldberg em hotmail.com Thu Oct 27 22:58:23 2011 From: guilherme_goldberg em hotmail.com (Guilherme Goldberg) Date: Fri, 28 Oct 2011 00:58:23 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] Um Garatuja entre Wotan e o Fauno Message-ID: Caros, Aqui envio o convite para o lançamento de meu livro, pela Editora Movimento, que ocorrerá no próximo dia 10 de novembro, durante a 57ª Feira do Livro de Porto Alegre. Quem estiver na cidade e tiver interesse no tema, é só chegar.AbraçosGuilherme Goldberg -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Uma_Garatuja_entre_Wotan_e_o_Fauno - Capa - 27-07-11(3).jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 267337 bytes Descrição: não disponível URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Thu Oct 27 16:24:57 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Thu, 27 Oct 2011 11:24:57 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?situa=E7=E3o_da_composi=E7=E3o_e_da?= =?iso-8859-1?q?_musicologia_nos_=28novos=29_cursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: <4EA94746.3080308@gmail.com> Message-ID: <1319739897.85280.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Caro prof. Padovani, Sobre a situação de Composição e Musicologia em si, eu não saberia responder. Porém, pelo que tenho visto dos cursos de Graduação em Música no Brasil, houve diversas fundações de cursos de Licenciatura em Música no Brasil. Porém, não observei a fundação de nenhum curso de Bacharelado. Analiso a situação da seguinte forma: na área de Música, há uma grande mobilização pela volta do ensino de Música na Educação Básica, sendo os cursos de Licenciatura em Música responsáveis pela formação de profissionais aptos a trabalhar neste ambiente; Fora da área de Música - nas instâncias políticas da Universidade - as políticas são favoráveis à formação de alunos em massa, e nesse sentido, há muito maior interesse na criação de cursos de Licenciatura (aqui abrimos 60 vagas por ano) e restrito interesse nos Bacharelados, que por sua natureza metodológica não podem formar grande quantidade de alunos. Saudações, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em qui, 27/10/11, josé henrique padovani escreveu: De: josé henrique padovani Assunto: [ANPPOM-Lista] situação da composição e da musicologia nos (novos) cursos de música Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" , ""Pesquisadores em Sonologia (Música)"" Data: Quinta-feira, 27 de Outubro de 2011, 9:57 Olá, essa informação desoladora chegou até mim e gostaria de fazê-la circular e, aproveitando, saber como andam as coisas em outras universidades pelo Brasil. "...o Depto. de Música da UFJF acaba de votar CONTRA a criação de duas novas modalidades para o curso (Musicologia e Composição). O curso só conta até agora com a modalidade instrumentista de época (e permitindo o ingresso de cada vez menos estudantes; apenas 7 este ano)..." Aliás, se alguém souber: 1. Quantos são os cursos de música com habilitação em composição no Brasil? 2. Chegamos a aceitar quantos novos estudantes de graduação em composição por ano? abraços, josé henrique -- http://zepadovani.info ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocaroso em gmail.com Fri Oct 28 12:21:32 2011 From: lucianocaroso em gmail.com (Luciano Caroso) Date: Fri, 28 Oct 2011 12:21:32 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Fwd=3A_=5BOMalho=5D_Convite_eletr?= =?iso-8859-1?q?=F4nico_Lan=E7amento_Acervo_Digital_Chiquinha_Gonza?= =?iso-8859-1?q?ga_-_SP_-_Audit=F3rio_Ibirapuera_-_30/10_=E0s_11h?= In-Reply-To: References: <001701cc92b4$f2971d20$d7c55760$@art.br> Message-ID: Caros: Segue informação que pode ser útil. []s, --- LUCIANO CAROSO --- http://luciano.caroso.com.br ---------- Forwarded message ---------- From: Alexandre Dias Date: 2011/10/26 Subject: [OMalho] Convite eletrônico Lançamento Acervo Digital Chiquinha Gonzaga - SP - Auditório Ibirapuera - 30/10 às 11h To: O Malho ** Prezados amigos, É com grande satisfação que anuncio que está no ar o Acervo Digital Chiquinha Gonzaga. www.chiquinhagonzaga.com.br Este projeto foi idealizado e coordenado por mim e pelo Wandrei Braga, e tivemos o patrocínio da Natura (Natura Musical), a quem somos muito gratos. O projeto nasceu da vontade de se conhecer a obra completa da Chiquinha e disponibilizá-la para todos, gratuitamente. Nós partimos da listagem preliminar de 283 composições que a biógrafa Edinha Diniz produziu para seu livro seminal Chiquinha Gonzaga: Uma História de Vida. A partir desta listagem descobrimos muitas coisas interessante, que resultaram em um catálogo revisado. A parceria com o Instituto Moreira Salles (IMS) foi crucial para que conseguíssemos todas as partituras. A maioria das partituras era inédita, "aprisionada" em manuscritos raríssimos na coleção pessoal da autora, mantido de maneira exemplar pelo IMS - RJ. Somos profundamente agradecidos ao Instituto Moreira Salles, pela ajuda que nos forneceram por permitirem acesso aos manuscritos e primeiras edições. Todas as partituras foram re-editoradas para o Finale e revisadas de maneira criteriosa. A equipe de design gerou capa e contracapa personalizada para cada uma das partituras, e a biógrafa Edinha Diniz escreveu um texto sobre cada peça, além de um resumo biográfico preparado especialmente para o Acervo Digital. O resultado já pode ser conferido. São cerca de 300 partituras para download imediato em pdf, tanto em sua versão original, como em versão cifrada. Todas as letras foram transcritas também, para facilitar a pesquisa pelo usuário. Alguns conteúdos estão sendo implementados até o final do ano. Esta é a primeira etapa para se resgatar a obra completa da Chiquinha, pois ainda não foram contempladas as cerca de 80 peças teatrais/operetas que ela musicou. Agradecimentos especiais à nossa produtora executiva e administrativa - Integrar Produções, e à Ana Carolina Gomes, que fortaleceu o projeto imensamente. Quatro recitais de lançamento já ocorreram no Rio de Janeiro. Dois deles foram realizados em parceria com a Escola Portátil de Música, que realiza um trabalho excepcional no ensino do Choro a mais de 900 alunos no Rio de Janeiro. A primeira apresentação envolveu o Bandão de alunos, orquestra gigantesca com centenas de integrantes, que tocou arranjos feitos especialmente para o projeto por grandes arranjadores da EPM. O segundo foi um recital no Teatro Meninos de Luz, no Pavão-Pavãozinho, onde 17 professores, grandes mestres em seus instrumentos, tocaram outros arranjos, revelando obras raras da Chiquinha, que integram a coleção Alma Brasileira. Os outros dois recitais foram apresentados por mim e pelo Wandrei Braga ao piano, com músicas inéditas e também famosas da Chiquinha. O próximo recital será justamente em torno deste repertório, divulgando facetas pouquíssimo conhecidas da Chiquinha, como suas peças sacras, e sua Fantasia, uma elaborada peça de concerto. Portanto gostaria de convidá-los para o recital de lançamento que ocorrerá no Auditório Ibirapuera (SP), neste domingo (30/10), às 11h da manhã. Entrada franca Ajudem a divulgar! Segue o convite eletrônico em anexo. Um grande abraço, -- Alexandre Dias -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From chuekemusic em hotmail.com Fri Oct 28 13:46:07 2011 From: chuekemusic em hotmail.com (Isaac Felix Chueke) Date: Fri, 28 Oct 2011 15:46:07 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Concurso_Professor_de_Ac=C3=BAstica_e_T?= =?utf-8?q?=C3=A9cnicas_de_Grava=C3=A7=C3=A3o_da_Embap?= In-Reply-To: References: Message-ID: From: chuekemusic em hotmail.com To: anppom-l em iar.unicamp.br Date: Thu, 27 Oct 2011 17:52:28 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] Concurso Público para Professor de Acústica Musical e Técnicas de Gravação da Embap Concurso Público para Professor de Acústica Musical e Técnicas de Gravação da Embap INSCRIÇÕES DE 31 DE OUTUBRO A 18 DE NOVEMBRO. http://www.embap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=115 ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um texto embutido e sem conjunto de caracteres especificado foi limpo... Nome: ATT00001 Url: From lucianocaroso em gmail.com Fri Oct 28 14:31:55 2011 From: lucianocaroso em gmail.com (Luciano Caroso) Date: Fri, 28 Oct 2011 14:31:55 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5Bbibliografia=5D_Fwd=3A_=5BOMalho?