From antunes em unb.br Sun Apr 1 10:39:14 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Sun, 1 Apr 2012 10:39:14 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Concerto_da_OAH-_ter=E7a-feira=2C_d?= =?iso-8859-1?q?ia_3?= Message-ID: *ORQUESTRA ARS HODIERNA* * * Entrada franca Regente: Maestro Jorge Lisbôa Antunes * **3 de abril de 2012 ? 16:30h Escola Classe 113 Norte Endereço: SQN 113, Área Especial* PROGRAMA Henry Purcell ? Two Suites from the Fairy Queen Guilherme Carvalho ? cos(t) + i.sen(t) Frederico Richter ? Nãnã-Giê Guerra Peixe ? Mourão *Classificação etária: livre* -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From soniaraybrasil em gmail.com Sun Apr 1 21:03:55 2012 From: soniaraybrasil em gmail.com (Sonia Ray) Date: Sun, 1 Apr 2012 21:03:55 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Cole=E7=E3o_M=FAsica_Hodie_10_anos?= Message-ID: *REVISTA MÚSICA HODIE* Programa de Pós-Graduação em Música da EMAC-UFG Ininterruptamente desde 2001 ? ISSN: 1676-3939 Indexadores: Capes A2, RILM, EBSCO e Arts & Humanity Index SITE: www.musicahodie.mus.br O PPG Música da UFG informa que a Coleção MÚSICA HODIE 10 ANOS ainda tem cerca de 30 unidades disponíveis para venda. O pacote é composto por 26 CDs sendo 20 revistas em CDRom, 5 encartes com audio e 1 DVD. A coleção completa está sendo vendida através da Escola de Música da UFG. Confira os sumário de todos os volumes no anexo e as informações para compra abaixo. Abraço, Sonia Ray Presidente do Conselho Editorial *Valor da coleção: R$ 180,00 + frete * Para encomendar: Envie-nos um mensagem através do site www.musicahodie.mus.br (contato) informando seu endereço completo (com CEP) para que possamos calcular o valor do frete. Informaremos então o preço final da encomenda, o tempo de envio e a conta para depósito. Remessas somente por sedex. * * *Em tempo: * As submissões para o volume 2012 n. 1 se encerram dia 15 de abril de 2012. A editora responsável por este número e a Profa. Dra. Sonia Albano de Lima (Unesp) soniaalbano em uol.com.br -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Sumarios COLEÇÃO MÚSICA HODIE 10 ANOS.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 1399771 bytes Descrição: não disponível URL: From magali.kleber em gmail.com Sun Apr 1 22:26:43 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Sun, 1 Apr 2012 22:26:43 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Fwd: REVISTA MEB In-Reply-To: References: Message-ID: divulgando, Magali Kleber ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Cássia Virgínia Coelho de Souza Data: 1 de abril de 2012 18:54 Assunto: REVISTA MEB Para: musicaeeducacao em googlegroups.com, Abem < diretoria-abem-2011-2013 em googlegroups.com>, abem-2011-2013 em googlegroups.com Prezados colegas, solicito ampla divulgacao e agradeço. Participem! Cassia Virginia -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: CHAMADA DE TRABALHOS MEB 4.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 257507 bytes Descrição: não disponível URL: From zchuekepiano em ufpr.br Mon Apr 2 21:17:40 2012 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Mon, 2 Apr 2012 21:17:40 -0300 (BRT) Subject: [ANPPOM-Lista] seminario interuniversitario Message-ID: Música Contemporânea : Análise, Percepção e Recepção Seminário Interuniversitário - 13 à 20 de abril de 2012. Organizadores : Zélia Chueke (UFPR - Coordenação geral) ; Isaac Chueke (EMBAP); Catarina Domenici (UFRGS) ; Cliff Korman (UFMG). Professor convidado : François Madurell – Université de Paris-Sorbonne, Paris 4 *************************************************************************** 13 e 14 de abril Programa de Pos Graduação em Música da Universidade Federal do Paraná 16 de abril Escola de Música e Belas Artes do Paraná 17 e 18 de abril Programa de Pos Graduação em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 18 à 20 de abril Programa de Pos Graduação em Música da Universidade Federal de Minas Gerais Temas abordados: • pesquisas desenvolvidas sobre a percepção de uma obra contemporânea de longa duração • metodologia de pesquisa para dissertações de mestrado e e teses de doutorado • apresentação prática e interativa em torno da análise de uma peça curta Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com From cpalombini em gmail.com Tue Apr 3 09:26:52 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Tue, 3 Apr 2012 09:26:52 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?pl=E1gio_em_doutorado_leva_presiden?= =?iso-8859-1?q?te_da_hungria_=E0_ren=FAncia?= Message-ID: Em destaque na *Wikipedia* Academic misconduct and resignation Main article: Pál Schmitt scientific misconduct controversy Pál Schmitt defended his doctoral (dr.univ) dissertation *summa cum laude*at the *Testnevelési Egyetem* (University of Physical Education) in 1995. *Testnevelési Egyetem* fused into Budapest's Semmelweis Universityto become one of its Faculties in 2000.On 11 January 2012, the website of HVG accused Schmitt of plagiarising the work of a Bulgarian sport expert for his doctoral dissertation. Nikolay Georgiev's *Analyse du programme olympique (des Jeux d?Olympiade)* was finished in 1987. Schmitt's dissertation, written in 1992, appears to be almost entirely an exact translation of this work.The accusation was denied by the Office of the President, who explained that Schmitt and Georgiev were friends and worked together, from the same sources,which was in turn denied by Georgiev's daughter.HVG's website revealed on 19 January, that he also plagiarized 17 pages from a work written by German Klaus Heinemannin 1991,thus increasing the number of proven copied pages to 213 (95%) in the 225-page document. Further plagiarized sources were identifiedby readers of a Hungarian website on 29 March. Among others, Schmitt has included word-by-word translations from a work by Anita DeFrantzwithout referencing it at all. Anita DeFrantz happens to be the one who recommended Schmitt's daughter Petra for a University of Southern Californiatennis scholarship during the Salt Lake City Olympic bid. (Petra Schmitt went on to make All-American of the Intercollegiate Tennis Association .) A five-member investigating committee at Semmelweis Universityconfirmed the plagiarism,and concluded that despite the "procedural shortcomings," the dissertation did formally satisfy the practices of the time. The committee's report, issued on 27 March, blamed the *Testnevelési Egyetem* for not revealing the copied sources, but fell short of putting any blame on Schmitt ("the author may have thought that his dissertation satisfied the requirements").A minority report was issued by the single non-faculty member of the committee, which called for the revocation of the title.Schmitt had met the president of the investigating committee and told him that his (Schmitt's) good faith cannot be questioned, since he was not alerted by his advisor and doctoral committee about any possible shortcomings. Semmelweis University revoked Schmitt's academic title on 29 March 2012. Following the Senate's decision, Schmitt appeared in two heavily orchestrated interviews on state television and radio channels (M1 and MR1). He argued that the committee's report did not put the blame on him, and disputed the Semmelweis UniversitySenate's authority to revoke his title. (Later, the president of the Hungarian Accreditation Committee announced that the decision of the University Senate was legitimate according to relevant regulations.) He asserted that his conscience is clear and that he refuses the resign. Schmitt also vowed in the interviews that he will complete a Ph.D.dissertation. Over the weekend, protesters and many commentators in the media called for his resignation. On April 1, 2012, the Rector of Semmelweis University, Tivadar Tulassay announced his resignation explaining that he wants to save the University from the harmful consequences of the government's complete lack of support for him. On April 2, 2012 Schmitt gave the Hungarian Parliament his resignation where he reiterated that his conscience was clear, vowed again that he will complete a Ph.D. program, and threatened to launch a lawsuit against Semmelweis University . The controversies escalated even to the IOC, and its spokesman, Mark Adams, informed news sources that "The IOC will ask to receive the reports related to this case, study them and then consider whether any action needs to be taken." -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From bernardetecastelan em gmail.com Tue Apr 3 23:19:43 2012 From: bernardetecastelan em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?Maria_Bernardete_Castelan_P=F3voas?=) Date: Tue, 3 Apr 2012 23:19:43 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Divulga=E7=E3o_SIMCAM_8?= Message-ID: Prezados, Solicito a divulgação da Chamada II do Simpósio de Cognição e Artes Musicais - SIMCAM 8 e Porgramação. Atenciosamente, Maria Bernardete Castelan Póvoas Coordenadora Geral do SIMCAM 8 -- (55) 48-3233.1563, (55) 48-96249757 Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Florianópolis, Brasil. Programa de Pós-Graduação em Música - PPGMUS. Departamento de Música. LaMEPPI - Laboratório do Movimento - Ensino e Pesquisa em Práticas Interpretativas. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: CHAMADA II SIMCAM 8.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 360987 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: PROGRAMAÇÃO_SIMCAM_8.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 423555 bytes Descrição: não disponível URL: From rogeriobudasz em yahoo.com Wed Apr 4 13:33:27 2012 From: rogeriobudasz em yahoo.com (Rogerio Budasz) Date: Wed, 4 Apr 2012 09:33:27 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Convocat=C3=B3ria=3A_Pr=C3=AAmio_Otto_Ma?= =?utf-8?q?yer-Serra_de_Pesquisa_em_M=C3=BAsica?= In-Reply-To: Message-ID: <1333557207.8672.YahooMailClassic@web160601.mail.bf1.yahoo.com> Textos em  Inglês e Espanhol seguem abaixo================================= CONVOCATÓRIA PRÊMIO OTTO MAYER-SERRA DE PESQUISA EM MÚSICA A Universidade da Califórnia em Riverside e o Centro para a Música Ibérica e Latino-Americana (CILAM) abrem uma chamada para a apresentação de artigos para o Prêmio Internacional de Pesquisa em Música Otto Mayer-Serra, outorgado ao melhor artigo sobre música latino-americana.  Prêmio O prêmio, único e indivisível, consiste em uma quantia de 1.500 Dólares e a publicação do texto na Latin American Music Review/Revista de Música Latinoamericana. Bases  O concurso tem caráter internacional. Poderão participar todos os autores, sem importar idade, residência ou nacionalidade, que de maneira individual apresentem um ensaio sobre a música da América Latina. O ensaio deverá ser inédito e não premiado anteriormente.  A comissão julgadora será nomeada pelo CILAM e será integrada por investigadores de reconhecido prestígio internacional. A decisão da comissão julgadora será inapelável. Cabe à comissão julgadora desqualificar qualquer trabalho que não cumpra com os requisitos delineados nesta convocatória. O prêmio poderá não ser atribuído.  Procedimentos 1. Os trabalhos deverão ser enviados em formato Word ou pdf, anexos a um e-mail dirigido a Leonora Saavedra (leonora.saavedra em ucr.edu). O texto deverá ter uma extensão máxima de 40 páginas em espaçamento duplo, fonte Times New Roman, 12 Pts., margens não menores do que 2.5 cm, incluindo exemplos musicais, imagens, tabelas, referências e apêndices.  2. Para permitir a revisão anônima dos textos, o nome do autor aparecerá somente no corpo do e-mail, o qual deverá conter também o título do artigo e todos os dados necessários para estabelecer contato com o autor. Os autores deverão evitar identificar-se tanto no texto do artigo como no documento em geral (cabeçalho, notas, etc.). 3. O texto será enviado em espanhol ou em português e, caso seja o vencedor, será publicado como tal.   A data-limite de recepção dos trabalhos é 1 de junho de 2012. O resultado do concurso será dado a conhecer durante o mês de setembro de 2012. Caso seja declarado vencedor, o candidato deverá enviar as imagens e exemplos musicais correspondentes ao trabalho em formato TIFF (300 dpi) e os arquivos de texto em formato Word. O autor será responsável por obter as autorizações de reprodução de música e imagens. O Prêmio Internacional de Pesquisa em Música Otto Mayer-Serra foi estabelecido em 2008 por Instrumenta Oaxaca, Governo do Estado de Oaxaca, Fundação para as Letras Mexicanas, Coordenação de Difusão Cultural UNAM, Instituto Nacional de Belas Artes e a revista Pauta. ========================================================================== CALL FOR SUBMISSIONS The Otto Mayer-Serra Award for Music Research The University of California Riverside and the Center for Iberian and Latin-American Music (CILAM) call for submissions for the Otto Mayer-Serra Award, given annually for the best unpublished article on Latin American music. Award A single, undivided award of 1,500 USD; the award-winning essay will be published in the Latin American Music Review. Eligibility All scholars are eligible to apply, regardless of age, nationality or place of residence. Administration The winner will be selected by a committee of outside reviewers, nominated by CILAM. The names of the committee members will be made public after a decision has been reached. The committee?s decision is final and may not be appealed. If no submission is deemed worthy the prize may not be awarded. The committee may disqualify any participant who does not meet the requirements established by this call.  Application process A completed application will consist of the following: 1. Authors of articles to be considered for the award should submit one complete copy in word doc or pdf format as an attachment to an email addressed to Leonora Saavedra (leonora.saavedra em ucr.edu). Articles should not exceed 40 pages, inclusive of references, illustrations, and musical examples. All material should be double-spaced, in 12-point Times New Roman Font, with margins of at least one inch.  2. To allow for the anonymous review of submissions, the author?s name should appear only in the cover letter, which should also contain the full title of the submission and all relevant contact information. Authors should avoid identifying themselves in the manuscript itself (title page, header, notes) or in the file information. 3. The article must be unpublished and written in Spanish or Portuguese and will be published correspondingly in either language. Application deadline: June 1, 2012. The winner of the prize will be notified in September 2012. After being notified, the winning author will submit publication-quality musical examples and illustrations in TIFF (300dpi) and the text in Word format. The author will be responsible for arranging the corresponding permits for publication. The Otto Mayer-Serra Prize for Music Research was established in 2008 by Instrumenta Oaxaca, Gobierno del Estado de Oaxaca, Fundación para las Letras Mexicanas,  Coordinación de Difusión Cultural UNAM, Instituto Nacional de Bellas Artes and Pauta. ========================================================================== CONVOCATORIA PREMIO OTTO MAYER-SERRA DE INVESTIGACIÓN MUSICAL La Universidad de California Riverside y el Centro para la Música Ibérica y Latinoamericana (CILAM) convocan a la presentación de artículos para el Premio Internacional de Investigación Musical Otto Mayer-Serra, otorgado al mejor artículo sobre música latinoamericana.  Premio El premio, único e indivisible, consiste en un monto de 1,500 Dólares y la publicación del texto en la Latin American Music Review/Revista de Música Latinoamericana. Bases  El concurso tiene carácter internacional. Podrán participar todos los autores, sin importar su edad, lugar de residencia o nacionalidad, que en forma individual presenten un ensayo sobre la música de América Latina. El ensayo deberá ser inédito y no premiado con anterioridad.  El jurado será nombrado por CILAM y estará integrado por investigadores de reconocido prestigio internacional. La composición del jurado se hará pública hasta la emisión del fallo y su decisión será inapelable. Es facultad del jurado descalificar cualquier trabajo que no cumpla con alguno de los requisitos marcados por esta convocatoria. El premio podrá ser declarado desierto.  Procedimiento 1. Los trabajos deberán ser enviados en formato Word o pdf, anexos a un correo electrónico dirigido a Leonora Saavedra (leonora.saavedra em ucr.edu). El texto deberá tener una extensión máxima de 40 cuartillas a doble espacio, Times New Roman, 12 Pts., márgenes no menores de 2.5 cm, incluyendo ejemplos musicales, gráficos, tablas, referencias y apéndices.  2. Para permitir la revisión anónima de los textos el nombre del autor aparecerá solamente en el mensaje de correo electrónico, el cual deberá contener también el título del artículo y todos los datos necesarios para establecer contacto con el autor. Los autores deberán evitar identificarse tanto en el texto del artículo como en el documento en general (encabezado, notas, etc.). 3. El texto será enviado en español o en portugués y, de ganar, será publicado como tal.  La fecha límite de recepción de trabajos es el 1 de junio de 2012. El resultado del concurso se dará a conocer durante el mes de septiembre de 2012. En caso de ser declarado ganador, los gráficos y ejemplos musicales correspondientes al trabajo deberán ser entregados en formato TIFF (300 dpi) y los archivos de texto en formato Word. El autor será responsable de tramitar los permisos de reproducción de música y de gráficos. El Premio Internacional de Investigación Musical Otto Mayer-Serra fue patrocinado en 2008 por Instrumenta Oaxaca, Gobierno del Estado de Oaxaca, Fundación para las Letras Mexicanas,  Coordinación de Difusión Cultural UNAM, Instituto Nacional de Bellas Artes y la revista Pauta. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From magali.kleber em gmail.com Wed Apr 4 21:23:45 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Wed, 4 Apr 2012 21:23:45 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?PEC_DA_M=DASICA_URGENTE?= In-Reply-To: <70F93B415D8B4781B93A8FA7D59F026F@PCLuciana> References: <005045017946e524e704bc3f005f@google.com> <4f724fe41aa2_242d3156c6c545@a4-winter12.tmail> <70F93B415D8B4781B93A8FA7D59F026F@PCLuciana> Message-ID: Divulgando, favor encaminhar para fortalecer o movimento... Magali ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Luciana Pegorer Data: 4 de abril de 2012 18:18 Assunto: [Rede Música Brasil] PEC DA MÚSICA URGENTE Olá amigos da rede, A PEC DA MÚSICA está perto de se tornar uma realidade e agora precisamos de toda a mobilização possível para não morrermos na praia. Após as vitórias esmagadoras nos 2 turnos da Câmara dos Deputados, o projeto está na CCJ do Senado sob a relatoria do Senador Eunício de Oliveira. Dia 11/4 o Senador Eunício lê o relatório e dia 18/4 acontece a votação na CCJ. Pedimos aos amigos da música que liguem para os Senadores do seu Estado que compõem essa CCJ (nomes e contatos abaixo) ratificando a importância da PEC DA MÚSICA para a produção de música brasileira, principalmente a independente. Para quem não sabe, a PEC DA MÚSICA isenta a circulação de música brasileira de todos os impostos (distribuição física e digital). Isso significa que comprar música brasileira vai ficar mais barato, além de facilitar a circulação que hoje é dificultada pela incidência do ICMS Substituto. A partir da PEC DA MÚSICA um artista independente do Rio Grande do Sul vai conseguir fazer o seu disco chegar em São Paulo, no Pará, etc., sem os entraves burocráticos e tributários que existem hoje. Além disso, garante à música brasileira competição em pé de igualdade com a música estrangeira que hoje disfruta de benefícios fiscais do Estado do Amazonas. Abaixo contatos dos senadores. Vamos agir! A PEC DA MÚSICA é uma vitória para a música brasileira e para o artista independente brasileiro. ACRE Jorge Viana (PT) - jorgeviana.acre em senador.gov.br - (61) 3303-6366 / (61) 3303-6367 Sergio Petecão (PSD) - sergiopetecao em senador.gov.br - (61) 3303-6706/6713 AMAPÁ Randolfe Rodrigues (PSOL) - randolfe.rodrigues em senador.**gov.br (61) 3303-6568 CEARÁ Eunicio Oliveira (PMDB) - eunicio.oliveira em senador.gov.**br (61) 3303-6245 Inacio Arruda (PCdoB) - inacioarruda em senador.gov.br (61) 3303-5791/5793 Jose Pimentel (PT) - gab.josepimentel em senado.gov.br (61) 3303-6390/6391 DISTRITO FEDERAL Gim Argello (PTB) - gim.argello em senador.gov.br (61) 3303-1161/ (61) 3303-1547 ESPIRITO SANTO Magno Malta (PR) - magnomalta em senador.gov.br (61) 3303-4161/5867 MINAS GERAIS Aecio Neves (PSDB) - aecio.neves em senador.gov.br (61) 33036049 MATO GROSSO Pedro Taques (PDT) - pedrotaques em senador.gov.br (61) 3303-6550 / (61) 3303-6551 PERNAMBUCO Armando Monteiro (PTB) - armando.monteiro em senador.gov.**br(61) 3303 6124 / (61) 3303 6125 PARANÁ Alvaro Dias (PSDB) - alvarodias em senador.gov.br (61) 3303-4059/4060 RIO DE JANEIRO Eduardo Lopes (PRB) - eduardo.lopes em senador.gov.br (61) 3303-5730 Francisco Dornelles (PP) - francisco.dornelles em senador.**gov.br (61)-3303-4229 / (61) 3303-2896 RORAIMA Romero Jucá (PMDB) - romero.juca em senador.gov.br (61) 3303-2111/2117 RIO GRANDE DO SUL Pedro Simon (PMDB) - simon em senador.gov.br (61) 3303-3232 SANTA CATARINA Luiz Henrique (PMDB) - luizhenrique em senador.gov.br (61) 3303-6446/6447 SERGIPE Antonio Carlos Valadares (PSB) - antoniocarlosvaladares@**senador.gov.br(61) 3303-2201/2206 SÃO PAULO Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) - aloysionunes.ferreira em senador.**gov.br (61)33036063 / (61) 33036064 Marta Suplicy (PT) - martasuplicy em senadora.gov.br (61) 3303-6510 -- Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Rede Música Brasil" dos Grupos do Google. Para postar neste grupo, envie um e-mail para Rede_Musica_Brasil@** googlegroups.com . Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para Rede_Musica_Brasil+**unsubscribe em googlegroups.com . Para obter mais opções, visite esse grupo em http://groups.google.com/** group/Rede_Musica_Brasil?hl=**pt-BR . -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From magali.kleber em gmail.com Thu Apr 5 09:07:21 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Thu, 5 Apr 2012 09:07:21 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?PRORROGA=C7=C3O_PARA_ENVIO_DE_TRABA?= =?iso-8859-1?q?LHOS=5FXV_ENCONTRO_REGIONAL_DA_ABEM_SUL-_RS?= Message-ID: Car em s coleg em s, estou divulgando a prorrogação para envio de trabalhos para a ABEM SUL. Abaixo, um pequeno texto sobre o Encontro. Solicitamos divulgação entre nossos pares. Atenciosamente, Magali Kleber -- De: Cristina Rolim Wolffenbüttel Data: 3 de abril de 2012 07:45 Assunto: XV ENCONTRO REGIONAL DA ABEM SUL Ampliamos para até 9 de abril. A chamada de trabalhos, modelo de trabalhos, programação, etc, encontram-se no site da FUNDARTE www.fundarte.rs.gov XV ENCONTRO REGIONAL DA ABEM ? SUL Ciência, Tecnologia e Inovação em Educação Musical 24 e 25 de maio de 2012 CHAMADA DE TRABALHOS SUBMISSÃO DOS TRABALHOS Os trabalhos devem ser enviados à Coordenação do Comitê Científico do XV Encontro Regional da ABEM Sul por meio do endereço eletrônico: abemsul em fundarte.rs.gov.br. O e-mail deve ser acompanhado de dois arquivos anexos: um com os dados de identificação do autor e outro com o trabalho. No arquivo com os dados de identificação devem constar: título do trabalho; nome completo do(s) autor(es); endereço; telefone; e-mail; instituição a qual é vinculado(a); tipo de vínculo; maior titulação; GT para o qual está inscrevendo o trabalho; modalidade da proposta: comunicação oral ou pôster. O arquivo com os dados de identificação deverá ser nomeado com o nome do autor ou autores, seguido da palavra ?Identificação?. O arquivo com o trabalho deverá ser nomeado com o nome do autor ou autores e deverá ter o tamanho máximo de 500KB. -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: CHAMADA DE TRABALHOS DO XV ENCONTRO REGIONAL DA ABEM, 2012.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 126927 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: FICHA DE INSCRIÇÃO ABEM SUL 2012.doc Tipo: application/msword Tamanho: 45568 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: MODELO DE TRABALHOS PARA ABEM SUL 2012.doc Tipo: application/msword Tamanho: 285184 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: PROGRAMAÇÃO DA ABEM REGIONAL SUL 2012.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 109846 bytes Descrição: não disponível URL: From cpalombini em gmail.com Thu Apr 5 16:48:52 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Thu, 5 Apr 2012 16:48:52 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?13=BA_Concurso_Internacional_de_Pia?= =?iso-8859-1?q?no_=7C_Madrid?= Message-ID: Se convoca el 13º Concurso Internacional de Piano entre el 10 y el 17 de noviembre de 2012 en el Auditorio Joaquín Rodrigo de Las Rozas de Madrid. Como es sabido, cada año dedicamos el Concurso a un Compositor Español, llevando su nombre en las diferentes ediciones. Este año, dedicamos el homenaje al compositor Isaác Albéniz ofreciendo la oportunidad de escuchar sus diferentes obras escritas para piano. Podrán participar pianistas de cualquier nacionalidad que no hayan cumplido los 36 años el día de iniciarse el Concurso ni durante el transcurso del mismo. Previo estudio realizado por la dirección de CIPCE, podrán participar todos los Premiados de los Concursos Miembros de la Federación Internacional de Ginebra, y los Premiados de otros Concursos. Una vez inscritos, podrán acceder directamente a la Segunda Fase del Concurso, previa presentación de fotocopia de Diploma acreditativo y su especificación en el boletín de inscripción. http://www.cipce.org/web_concurso/index.htm -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Thu Apr 5 17:37:29 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Thu, 5 Apr 2012 17:37:29 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?CONCURSO_DE_COMPOSI=C7=C3O_=28pedim?= =?iso-8859-1?q?os_divulga=E7=E3o=29?= Message-ID: *Pedimos divulgação* *Concurso SBME de Composição Eletroacústica ?Pinheirinho é do Povo?* REGULAMENTO DO CONCURSO *Artigo 1º ? Regras Gerais* As presentes regras e condições aplicam-se ao Concurso SBME de Composição Eletroacústica 'Pinheirinho é do povo'?. Ao participarem no Concurso, os concorrentes declaram aceitar estas regras e regerem-se pelas suas disposições. & 1. O Concurso é organizado pela ?Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica - SBME?, com o objetivo de incentivar a criação musical eletroacústica e divulgar a luta do povo pobre sem teto. & 2. Na eventualidade de qualquer disputa ou controvérsia relacionada com o Concurso, o Regulamento do Concurso ou os seus resultados, a decisão da SBME, nomeadamente do júri, serão sempre definitivos. *Artigo 2º ? Participação no Concurso; Apresentação de obras* & 1. O Concurso está aberto a compositores brasileiros e também a compositores estrangeiros residentes no Brasil, sem limite de idade. & 2. As obras concorrentes deverão ser novas, inéditas, e compostas com a utilização, como material sonoro de base, dos ruídos da invasão de Pinheirinho, ocorrida em 22 de janeiro de 2012, presentes na gravação que está disponível no endereço: *http://soundcloud.com/user1123204/material-sonoro-de-base/s-vLzpM* & 2. As obras, gravadas em CD áudio, deverão ser enviadas por correio registrado ou Sedex até o dia 6 de agosto de 2012, ao seguinte endereço: SBME - SHIN QI 5, conjunto 3, lote 23, 71.505-730 Brasília ? DF. Será observada a data de postagem, para fins de cumprimento do prazo. & 3. Cada compositor pode inscrever mais de uma obra, sendo que para cada obra inscrita deve ser paga uma inscrição no valor de R$ 25,00. Cada obra inscrita deverá estar gravada em um CD diferente. & 4. As inscrições serão feitas com pseudônimo. No CD deverão estar escritos apenas o título da obra e o pseudônimo do autor. & 5. Os pagamentos das inscrições deverão ser feitos com depósito na conta bancária da SBME: Banco do Brasil, agência 3603-X, conta 5.606-5; CNPJ da SBME: 01.595.736/0001-12. & 5. Juntamente com cada CD deverão ser enviados uma cópia (ou original) do recibo de depósito do pagamento da inscrição, ou das inscrições, e um envelope lacrado com apenas o pseudônimo escrito no exterior, contendo: - nome completo do compositor; - nome artístico do compositor; - endereço, data e local de nascimento, e-mail, telefone. - currículo de no máximo 15 linhas; - comentários sobre a obra; - lista de recursos técnicos usados na composição e de eventuais programas e plugins usados no processamento do material sonoro de base. & 6. As obras inscritas no concurso deverão ter a duração mínima de 5 minutos e máxima de 10 minutos. & 7. Os concorrentes podem usar, em suas obras, tanto o material de base fornecido em sua totalidade, que tem 8' 30? de duração, quanto apenas trecho(s) à livre escolha. & 8. Nas obras podem ser usados quaisquer modos de transformação e processamento do material sonoro fornecido, mas indícios daquele material deverão restar reconhecíveis, de modo a que o júri fique convencido da real utilização do material de base. & 9. Serão sumariamente desclassificadas as obras que, segundo avaliação do júri, não tenham sido compostas com a utilização do material de base fornecido. *Artigo 3º ? Júri e julgamento* & 1. O júri é composto pelos seguintes compositores: Jorge Antunes, presidente; Anselmo Guerra; Rodolfo Coelho de Souza; Rodrigo Cicchelli Velloso e Conrado Silva. & 2. As decisões do júri serão sempre definitivas e sem possibilidade de apelo. O júri escolherá cinco obras que serão consideradas como finalistas do concurso. & 3. No dia 22 de setembro de 2012 a SBME promoverá um concerto ao ar livre, na Praça Vermelha do Conic, Brasília, em que as cinco obras finalistas serão apresentadas para o público, com entrada franca. O público votará para que sejam escolhidas as três obras que serão consideradas ganhadoras do primeiro, do segundo e do terceiro prêmios. As outras duas obras, dentre as cinco finalistas, serão declaradas como ganhadoras do prêmio de Menção Honrosa. O concerto será precedido pela apresentação, para o público, da gravação original de 8' 30? fornecida como material de base. *Artigo 4º ? Direitos de autor* Os direitos de autor inerentes às obras apresentadas no contexto do presente Concurso permanecerão com os respectivos compositores. No entanto, ao participar no Concurso, cada concorrente concede à SBME o direito, livre de encargos, de apresentação das obras nos concertos promovidos pela SBME, nas transmissões radiofônicas que tenham o aval da SBME, assim como na eventual gravação em CD publicado pela SBME. *Artigo 5º ? Prêmios* As cinco obras selecionadas pelo júri serão programadas, para transmissão radiofônica, no programa *Eletroacústicas*, da Rádio MEC do Rio de Janeiro, produzido pelo compositor Rodrigo Cicchelli Velloso. Os compositores das cinco obras selecionadas também ganharão uma assinatura da Revista Concerto. Após a apuração dos votos do público no concerto de estreia das cinco obras selecionadas, a SBME atribuirá os seguintes prêmios: Primeiro prêmio: R$ 1.500,00 + Diploma Segundo premio: R$ 700,00 + Diploma Terceiro prêmio: R$ 400,00 + Diploma Quarto e quinto prêmios- Diplomas de Menção Honrosa. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Thu Apr 5 17:42:44 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Thu, 5 Apr 2012 17:42:44 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?CONCURSO_DE_COMPOSI=C7=C3O_=28pedim?= =?iso-8859-1?q?os_divulga=E7=E3o=29?= Message-ID: *Pedimos divulgação* *Concurso SBME de Composição Eletroacústica ?Pinheirinho é do Povo?* REGULAMENTO DO CONCURSO *Artigo 1º ? Regras Gerais* As presentes regras e condições aplicam-se ao Concurso SBME de Composição Eletroacústica 'Pinheirinho é do povo'?. Ao participarem no Concurso, os concorrentes declaram aceitar estas regras e regerem-se pelas suas disposições. & 1. O Concurso é organizado pela ?Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica - SBME?, com o objetivo de incentivar a criação musical eletroacústica e divulgar a luta do povo pobre sem teto. & 2. Na eventualidade de qualquer disputa ou controvérsia relacionada com o Concurso, o Regulamento do Concurso ou os seus resultados, a decisão da SBME, nomeadamente do júri, serão sempre definitivos. *Artigo 2º ? Participação no Concurso; Apresentação de obras* & 1. O Concurso está aberto a compositores brasileiros e também a compositores estrangeiros residentes no Brasil, sem limite de idade. & 2. As obras concorrentes deverão ser novas, inéditas, e compostas com a utilização, como material sonoro de base, dos ruídos da invasão de Pinheirinho, ocorrida em 22 de janeiro de 2012, presentes na gravação que está disponível no endereço: *http://soundcloud.com/user1123204/material-sonoro-de-base/s-vLzpM* & 2. As obras, gravadas em CD áudio, deverão ser enviadas por correio registrado ou Sedex até o dia 6 de agosto de 2012, ao seguinte endereço: SBME - SHIN QI 5, conjunto 3, lote 23, 71.505-730 Brasília ? DF. Será observada a data de postagem, para fins de cumprimento do prazo. & 3. Cada compositor pode inscrever mais de uma obra, sendo que para cada obra inscrita deve ser paga uma inscrição no valor de R$ 25,00. Cada obra inscrita deverá estar gravada em um CD diferente. & 4. As inscrições serão feitas com pseudônimo. No CD deverão estar escritos apenas o título da obra e o pseudônimo do autor. & 5. Os pagamentos das inscrições deverão ser feitos com depósito na conta bancária da SBME: Banco do Brasil, agência 3603-X, conta 5.606-5; CNPJ da SBME: 01.595.736/0001-12. & 5. Juntamente com cada CD deverão ser enviados uma cópia (ou original) do recibo de depósito do pagamento da inscrição, ou das inscrições, e um envelope lacrado com apenas o pseudônimo escrito no exterior, contendo: - nome completo do compositor; - nome artístico do compositor; - endereço, data e local de nascimento, e-mail, telefone. - currículo de no máximo 15 linhas; - comentários sobre a obra; - lista de recursos técnicos usados na composição e de eventuais programas e plugins usados no processamento do material sonoro de base. & 6. As obras inscritas no concurso deverão ter a duração mínima de 5 minutos e máxima de 10 minutos. & 7. Os concorrentes podem usar, em suas obras, tanto o material de base fornecido em sua totalidade, que tem 8' 30? de duração, quanto apenas trecho(s) à livre escolha. & 8. Nas obras podem ser usados quaisquer modos de transformação e processamento do material sonoro fornecido, mas indícios daquele material deverão restar reconhecíveis, de modo a que o júri fique convencido da real utilização do material de base. & 9. Serão sumariamente desclassificadas as obras que, segundo avaliação do júri, não tenham sido compostas com a utilização do material de base fornecido. *Artigo 3º ? Júri e julgamento* & 1. O júri é composto pelos seguintes compositores: Jorge Antunes, presidente; Anselmo Guerra; Rodolfo Coelho de Souza; Rodrigo Cicchelli Velloso e Conrado Silva. & 2. As decisões do júri serão sempre definitivas e sem possibilidade de apelo. O júri escolherá cinco obras que serão consideradas como finalistas do concurso. & 3. No dia 22 de setembro de 2012 a SBME promoverá um concerto ao ar livre, na Praça Vermelha do Conic, Brasília, em que as cinco obras finalistas serão apresentadas para o público, com entrada franca. O público votará para que sejam escolhidas as três obras que serão consideradas ganhadoras do primeiro, do segundo e do terceiro prêmios. As outras duas obras, dentre as cinco finalistas, serão declaradas como ganhadoras do prêmio de Menção Honrosa. O concerto será precedido pela apresentação, para o público, da gravação original de 8' 30? fornecida como material de base. *Artigo 4º ? Direitos de autor* Os direitos de autor inerentes às obras apresentadas no contexto do presente Concurso permanecerão com os respectivos compositores. No entanto, ao participar no Concurso, cada concorrente concede à SBME o direito, livre de encargos, de apresentação das obras nos concertos promovidos pela SBME, nas transmissões radiofônicas que tenham o aval da SBME, assim como na eventual gravação em CD publicado pela SBME. *Artigo 5º ? Prêmios* As cinco obras selecionadas pelo júri serão programadas, para transmissão radiofônica, no programa *Eletroacústicas*, da Rádio MEC do Rio de Janeiro, produzido pelo compositor Rodrigo Cicchelli Velloso. Os compositores das cinco obras selecionadas também ganharão uma assinatura da Revista Concerto. Após a apuração dos votos do público no concerto de estreia das cinco obras selecionadas, a SBME atribuirá os seguintes prêmios: Primeiro prêmio: R$ 1.500,00 + Diploma Segundo premio: R$ 700,00 + Diploma Terceiro prêmio: R$ 400,00 + Diploma Quarto e quinto prêmios- Diplomas de Menção Honrosa. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Thu Apr 5 20:04:01 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Thu, 5 Apr 2012 20:04:01 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?bases_de_dados_relacionadas_=E0_=E1?= =?iso-8859-1?q?rea_de_m=FAsica?= Message-ID: Via Gabriel Ferraz (FB) Tiago de Quadros Maia Carvalho: Bases de Dados Relacionadas à Área de Música: http://tiagodequadros.wordpress.com/2012/04/05/bases-de-dados-relacionadas-com-a-area-de-musica/ -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dlbarreiro em demac.ufu.br Fri Apr 6 18:41:02 2012 From: dlbarreiro em demac.ufu.br (DL Barreiro UFU) Date: Fri, 6 Apr 2012 18:41:02 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?I_Encontro_Nacional_de_Improvisa=E7?= =?iso-8859-1?q?=E3o_Musical_Contempor=E2nea_da_UFU?= Message-ID: (Desculpem-nos por emails duplicados. Por favor, ajudem-nos a divulgar) I ENCONTRO NACIONAL DE IMPROVISAÇÃO MUSICAL CONTEMPORÂNEA DA UFU (Palestras, concertos, oficinas e mesa-redonda) 24 a 27 de abril de 2012 Convidados: Michelle Agnes, Mario Checchetto e Sergio Kafejian. Participação Especial: Célio Barros e Felipe Hickmann Inscrições para participantes e ouvintes: de 9 a 16 de abril de 2012 (serão aceitas inscrições até 20/04/2012) Local: Universidade Federal de Uberlândia (UFU) - Campus Santa Mônica - Bloco 3M Uberlândia (MG) Informações e inscrições: http://www.demac.ufu.br/numut/?p=encontro_improv/encontro_improv.php O I Encontro Nacional de Improvisação Musical Contemporânea é um evento da Universidade Federal de Uberlândia e realizado por: Proex (Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis), Proplad (Pró-reitoria de Planejamento e Administração), Dicult (Diretoria de Cultura), IARTE (Instituto de Artes), Curso de Música, Programa de Pós-graduação em Artes, NUMUT (Núcleo de Música e Tecnologia da Universidade Federal de Uberlândia). -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: ARTE COREL- ENONTRO IMPROVISAC?AO.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 1609180 bytes Descrição: não disponível URL: From estevaomoreira em gmail.com Fri Apr 6 18:45:48 2012 From: estevaomoreira em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?Estev=E3o_Moreira?=) Date: Fri, 6 Apr 2012 18:45:48 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Fwd: Concurso do Minas Gerais In-Reply-To: References: Message-ID: Prezados, A quem possa interessar @pciconcursos: UFMG abre vaga para Professor Adjunto de Música http://pci.tw/oQA Abs Estevão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Fri Apr 6 19:03:01 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Fri, 6 Apr 2012 19:03:01 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano Message-ID: via Liliane Kans (FB) HISTÓRIA Villa-Lobos tinha dias de tirano Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço LUÍS ANTÔNIO GIRON HOBBY Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras revoltadas pelo teu trato'. A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular brasileira - e de filmes como *Villa-Lobos, uma Vida de Paixão* (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus interesses particulares. *Inimigos íntimos* *Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico* ATAQUES O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna Pelo Mundo das Artes, do *Jornal do Commercio * (uma das últimas a levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). Este último publicou, em 1962, o ensaio *A Glória Escandalosa de Villa-Lobos*. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não as levou a sério. #Q# Reprodução HUMILHADAS Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta *(acima)*ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o compositor, *Villa-Lobos, Compositor Brasileiro* chegará à 12ª edição no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no mundo. São duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' PRINCIPAIS OBRAS *Segundo o gênero* *6* Óperas *12* Sinfonias *13* Peças para violão-solo *13* Poemas sinfônicos *17* Quartetos de corda *27* Concertos Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental *Bibliografia Musical Brasileira* (disponível na internet no site www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' #Q# *Fatos da vida do autor das 'Bachianas'* *Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas* *1922 ? ENFANT TERRIBLE* Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo *1926 ? EM PARIS* Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse *(à esq.)* *1932 ? NO RIO* Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro Sílvio Salema (foto de 1952) *1940 ? MULTIDÃO* Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção do músico *(no alto, ao microfone)* *1955 ? CONSAGRAÇÃO* Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês pelos Estados Unidos *1959 ? FINALE* Lançou a última peça, *Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros*. Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser inocentado só depois da morte. 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do som recreativo.' Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu bom desempenho', julga. 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca apresentando-a como expressão de um povo civilizado' *HEITOR VILLA-LOBOS*, discurso em 15 de outubro de 1939 O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio do canto coletivo. Com o *Guia Prático* - 137 peças para diversas formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e alunos para os estádios. Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de Música e Arquivo Sonoro http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From euridessantos em gmail.com Sat Apr 7 06:43:43 2012 From: euridessantos em gmail.com (eurides santos) Date: Sat, 7 Apr 2012 06:43:43 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Fwd: Concurso prof ufpb ACORDEON In-Reply-To: <7E2B4D0B-D501-488D-B698-4B61979D0406@gmail.com> References: <7E2B4D0B-D501-488D-B698-4B61979D0406@gmail.com> Message-ID: Olá Pessoal, Concurso para professor de acordeom e matérias teóricas na UFPB. ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Daniella Gramani Data: 4 de abril de 2012 19:36 Assunto: Concurso prof ufpb ACORDEON Para: Acacio Piedade , Agostinho < agostinho em musica.ufrn.br>, Alexandre Randi , Alexandre Pimentel , Alfredo Bello < alfredobello em gmail.com> Pessoal Abriu concurso para vaga de acordeon e matérias teóricas aqui na UFPB. Exige apenas graduação. Peço sua ajuda para divulgação!! Segue link da publicação do edital. http://www.ufpb.br/concursoprofessor/2012_eft-2/edital-23-2012.pdf Abçs Daniella Enviado via iPhone ________________________________ Daniella Gramani UFPB-canto popular (83) 8124-2322 -- *Eurides de Souza Santos*. Professora Associada - Música/UFPB. Presidente da Associação Brasileira de Etnomusicologia - ABET. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Sat Apr 7 22:45:58 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Sat, 7 Apr 2012 22:45:58 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?windows-1252?q?sophie_brunet=2C_1933=962012?= Message-ID: Sophie Brunet, 1933?2012 Sophie Brunet faleceu esta manhã no hospital onde se encontrava, há semanas, preservada tanto quanto possível da dor de uma doença terminal, é a primeira notícia que recebo esta manhã, através de Jacqueline Schaeffer. Desde o final dos anos 1950, ela havia sido a principal colaboradora de Pierre Schaeffer, e a responsável pela reorganização, revisão e redação de muitos de seus textos mais importantes, entre os quais *Traité des objets musicaux* (1966), *Entretiens avec Pierre Schaeffer* (1969), *Pouvoir et communication* (1972) e *De la musique concrète à la musique même* (1977). Filha de uma romancista e de um açougueiro apaixonado pelo rugby, em 1962 ela publicou um romance, *Le soleil de Pâques*, que lhe valeu a oferta de um adiantamento para escrever um segundo livro de ficção. Sophie Brunet, cujo nome real era Mauricette Boutinaud, recusou-a contudo, no intuito de forçar Schaeffer a colocar em prática um projeto do qual ele vinha em lamentações constantes: a redação de seu *Traité des objets musicaux*. Ela eventualmente se desligaria desse trabalho, mas continuaria representando para ele o papel de confidente e consciência exterior, tanto mais benévola quanto era implacável a dele, e a única capaz de ?fazer-lhe frente?. Schaeffer afirmou um dia que só ela poderia reivindicar para si o título de discípula, mas que, por essa mesma razão, jamais o faria. Seu último trabalho foi a reconstituição, em 2009, do primeiro grande texto teórico de Schaeffer, o lendário *Essai sur la radio et le cinema: esthétique et technique des arts-relais*, esboçado e abandonado, publicado em Paris pelas edições Allia, e em Belo Horizonte pela Editora UFMG, em setembro de 2010. Ela foi, sobretudo, uma amiga. -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From porres em gmail.com Sun Apr 8 01:51:51 2012 From: porres em gmail.com (Alexandre Torres Porres) Date: Sun, 8 Apr 2012 01:51:51 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Apresenta=E7=E3o_do_Secret_Chiefs_3?= =?iso-8859-1?q?_no_SESC_18/19_de_Abril_=28S=E3o_Paulo_e_Araraquara?= =?iso-8859-1?q?=29?