= =?iso-8859-1?q?=5D_Convite_eletr=F4nico_Lan=E7amento_Acervo_Digita?= =?iso-8859-1?q?l_Chiquinha_Gonzaga_-_SP_-_Audit=F3rio_Ibirapuera_-?= =?iso-8859-1?q?_30/10_=E0s_11h?= In-Reply-To: References: <001701cc92b4$f2971d20$d7c55760$@art.br> Message-ID: Caros: Aproveitando o ensejo, segue um ótimo e lúcido texto de Ladislau Dowbor acerca da propriedade Intelectual no contexto acadêmico. O autor não menciona que o Portal da Capes disponibiliza para as IESs brasileiras parte desta produção, cujo acesso por outras vias é cobrado a peso de ouro pelas editoras que publicam os periódicos científicos. Só que os contratos feitos entre o Portal da Capes e as referidas editoras normalmente não abarcam todos os periódicos que formariam o estado da arte necessário para o desenvolvimento pleno de pesquisas de uma determinada área de investigação. Além disso, tais contratos frequentemente não contemplam a produção mais recente, deixando-nos, na condição de pesquisadores pertencentes às referidas IESs, com uma defasagem que fatalmente compromete o resultado de nossos trabalhos. Portanto os argumentos de Dowbor soam muito pertinentes. O artigo pode ser lido em [http://bit.ly/dowbor_pi]. []s, --- LUCIANO CAROSO --- http://luciano.caroso.com.br 2011/10/28 Manuel Veiga > ** > > > Caros amigos: > > Tenho tido problemas de computador e de suas relações com a Oi, portanto, > tenho estado na estratosfera há vários dias. > Agradeço a notícia sobre Chiquinha, inclusive saber que Edinha Diniz, que > conheci na Bahia, estar bem e operante. Foi orientada nas ciências sociais > por uma amiga prematuramente falecida e de grande valor: Zahidée Machado > Neto. > > Tenho feito algumas observações sobre o atraso das digitalizações de > acervos documentais entre nós, junto à Academia de Ciência da Bahia. Não sei > se o mesmo se aplica a outros estados nordestinos. Sandroni talvez poderia > dizer sobre Pernambuco, entre outros. Temos de apelar para recursos > eletrônicos, inclusive sobre nós mesmos, à base do que se faz em centros > paulistas, por exemplo, como a Unicamp, a USP, entre outros também. > Aqui, na UFBA, temos um repositório institucional que é ligado à Edufba e > ao Instituto de Ciências da Informação, creio, assim como à Biblioteca > Central, talvez. Mas desconheço qualquer projeto de digitalização > sistemática de acervos e arquivos. Parece-me assunto sério. > Temos pessoas de grande competência na área de divulgação científica que > poderiam nos informar melhor. Estarei mandando cópias para Flávia Garcia > Rosa e Nídia Lubisco, ambas fora de série. Como se fala com Othon Jambeiro?. > > Abs. > Manuel Veiga > > > > Em 28 de outubro de 2011 12:21, Luciano Caroso escreveu: > > ** >> >> >> Caros: >> >> Segue informação que pode ser útil. >> >> []s, >> --- >> LUCIANO CAROSO >> --- >> http://luciano.caroso.com.br >> >> >> >> ---------- Forwarded message ---------- >> From: Alexandre Dias >> Date: 2011/10/26 >> Subject: [OMalho] Convite eletrônico Lançamento Acervo Digital Chiquinha >> Gonzaga - SP - Auditório Ibirapuera - 30/10 às 11h >> To: O Malho >> >> >> ** >> >> >> Prezados amigos, >> >> É com grande satisfação que anuncio que está no ar o Acervo Digital >> Chiquinha Gonzaga. >> www.chiquinhagonzaga.com.br >> >> Este projeto foi idealizado e coordenado por mim e pelo Wandrei Braga, e >> tivemos o patrocínio da Natura (Natura Musical), a quem somos muito >> gratos. >> >> O projeto nasceu da vontade de se conhecer a obra completa da Chiquinha e >> disponibilizá-la para todos, gratuitamente. Nós partimos da listagem >> preliminar de 283 composições que a biógrafa Edinha Diniz produziu para >> seu >> livro seminal Chiquinha Gonzaga: Uma História de Vida. A partir desta >> listagem descobrimos muitas coisas interessante, que resultaram em um >> catálogo revisado. >> >> A parceria com o Instituto Moreira Salles (IMS) foi crucial para que >> conseguíssemos todas as partituras. A maioria das partituras era inédita, >> "aprisionada" em manuscritos raríssimos na coleção pessoal da autora, >> mantido de maneira exemplar pelo IMS - RJ. Somos profundamente agradecidos >> ao Instituto Moreira Salles, pela ajuda que nos forneceram por permitirem >> acesso aos manuscritos e primeiras edições. >> >> Todas as partituras foram re-editoradas para o Finale e revisadas de >> maneira >> criteriosa. A equipe de design gerou capa e contracapa personalizada para >> cada uma das partituras, e a biógrafa Edinha Diniz escreveu um texto sobre >> cada peça, além de um resumo biográfico preparado especialmente para o >> Acervo Digital. >> >> O resultado já pode ser conferido. São cerca de 300 partituras para >> download >> imediato em pdf, tanto em sua versão original, como em versão cifrada. >> Todas as letras foram transcritas também, para facilitar a pesquisa pelo >> usuário. Alguns conteúdos estão sendo implementados até o final do ano. >> >> Esta é a primeira etapa para se resgatar a obra completa da Chiquinha, >> pois >> ainda não foram contempladas as cerca de 80 peças teatrais/operetas que >> ela >> musicou. >> >> Agradecimentos especiais à nossa produtora executiva e administrativa - >> Integrar Produções, e à Ana Carolina Gomes, que fortaleceu o projeto >> imensamente. >> >> Quatro recitais de lançamento já ocorreram no Rio de Janeiro. Dois deles >> foram realizados em parceria com a Escola Portátil de Música, que realiza >> um >> trabalho excepcional no ensino do Choro a mais de 900 alunos no Rio de >> Janeiro. A primeira apresentação envolveu o Bandão de alunos, orquestra >> gigantesca com centenas de integrantes, que tocou arranjos feitos >> especialmente para o projeto por grandes arranjadores da EPM. O segundo >> foi >> um recital no Teatro Meninos de Luz, no Pavão-Pavãozinho, onde 17 >> professores, grandes mestres em seus instrumentos, tocaram outros >> arranjos, >> revelando obras raras da Chiquinha, que integram a coleção Alma >> Brasileira. >> >> Os outros dois recitais foram apresentados por mim e pelo Wandrei Braga ao >> piano, com músicas inéditas e também famosas da Chiquinha. >> >> O próximo recital será justamente em torno deste repertório, divulgando >> facetas pouquíssimo conhecidas da Chiquinha, como suas peças sacras, e sua >> Fantasia, uma elaborada peça de concerto. >> >> Portanto gostaria de convidá-los para o recital de lançamento que ocorrerá >> no >> Auditório Ibirapuera (SP), neste domingo (30/10), às 11h da manhã. Entrada >> franca >> Ajudem a divulgar! >> >> Segue o convite eletrônico em anexo. >> >> Um grande abraço, >> -- >> Alexandre Dias >> >> > __._,_.___ > > | através > de email| Responder > através da web| Adicionar > um novo tópico > Mensagens neste tópico( > 2) > Atividade nos últimos dias: > > > Visite seu Grupo > ---------------------------------------------------------- > Comunidade Bibliografia em Música > ---------------------------------------------------------- > Para postar mensagem: bibliografia em yahoogrupos.com.br > Para inscrever-se: bibliografia-subscribe em yahoogrupos.com.br > Para retirar-se: bibliografia-unsubscribe em yahoogrupos.com.br > Todas as ofertas dos clubes de compras em um só lugar. Clique aqui. > ------------------------------ > Y!Encontros. O amor não vai cair do céu, então vá atrás dele! > ------------------------------ > Y! Ofertas. Conheça e tenha descontos de 50% em suas compras. > [image: Yahoo! Grupos] > Trocar para: Só Texto, > Resenha Diária? 