= Message-ID: Olá, me perdoem pelo spam, pois gostaria de divulgar um evento musical que estou produzindo. Trata-se de um show de uma banda, digamos, "experimental", seja lá o que isso quer dizer. Mas acho interessante divulgar mesmo para quem não vá, pois é um trabalho no mínimo curioso. Na verdade, atualmente, o Secret Chiefs 3 engloba 7 diferentes projetos musicais... É uma banda que se destaca por uma habilidade em executar variados estilos musicais, tais como música árabe, indiana, surf rock, death metal, trilhas sonoras, música eletrônica, noise music, eletroacústica e tango, entre outros - além de produções musicais ricas e ambiciosas. Porém, a mistura se dá de modo heterodoxo e imprevisível. O conjunto é liderado por Trey Spruance, um dos criadores do grupo experimental Mr. Bungle, ex-guitarrista do Faith No More e também um dos colaboradores do renomado compositor John Zorn. Destaco o CD *Le Mani Destre Recise Degli Ultimi Uomini* (2009), que é uma trilha sonora de um filme de terror inexistente, com influência de Goblin, Ennio Morricone e outros. Os shows acontecem dia 18/04 20:30, no SESC Araraquara - entrada franca - e 19/04 21:30 no SESC Belenzinho (comedoria) - ingressos 24R$ inteira / 12R$ meia - vendas pelo sistema ingressoSESC Segue o Poster/Flyer do evento: https://sc3brasil.files.wordpress.com/2012/04/poster.jpg E também uma chamada que saiu na Revista Bravo, na seleção dos melhores espetáculos do mês: https://sc3brasil.files.wordpress.com/2012/04/untitled.jpg Criei um site para a divulgação do grupo no Brasil, que traz um release conciso do grupo com fotos e vídeos: http://sc3brasil.wordpress.com/release/ - mas outras informações em geral, como a história do grupo e outros vídeos, também encontram-se no site: http://sc3brasil.wordpress.com/ Aos que possam se interessar, atenção que os ingressos estão indo rápido, não deixem para coprar na hora. Outros links: Grupo brasileiro no facebook: http://www.facebook.com/groups/SC3.BR/ Site do evento no Facebook do Sesc Araraquara: http://www.facebook.com/events/185589001554923/ Site do evento no Facebook do Sesc Belenzinho: http://www.facebook.com/events/316112018446207/ Pela atenção, obrigado. ps. Defendo meu doutorado na Sexta Feira 13 seguinte, outro convite a esse evento em si deverá vir em breve, mas não haverá almoço, nem janta, nem cerveja, nem festa depois. Comemorarei de fato dia 19 lá no SESC Belenzinho ou ainda dia 20 ;) -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From porres em gmail.com Sun Apr 8 02:30:14 2012 From: porres em gmail.com (Alexandre Torres Porres) Date: Sun, 8 Apr 2012 02:30:14 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Convite para Defesa de doutorado: Alexandre Torres Porres Message-ID: Como prometido, segue convite; Local/Data: Sala Egon Schaden, 1º andar do prédio central/ECA - USP. Sexta, 13 de Abril de 2012, 9:00 am Banca: Marcelo Queiroz - orientador/USP Jônatas Manzolli - Unicamp Sérgio Freire - UFMG Fábio Kon - USP Régis Faria - USP Tese: Modelos Psicoacústicos de Dissonância para Eletrônica ao Vivo Resumo: O Problema de pesquisa é aplicar o Estado da Arte em teoria psicoacústica sobre percepção de dissonância em novas ferramentas de computação musical em tempo real Objetivos e contribuições incluem: Prover uma revisão critica do Estado da Arte em teoria psicoacústica de modelos de dissonância, projetar trabalhos futuros. Explorar um potencial criativo negligenciado de modelos psicoacústicos de dissonância em Eletrônica ao Vivo. Desenvolver novas ferramentas computacionais baseadas na teoria. Investigar o potencial e limitações da teoria e técnicas. Discutir sua pertinência e impacto. Tornar a teoria e técnicas mais acessíveis a músicos por meio deste texto e as ferramentas desenvolvidas. A percepção de Dissonância é um fenômeno complexo em que a abordagem psicoacústica cobre apenas uma porção. Além disso, a teoria psicoacústica ainda está em debate sobre o desenvolvimento de modelos de dissonância. Portanto, a pesquisa apresenta uma revisão crítica do Estado da Arte da teoria psicoacústica, apontando pontos fracos e fortes do atual conhecimento, e futuros desenvolvimentos no campo. Um teste perceptivo também foi elaborado para gerar ponderações relevantes. Os modelos foram implementados em Pure Data, e uma série de patches foram desenvolvidos para testar o potencial criativo em eletrônica ao vivo. Esse processo culminou em um sistema desenvolvido em Pure Data que agrega diversas das técnicas baseadas nos modelos psicoacústicos. Suas possibilidades incluem, por exemplo, encontrar intervalos consonantes de acordo com um espectro, ou alterar componentes espectrais para que estejam de acordo com uma escala musical ou afinação particular. Essas ferramentas foram empregadas em um duo de improvisação livre com o autor e um saxofonista. O autor também compôs uma peça orquestral que utilizou o sistema desenvolvido na parte de eletrônica ao vivo. Página do evento no Facebook: http://www.facebook.com/events/293285647414877/ ps. Não haverá grandes confraternizações após esse evento mesmo na eventualidade de haver um final feliz. Poderei comemorar com colegas, entretanto, no dia 19 no SESC Belenzinho em um evento que estou trabalhando, vide: http://sc3brasil.wordpress.com -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From jamannis em uol.com.br Mon Apr 9 13:49:50 2012 From: jamannis em uol.com.br (jamannis) Date: Mon, 9 Apr 2012 13:49:50 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?RES=3A_=5BSonologia-l=5D_sophie_brunet?= =?utf-8?b?LCAxOTMz4oCTMjAxMg==?= In-Reply-To: References: Message-ID: <002b01cd1670$c8ccb6e0$5a6624a0$@com.br> Caro Carlos, A colaboração que tiveram nos levou a conhece-la um pouco mais, menos do que Vc. certamente. Desejo que tenha mais luz, vibrações e energias do que lhe foi exaurido em seu sofrimento. Mannis De: sonologia-l-bounces em listas.unicamp.br [mailto:sonologia-l-bounces em listas.unicamp.br] Em nome de Carlos Palombini Enviada em: sábado, 7 de abril de 2012 22:46 Para: anppom-l em iar.unicamp.br; Pesquisadores em Sonologia (Música); etnomusicologiabr Assunto: [Sonologia-l] sophie brunet, 1933?2012 Sophie Brunet, 1933?2012 Sophie Brunet faleceu esta manhã no hospital onde se encontrava, há semanas, preservada tanto quanto possível da dor de uma doença terminal, é a primeira notícia que recebo esta manhã, através de Jacqueline Schaeffer. Desde o final dos anos 1950, ela havia sido a principal colaboradora de Pierre Schaeffer, e a responsável pela reorganização, revisão e redação de muitos de seus textos mais importantes, entre os quais Traité des objets musicaux (1966), Entretiens avec Pierre Schaeffer (1969), Pouvoir et communication (1972) e De la musique concrète à la musique même (1977). Filha de uma romancista e de um açougueiro apaixonado pelo rugby, em 1962 ela publicou um romance, Le soleil de Pâques, que lhe valeu a oferta de um adiantamento para escrever um segundo livro de ficção. Sophie Brunet, cujo nome real era Mauricette Boutinaud, recusou-a contudo, no intuito de forçar Schaeffer a colocar em prática um projeto do qual ele vinha em lamentações constantes: a redação de seu Traité des objets musicaux. Ela eventualmente se desligaria desse trabalho, mas continuaria representando para ele o papel de confidente e consciência exterior, tanto mais benévola quanto era implacável a dele, e a única capaz de ?fazer-lhe frente?. Schaeffer afirmou um dia que só ela poderia reivindicar para si o título de discípula, mas que, por essa mesma razão, jamais o faria. Seu último trabalho foi a reconstituição, em 2009, do primeiro grande texto teórico de Schaeffer, o lendário Essai sur la radio et le cinema: esthétique et technique des arts-relais, esboçado e abandonado, publicado em Paris pelas edições Allia, e em Belo Horizonte pela Editora UFMG, em setembro de 2010. Ela foi, sobretudo, uma amiga. -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From hammerfluegel em gmail.com Mon Apr 9 16:22:09 2012 From: hammerfluegel em gmail.com (Pedro Persone) Date: Mon, 9 Apr 2012 16:22:09 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Pianista Correpetidor - UFSM Message-ID: Prezados, Por favor ajudem na divulgação: *Concurso Público para Técnico Administrativo em Educação - Músico: Pianista correpetidor* *Informações em:* *http://www.ufsm.br/concurso/0012012/arquivos/edital_0012012.pdf* www.ufsm.br Obrigado, Pedro Persone -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From marcosfilhomusica em yahoo.com.br Thu Apr 5 02:21:15 2012 From: marcosfilhomusica em yahoo.com.br (Marcos Filho) Date: Thu, 5 Apr 2012 02:21:15 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Falecimento de Santuza Naves Message-ID: <66F22F00-259E-41D4-95C2-610B12D9F4FC@yahoo.com.br> Prezados, Nesta tarde de quarta-feira fui surpreendido com a triste notícia do falecimento da Profa. Santuza Naves. O velório será na quinta-feira, dia 5, das 11 às 15 horas, na Capela 5 do Cemitério Sao João Batista, em Botafogo. Um abraço de conforto a todos os familiares, parentes, amigos e alunos. Atenciosamente, Marcos Filho Professor Assistente - Departamento de Música (DMUSI) Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) marcosfilhomusica em yahoo.com.br myspace/marcosfilho @marcosfilho_ (31) 3327-8339 (31) 9376-8339 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From d_garcia em iar.unicamp.br Wed Apr 11 17:52:56 2012 From: d_garcia em iar.unicamp.br (d_garcia em iar.unicamp.br) Date: Wed, 11 Apr 2012 17:52:56 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?_Processo_Seletivo_para_Regente_da_?= =?iso-8859-1?q?Orquestra_Sinf=F4nica_da_Unicamp?= In-Reply-To: References: <005045017946e524e704bc3f005f@google.com> <4f724fe41aa2_242d3156c6c545@a4-winter12.tmail> <70F93B415D8B4781B93A8FA7D59F026F@PCLuciana> Message-ID: <20120411175256.Horde.fTlGaY31099Phe8opTWdZmA@webmail.iar.unicamp.br> Colegas, divulguem o edital aberto para Regente da Orquestra Sinfônica da Unicamp. O edital está aberto até o dia 18/04. um abraço, Denise Garcia Profa. Dra. Denise H. L. Garcia Diretora CIDDIC - COCEN UNICAMP ----------------- Diretoria Geral de Recursos Humanos Processos Seletivos Públicos Processos Seletivos UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS DIRETORIA GERAL DE RECURSOS HUMANOS EDITAL ABERTURA nº 29/2012 A Diretoria Geral de Recursos Humanos da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, por intermédio da Divisão de Planejamento e Desenvolvimento, torna pública a abertura de inscrições no Processo Seletivo Público para a função de Profissional de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão - PROFISSIONAL DA ARTE, CULTURA E COMUNICAÇÃO da Carreira de Profissionais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão. 1. Instruções Especiais 1.1 - O Processo Seletivo Público destina-se ao preenchimento de 01 vaga para atuar junto à(ao) CENTRO DE INTEGRAÇÃO, DOCUMENTAÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL - CIDDIC, bem como as que porventura vierem a surgir durante o seu prazo de validade na UNICAMP. 1.2. Em virtude do número de vagas, não se aplicam ao presente processo seletivo público os dispositivos da lei Complementar 683/92. 1.3. O número de vagas pode apresentar alteração, por motivos supervenientes, durante o prazo de validade do processo seletivo público. 1.4. A função será preenchida sob o regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 1.5. A jornada de trabalho será de 40 horas semanais, podendo variar para os períodos diurno, noturno, misto, na forma de revezamento ou escala de serviços. 1.6. O salário inicial da função será na faixa de nível de complexidade 07-A a 07-D da Carreira de Profissionais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão, correspondente à R$ 4.667,09 à R$ 5.402,74. 2. Requisitos 2.1. Obrigatórios: 2.1.1. Escolaridade: Curso Superior completo em Musica, cuja comprovação será exigida quando da convocação para contratação; 2.1.2. Experiência Profissional: Experiência comprovada em regência musical , cuja comprovação deverá ser entregue no período a ser divulgado no Diário Oficial do Estado, juntamente com os resultados das provas Escrita Objetiva e Escrita Dissertativa; 2.1.2.1. Serão considerados para fins de comprovação de experiência profissional: Carteira de Trabalho e Previdência Social e/ou Declaração de Empregador de modo a permitir a averiguação de veracidade e acuidade das informações. A declaração é obrigatória nos casos em que a nomenclatura da função na carteira de trabalho não estiver de forma clara que permita comprovar os requisitos de experiência, devendo neste caso serem especificadas as atividades desempenhadas. Não serão consideradas atividades de estágio; 2.1.3. Idiomas: Inglês instrumental; 2.1.4. Ser brasileiro nato ou naturalizado, ou cidadão Português a quem foi deferida a igualdade, nas condições previstas pelo Decreto Federal n. 70.436/72; 2.1.5. Ter completado 18 anos de idade na data da assinatura do contrato de trabalho; 2.1.6. Não ter sido demitido por justa causa da Universidade Estadual de Campinas; 2.1.7. Estar em dia com as obrigações eleitorais e militares, cuja comprovação deverá ser entregue em período a ser divulgado no Diário Oficial do Estado, quando da convocação para contratação; 2.1.8. Ter boa conduta comprovada através do Atestado de Antecedentes Criminais negativo, cuja comprovação deste deverá ser entregue em período a ser divulgado no Diário Oficial do Estado, quando da convocação para contratação, devendo o candidato observar o prazo para a obtenção do mesmo; 2.1.9. Gozar de boa saúde física e mental, estando apto para o exercício da função, sem qualquer restrição. 3. Das Atribuições da função 3.1. A descrição das atividades da função constam no anexo 2 do presente edital. 4. Das Inscrições 4.1. On-line: 4.1.1. A inscrição on-line será efetuada via internet, no endereço eletrônico http://www.dgrh.unicamp.br, e solicitada no período entre 08:00 horas do dia 02/04/2012 e 17:00 horas do dia 16/04/2012, observado o horário de Brasília/DF; 4.1.2. A Diretoria Geral de Recursos Humanos não se responsabilizará por solicitação de inscrição não recebida por motivos de ordem técnica dos computadores, falhas na comunicação, congestionamento das linhas de comunicação, bem como outros fatores de ordem técnica que impossibilitem as transferências de dados; 4.1.3. O candidato deverá obrigatoriamente preencher a ficha de solicitação de inscrição e o currículo on-line disponíveis no momento da inscrição. As informações prestadas serão de inteira responsabilidade do candidato; 4.1.4. O candidato portador de necessidades especiais deverá obrigatoriamente especificar e indicar, na ficha de inscrição, o tipo de deficiência de que é portador; 4.1.4.1. Caso necessite de condições especiais para se submeter às provas, o candidato portador de necessidades especiais deverá solicitá-la por escrito até o segundo dia útil após o encerramento das inscrições. A solicitação deverá ser protocolada no horário das 09:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 17:00 horas, na Divisão de Planejamento e Desenvolvimento da Diretoria Geral de Recursos Humanos - Prédio 3 da Reitoria - Campus da Unicamp - Cidade Universitária Zeferino Vaz - Barão Geraldo - Campinas, juntamente com o laudo médico que ateste a espécie e o grau da deficiência, com expressa referência ao código correspondente da Classificação Internacional de Doença - CID; 4.1.4.2. A ausência dessas informações implica aceitação pelo candidato de realizar as provas em condições idênticas às dos demais candidatos; 4.1.4.3. O atendimento às condições especiais pleiteadas ficará sujeito, por parte da Unicamp, à análise da razoabilidade do solicitado; 4.1.5. O boleto bancário estará disponível para impressão e pagamento da taxa de inscrição, no valor de R$57,00, após a conclusão do preenchimento da ficha de solicitação de inscrição e currículo on-line. O pagamento deverá ser efetuado até o primeiro dia útil subseqüente ao último dia do período destinado ao recebimento de inscrição via internet, indicado no item 4.1.1 deste item; 4.1.5.1. As inscrições somente serão consideradas aceitas após a confirmação, pelo Banco, do pagamento referente a taxa de inscrição; 4.1.5.2. Em hipótese alguma haverá restituição da taxa de inscrição, bem como isenção total do pagamento; 4.1.6. A confirmação de inscrição será publicada no Diário Oficial do Estado em 28/04/2012; 4.1.7. Antes de efetuar a sua inscrição, o candidato deverá conhecer o edital de abertura de inscrições e certificar-se de que preenche todos os requisitos exigidos. Uma vez efetivada a inscrição, não será permitida em hipótese alguma alterações das informações prestadas, bem como de função e/ou edital disponível; 4.1.8. O candidato deverá declarar, na solicitação de inscrição via internet, que está ciente das condições exigidas no presente edital. A inscrição do candidato implicará no conhecimento e na tácita aceitação das normas e condições estabelecidas neste Edital, em relação às quais não poderá alegar qualquer espécie de desconhecimento; 4.1.9. É vedada a inscrição condicional, a extemporânea, a via postal, a via fax ou a via correio eletrônico; 4.1.10. É vedada a transferência de valor pago a título de taxa para terceiros, assim como a transferência da inscrição para outrem ou para outro Processo Seletivo Público; 4.1.11. Para efetuar a inscrição, é imprescindível o número de Cadastro de Pessoa Física (CPF) do candidato; 4.1.11.1. O candidato que não possuir CPF deverá solicitá-lo nos postos credenciados, localizados nas agências bancárias, Correios e Telégrafos e na Receita Federal, em tempo hábil, isto é, de forma que consiga obter o respectivo número antes do término do período de inscrição; 4.1.11.2. Terá sua inscrição cancelada e será automaticamente eliminado do processo seletivo público o candidato que usar o CPF de terceiro para realizar a sua inscrição; 4.1.12. O comprovante de inscrição deverá ser mantido em poder do candidato e apresentado, se necessário e quando solicitado; 4.2. Disponibilização para acesso à inscrição on-line: 4.2.1 A UNICAMP/DGRH disponibilizará um posto de atendimento para a realização da inscrição, on-line, para os candidatos que não possuem acesso à internet, nos dias 02 a 04, 09 a 13 e 16/04/2012, das 09:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 16:00 horas no seguinte local: Secretaria do CIDDIC - situada à rua Sergio Buarque de Holanda, nº 421 - Campus UnicamP - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" - Barão Geraldo - Campinas/SP O Candidato deverá apresentar-se ao posto de atendimento munido do Documento de Identidade e do Cadastro de Pessoa Física (CPF); 4.3. Redução parcial da taxa de inscrição: 4.3.1. Amparado pela Lei Estadual nº 12.782, de 20.12.2007, o candidato terá direito à redução de 50% (cinqüenta por cento) do valor do pagamento da taxa de inscrição, desde que CUMULATIVAMENTE atenda aos seguintes requisitos: a) seja estudante regularmente matriculado em uma das séries do ensino fundamental ou médio, curso pré vestibular, ou curso superior, em nível de graduação ou pós-graduação e b) perceba remuneração mensal inferior a 02 (dois) salários mínimos, ou estiver desempregado; 4.3.2. O candidato que preencher as condições estabelecidas no item 4.3.1 deste edital deverá solicitar a redução do pagamento da taxa de inscrição obedecendo aos seguintes procedimentos: 4.3.2.1. Realizar a inscrição no endereço eletrônico previsto no item 4.1.1 e 4.1.3; 4.3.2.2. Preencher total e corretamente em 2 (duas) vias o formulário de requerimento de solicitação de redução de taxa de inscrição disponível no site www.dgrh.unicamp.br; 4.3.2.3. Imprimir o comprovante de inscrição e o requerimento de solicitação de redução da taxa de inscrição e protocolar nos dias 02 a 04, 09 a 13 e 16/04/2012 , das 09:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 17:00 horas, na Divisão de Planejamento e Desenvolvimento da Diretoria Geral de Recursos Humanos - Prédio 3 da Reitoria - Campus da Unicamp - Cidade Universitária Zeferino Vaz - Barão Geraldo - Campinas, juntamente com cópias comprobatórias dos seguintes documentos: a) certidão ou declaração expedida por instituição de ensino público ou privada, comprovando a sua condição estudantil; ou carteira de identidade estudantil ou documento similar, expedido por instituição de ensino público ou privado, ou por entidade de representação estudantil; e b) comprovante de renda especificando perceber remuneração mensal inferior a 02 (dois) salários mínimos comprovados através de Contracheque ou Recibo de Pagamento por serviços prestados ou Envelope de Pagamento ou Declaração do empregador; ou Extrato de Rendimentos fornecidos pelo INSS ou outras fontes. Na falta deste, extrato bancário identificado com o valor do crédito do benefício; ou c) Recibo de seguro Desemprego e do FGTS; ou Documentos de Rescisão do último contrato de trabalho, mesmo que temporário. No caso de contrato em Carteira de Trabalho, anexar ainda as cópias da página de identificação. Serão considerados desempregados os candidatos que tendo estado empregados em algum momento, estiverem sem trabalho no período da inscrição; 4.3.3. Não serão considerados os documentos encaminhados por outro meio que não o estabelecido neste item, deste Edital; 4.3.4. A informação sobre o deferimento ou não do pedido de redução da taxa de inscrição, será enviada ao candidato, até o prazo final das inscrições, através do e-mail cadastrado quando de sua inscrição. O candidato que tiver a solicitação deferida deverá imprimir boleto com valor da taxa de inscrição reduzida, até a data de vencimento prevista; 4.3.5. O candidato que não efetivar a inscrição mediante o recolhimento do respectivo valor da taxa, reduzida ou plena, conforme o caso, terá o pedido de inscrição não confirmado; 4.3.6. Será eliminado do processo seletivo público o candidato que, não atendendo, à época de sua inscrição, aos requisitos previstos no item 4.3.1 deste item, tenha obtido, com emprego de fraude ou qualquer outro meio que evidencie má fé, a redução de que trata a referida lei. 5. Das provas 5.1. O processo seletivo público constará das seguintes etapas: Prova Escrita Objetiva (eliminatória e classificatória); Prova Escrita Dissertativa (eliminatória e classificatória); Prova Prática (eliminatória e classificatória); 5.2. A Prova Escrita Objetiva e a Prova Escrita Dissertativa e a Prova Prática versarão sobre conteúdo programático constante no anexo 1 do presente edital; 5.3. A aplicação das etapas de provas poderá ocorrer em dias úteis, sábados e domingos. 5.4. A divulgação do dia, horário e local de realização das Provas Escrita Objetiva e Escrita Dissertativa, bem como a confirmação do dia de realização das provas, será no dia 28/04/2012 no Diário Oficial do Estado e pela internet (www.dgrh.unicamp.br). A data provável para a realização das provas Escrita Objetiva e Escrita Dissertativa será dia 03/06/2012. O cumprimento da data prevista dependerá da disponibilidade de locais adequados para a realização das provas; 5.5. A data, horário e local para entrega da documentação solicitada no item 2.1.2. bem como a data de resultado da análise da documentação pela Comissão Examinadora do Processo Seletivo Público, serão divulgados através do edital de resultado das provas escritas objetiva e dissertativa, a ser publicado em Diário Oficial do Estado e pela internet (www.dgrh.unicamp.br), com antecedência mínima de 5 (cinco) dias; 5.5.1. Caso o candidato não comprove a experiência profissional solicitada no item 2.1.2. será considerado eliminado no Processo Seletivo Público na forma do item 5.13.4. 5.6. A data, horário e local de realização da prova prática, bem como a data de resultado serão divulgados através do edital de resultado das provas escritas objetiva e dissertativa, a ser publicado em Diário Oficial do Estado e pela internet (www.dgrh.unicamp.br), com antecedência mínima de 5 (cinco) dias; 5.7. As questões da prova escrita objetiva serão do tipo múltipla escolha. O candidato deverá assinalar com caneta as respostas da prova escrita objetiva na Folha de Respostas, que será o único documento válido para correção da prova. O preenchimento da Folha de Respostas será de inteira responsabilidade do candidato, que deverá proceder em conformidade com as instruções específicas contidas nos cadernos de questões; 5.8. A prova escrita dissertativa deve ser manuscrita e em letra legível; 5.9. A prova prática será pontuada mediante aferição do conhecimento prático da atividade, conforme conteúdo programático constante do Anexo 1 deste Edital; 5.10. As folhas do caderno de respostas não poderão ser assinadas, rubricadas, nem conter em outro local que não o apropriado, qualquer palavra ou marca que as identifique, sob pena de anulação das provas; 5.11. Os candidatos deverão comparecer ao local das provas com antecedência mínima de 30 (trinta) minutos à hora estabelecida para seu início, munidos de lápis, caneta azul ou preta e borracha, e somente será admitido às provas o candidato que exibir, no ato, documento de identidade original com foto. Não serão aceitos documentos ilegíveis, não identificáveis e ou danificados; 5.11.1. Não será admitido o ingresso de candidato no local de realização das provas após o horário fixado para o seu início; 5.12. Durante a realização das provas não será permitido o uso de BIP de mensagens, telefone celular ou similares, bem como bonés ou gorros. O candidato que estiver portando qualquer equipamento eletrônico deverá antes de entrar no prédio de aplicação das provas, desligar o aparelho, bem como retirar-lhe a bateria; 5.13. Será eliminado do processo seletivo público o candidato que: 5.13.1. Agir com descortesia em relação aos examinadores e seus auxiliares ou autoridades presentes; 5.13.2. For surpreendido durante a realização das provas, comunicando-se com outro candidato, ou utilizando-se de livros, notas ou impressos não permitidos; 5.13.3. Deixar de atender a qualquer das convocações da Universidade; 5.13.4. O não comparecimento às provas ou ainda a não apresentação da documentação solicitada, excluirá o candidato automaticamente do processo seletivo público; 5. 14. Não haverá segunda chamada para nenhuma das provas ou entrega da documentação, seja qual for o motivo alegado; 5.15. Não serão dadas, por telefone, informações a respeito de datas, de locais e de horário de realização das provas. O candidato deverá observar rigorosamente os editais e os comunicados a serem divulgados na forma dos itens 5.4 e 5.5. e 5.6. 6. Do Julgamento, Habilitação e Classificação 6.1. A Prova Escrita Objetiva e a Prova Escrita Dissertativa e a Prova Prática serão avaliadas na escala de 0 (zero) a 10 (dez) pontos e somente será considerado habilitado o candidato que obtiver nota igual ou superior a 5 (cinco) na Prova Escrita Objetiva e 5 (cinco) na Prova Escrita Dissertativa e 5 (cinco) na Prova Prática observando a seguinte escala: Prova Escrita Objetiva - peso 1 (um); Prova Escrita Dissertativa - peso 1 (um); Prova Prática - peso 3 (três); 6.2. A prova escrita dissertativa será aplicada no mesmo dia da prova escrita objetiva a todos os candidatos que tiveram suas inscrições confirmadas, mas somente serão corrigidas as dos candidatos habilitados na prova escrita objetiva na forma do item 6.1. As duas provas deverão ser realizadas no tempo máximo de 04 (quatro) horas; 6.3. A prova prática será realizada para todos os candidatos habilitados na prova escrita dissertativa e que entregaram a documentação conforme solicitado no item 2.1.2. 6.4. A nota final será a média ponderada dos pontos obtidos na Prova Escrita Objetiva e a Prova Escrita Dissertativa e a Prova Prática; 6.5. Os candidatos habilitados serão classificados de acordo com a nota final; 6.6. Em caso de igualdade de nota final, terá preferência, sucessivamente: a) o candidato com idade mais elevada, considerando os candidatos com idade igual ou superior a sessenta anos, conforme parágrafo único do artigo 27 do Estatuto do Idoso; b) obtiver maior nota na Prova Prática; c) persistindo o empate, terá preferência sucessivamente o candidato mais velho. 7. Dos Recursos 7.1. Terá o candidato até 2 (dois) dias para a interposição de recursos, tendo como termo inicial o primeiro dia útil subseqüente à aplicação das provas ou a divulgação de resultados e gabarito da prova escrita objetiva; 7.2. A matéria do recurso será restrita à alegação de irregularidade insanável ou de preterição de formalidade essencial e não terá efeito suspensivo; 7.3. O candidato deverá preencher em 2 (duas) vias o formulário de recurso disponível no site www.dgrh.unicamp.br devendo utilizar 1 (um) formulário para cada questão. Formulários contendo mais de 1 (uma) questão não serão aceitos; 7.4. O recurso será dirigido à Diretoria Geral de Recursos Humanos devendo ser protocolado no horário das 09:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 17:00 horas, na Divisão de Planejamento e Desenvolvimento da Diretoria Geral de Recursos Humanos - Prédio 3 da Reitoria - Campus da Unicamp - Cidade Universitária Zeferino Vaz - Barão Geraldo - Campinas/SP, contendo os fundamentos da pretensão; 7.4.1. Não serão aceitos recursos interpostos pelos Correios, por meio de fax, por email ou por qualquer outro meio além no previsto neste edital; 7.5. Admitido o recurso, será encaminhado à Comissão Examinadora, quando a ela pertinente, que deverá proferir manifestação fundamentada sobre o assunto, decidindo pela reforma ou manutenção do ato recorrido, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, que será publicada em Diário Oficial do Estado e no site:www.dgrh.unicamp.br; 7.6. Não serão aceitos, sob hipótese alguma, pedidos de revisão ou vista de prova, bem como arredondamento de médias, em quaisquer fases do processo seletivo público; 7.7. As respostas dos recursos estarão a disposição do recorrente na Divisão de Planejamento e Desenvolvimento da Diretoria Geral de Recursos Humanos - Prédio 3 da Reitoria - Campus da Unicamp - Cidade Universitária Zeferino Vaz - Barão Geraldo - Campinas/SP; 7.7.1. O recorrente que desejar obter cópia da resposta de seu recurso, deverá solicitá-la por escrito. A solicitação deverá ser protocolada no horário das 09:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 17:00 horas, na Divisão de Planejamento e Desenvolvimento da Diretoria Geral de Recursos Humanos - Prédio 3 da Reitoria - Campus da Unicamp - Cidade Universitária Zeferino Vaz - Barão Geraldo - Campinas; 7.8. Se da análise dos recursos contra a prova escrita objetiva e ou escrita dissertativa e ou prática resultar anulação de questão, os pontos a ela correspondentes serão atribuídos a todos os candidatos presentes, independentemente da formulação de recurso. 8. Da convocação e contratação 8.1. A convocação obedecerá à rigorosa ordem de classificação. Os candidatos serão convocados através de edital a ser publicado no Diário Oficial do Estado; 8.2. O candidato deverá atender aos requisitos dos itens 2.1.1, 2.1.4, 2.1.5, 2.1.6, 2.1.7, 2.1.8 , deste edital, apresentando os comprovantes das condições ali estabelecidas, conforme relação a ser entregue ao candidato quando da convocação; 8.2.1. Para comprovação do item 2.1.9 do edital o candidato deverá se submeter a exame médico pré-admissional, a ser realizado pela UNICAMP em data a ser oportunamente agendada; 8.3. O não atendimento à convocação e/ou a inexatidão ou irregularidade da comprovação do disposto nos itens 8.2 e 8.2.1 deste edital eliminará o candidato do processo seletivo público; 8.4. O candidato será considerado desistente e excluído tacitamente deste Processo Seletivo Público quando não comparecer às convocações na data estabelecida ou manifestar sua desistência por escrito; 8.5. Será excluído do certame o candidato que, ao ser convocado, não aceitar ser admitido na unidade indicada pela UNICAMP; 8.6. O candidato não deverá ocupar cargos públicos ou receber proventos de aposentadoria, ressalvados os cargos acumuláveis previstos no Artigo 37, inciso XVI da Constituição Federal e Decreto Estadual n.41.915/97; 8.7. O candidato contratado deverá cumprir estágio probatório referente a um período de 03 (três) anos de efetivo exercício, durante o qual será submetido à avaliação especial de desempenho, nos termos da legislação aplicável à UNICAMP. Passado o período do estágio probatório e tendo sido considerado apto, o contratado passará a gozar da estabilidade prevista no Artigo 41, parágrafo 4º da Constituição Federal; 8.8. O candidato terá 30 (trinta) dias a partir da publicação de seu contrato no Diário Oficial do Estado para entrar em exercício. O não atendimento do prazo será considerado como desistência da função por parte do candidato. 9. Da Comissão Examinadora 9.1. Compete a Comissão Examinadora processar o certame, cabendo indicar as matérias sobre as quais versarão as provas, formular as questões, realizar as provas escritas, emitir julgamentos mediante atribuição de notas, analisar documentações e apreciar os recursos eventualmente interpostos; 9.2. Na hipótese de superveniente incapacidade ou impedimento de membro da Comissão Examinadora, a Diretoria Geral de Recursos Humanos, providenciará se necessária a substituição, qualquer que seja a fase do processo seletivo público, sem prejuízo dos atos já praticados; 9.3. A Comissão Examinadora do processo seletivo público está assim constituída: Titulares: Denise Hortencia Lopes Garcia, Victor Hugo Toro, Esdras Rodrigues Silva, Simone Sousa Campos de Menezes, Lutero Rodrigues. Suplentes: Gilmar Roberto Jardim, Parcival Modolo, Raul Thomaz Oliveira do Valle. 10. Disposições Finais 10.1. A inscrição implicará no conhecimento das presentes instruções pelos candidatos e no compromisso tácito de aceitação das condições do processo seletivo público, tais como aqui se acham estabelecidas; 10.2. O resultado final das provas será publicado no Diário Oficial do Estado; 10.3. O processo seletivo público terá validade de 01 (um) ano a contar da data de publicação do edital de homologação em Diário Oficial do Estado, podendo ser prorrogado por igual período; 10.4. O candidato deverá manter atualizado seu endereço junto à Divisão de Planejamento e Desenvolvimento da Diretoria Geral de Recursos Humanos. São de inteira responsabilidade do candidato prejuízos decorrentes da não atualização do seu endereço; 10.5. A UNICAMP não se responsabiliza por eventuais prejuízos ao candidato decorrentes de: a) endereço não atualizado; b) endereço de difícil acesso; c) correspondência devolvida pela ECT por razões diversas de fornecimento e/ou endereço errado do candidato; d) correspondência recebida por terceiros; 10.6. Os candidatos não classificados deverão requerer a devolução dos documentos apresentados no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da publicação da homologação do referido processo seletivo público, findo o qual serão inutilizados; 10.7. A não comprovação ou a inexatidão no atendimento do disposto no presente edital, no prazo estabelecido, eliminará o candidato do processo seletivo público; 10.8. Os itens deste edital poderão sofrer eventuais alterações, atualizações ou acréscimos enquanto não consumada a providência ou evento que lhes disser respeito, até a data de convocação para a etapa correspondente, circunstância que será mencionada em Edital a ser publicado; 10.9. Todos os atos e editais referentes a este processo seletivo público serão divulgados no Diário Oficial do Estado e no site www.dgrh.unicamp.br. ANEXO 1 PROGRAMA E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PROGRAMA: Prova escrita objetiva e dissertativa: a prova consiste de questões de análise musical e história da música ocidental no que tange a questões sobre estilos musicais dos diferentes períodos. Prova prática: O candidato deve reger um ensaio com a Orquestra da Unicamp, das seguintes obras:1º movimento da 1º sinfonia de Beethoven e uma obra contemporânea que receberá quando da entrega de documentos comprobatórios de experiência, solicitados em edital, em data a ser publicada em edital. O tempo de ensaio/regência de cada obra deve ser de 15 minutos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BARENBOIM, Daniel; CHÉREAU, Patrice. Diálogos sobre música e teatro: Tristão e Isolda. São Paulo: Martins/Martins Fontes, 2010. 199 p. BARRAUD, Henry. Para compreender as musicas de hoje. São Paulo: Perspectiva, 1968. 167p. BERRY, Wallace. Structural functions in music. New York: Dover Publications, 1987. 447p. BOUCOURECHLIEV, Andrae. Le langage musical. [Paris]: Fayard, 1993. 186 p. (Collection Les Chemins de la musique) BOUCOURECHLIEV, Andre. A linguagem musical. Lisboa: Edições 70, 2003. 135 p. (Convite à musica; 10) BURKHART, Charles. Anthology for musical analysis. 5th ed. Fort Worth: Harcourt Brace College, 1994. 593 p. CAPLIN, William Earl. Classical form: a theory of formal functions for the instrumental music of Haydn, Mozart, and Beethoven. New York: Editora Oxford University Press, 1998. 307 p. DIAMOND, Harold J. Music analyses: an annotated guide to the literature. New York: Schirmer Books, 1991. 716p. DUNSBY, Jonathan; WHITTALL, Arnold. Music analysis in theory and practice. London ; Boston: Faber Music : Faber and Faber, 1988. 250p. FURTWAENGLER, Wilhelm. Entretiens sur la musique. Paris: A. Michel, 1954. 157p. GARCIA LABORDA, Jose Maria. Forma y estructura en la musica del siglo XX: una aproximacion analítica. Madrid: Alpuerto, 1996. 256p. GODWIN, Joscelyn. A repertory of Western music. New York: Schirmer, 1975. 1101p. GREEN, Douglass M. Form in tonal music: an introductio to analysis. 2nd ed. Austrália: Wadsworth, 1993. 324 p. HARDY, Gordon; FISH, Arnold. Music literature: a workbook for analysis. New York ; Toronto: Dodd, Mead, 1974-. nv. KIRBY, F. E. Music in the Romantic period: an anthology with commentary. New York: Schirmer; London: Prentice Hall, 1995. 986p. LESTER, Joel. Analytic approaches to twentieth-century music. New York: W. W. Norton, 1989. 303p. ______. Enfoques analíticos de la música del siglo XX. Madrid: Akal, 2005. 313 p. (Akal música; 16) MORGAN, Robert P. (Ed.). Anthology of twentieth-century music. New York: W. W. Norton, 1992. 452 p. (The Norton introduction to music history) PLANTINGA, Leon (Ed.). Anthology of romantic music. New York ; London: Norton, 1984. 637 p. (The Norton introduction to music history) POPLE, Anthony (Ed.). Theory, analysis and meaning in music. Cambrigde: Cambridge University Press, 1994. 226p. SIMMS, Bryan R. Music of the twentieth century: an anthology. New York: Schirmer, 1986. 264p. ______. Music of the twentieth century: style and structure. New York: Schirmer ; London: C. Macmillan, 1986. 450p. SPALDING, W. R. Manuel d'analyse musicale. Paris: Payot, 1950. 383p. (Bibliotheque musicale) STEIN, Deborah J. (Ed.). Engaging music: essays in music analysis. New York ; Oxford: Oxford University Press, 2005. 346 p. STOIANOVA, Ivanka. Manuel d'analyse musicale: les formes classiques simples et complexes. [Paris]: Minerve, 1996. 239 p. (Collection Musique ouverte) TOVEY, Donald Francis. Symphonies and other orchestral works: essays in musical analysis. Oxford ; New York: Oxford University Press, 1989. 570p. TUREK, Ralph. Analytical anthology of music. New York: A. A. Knopf, 1984. 843 p. ZBIKOWSKI, Lawrence Michael. Conceptualizing music: cognitive structure, theory, and analysis. Oxford ; New York: Oxford University Press, 2002. 360 p. (AMS studies in music) ANEXO 2 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Compor e arranjar obras musicais. Interpretar músicas por meio de instrumentos ou voz. Ensaiar, aperfeiçoar e atualizar as qualidades técnicas de execução e interpretação. Pesquisar e criar propostas no campo musical. Editorar partituras, transcrever, adaptar músicas. Reger e dirigir orquestra, conjunto ou coral. Desenvolver projetos ou estudos relacionados à sua área de atuação. DIVISÃO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO 11/04/2012 - UNICAMP From silvioferrazmello em uol.com.br Wed Apr 11 17:53:20 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Wed, 11 Apr 2012 17:53:20 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: References: Message-ID: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> Caro Carlos, Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época. Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e sobre qualquer coisa que fosse moderna. Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava nas ruas... Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele gostava que as inventassem.. Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que proliferassem por variações e mais variações. Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se encontravam...quem? exatamente quem? Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de revista de variedades quando se trata de Villa. Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". Lendo a reportagem me perguntei: Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que trabalhavam sob o método Paulo Freire. O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa de ser ter grandes equívocos. Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que sua visão pré-republicana não compreendia. No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio (30 anos depois de Villa). O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem teria como ser, ninguém era politicamente correto. Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à distorção desnecessárias? Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. abs Silvio Ferraz On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > via Liliane Kans (FB) > > HISTÓRIA > Villa-Lobos tinha dias de tirano > > Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço > > LUÍS ANTÔNIO GIRON > > > HOBBY > Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras revoltadas pelo teu trato'. > > A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus interesses particulares. > > Inimigos íntimos > Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico > > ATAQUES > O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não as levou a sério. #Q# > Reprodução > > HUMILHADAS > Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos > Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no mundo. São duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' > > PRINCIPAIS OBRAS > > Segundo o gênero > > 6 Óperas > 12 Sinfonias > 13 Peças para violão-solo > 13 Poemas sinfônicos > 17 Quartetos de corda > 27 Concertos > > Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' > > Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' > > #Q# > Fatos da vida do autor das 'Bachianas' > Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas > 1922 ? ENFANT TERRIBLE > Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo > 1926 ? EM PARIS > Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.) > 1932 ? NO RIO > Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro Sílvio Salema (foto de 1952) > 1940 ? MULTIDÃO > Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção do músico (no alto, ao microfone) > 1955 ? CONSAGRAÇÃO > Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês pelos Estados Unidos > 1959 ? FINALE > Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# > O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser inocentado só depois da morte. > > 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do som recreativo.' > > Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu bom desempenho', julga. > > > 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca apresentando-a como expressão de um povo civilizado' > > HEITOR VILLA-LOBOS, > discurso em 15 de outubro de 1939 > > O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. > > 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e alunos para os estádios. > > Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de Música e Arquivo Sonoro > > http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html > > -- > carlos palombini > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From ptsalles em usp.br Wed Apr 11 18:58:30 2012 From: ptsalles em usp.br (Paulo de Tarso Salles) Date: Wed, 11 Apr 2012 18:58:30 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> References: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> Message-ID: <20120411185830.18481wypl7456gli@webmail.usp.br> Caro Silvio, concordo integralmente com sua argumentação. Se por um lado é um alívio saber que Villa não era um anjo de batutas tortas, por outro lado angustia ver essa sede de mexericos. Que venham as "verdades biográficas", como se fossem possíveis e nos mostrem músicos como homens/mulheres maus/bons, etc., mas que isso não seja pretexto para deixar de se pensar a música. Abraço a todos, -- Paulo de Tarso Salles CMU-ECA/USP Citando silvioferrazmello : > Caro Carlos, > > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época. > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e > sobre qualquer coisa que fosse moderna. > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava > nas ruas... > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele > gostava que as inventassem.. > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que > proliferassem por variações e mais variações. > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se > encontravam...quem? exatamente quem? > > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de > revista de variedades quando se trata de Villa. > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". > > Lendo a reportagem me perguntei: > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que > trabalhavam sob o método Paulo Freire. > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa > de ser ter grandes equívocos. > > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que > sua visão pré-republicana não compreendia. > > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores > que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio > (30 anos depois de Villa). > > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem > teria como ser, ninguém era politicamente correto. > > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? > Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à > distorção desnecessárias? > > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. > > abs > Silvio Ferraz > > > > > > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > >> via Liliane Kans (FB) >> >> HISTÓRIA >> Villa-Lobos tinha dias de tirano >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON >> >> >> HOBBY >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras >> revoltadas pelo teu trato'. >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos >> que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia >> do palco para dar lugar ao di >> tador agressivo, defensor da 'arte elevada' contra a música popular >> - e sobretudo paladino de seus interesses particulares. >> >> Inimigos íntimos >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico >> >> ATAQUES >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um >> concerto no >> s anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna Pelo Mundo >> das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a levar a >> rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa orfeônica >> organizada pelo compositor informando que 'a concorrência foi >> diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que quer >> dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, mesmo >> quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou novos >> rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). Este >> último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não >> as levou a sério. #Q# >> Reprodução >> >> HUMILHADAS >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a >> brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que >> viria a se tornar o mais import >> ante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 >> anos, o embaixador aposentado e musicólogo carioca orgulha-se de >> ter travado relações anos depois com Villa-Lobos e feito sua >> biografia. Publicada pela primeira vez em 1949 pelo Itamaraty a >> partir de seis meses de entrevistas com o compositor, Villa-Lobos, >> Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição no próximo ano pela >> editora Francisco Alves, com acréscimos como cartas, iconografia, >> os episódios em torno das concentrações orfeônicas e atualização >> biográfica e discográfica, já que a vasta obra do compositor nunca >> foi tão executada e estudada no mundo. São duas centenas de >> gravações recentes, além de 70 livros sobre o artista. A primeira >> edição da biografia de Mariz desagradou ao biografado por causa da >> passagem do cascudo. 'Villa se distanciou de mim por um bom tempo, >> porque achava que eu o tinha descrito como violento', revela o >> biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe contei, Villa deu >> gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por meio de sua >> mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos grosseiros com >> quem dependia dele, foi muito amado.' >> >> PRINCIPAIS OBRAS >> >> Segundo o gênero >> >> 6 Óperas >> 12 Sinfonias >> 13 Peças para violão-solo >> 13 Poemas sinfônicos >> 17 Quartetos de corda >> 27 Concertos >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' >> >> #Q# >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas >> 1922 - ENFANT TERRIBLE >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo >> 1926 - EM PARIS >> Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.) >> 1932 - NO RIO >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro >> Sílvio Salema (foto de 1952) >> 1940 - MULTIDÃO >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção >> do músico (no alto, ao microfone) >> 1955 - CONSAGRAÇÃO >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês >> pelos Estados Unidos >> 1959 - FINALE >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser >> inocentado só depois da morte. >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos >> pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do >> som recreativo.' >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu >> bom desempenho', julga. >> >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' >> >> HEITOR VILLA-LOBOS, >> discurso em 15 de outubro de 1939 >> >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem >> que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, >> e a lição de Villa-Lobo >> s foi esquecida, bem como suas idéias. Ele perdeu a guerra para a >> música popular por força do rádio, que consagrou o samba e jogou a >> arte erudita ao segundo plano. >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de >> melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e >> alunos para os estádios. >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de >> Música e Arquivo Sonoro >> >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html >> >> -- >> carlos palombini >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > From magali.kleber em gmail.com Thu Apr 12 07:28:26 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Thu, 12 Apr 2012 07:28:26 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Fwd=3A_CONCURSO_DE_COMPOSI=C7=C3O_?= =?iso-8859-1?q?=28pedimos_divulga=E7=E3o=29?= In-Reply-To: <20120412044209.64963.qmail@server3.yawl.com.br> References: <20120412044209.64963.qmail@server3.yawl.com.br> Message-ID: Car em s Listeir em s, bom dia, atendendo à solicitação , divulgo! Magali ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Sociedade Brasileira de Música Data: 12 de abril de 2012 01:42 Assunto: CONCURSO DE COMPOSIÇÃO (pedimos divulgação) Para: magali.kleber em gmail.com Concurso SBME de Composição Eletroacústica "Pinheirinho é do Povo" Estão abertas as inscrições para o concurso de composição de música eletroacústica, promovido pela Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica. As obras devem utilizar, como material sonoro de base, sons e ruídos disponíveis no endereço: http://soundcloud.com/user1123204/material-sonoro-de-base/s-vLzpM São sons dramáticos da invasão de Pinheirinho, ocorrida em 22 de janeiro último, pela Polícia, expulsando o povo pobre que habitava a região. São oferecidos prêmios em dinheiro e outros prêmios aos vencedores. O Regulamento completo do Concurso pode ser visto em: http://www.sbme.com.br/RegulamentoConcursoPinheirinho.pdf Acesse o link abaixo para alterar o seu cadastro! http://www.yawl.com.br/mlist/cadastrar.php?reles=(AdljfikfylbdahdgZilkqxyqlbytvvoerysdis) -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From gfmoreira em ymail.com Thu Apr 12 12:11:05 2012 From: gfmoreira em ymail.com (Gabriel Moreira) Date: Thu, 12 Apr 2012 12:11:05 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> References: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> Message-ID: Faço as minhas palavras às do prof. Sílvio Ferraz. Já passa o tempo da imprensa sensacionalista querer tratar de fofocas da vida de Villa-Lobos. Isso só ressalta a incapacidade de ver o que realmente interessante a respeito do compositor, sua música. Aproveito para enviar o link de minha dissertação de mestrado, "O elemento indígena na obra de Villa-Lobos", onde analiso a música de temática indígena na obra do compositor. http://www.pergamumweb.udesc.br/dados-bu/000000/000000000013/00001377.pdf http://www.pergamumweb.udesc.br/dados-bu/000000/000000000013/00001378.pdf http://www.pergamumweb.udesc.br/dados-bu/000000/000000000013/00001379.pdf http://www.pergamumweb.udesc.br/dados-bu/000000/000000000013/0000137B.pdf http://www.pergamumweb.udesc.br/dados-bu/000000/000000000013/0000137C.pdf Gabriel Ferrão Moreira * * Em 11 de abril de 2012 17:53, silvioferrazmello < silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu: > Caro Carlos, > > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da > época. > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e sobre > qualquer coisa que fosse moderna. > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava nas > ruas... > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele gostava > que as inventassem.. > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que proliferassem > por variações e mais variações. > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, quem > contou, quando contou, qual a ocasião em que se encontravam...quem? > exatamente quem? > > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de revista de > variedades quando se trata de Villa. > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um grande > compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". > > Lendo a reportagem me perguntei: > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha datilografada > sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos com réguas para > mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de piano, ou as que nos faziam > cantar o Hino Nacional com todas as crases e vírgulas..."cantem com as > vírgulas....não esqueçam as crases"? ou o autor do texto acredita que eram > professoras que trabalhavam sob o método Paulo Freire. > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa de > ser ter grandes equívocos. > > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E sorte > que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o teria > lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que sua visão > pré-republicana não compreendia. > > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores que > davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, professores > que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir ajoelhar no milho, > ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever na frente de seus colegas > mil vezes uma frase estúpida qualquer...não me parece que isto tudo tenha > sido uma prática exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música > no ginásio (30 anos depois de Villa). > > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado pelos > padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem teria como > ser, ninguém era politicamente correto. > > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito Villa-Lobos, > porque retomar as fofocas de vida íntima? > Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise da > obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que artigos > rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à distorção > desnecessárias? > > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita por > Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e outros > tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam um pouco do > que foi abrir caminho no meio do mato para fazer adentrar nestas terras um > pouco de música de invenção. > > abs > Silvio Ferraz > > > > > > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > > via Liliane Kans (FB) > > HISTÓRIA > > Villa-Lobos tinha dias de tirano > > Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas alunas, > brigava e regia a massa com batuta de aço > > LUÍS ANTÔNIO GIRON > HOBBY > Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) Na > quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do recém-instalado Curso de > Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do Rio de Janeiro, cansadas de > receber maus-tratos do compositor Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta > anônima ao carrasco. No início dos anos 1930, depois de uma década na > Europa, ele esbanjava poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as > ofendidas. 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te > prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as missivistas. > 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe não sabe ter atitudes? > Não percebes que as colegas se podem infiltrar desses teus modos estúpidos > e passar a fazer o mesmo com as criancinhas?' Encerram o ataque com a > indicação: 'As professoras revoltadas pelo teu trato'. > > A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca > Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, assistente de > Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - recortes, partituras, > cartas e fotografias - arquivados ali e no Museu Villa-Lobos. As duas > instituições cariocas abrigam documentos que esclarecem a ação e a obra do > mais celebrado e executado compositor erudito brasileiro. Com base nos > materiais que vêm sendo vasculhados, acontece uma alteração sensível da > imagem de Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o > assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores corre e > concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do músico promete > delinear-se ao final da competição. Tudo indica que o 'índio de casaca', o > simpático inspirador da música popular brasileira - e de filmes como *Villa-Lobos, > uma Vida de Paixão* (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à > caricatura -, saia do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor > da 'arte elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus > interesses particulares. > *Inimigos íntimos* > *Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico* ATAQUES > O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida Villa-Lobos > sofreu ataques desde que começou a apresentar suas peças de vanguarda, no > Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, petulante, autodidata. Durante > a Semana de Arte Moderna de 22, em São Paulo, foi saudado pelo público com > uma saraivada de batatas. As polêmicas só escassearam no fim da década de > 40, quando obteve consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos > e pela Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles > chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e > folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã do > canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por volta de > 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore em suas peças. > Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes sincopadas e dissonantes, o > velho crítico fulminou-o com todo o seu arsenal de conceitos. Os dois > chegaram a trocar bengaladas em um concerto nos anos 20. Guanabarino > atacou-o até morrer. Na coluna Pelo Mundo das Artes, do *Jornal do > Commercio* (uma das últimas a levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, > comentou uma festa orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a > concorrência foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o > que quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, > mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou novos > rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). Este último > publicou, em 1962, o ensaio *A Glória Escandalosa de Villa-Lobos*. Ali, > acusava o compositor de haver rapinado o folclore. Villa-Lobos achava graça > das acusações. A posteridade não as levou a sério. #Q# Reprodução HUMILHADAS > > Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta *(acima) > * ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos > > Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de que > Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante nenhum tipo > de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas que constituíam o > Orfeão dos Professores sobre sua falta de didática. A carta, se foi > recebida (não há evidências a esse respeito), não surtiu efeito, porque o > regente defendia como expedientes o rigor para adultos e a palmatória para > crianças. Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de > seu Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de 1936. > O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, tentava reger um > coral de milhares de meninos. Um grupo mais barulhento não se aquietava, > nem com a intervenção de um escoteiro encarregado de organizar a multidão. > A garotada começou, então, a brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou > com a bagunça, distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal > escoteiro, que viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: > Vasco Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e > musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois com > Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez em 1949 pelo > Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o compositor, *Villa-Lobos, > Compositor Brasileiro* chegará à 12ª edição no próximo ano pela editora > Francisco Alves, com acréscimos como cartas, iconografia, os episódios em > torno das concentrações orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, > já que a vasta obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no > mundo. São duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o > artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao biografado > por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou de mim por um bom > tempo, porque achava que eu o tinha descrito como violento', revela o > biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe contei, Villa deu > gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por meio de sua mulher, > Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos grosseiros com quem dependia > dele, foi muito amado.' > > PRINCIPAIS OBRAS > > *Segundo o gênero* > > *6* Óperas > *12* Sinfonias > *13* Peças para violão-solo > *13* Poemas sinfônicos > *17* Quartetos de corda > *27* Concertos > > Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio da > crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como um eterno > menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto ditatorial. Rebate, > no entanto, a acusação que lhe fazem os acadêmicos atuais de que era um > colaborador do fascismo de Vargas. 'Ele não tinha cor política', lembra o > estudioso. 'Queria divulgar sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a > mediocridade. Mas, se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' > > Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental *Bibliografia > Musical Brasileira* (disponível na internet no site www.abm.org.br), > simpatizar com o compositor podia ser difícil. 'Era de temperamento muito > desigual e não conquistava à primeira vista. Muito seguro de seu valor, > convencido mesmo, mas ao mesmo tempo, em certas circunstâncias, quase > ingênuo. Mas, quando confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem > nessa vida?' > #Q# *Fatos da vida do autor das 'Bachianas'* > *Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, > Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, Raul, > era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas* *1922 ? ENFANT > TERRIBLE* > Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo *1926 ? EM > PARIS* > Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse *(à esq.)* *1932 > ? NO RIO* > Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro Sílvio > Salema (foto de 1952) *1940 ? MULTIDÃO* > Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção do > músico *(no alto, ao microfone)* *1955 ? CONSAGRAÇÃO* > Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês pelos > Estados Unidos *1959 ? FINALE* > Lançou a última peça, *Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros*. Morreu > de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# > > O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do taco > de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os compositores > populares, ou, como preferia, folclóricos. No início da década de 40, por > exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do Brasil', de Ari Barroso, de > oportunista. Escreveu que a música folclórica não passava da 'acepção > mínima' da música. Oque não o impediu de se aproveitar de temas dos chorões > com quem havia tocado em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', > com melodia de Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, > base para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da > apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser > inocentado só depois da morte. > > 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos > estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos pesquisa os > papéis do compositor e se candidata a ser um dos primeiros a chegar à > esperada grande interpretação. 'O canto orfeônico formava sua plataforma e > seu ponto de honra. Distinguia a 'música elevada' da restante. É engano > pensar que ele gostava do som recreativo.' > > Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou projeto > do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos em São Paulo e > o restante no Distrito Federal - é o mais rico em intrigas, manifestações e > atos públicos em torno das idéias do compositor. Aos poucos, ele ganha > perspectiva histórica. Também foi o momento em que Villa-Lobos, na chefia > da trilha sonora da ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de > normalistas a críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade > cresceu na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que > ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele produziu > com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, Flávio Silva levantou > 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos Professores. 'Algumas gravações têm > qualidade, e o grupo conseguiu bom desempenho', julga. > > 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música como quem > cultiva uma fonte de essências originais, nunca apresentando-a como > expressão de um povo civilizado' > > *HEITOR VILLA-LOBOS*, > discurso em 15 de outubro de 1939 > > O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se fazia > sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. Seu sonho, ou > 'plano de ataque', como dizia, era despertar o interesse dos jovens e > formar um público para a sua música por meio do canto coletivo. Com o *Guia > Prático* - 137 peças para diversas formações -, desejava espalhar corais > pelo Brasil em manifestações cívicas em grandes estádios. A prática coral > nas escolas não visava a grandes artistas, mas a preparar o gosto > comunitário para uma 'fisionomia musical brasileira', como disse em > discurso que pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 > de outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem que o > gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O projeto, > contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas entrevistados fazem > uníssono ao dizer que a situação da educação musical nas escolas > brasileiras é péssima, quando não inexistente, e a lição de Villa-Lobos foi > esquecida, bem como suas idéias. Ele perdeu a guerra para a música popular > por força do rádio, que consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo > plano. > > 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio Silva. > 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se concentra na obra, > embora a maior parte dela ainda precise ser divulgada. O público brasileiro > não conhece mais que uma dezena de melodias do compositor - não por acaso, > quase todas escritas no período em que o maestro, vulto oficial, tangia > professoras e alunos para os estádios. > > Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de Música e > Arquivo Sonoro > http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html > > -- > carlos palombini > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Thu Apr 12 14:00:07 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Thu, 12 Apr 2012 14:00:07 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> References: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> Message-ID: Eu conheço os trabalhos de Tarasti, Béhague, Guérios, Peppercorn etc. sobre Villa-Lobos. Conheço também suas qualidades e limitações. Conheço ainda a excelente biografia de Mario Reis que Giron publicou na 34. É verdade que, na matéria em questão, ele se fixa em anedotas, mas: 1. É oportuno notar que, embora se trate de anedotas, as anedotas são de um tipo diferente das que estamos acostumados a ler e ouvir. 2. Não há por que descartar anedotas no estudo da vida e da obra de quem quer que seja. Na música, as abordagens puramente formais são tão ou mais * passé* quanto as puramente anedóticas. 3. O artigo não é destituído de interesse científico, uma vez que traz informações sobre os trabalhos em curso de um conhecido pesquisador. 4. Pergunto: levando em conta os trabalhos supracitados, amplamente conhecidos nessa lista, não seria o caso de reconhecer que queixas sobre o anedótico nos estudos sobre Villa-Lobos são, elas também, anedóticas? -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From adrimauricio em uol.com.br Thu Apr 12 20:21:34 2012 From: adrimauricio em uol.com.br (Adriana Lopes Moreira) Date: Thu, 12 Apr 2012 20:21:34 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Publique seu artigo na OPUS Message-ID: <004801cd1903$09104570$1b30d050$@uol.com.br> Prezados membros da ANPPOM, Com grande satisfação estamos lançando o volume 17, número 1, da OPUS. Agradecemos a todos os que participaram dessa edição: Autores, Equipe Editorial atual e anterior, Avaliadores, Conselho Editorial, Diretoria da ANPPOM e a todos os que têm se empenhado em divulgar nossa revista entre seus pares. Aproveitamos para convidá-los a uma visita ao nosso site atualizado, no endereço http://www.anppom.com.br/opus/ (na primeira visita, pode ser necessário clicar na tecla F5 do seu micro, depois clicar sobre um dos ícones do Menu à esquerda, para atualização dos dados – a nova página traz as bandeiras dos Estados Unidos e da Espanha). Tendo em vista nossa meta de prestar continuidade ao processo de internacionalização da OPUS, convidamos mais pesquisadores com experiência internacional para compor nosso Conselho Editorial. Em nosso site, as informações das páginas principais agora são apresentadas em três idiomas: português, espanhol e inglês. As ferramentas de buscas na Internet remetem ao conteúdo em inglês, para que mais pessoas tenham acesso às informações. A extensão dos arquivos com o material dos números anteriores (que já constava em nosso site) foi uniformizada e nosso suporte passou a ser dinâmico, o que contribuirá para a manutenção da pontualidade. O projeto gráfico do Editor anterior da OPUS, Rogério Budasz, foi mantido na íntegra. Em breve será lançado o volume 17, número 2. Assim, convidamos a todos para a submissão de artigos, resenhas e entrevistas à OPUS. O endereço para envio, em fluxo contínuo, é opus em anppom.com.br. Criada em 1989, a Revista OPUS é uma publicação seriada semestral, cujo objetivo é divulgar a pluralidade do conhecimento em música, considerados aspectos de cunho prático, teórico, histórico, político, cultural e/ou interdisciplinar – sempre encorajando o desenvolvimento de novas perspectivas metodológicas. Atualmente, a OPUS é classificada no estrato A2 do Qualis Periódicos, da CAPES (2012), a OPUS é indexada pelo Répertoire International de Littérature Musicale (RILM). É veiculada em versão online, e publica artigos, resenhas e entrevistas em português, espanhol e inglês, recebidos em fluxo contínuo. Esperamos poder contar com a colaboração e ampla divulgação de todos. Atenciosamente, Adriana Lopes Moreira Profa. Dra. Adriana Lopes Moreira Editora da Revista Opus e demais Publicações da ANPPOM, Gestão 2011-2013 Departamento de Música Escola de Comunicações e Artes Universidade de São Paulo CMU-ECA-USP Tel. 55 11 3091 4330, r. 4 www.cmu.eca.usp.br -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Fri Apr 13 12:43:38 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Fri, 13 Apr 2012 12:43:38 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] sesc partituras | 14 de abril Message-ID: Dia 14 de abril será lançado o site do projeto SESC Partituras, uma biblioteca digital criada para preservar e difundir o patrimônio musical brasileiro. Para promover o novo site o SESC realiza uma série de apresentações musicais em 23 estados. No dia 14/04, músicos locais irão executar obras do catálogo do SESC Partituras, entre elas composições raras de compositores consagrados - até então mantidas em manuscritos originais. O SESC Partituras conta com obras de diversos compositores de todo Brasil, entre eles: - Alexandre Schubert (Minas Gerais / Rio de Janeiro) - César Guerra-Peixe (Petrópolis, Rio de Janeiro) - Elieri Moura (Campina Grande, Paraíba) - Fernando Cerqueira (Bahia) - Francisco Mignone (São Paulo) - Glauco Velásquez (Nápoles, Itália / Rio de Janeiro) - João Rodrigues de Jesus (Sergipe) - Maurício de Oliveira (Espírito Santo) - Tó Teixeira (Pará) Após o lançamento, o site estará aberto para visualização e impressão integral das obras catalogadas, bem como a audição de arquivos digitais. A consulta ao acervo será feita por meio de uma ferramenta de busca, onde a pesquisa pode ser feita pelo título da obra, nome do autor, formação do grupo ou instrumentos. O objetivo é oferecer suporte a músicos, estudantes de música e pesquisadores. Iniciado em 2007, o Banco Digital SESC de Partituras instalou pontos de acesso em 17 unidades do SESC com programas de edição de partituras e acervo de obras digitalizadas. Em 2010 o projeto foi reestruturado e ampliado. O SESC Partituras chegou a outros estados, ampliou seu acervo e ganhou a nova biblioteca virtual. O SESC Partituras contempla obras de compositores brasileiros de várias gerações, desde o período colonial até os dias de hoje. São obras originais de interesse histórico, muitas delas pertencentes a acervos particulares de compositores e de colecionadores. Compositores contemporâneos também estão sendo convidados a incluir suas obras no acervo. Assim, o SESC Partituras não só preserva antigas composições, como também difunde a produção musical brasileira em sua ampla diversidade. http://www.sesc.com.br/sescpartituras/ -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 From ppsalles em usp.br Fri Apr 13 18:16:25 2012 From: ppsalles em usp.br (ppsalles em usp.br) Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> References: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> Message-ID: <20120413181625.263726xg0c993hd5@webmail.usp.br> Caro Silvio, foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de âmbito nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser analisadas não no nível da fofoca e de análises superficiais, mas no mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o contexto histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do Estado Novo e suas implicações. Forte abraço, Pedro Paulo Salles USP ...................................... Citando silvioferrazmello : > Caro Carlos, > > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época. > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e > sobre qualquer coisa que fosse moderna. > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava > nas ruas... > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele > gostava que as inventassem.. > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que > proliferassem por variações e mais variações. > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se > encontravam...quem? exatamente quem? > > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de > revista de variedades quando se trata de Villa. > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". > > Lendo a reportagem me perguntei: > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que > trabalhavam sob o método Paulo Freire. > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa > de ser ter grandes equívocos. > > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que > sua visão pré-republicana não compreendia. > > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores > que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio > (30 anos depois de Villa). > > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem > teria como ser, ninguém era politicamente correto. > > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? > Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à > distorção desnecessárias? > > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. > > abs > Silvio Ferraz > > > > > > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > >> via Liliane Kans (FB) >> >> HISTÓRIA >> Villa-Lobos tinha dias de tirano >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON >> >> >> HOBBY >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras >> revoltadas pelo teu trato'. >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos >> que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus >> interesses particulares. >> >> Inimigos íntimos >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico >> >> ATAQUES >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não >> as levou a sério. #Q# >> Reprodução >> >> HUMILHADAS >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a >> brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta >> obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no mundo. São >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' >> >> PRINCIPAIS OBRAS >> >> Segundo o gênero >> >> 6 Óperas >> 12 Sinfonias >> 13 Peças para violão-solo >> 13 Poemas sinfônicos >> 17 Quartetos de corda >> 27 Concertos >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' >> >> #Q# >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo >> 1926 ? EM PARIS >> Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.) >> 1932 ? NO RIO >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro >> Sílvio Salema (foto de 1952) >> 1940 ? MULTIDÃO >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção >> do músico (no alto, ao microfone) >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês >> pelos Estados Unidos >> 1959 ? FINALE >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser >> inocentado só depois da morte. >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos >> pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do >> som recreativo.' >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu >> bom desempenho', julga. >> >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' >> >> HEITOR VILLA-LOBOS, >> discurso em 15 de outubro de 1939 >> >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem >> que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de >> melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e >> alunos para os estádios. >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de >> Música e Arquivo Sonoro >> >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html >> >> -- >> carlos palombini >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > From tiago.carvalho em yahoo.com.br Fri Apr 13 18:27:39 2012 From: tiago.carvalho em yahoo.com.br (Tiago de Quadros Maia Carvalho) Date: Fri, 13 Apr 2012 14:27:39 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=28sem_assunto=29?= Message-ID: <1334352459.44224.YahooMailNeo@web111309.mail.gq1.yahoo.com> Caros, Segue o novo post do meu blog, apresentando e divulgando o livro "Educação Musical Infantil", organizado pela Profª Diana Santiago, Angelita Broock e eu. http://tiagodequadros.wordpress.com/2012/04/13/livro-educacao-musical-infantil/   Espero que seja útil. Abraços, Tiago de Quadros Maia Carvalho Doutorado em Música, área de concentração Etnomusicologia - UFBA Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0064848908794311 Blog: http://tiagodequadros.wordpress.com/ Twitter: @tiagodequadros Delicious: www.delicious.com/tiago.carvalho Diigo: http://www.diigo.com/user/tiagodequadros -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From tiago.carvalho em yahoo.com.br Fri Apr 13 18:30:04 2012 From: tiago.carvalho em yahoo.com.br (Tiago de Quadros Maia Carvalho) Date: Fri, 13 Apr 2012 14:30:04 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Post=3A_livro_-_Educa=E7=E3o_Musica?= =?iso-8859-1?q?l_Infantil?= In-Reply-To: <1334352459.44224.YahooMailNeo@web111309.mail.gq1.yahoo.com> References: <1334352459.44224.YahooMailNeo@web111309.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <1334352604.61649.YahooMailNeo@web111310.mail.gq1.yahoo.com> Caros, Segue o novo post do meu blog, apresentando e divulgando o livro "Educação Musical Infantil", organizado pela Profª Diana Santiago, Angelita Broock e eu. http://tiagodequadros.wordpress.com/2012/04/13/livro-educacao-musical-infantil/   Espero que seja útil. Abraços, Tiago de Quadros Maia Carvalho Doutorado em Música, área de concentração Etnomusicologia - UFBA Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0064848908794311 Blog: http://tiagodequadros.wordpress.com/ Twitter: @tiagodequadros Delicious: www.delicious.com/tiago.carvalho Diigo: http://www.diigo.com/user/tiagodequadros -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From 00099197 em ufrgs.br Fri Apr 13 17:21:03 2012 From: 00099197 em ufrgs.br (Eloy F. Fritsch) Date: Fri, 13 Apr 2012 17:21:03 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Divulga=E7=E3o_-_Projeto_Sala_dos_S?= =?iso-8859-1?q?ons_da_UFRGS?= In-Reply-To: References: Message-ID: Gostaria de divulgar o projeto "Sala dos Sons". Envio o link para o novo Blog com os detalhes sobre o projeto. http://musicaeletronicaufrgs.wordpress.com/ Programação da Sala dos Sons do dia 24-04-2012 DIFUSÃO SONORA DE COMPOSIÇÕES ELETROACÚSTICAS ONDE: Sala dos Sons ? Av. Paulo Gama, 110 ? 2 andar da Reitoria da UFRGS - Porto Alegre - RS QUANDO: 24 de abril ? horário: 18h ENTRADA FRANCA Projektion (1999-2000) ? Paulo Chagas ?Mass & Energy? (2012) ? Rafael de Oliveira Bagatelas do Encontro (2012) ? Daniel S. Mendes Prof. Dr. E.F.Fritsch Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Artes - Departamento de Música CME - Centro de Música Eletrônica Rua Senhor dos Passos, 248 - Porto Alegre - RS CEP 90020-180 - Brasil www.ufrgs.br/musicaeletronica Visite o Museu Virtual do Sintetizador www.ufrgs.br/mvs -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Sat Apr 14 11:46:07 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Sat, 14 Apr 2012 07:46:07 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: <20120413181625.263726xg0c993hd5@webmail.usp.br> Message-ID: <1334414767.77835.YahooMailClassic@web161706.mail.bf1.yahoo.com> Concordando e apoiando a todas as considerações dos colegas e mestres Silvio, Pedro Paulo e Paulo de Tarso, aponto ainda esta frase da matéria que me preocupa mais: "O tratado definitivo sobre o assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do músico promete delinear-se ao final da competição". Nas universidades falamos de "contribuições", não de "competição". Tampouco há "finais" ou "tratados definitivos" sobre um assunto pesquisado, em qualquer que seja a ciência. Subestima-se tanto assim o leitor leigo? A quem interessa acreditar que a pesquisa histórica, social, estética e artística seja parametrizada como uma corrida de coelhos? Abraços, Luciano Cesar Morais --- Em sex, 13/4/12, ppsalles em usp.br escreveu: De: ppsalles em usp.br Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br, "etnomusicologiabr" Data: Sexta-feira, 13 de Abril de 2012, 18:16 Caro Silvio, foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo plenamente. Acrescentaria apenas que, a  partir do momento em que o Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de âmbito nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser analisadas não no nível da fofoca e de análises superficiais, mas no mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o contexto histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do Estado Novo e suas implicações. Forte abraço, Pedro Paulo Salles               USP ...................................... Citando silvioferrazmello : > Caro Carlos, > > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época. > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e sobre qualquer coisa que fosse moderna. > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava nas ruas... > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele gostava que as inventassem.. > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que proliferassem por variações e mais variações. > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se encontravam...quem? exatamente quem? > > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de revista de variedades quando se trata de Villa. > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". > > Lendo a reportagem me perguntei: > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que trabalhavam sob o método Paulo Freire. > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa de ser ter grandes equívocos. > > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que sua visão pré-republicana não compreendia. > > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio (30 anos depois de Villa). > > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem teria como ser, ninguém era politicamente correto. > > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? > Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à distorção desnecessárias? > > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. > > abs > Silvio Ferraz > > > > > > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > >> via Liliane Kans (FB) >> >> HISTÓRIA >> Villa-Lobos tinha dias de tirano >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON >> >> >> HOBBY >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras revoltadas pelo teu trato'. >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus interesses particulares. >> >> Inimigos íntimos >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico >> >> ATAQUES >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de Villa-Lobos.  Ali, acusava o compositor de haver rapinado o folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não as levou a sério. #Q# >> Reprodução >> >> HUMILHADAS >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no mundo. São duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' >> >> PRINCIPAIS OBRAS >> >> Segundo o gênero >> >> 6 Óperas >> 12 Sinfonias >> 13 Peças para violão-solo >> 13 Poemas sinfônicos >> 17 Quartetos de corda >> 27 Concertos >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' >> >> #Q# >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas >>     1922 ? ENFANT TERRIBLE >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo >> 1926 ? EM PARIS >> Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.) >>     1932 ? NO RIO >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro Sílvio Salema (foto de 1952) >> 1940 ? MULTIDÃO >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção do músico (no alto, ao microfone) >>     1955 ? CONSAGRAÇÃO >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês pelos Estados Unidos >> 1959 ? FINALE >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro    #Q# >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser inocentado só depois da morte. >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do som recreativo.' >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da ditadura Vargas, feriu o  maior número de pessoas, de normalistas a críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos Professores. 'Algumas gravações têm qualidade,  e o grupo conseguiu bom desempenho', julga. >> >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca  apresentando-a como expressão de um povo civilizado' >> >> HEITOR VILLA-LOBOS, >> discurso em 15 de outubro de 1939 >> >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e alunos para os estádios. >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de Música e Arquivo Sonoro >> >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html >> >> -- >> carlos palombini >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From fmc em domain.com.br Sat Apr 14 14:44:34 2012 From: fmc em domain.com.br (fmc) Date: Sat, 14 Apr 2012 14:44:34 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: References: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> Message-ID: <4F89B782.60104@domain.com.br> Prezados colegas da discussao sobre HVL, nao sei pq no campo da musica ainda perece persistir a tendencia de se querer eclipsar certos elementos da historia, da personalidade e/ou de ideologia, geralmente em favor de uma abordagem mais 'pragmatica' ou 'tecnica' de sua obra. Certamente pq se trata, na maioria das vezes, de dados incomodos por nao querer caber direito na imagem q formamos de alguem q ja pertence 'a historia. Em principio, acredito, pois, q TODOS os dados, documentos e novo conhecimento q lancem mais luz sobre a obra, a personalidade, a visao e a vida de um compositor ou musico-interprete podem possuir suma importancia, nao para fins iconoclastas, mas principalmente por jogarem, por assim dizer, um 'balde de agua fria' em tentativas de naturalizar questoes q, no fundo, servem apenas a uma visao reducionista q acaba por reproduzir discursos q defendem o genio natural e seus mitos. Ja vi esse filme com Wagner, Nietzsche, Schenker e Heidegger, para citar apenas alguns casos q tive a oportunidade de acompanhar de perto. Isto, no entanto, importante ressaltar, nao significa absolutamente reduzir ou querer desmerecer a importancia de suas obras e sim manter uma postura mais 'objetiva' ou 'cientifica' possivel diante dos 'gigantes' da nossa historia. Enfim, tudo isso sugere q 'o tirano' nao estah apenas 'no outro' e sim tb em 'nois'. Abraço, Frank M C Kuehn Em 12/4/2012 14:00, Carlos Palombini escreveu: > Eu conheço os trabalhos de Tarasti, Béhague, Guérios, Peppercorn etc. > sobre Villa-Lobos. Conheço também suas qualidades e limitações. > Conheço ainda a excelente biografia de Mario Reis que Giron publicou > na 34. É verdade que, na matéria em questão, ele se fixa em anedotas, mas: > > 1. É oportuno notar que, embora se trate de anedotas, as anedotas são > de um tipo diferente das que estamos acostumados a ler e ouvir. > > 2. Não há por que descartar anedotas no estudo da vida e da obra de > quem quer que seja. Na música, as abordagens puramente formais são tão > ou mais /passé/ quanto as puramente anedóticas. > > 3. O artigo não é destituído de interesse científico, uma vez que traz > informações sobre os trabalhos em curso de um conhecido pesquisador. > > 4. Pergunto: levando em conta os trabalhos supracitados, amplamente > conhecidos nessa lista, não seria o caso de reconhecer que queixas > sobre o anedótico nos estudos sobre Villa-Lobos são, elas também, > anedóticas? > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From m_swolff em hotmail.com Sat Apr 14 22:10:29 2012 From: m_swolff em hotmail.com (Marcus S. Wolff) Date: Sun, 15 Apr 2012 01:10:29 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: <20120413181625.263726xg0c993hd5@webmail.usp.br> References: , <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br>, <20120413181625.263726xg0c993hd5@webmail.usp.br> Message-ID: Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta de farta documentação, fontes primárias e secundárias, que demonstram o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do bom gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras" (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador aproximou-se do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos interesses de apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento de como as chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa da Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora, A. Comte delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como a arte mais apropriada para se fazer disponível aos trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico sem considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, sem pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir, seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação de neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um musicólogo do nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff. prof. Dr. Marcus Straubel Wolff Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) Faculdades de Música e Comunicação Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ. > Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 > From: ppsalles em usp.br > To: silvioferrazmello em uol.com.br > CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > > Caro Silvio, > > foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo > plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o > Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de âmbito > nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de > estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse > âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser > analisadas não no nível da fofoca e de análises superficiais, mas no > mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o contexto > histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do Estado > Novo e suas implicações. > > Forte abraço, Pedro Paulo Salles > USP > ...................................... > > Citando silvioferrazmello : > > > Caro Carlos, > > > > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época. > > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e > > sobre qualquer coisa que fosse moderna. > > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava > > nas ruas... > > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele > > gostava que as inventassem.. > > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" > > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que > > proliferassem por variações e mais variações. > > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, > > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se > > encontravam...quem? exatamente quem? > > > > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de > > revista de variedades quando se trata de Villa. > > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um > > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". > > > > Lendo a reportagem me perguntei: > > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha > > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos > > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de > > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as > > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as > > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que > > trabalhavam sob o método Paulo Freire. > > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa > > de ser ter grandes equívocos. > > > > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E > > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o > > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que > > sua visão pré-republicana não compreendia. > > > > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores > > que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, > > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir > > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever > > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida > > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática > > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio > > (30 anos depois de Villa). > > > > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado > > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem > > teria como ser, ninguém era politicamente correto. > > > > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito > > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? > > Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise > > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que > > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à > > distorção desnecessárias? > > > > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita > > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e > > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam > > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer > > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. > > > > abs > > Silvio Ferraz > > > > > > > > > > > > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > > > >> via Liliane Kans (FB) > >> > >> HISTÓRIA > >> Villa-Lobos tinha dias de tirano > >> > >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas > >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço > >> > >> LUÍS ANTÔNIO GIRON > >> > >> > >> HOBBY > >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) > >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do > >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do > >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor > >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No > >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava > >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. > >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te > >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as > >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe > >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem > >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com > >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras > >> revoltadas pelo teu trato'. > >> > >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca > >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, > >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - > >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no > >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos > >> que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado > >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo > >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de > >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o > >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores > >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do > >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que > >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular > >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão > >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia > >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte > >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus > >> interesses particulares. > >> > >> Inimigos íntimos > >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico > >> > >> ATAQUES > >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida > >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas > >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, > >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em > >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. > >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve > >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela > >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles > >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e > >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã > >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por > >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore > >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes > >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu > >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um > >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna > >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a > >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa > >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência > >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que > >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, > >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou > >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). > >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de > >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o > >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não > >> as levou a sério. #Q# > >> Reprodução > >> > >> HUMILHADAS > >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta > >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos > >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de > >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante > >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas > >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de > >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse > >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como > >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. > >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu > >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de > >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, > >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais > >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro > >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a > >> brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, > >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que > >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco > >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e > >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois > >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez > >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o > >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição > >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como > >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações > >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta > >> obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no mundo. São > >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o > >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao > >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou > >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como > >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe > >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por > >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos > >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' > >> > >> PRINCIPAIS OBRAS > >> > >> Segundo o gênero > >> > >> 6 Óperas > >> 12 Sinfonias > >> 13 Peças para violão-solo > >> 13 Poemas sinfônicos > >> 17 Quartetos de corda > >> 27 Concertos > >> > >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio > >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como > >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto > >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os > >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. > >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar > >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, > >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' > >> > >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental > >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site > >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. > >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira > >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo > >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando > >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' > >> > >> #Q# > >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' > >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, > >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, > >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas > >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE > >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo > >> 1926 ? EM PARIS > >> Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.) > >> 1932 ? NO RIO > >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro > >> Sílvio Salema (foto de 1952) > >> 1940 ? MULTIDÃO > >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção > >> do músico (no alto, ao microfone) > >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO > >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês > >> pelos Estados Unidos > >> 1959 ? FINALE > >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. > >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# > >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do > >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os > >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início > >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do > >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música > >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o > >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado > >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de > >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base > >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da > >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser > >> inocentado só depois da morte. > >> > >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos > >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos > >> pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos > >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto > >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a > >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do > >> som recreativo.' > >> > >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou > >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos > >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em > >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do > >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi > >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da > >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a > >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu > >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que > >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele > >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, > >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos > >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu > >> bom desempenho', julga. > >> > >> > >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música > >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca > >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' > >> > >> HEITOR VILLA-LOBOS, > >> discurso em 15 de outubro de 1939 > >> > >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se > >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. > >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o > >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio > >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas > >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações > >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava > >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma > >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que > >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de > >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem > >> que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O > >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas > >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação > >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, > >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele > >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que > >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. > >> > >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio > >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se > >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser > >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de > >> melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no > >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e > >> alunos para os estádios. > >> > >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de > >> Música e Arquivo Sonoro > >> > >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html > >> > >> -- > >> carlos palombini > >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Apr 15 00:33:31 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sat, 14 Apr 2012 20:33:31 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Pela_Escola_de_M=FAsica_do_Maranh?= =?iso-8859-1?q?=E3o?= Message-ID: <1334460811.7256.YahooMailClassic@web110309.mail.gq1.yahoo.com> Caros colegas, É provável que poucos de vocês estejam sabendo disso. A Escola de Música do Estado do Maranhão (EMEM), a principal instituição de ensino musical maranhense, não iniciou suas atividades em 2012. Motivo: o prédio está interditado por graves problemas estruturais. A EMEM é vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, que no final do ano passado deu mais de 8 milhões de reais para que a escola de samba "Beija-Flor de Nilópolis" utilizasse a cultura maranhense como tema para o desfile (claro que vocês devem imaginar que nunca torci tanto pela a derrota de alguém, nem mesmo no futebol). Desde minha chegada ao Maranhão em 2009, este foi um dos maiores absurdos que vi ultimamente na já mal falada administração pública brasileira. Verso um pouco sobre a história da EMEM e esta questão no nosso blog, a quem tiver interesse: http://audio-arte.blogspot.com.br/. A última notícia que tive é que o Secretário de Cultura do Estado foi trocado. Em breve mando mais notícias. A situação no país é muito grave. Reportagens sobre desvio de verba já viraram rotina em noticiários. Não consigo imaginar porque acham que o Brasil "nunca cresceu tanto", "está muito bem", "não passou por crise"... sinceramente, não sei onde vamos parar. E a área de Cultura é sempre o patinho feio da história, pois é onde há menos regulamentações sobre uso de dinheiro público. Saudações, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cgerling em ufrgs.br Sun Apr 15 09:58:50 2012 From: cgerling em ufrgs.br (Cristina Capparelli Gerling) Date: Sun, 15 Apr 2012 09:58:50 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Divulga=E7=E3o_-_Projeto_Sala_dos_S?= =?iso-8859-1?q?ons_da_UFRGS?= In-Reply-To: References: Message-ID: <20120415095850.58521r35sidfmkui@webmail.ufrgs.br> Parabens Eloy, maravilhosa iniciativa, sucesso, tudo de bom, Cristina Citando "Eloy F. Fritsch" <00099197 em ufrgs.br>: > Gostaria de divulgar o projeto "Sala dos Sons". > Envio o link para o novo Blog com os detalhes sobre o projeto. > > http://musicaeletronicaufrgs.wordpress.com/ > > > Programação da Sala dos Sons do dia 24-04-2012 > > DIFUSÃO SONORA DE COMPOSIÇÕES ELETROACÚSTICAS > > ONDE: Sala dos Sons ? Av. Paulo Gama, 110 ? 2 andar da Reitoria da > UFRGS - Porto Alegre - RS > > QUANDO: 24 de abril ? horário: 18h > > ENTRADA FRANCA > > Projektion (1999-2000) ? Paulo Chagas > > ?Mass & Energy? (2012) ? Rafael de Oliveira > > Bagatelas do Encontro (2012) ? Daniel S. Mendes > > Prof. Dr. E.F.Fritsch > Universidade Federal do Rio Grande do Sul > Instituto de Artes - Departamento de Música > CME - Centro de Música Eletrônica > Rua Senhor dos Passos, 248 - Porto Alegre - RS > CEP 90020-180 - Brasil > www.ufrgs.br/musicaeletronica > > Visite o Museu Virtual do Sintetizador > www.ufrgs.br/mvs > > > > > From porres em gmail.com Sun Apr 15 15:46:30 2012 From: porres em gmail.com (Alexandre Torres Porres) Date: Sun, 15 Apr 2012 15:46:30 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Apresenta=E7=F5es_do_Secret_Chiefs_?= =?iso-8859-1?q?3_no_SESC-SP_=28Araraquara_/_S=E3o_Paulo=29?= Message-ID: Olá lista, peço licença pra divulgar as apresentações do SECRET CHIEFS 3 no Brasil que estou produzindo: - Quarta 18 de Abril, SESC Araraquara - Entrada Franca. Abertura 20:30 com Aeromoças e Tenistas Russas - Quinta 19 de Abril, SESC Belenzinho (comedoria) em São Paulo, 21:30. 24R$ interia, 12R$ meia vendas pelo sistema ingressoSESC O grupo é liderado por Trey Spruance - um dos criadores do grupo experimental Mr. Bungle, ex-guitarrista do Faith No More e também um dos colaboradores do renomado compositor John Zorn - e se destaca pela habilidade em executar variados estilos musicais, tais como rock instrumental progressivo, música árabe, indiana, surf rock, death metal, trilhas sonoras, música eletrônica, eletroacústica, noise music e tango, entre outros. Confira algumas músicas, videos, discografia e história mais detalhada do grupo no site www.sc3brasil.wordpress.com/, assim como mais informações dos shows. Aos que possam se interessar, atenção que os ingressos estão indo rápido mesmo, não deixem para coprar na hora. Ainda mais agora que esperamos outras divulgações na mídia, sendo que já sai uma chamada na Revista Bravo e, recentemente, uma nota na Folha de São Paulo. O chato é que não vendem online, teria que passar em uma unidade do SESC pra comprar. Um par de ingressos está sendo sorteado por dia pelo Facebook, veja como concorrer aqui; Promoção-Ingressos Obrigado -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: cartaz-SC3.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 182985 bytes Descrição: não disponível URL: From sergio.barrenechea em gmail.com Mon Apr 16 11:01:35 2012 From: sergio.barrenechea em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?S=E9rgio_Barrenechea?=) Date: Mon, 16 Apr 2012 11:01:35 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?EMAIL_FALSO_utilizando_o_nome_do_Co?= =?iso-8859-1?q?ordenador_do_PPGM_/_UNIRIO_com_o_t=EDtulo=3A_URGENT?= =?iso-8859-1?q?E!!!!!!?= Message-ID: Prezados colegas, Está circulando um e-mail falso com a minha assinatura e endereço da coordenação do do PPGM da UNIRIO. Peço que desconsiderem a mesma! Estou tomando providências para detectar os responsáveis. Abraços, Sérgio Barrenechea ---------- Forwarded message ---------- From: m.v.lucas Date: 2012/4/16 Subject: Fwd: URGENTE!!!!!! To: sergio.barrenechea em gmail.com ------------------------------ *Mensagem original* *De:* Sergio Azra Barrenechea ( cla-ppg em unirio.br ) - U N I R I O - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ( Programa de Pós Graduação em Música ) - CLA - Centro de Letras & Artes < sergio.unirio em gmail.com > *Para:* m.v.lucas em uol.com.br *Assunto:* URGENTE!!!!!! *Enviada:* 16/04/2012 09:26 Prezado professor Marcos Vieira, Solicito a gentileza de divulgar com seus alunos,colegas e amigos com urgência as vagas para coordenadores e auxiliares; pois tenho um amigo dirigente da Comissão de Coordenação de Vestibulares & Concursos de algumas Universidades Particulares, Estaduais e Federais no Brasil que me solicitou alguns profissionais que tivessem condições de exercer estas funções informadas abaixo e serem contratados imediatamente para prestar serviços em Vestibulares e Concursos. *Segue Número de Vagas:* * 04 vagas p/ Vice Coordenadores * 04 vagas p/ Coordenadores * 04 vagas p/Supervisores de Departamento * 10 vagas p/ Auxiliares de Aplicação * 06 vagas p/Auxiliares de Coordenação * 05 vagas p/ Auxiliares de Corredor *Cachês e Horário de Prestação de Serviços* Horário de Trabalho - das 07 às 14h R$225,00 - Aux. Aplicação - por dia - 2º grau completo R$350,00 - Aux. Coord. por dia - universitário ou nível superior qualquer área R$650,00 - Vice Coord. por dia - especialização qualquer área (pos graduando ou especialista lato sensu) R$680,00 - Supervisor(a) de Departamento - por dia - especialista lato sensu R$780,00 - Coordenador(a) - por dia - Mestrado R$195,00 - Auxiliar de Corredor - por dia - 1º grau Os contratados irão prestar serviços em 07 Vestibulares e Concursos de abril/12 a junho/12 nos dias:* (abril: 22 e 29.04.12), (maio: 06,20 e 27.05.12) e (junho: 10 e 17.06.12)*; nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasilia , sempre aos finais de semana ou feriados. Caso tenha interesse de indicar pessoas, solicitar a pessoa interessada que envie email para a empresa de recrutamento *TBM Empreendimentos em Educação Tecnológica *em nome do prof. *Dr. Fernando Wypych *( fernandowypych em gmail.com) ou (fernandowypych em ufpr.br) solicitando essas vagas e informando que foi indicado por mim através do código: (* RJ ? PDEE/CADASTROS.ORG-2012.04.12* ,*nome, telefone, endereço, email, titulação acadêmica, função desejada, CPF e RG) *-. Após receber a confirmação da vaga garantida a pessoa que será contratada deverá efetuar uma pequena taxa de cadastramento única no valor de *(R$80,00)* para ter direito a transporte(ônibus e/ou passagens aéreas) mesmo fora da sua área domiciliar, alimentação e hospedagem quando for necessário gratuita durante o período dos 08 dias de evento e será contratada imediatamente. E para complementar receberá também a carteria de convênio - portal do MEC - (validade 2 anos - gratuidade em Congressos e Seminários na sua cidade. (obs:* OPORTUNIDADE SEGURA!!!).* É de suma importância que as pessoas interessadas, seguindo os critérios acima de cada função estabelecida mandem : *( RJ ? PDEE/CADASTROS.ORG-2012.04.12* ,*nome, telefone, endereço, email, titulação acadêmica, função desejada, CPF e RG)* para ele e ver a disponibilidade das vagas, porque eles estão fechando o quadro de prestadores de serviços imediatamente. Vale lembrar que estas vagas estão já (todas) reservadas para mim. Obs: o prestador de serviço não é obrigado a participar de todos os eventos do calendário. Assim que ele confirmar a reserva, efetuar o cadastramento em até 24h para garantir a contratação. O envio de Calendário, Contrato e Kit de Identificação contendo todas as informações necessárias dos eventos será encaminhado imediatamente após a confirmação do cadastramento. *O prazo de contratação é até dia 17.04.12 conforme disponibilidade de vagas.*O recibo de depósito do cadastramento deverá ser apresentado no dia anterior dos eventos no qual será realizado a reunião/treinamento em sua região domiciliar. Certo da sua atenção especial,agradeço antecipadamente as indicações e assim que retornar de viagem entrarei em contato. Att, *Prof. Dr. Sérgio Azra Barrenechea* Programa de Pós Graduação em Música U ]N I R I O - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Avenida Pasteur, 436 ? Fundos ? Urca - CLA ? Centro de Letras e Artes CEP: 22.290-240 ? Rio de janeiro, RJ ? Brasil ***obs. o *DR. FERNANDO WYPYCH *responderá sua solicitação nos dias* 16 e 17.04.12 (das 09 às 14h) *conforme disponibilidade de vagas oferecendo as informações necessárias para efetuar o cadastramento para contratação imediata -- Sérgio Barrenechea http://www.duobarrenechea.mus.br/ http://turnebrasileirissimo.blogspot.com/ http://www.myspace.com/sergiobarrenechea http://youtube.com/duobarrenechea -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From sergio.barrenechea em gmail.com Mon Apr 16 16:28:34 2012 From: sergio.barrenechea em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?S=E9rgio_Barrenechea?=) Date: Mon, 16 Apr 2012 16:28:34 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Coordenadores_EMAIL_FALSO_utilizand?= =?iso-8859-1?q?o_o_nome_do_Coordenador_do_PPGM_/_UNIRIO_com_o_t=ED?= =?iso-8859-1?q?tulo=3A_URGENTE!!!!!!?= In-Reply-To: References: Message-ID: Prezados, Parece que outros professores de outras IES já tiveram problemas dessa natureza como indica a matéria abaixo: http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_8/2009/08/06/em_noticia_interna,id_sessao%3D8%26id_noticia%3D121731/em_noticia_interna.shtml Suspeita-se de vazamento na base dados do CNPq. Abraços, Sérgio Barrenechea 2012/4/16 Sérgio Barrenechea > Prezados colegas, > > Está circulando um e-mail falso com a minha assinatura e endereço da > coordenação do do PPGM da UNIRIO. > Peço que desconsiderem a mesma! Estou tomando providências para detectar > os responsáveis. > Abraços, > > Sérgio Barrenechea > > ---------- Forwarded message ---------- > From: m.v.lucas > Date: 2012/4/16 > Subject: Fwd: URGENTE!!!!!! > To: sergio.barrenechea em gmail.com > > > > ------------------------------ > *Mensagem original* > *De:* Sergio Azra Barrenechea ( cla-ppg em unirio.br ) - U N I R I O - > UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ( Programa de Pós Graduação em > Música ) - CLA - Centro de Letras & Artes < sergio.unirio em gmail.com > > *Para:* m.v.lucas em uol.com.br > *Assunto:* URGENTE!!!!!! > *Enviada:* 16/04/2012 09:26 > > Prezado professor Marcos Vieira, > > Solicito a gentileza de divulgar com seus alunos,colegas e amigos com > urgência as vagas para coordenadores e auxiliares; pois tenho um amigo > dirigente > da Comissão de Coordenação de Vestibulares & Concursos de algumas > Universidades Particulares, Estaduais e Federais no Brasil que me > solicitou alguns profissionais que tivessem condições de exercer estas > funções informadas abaixo e serem contratados imediatamente para > prestar serviços em Vestibulares e Concursos. > > *Segue Número de Vagas:* > > > > * 04 vagas p/ Vice Coordenadores * 04 vagas p/ Coordenadores > * 04 vagas p/Supervisores de Departamento * 10 vagas p/ Auxiliares de > Aplicação > * 06 vagas p/Auxiliares de Coordenação * 05 vagas p/ Auxiliares de Corredor > > *Cachês e Horário de Prestação de Serviços* > > > > Horário de Trabalho - das 07 às 14h > R$225,00 - Aux. Aplicação - por dia - 2º grau completo > R$350,00 - Aux. Coord. por dia - universitário ou nível superior qualquer > área > R$650,00 - Vice Coord. por dia - especialização qualquer área (pos > graduando ou especialista lato sensu) > R$680,00 - Supervisor(a) de Departamento - por dia - especialista lato > sensu > R$780,00 - Coordenador(a) - por dia - Mestrado > R$195,00 - Auxiliar de Corredor - por dia - 1º grau > > Os contratados irão prestar serviços em 07 Vestibulares e Concursos > de abril/12 a junho/12 nos dias:* > (abril: 22 e 29.04.12), (maio: 06,20 e 27.05.12) e (junho: 10 e 17.06.12)*; > nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasilia > > , sempre aos finais de semana ou feriados. Caso tenha > interesse de indicar pessoas, solicitar a pessoa interessada que envie > email para a empresa de recrutamento *TBM Empreendimentos em Educação > Tecnológica *em nome do prof. *Dr. Fernando Wypych *( > fernandowypych em gmail.com) > ou (fernandowypych em ufpr.br) > solicitando essas vagas e informando que foi indicado por mim através > do código: (* RJ ? PDEE/CADASTROS.ORG-2012.04.12* ,*nome, telefone, > endereço, email, titulação acadêmica, função desejada, CPF e RG) *-. Após > receber a > confirmação da vaga garantida a pessoa que será contratada deverá > efetuar uma pequena taxa de cadastramento única no valor de *(R$80,00)* > para ter direito a transporte(ônibus e/ou passagens aéreas) mesmo fora > da sua área domiciliar, alimentação e hospedagem quando for > necessário gratuita durante o período dos 08 dias de evento e será > contratada imediatamente. E para complementar receberá também a > carteria de convênio - portal do MEC - (validade 2 anos - gratuidade > em Congressos e Seminários na sua cidade. (obs:* OPORTUNIDADE > SEGURA!!!).* > > > É de suma importância que as pessoas interessadas, seguindo os critérios > acima de cada função estabelecida mandem : *( RJ ? > PDEE/CADASTROS.ORG-2012.04.12* ,*nome, telefone, endereço, email, > titulação acadêmica, função desejada, CPF e RG)* para ele e > ver a disponibilidade das vagas, porque eles estão fechando o quadro > de prestadores de serviços imediatamente. Vale lembrar que estas > vagas estão já (todas) reservadas para mim. Obs: o prestador de > serviço não é obrigado a participar de todos os eventos do calendário. > Assim que ele confirmar a reserva, efetuar o cadastramento em até 24h > para garantir a contratação. O envio de Calendário, Contrato e Kit de > Identificação contendo todas as informações necessárias dos eventos > será encaminhado imediatamente após a confirmação do cadastramento. *O > prazo de contratação é até dia 17.04.12 conforme disponibilidade de vagas. > * O recibo de > depósito do cadastramento deverá ser apresentado no dia anterior dos > eventos no qual será realizado a reunião/treinamento em sua região > domiciliar. > > Certo da sua atenção especial,agradeço antecipadamente as indicações e > assim que retornar de viagem entrarei em contato. > > Att, > > *Prof. Dr. Sérgio Azra Barrenechea* > > Programa de Pós Graduação em Música > > U ]N I R I O - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO > > Avenida Pasteur, 436 ? Fundos ? Urca - CLA ? Centro de Letras e Artes > > CEP: 22.290-240 ? Rio de janeiro, RJ ? Brasil > > ***obs. o *DR. FERNANDO WYPYCH *responderá sua solicitação nos dias* 16 > e 17.04.12 (das 09 às 14h) *conforme disponibilidade de vagas oferecendo > as informações necessárias para efetuar o cadastramento para contratação > imediata > > > > > > > -- > Sérgio Barrenechea > http://www.duobarrenechea.mus.br/ > http://turnebrasileirissimo.blogspot.com/ > http://www.myspace.com/sergiobarrenechea > http://youtube.com/duobarrenechea > > > -- > Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo > "CoordenadoresPPGMúsica" dos Grupos do Google. > Para postar neste grupo, envie um e-mail para > coordenadoresppgmusica em googlegroups.com. > Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para > coordenadoresppgmusica+unsubscribe em googlegroups.com. > Para obter mais opções, visite esse grupo em > http://groups.google.com/group/coordenadoresppgmusica?hl=pt-BR. > -- Sérgio Barrenechea http://www.duobarrenechea.mus.br/ http://turnebrasileirissimo.blogspot.com/ http://www.myspace.com/sergiobarrenechea http://youtube.com/duobarrenechea -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From sergio.barrenechea em gmail.com Mon Apr 16 16:29:44 2012 From: sergio.barrenechea em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?S=E9rgio_Barrenechea?=) Date: Mon, 16 Apr 2012 16:29:44 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Fwd=3A_Coordenadores_EMAIL_FALSO_ut?= =?iso-8859-1?q?ilizando_o_nome_do_Coordenador_do_PPGM_/_UNIRIO_com?= =?iso-8859-1?q?_o_t=EDtulo=3A_URGENTE!!!!!!?= In-Reply-To: References: Message-ID: ---------- Forwarded message ---------- From: Sérgio Barrenechea Date: 2012/4/16 Subject: Re: Coordenadores EMAIL FALSO utilizando o nome do Coordenador do PPGM / UNIRIO com o título: URGENTE!!!!!! Prezados, Parece que outros professores de outras IES já tiveram problemas dessa natureza como indica a matéria abaixo: http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_8/2009/08/06/em_noticia_interna,id_sessao%3D8%26id_noticia%3D121731/em_noticia_interna.shtml Suspeita-se de vazamento na base dados do CNPq. Abraços, Sérgio Barrenechea 2012/4/16 Sérgio Barrenechea > Prezados colegas, > > Está circulando um e-mail falso com a minha assinatura e endereço da > coordenação do do PPGM da UNIRIO. > Peço que desconsiderem a mesma! Estou tomando providências para detectar > os responsáveis. > Abraços, > > Sérgio Barrenechea > > ---------- Forwarded message ---------- > From: m.v.lucas > Date: 2012/4/16 > Subject: Fwd: URGENTE!!!!!! > To: sergio.barrenechea em gmail.com > > > > ------------------------------ > *Mensagem original* > *De:* Sergio Azra Barrenechea ( cla-ppg em unirio.br ) - U N I R I O - > UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ( Programa de Pós Graduação em > Música ) - CLA - Centro de Letras & Artes < sergio.unirio em gmail.com > > *Para:* m.v.lucas em uol.com.br > *Assunto:* URGENTE!!!!!! > *Enviada:* 16/04/2012 09:26 > > Prezado professor Marcos Vieira, > > Solicito a gentileza de divulgar com seus alunos,colegas e amigos com > urgência as vagas para coordenadores e auxiliares; pois tenho um amigo > dirigente > da Comissão de Coordenação de Vestibulares & Concursos de algumas > Universidades Particulares, Estaduais e Federais no Brasil que me > solicitou alguns profissionais que tivessem condições de exercer estas > funções informadas abaixo e serem contratados imediatamente para > prestar serviços em Vestibulares e Concursos. > > *Segue Número de Vagas:* > > > > * 04 vagas p/ Vice Coordenadores * 04 vagas p/ Coordenadores > * 04 vagas p/Supervisores de Departamento * 10 vagas p/ Auxiliares de > Aplicação > * 06 vagas p/Auxiliares de Coordenação * 05 vagas p/ Auxiliares de Corredor > > *Cachês e Horário de Prestação de Serviços* > > > > Horário de Trabalho - das 07 às 14h > R$225,00 - Aux. Aplicação - por dia - 2º grau completo > R$350,00 - Aux. Coord. por dia - universitário ou nível superior qualquer > área > R$650,00 - Vice Coord. por dia - especialização qualquer área (pos > graduando ou especialista lato sensu) > R$680,00 - Supervisor(a) de Departamento - por dia - especialista lato > sensu > R$780,00 - Coordenador(a) - por dia - Mestrado > R$195,00 - Auxiliar de Corredor - por dia - 1º grau > > Os contratados irão prestar serviços em 07 Vestibulares e Concursos > de abril/12 a junho/12 nos dias:* > (abril: 22 e 29.04.12), (maio: 06,20 e 27.05.12) e (junho: 10 e 17.06.12)*; > nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasilia > > , sempre aos finais de semana ou feriados. Caso tenha > interesse de indicar pessoas, solicitar a pessoa interessada que envie > email para a empresa de recrutamento *TBM Empreendimentos em Educação > Tecnológica *em nome do prof. *Dr. Fernando Wypych *( > fernandowypych em gmail.com) > ou (fernandowypych em ufpr.br) > solicitando essas vagas e informando que foi indicado por mim através > do código: (* RJ ? PDEE/CADASTROS.ORG-2012.04.12* ,*nome, telefone, > endereço, email, titulação acadêmica, função desejada, CPF e RG) *-. Após > receber a > confirmação da vaga garantida a pessoa que será contratada deverá > efetuar uma pequena taxa de cadastramento única no valor de *(R$80,00)* > para ter direito a transporte(ônibus e/ou passagens aéreas) mesmo fora > da sua área domiciliar, alimentação e hospedagem quando for > necessário gratuita durante o período dos 08 dias de evento e será > contratada imediatamente. E para complementar receberá também a > carteria de convênio - portal do MEC - (validade 2 anos - gratuidade > em Congressos e Seminários na sua cidade. (obs:* OPORTUNIDADE > SEGURA!!!).* > > > É de suma importância que as pessoas interessadas, seguindo os critérios > acima de cada função estabelecida mandem : *( RJ ? > PDEE/CADASTROS.ORG-2012.04.12* ,*nome, telefone, endereço, email, > titulação acadêmica, função desejada, CPF e RG)* para ele e > ver a disponibilidade das vagas, porque eles estão fechando o quadro > de prestadores de serviços imediatamente. Vale lembrar que estas > vagas estão já (todas) reservadas para mim. Obs: o prestador de > serviço não é obrigado a participar de todos os eventos do calendário. > Assim que ele confirmar a reserva, efetuar o cadastramento em até 24h > para garantir a contratação. O envio de Calendário, Contrato e Kit de > Identificação contendo todas as informações necessárias dos eventos > será encaminhado imediatamente após a confirmação do cadastramento. *O > prazo de contratação é até dia 17.04.12 conforme disponibilidade de vagas. > * O recibo de > depósito do cadastramento deverá ser apresentado no dia anterior dos > eventos no qual será realizado a reunião/treinamento em sua região > domiciliar. > > Certo da sua atenção especial,agradeço antecipadamente as indicações e > assim que retornar de viagem entrarei em contato. > > Att, > > *Prof. Dr. Sérgio Azra Barrenechea* > > Programa de Pós Graduação em Música > > U ]N I R I O - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO > > Avenida Pasteur, 436 ? Fundos ? Urca - CLA ? Centro de Letras e Artes > > CEP: 22.290-240 ? Rio de janeiro, RJ ? Brasil > > ***obs. o *DR. FERNANDO WYPYCH *responderá sua solicitação nos dias* 16 > e 17.04.12 (das 09 às 14h) *conforme disponibilidade de vagas oferecendo > as informações necessárias para efetuar o cadastramento para contratação > imediata > > > > > > > -- > Sérgio Barrenechea > http://www.duobarrenechea.mus.br/ > http://turnebrasileirissimo.blogspot.com/ > http://www.myspace.com/sergiobarrenechea > http://youtube.com/duobarrenechea > > > -- > Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo > "CoordenadoresPPGMúsica" dos Grupos do Google. > Para postar neste grupo, envie um e-mail para > coordenadoresppgmusica em googlegroups.com. > Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para > coordenadoresppgmusica+unsubscribe em googlegroups.com. > Para obter mais opções, visite esse grupo em > http://groups.google.com/group/coordenadoresppgmusica?hl=pt-BR. > -- Sérgio Barrenechea http://www.duobarrenechea.mus.br/ http://turnebrasileirissimo.blogspot.com/ http://www.myspace.com/sergiobarrenechea http://youtube.com/duobarrenechea -- Sérgio Barrenechea http://www.duobarrenechea.mus.br/ http://turnebrasileirissimo.blogspot.com/ http://www.myspace.com/sergiobarrenechea http://youtube.com/duobarrenechea -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From magali.kleber em gmail.com Mon Apr 16 19:08:57 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Mon, 16 Apr 2012 19:08:57 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_Pela_Esc?= =?iso-8859-1?q?ola_de_M=FAsica_do_Maranh=E3o?= In-Reply-To: <1334460811.7256.YahooMailClassic@web110309.mail.gq1.yahoo.com> References: <1334460811.7256.YahooMailClassic@web110309.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: oi Daniel, tem uma denúncia formal por parte de alguma instância de pessoa física ou jurídica? Ai, poderíamos nos remeter de alguma forma focando a falta de atividades na EMEM. Abraço, Magali Em 15 de abril de 2012 00:33, Daniel Lemos escreveu: > > Caros colegas, > > É provável que poucos de vocês estejam sabendo disso. A Escola de Música > do Estado do Maranhão (EMEM), a principal instituição de ensino musical > maranhense, não iniciou suas atividades em 2012. Motivo: o prédio está > interditado por graves problemas estruturais. > > A EMEM é vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, que no final do ano > passado deu mais de 8 milhões de reais para que a escola de samba > "Beija-Flor de Nilópolis" utilizasse a cultura maranhense como tema para o > desfile (claro que vocês devem imaginar que nunca torci tanto pela a > derrota de alguém, nem mesmo no futebol). Desde minha chegada ao Maranhão > em 2009, este foi um dos maiores absurdos que vi ultimamente na já mal > falada administração pública brasileira. Verso um pouco sobre a história da > EMEM e esta questão no nosso blog, a quem tiver interesse: > http://audio-arte.blogspot.com.br/. > > A última notícia que tive é que o Secretário de Cultura do Estado foi > trocado. Em breve mando mais notícias. > > A situação no país é muito grave. Reportagens sobre desvio de verba já > viraram rotina em noticiários. Não consigo imaginar porque acham que o > Brasil "nunca cresceu tanto", "está muito bem", "não passou por crise"... > sinceramente, não sei onde vamos parar. E a área de Cultura é sempre o > patinho feio da história, pois é onde há menos regulamentações sobre uso de > dinheiro público. > > > Saudações, > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > -- > Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo > Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. > Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: > professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com > Para postar mensagens, envie e-mail para > professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com > Para obter mais informações, acesse: > https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil > -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From susanaiga em gmail.com Tue Apr 17 15:56:08 2012 From: susanaiga em gmail.com (Susana Igayara) Date: Tue, 17 Apr 2012 15:56:08 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: References: <458D5713-D0C3-45D2-9380-FFCA0D956062@uol.com.br> <20120413181625.263726xg0c993hd5@webmail.usp.br> Message-ID: Caros colegas Em minha tese de doutorado, analisei a produção escrita sobre música por mulheres, na primeira metade do século XX. De uma amostragem inicial de 13 autoras e 18 títulos, terminei minha pesquisa com um levantamento de 46 autoras e 100 títulos publicados! Os estatutos científicos e artísticos desses textos são os mais diversos. Um volume considerável dessas publicações nasceu da prática dessas professoras-autoras e muitas delas atuaram na escola (como professoras de canto orfeônico ou regentes de orfeões, ou ambos) ou no ensino especializado (no ensino técnico conservatorial e/ou particular ou ainda no ensino superior, este voltado para a formação de músicos profissionais e/ou formação de professores). Em minhas conclusões, procuro mostrar o que descobri: que o canto orfeônico se fez em meio a conflitos, disputas e discussões, em que nem todos pensaram e agiram tão uniformemente como alguns documentos e alguns relatos nos fazem pensar. Não me surpreende a existência de cartas-protesto, que são apenas uma das tão variadas fontes a partir das quais podemos estudar o período, suas práticas e concepções pedagógicas. Também existiram projetos concorrentes ao canto orfeônico como, por exemplo, o chamado movimento de iniciação musical. O canto coral, inclusive, não se identifica totalmente com o canto orfeônico, como às vezes é veiculado em alguns textos. Enfim, acho que temos uma história musical rica, multifacetada e diversificada, inclusive nos períodos em que tivemos governos autoritários e centralizadores. Acho, portanto, que tanto Villa-Lobos como as professoras de música (e descobri muitos de seus nomes!) tendem a ser objetos de novas leituras, a partir de novas fontes e novas abordagens do processo de institucionalização da música no Brasil. Que elas venham, e que a gente possa superar a fase ?ame-o ou deixe-o?, tendo que defender ou atacar, em bloco, as personalidades-símbolo, suas criações, suas práticas pedagógicas, suas posições políticas. Continuo acreditando muito no potencial da História como uma das formas de praticar uma leitura do mundo que é feita, é claro, sempre a partir das questões contemporâneas, do nosso lugar no mundo e de nossas escolhas teóricas, disciplinares e metodológicas. E, em tempo, sou grande admiradora de Villa-Lobos, mas não acho que ele era um semideus nem um predestinado. Também não acredito em trabalhos definitivos, mas acredito que podemos fazer tentativas honestas de pesquisa científica sobre temas artísticos. Se alguém quiser conhecer meu trabalho, defendido em História da Educação na FEUSP (que não é, de forma nenhuma, definitivo!), está na base de teses da USP: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-04072011-145947/pt-br.php Profa. Dra. Susana Cecília Igayara ECA-USP - Universidade de São Paulo Departamento de Música Comunicantus: Laboratório Coral Meus blogs: palcosepaginas.blogspot.com comunicantus.blogspot.com Em 14 de abril de 2012 22:10, Marcus S. Wolff escreveu: > > Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, sugiro a > leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément intitulada Villa-Lobos, > éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta de farta documentação, fontes > primárias e secundárias, que demonstram o modo como, com o declarado > objetivo de "promover a educação do bom gosto, liberando as novas gerações > das influências estrangeiras" (1989: 51) e desejando despertar um > "verdadeiro espírito cívico de ordem e disciplina" (idem, ibidem), o > compositor/educador aproximou-se do interventor João Alberto em São Paulo, > logo após a revolução de 30, mostrando a utilidade do seu projeto > pedagógico. Aliás a autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a > história política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma > luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", demonstrando a > seguir como os cantos orfeônicos serviram aos interesses de apaziguamento, > vistos pelos novos donos do poder como "intenções cívicas e patrióticas". > Para um maior aprofundamento  de como as chamadas "sociedades orfeônicas" > sustentaram já na França do Segundo Império (séc. XIX) determinados > interesses sociais e políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane > Fulcher, profa da Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: > Music for the Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente > para nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora,  A. Comte > delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma cultura > para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a estabelecer uma > "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim as reivindicações e os > distúrbios que a classe trabalhadora vinha causando. Destaca-se no projeto > estético positivista, a música como a arte mais apropriada para se fazer > disponível aos trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e > aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido pelo > maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico sem considerar > o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? Como neutralizar um > aspecto da criação musical de um compositor, sem pensar nos elos que ligam o > compositor a seu contexto, suas opções estético-políticas diante de uma > ditadura que veio logo a seguir, seu debate com outros artistas/intelectuais > que na mesma época assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem > pensar na "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de > suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as obras como > também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a leitura desses > autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação de neutralização mas > creio que nao seria essa a tarefa de um musicólogo do nosso tempo. saudações > cordiais a todos, > Marcus Wolff. > > > > > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) > Faculdades de  Música e Comunicação > Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ. > > > > >> Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 >> From: ppsalles em usp.br >> To: silvioferrazmello em uol.com.br >> CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > >> >> Caro Silvio, >> >> foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo >> plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o >> Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de âmbito >> nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de >> estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse >> âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser >> analisadas não no nível da fofoca e de análises superficiais, mas no >> mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o contexto >> histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do Estado >> Novo e suas implicações. >> >> Forte abraço, Pedro Paulo Salles >> USP >> ...................................... >> >> Citando silvioferrazmello : >> >> > Caro Carlos, >> > >> > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da >> > época. >> > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e >> > sobre qualquer coisa que fosse moderna. >> > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava >> > nas ruas... >> > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele >> > gostava que as inventassem.. >> > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" >> > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que >> > proliferassem por variações e mais variações. >> > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, >> > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se >> > encontravam...quem? exatamente quem? >> > >> > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de >> > revista de variedades quando se trata de Villa. >> > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um >> > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". >> > >> > Lendo a reportagem me perguntei: >> > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha >> > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos >> > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de >> > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as >> > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as >> > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que >> > trabalhavam sob o método Paulo Freire. >> > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa >> > de ser ter grandes equívocos. >> > >> > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E >> > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o >> > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que >> > sua visão pré-republicana não compreendia. >> > >> > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores >> > que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, >> > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir >> > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever >> > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida >> > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática >> > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio >> > (30 anos depois de Villa). >> > >> > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado >> > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem >> > teria como ser, ninguém era politicamente correto. >> > >> > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito >> > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? >> > Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise >> > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que >> > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à >> > distorção desnecessárias? >> > >> > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita >> > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e >> > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam >> > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer >> > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. >> > >> > abs >> > Silvio Ferraz >> > >> > >> > >> > >> > >> > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: >> > >> >> via Liliane Kans (FB) >> >> >> >> HISTÓRIA >> >> Villa-Lobos tinha dias de tirano >> >> >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas >> >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço >> >> >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON >> >> >> >> >> >> HOBBY >> >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) >> >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do >> >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do >> >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor >> >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No >> >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava >> >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. >> >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te >> >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as >> >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe >> >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem >> >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com >> >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras >> >> revoltadas pelo teu trato'. >> >> >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca >> >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, >> >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - >> >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no >> >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos >> >> que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado >> >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo >> >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de >> >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o >> >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores >> >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do >> >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que >> >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular >> >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão >> >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia >> >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte >> >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus >> >> interesses particulares. >> >> >> >> Inimigos íntimos >> >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico >> >> >> >> ATAQUES >> >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida >> >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas >> >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, >> >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em >> >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. >> >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve >> >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela >> >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles >> >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e >> >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã >> >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por >> >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore >> >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes >> >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu >> >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um >> >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna >> >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a >> >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa >> >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência >> >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que >> >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, >> >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou >> >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). >> >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de >> >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o >> >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não >> >> as levou a sério. #Q# >> >> Reprodução >> >> >> >> HUMILHADAS >> >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta >> >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos >> >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de >> >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante >> >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas >> >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de >> >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse >> >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como >> >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. >> >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu >> >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de >> >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, >> >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais >> >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro >> >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a >> >> brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, >> >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que >> >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco >> >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e >> >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois >> >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez >> >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o >> >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição >> >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como >> >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações >> >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta >> >> obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no mundo. São >> >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o >> >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao >> >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou >> >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como >> >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe >> >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por >> >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos >> >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' >> >> >> >> PRINCIPAIS OBRAS >> >> >> >> Segundo o gênero >> >> >> >> 6 Óperas >> >> 12 Sinfonias >> >> 13 Peças para violão-solo >> >> 13 Poemas sinfônicos >> >> 17 Quartetos de corda >> >> 27 Concertos >> >> >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio >> >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como >> >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto >> >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os >> >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. >> >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar >> >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, >> >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' >> >> >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental >> >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site >> >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. >> >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira >> >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo >> >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando >> >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' >> >> >> >> #Q# >> >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' >> >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, >> >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, >> >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas >> >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE >> >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo >> >> 1926 ? EM PARIS >> >> Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.) >> >> 1932 ? NO RIO >> >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro >> >> Sílvio Salema (foto de 1952) >> >> 1940 ? MULTIDÃO >> >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção >> >> do músico (no alto, ao microfone) >> >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO >> >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês >> >> pelos Estados Unidos >> >> 1959 ? FINALE >> >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. >> >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# >> >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do >> >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os >> >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início >> >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do >> >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música >> >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o >> >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado >> >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de >> >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base >> >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da >> >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser >> >> inocentado só depois da morte. >> >> >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos >> >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos >> >> pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos >> >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto >> >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a >> >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do >> >> som recreativo.' >> >> >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou >> >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos >> >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em >> >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do >> >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi >> >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da >> >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a >> >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu >> >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que >> >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele >> >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, >> >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos >> >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu >> >> bom desempenho', julga. >> >> >> >> >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música >> >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca >> >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' >> >> >> >> HEITOR VILLA-LOBOS, >> >> discurso em 15 de outubro de 1939 >> >> >> >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se >> >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. >> >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o >> >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio >> >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas >> >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações >> >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava >> >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma >> >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que >> >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de >> >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem >> >> que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O >> >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas >> >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação >> >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, >> >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele >> >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que >> >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. >> >> >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio >> >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se >> >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser >> >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de >> >> melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no >> >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e >> >> alunos para os estádios. >> >> >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de >> >> Música e Arquivo Sonoro >> >> >> >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html >> >> >> >> -- >> >> carlos palombini >> >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From lucianocesar78 em yahoo.com.br Tue Apr 17 20:06:26 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: Message-ID: <1334703986.74182.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Prezado Marcus,    Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da classe trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto o pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as pessoas melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos na mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música é muito mais que isso.     A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que se autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja importantíssimo entender as relações de poder nos seus desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. Creio que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda crucial.    Cordial abraço! Luciano Morais --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff escreveu: De: Marcus S. Wolff Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista ANPPOM" , "etnomusicologia lista" Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10 Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta de farta documentação, fontes primárias e secundárias, que demonstram o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do bom gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras" (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador aproximou-se do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos interesses de apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento  de como as chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa da Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora,  A. Comte delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como a arte mais apropriada para se fazer disponível aos trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico sem considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, sem pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir, seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação de neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um musicólogo do nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff.           prof. Dr. Marcus Straubel Wolff Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) Faculdades de  Música e Comunicação Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ.   > Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 > From: ppsalles em usp.br > To: silvioferrazmello em uol.com.br > CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > > Caro Silvio, > > foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo > plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o > Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de âmbito > nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de > estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse > âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser > analisadas não no nível da fofoca e de análises superficiais, mas no > mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o contexto > histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do Estado > Novo e suas implicações. > > Forte abraço, Pedro Paulo Salles > USP > ...................................... > > Citando silvioferrazmello : > > > Caro Carlos, > > > > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época. > > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e > > sobre qualquer coisa que fosse moderna. > > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava > > nas ruas... > > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele > > gostava que as inventassem.. > > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" > > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que > > proliferassem por variações e mais variações. > > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, > > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se > > encontravam...quem? exatamente quem? > > > > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de > > revista de variedades quando se trata de Villa. > > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um > > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". > > > > Lendo a reportagem me perguntei: > > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha > > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos > > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de > > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as > > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as > > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que > > trabalhavam sob o método Paulo Freire. > > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa > > de ser ter grandes equívocos. > > > > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E > > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o > > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que > > sua visão pré-republicana não compreendia. > > > > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores > > que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, > > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir > > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever > > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida > > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática > > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio > > (30 anos depois de Villa). > > > > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado > > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem > > teria como ser, ninguém era politicamente correto. > > > > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito > > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? > > Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise > > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que > > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à > > distorção desnecessárias? > > > > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita > > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e > > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam > > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer > > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. > > > > abs > > Silvio Ferraz > > > > > > > > > > > > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > > > >> via Liliane Kans (FB) > >> > >> HISTÓRIA > >> Villa-Lobos tinha dias de tirano > >> > >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas > >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço > >> > >> LUÍS ANTÔNIO GIRON > >> > >> > >> HOBBY > >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) > >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do > >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do > >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor > >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No > >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava > >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. > >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te > >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as > >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe > >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem > >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com > >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras > >> revoltadas pelo teu trato'. > >> > >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca > >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, > >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - > >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no > >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos > >> que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado > >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo > >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de > >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o > >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores > >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do > >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que > >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular > >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão > >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia > >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte > >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus > >> interesses particulares. > >> > >> Inimigos íntimos > >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico > >> > >> ATAQUES > >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida > >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas > >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, > >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em > >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. > >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve > >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela > >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles > >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e > >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã > >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por > >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore > >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes > >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu > >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um > >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna > >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a > >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa > >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência > >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que > >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, > >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou > >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). > >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de > >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o > >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não > >> as levou a sério. #Q# > >> Reprodução > >> > >> HUMILHADAS > >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta > >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos > >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de > >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante > >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas > >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de > >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse > >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como > >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. > >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu > >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de > >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, > >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais > >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro > >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a > >> brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, > >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que > >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco > >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e > >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois > >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez > >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o > >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição > >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como > >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações > >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta > >> obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no mundo. São > >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o > >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao > >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou > >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como > >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe > >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por > >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos > >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' > >> > >> PRINCIPAIS OBRAS > >> > >> Segundo o gênero > >> > >> 6 Óperas > >> 12 Sinfonias > >> 13 Peças para violão-solo > >> 13 Poemas sinfônicos > >> 17 Quartetos de corda > >> 27 Concertos > >> > >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio > >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como > >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto > >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os > >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. > >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar > >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, > >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' > >> > >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental > >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site > >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. > >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira > >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo > >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando > >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' > >> > >> #Q# > >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' > >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, > >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, > >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas > >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE > >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo > >> 1926 ? EM PARIS > >> Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.) > >> 1932 ? NO RIO > >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro > >> Sílvio Salema (foto de 1952) > >> 1940 ? MULTIDÃO > >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção > >> do músico (no alto, ao microfone) > >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO > >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês > >> pelos Estados Unidos > >> 1959 ? FINALE > >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. > >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# > >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do > >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os > >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início > >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do > >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música > >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o > >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado > >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de > >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base > >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da > >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser > >> inocentado só depois da morte. > >> > >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos > >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos > >> pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos > >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto > >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a > >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do > >> som recreativo.' > >> > >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou > >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos > >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em > >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do > >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi > >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da > >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a > >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu > >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que > >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele > >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, > >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos > >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu > >> bom desempenho', julga. > >> > >> > >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música > >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca > >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' > >> > >> HEITOR VILLA-LOBOS, > >> discurso em 15 de outubro de 1939 > >> > >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se > >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. > >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o > >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio > >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas > >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações > >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava > >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma > >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que > >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de > >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem > >> que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O > >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas > >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação > >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, > >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele > >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que > >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. > >> > >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio > >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se > >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser > >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de > >> melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no > >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e > >> alunos para os estádios. > >> > >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de > >> Música e Arquivo Sonoro > >> > >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html > >> > >> -- > >> carlos palombini > >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Wed Apr 18 08:48:37 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Wed, 18 Apr 2012 08:48:37 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] 114 downloads Message-ID: Olá: Sucesso!!! Concurso SBME de Música Eletroacústica Pinheirinho é do Povo. http://www.sbme.com.br/RegulamentoConcursoPinheirinho.pdf O material sonoro de base do Concurso http://soundcloud.com/user1123204/material-sonoro-de-base/s-vLzpM já teve *439* acessos *114* downloads O pessoal deve estar compondo. Aguardemos. abraços, Jorge Antunes *PS. Se realmente o pessoal está interessado, compondo, deveremos concluir que existe uma grande quantidade de jovens e novos compositores de ME, que estão espalhados por aí, ansiosos em mostrar trabalho, buscando concursos e oportunidades. Talvez esse fenômeno deva ser estudado em breve. O poder público e as instituições em geral não têm dado oportunidade aos novíssimos compositores de ME.* -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From liatomas em uol.com.br Wed Apr 18 10:28:29 2012 From: liatomas em uol.com.br (Lia Tomas) Date: Wed, 18 Apr 2012 10:28:29 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?windows-1252?q?Fwd=3A_Coordenadores_EMAIL_FALSO_?= =?windows-1252?q?utilizando_o_nome_do_Coordenador_do_PPGM_/_UNIRIO?= =?windows-1252?q?_com_o_t=EDtulo=3A_URGENTE!!!!!!?= References: Message-ID: <0DB1A966AEC44C05855D881C218FBEC8@liapc> Oi Sergio Acabo de receber o tal do email falso em seu nome... Abs Lia ----- Original Message ----- From: Sérgio Barrenechea To: ANPPOM-L Sent: Monday, April 16, 2012 4:29 PM Subject: [ANPPOM-Lista] Fwd: Coordenadores EMAIL FALSO utilizando o nome do Coordenador do PPGM / UNIRIO com o título: URGENTE!!!!!! ---------- Forwarded message ---------- From: Sérgio Barrenechea Date: 2012/4/16 Subject: Re: Coordenadores EMAIL FALSO utilizando o nome do Coordenador do PPGM / UNIRIO com o título: URGENTE!!!!!! Prezados, Parece que outros professores de outras IES já tiveram problemas dessa natureza como indica a matéria abaixo: http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_8/2009/08/06/em_noticia_interna,id_sessao%3D8%26id_noticia%3D121731/em_noticia_interna.shtml Suspeita-se de vazamento na base dados do CNPq. Abraços, Sérgio Barrenechea 2012/4/16 Sérgio Barrenechea Prezados colegas, Está circulando um e-mail falso com a minha assinatura e endereço da coordenação do do PPGM da UNIRIO. Peço que desconsiderem a mesma! Estou tomando providências para detectar os responsáveis. Abraços, Sérgio Barrenechea ---------- Forwarded message ---------- From: m.v.lucas Date: 2012/4/16 Subject: Fwd: URGENTE!!!!!! To: sergio.barrenechea em gmail.com ---------------------------------------------------------------------------- Mensagem original De: Sergio Azra Barrenechea ( cla-ppg em unirio.br ) - U N I R I O - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ( Programa de Pós Graduação em Música ) - CLA - Centro de Letras & Artes < sergio.unirio em gmail.com > Para: m.v.lucas em uol.com.br Assunto: URGENTE!!!!!! Enviada: 16/04/2012 09:26 Prezado professor Marcos Vieira, Solicito a gentileza de divulgar com seus alunos,colegas e amigos com urgência as vagas para coordenadores e auxiliares; pois tenho um amigo dirigente da Comissão de Coordenação de Vestibulares & Concursos de algumas Universidades Particulares, Estaduais e Federais no Brasil que me solicitou alguns profissionais que tivessem condições de exercer estas funções informadas abaixo e serem contratados imediatamente para prestar serviços em Vestibulares e Concursos. Segue Número de Vagas: * 04 vagas p/ Vice Coordenadores * 04 vagas p/ Coordenadores * 04 vagas p/Supervisores de Departamento * 10 vagas p/ Auxiliares de Aplicação * 06 vagas p/Auxiliares de Coordenação * 05 vagas p/ Auxiliares de Corredor Cachês e Horário de Prestação de Serviços Horário de Trabalho - das 07 às 14h R$225,00 - Aux. Aplicação - por dia - 2º grau completo R$350,00 - Aux. Coord. por dia - universitário ou nível superior qualquer área R$650,00 - Vice Coord. por dia - especialização qualquer área (pos graduando ou especialista lato sensu) R$680,00 - Supervisor(a) de Departamento - por dia - especialista lato sensu R$780,00 - Coordenador(a) - por dia - Mestrado R$195,00 - Auxiliar de Corredor - por dia - 1º grau Os contratados irão prestar serviços em 07 Vestibulares e Concursos de abril/12 a junho/12 nos dias: (abril: 22 e 29.04.12), (maio: 06,20 e 27.05.12) e (junho: 10 e 17.06.12); nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasilia , sempre aos finais de semana ou feriados. Caso tenha interesse de indicar pessoas, solicitar a pessoa interessada que envie email para a empresa de recrutamento TBM Empreendimentos em Educação Tecnológica em nome do prof. Dr. Fernando Wypych (fernandowypych em gmail.com) ou (fernandowypych em ufpr.br ) solicitando essas vagas e informando que foi indicado por mim através do código: ( RJ ? PDEE/CADASTROS.ORG-2012.04.12 ,nome, telefone, endereço, email, titulação acadêmica, função desejada, CPF e RG) -. Após receber a confirmação da vaga garantida a pessoa que será contratada deverá efetuar uma pequena taxa de cadastramento única no valor de (R$80,00) para ter direito a transporte(ônibus e/ou passagens aéreas) mesmo fora da sua área domiciliar, alimentação e hospedagem quando for necessário gratuita durante o período dos 08 dias de evento e será contratada imediatamente. E para complementar receberá também a carteria de convênio - portal do MEC - (validade 2 anos - gratuidade em Congressos e Seminários na sua cidade. (obs: OPORTUNIDADE SEGURA!!!). É de suma importância que as pessoas interessadas, seguindo os critérios acima de cada função estabelecida mandem : ( RJ ? PDEE/CADASTROS.ORG-2012.04.12 ,nome, telefone, endereço, email, titulação acadêmica, função desejada, CPF e RG) para ele e ver a disponibilidade das vagas, porque eles estão fechando o quadro de prestadores de serviços imediatamente. Vale lembrar que estas vagas estão já (todas) reservadas para mim. Obs: o prestador de serviço não é obrigado a participar de todos os eventos do calendário. Assim que ele confirmar a reserva, efetuar o cadastramento em até 24h para garantir a contratação. O envio de Calendário, Contrato e Kit de Identificação contendo todas as informações necessárias dos eventos será encaminhado imediatamente após a confirmação do cadastramento. O prazo de contratação é até dia 17.04.12 conforme disponibilidade de vagas. O recibo de depósito do cadastramento deverá ser apresentado no dia anterior dos eventos no qual será realizado a reunião/treinamento em sua região domiciliar. Certo da sua atenção especial,agradeço antecipadamente as indicações e assim que retornar de viagem entrarei em contato. Att, Prof. Dr. Sérgio Azra Barrenechea Programa de Pós Graduação em Música U ]N I R I O - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Avenida Pasteur, 436 ? Fundos ? Urca - CLA ? Centro de Letras e Artes CEP: 22.290-240 ? Rio de janeiro, RJ ? Brasil *obs. o DR. FERNANDO WYPYCH responderá sua solicitação nos dias 16 e 17.04.12 (das 09 às 14h) conforme disponibilidade de vagas oferecendo as informações necessárias para efetuar o cadastramento para contratação imediata -- Sérgio Barrenechea http://www.duobarrenechea.mus.br/ http://turnebrasileirissimo.blogspot.com/ http://www.myspace.com/sergiobarrenechea http://youtube.com/duobarrenechea -- Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "CoordenadoresPPGMúsica" dos Grupos do Google. Para postar neste grupo, envie um e-mail para coordenadoresppgmusica em googlegroups.com. Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para coordenadoresppgmusica+unsubscribe em googlegroups.com. Para obter mais opções, visite esse grupo em http://groups.google.com/group/coordenadoresppgmusica?hl=pt-BR. -- Sérgio Barrenechea http://www.duobarrenechea.mus.br/ http://turnebrasileirissimo.blogspot.com/ http://www.myspace.com/sergiobarrenechea http://youtube.com/duobarrenechea -- Sérgio Barrenechea http://www.duobarrenechea.mus.br/ http://turnebrasileirissimo.blogspot.com/ http://www.myspace.com/sergiobarrenechea http://youtube.com/duobarrenechea ------------------------------------------------------------------------------ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Wed Apr 18 17:40:19 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Wed, 18 Apr 2012 17:40:19 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?I_Encontro_Nacional_de_Mulheres_da_?= =?iso-8859-1?q?M=FAsica_Popular_Brasileira?= Message-ID: Inédita no país, a iniciativa abre um importante espaço de debates, de trocas de vivências musicais e de experiências profissionais, analisando o mercado e a atual política cultural e tecendo considerações sobre a produção feminina na música popular. Contemplando os espaços acadêmicos e os espaços culturais da cidade de Pelotas - o meio urbano e o rural -, a programação, descentralizada, pretende a aproximação entre eles, incluindo atividades em espaços alternativos como O Templo das Águas. Debates e Rodas de conversa , oficinas e wokshops terão espaço na UFPEL, além de shows em diversos espaços da cidade. Pelotas é um centro cultural que vem se destacando, no Rio Grande do Sul, por suas atividades musicais. No ano de seu bicentenário, este encontro traz ao município vozes importantes da cena cultural brasileira, atraindo olhares e ouvidos atentos para a arte e sensibilidade femininas em nossa cultura. O Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira ? Pelotas/RS tem a proposta de se tornar um evento fixo no calendário da cidade e da música popular no Brasil. Para mais informações sobre os shows, oficinas e debates e demais detalhes, basta acessar encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br Organização: Janete Flores, Isabel Nogueira e Landa Ciccone Produção: Circo Sem Lona Contato: jamilhaoflores em hotmail.com Blog do evento: http://encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br/ http://musicologiafeminista.ning.com/profiles/blogs/i-encontro-nacional-de-mulheres-da-musica-popular-brasileira -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From m_swolff em hotmail.com Thu Apr 19 03:20:52 2012 From: m_swolff em hotmail.com (Marcus S. Wolff) Date: Thu, 19 Apr 2012 06:20:52 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: <1334703986.74182.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> References: , <1334703986.74182.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Prezado Luciano,gostaria de lembrá-lo que Jean Molino, já em meados dos anos 70 escrevendo na "Musique en Jeu", percebia que a análise da obra musical e de sua estrutura, isto é, a análise do que chamou de "nível neutro" era algo provisório, pois dependente dos critérios utilizados, podendo ser superada pela introdução de novos critérios ou de novas informações oriundas de outros níveis (poiético e estésico). Aqui poderia se incluir também o anedótico, ao lado de outros signos que carregam informações sobre a criação de uma obra, as reações que causou nos alunos de Villa-Lobos, ou em outros setores da sociedade (intelectuais, políticos, etc).Já em seu artigo intitulado "O Fato Musical e a Semiologia da Música", Molino considerava o "fato musical" como "fato social total", indo muito além da análise do fenômeno sonoro em si mesmo. Sim, devo concordar que a música seja muito mais do que seu uso pelos regimes ditatoriais ou os discursos sobre ela, mas não é possível isolar o que chamamos de música sem correr riscos de cair no etnocentrismo e numa grande alienação em nome de uma suposta autonomia da arte pouco comprovável. Para voltar a Molino, "nao há maior perigo do que o do etnocentrismo que nos conduz a distinguir em toda parta uma música restrita (que corresponde à nossa concepção do fato musical" como sendo o único tipo de música autêntica e uma área secundária, complementar que designamos e rejeitamos chamando-a de interpretação simbólica ou significação - um tipo de apêndice acrescentado à música pura sem mudar seu caráter" (1990, p. 114-115 - cito aqui a tradução para o inglês de 1990, mas o artigo original na "Musique en Jeu" vol. 17 foi publicado em fr. em 1975!). Por outro lado, Jean J. Nattiez, que de certo modo levou adiante as colocações de Molino, explorou a interação entre as 3 dimensões do fato musical, demonstrando como o signo musical é um fragmento da experiência humana, observando que "um signo ou coleção de signos, ao qual um complexo infinito de interpretantes (outros signos gerados na mente do percebedor) está ligado pode ser chamado de forma simbólica" (Music and Discourse 1990, pág.4). Não se trata exatamente de uma relação de causa e efeito, mas de uma relação triangular complexa entre o signo (no caso da obra musical), o objeto que representa para um ou vários agentes sociais e os interpretantes que gera na mente de um percebedor ou de um grupo de ouvintes, podendo o processo de semiose constituir uma rede ilimitada. Portanto, seguindo essa abordagem, a própria avaliação crítica da obra pelo musicólogo seria, nessa abordagem, um interpretante possível e jamais a verdade absoluta, como desejavam os positivistas. Infelizmente nao tenho tempo de resumir toda essa teoria que já desde os anos 70, considerou o entrelaçamento das dimensões poiética (da criação musical), com a dimensão da forma simbólica, de seus traços acessíveis através da experiencia do "percebedor", com a dimensão estésica na qual se constrói um sentido no curso de um processo de semiose.O diálogo das ciências sociais, especialmente a história e a antropologia com a semiótica e a semiologia tem dado muitos frutos que valeria a pena acompanhar de perto. Mesmo nos congressos da IASPM-AL, conforme nos informa Juan Pablo González (Nueva Musicologia y Música popular Latinoamericana, 2007) essa necessidade de interação e diálogo da musicologia com outras disciplinas sociais e humanas tem gerado uma renovação que vem rompendo com o isolamento do discurso analítico musicológico que tem passado a dialogar com os estudos culturais, de gênero, da performance, da nova história, sociologia e antropologia. Bem, só para pensarmos nisso coletivamente. um abraço cordial,Marcus. prof. Dr. Marcus Straubel Wolff Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) Faculdades de Música e Comunicação Universidade Candido Mendes, RJ. Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano To: ppsalles em usp.br; silvioferrazmello em uol.com.br; anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br; m_swolff em hotmail.com Prezado Marcus, Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da classe trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto o pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as pessoas melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos na mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música é muito mais que isso. A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que se autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja importantíssimo entender as relações de poder nos seus desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. Creio que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda crucial. Cordial abraço! Luciano Morais --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff escreveu: De: Marcus S. Wolff Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista ANPPOM" , "etnomusicologia lista" Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10 Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta de farta documentação, fontes primárias e secundárias, que demonstram o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do bom gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras" (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador aproximou-se do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos interesses de apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento de como as chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa da Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora, A. Comte delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como a arte mais apropriada para se fazer disponível aos trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico sem considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, sem pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir, seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação de neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um musicólogo do nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff. prof. Dr. Marcus Straubel Wolff Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) Faculdades de Música e Comunicação Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ. > Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 > From: ppsalles em usp.br > To: silvioferrazmello em uol.com.br > CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > > Caro Silvio, > > foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo > plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o > Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de âmbito > nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de > estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse > âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser > analisadas não no nível da fofoca e de análises superficiais, mas no > mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o contexto > histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do Estado > Novo e suas implicações. > > Forte abraço, Pedro Paulo Salles > USP > ...................................... > > Citando silvioferrazmello : > > > Caro Carlos, > > > > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época. > > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e > > sobre qualquer coisa que fosse moderna. > > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava > > nas ruas... > > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele > > gostava que as inventassem.. > > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" > > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que > > proliferassem por variações e mais variações. > > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, > > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se > > encontravam...quem? exatamente quem? > > > > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de > > revista de variedades quando se trata de Villa. > > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um > > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". > > > > Lendo a reportagem me perguntei: > > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha > > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos > > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de > > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as > > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as > > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que > > trabalhavam sob o método Paulo Freire. > > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa > > de ser ter grandes equívocos. > > > > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E > > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o > > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que > > sua visão pré-republicana não compreendia. > > > > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores > > que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, > > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir > > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever > > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida > > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática > > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio > > (30 anos depois de Villa). > > > > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado > > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem > > teria como ser, ninguém era politicamente correto. > > > > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito > > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? > > Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise > > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que > > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à > > distorção desnecessárias? > > > > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita > > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e > > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam > > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer > > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. > > > > abs > > Silvio Ferraz > > > > > > > > > > > > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > > > >> via Liliane Kans (FB) > >> > >> HISTÓRIA > >> Villa-Lobos tinha dias de tirano > >> > >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas > >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço > >> > >> LUÍS ANTÔNIO GIRON > >> > >> > >> HOBBY > >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) > >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do > >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do > >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor > >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No > >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava > >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. > >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te > >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as > >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe > >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem > >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com > >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras > >> revoltadas pelo teu trato'. > >> > >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca > >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, > >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - > >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no > >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos > >> que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado > >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo > >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de > >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o > >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores > >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do > >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que > >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular > >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão > >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia > >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte > >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus > >> interesses particulares. > >> > >> Inimigos íntimos > >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico > >> > >> ATAQUES > >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida > >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas > >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, > >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em > >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. > >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve > >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela > >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles > >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e > >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã > >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por > >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore > >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes > >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu > >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um > >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna > >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a > >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa > >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência > >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que > >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, > >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou > >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). > >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de > >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o > >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não > >> as levou a sério. #Q# > >> Reprodução > >> > >> HUMILHADAS > >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta > >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos > >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de > >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante > >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas > >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de > >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse > >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como > >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. > >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu > >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de > >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, > >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais > >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro > >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a > >> brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, > >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que > >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco > >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e > >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois > >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez > >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o > >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição > >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como > >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações > >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta > >> obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no mundo. São > >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o > >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao > >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou > >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como > >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe > >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por > >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos > >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' > >> > >> PRINCIPAIS OBRAS > >> > >> Segundo o gênero > >> > >> 6 Óperas > >> 12 Sinfonias > >> 13 Peças para violão-solo > >> 13 Poemas sinfônicos > >> 17 Quartetos de corda > >> 27 Concertos > >> > >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio > >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como > >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto > >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os > >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. > >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar > >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, > >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' > >> > >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental > >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site > >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. > >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira > >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo > >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando > >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' > >> > >> #Q# > >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' > >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, > >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, > >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas > >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE > >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo > >> 1926 ? EM PARIS > >> Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.) > >> 1932 ? NO RIO > >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro > >> Sílvio Salema (foto de 1952) > >> 1940 ? MULTIDÃO > >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção > >> do músico (no alto, ao microfone) > >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO > >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês > >> pelos Estados Unidos > >> 1959 ? FINALE > >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. > >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# > >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do > >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os > >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início > >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do > >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música > >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o > >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado > >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de > >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base > >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da > >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser > >> inocentado só depois da morte. > >> > >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos > >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos > >> pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos > >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto > >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a > >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do > >> som recreativo.' > >> > >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou > >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos > >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em > >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do > >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi > >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da > >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a > >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu > >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que > >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele > >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, > >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos > >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu > >> bom desempenho', julga. > >> > >> > >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música > >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca > >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' > >> > >> HEITOR VILLA-LOBOS, > >> discurso em 15 de outubro de 1939 > >> > >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se > >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. > >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o > >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio > >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas > >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações > >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava > >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma > >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que > >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de > >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem > >> que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O > >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas > >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação > >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, > >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele > >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que > >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. > >> > >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio > >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se > >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser > >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de > >> melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no > >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e > >> alunos para os estádios. > >> > >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de > >> Música e Arquivo Sonoro > >> > >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html > >> > >> -- > >> carlos palombini > >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Thu Apr 19 07:19:11 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Thu, 19 Apr 2012 07:19:11 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?p=F3s_gradua=E7=E3o_latu_sensu_em_A?= =?iso-8859-1?q?rte_e_Tecnologia_UFJF?= Message-ID: Olá a todos! gostaria de divulgar um curso de pós graduação latu sensu em Arte e Tecnologia do qual participo aqui em Juiz de Fora: http://www.ufjf.br/tecartes/ por favor, divulgem a possíveis interessados na região do Rio/BH! Obrigado, e um abraço Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Assistente IAD - UFJF http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Thu Apr 19 11:53:37 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Thu, 19 Apr 2012 07:53:37 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano In-Reply-To: Message-ID: <1334847217.55998.YahooMailClassic@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Prezado Marcus,   Sim, temos (todos da lista, supomos) pensado nisso coletivamente, os avanços das teorias interdisciplinares lideradas pela semiótica amparada pela sociologia, história e filosofia são inegáveis. O próprio Silvio Ferraz e o Paulo de Tarso, cujas posições apoio nesse tópico, são pesquisadores reconhecidos em semiótica musical e essa posição de ampliar a visão do que seria o "fato" musical é também deles. Claro que conhecemos essas idéias e não as rejeitamos.    O caso que está sendo discutido, porém (o artigo de Giron na instigante, instrutiva e erudita revista Época, e peço perdão aqui pela ironia ácida),  é um artigo raso, rasteiro, nivelador e simplificador de uma realidade cultural e social complexa. Em contrapeso a este artigo é que estamos falando de uma necessidade de voltarmo-nos para o objeto sonoro e suas implicações estéticas. Não se trata de negar a realidade social influenciada pela dimensão estética, e sim de equilibrar a balança. A música de Villa-Lobos tem sido pouco ouvida, as idéias poéticas e estéticas pouco conhecidas. Nesse território mais aberto de interação simbólica e social do objeto sonoro o trabalho de Suzana Igayara é bastante esclarecedor.    A dimensão estética e poética, no entanto, está a míngua e pede uma maior presença nos meios de comunicação, tanto na forma de comentários escritos, quanto na forma de concertos, recitais, gravações, programas de televisão e divulgação na grande mídia escrita, que está tomada por uma visão simplista, anedótica (exclusivamente anedótica, o que é tão perigoso quanto o exclusivamente técnico que se pretende neutro). Cordial abraço! Luciano Morais --- Em qui, 19/4/12, Marcus S. Wolff escreveu: De: Marcus S. Wolff Assunto: RE: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano Para: lucianocesar78 em yahoo.com.br, "etnomusicologia lista" , "lista ANPPOM" Data: Quinta-feira, 19 de Abril de 2012, 3:20  Prezado Luciano,gostaria de lembrá-lo que Jean Molino, já em meados dos anos 70 escrevendo na "Musique en Jeu", percebia que a análise da obra musical e de sua estrutura, isto é, a análise do que chamou de "nível neutro" era algo provisório, pois dependente dos critérios utilizados, podendo ser superada pela introdução de novos critérios ou de novas informações oriundas de outros níveis (poiético e estésico). Aqui poderia se incluir também o anedótico, ao lado de outros signos que carregam informações sobre a criação de uma obra, as reações que causou nos alunos de Villa-Lobos, ou em outros setores da sociedade (intelectuais, políticos, etc).Já em seu artigo intitulado "O Fato Musical e a Semiologia da Música", Molino considerava o "fato musical" como "fato social total", indo muito além da análise do fenômeno sonoro em si mesmo. Sim, devo concordar que a música seja muito mais do que seu uso pelos regimes ditatoriais ou os discursos sobre ela, mas não é possível isolar o que chamamos de música sem correr  riscos de cair no etnocentrismo e numa grande alienação em nome de uma suposta autonomia da arte pouco comprovável. Para voltar a Molino, "nao há maior perigo do que o do etnocentrismo que nos conduz a distinguir em toda parta uma música restrita (que corresponde à nossa concepção do fato musical" como sendo o único tipo de música autêntica e uma área secundária, complementar que designamos e rejeitamos chamando-a de interpretação simbólica ou significação - um tipo de apêndice acrescentado à música pura sem mudar seu caráter" (1990, p. 114-115 - cito aqui a tradução para o inglês de 1990, mas o artigo original na "Musique en Jeu" vol. 17 foi publicado em fr. em 1975!). Por outro lado, Jean J. Nattiez, que de certo modo levou adiante as colocações de Molino, explorou a interação entre as 3 dimensões do fato musical, demonstrando como o signo musical é um fragmento da experiência humana, observando que "um signo ou coleção de signos, ao qual um complexo infinito de interpretantes (outros signos gerados na mente do percebedor) está ligado pode ser chamado de forma simbólica" (Music and Discourse 1990, pág.4). Não se trata exatamente de uma relação de causa e efeito, mas de uma relação triangular complexa entre o signo (no caso da obra musical), o objeto que representa para um ou vários agentes sociais e os interpretantes que gera na mente de um percebedor ou de um grupo de ouvintes, podendo o processo de semiose constituir uma rede ilimitada. Portanto, seguindo essa abordagem,  a própria avaliação crítica da obra pelo musicólogo seria, nessa abordagem, um interpretante possível e jamais a verdade absoluta, como desejavam os positivistas. Infelizmente nao tenho tempo de resumir toda essa teoria que já desde os anos 70, considerou o entrelaçamento das dimensões poiética (da criação musical), com a dimensão  da forma simbólica, de seus traços acessíveis através da experiencia do "percebedor",  com a dimensão estésica na qual se constrói um sentido no curso de um processo de semiose.O diálogo das ciências sociais, especialmente a história e a antropologia com a semiótica e a semiologia tem dado muitos frutos que valeria a pena acompanhar de perto. Mesmo nos congressos da IASPM-AL, conforme nos informa Juan Pablo González (Nueva Musicologia y Música popular Latinoamericana, 2007) essa necessidade de interação e diálogo da musicologia com outras disciplinas sociais e humanas tem gerado uma renovação  que vem rompendo com o isolamento do discurso analítico musicológico que tem passado a dialogar  com os estudos culturais, de gênero, da performance, da nova história, sociologia e antropologia. Bem, só para pensarmos nisso coletivamente. um abraço cordial,Marcus.     prof. Dr. Marcus Straubel Wolff Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) Faculdades de  Música e Comunicação Universidade Candido Mendes, RJ. Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano To: ppsalles em usp.br; silvioferrazmello em uol.com.br; anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br; m_swolff em hotmail.com Prezado Marcus,    Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da classe trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto o pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as pessoas melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos na mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música é muito mais que isso.     A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que se autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja importantíssimo entender as relações de poder nos seus desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. Creio que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda crucial.    Cordial abraço! Luciano Morais --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff escreveu: De: Marcus S. Wolff Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista ANPPOM" , "etnomusicologia lista" Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10 Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta de farta documentação, fontes primárias e secundárias, que demonstram o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do bom gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras" (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador aproximou-se do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos interesses de apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento  de como as chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa da Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora,  A. Comte delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como a arte mais apropriada para se fazer disponível aos trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico sem considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, sem pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir, seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação de neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um musicólogo do nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff.           prof. Dr. Marcus Straubel Wolff Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) Faculdades de  Música e Comunicação Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ.   > Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 > From: ppsalles em usp.br > To: silvioferrazmello em uol.com.br > CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > > Caro Silvio, > > foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo > plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o > Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de âmbito > nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de > estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse > âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser > analisadas não no nível da fofoca e de análises superficiais, mas no > mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o contexto > histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do Estado > Novo e suas implicações. > > Forte abraço, Pedro Paulo Salles > USP > ...................................... > > Citando silvioferrazmello : > > > Caro Carlos, > > > > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época. > > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e > > sobre qualquer coisa que fosse moderna. > > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava > > nas ruas... > > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele > > gostava que as inventassem.. > > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" > > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que > > proliferassem por variações e mais variações. > > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, > > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se > > encontravam...quem? exatamente quem? > > > > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de > > revista de variedades quando se trata de Villa. > > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um > > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". > > > > Lendo a reportagem me perguntei: > > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha > > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos > > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de > > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as > > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as > > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que > > trabalhavam sob o método Paulo Freire. > > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa > > de ser ter grandes equívocos. > > > > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E > > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o > > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que > > sua visão pré-republicana não compreendia. > > > > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores > > que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, > > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir > > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever > > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida > > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática > > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio > > (30 anos depois de Villa). > > > > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado > > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem > > teria como ser, ninguém era politicamente correto. > > > > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito > > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? > > Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise > > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que > > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à > > distorção desnecessárias? > > > > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita > > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e > > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam > > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer > > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. > > > > abs > > Silvio Ferraz > > > > > > > > > > > > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > > > >> via Liliane Kans (FB) > >> > >> HISTÓRIA > >> Villa-Lobos tinha dias de tirano > >> > >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas > >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço > >> > >> LUÍS ANTÔNIO GIRON > >> > >> > >> HOBBY > >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) > >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do > >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do > >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor > >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No > >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava > >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. > >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te > >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as > >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe > >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem > >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com > >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras > >> revoltadas pelo teu trato'. > >> > >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca > >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, > >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - > >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no > >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos > >> que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado > >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo > >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de > >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o > >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores > >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do > >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que > >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular > >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão > >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia > >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte > >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus > >> interesses particulares. > >> > >> Inimigos íntimos > >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico > >> > >> ATAQUES > >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida > >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas > >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, > >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em > >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. > >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve > >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela > >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles > >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e > >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã > >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por > >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore > >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes > >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu > >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um > >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna > >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a > >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa > >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência > >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que > >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, > >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou > >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). > >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de > >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o > >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não > >> as levou a sério. #Q# > >> Reprodução > >> > >> HUMILHADAS > >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta > >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos > >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de > >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante > >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas > >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de > >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse > >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como > >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. > >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu > >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de > >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, > >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais > >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro > >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a > >> brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça, > >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que > >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco > >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e > >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois > >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez > >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o > >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição > >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como > >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações > >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta > >> obra do compositor nunca foi tão executada e estudada no mundo. São > >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o > >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao > >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou > >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como > >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe > >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por > >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos > >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' > >> > >> PRINCIPAIS OBRAS > >> > >> Segundo o gênero > >> > >> 6 Óperas > >> 12 Sinfonias > >> 13 Peças para violão-solo > >> 13 Poemas sinfônicos > >> 17 Quartetos de corda > >> 27 Concertos > >> > >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio > >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como > >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto > >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os > >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. > >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar > >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, > >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' > >> > >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental > >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site > >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. > >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira > >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo > >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando > >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' > >> > >> #Q# > >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' > >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, > >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, > >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas > >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE > >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo > >> 1926 ? EM PARIS > >> Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.) > >> 1932 ? NO RIO > >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro > >> Sílvio Salema (foto de 1952) > >> 1940 ? MULTIDÃO > >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção > >> do músico (no alto, ao microfone) > >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO > >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês > >> pelos Estados Unidos > >> 1959 ? FINALE > >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. > >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# > >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do > >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os > >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início > >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do > >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música > >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o > >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado > >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de > >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base > >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da > >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser > >> inocentado só depois da morte. > >> > >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos > >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos > >> pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos > >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto > >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a > >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do > >> som recreativo.' > >> > >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou > >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos > >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em > >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do > >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi > >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da > >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a > >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu > >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que > >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele > >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, > >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos > >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu > >> bom desempenho', julga. > >> > >> > >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música > >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca > >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' > >> > >> HEITOR VILLA-LOBOS, > >> discurso em 15 de outubro de 1939 > >> > >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se > >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. > >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o > >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio > >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas > >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações > >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava > >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma > >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que > >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de > >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem > >> que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O > >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas > >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação > >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, > >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele > >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que > >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. > >> > >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio > >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se > >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser > >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de > >> melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no > >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e > >> alunos para os estádios. > >> > >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de > >> Música e Arquivo Sonoro > >> > >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html > >> > >> -- > >> carlos palombini > >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucascasacio em gmail.com Thu Apr 19 12:22:09 2012 From: lucascasacio em gmail.com (Lucas Casacio) Date: Thu, 19 Apr 2012 12:22:09 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Show_Quatro_a_Zero_no_teatro_Coleti?= =?iso-8859-1?q?vo=2C_20/03=2C_22h30=2C_Gr=E1tis?= In-Reply-To: <00f401cd1731$0bf1ba40$6400a8c0@Athlon> References: <00f401cd1731$0bf1ba40$6400a8c0@Athlon> Message-ID: Olá, Estou escrevendo para convidar para o show do QUATRO A ZERO ( www.quatroazero.com.br) de amanhã (sexta) no Teatro Coletivo as 22:30hs. Comemorando a volta da Europa! Apareçam! Grátis. Abraços Lucas Casacio ** -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Quatro a Zero 2 - Abril 2012 - Música Para Todos.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 109017 bytes Descrição: não disponível URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Fri Apr 20 00:12:27 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Thu, 19 Apr 2012 20:12:27 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Conson=E2ncia_e_Disson=E2ncia?= Message-ID: <1334891547.64127.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> Caros colegas, Estou trabalhando em um material didático sobre Teoria Musical, trabalhando os conceitos de forma linear e musicalmente contextualizada, dividindo-os em relativos - tudo aquilo que varia de acordo com o contexto musical; e absolutos - conceitos que podem ser mensurados de forma mais explicitamente lógica. Quem tiver interesse em dar uma olhada neste material, temos uma versão "beta" dele na página do curso de Música aqui, logo nos comunicados. Após tratar de alturas (relativas - agudo e grave; absolutas - notas musicais), durações (relativas - relação de dobro e metade, métrica; absolutas - valores das figuras rítmicas, fórmula de compasso), intensidade (relativa - não existe intensidade absoluta na Música tradicional) e timbre, cheguei aos intervalos, que classifiquei em relativos (segundas, terças, quartas, etc.) e absolutos (tom e semitom). Os conceitos de justo, maior e menor são introduzidos posteriormente no método. O problema é: como apresentar de forma contextualizada o conceito de Consonância e Dissonância. Pelas referências que estudei, há algumas formas de explicá-los, mas nenhuma delas ainda está adequada: 1) Quanto mais o intervalo ( e suas respectivas inversões) "demora" a aparecer na série harmônica, mais dissonante ele é (8J - 5J - 4J - 3M - 3m - 3m - 2M - 2m - 2m...). Problema: a série harmônica não possui as mesmas frequências das notas do temperamento igual/ocidental; 2) O conceito de consonância e dissonância, além de subjetivo, varia de acordo com o estilo. Não posso falar que a 4ª justa é consonância, pois é dissonância em casos particulares (como no contraponto renascentista, é dissonância com o baixo devido ao choque que produz na série harmônica). Alguns autores dizem que o trítono é dissonância, outros falam que não há classificação. Poderíamos justificar que o trítono não aparece na série harmônica de forma progressiva, caso não considerássemos o trítono entre o 4º e 6º harmônicos); 3) O método é planejado para trabalhar com a linguagem modal, introduzindo o tonalismo somente à frente. Problema: os conceitos de consonância e dissonância são fortemente atrelados ao tonalismo, no sentido de estabilidade/instabilidade tonal; 4) Há uma conceituação interessante da Psicoacústica sobre o nível de dissonância/consonância das frequências, conforme este gráfico. Porém, acho complicado e antididático tratar deste tipo de conteúdo em um método para iniciação; 5) Por fim, há a preocupação de apresentar o conceito de forma contextualmente musicalizada. Seria melhor apresentar uma situação musical (uma gravação de áudio ou tocar intervalos harmônicos no Piano) onde o estudante pudesse discernir auditivamente estas características. Segundo a estratégia de "aprendizagem por descoberta", seria mais adequado apresentar a situação musical primeiro pra dar "nome aos bois". Que sugestões vocês recomendariam? Obrigado pela ajuda! Saudações, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From gabrielferraz em ufl.edu Fri Apr 20 17:52:59 2012 From: gabrielferraz em ufl.edu (Ferraz,Gabriel A) Date: Fri, 20 Apr 2012 16:52:59 -0400 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) In-Reply-To: References: Message-ID: <75d94897862bdccb4f86c9977a0c59a3@ufl.edu> Caros colegas que estão discutindo o "caso" Villa-Lobos, Achei muito interessante que a discussão do suposto caráter autoritário de Villa-Lobos acabou tornando-se uma discussão sobre sua participação no governo de Vargas. A meu ver, isso demonstra que esse aspecto da vida de Villa-Lobos ainda precisa ser melhor entendido na literatura. Gostaria de deixar aqui a minha contribuição para essa discussão, já que o Canto Orfeônico de Villa-Lobos foi o tema do meu doutorado na Universidade da Flórida. Não estou aqui para fazer propaganda do meu trabalho, nem para resumi-lo, mas gostaria de esclarecer alguns pontos importantes sobre o assunto, tanto em relação ao comprometimento moral do Villa com o regime de Vargas, quanto em relação ao papel da música na formação de identidades pessoais e coletivas (isso requer um longo texto). Depois de analisar centenas de documentos de fonte primária (cartas, programas de concerto, entrevistas, etc), eu não só tenho certeza de que Villa-Lobos doutrinou os escolares na ideologia de Vargas, mas como ele tinha plena consciência do valor político de suas ações. Em um contexto de ditadura nacionalista, seria muita ingenuidade acreditar que Villa-Lobos não tinha consciência do que ele estava fazendo no Brasil (em um contexto mundial, era amplamente divulgado que regimes Fascistas faziam uso da música em concentrações em massa). Na verdade, acreditar nisso seria subestimar a inteligência do compositor e sua habilidade de adaptação à momentos diferentes em sua vida. (L. M. Peppercorn, por exemplo, o chama de camaleão. Apesar do trabalho de Peppercorn sobre Villa-Lobos apresentar diversos problemas, eu concordo plenamente com essa colocação). Em relação à educação musical, acho importante frisar que Villa-Lobos tinha um projeto educacional antes de Vargas tomar o poder, e as metodologias e objetivos do canto orfeônico partiram dele, e não do governo. Desde a Primeira República, o canto orfeônico fazia parte da educação infantil e era muito forte no estado de São Paulo, onde João Gomes Júnior o introduzira por volta de 1912 (Fabiano Lozano também foi importante como organizador de Orfeões em Piracicaba). Villa-Lobos deu continuidade a essa tradição, mas refoçou os elementos de teor nacionalista, patriótico e civicos e disciplina em sua abordagem (toda essa informação pode ser encontrada nos textos que ele escreveu sobre educação musical). Além disso, parte importante de seu método de ensino, eram as chamadas Exortações, que impunham às crianças todos os valores e ideias dos hinos escolares. Também importante (e não investigado na previamente na literatura), é o fato de que ele exortou esses valores para a sociedade do Rio de Janeiro como um todo, por meio do Orfeão de Professores, da Orchestra Villa-Lobos e da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro, que realizavam concertos de natureza nacionalista e patriótica, nos quais os professores exortavam, com orientação de Villa-Lobos, ideias nacionalistas e patrióticas. Até aí, não existe o menor problema, uma vez que todos esses elementos (educação, concertos didáticos, composição de obras nacionalistas, etc) são essenciais como parte do projeto de compositores nacionalistas (ver o caso de Grieg, Smetana e Wagner no livro Music Makes the Nation: Nationalist Composers and Nation Building in Nineteenth-Century Europe de Benjamin Curtis). Tudo isso seria, então, bastante normal para Villa-Lobos, que lutava para que o público compreendesse e aceitasse a música brasileira (portanto, também a sua música). Naquela época, entretanto, a idea de conscientização da população sobre quem era o povo brasileiro, bem como a valorização dos elementos nacionais, era um tema frequente na obra de intelectuais (vide Casa grande e Senzala e Raízes do brasil, dentre outros), e de politicos que tinham uma ideologia conectada com o liberalismo, e a busca de brasilidade era um tema comum para ambas classes. O grande problema disso tudo é que Vargas implementou uma ditadura, e Villa-Lobos continuou usando seu "sistema" de educação musical para "nacionalizar" as crianças e suas famílias. Ele mesmo fala sobre o papel das crianças como emissárias da ideologia nacionalista, e, inclusive, desenvolveu um sistema de fichas nas quais os pais deveriam relatavam mudanças no comportamento dos filhos. O sistema de fichas existia também nas próprias escolas, que "mediam" mudanças no comportamento dos alunos devido à prática de canto orfeônico (isso envolvia a "medição" de seu patriotismo). O sistema de fichas pode não ser altamente científico em sua concepção, mas revela objetivos bem claros, que vão muito além da educação musical e entram na esfera política. A educação, por si só, já é uma ferramenta política. Quando os valores educacionais são impostos em um ambiente de rígida disciplina, como fez Villa-Lobos, a educação torna-se doutrinação (ver o importante livro de Michael W. Apple, Ideology and Curruclum. 3rd ed. New York: RoutledgeFalmer, 2004. Pode-se consultar também, Kazepides, Tasos. ?Programmatic Definitions in Education: The Case of Indoctrination.? In Canadian Journal of Education / Revue canadienne de l?éducation 14, no. 3 (Summer, 1989): 387-396; e Thiessen, Elmer John. ?Initiation, Indoctrination, and Education.? In the Canadian Journal of Education / Revue canadienne de l?