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No momento ando consideravelmente atarefado e, de toda maneira, minha intenção é mais aquela de estimular um debate do que a de realizar um estudo. Em síntese: Cursos mais tradicionais (UFMG, UFBA, UFRJ, Unesp, etc.) possuem graduação em composição, possuindo até 20 vagas p/ a área (Bahia). Me parece, no entanto que, na maioria dos cursos, o preenchimento de vagas fica no máximo em 10. Não estou certo de que seja assim em SP (se alguém souber os números por favor diga). [SP é, evidentemente, um caso a parte e conta com uma estrutura acadêmica singular, em grande parte devido à sua situação econômica, às universidades estaduais, mas também, é claro, devido à tradição da área e ao esforço pessoal de compositores do estado.] Já os cursos novos, em sua maioria, estão dedicados quase exclusivamente à implantação da licenciatura, o que, a princípio, é compreensível e justificável nesse momento histórico específico (tendo em vista a necessidade de formar professores p/ a educação básica). Não me parece justificável, entretanto, o fato de não se implantar novos cursos de composição em um momento de criação de novos centros acadêmicos ligados à música usando-se, para isso, o argumento da prioridade de se criar cursos de licenciatura. Ao meu ver, esse é um antagonismo artificial e prejudicial ao amadurecimento da área da música no país. Ao meu ver, a depreciação da composição (e da musicologia) certamente causa outros efeitos que esse baixo número de ingressantes/formandos nessas habilitações. Afeta, por exemplo, o próprio ambiente acadêmico que formará os futuros licenciados em música do país. Se é inegavelmente urgente criar as condições para que surjam novos professores de música, devemos pensar que esses professores se formam em um habitat universitário: e se não existirem modelos nesses ambientes que coloquem a criação e a pesquisa musicológica como atividades/posturas/valores importantes, penso que a própria formação desses professores (e de seus futuros alunos) estará seriamente comprometida. Por fim, acredito que essa situação deveria ser ao menos discutida de maneira menos reservada às salas de reuniões de departamentos, já que é de interesse público. Abraços e obrigado a todos os que me escreveram pelo retorno, (desculpem-me não responder individualmente a cada um) José Henrique -- http://zepadovani.info From antunes em unb.br Sat Oct 29 15:59:06 2011 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Sat, 29 Oct 2011 15:59:06 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] Abertura da Copa do Mundo Message-ID: Colegas: Convido à leitura de meu novo artigo, intitulado *ABERTURA DA COPA DO MUNDO* : http://www.miraculoso.com.br/index.php/pt/noticias-do-brasil/175-abertura-da-copa-do-mundo.html Autorizo a reprodução dele, desde que citada a fonte. Boa leitura, Abraço, Jorge Antunes -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From zchuekepiano em ufpr.br Sat Oct 29 17:27:09 2011 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Sat, 29 Oct 2011 17:27:09 -0200 (BRST) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?situa=E7=E3o_da_composi=E7=E3o_e_da?= =?iso-8859-1?q?_musicologia_nos_=28novos=29_cursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: <4EA94746.3080308@gmail.com> References: <4EA94746.3080308@gmail.com> Message-ID: Junto-me à esta questão com outra que nos pusemos ontem num otimo papo entre colegas : qtos. doutores em teoria e analise tempos no Brasil? A ligação entre experiência musical - com o material musical propriamente dito - e a composição, é essencial. Note-se que as aulas de composição de Messiaen eram na verdade grandes e intensas aulas de analise.. além disto, para a area da performance, qto. mais a terminologia é precisa, qto. maior o contato de forma objetiva com o material musical, mais ferramentas para leitura e interpretação conquistamos para fundamentar a construção da performance e maior respaldo possui o intérprete para suas decisoes...no entanto a falta destes especialistas deixa nossos cursos bem desfalcados... > Olá, > > > essa informação desoladora chegou até mim e gostaria de fazê-la circular > e, aproveitando, saber como andam as coisas em outras universidades pelo > Brasil. > > > "...o Depto. de Música da UFJF acaba de votar CONTRA a criação de duas > novas modalidades para o curso (Musicologia e Composição). O curso só > conta até agora com a modalidade instrumentista de época (e permitindo o > ingresso de cada vez menos estudantes; apenas 7 este ano)..." > > > Aliás, se alguém souber: > > 1. Quantos são os cursos de música com habilitação em composição no > Brasil? > > 2. Chegamos a aceitar quantos novos estudantes de graduação em > composição por ano? > > > abraços, > > josé henrique > > -- > http://zepadovani.info > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com From jamannis em uol.com.br Sat Oct 29 18:39:52 2011 From: jamannis em uol.com.br (jamannis em uol.com.br) Date: Sat, 29 Oct 2011 20:39:52 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?windows-1252?q?Res=3A_=5BSonologia-l=5D_situa=E7?= =?windows-1252?q?=E3o_da_composi=E7=E3o_e_d_a_musicologia_nos_=28n?= =?windows-1252?q?ovos=29_cursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: <4EAC106C.2080605@gmail.com> References: <1319739897.85280.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> <4EAC106C.2080605@gmail.com> Message-ID: <1321361431-1319920639-cardhu_decombobulator_blackberry.rim.net-2106182043-@b4.c4.bise7.blackberry> Na unicamp tinhamos 10 vagas para composicao ate a licenciantura comecar. Agora sao 5 vagas. Mas a procura tb caiu, penso que deviddo ao fato de haver um descompasso entre o que se aprende e aquilo que de fato se operacionaliza no exercicio pratico profissional hoje em dia. Ha urgencia de um redesenho do curso de composicao, disciplinas a serem incluidas e outras a serem remodeladas e revistas. Tb o tipo de aula deve ser revisto. Se nossa pratica e essencialmente ao redor da heuristica eh preciso que as atividades praticadas em aula estejam dirigidas a esse objtivo. Ou seja, eh necessario rever a metodologia de ensino. Inventar metodologias em funcao das necessidades dos alunos seria o mais desejavel, mas eh tb o mais dificil. Abs Mannis -- José Augusto Mannis +55 19 81163160 jamannis em uol.com.br -----Original Message----- From: josé henrique padovani Sender: sonologia-l-bounces em listas.unicamp.br Date: Sat, 29 Oct 2011 12:40:44 To: ; "Pesquisadores em Son ologia (Música)" Reply-To: Pesquisadores em Sonologia (Música) Subject: [Sonologia-l] situação da composição e d a musicologia nos (novos) cursos de música Olá a todos, Recebi algumas respostas ao e-mail original e estou encaminhando essa resposta às listas e, privadamente, às pessoas responderam diretamente a mim. Espero, no futuro, poder delinear melhor um panorama a partir do que recebi (ou vier a receber). No momento ando consideravelmente atarefado e, de toda maneira, minha intenção é mais aquela de estimular um debate do que a de realizar um estudo. Em síntese: Cursos mais tradicionais (UFMG, UFBA, UFRJ, Unesp, etc.) possuem graduação em composição, possuindo até 20 vagas p/ a área (Bahia). Me parece, no entanto que, na maioria dos cursos, o preenchimento de vagas fica no máximo em 10. Não estou certo de que seja assim em SP (se alguém souber os números por favor diga). [SP é, evidentemente, um caso a parte e conta com uma estrutura acadêmica singular, em grande parte devido à sua situação econômica, às universidades estaduais, mas também, é claro, devido à tradição da área e ao esforço pessoal de compositores do estado.] Já os cursos novos, em sua maioria, estão dedicados quase exclusivamente à implantação da licenciatura, o que, a princípio, é compreensível e justificável nesse momento histórico específico (tendo em vista a necessidade de formar professores p/ a educação básica). Não me parece justificável, entretanto, o fato de não se implantar novos cursos de composição em um momento de criação de novos centros acadêmicos ligados à música usando-se, para isso, o argumento da prioridade de se criar cursos de licenciatura. Ao meu ver, esse é um antagonismo artificial e prejudicial ao amadurecimento da área da música no país. Ao meu ver, a depreciação da composição (e da musicologia) certamente causa outros efeitos que esse baixo número de ingressantes/formandos nessas habilitações. Afeta, por exemplo, o próprio ambiente acadêmico que formará os futuros licenciados em música do país. Se é inegavelmente urgente criar as condições para que surjam novos professores de música, devemos pensar que esses professores se formam em um habitat universitário: e se não existirem modelos nesses ambientes que coloquem a criação e a pesquisa musicológica como atividades/posturas/valores importantes, penso que a própria formação desses professores (e de seus futuros alunos) estará seriamente comprometida. Por fim, acredito que essa situação deveria ser ao menos discutida de maneira menos reservada às salas de reuniões de departamentos, já que é de interesse público. Abraços e obrigado a todos os que me escreveram pelo retorno, (desculpem-me não responder individualmente a cada um) José Henrique -- http://zepadovani.info _______________________________________________ sonologia-l mailing list sonologia-l em listas.unicamp.br https://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/sonologia-l From magali.kleber em gmail.com Fri Oct 28 21:38:41 2011 From: magali.kleber em gmail.com (magali kleber) Date: Fri, 28 Oct 2011 21:38:41 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] convite XX Congresso ABEM Message-ID: http://www.xxcongressonacionaldaabem.com.br/ -- Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2009-2011 Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 9994 6219 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: conviteabem.png Tipo: image/png Tamanho: 456916 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: conviteabem.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 169482 bytes Descrição: não disponível URL: From rael.gimenes em gmail.com Sat Oct 29 22:43:39 2011 From: rael.gimenes em gmail.com (Rael Toffolo) Date: Sat, 29 Oct 2011 22:43:39 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?situa=E7=E3o_da_composi=E7=E3o_e_da?= =?iso-8859-1?q?_musicologia_nos_=28novos=29_cursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: References: <4EA94746.3080308@gmail.com> Message-ID: <4EAC9DBB.8000101@uem.br> On 29-10-2011 17:27, Zélia Chueke wrote: > Junto-me à esta questão com outra que nos pusemos ontem num otimo papo > entre colegas : qtos. doutores em teoria e analise tempos no Brasil? > > A ligação entre experiência musical - com o material musical propriamente > dito - e a composição, é essencial. Note-se que as aulas de composição de > Messiaen eram na verdade grandes e intensas aulas de analise.. além disto, > para a area da performance, qto. mais a terminologia é precisa, qto. maior > o contato de forma objetiva com o material musical, mais ferramentas para > leitura e interpretação conquistamos para fundamentar a construção da > performance e maior respaldo possui o intérprete para suas decisoes...no > entanto a falta destes especialistas deixa nossos cursos bem > desfalcados... > > >> Olá, >> >> >> essa informação desoladora chegou até mim e gostaria de fazê-la circular >> e, aproveitando, saber como andam as coisas em outras universidades pelo >> Brasil. >> >> >> "...o Depto. de Música da UFJF acaba de votar CONTRA a criação de duas >> novas modalidades para o curso (Musicologia e Composição). O curso só >> conta até agora com a modalidade instrumentista de época (e permitindo o >> ingresso de cada vez menos estudantes; apenas 7 este ano)..." >> >> >> Aliás, se alguém souber: >> >> 1. Quantos são os cursos de música com habilitação em composição no >> Brasil? >> >> 2. Chegamos a aceitar quantos novos estudantes de graduação em >> composição por ano? >> >> >> abraços, >> >> josé henrique >> >> -- >> http://zepadovani.info >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > Zélia Chueke, DMA > Pianist - researcher > Professor of Music- DeArtes, UFPR > Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 > www.zeliachueke.com > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > Aqui na Universidade Estadual de Maringá, implantamos a habilitação em Composição em 2009 e a cada vestibular a procura tem sido cada vez maior. São 5 vagas por ano. From antunes em unb.br Sun Oct 30 11:10:18 2011 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Sun, 30 Oct 2011 11:10:18 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?situa=E7=E3o_da_composi=E7=E3o_e_da?= =?iso-8859-1?q?_musicologia_nos_=28novos=29_cursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: <1319739897.85280.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> References: <4EA94746.3080308@gmail.com> <1319739897.85280.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: Caro Daniel: Você, tal como vários outros colegas, usa a frase "volta do ensino de Música na Educação Básica". Proponho que se passe a usar, no lugar da frase acima, o seguinte: "início do ensino de Música na Educação Básica". Não há como pensar na "volta" de algo que nunca houve. O que houve no passado foi a educação cívica através da música, com a prática do chamado "canto orfeônico", disciplina que fazia com que os estudantes passassem a ter raiva da Música. Quanto aos novos cursos e à grande clientela de Educação Musical e das Licenciaturas, acho isso bastante bom e promissor e necessário. Temos que construir novas cabeças que possam ocupar o mercado que se abrirá. As "majors", indústrias multinacionais do disco e da música popular comercial estão de olho nesse nicho que se abre. Não é à toa que personalidades da música popular, como Ivan Lins e Daniela Mercury, frequentam o Congresso Nacional fazendo lobby pela Educação Musical, carregados pelos industriais da música comercial. Abraço, Jorge Antunes Em 27 de outubro de 2011 16:24, Daniel Lemos escreveu: > > Caro prof. Padovani, > > Sobre a situação de Composição e Musicologia em si, eu não saberia > responder. Porém, pelo que tenho visto dos cursos de Graduação em Música no > Brasil, houve diversas fundações de cursos de Licenciatura em Música no > Brasil. Porém, não observei a fundação de nenhum curso de Bacharelado. > > Analiso a situação da seguinte forma: na área de Música, há uma grande > mobilização pela volta do ensino de Música na Educação Básica, sendo os > cursos de Licenciatura em Música responsáveis pela formação de > profissionais aptos a trabalhar neste ambiente; > > Fora da área de Música - nas instâncias políticas da Universidade - as > políticas são favoráveis à formação de alunos em massa, e nesse sentido, há > muito maior interesse na criação de cursos de Licenciatura (aqui abrimos 60 > vagas por ano) e restrito interesse nos Bacharelados, que por sua natureza > metodológica não podem formar grande quantidade de alunos. > > Saudações, > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *qui, 27/10/11, josé henrique padovani *escreveu: > > > De: josé henrique padovani > Assunto: [ANPPOM-Lista] situação da composição e da musicologia nos > (novos) cursos de música > Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" , > ""Pesquisadores em Sonologia (Música)"" > Data: Quinta-feira, 27 de Outubro de 2011, 9:57 > > Olá, > > > essa informação desoladora chegou até mim e gostaria de fazê-la circular > e, aproveitando, saber como andam as coisas em outras universidades pelo > Brasil. > > > "...o Depto. de Música da UFJF acaba de votar CONTRA a criação de duas > novas modalidades para o curso (Musicologia e Composição). O curso só conta > até agora com a modalidade instrumentista de época (e permitindo o ingresso > de cada vez menos estudantes; apenas 7 este ano)..." > > > Aliás, se alguém souber: > > 1. Quantos são os cursos de música com habilitação em composição no Brasil? > > 2. Chegamos a aceitar quantos novos estudantes de graduação em composição > por ano? > > > abraços, > > josé henrique > > -- http://zepadovani.info > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sun Oct 30 11:32:29 2011 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sun, 30 Oct 2011 11:32:29 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Res=3A_=5BSonologia-l=5D_situa=E7?