éducation vol. 10, no. 3 (Summer, 1985): 229-249; além de muitos outros). Como teorias educacionais demonstraram, o doutrinador realmente acredita naquilo que está transmitindo aos seus pupilos, e não é necessariamente um propagandista. No caso de Villa-Lobos, entretanto, apesar de ele acreditar nos valores nacionalistas e patrióticos que disseminou (e provavelmente o teria feito independentemente do regime político em voga), ele sabia do valor propagandístico de sua obra educacional, não apenas nas grandes Concentrações Orfeônicas, que chegaram a reunir 40.000 crianças no estádio São Januário para cantar hinos patrióticos no Sete de Setembro, mas na rotina semanal da educação musical da criança. Além disso, Villa-Lobos sabia do uso de canto coral em regimes autoritários na Europa Fascista, e como afirmou Arnaldo Contier, ele simpatizava com um Estado forte (não estou, de modo algum, deixando implícito que Villa-Lobos era fascista - o que, até onde se sabe, ele não era - mas que ele sabia do uso da música para promover doutrinas políticas). Dentre outras coisas, Villa-Lobos falou que a arte em geral tinha muito mais poder do que a diplomacia, revelando sua plena consciência do valor político da arte. Apesar de haver muita evidência que demonstra o engajamento de Villa-Lobos com o ideário político de Vargas, o compositor negou seu interesse pessoal no regime e alegou que tudo que ele queria era um povo educado e disciplinado. Ora, mas isso não impediu que sua educação musical fosse usada, também, como ferramenta política; e pior, com o seu consentimento, porque ele não era bobo e sabia de tudo que estava acontecendo. Se sua ideologia política não era a mesma de Vargas (o que pode-se especular indefinidamente, uma vez que as pessoas podem manipular seu discurso de acordo com seus interesses - ver Strauss e Orff na Alemanha Nazista, por exemplo), sua educação musical teve desdobramentos políticos que independiam de sua vontade, e ele sabia disso, mas não fez objeção. Portanto, no mínimo, ele não se importava com o uso de seu Canto Orfeônico para fins políticos. Ou se isso teve qualquer importância para ele, não foi suficiente para que ele se opusesse ao uso político da educação musical. Além disso, a música tem um papel muito importante na formação de identidades pessoas e coletivas, o que já foi demonstrado em diversos trabalhos que investiga a semiótica musical (como Nattiez, já citado pelo prof. Wolff, além de Kofi Agawu, e Thomas Turino). Eu utilizei as ideias do excelente artigo do etnomusicólogo Thomas Turino, ?Signs of Imagination, Identity and Experience: A Peircian Semiotic Theory for Music.? Ethnomusicology 43, no.2 (Spring/Summer, 1999): 221-55, como metodologia, e recomendo sua leitura para um entendimento mais científico do poder de comunicação inerente à música. Em suma, Como Turino explica, segundo a teoria de semiótica de Charles Peirce, que ele usa como base para sua própria teoria, o índice (no nosso caso, o signo musical) "refere-se a um signo que está relacionado ao seu objeto por meio de co-ocorrência em uma experiência real [...] o poder dos índices deriva do fato de que as relações signo-objeto são baseadas nas suas co-ocorrências nas experiências de vida das pessoas, portanto, os índices tornam-se intimamente ligados às pessoas através de experiências reais". Aplicando essa formulação à música, podemos entender que valores semânticos são anexados a um evento musical na mente do ouvinte, quando o objeto musical é experimentado em co-ocorrência com outros eventos da ?vida real? do indivíduo. Como Turino afirma: Índices são experimentados como "reais" porque estão enraizados, muitas vezes redundantemente, na experiência de vida das pessoas, como memória, tornando-se uma verdadeira argamassa de suas identidades pessoais e sociais. Quando os índices apresentados são vinculados a formações afetivas relacionadas à vida pessoal e comunitária das pessoas - à família, à infância, à um(a) amante, à experiências de guerra - eles têm forte potencial para criar efeitos emocionais, porque são muitas vezes intuitivamente apreendidos irreflexivamente como "reais" ou como partes 'verdadeiras' das experiências significadas". Com base nesses preceitos teóricos, eu demonstrei que a educação musical promoveu, por meio de seus elementos musicais (ritmo, melodia e harmonia), associados às letras dos hinos e canções exortados por Villa-Lobos e pelos professores, e aos aspectos socializantes da prática musical em grupo, a formação da identidade de crianças primeiramente no Rio de Janeiro, e paulatinamente em outros estados do brasil, que experimentavam, através da música de cunho nacionalista, a mesma ideologia de nação, imaginando-se dessa forma, como uma comunidade homogênea de ?seres nacionais?. (Vale a pena conhecer o conceito de "comunidades imaginadas" de Benedict Anderson, para se entender o papel de "índices" de nacionalidade na formação de uma nação). Não por acaso, as Concentrações Orfeônicas tornaram-se um símbolo do regime de Vargas. O próprio Carlos Drummond, que participou desses eventos, afirmou: "A multidão em torno vivia uma emoção brasileira e cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes e ao mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na plenitude de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para muitos não havia outro jeito senão chorar; chorar de pura alegria.? E um outro participante relatou à Cacilda Guimarães Fróes, profa. de Canto Orfeônico: ?A emoção era geral. O espetáculo surpreende pelo imprevisto. Um gesto do Maestro Villa-Lobos, que comandava o espetáculo, ergue-se cantando, aquela imensa massa de crianças, na mais eloquente demonstração de disciplina e civismo. Os corações fremem de entusiasmo e vêem-se lágrimas até nos olhos de gente grande. Nas arquibancadas, os alunos formavam o relevo do quadro. Villa-Lobos o ponto alto, culminante da paisagem. Naquele dia, como em nenhum outro, senti a presença da Pátria. Ela estava ali palpitando na alegria dos escolares, no entusiasmo do povo vibrando conosco?.Volvi, então um olhar para minha bandeira. Nunca me pareceu tão bela, tão imponente em sua majestade.? Nesse ambiente altamente emocional, a música se cristalizava como parte de uma experiência coletiva, na qual patriotismo e nacionalismo funcionavam como "identificadores comuns" entre as pessoas. Nesses eventos (que ocorreram dezenas de vezes durante o ano, em diversas datas comemorativas e celebrações escolares e políticas) a música se tornava, portanto, um índice carregado de forte valor político. Dessa forma, o argumento "Maquiavélico" de que Villa-Lobos queria apenas promover música brasileira e educar as crianças, não o isentam de participar e disseminar a ideologia nacionalista do governo, e, dessa forma, contribuir ativamente (e conscientemente) para a doutrinação (sim, a palavra é forte, mas, nesse contexto, é a que define o que ele fez) dos escolares. Se por um lado isso foi bom para a cultura nacional (e também para o maior entendimento e aceitação da música de Villa), por outro, contribuiu enormemente para o regime de Vargas. Essas ideias não são mutuamente exclusivas. Isso não diminui o gênio do compositor de forma alguma. O que ele fez pela música brasileira, sua criatividade e sua percepção do momento que o Brasil vivia, não são comprometidos pelo papel político que ele desempenhou. Sua linguagem musical "híbrida" que, como aspecto intrínseco de linguagens nacionalistas, tornaram sua música um veículo de disseminação de elementos "locais" no exterior, ao mesmo tempo em que os apresentava, no Brasil, dentro de uma estética moderna também cultivada na Europa, merecem ser admirados independentemente de seu engajamento com Vargas. A importância de Villa-Lobos para a música no Brasil (e no mundo), portanto, não se abala. Mas é importante entender que Villa-Lobos, como todos os outros seres humanos, viveu dentro de contextos sociais, sem os quais a realização de sua obra jamais seria possível. É sob esse prima que devemos investigar o papel verdadeiro de sua obra educacional: dentro de um contexto social e político. Não é também importante entender que em 1930, quando Villa voltou para o Brasil, existia uma grande antipatia por sua música, e nem mesmo os músicos o respeitavam - ver os artigos dobre o Villa em Música Doce Música, de M. de Andrade - e que depois de participar do governo de Vargas, Villa-Lobos tornou-se uma celebridade mundial, mesmo sem ter composto tão ativamente como em períodos anteriores? Como demonstram os programas de concerto executados dentro do seu plano educacional, ele promoveu massivamente sua obra durante o governo Vargas, e isso contribuiu, indelévelmente, para que ele passasse a figurar entre os cânones musicais do Brasil, o que não era verdade quando ele começou seu projeto educacional. Por exemplo, em 1935, ele conseguiu, finalmente, realizar a premiére de seu Uirapuro, cuja composicão iniciou-se em 1917 e findou-se em 1934 (não se sabe exatamente quanto do material foi composto em 1917 e quanto foi "re-estruturado" - como o próprio Villa se refere ao seu trabalho na obra - em 1934). Para concluir, em muitos casos, os fatos e suas consequências falam mais verdades do que os compositores, principalmente quando existe política envolvida. Para abordarmos o assunto sob um ponto de vista científico, devemos ouvir esses fatos antes de mais nada, e depois interpretá-los à luz da história. Mas para isso precisamos primeiramente conhecer esses fatos, e, depois, tirarmos o tapa-ouvido. Obrigado pela atenção. Espero que o texto (longo, mas necessário, acredito) possa contribuir para uma reflexão científica sobre o assunto e ajudar a desmitificar valores construídos sobre o Villa. Gênio, sim... mas, sobretudo, humano. Gabriel Ferraz On Fri, 20 Apr 2012 12:12:23 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.br wrote: > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para > anppom-l em iar.unicamp.br > > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou > corpo da mensagem para > anppom-l-request em iar.unicamp.br > > Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista > pelo > endereço > anppom-l-owner em iar.unicamp.br > > Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será > mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." > > > Tópicos de Hoje: > > 1. I Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira > (Carlos Palombini) > 2. Re: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Marcus S. Wolff) > > > > ---------------------------------------------------------------------- > > Message: 1 > Date: Wed, 18 Apr 2012 17:40:19 -0300 > From: Carlos Palombini > To: anppom-l em iar.unicamp.br, etnomusicologiabr > , Pesquisadores em Sonologia > (Música) > Subject: [ANPPOM-Lista] I Encontro Nacional de Mulheres da Música > Popular Brasileira > Message-ID: > > Content-Type: text/plain; charset="windows-1252" > > Inédita no país, a iniciativa abre um importante espaço de > debates, de > trocas de vivências musicais e de experiências profissionais, > analisando o > mercado e a atual política cultural e tecendo considerações sobre > a > produção feminina na música popular. > > Contemplando os espaços acadêmicos e os espaços culturais da > cidade de > Pelotas - o meio urbano e o rural -, a programação, > descentralizada, > pretende a aproximação entre eles, incluindo atividades em espaços > alternativos como O Templo das Águas. Debates e Rodas de conversa , > oficinas e wokshops terão espaço na UFPEL, além de shows em > diversos > espaços da cidade. > > Pelotas é um centro cultural que vem se destacando, no Rio Grande do > Sul, > por suas atividades musicais. No ano de seu bicentenário, este > encontro > traz ao município vozes importantes da cena cultural brasileira, > atraindo > olhares e ouvidos atentos para a arte e sensibilidade femininas em > nossa > cultura. > O Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira ? > Pelotas/RS > tem a proposta de se tornar um evento fixo no calendário da cidade e > da > música popular no Brasil. > > Para mais informações sobre os shows, oficinas e debates e demais > detalhes, > basta acessar encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br > Organização: Janete Flores, Isabel Nogueira e Landa Ciccone > Produção: Circo Sem Lona > Contato: jamilhaoflores em hotmail.com > > Blog do evento: http://encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br/ > > > http://musicologiafeminista.ning.com/profiles/blogs/i-encontro-nacional-de-mulheres-da-musica-popular-brasileira > > -- > carlos palombini > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > -------------- Próxima Parte ---------- > Um anexo em HTML foi limpo... > URL: > > > > ------------------------------ > > Message: 2 > Date: Thu, 19 Apr 2012 06:20:52 +0000 > From: "Marcus S. Wolff" > To: , etnomusicologia lista > , lista ANPPOM > > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > Message-ID: > Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1" > > > > > Prezado Luciano,gostaria de lembrá-lo que Jean Molino, já em > meados dos anos 70 escrevendo na "Musique en Jeu", percebia que a > análise da obra musical e de sua estrutura, isto é, a análise do > que chamou de "nível neutro" era algo provisório, pois dependente > dos critérios utilizados, podendo ser superada pela introdução de > novos critérios ou de novas informações oriundas de outros níveis > (poiético e estésico). Aqui poderia se incluir também o > anedótico, > ao lado de outros signos que carregam informações sobre a criação > de uma obra, as reações que causou nos alunos de Villa-Lobos, ou em > outros setores da sociedade (intelectuais, políticos, etc).Já em > seu > artigo intitulado "O Fato Musical e a Semiologia da Música", Molino > considerava o "fato musical" como "fato social total", indo muito > além da análise do fenômeno sonoro em si mesmo. Sim, devo > concordar > que a música seja muito mais do que seu uso pelos regimes > ditatoriais > ou os discursos sobre ela, mas não é possível isolar o que > chamamos > de música sem correr riscos de cair no etnocentrismo e numa grande > alienação em nome de uma suposta autonomia da arte pouco > comprovável. Para voltar a Molino, "nao há maior perigo do que o do > etnocentrismo que nos conduz a distinguir em toda parta uma música > restrita (que corresponde à nossa concepção do fato musical" como > sendo o único tipo de música autêntica e uma área secundária, > complementar que designamos e rejeitamos chamando-a de > interpretação > simbólica ou significação - um tipo de apêndice acrescentado à > música pura sem mudar seu caráter" (1990, p. 114-115 - cito aqui a > tradução para o inglês de 1990, mas o artigo original na "Musique > en Jeu" vol. 17 foi publicado em fr. em 1975!). Por outro lado, Jean > J. Nattiez, que de certo modo levou adiante as colocações de > Molino, > explorou a interação entre as 3 dimensões do fato musical, > demonstrando como o signo musical é um fragmento da experiência > humana, observando que "um signo ou coleção de signos, ao qual um > complexo infinito de interpretantes (outros signos gerados na mente > do > percebedor) está ligado pode ser chamado de forma simbólica" (Music > and Discourse 1990, pág.4). Não se trata exatamente de uma > relação > de causa e efeito, mas de uma relação triangular complexa entre o > signo (no caso da obra musical), o objeto que representa para um ou > vários agentes sociais e os interpretantes que gera na mente de um > percebedor ou de um grupo de ouvintes, podendo o processo de semiose > constituir uma rede ilimitada. Portanto, seguindo essa abordagem, a > própria avaliação crítica da obra pelo musicólogo seria, nessa > abordagem, um interpretante possível e jamais a verdade absoluta, > como desejavam os positivistas. Infelizmente nao tenho tempo de > resumir toda essa teoria que já desde os anos 70, considerou o > entrelaçamento das dimensões poiética (da criação musical), com > a > dimensão da forma simbólica, de seus traços acessíveis através > da experiencia do "percebedor", com a dimensão estésica na qual se > constrói um sentido no curso de um processo de semiose.O diálogo > das > ciências sociais, especialmente a história e a antropologia com a > semiótica e a semiologia tem dado muitos frutos que valeria a pena > acompanhar de perto. Mesmo nos congressos da IASPM-AL, conforme nos > informa Juan Pablo González (Nueva Musicologia y Música popular > Latinoamericana, 2007) essa necessidade de interação e diálogo da > musicologia com outras disciplinas sociais e humanas tem gerado uma > renovação que vem rompendo com o isolamento do discurso analítico > musicológico que tem passado a dialogar com os estudos culturais, > de > gênero, da performance, da nova história, sociologia e > antropologia. > Bem, só para pensarmos nisso coletivamente. um abraço > cordial,Marcus. > > > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) > Faculdades de Música e Comunicação > Universidade Candido Mendes, RJ. > > > Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700 > From: lucianocesar78 em yahoo.com.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > To: ppsalles em usp.br; silvioferrazmello em uol.com.br; > anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br; > m_swolff em hotmail.com > > Prezado Marcus, > > Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de > Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da > classe > trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma > abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto o > pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as pessoas > melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a > avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos na > mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música é > muito mais que isso. > A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a > cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera > cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que se > autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja > importantíssimo entender as relações de poder nos seus > desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse > assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a > avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. Creio > que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda crucial. > Cordial abraço! > > Luciano Morais > > --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff > escreveu: > > De: Marcus S. Wolff > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista ANPPOM" > , "etnomusicologia lista" > > Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10 > > > > > > > Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, > sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément > intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta > de > farta documentação, fontes primárias e secundárias, que > demonstram > o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do > bom > gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras" > (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de > ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador > aproximou-se > do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução > de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a > autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história > política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma > luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", > demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos > interesses de > apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções > cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento de como as > chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do > Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e > políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa > da > Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the > Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para > nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora, A. Comte > delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma > cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a > estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim > as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha > causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como > a arte mais apropriada para se fazer disponível aos > trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e > aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido > pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico > sem > considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? > Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, > sem > pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções > estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir, > seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época > assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na > "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de > suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as > obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a > leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação > de > neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um > musicólogo do > nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff. > > > > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) > Faculdades de Música e Comunicação > Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ. > > > > >> Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 >> From: ppsalles em usp.br >> To: silvioferrazmello em uol.com.br >> CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >> >> Caro Silvio, >> >> foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo >> plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o >> Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de >> âmbito >> nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de >> estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse >> âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser >> analisadas não no > nível da fofoca e de análises superficiais, mas no >> mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o >> contexto >> histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do >> Estado >> Novo e suas implicações. >> >> Forte abraço, Pedro Paulo Salles >> USP >> ...................................... >> >> Citando silvioferrazmello : >> >> > Caro Carlos, >> > >> > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o >> jargão da época. >> > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular >> e >> > sobre qualquer coisa que fosse moderna. >> > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, >> brigava >> > nas ruas... >> > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele >> > gostava que as > inventassem.. >> > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de >> mim" >> > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que >> > proliferassem por variações e mais variações. >> > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das >> blagues, >> > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se >> > encontravam...quem? exatamente quem? >> > >> > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de >> > revista de variedades quando se trata de Villa. >> > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase >> "um >> > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". >> > >> > Lendo a reportagem me perguntei: >> > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha >> > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam > nas mãos >> > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de >> > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as >> > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as >> > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que >> > trabalhavam sob o método Paulo Freire. >> > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca >> escapa >> > de ser ter grandes equívocos. >> > >> > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de >> Villa! E >> > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, >> Guanabarino o >> > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo >> que >> > sua visão pré-republicana não compreendia. >> > >> > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores >> > que davam > cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, >> > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir >> > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, >> escrever >> > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida >> > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática >> > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no >> ginásio >> > (30 anos depois de Villa). >> > >> > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o >> passado >> > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, >> nem >> > teria como ser, ninguém era politicamente correto. >> > >> > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito >> > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? >> > Não é já passada a hora de divulgarmos > trabalhos de peso na análise >> > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do >> que >> > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à >> > distorção desnecessárias? >> > >> > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia >> escrita >> > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, >> e >> > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que >> iluminam >> > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer >> > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. >> > >> > abs >> > Silvio Ferraz >> > >> > >> > >> > >> > >> > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: >> > >> >> via Liliane Kans (FB) >> >> >> >> HISTÓRIA >> >> Villa-Lobos > tinha dias de tirano >> >> >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas >> >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço >> >> >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON >> >> >> >> >> >> HOBBY >> >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa >> (1957) >> >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do >> >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico >> do >> >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor >> >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No >> >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele >> esbanjava >> >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. >> >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que > te >> >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as >> >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o >> chefe >> >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem >> >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo >> com >> >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As >> professoras >> >> revoltadas pelo teu trato'. >> >> >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na >> Biblioteca >> >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, >> >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis >> - >> >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no >> >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam >> documentos >> >> que esclarecem a ação e > a obra do mais celebrado e executado >> >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm >> sendo >> >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de >> >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o >> >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de >> pesquisadores >> >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente >> do >> >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica >> que >> >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular >> >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão >> >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, >> saia >> >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte >> >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus > >> >> interesses particulares. >> >> >> >> Inimigos íntimos >> >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico >> >> >> >> ATAQUES >> >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida >> >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas >> >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, >> louco, >> >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em >> >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de >> batatas. >> >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando >> obteve >> >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e >> pela >> >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles >> >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse > professor de piano e >> >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. >> Fã >> >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado >> por >> >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o >> folclore >> >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes >> >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o >> seu >> >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um >> >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna >> >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a >> >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa >> >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a >> concorrência >> >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o >> que > >> >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua >> música, >> >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino >> inspirou >> >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). >> >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de >> >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o >> >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A >> posteridade não >> >> as levou a sério. #Q# >> >> Reprodução >> >> >> >> HUMILHADAS >> >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma >> carta >> >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos >> >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão >> conta de >> >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava >> ante >> > >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das > alunas >> >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de >> >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse >> >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como >> >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. >> >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de >> seu >> >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados >> de >> >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, >> >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais >> >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um >> escoteiro >> >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, >> então, a >> >> brigar. 'Villa saiu do > pódio furioso e acabou com a bagunça, >> >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, >> que >> >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: >> Vasco >> >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e >> >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos >> depois >> >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira >> vez >> >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com >> o >> >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª >> edição >> >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos >> como >> >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações >> >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que >> a vasta >> >> obra do compositor nunca foi tão > executada e estudada no mundo. São >> >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o >> >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao >> >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou >> >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito >> como >> >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando >> lhe >> >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, >> por >> >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos >> >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' >> >> >> >> PRINCIPAIS OBRAS >> >> >> >> Segundo o gênero >> >> >> >> 6 Óperas >> >> 12 Sinfonias >> >> 13 Peças para violão-solo >> >> 13 Poemas > sinfônicos >> >> 17 Quartetos de corda >> >> 27 Concertos >> >> >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o >> ódio >> >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o >> como >> >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto >> >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os >> >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de >> Vargas. >> >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria >> divulgar >> >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. >> Mas, >> >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' >> >> >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental >> >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site >> > >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. >> >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à >> primeira >> >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo >> >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando >> >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' >> >> >> >> #Q# >> >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' >> >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, >> >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O >> pai, >> >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas >> >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE >> >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo >> >> 1926 ? EM PARIS >> >> Conviveu com músicos de vanguarda como > Edgard Varèse (à esq.) >> >> 1932 ? NO RIO >> >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro >> >> Sílvio Salema (foto de 1952) >> >> 1940 ? MULTIDÃO >> >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob >> direção >> >> do músico (no alto, ao microfone) >> >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO >> >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas >> turnês >> >> pelos Estados Unidos >> >> 1959 ? FINALE >> >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de >> Sopros. >> >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# >> >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às >> vezes, do >> >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os >> >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No >> início > >> >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação >> 'Aquarela do >> >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música >> >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque >> não o >> >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia >> tocado >> >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com >> melodia de >> >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base >> >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta >> da >> >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a >> ser >> >> inocentado só depois da morte. >> >> >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos >> >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois >> anos >> >> pesquisa os > papéis do compositor e se candidata a ser um dos >> >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto >> >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. >> Distinguia a >> >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava >> do >> >> som recreativo.' >> >> >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico >> implementou >> >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros >> anos >> >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico >> em >> >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias >> do >> >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também >> foi >> >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da >> >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de >> normalistas a > >> >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade >> cresceu >> >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa >> que >> >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que >> ele >> >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, >> >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos >> >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo >> conseguiu >> >> bom desempenho', julga. >> >> >> >> >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da >> música >> >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca >> >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' >> >> >> >> HEITOR VILLA-LOBOS, >> >> discurso em 15 de outubro de 1939 >> >> >> > >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que > se >> >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. >> >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o >> >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por >> meio >> >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas >> >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em >> manifestações >> >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não >> visava >> >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma >> >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que >> >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de >> >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei >> bem >> >> que o gosto e a > opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O >> >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas >> >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da >> educação >> >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não >> inexistente, >> >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. >> Ele >> >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que >> >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. >> >> >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio >> >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se >> >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser >> >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena >> de >> >> melodias do compositor - não por > acaso, quase todas escritas no >> >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e >> >> alunos para os estádios. >> >> >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de >> >> Música e Arquivo Sonoro >> >> >> >> >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html >> >> >> >> -- >> >> carlos palombini >> >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- > Um anexo em HTML foi limpo... > URL: > > > > ------------------------------ > > _______________________________________________ > Anppom-l mailing list > Anppom-l em iar.unicamp.br > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > > Fim da Digest Anppom-l, volume 84, assunto 19 > ********************************************* From cpalombini em gmail.com Sat Apr 21 10:24:57 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Sat, 21 Apr 2012 10:24:57 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Funarte premia 40 compositores Message-ID: O resultado acaba de ser divulgado pela FUNARTE, sendo esta a lista dos compositores premiados: Edino Krieger (21 votos) Ronaldo Miranda (20 votos) Guilerme Bauer (18 votos) Roberto Victorio (18 votos) Mario Ficarelli (17 votos) Ricardo Tacuchian (16 votos) Marisa Rezende (16 votos) Pauxy Gentil-Nunes (16 votos) Jorge Antunes (14 votos) Rodolfo Caesar (14 votos) Paulo Costa Lima (13 votos) Marcos Lucas (13 votos) Aylton Escobar (12 votos) Ernani Aguiar (11 votos) João Guilherme Ripper (11 votos) Alexandre Schubert (11 votos) Vania Dantas Leite (10 votos) Marlos Nobre (9 votos) Fernando Cerqueira (9 votos) Caio Senna (9 votos) Flo menezes (9 votos) Wellington Gomes (9 votos) Liduíno Pitombeira (9 votos) Eli-Eri Moura (9 votos) Harry Crowl Jr. (8 votos) Silvio Ferraz (8 votos) Rodrigo Cichelli Velloso (8 votos) Murillo Santos (7 votos) Raul do Valle (7 votos) Eduardo Guimarães Alvares (7 votos) Tim Rescala (7 votos) Jamary Oliveira (6 votos) Luiz Carlos Csëko (6 votos) Tato Taborda (6 votos) Alfredo Barros (6 votos) José Orlando Alves (6 votos) Jocy de Oliveira (5 votos) Agnaldo Ribeiro (5 votos) H. David Korenchendler (5 votos) Denise Garcia (5 votos). http://terramagazine.terra.com.br/blogdopaulocostalima/blog/2012/04/20/funarte-premia-40-compositores-brasileiros/ -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sat Apr 21 12:29:01 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sat, 21 Apr 2012 12:29:01 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) In-Reply-To: <75d94897862bdccb4f86c9977a0c59a3@ufl.edu> References: <75d94897862bdccb4f86c9977a0c59a3@ufl.edu> Message-ID: <6EAF0DC2-8D83-448B-84BF-A34FC4A2B83C@uol.com.br> caro gabriel muito obrigado pela contribuição teu texto é realmente esclarecedor...e merece mais que ser lido "na tela" ser impresso e estudado...para depois podermos adentrar no trabalho mais extenso de tua tese. silvio ferraz On Apr 20, 2012, at 5:52 PM, Ferraz,Gabriel A wrote: > Caros colegas que estão discutindo o "caso" Villa-Lobos, > > Achei muito interessante que a discussão do suposto caráter autoritário de Villa-Lobos acabou tornando-se uma discussão sobre sua participação no governo de Vargas. A meu ver, isso demonstra que esse aspecto da vida de Villa-Lobos ainda precisa ser melhor entendido na literatura. Gostaria de deixar aqui a minha contribuição para essa discussão, já que o Canto Orfeônico de Villa-Lobos foi o tema do meu doutorado na Universidade da Flórida. > > Não estou aqui para fazer propaganda do meu trabalho, nem para resumi-lo, mas gostaria de esclarecer alguns pontos importantes sobre o assunto, tanto em relação ao comprometimento moral do Villa com o regime de Vargas, quanto em relação ao papel da música na formação de identidades pessoais e coletivas (isso requer um longo texto). Depois de analisar centenas de documentos de fonte primária (cartas, programas de concerto, entrevistas, etc), eu não só tenho certeza de que Villa-Lobos doutrinou os escolares na ideologia de Vargas, mas como ele tinha plena consciência do valor político de suas ações. Em um contexto de ditadura nacionalista, seria muita ingenuidade acreditar que Villa-Lobos não tinha consciência do que ele estava fazendo no Brasil (em um contexto mundial, era amplamente divulgado que regimes Fascistas faziam uso da música em concentrações em massa). Na verdade, acreditar nisso seria subestimar a inteligência do compositor e sua habilidade de adaptação à momentos diferentes em sua vida. (L. M. Peppercorn, por exemplo, o chama de camaleão. Apesar do trabalho de Peppercorn sobre Villa-Lobos apresentar diversos problemas, eu concordo plenamente com essa colocação). > > > Em relação à educação musical, acho importante frisar que Villa-Lobos tinha um projeto educacional antes de Vargas tomar o poder, e as metodologias e objetivos do canto orfeônico partiram dele, e não do governo. Desde a Primeira República, o canto orfeônico fazia parte da educação infantil e era muito forte no estado de São Paulo, onde João Gomes Júnior o introduzira por volta de 1912 (Fabiano Lozano também foi importante como organizador de Orfeões em Piracicaba). Villa-Lobos deu continuidade a essa tradição, mas refoçou os elementos de teor nacionalista, patriótico e civicos e disciplina em sua abordagem (toda essa informação pode ser encontrada nos textos que ele escreveu sobre educação musical). Além disso, parte importante de seu método de ensino, eram as chamadas Exortações, que impunham às crianças todos os valores e ideias dos hinos escolares. Também importante (e não investigado na previamente na literatura), é o fato de que ele exortou esses valores para a sociedade do Rio de Janeiro como um todo, por meio do Orfeão de Professores, da Orchestra Villa-Lobos e da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro, que realizavam concertos de natureza nacionalista e patriótica, nos quais os professores exortavam, com orientação de Villa-Lobos, ideias nacionalistas e patrióticas. > > Até aí, não existe o menor problema, uma vez que todos esses elementos (educação, concertos didáticos, composição de obras nacionalistas, etc) são essenciais como parte do projeto de compositores nacionalistas (ver o caso de Grieg, Smetana e Wagner no livro Music Makes the Nation: Nationalist Composers and Nation Building in Nineteenth-Century Europe de Benjamin Curtis). Tudo isso seria, então, bastante normal para Villa-Lobos, que lutava para que o público compreendesse e aceitasse a música brasileira (portanto, também a sua música). Naquela época, entretanto, a idea de conscientização da população sobre quem era o povo brasileiro, bem como a valorização dos elementos nacionais, era um tema frequente na obra de intelectuais (vide Casa grande e Senzala e Raízes do brasil, dentre outros), e de politicos que tinham uma ideologia conectada com o liberalismo, e a busca de brasilidade era um tema comum para ambas classes. > > O grande problema disso tudo é que Vargas implementou uma ditadura, e Villa-Lobos continuou usando seu "sistema" de educação musical para "nacionalizar" as crianças e suas famílias. Ele mesmo fala sobre o papel das crianças como emissárias da ideologia nacionalista, e, inclusive, desenvolveu um sistema de fichas nas quais os pais deveriam relatavam mudanças no comportamento dos filhos. O sistema de fichas existia também nas próprias escolas, que "mediam" mudanças no comportamento dos alunos devido à prática de canto orfeônico (isso envolvia a "medição" de seu patriotismo). O sistema de fichas pode não ser altamente científico em sua concepção, mas revela objetivos bem claros, que vão muito além da educação musical e entram na esfera política. > > A educação, por si só, já é uma ferramenta política. Quando os valores educacionais são impostos em um ambiente de rígida disciplina, como fez Villa-Lobos, a educação torna-se doutrinação (ver o importante livro de Michael W. Apple, Ideology and Curruclum. 3rd ed. New York: RoutledgeFalmer, 2004. Pode-se consultar também, Kazepides, Tasos. ?Programmatic Definitions in Education: The Case of Indoctrination.? In Canadian Journal of Education / Revue canadienne de l?éducation 14, no. 3 (Summer, 1989): 387-396; e Thiessen, Elmer John. ?Initiation, Indoctrination, and Education.? In the Canadian Journal of Education / Revue canadienne de l?