= =?iso-8859-1?q?=E3o_da_composi=E7=E3o_e_d_a_musicologia_nos_=28novos=29_c?= =?iso-8859-1?q?ursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: <1321361431-1319920639-cardhu_decombobulator_blackberry.rim.net-2106182043-@b4.c4.bise7.blackberry> References: <1319739897.85280.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> <4EAC106C.2080605@gmail.com> <1321361431-1319920639-cardhu_decombobulator_blackberry.rim.net-2106182043-@b4.c4.bise7.blackberry> Message-ID: <8C86A826-5227-49BE-8968-AFDF9BD047FC@uol.com.br> pergunta: se em concursos para cargos em departamentos de música em universidade públicas exige-se que o diploma seja em engenharia ou produção, pq um aluno viria cursar composição já que estes postos em quase todas está preenchido? abs silvio On Oct 29, 2011, at 6:39 PM, jamannis em uol.com.br wrote: > Na unicamp tinhamos 10 vagas para composicao ate a licenciantura comecar. > Agora sao 5 vagas. > Mas a procura tb caiu, penso que deviddo ao fato de haver um descompasso entre o que se aprende e aquilo que de fato se operacionaliza no exercicio pratico profissional hoje em dia. > > Ha urgencia de um redesenho do curso de composicao, disciplinas a serem incluidas e outras a serem remodeladas e revistas. > > Tb o tipo de aula deve ser revisto. Se nossa pratica e essencialmente ao redor da heuristica eh preciso que as atividades praticadas em aula estejam dirigidas a esse objtivo. Ou seja, eh necessario rever a metodologia de ensino. > > Inventar metodologias em funcao das necessidades dos alunos seria o mais desejavel, mas eh tb o mais dificil. > > Abs > > Mannis > > -- > José Augusto Mannis > +55 19 81163160 > jamannis em uol.com.br > > -----Original Message----- > From: josé henrique padovani > Sender: sonologia-l-bounces em listas.unicamp.br > Date: Sat, 29 Oct 2011 12:40:44 > To: ; "Pesquisadores em Son ologia (Música)" > Reply-To: Pesquisadores em Sonologia (Música) > > Subject: [Sonologia-l] situação da composição e d > a musicologia nos (novos) cursos de música > > Olá a todos, > > Recebi algumas respostas ao e-mail original e estou encaminhando essa > resposta às listas e, privadamente, às pessoas responderam diretamente a > mim. Espero, no futuro, poder delinear melhor um panorama a partir do > que recebi (ou vier a receber). No momento ando consideravelmente > atarefado e, de toda maneira, minha intenção é mais aquela de estimular > um debate do que a de realizar um estudo. > > Em síntese: > > Cursos mais tradicionais (UFMG, UFBA, UFRJ, Unesp, etc.) possuem > graduação em composição, possuindo até 20 vagas p/ a área (Bahia). Me > parece, no entanto que, na maioria dos cursos, o preenchimento de vagas > fica no máximo em 10. Não estou certo de que seja assim em SP (se alguém > souber os números por favor diga). [SP é, evidentemente, um caso a parte > e conta com uma estrutura acadêmica singular, em grande parte devido à > sua situação econômica, às universidades estaduais, mas também, é claro, > devido à tradição da área e ao esforço pessoal de compositores do estado.] > > Já os cursos novos, em sua maioria, estão dedicados quase exclusivamente > à implantação da licenciatura, o que, a princípio, é compreensível e > justificável nesse momento histórico específico (tendo em vista a > necessidade de formar professores p/ a educação básica). Não me parece > justificável, entretanto, o fato de não se implantar novos cursos de > composição em um momento de criação de novos centros acadêmicos ligados > à música usando-se, para isso, o argumento da prioridade de se criar > cursos de licenciatura. Ao meu ver, esse é um antagonismo artificial e > prejudicial ao amadurecimento da área da música no país. > > Ao meu ver, a depreciação da composição (e da musicologia) certamente > causa outros efeitos que esse baixo número de ingressantes/formandos > nessas habilitações. Afeta, por exemplo, o próprio ambiente acadêmico > que formará os futuros licenciados em música do país. Se é inegavelmente > urgente criar as condições para que surjam novos professores de música, > devemos pensar que esses professores se formam em um habitat > universitário: e se não existirem modelos nesses ambientes que coloquem > a criação e a pesquisa musicológica como atividades/posturas/valores > importantes, penso que a própria formação desses professores (e de seus > futuros alunos) estará seriamente comprometida. > > Por fim, acredito que essa situação deveria ser ao menos discutida de > maneira menos reservada às salas de reuniões de departamentos, já que é > de interesse público. > > Abraços e obrigado a todos os que me escreveram pelo retorno, > (desculpem-me não responder individualmente a cada um) > > José Henrique > > -- > http://zepadovani.info > _______________________________________________ > sonologia-l mailing list > sonologia-l em listas.unicamp.br > https://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/sonologia-l > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Oct 30 11:35:33 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sun, 30 Oct 2011 06:35:33 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?situa=E7=E3o_da_composi=E7=E3o_e_da?= =?iso-8859-1?q?_musicologia_nos_=28novos=29_cursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: Message-ID: <1319981733.51127.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Caro prof. Jorge Antunes, Muito obrigado por sua mensagem! Não havia visto a situação dessa forma, agradeço por me despertar para uma visão diferente. O canto orfeônico certamente tem suas raízes no ensino tradicional de Música, e sabemos da problemática em torno das ideologias pedagógicas que prega. A Educação Musical realmente tem este compromisso: quanto maior o contato da sociedade brasileira com a Música de forma saudável, espontânea e livre dos "traumas da pedagogia musical tradicional", maiores os benefícios para todos: amadores, admiradores e profissionais. E de fato, qualquer defesa destes "ícones da Música Popular" em prol da Educação Musical certamente é de se desconfiar. A minha preocupação maior é que as Universidades brasileiras tem dado muita atenção à formação de profissionais capazes de atuar na Educação Básica, capazes de adotar metodologias apropriadas a este contexto. Porém, pela natureza dessa formação e das precárias condições que eles hipoteticamente encontrariam nas escolas brasileiras, o ensino da Performance é praticamente deixado de lado na formação destes. É esta a situação que me preocupa, e também a vários colegas daqui. A ampliação da área também precisa acontecer dessa forma. Estamos trabalhando em um projeto político-pedagógico para fundação de um Bacharelado que emergirá da Licenciatura com poucos custos à Universidade, engajado em ampliar as possibilidades de atuação profissional dos bacharéis e adotando idéias muito positivas da Educação Musical. Em breve enviarei o projeto para lista para que todos possam discutir, e quem sabe motivar a abertura desta habilitação em outras Universidades que fundaram a Licenciatura há alguns anos. Grande abraço, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 30/10/11, Jorge Antunes escreveu: De: Jorge Antunes Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] situação da composição e da musicologia nos (novos) cursos de música Para: anppom-l em iar.unicamp.br, dal_lemos em yahoo.com.br Data: Domingo, 30 de Outubro de 2011, 11:10 Caro Daniel: Você, tal como vários outros colegas, usa a frase "volta do ensino de Música na Educação Básica".Proponho que se passe a usar, no lugar da frase acima, o seguinte: "início do ensino de Música na Educação Básica". Não há como pensar na "volta" de algo que nunca houve. O que houve no passado foi a educação cívica através da música, com a prática do chamado "canto orfeônico", disciplina que fazia com que os estudantes passassem a ter raiva da Música. Quanto aos novos cursos e à grande clientela de Educação Musical e das Licenciaturas, acho isso bastante bom e promissor e necessário.Temos que construir novas cabeças que possam ocupar o mercado que se abrirá. As "majors", indústrias multinacionais do disco e da música popular comercial estão de olho nesse nicho que se abre. Não é à toa que personalidades da música popular, como Ivan Lins e Daniela Mercury, frequentam o Congresso Nacional fazendo lobby pela Educação Musical, carregados pelos industriais da música comercial. Abraço,Jorge Antunes Em 27 de outubro de 2011 16:24, Daniel Lemos escreveu: Caro prof. Padovani, Sobre a situação de Composição e Musicologia em si, eu não saberia responder. Porém, pelo que tenho visto dos cursos de Graduação em Música no Brasil, houve diversas fundações de cursos de Licenciatura em Música no Brasil. Porém, não observei a fundação de nenhum curso de Bacharelado. Analiso a situação da seguinte forma: na área de Música, há uma grande mobilização pela volta do ensino de Música na Educação Básica, sendo os cursos de Licenciatura em Música responsáveis pela formação de profissionais aptos a trabalhar neste ambiente; Fora da área de Música - nas instâncias políticas da Universidade - as políticas são favoráveis à formação de alunos em massa, e nesse sentido, há muito maior interesse na criação de cursos de Licenciatura (aqui abrimos 60 vagas por ano) e restrito interesse nos Bacharelados, que por sua natureza metodológica não podem formar grande quantidade de alunos. Saudações, Daniel Lemos Curso de Música/DEART - musica.ufma.br Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em qui, 27/10/11, josé henrique padovani escreveu: De: josé henrique padovani Assunto: [ANPPOM-Lista] situação da composição e da musicologia nos (novos) cursos de música Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" , ""Pesquisadores em Sonologia (Música)"" Data: Quinta-feira, 27 de Outubro de 2011, 9:57 Olá, essa informação desoladora chegou até mim e gostaria de fazê-la circular e, aproveitando, saber como andam as coisas em outras universidades pelo Brasil. "...o Depto. de Música da UFJF acaba de votar CONTRA a criação de duas novas modalidades para o curso (Musicologia e Composição). O curso só conta até agora com a modalidade instrumentista de época (e permitindo o ingresso de cada vez menos estudantes; apenas 7 este ano)..." Aliás, se alguém souber: 1. Quantos são os cursos de música com habilitação em composição no Brasil? 2. Chegamos a aceitar quantos novos estudantes de graduação em composição por ano? abraços, josé henrique -- http://zepadovani.info ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Oct 30 11:47:59 2011 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sun, 30 Oct 2011 06:47:59 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Sobre_Concursos_de_M=FAsica?= Message-ID: <1319982479.24201.YahooMailClassic@web110311.mail.gq1.yahoo.com> Caros colegas, Pegando "carona" na discussão sobre concursos, deixo aqui o texto que escrevi hoje de manhã: http://audio-arte.blogspot.com/2011/10/sobre-concursos-de-musica.html Abraço a todos, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Sun Oct 30 12:15:08 2011 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Sun, 30 Oct 2011 12:15:08 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?situa=E7=E3o_da_composi=E7=E3o_e_da?= =?iso-8859-1?q?_musicologia_nos_=28novos=29_cursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: <1319981733.51127.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> References: <1319981733.51127.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: Oi, Daniel: Aguardo ansioso seu projeto político-pedagógico. Minha simpatia e luta pelos cursos na área de Performance estão na reserva, no frigorífico, a espera de descongelamento. A explosão delas poderá acontecer, dependendo do repertório a ser programado e preconizado, e do espaço a ser dado à música erudita contemporânea de hoje. Abraço, Jorge Antunes Em 30 de outubro de 2011 11:35, Daniel Lemos escreveu: > > Caro prof. Jorge Antunes, > > Muito obrigado por sua mensagem! Não havia visto a situação dessa forma, > agradeço por me despertar para uma visão diferente. O canto orfeônico > certamente tem suas raízes no ensino tradicional de Música, e sabemos da > problemática em torno das ideologias pedagógicas que prega. A Educação > Musical realmente tem este compromisso: quanto maior o contato da sociedade > brasileira com a Música de forma saudável, espontânea e livre dos "traumas > da pedagogia musical tradicional", maiores os benefícios para todos: > amadores, admiradores e profissionais. E de fato, qualquer defesa destes > "ícones da Música Popular" em prol da Educação Musical certamente é de se > desconfiar. > > A minha preocupação maior é que as Universidades brasileiras tem dado > muita atenção à formação de profissionais capazes de atuar na Educação > Básica, capazes de adotar metodologias apropriadas a este contexto. Porém, > pela natureza dessa formação e das precárias condições que eles > hipoteticamente encontrariam nas escolas brasileiras, o ensino da > Performance é praticamente deixado de lado na formação destes. É esta a > situação que me preocupa, e também a vários colegas daqui. A ampliação da > área também precisa acontecer dessa forma. > > Estamos trabalhando em um projeto político-pedagógico para fundação de um > Bacharelado que emergirá da Licenciatura com poucos custos à Universidade, > engajado em ampliar as possibilidades de atuação profissional dos bacharéis > e adotando idéias muito positivas da Educação Musical. Em breve enviarei o > projeto para lista para que todos possam discutir, e quem sabe motivar a > abertura desta habilitação em outras Universidades que fundaram a > Licenciatura há alguns anos. > > Grande abraço, > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *dom, 30/10/11, Jorge Antunes * escreveu: > > > De: Jorge Antunes > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] situação da composição e da musicologia nos > (novos) cursos de música > Para: anppom-l em iar.unicamp.br, dal_lemos em yahoo.com.br > Data: Domingo, 30 de Outubro de 2011, 11:10 > > > Caro Daniel: > > Você, tal como vários outros colegas, usa a frase "volta do ensino de > Música na Educação Básica". > Proponho que se passe a usar, no lugar da frase acima, o seguinte: > "início do ensino de Música na Educação Básica". > > Não há como pensar na "volta" de algo que nunca houve. > > O que houve no passado foi a educação cívica através da música, com a > prática do chamado "canto orfeônico", disciplina que fazia com que os > estudantes passassem a ter raiva da Música. > > Quanto aos novos cursos e à grande clientela de Educação Musical e das > Licenciaturas, acho isso bastante bom e promissor e necessário. > Temos que construir novas cabeças que possam ocupar o mercado que se > abrirá. As "majors", indústrias multinacionais do disco e da música popular > comercial estão de olho nesse nicho que se abre. Não é à toa que > personalidades da música popular, como Ivan Lins e Daniela Mercury, > frequentam o Congresso Nacional fazendo lobby pela Educação Musical, > carregados pelos industriais da música comercial. > > Abraço, > Jorge Antunes > > > > > > > > > > Em 27 de outubro de 2011 16:24, Daniel Lemos > > escreveu: > > > Caro prof. Padovani, > > Sobre a situação de Composição e Musicologia em si, eu não saberia > responder. Porém, pelo que tenho visto dos cursos de Graduação em Música no > Brasil, houve diversas fundações de cursos de Licenciatura em Música no > Brasil. Porém, não observei a fundação de nenhum curso de Bacharelado. > > Analiso a situação da seguinte forma: na área de Música, há uma grande > mobilização pela volta do ensino de Música na Educação Básica, sendo os > cursos de Licenciatura em Música responsáveis pela formação de > profissionais aptos a trabalhar neste ambiente; > > Fora da área de Música - nas instâncias políticas da Universidade - as > políticas são favoráveis à formação de alunos em massa, e nesse sentido, há > muito maior interesse na criação de cursos de Licenciatura (aqui abrimos 60 > vagas por ano) e restrito interesse nos Bacharelados, que por sua natureza > metodológica não podem formar grande quantidade de alunos. > > Saudações, > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio > Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos > Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *qui, 27/10/11, josé henrique padovani > >* escreveu: > > > De: josé henrique padovani > > > Assunto: [ANPPOM-Lista] situação da composição e da musicologia nos > (novos) cursos de música > Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" > >, > ""Pesquisadores em Sonologia (Música)"" > > > Data: Quinta-feira, 27 de Outubro de 2011, 9:57 > > Olá, > > > essa informação desoladora chegou até mim e gostaria de fazê-la circular > e, aproveitando, saber como andam as coisas em outras universidades pelo > Brasil. > > > "...o Depto. de Música da UFJF acaba de votar CONTRA a criação de duas > novas modalidades para o curso (Musicologia e Composição). O curso só conta > até agora com a modalidade instrumentista de época (e permitindo o ingresso > de cada vez menos estudantes; apenas 7 este ano)..." > > > Aliás, se alguém souber: > > 1. Quantos são os cursos de música com habilitação em composição no Brasil? > > 2. Chegamos a aceitar quantos novos estudantes de graduação em composição > por ano? > > > abraços, > > josé henrique > > -- http://zepadovani.info > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From pedrofilhoamorim em gmail.com Sun Oct 30 13:06:03 2011 From: pedrofilhoamorim em gmail.com (Pedro Filho) Date: Sun, 30 Oct 2011 13:06:03 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Res=3A_=5BSonologia-l=5D_situa=E7?= =?iso-8859-1?q?=E3o_da_composi=E7=E3o_e_d_a_musicologia_nos_=28nov?= =?iso-8859-1?q?os=29_cursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: <1321361431-1319920639-cardhu_decombobulator_blackberry.rim.net-2106182043-@b4.c4.bise7.blackberry> References: <1319739897.85280.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> <4EAC106C.2080605@gmail.com> <1321361431-1319920639-cardhu_decombobulator_blackberry.rim.net-2106182043-@b4.c4.bise7.blackberry> Message-ID: Caros Acho que o prof. Mannis tocou em pontos cirúrgicos no que diz respeito à situação do ensino de composição no Brasil. Os fatores apontados por ele, são causas (embora não as únicas) da relativa desvalorizacão que a área da composição vem sofrendo em detrimento de outros cursos mais "úteis" (com perdão do termo impreciso e sem intenção de ironizar). É de fato urgente um "redesenho" no currículo e, mais urgente ainda, me parece, que o pensamento acadêmico sobre composição musical (afinal de contas um lugar de aplicação da criatividade) amplie seu alcance, tanto no que diz respeito às concepções de forma, material, processos - ou seja, assuntos intrínsecos ao compor em si - tanto quanto em relação aos contextos: dialogar com ambientes culturais outros que não apenas o da "música de concerto" (transcendendo concepções dicotômicas: música popular X erudita, compositor X intérprete, etc etc) e diversificar os procedimentos pedagógicos e epistemológicos. Para isso, seguindo na concordância com a fala do Mannis, é fundamental repensar metodologias. "Inventar metodologias em função das necessidades dos alunos" me parece não apenas o mais desejável, como também o mais indicado. Sintomático. Tom Zé (que aliás, estudou composição na universidade), em sua canção "Complexo de Épico", define o professor universitário como "aquela tal classe que, ou passa a aprender com os alunos - quer dizer, com a rua - ou não vai sobreviver". Curiosamente, o refrão da canção diz: "Todo compositor brasileiro é um complexado" Acho válida a reflexão. Abraços, Pedro Filho Em 29 de outubro de 2011 18:39, escreveu: > Na unicamp tinhamos 10 vagas para composicao ate a licenciantura comecar. > Agora sao 5 vagas. > Mas a procura tb caiu, penso que deviddo ao fato de haver um descompasso > entre o que se aprende e aquilo que de fato se operacionaliza no exercicio > pratico profissional hoje em dia. > > Ha urgencia de um redesenho do curso de composicao, disciplinas a serem > incluidas e outras a serem remodeladas e revistas. > > Tb o tipo de aula deve ser revisto. Se nossa pratica e essencialmente ao > redor da heuristica eh preciso que as atividades praticadas em aula estejam > dirigidas a esse objtivo. Ou seja, eh necessario rever a metodologia de > ensino. > > Inventar metodologias em funcao das necessidades dos alunos seria o mais > desejavel, mas eh tb o mais dificil. > > Abs > > Mannis > > -- > José Augusto Mannis > +55 19 81163160 > jamannis em uol.com.br > > -----Original Message----- > From: josé henrique padovani > Sender: sonologia-l-bounces em listas.unicamp.br > Date: Sat, 29 Oct 2011 12:40:44 > To: ; "Pesquisadores em Son ologia (Música)"< > sonologia-l em listas.unicamp.br> > Reply-To: Pesquisadores em Sonologia (Música) > > Subject: [Sonologia-l] situação da composição e d > a musicologia nos (novos) cursos de música > > Olá a todos, > > Recebi algumas respostas ao e-mail original e estou encaminhando essa > resposta às listas e, privadamente, às pessoas responderam diretamente a > mim. Espero, no futuro, poder delinear melhor um panorama a partir do > que recebi (ou vier a receber). No momento ando consideravelmente > atarefado e, de toda maneira, minha intenção é mais aquela de estimular > um debate do que a de realizar um estudo. > > Em síntese: > > Cursos mais tradicionais (UFMG, UFBA, UFRJ, Unesp, etc.) possuem > graduação em composição, possuindo até 20 vagas p/ a área (Bahia). Me > parece, no entanto que, na maioria dos cursos, o preenchimento de vagas > fica no máximo em 10. Não estou certo de que seja assim em SP (se alguém > souber os números por favor diga). [SP é, evidentemente, um caso a parte > e conta com uma estrutura acadêmica singular, em grande parte devido à > sua situação econômica, às universidades estaduais, mas também, é claro, > devido à tradição da área e ao esforço pessoal de compositores do estado.] > > Já os cursos novos, em sua maioria, estão dedicados quase exclusivamente > à implantação da licenciatura, o que, a princípio, é compreensível e > justificável nesse momento histórico específico (tendo em vista a > necessidade de formar professores p/ a educação básica). Não me parece > justificável, entretanto, o fato de não se implantar novos cursos de > composição em um momento de criação de novos centros acadêmicos ligados > à música usando-se, para isso, o argumento da prioridade de se criar > cursos de licenciatura. Ao meu ver, esse é um antagonismo artificial e > prejudicial ao amadurecimento da área da música no país. > > Ao meu ver, a depreciação da composição (e da musicologia) certamente > causa outros efeitos que esse baixo número de ingressantes/formandos > nessas habilitações. Afeta, por exemplo, o próprio ambiente acadêmico > que formará os futuros licenciados em música do país. Se é inegavelmente > urgente criar as condições para que surjam novos professores de música, > devemos pensar que esses professores se formam em um habitat > universitário: e se não existirem modelos nesses ambientes que coloquem > a criação e a pesquisa musicológica como atividades/posturas/valores > importantes, penso que a própria formação desses professores (e de seus > futuros alunos) estará seriamente comprometida. > > Por fim, acredito que essa situação deveria ser ao menos discutida de > maneira menos reservada às salas de reuniões de departamentos, já que é > de interesse público. > > Abraços e obrigado a todos os que me escreveram pelo retorno, > (desculpem-me não responder individualmente a cada um) > > José Henrique > > -- > http://zepadovani.info > _______________________________________________ > sonologia-l mailing list > sonologia-l em listas.unicamp.br > https://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/sonologia-l > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -- Pedro Filho Amorim http://www.myspace.com/pedrofilho http://peofilho.wordpress.com/ (71)8830-7287 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From jamannis em uol.com.br Mon Oct 31 22:49:53 2011 From: jamannis em uol.com.br (Jose Augusto Mannis UOL) Date: Mon, 31 Oct 2011 22:49:53 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] CALENDARIO EVENTOS 2012 Message-ID: <008901cc9830$2b76a630$8263f290$@com.br> Colegas, Com o objetivo de evitar conflitos de datas de eventos, sugiro que em algum lugar (uma pagina) possamos manter um calendário de EVENTOS AFINS. Mais especificamente, neste momento estou colaborando para um evento (ENCONTRO INTERNACIONAL DE PAISAGEM SONORA) em 2012, em São Paulo, com previsão para a semana de 10 a 14 de setembro de 2012. Gostaria de saber se há algum outro evento sendo planejado para esse período. Obrigado Abraços Mannis _____________________________________ Prof. Dr. José Augusto Mannis Universidade Estadual de Campinas - Unicamp Instituto de Artes Depto. de Música jamannis em uol.com.br +55 (19) 8116-3160 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From porres em gmail.com Mon Oct 31 23:49:38 2011 From: porres em gmail.com (Alexandre Torres Porres) Date: Mon, 31 Oct 2011 23:49:38 -0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Res=3A_=5BSonologia-l=5D_situa=E7?= =?iso-8859-1?q?=E3o_da_composi=E7=E3o_e_d_a_musicologia_nos_=28nov?= =?iso-8859-1?q?os=29_cursos_de_m=FAsica?= In-Reply-To: <8C86A826-5227-49BE-8968-AFDF9BD047FC@uol.com.br> References: <1319739897.85280.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> <4EAC106C.2080605@gmail.com> <1321361431-1319920639-cardhu_decombobulator_blackberry.rim.net-2106182043-@b4.c4.bise7.blackberry> <8C86A826-5227-49BE-8968-AFDF9BD047FC@uol.com.br> Message-ID: Aliás Sílvio, conheço alguns que ocupam cargos de prof de composição que tem graduação em Geologia e Engenharia, ou em música mas não em composição. Afinal, não havia muito curso antigamente, e não eram muito bons, não que hoje já seja ideal. Me pergunto até que ponto um diploma de composição é necessário se o sujeito tem carreira de compositor, com peça tocada em uma bienal, ou peça tocada em festival na Europa, e ainda tem mestrado ou doutorado na área de música. Quando o sujeito compõe uma peça, ninguém olha pro diploma, olha pra peça. Inclusive, se permitem que alguém com uma graduação em outra área faça mestrado em composição, porque exigir concursos em que categoricamente esteja especificado graduação, mestrado e doutorado na área de composição? Na Unicamp, aliás, ainda se aplica uma prova seletiva que até alguns graduados em música não passam. Porque exigir o diploma em música de um sujeito que tem mestrado em um sistema desses? Fora que esse contexto também diz respeito à pesquisa em música. Queremos mesmo somente músicos com formação de conservatório para fazer pesquisa em musicologia? Um historiador não poderia fazer um mestrado em história da música e dar aula de história da música na universidade? Ou queremos somente músicos de conservatório na universidade? Eu creio que isso é um problema com reflexo na situação da UFJF agora, e na atual situação da composição e d a musicologia nos (novos) cursos de música" Eu realmente gostaria de ouvir a opinião dos colegas a respeito disso. Obrigado Em 30 de outubro de 2011 11:32, silvioferrazmello < silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu: > pergunta: > se em concursos para cargos em departamentos de música em universidade > públicas exige-se que o diploma seja em engenharia ou produção, pq um aluno > viria cursar composição já que estes postos em quase todas está preenchido? > abs > silvio > > On Oct 29, 2011, at 6:39 PM, jamannis em uol.com.br wrote: > > > Na unicamp tinhamos 10 vagas para composicao ate a licenciantura comecar. > > Agora sao 5 vagas. > > Mas a procura tb caiu, penso que deviddo ao fato de haver um descompasso > entre o que se aprende e aquilo que de fato se operacionaliza no exercicio > pratico profissional hoje em dia. > > > > Ha urgencia de um redesenho do curso de composicao, disciplinas a serem > incluidas e outras a serem remodeladas e revistas. > > > > Tb o tipo de aula deve ser revisto. Se nossa pratica e essencialmente ao > redor da heuristica eh preciso que as atividades praticadas em aula estejam > dirigidas a esse objtivo. Ou seja, eh necessario rever a metodologia de > ensino. > > > > Inventar metodologias em funcao das necessidades dos alunos seria o mais > desejavel, mas eh tb o mais dificil. > > > > Abs > > > > Mannis > > > > -- > > José Augusto Mannis > > +55 19 81163160 > > jamannis em uol.com.br > > > > -----Original Message----- > > From: josé henrique padovani > > Sender: sonologia-l-bounces em listas.unicamp.br > > Date: Sat, 29 Oct 2011 12:40:44 > > To: ; "Pesquisadores em Son ologia (Música)"< > sonologia-l em listas.unicamp.br> > > Reply-To: Pesquisadores em Sonologia (Música) > > > > Subject: [Sonologia-l] situação da composição e d > > a musicologia nos (novos) cursos de música > > > > Olá a todos, > > > > Recebi algumas respostas ao e-mail original e estou encaminhando essa > > resposta às listas e, privadamente, às pessoas responderam diretamente a > > mim. Espero, no futuro, poder delinear melhor um panorama a partir do > > que recebi (ou vier a receber). No momento ando consideravelmente > > atarefado e, de toda maneira, minha intenção é mais aquela de estimular > > um debate do que a de realizar um estudo. > > > > Em síntese: > > > > Cursos mais tradicionais (UFMG, UFBA, UFRJ, Unesp, etc.) possuem > > graduação em composição, possuindo até 20 vagas p/ a área (Bahia). Me > > parece, no entanto que, na maioria dos cursos, o preenchimento de vagas > > fica no máximo em 10. Não estou certo de que seja assim em SP (se alguém > > souber os números por favor diga). [SP é, evidentemente, um caso a parte > > e conta com uma estrutura acadêmica singular, em grande parte devido à > > sua situação econômica, às universidades estaduais, mas também, é claro, > > devido à tradição da área e ao esforço pessoal de compositores do > estado.] > > > > Já os cursos novos, em sua maioria, estão dedicados quase exclusivamente > > à implantação da licenciatura, o que, a princípio, é compreensível e > > justificável nesse momento histórico específico (tendo em vista a > > necessidade de formar professores p/ a educação básica). Não me parece > > justificável, entretanto, o fato de não se implantar novos cursos de > > composição em um momento de criação de novos centros acadêmicos ligados > > à música usando-se, para isso, o argumento da prioridade de se criar > > cursos de licenciatura. Ao meu ver, esse é um antagonismo artificial e > > prejudicial ao amadurecimento da área da música no país. > > > > Ao meu ver, a depreciação da composição (e da musicologia) certamente > > causa outros efeitos que esse baixo número de ingressantes/formandos > > nessas habilitações. Afeta, por exemplo, o próprio ambiente acadêmico > > que formará os futuros licenciados em música do país. Se é inegavelmente > > urgente criar as condições para que surjam novos professores de música, > > devemos pensar que esses professores se formam em um habitat > > universitário: e se não existirem modelos nesses ambientes que coloquem > > a criação e a pesquisa musicológica como atividades/posturas/valores > > importantes, penso que a própria formação desses professores (e de seus > > futuros alunos) estará seriamente comprometida. > > > > Por fim, acredito que essa situação deveria ser ao menos discutida de > > maneira menos reservada às salas de reuniões de departamentos, já que é > > de interesse público. > > > > Abraços e obrigado a todos os que me escreveram pelo retorno, > > (desculpem-me não responder individualmente a cada um) > > > > José Henrique > > > > -- > > http://zepadovani.info > > _______________________________________________ > > sonologia-l mailing list > > sonologia-l em listas.unicamp.br > > https://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/sonologia-l > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... 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