éducation vol. 10, no. 3 (Summer, 1985): 229-249; além de muitos outros). Como teorias educacionais demonstraram, o doutrinador realmente acredita naquilo que está transmitindo aos seus pupilos, e não é necessariamente um propagandista. No caso de Villa-Lobos, entretanto, apesar de ele acreditar nos valores nacionalistas e patrióticos que disseminou (e provavelmente o teria feito independentemente do regime político em voga), ele sabia do valor propagandístico de sua obra educacional, não apenas nas grandes Concentrações Orfeônicas, que chegaram a reunir 40.000 crianças no estádio São Januário para cantar hinos patrióticos no Sete de Setembro, mas na rotina semanal da educação musical da criança. Além disso, Villa-Lobos sabia do uso de canto coral em regimes autoritários na Europa Fascista, e como afirmou Arnaldo Contier, ele simpatizava com um Estado forte (não estou, de modo algum, deixando implícito que Villa-Lobos era fascista - o que, até onde se sabe, ele não era - mas que ele sabia do uso da música para promover doutrinas políticas). Dentre outras coisas, Villa-Lobos falou que a arte em geral tinha muito mais poder do que a diplomacia, revelando sua plena consciência do valor político da arte. > > Apesar de haver muita evidência que demonstra o engajamento de Villa-Lobos com o ideário político de Vargas, o compositor negou seu interesse pessoal no regime e alegou que tudo que ele queria era um povo educado e disciplinado. Ora, mas isso não impediu que sua educação musical fosse usada, também, como ferramenta política; e pior, com o seu consentimento, porque ele não era bobo e sabia de tudo que estava acontecendo. Se sua ideologia política não era a mesma de Vargas (o que pode-se especular indefinidamente, uma vez que as pessoas podem manipular seu discurso de acordo com seus interesses - ver Strauss e Orff na Alemanha Nazista, por exemplo), sua educação musical teve desdobramentos políticos que independiam de sua vontade, e ele sabia disso, mas não fez objeção. Portanto, no mínimo, ele não se importava com o uso de seu Canto Orfeônico para fins políticos. Ou se isso teve qualquer importância para ele, não foi suficiente para que ele se opusesse ao uso político da educação musical. > > > Além disso, a música tem um papel muito importante na formação de identidades pessoas e coletivas, o que já foi demonstrado em diversos trabalhos que investiga a semiótica musical (como Nattiez, já citado pelo prof. Wolff, além de Kofi Agawu, e Thomas Turino). Eu utilizei as ideias do excelente artigo do etnomusicólogo Thomas Turino, ?Signs of Imagination, Identity and Experience: A Peircian Semiotic Theory for Music.? Ethnomusicology 43, no.2 (Spring/Summer, 1999): 221-55, como metodologia, e recomendo sua leitura para um entendimento mais científico do poder de comunicação inerente à música. Em suma, Como Turino explica, segundo a teoria de semiótica de Charles Peirce, que ele usa como base para sua própria teoria, o índice (no nosso caso, o signo musical) "refere-se a um signo que está relacionado ao seu objeto por meio de co-ocorrência em uma experiência real [...] o poder dos índices deriva do fato de que as relações signo-objeto são baseadas nas suas co-ocorrências nas experiências de vida das pessoas, portanto, os índices tornam-se intimamente ligados às pessoas através de experiências reais". Aplicando essa formulação à música, podemos entender que valores semânticos são anexados a um evento musical na mente do ouvinte, quando o objeto musical é experimentado em co-ocorrência com outros eventos da ?vida real? do indivíduo. Como Turino afirma: Índices são experimentados como "reais" porque estão enraizados, muitas vezes redundantemente, na experiência de vida das pessoas, como memória, tornando-se uma verdadeira argamassa de suas identidades pessoais e sociais. Quando os índices apresentados são vinculados a formações afetivas relacionadas à vida pessoal e comunitária das pessoas - à família, à infância, à um(a) amante, à experiências de guerra - eles têm forte potencial para criar efeitos emocionais, porque são muitas vezes intuitivamente apreendidos irreflexivamente como "reais" ou como partes 'verdadeiras' das experiências significadas". Com base nesses preceitos teóricos, eu demonstrei que a educação musical promoveu, por meio de seus elementos musicais (ritmo, melodia e harmonia), associados às letras dos hinos e canções exortados por Villa-Lobos e pelos professores, e aos aspectos socializantes da prática musical em grupo, a formação da identidade de crianças primeiramente no Rio de Janeiro, e paulatinamente em outros estados do brasil, que experimentavam, através da música de cunho nacionalista, a mesma ideologia de nação, imaginando-se dessa forma, como uma comunidade homogênea de ?seres nacionais?. (Vale a pena conhecer o conceito de "comunidades imaginadas" de Benedict Anderson, para se entender o papel de "índices" de nacionalidade na formação de uma nação). > > Não por acaso, as Concentrações Orfeônicas tornaram-se um símbolo do regime de Vargas. O próprio Carlos Drummond, que participou desses eventos, afirmou: "A multidão em torno vivia uma emoção brasileira e cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes e ao mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na plenitude de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para muitos não havia outro jeito senão chorar; chorar de pura alegria.? E um outro participante relatou à Cacilda Guimarães Fróes, profa. de Canto Orfeônico: ?A emoção era geral. O espetáculo surpreende pelo imprevisto. Um gesto do Maestro Villa-Lobos, que comandava o espetáculo, ergue-se cantando, aquela imensa massa de crianças, na mais eloquente demonstração de disciplina e civismo. Os corações fremem de entusiasmo e vêem-se lágrimas até nos olhos de gente grande. Nas arquibancadas, os alunos formavam o relevo do quadro. Villa-Lobos o ponto alto, culminante da paisagem. Naquele dia, como em nenhum outro, senti a presença da Pátria. Ela estava ali palpitando na alegria dos escolares, no entusiasmo do povo vibrando conosco?.Volvi, então um olhar para minha bandeira. Nunca me pareceu tão bela, tão imponente em sua majestade.? Nesse ambiente altamente emocional, a música se cristalizava como parte de uma experiência coletiva, na qual patriotismo e nacionalismo funcionavam como "identificadores comuns" entre as pessoas. Nesses eventos (que ocorreram dezenas de vezes durante o ano, em diversas datas comemorativas e celebrações escolares e políticas) a música se tornava, portanto, um índice carregado de forte valor político. > > Dessa forma, o argumento "Maquiavélico" de que Villa-Lobos queria apenas promover música brasileira e educar as crianças, não o isentam de participar e disseminar a ideologia nacionalista do governo, e, dessa forma, contribuir ativamente (e conscientemente) para a doutrinação (sim, a palavra é forte, mas, nesse contexto, é a que define o que ele fez) dos escolares. Se por um lado isso foi bom para a cultura nacional (e também para o maior entendimento e aceitação da música de Villa), por outro, contribuiu enormemente para o regime de Vargas. Essas ideias não são mutuamente exclusivas. > > Isso não diminui o gênio do compositor de forma alguma. O que ele fez pela música brasileira, sua criatividade e sua percepção do momento que o Brasil vivia, não são comprometidos pelo papel político que ele desempenhou. Sua linguagem musical "híbrida" que, como aspecto intrínseco de linguagens nacionalistas, tornaram sua música um veículo de disseminação de elementos "locais" no exterior, ao mesmo tempo em que os apresentava, no Brasil, dentro de uma estética moderna também cultivada na Europa, merecem ser admirados independentemente de seu engajamento com Vargas. A importância de Villa-Lobos para a música no Brasil (e no mundo), portanto, não se abala. > > Mas é importante entender que Villa-Lobos, como todos os outros seres humanos, viveu dentro de contextos sociais, sem os quais a realização de sua obra jamais seria possível. É sob esse prima que devemos investigar o papel verdadeiro de sua obra educacional: dentro de um contexto social e político. Não é também importante entender que em 1930, quando Villa voltou para o Brasil, existia uma grande antipatia por sua música, e nem mesmo os músicos o respeitavam - ver os artigos dobre o Villa em Música Doce Música, de M. de Andrade - e que depois de participar do governo de Vargas, Villa-Lobos tornou-se uma celebridade mundial, mesmo sem ter composto tão ativamente como em períodos anteriores? Como demonstram os programas de concerto executados dentro do seu plano educacional, ele promoveu massivamente sua obra durante o governo Vargas, e isso contribuiu, indelévelmente, para que ele passasse a figurar entre os cânones musicais do Brasil, o que não era verdade quando ele começou seu projeto educacional. Por exemplo, em 1935, ele conseguiu, finalmente, realizar a premiére de seu Uirapuro, cuja composicão iniciou-se em 1917 e findou-se em 1934 (não se sabe exatamente quanto do material foi composto em 1917 e quanto foi "re-estruturado" - como o próprio Villa se refere ao seu trabalho na obra - em 1934). > > Para concluir, em muitos casos, os fatos e suas consequências falam mais verdades do que os compositores, principalmente quando existe política envolvida. Para abordarmos o assunto sob um ponto de vista científico, devemos ouvir esses fatos antes de mais nada, e depois interpretá-los à luz da história. Mas para isso precisamos primeiramente conhecer esses fatos, e, depois, tirarmos o tapa-ouvido. > > Obrigado pela atenção. Espero que o texto (longo, mas necessário, acredito) possa contribuir para uma reflexão científica sobre o assunto e ajudar a desmitificar valores construídos sobre o Villa. Gênio, sim... mas, sobretudo, humano. > > Gabriel Ferraz > > > > > > > > On Fri, 20 Apr 2012 12:12:23 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.br wrote: >> Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para >> anppom-l em iar.unicamp.br >> >> Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou >> corpo da mensagem para >> anppom-l-request em iar.unicamp.br >> >> Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista pelo >> endereço >> anppom-l-owner em iar.unicamp.br >> >> Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será >> mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." >> >> >> Tópicos de Hoje: >> >> 1. I Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira >> (Carlos Palombini) >> 2. Re: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Marcus S. Wolff) >> >> >> ---------------------------------------------------------------------- >> >> Message: 1 >> Date: Wed, 18 Apr 2012 17:40:19 -0300 >> From: Carlos Palombini >> To: anppom-l em iar.unicamp.br, etnomusicologiabr >> , Pesquisadores em Sonologia >> (Música) >> Subject: [ANPPOM-Lista] I Encontro Nacional de Mulheres da Música >> Popular Brasileira >> Message-ID: >> >> Content-Type: text/plain; charset="windows-1252" >> >> Inédita no país, a iniciativa abre um importante espaço de debates, de >> trocas de vivências musicais e de experiências profissionais, analisando o >> mercado e a atual política cultural e tecendo considerações sobre a >> produção feminina na música popular. >> >> Contemplando os espaços acadêmicos e os espaços culturais da cidade de >> Pelotas - o meio urbano e o rural -, a programação, descentralizada, >> pretende a aproximação entre eles, incluindo atividades em espaços >> alternativos como O Templo das Águas. Debates e Rodas de conversa , >> oficinas e wokshops terão espaço na UFPEL, além de shows em diversos >> espaços da cidade. >> >> Pelotas é um centro cultural que vem se destacando, no Rio Grande do Sul, >> por suas atividades musicais. No ano de seu bicentenário, este encontro >> traz ao município vozes importantes da cena cultural brasileira, atraindo >> olhares e ouvidos atentos para a arte e sensibilidade femininas em nossa >> cultura. >> O Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira ? Pelotas/RS >> tem a proposta de se tornar um evento fixo no calendário da cidade e da >> música popular no Brasil. >> >> Para mais informações sobre os shows, oficinas e debates e demais detalhes, >> basta acessar encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br >> Organização: Janete Flores, Isabel Nogueira e Landa Ciccone >> Produção: Circo Sem Lona >> Contato: jamilhaoflores em hotmail.com >> >> Blog do evento: http://encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br/ >> >> http://musicologiafeminista.ning.com/profiles/blogs/i-encontro-nacional-de-mulheres-da-musica-popular-brasileira >> >> -- >> carlos palombini >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> -------------- Próxima Parte ---------- >> Um anexo em HTML foi limpo... >> URL: >> >> >> ------------------------------ >> >> Message: 2 >> Date: Thu, 19 Apr 2012 06:20:52 +0000 >> From: "Marcus S. Wolff" >> To: , etnomusicologia lista >> , lista ANPPOM >> >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >> Message-ID: >> Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1" >> >> >> >> >> Prezado Luciano,gostaria de lembrá-lo que Jean Molino, já em >> meados dos anos 70 escrevendo na "Musique en Jeu", percebia que a >> análise da obra musical e de sua estrutura, isto é, a análise do >> que chamou de "nível neutro" era algo provisório, pois dependente >> dos critérios utilizados, podendo ser superada pela introdução de >> novos critérios ou de novas informações oriundas de outros níveis >> (poiético e estésico). Aqui poderia se incluir também o anedótico, >> ao lado de outros signos que carregam informações sobre a criação >> de uma obra, as reações que causou nos alunos de Villa-Lobos, ou em >> outros setores da sociedade (intelectuais, políticos, etc).Já em seu >> artigo intitulado "O Fato Musical e a Semiologia da Música", Molino >> considerava o "fato musical" como "fato social total", indo muito >> além da análise do fenômeno sonoro em si mesmo. Sim, devo concordar >> que a música seja muito mais do que seu uso pelos regimes ditatoriais >> ou os discursos sobre ela, mas não é possível isolar o que chamamos >> de música sem correr riscos de cair no etnocentrismo e numa grande >> alienação em nome de uma suposta autonomia da arte pouco >> comprovável. Para voltar a Molino, "nao há maior perigo do que o do >> etnocentrismo que nos conduz a distinguir em toda parta uma música >> restrita (que corresponde à nossa concepção do fato musical" como >> sendo o único tipo de música autêntica e uma área secundária, >> complementar que designamos e rejeitamos chamando-a de interpretação >> simbólica ou significação - um tipo de apêndice acrescentado à >> música pura sem mudar seu caráter" (1990, p. 114-115 - cito aqui a >> tradução para o inglês de 1990, mas o artigo original na "Musique >> en Jeu" vol. 17 foi publicado em fr. em 1975!). Por outro lado, Jean >> J. Nattiez, que de certo modo levou adiante as colocações de Molino, >> explorou a interação entre as 3 dimensões do fato musical, >> demonstrando como o signo musical é um fragmento da experiência >> humana, observando que "um signo ou coleção de signos, ao qual um >> complexo infinito de interpretantes (outros signos gerados na mente do >> percebedor) está ligado pode ser chamado de forma simbólica" (Music >> and Discourse 1990, pág.4). Não se trata exatamente de uma relação >> de causa e efeito, mas de uma relação triangular complexa entre o >> signo (no caso da obra musical), o objeto que representa para um ou >> vários agentes sociais e os interpretantes que gera na mente de um >> percebedor ou de um grupo de ouvintes, podendo o processo de semiose >> constituir uma rede ilimitada. Portanto, seguindo essa abordagem, a >> própria avaliação crítica da obra pelo musicólogo seria, nessa >> abordagem, um interpretante possível e jamais a verdade absoluta, >> como desejavam os positivistas. Infelizmente nao tenho tempo de >> resumir toda essa teoria que já desde os anos 70, considerou o >> entrelaçamento das dimensões poiética (da criação musical), com a >> dimensão da forma simbólica, de seus traços acessíveis através >> da experiencia do "percebedor", com a dimensão estésica na qual se >> constrói um sentido no curso de um processo de semiose.O diálogo das >> ciências sociais, especialmente a história e a antropologia com a >> semiótica e a semiologia tem dado muitos frutos que valeria a pena >> acompanhar de perto. Mesmo nos congressos da IASPM-AL, conforme nos >> informa Juan Pablo González (Nueva Musicologia y Música popular >> Latinoamericana, 2007) essa necessidade de interação e diálogo da >> musicologia com outras disciplinas sociais e humanas tem gerado uma >> renovação que vem rompendo com o isolamento do discurso analítico >> musicológico que tem passado a dialogar com os estudos culturais, de >> gênero, da performance, da nova história, sociologia e antropologia. >> Bem, só para pensarmos nisso coletivamente. um abraço >> cordial,Marcus. >> >> >> prof. Dr. Marcus Straubel Wolff >> Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) >> Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) >> Faculdades de Música e Comunicação >> Universidade Candido Mendes, RJ. >> >> >> Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700 >> From: lucianocesar78 em yahoo.com.br >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >> To: ppsalles em usp.br; silvioferrazmello em uol.com.br; >> anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br; >> m_swolff em hotmail.com >> >> Prezado Marcus, >> >> Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de >> Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da classe >> trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma >> abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto o >> pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as pessoas >> melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a >> avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos na >> mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música é >> muito mais que isso. >> A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a >> cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera >> cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que se >> autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja >> importantíssimo entender as relações de poder nos seus >> desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse >> assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a >> avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. Creio >> que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda crucial. >> Cordial abraço! >> >> Luciano Morais >> >> --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff escreveu: >> >> De: Marcus S. Wolff >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >> Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista ANPPOM" >> , "etnomusicologia lista" >> >> Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10 >> >> >> >> >> >> >> Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, >> sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément >> intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta de >> farta documentação, fontes primárias e secundárias, que demonstram >> o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do bom >> gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras" >> (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de >> ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador aproximou-se >> do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução >> de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a >> autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história >> política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma >> luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", >> demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos >> interesses de >> apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções >> cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento de como as >> chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do >> Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e >> políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa da >> Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the >> Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para >> nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora, A. Comte >> delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma >> cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a >> estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim >> as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha >> causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como >> a arte mais apropriada para se fazer disponível aos >> trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e >> aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido >> pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico sem >> considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? >> Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, sem >> pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções >> estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir, >> seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época >> assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na >> "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de >> suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as >> obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a >> leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação de >> neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um >> musicólogo do >> nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff. >> >> >> >> prof. Dr. Marcus Straubel Wolff >> Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) >> Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) >> Faculdades de Música e Comunicação >> Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ. >> >> >> >> >>> Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 >>> From: ppsalles em usp.br >>> To: silvioferrazmello em uol.com.br >>> CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br >>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >>> >>> Caro Silvio, >>> >>> foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo >>> plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o >>> Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de âmbito >>> nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de >>> estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse >>> âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser >>> analisadas não no >> nível da fofoca e de análises superficiais, mas no >>> mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o contexto >>> histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do Estado >>> Novo e suas implicações. >>> >>> Forte abraço, Pedro Paulo Salles >>> USP >>> ...................................... >>> >>> Citando silvioferrazmello : >>> >>> > Caro Carlos, >>> > >>> > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época. >>> > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e >>> > sobre qualquer coisa que fosse moderna. >>> > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava >>> > nas ruas... >>> > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele >>> > gostava que as >> inventassem.. >>> > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim" >>> > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que >>> > proliferassem por variações e mais variações. >>> > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues, >>> > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se >>> > encontravam...quem? exatamente quem? >>> > >>> > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de >>> > revista de variedades quando se trata de Villa. >>> > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um >>> > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". >>> > >>> > Lendo a reportagem me perguntei: >>> > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha >>> > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam >> nas mãos >>> > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de >>> > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as >>> > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as >>> > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que >>> > trabalhavam sob o método Paulo Freire. >>> > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa >>> > de ser ter grandes equívocos. >>> > >>> > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E >>> > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o >>> > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que >>> > sua visão pré-republicana não compreendia. >>> > >>> > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores >>> > que davam >> cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, >>> > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir >>> > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever >>> > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida >>> > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática >>> > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio >>> > (30 anos depois de Villa). >>> > >>> > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado >>> > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem >>> > teria como ser, ninguém era politicamente correto. >>> > >>> > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito >>> > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? >>> > Não é já passada a hora de divulgarmos >> trabalhos de peso na análise >>> > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que >>> > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à >>> > distorção desnecessárias? >>> > >>> > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita >>> > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e >>> > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam >>> > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer >>> > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. >>> > >>> > abs >>> > Silvio Ferraz >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: >>> > >>> >> via Liliane Kans (FB) >>> >> >>> >> HISTÓRIA >>> >> Villa-Lobos >> tinha dias de tirano >>> >> >>> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas >>> >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço >>> >> >>> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON >>> >> >>> >> >>> >> HOBBY >>> >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957) >>> >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do >>> >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do >>> >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor >>> >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No >>> >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava >>> >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. >>> >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que >> te >>> >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as >>> >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe >>> >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem >>> >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com >>> >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras >>> >> revoltadas pelo teu trato'. >>> >> >>> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca >>> >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, >>> >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis - >>> >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no >>> >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos >>> >> que esclarecem a ação e >> a obra do mais celebrado e executado >>> >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo >>> >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de >>> >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o >>> >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores >>> >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do >>> >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que >>> >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular >>> >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão >>> >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia >>> >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte >>> >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus >> >>> >> interesses particulares. >>> >> >>> >> Inimigos íntimos >>> >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico >>> >> >>> >> ATAQUES >>> >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida >>> >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas >>> >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, >>> >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em >>> >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas. >>> >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve >>> >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela >>> >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles >>> >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse >> professor de piano e >>> >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã >>> >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por >>> >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore >>> >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes >>> >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu >>> >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um >>> >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna >>> >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a >>> >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa >>> >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência >>> >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que >> >>> >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, >>> >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou >>> >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). >>> >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de >>> >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o >>> >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não >>> >> as levou a sério. #Q# >>> >> Reprodução >>> >> >>> >> HUMILHADAS >>> >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta >>> >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos >>> >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de >>> >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante >>> >> >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas >>> >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de >>> >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse >>> >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como >>> >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. >>> >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu >>> >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de >>> >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, >>> >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais >>> >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro >>> >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a >>> >> brigar. 'Villa saiu do >> pódio furioso e acabou com a bagunça, >>> >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que >>> >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco >>> >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e >>> >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos depois >>> >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira vez >>> >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com o >>> >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição >>> >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos como >>> >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações >>> >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que a vasta >>> >> obra do compositor nunca foi tão >> executada e estudada no mundo. São >>> >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o >>> >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao >>> >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou >>> >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito como >>> >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe >>> >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por >>> >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos >>> >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' >>> >> >>> >> PRINCIPAIS OBRAS >>> >> >>> >> Segundo o gênero >>> >> >>> >> 6 Óperas >>> >> 12 Sinfonias >>> >> 13 Peças para violão-solo >>> >> 13 Poemas >> sinfônicos >>> >> 17 Quartetos de corda >>> >> 27 Concertos >>> >> >>> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio >>> >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como >>> >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto >>> >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os >>> >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas. >>> >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar >>> >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas, >>> >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' >>> >> >>> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental >>> >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site >>> >> >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. >>> >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira >>> >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo >>> >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando >>> >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' >>> >> >>> >> #Q# >>> >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' >>> >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, >>> >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai, >>> >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas >>> >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE >>> >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo >>> >> 1926 ? EM PARIS >>> >> Conviveu com músicos de vanguarda como >> Edgard Varèse (à esq.) >>> >> 1932 ? NO RIO >>> >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro >>> >> Sílvio Salema (foto de 1952) >>> >> 1940 ? MULTIDÃO >>> >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção >>> >> do músico (no alto, ao microfone) >>> >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO >>> >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês >>> >> pelos Estados Unidos >>> >> 1959 ? FINALE >>> >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros. >>> >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# >>> >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do >>> >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os >>> >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início >> >>> >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do >>> >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música >>> >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o >>> >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado >>> >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de >>> >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base >>> >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da >>> >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser >>> >> inocentado só depois da morte. >>> >> >>> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos >>> >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos >>> >> pesquisa os >> papéis do compositor e se candidata a ser um dos >>> >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto >>> >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a >>> >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do >>> >> som recreativo.' >>> >> >>> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou >>> >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos >>> >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em >>> >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do >>> >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi >>> >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da >>> >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a >> >>> >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu >>> >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que >>> >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele >>> >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, >>> >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos >>> >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu >>> >> bom desempenho', julga. >>> >> >>> >> >>> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música >>> >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca >>> >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' >>> >> >>> >> HEITOR VILLA-LOBOS, >>> >> discurso em 15 de outubro de 1939 >>> >> >>> >> >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se >>> >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. >>> >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o >>> >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio >>> >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas >>> >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações >>> >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava >>> >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma >>> >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que >>> >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de >>> >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem >>> >> que o gosto e a >> opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O >>> >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas >>> >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação >>> >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente, >>> >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. Ele >>> >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que >>> >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. >>> >> >>> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio >>> >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se >>> >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser >>> >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de >>> >> melodias do compositor - não por >> acaso, quase todas escritas no >>> >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e >>> >> alunos para os estádios. >>> >> >>> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de >>> >> Música e Arquivo Sonoro >>> >> >>> >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html >>> >> >>> >> -- >>> >> carlos palombini >>> >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >>> >> ________________________________________________ >>> >> Lista de discussões ANPPOM >>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> >> ________________________________________________ >>> > >>> > >>> >>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >> >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> -------------- Próxima Parte ---------- >> Um anexo em HTML foi limpo... >> URL: >> >> >> ------------------------------ >> >> _______________________________________________ >> Anppom-l mailing list >> Anppom-l em iar.unicamp.br >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> >> Fim da Digest Anppom-l, volume 84, assunto 19 >> ********************************************* > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From paulinyi em yahoo.com Sat Apr 21 21:05:11 2012 From: paulinyi em yahoo.com (Zoltan Paulinyi) Date: Sat, 21 Apr 2012 17:05:11 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] Divulgacao: PhD Scholarship in music-composition for theatre (Irlanda) Message-ID: <1335053111.36773.YahooMailNeo@web110510.mail.gq1.yahoo.com> The following may be of interest:   Seán Ó Riada PhD Scholarship in music-composition for theatre, UCC   Applications are invited (deadline 1 June 2012) for a new three-year PhD scholarship: the Seán Ó Riada PhD Scholarship in music-composition for theatre. Full details are provided at http://www.music.ucc.ie/UCC_O_Riada_PhD_Scholarship_Music_Composition_for_Theatre.pdf _______________________________________ Dr Paul Everett Chair, Graduate Studies Committee (Music) School of Music and Theatre University College Cork -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cassiobarth em gmail.com Sat Apr 21 21:23:45 2012 From: cassiobarth em gmail.com (Cassio Barth) Date: Sat, 21 Apr 2012 19:23:45 -0500 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?F=F3rum_de_M=FAsica_RS_-_quarta-fei?= =?iso-8859-1?q?ra=2C_25_de_abril=2C_19h=2C_Casa_de_Cultura_M=E1rio?= =?iso-8859-1?q?_Quintana?= Message-ID: Para o pessoal do Rio Grande do Sul que lê a lista: http://forumdemusicars.wordpress.com/ Abraço Cássio D. Barth -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rrrr em usp.br Sun Apr 22 02:44:49 2012 From: rrrr em usp.br (Rubens Ricciardi) Date: Sun, 22 Apr 2012 02:44:49 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] RES: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) In-Reply-To: <75d94897862bdccb4f86c9977a0c59a3@ufl.edu> References: <75d94897862bdccb4f86c9977a0c59a3@ufl.edu> Message-ID: <001601cd204b$081d0cd0$18572670$@br> "Nacionalismo é uma teoria política, mesmo em arte. Perigosa para a sociedade, precária como inteligência" - ANDRADE, Mário de. O Banquete. São Paulo: Duas Cidades, 1977, p.60 (original redigido entre 1943 e 1945). -----Mensagem original----- De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] Em nome de Ferraz,Gabriel A Enviada em: sexta-feira, 20 de abril de 2012 17:53 Para: anppom-l em iar.unicamp.br Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) Caros colegas que estão discutindo o "caso" Villa-Lobos, Achei muito interessante que a discussão do suposto caráter autoritário de Villa-Lobos acabou tornando-se uma discussão sobre sua participação no governo de Vargas. A meu ver, isso demonstra que esse aspecto da vida de Villa-Lobos ainda precisa ser melhor entendido na literatura. Gostaria de deixar aqui a minha contribuição para essa discussão, já que o Canto Orfeônico de Villa-Lobos foi o tema do meu doutorado na Universidade da Flórida. Não estou aqui para fazer propaganda do meu trabalho, nem para resumi-lo, mas gostaria de esclarecer alguns pontos importantes sobre o assunto, tanto em relação ao comprometimento moral do Villa com o regime de Vargas, quanto em relação ao papel da música na formação de identidades pessoais e coletivas (isso requer um longo texto). Depois de analisar centenas de documentos de fonte primária (cartas, programas de concerto, entrevistas, etc), eu não só tenho certeza de que Villa-Lobos doutrinou os escolares na ideologia de Vargas, mas como ele tinha plena consciência do valor político de suas ações. Em um contexto de ditadura nacionalista, seria muita ingenuidade acreditar que Villa-Lobos não tinha consciência do que ele estava fazendo no Brasil (em um contexto mundial, era amplamente divulgado que regimes Fascistas faziam uso da música em concentrações em massa). Na verdade, acreditar nisso seria subestimar a inteligência do compositor e sua habilidade de adaptação à momentos diferentes em sua vida. (L. M. Peppercorn, por exemplo, o chama de camaleão. Apesar do trabalho de Peppercorn sobre Villa-Lobos apresentar diversos problemas, eu concordo plenamente com essa colocação). Em relação à educação musical, acho importante frisar que Villa-Lobos tinha um projeto educacional antes de Vargas tomar o poder, e as metodologias e objetivos do canto orfeônico partiram dele, e não do governo. Desde a Primeira República, o canto orfeônico fazia parte da educação infantil e era muito forte no estado de São Paulo, onde João Gomes Júnior o introduzira por volta de 1912 (Fabiano Lozano também foi importante como organizador de Orfeões em Piracicaba). Villa-Lobos deu continuidade a essa tradição, mas refoçou os elementos de teor nacionalista, patriótico e civicos e disciplina em sua abordagem (toda essa informação pode ser encontrada nos textos que ele escreveu sobre educação musical). Além disso, parte importante de seu método de ensino, eram as chamadas Exortações, que impunham às crianças todos os valores e ideias dos hinos escolares. Também importante (e não investigado na previamente na literatura), é o fato de que ele exortou esses valores para a sociedade do Rio de Janeiro como um todo, por meio do Orfeão de Professores, da Orchestra Villa-Lobos e da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro, que realizavam concertos de natureza nacionalista e patriótica, nos quais os professores exortavam, com orientação de Villa-Lobos, ideias nacionalistas e patrióticas. Até aí, não existe o menor problema, uma vez que todos esses elementos (educação, concertos didáticos, composição de obras nacionalistas, etc) são essenciais como parte do projeto de compositores nacionalistas (ver o caso de Grieg, Smetana e Wagner no livro Music Makes the Nation: Nationalist Composers and Nation Building in Nineteenth-Century Europe de Benjamin Curtis). Tudo isso seria, então, bastante normal para Villa-Lobos, que lutava para que o público compreendesse e aceitasse a música brasileira (portanto, também a sua música). Naquela época, entretanto, a idea de conscientização da população sobre quem era o povo brasileiro, bem como a valorização dos elementos nacionais, era um tema frequente na obra de intelectuais (vide Casa grande e Senzala e Raízes do brasil, dentre outros), e de politicos que tinham uma ideologia conectada com o liberalismo, e a busca de brasilidade era um tema comum para ambas classes. O grande problema disso tudo é que Vargas implementou uma ditadura, e Villa-Lobos continuou usando seu "sistema" de educação musical para "nacionalizar" as crianças e suas famílias. Ele mesmo fala sobre o papel das crianças como emissárias da ideologia nacionalista, e, inclusive, desenvolveu um sistema de fichas nas quais os pais deveriam relatavam mudanças no comportamento dos filhos. O sistema de fichas existia também nas próprias escolas, que "mediam" mudanças no comportamento dos alunos devido à prática de canto orfeônico (isso envolvia a "medição" de seu patriotismo). O sistema de fichas pode não ser altamente científico em sua concepção, mas revela objetivos bem claros, que vão muito além da educação musical e entram na esfera política. A educação, por si só, já é uma ferramenta política. Quando os valores educacionais são impostos em um ambiente de rígida disciplina, como fez Villa-Lobos, a educação torna-se doutrinação (ver o importante livro de Michael W. Apple, Ideology and Curruclum. 3rd ed. New York: RoutledgeFalmer, 2004. Pode-se consultar também, Kazepides, Tasos. ?Programmatic Definitions in Education: The Case of Indoctrination.? In Canadian Journal of Education / Revue canadienne de l?éducation 14, no. 3 (Summer, 1989): 387-396; e Thiessen, Elmer John. ?Initiation, Indoctrination, and Education.? In the Canadian Journal of Education / Revue canadienne de l?éducation vol. 10, no. 3 (Summer, 1985): 229-249; além de muitos outros). Como teorias educacionais demonstraram, o doutrinador realmente acredita naquilo que está transmitindo aos seus pupilos, e não é necessariamente um propagandista. No caso de Villa-Lobos, entretanto, apesar de ele acreditar nos valores nacionalistas e patrióticos que disseminou (e provavelmente o teria feito independentemente do regime político em voga), ele sabia do valor propagandístico de sua obra educacional, não apenas nas grandes Concentrações Orfeônicas, que chegaram a reunir 40.000 crianças no estádio São Januário para cantar hinos patrióticos no Sete de Setembro, mas na rotina semanal da educação musical da criança. Além disso, Villa-Lobos sabia do uso de canto coral em regimes autoritários na Europa Fascista, e como afirmou Arnaldo Contier, ele simpatizava com um Estado forte (não estou, de modo algum, deixando implícito que Villa-Lobos era fascista - o que, até onde se sabe, ele não era - mas que ele sabia do uso da música para promover doutrinas políticas). Dentre outras coisas, Villa-Lobos falou que a arte em geral tinha muito mais poder do que a diplomacia, revelando sua plena consciência do valor político da arte. Apesar de haver muita evidência que demonstra o engajamento de Villa-Lobos com o ideário político de Vargas, o compositor negou seu interesse pessoal no regime e alegou que tudo que ele queria era um povo educado e disciplinado. Ora, mas isso não impediu que sua educação musical fosse usada, também, como ferramenta política; e pior, com o seu consentimento, porque ele não era bobo e sabia de tudo que estava acontecendo. Se sua ideologia política não era a mesma de Vargas (o que pode-se especular indefinidamente, uma vez que as pessoas podem manipular seu discurso de acordo com seus interesses - ver Strauss e Orff na Alemanha Nazista, por exemplo), sua educação musical teve desdobramentos políticos que independiam de sua vontade, e ele sabia disso, mas não fez objeção. Portanto, no mínimo, ele não se importava com o uso de seu Canto Orfeônico para fins políticos. Ou se isso teve qualquer importância para ele, não foi suficiente para que ele se opusesse ao uso político da educação musical. Além disso, a música tem um papel muito importante na formação de identidades pessoas e coletivas, o que já foi demonstrado em diversos trabalhos que investiga a semiótica musical (como Nattiez, já citado pelo prof. Wolff, além de Kofi Agawu, e Thomas Turino). Eu utilizei as ideias do excelente artigo do etnomusicólogo Thomas Turino, ?Signs of Imagination, Identity and Experience: A Peircian Semiotic Theory for Music.? Ethnomusicology 43, no.2 (Spring/Summer, 1999): 221-55, como metodologia, e recomendo sua leitura para um entendimento mais científico do poder de comunicação inerente à música. Em suma, Como Turino explica, segundo a teoria de semiótica de Charles Peirce, que ele usa como base para sua própria teoria, o índice (no nosso caso, o signo musical) "refere-se a um signo que está relacionado ao seu objeto por meio de co-ocorrência em uma experiência real [...] o poder dos índices deriva do fato de que as relações signo-objeto são baseadas nas suas co-ocorrências nas experiências de vida das pessoas, portanto, os índices tornam-se intimamente ligados às pessoas através de experiências reais". Aplicando essa formulação à música, podemos entender que valores semânticos são anexados a um evento musical na mente do ouvinte, quando o objeto musical é experimentado em co-ocorrência com outros eventos da ?vida real? do indivíduo. Como Turino afirma: Índices são experimentados como "reais" porque estão enraizados, muitas vezes redundantemente, na experiência de vida das pessoas, como memória, tornando-se uma verdadeira argamassa de suas identidades pessoais e sociais. Quando os índices apresentados são vinculados a formações afetivas relacionadas à vida pessoal e comunitária das pessoas - à família, à infância, à um(a) amante, à experiências de guerra - eles têm forte potencial para criar efeitos emocionais, porque são muitas vezes intuitivamente apreendidos irreflexivamente como "reais" ou como partes 'verdadeiras' das experiências significadas". Com base nesses preceitos teóricos, eu demonstrei que a educação musical promoveu, por meio de seus elementos musicais (ritmo, melodia e harmonia), associados às letras dos hinos e canções exortados por Villa-Lobos e pelos professores, e aos aspectos socializantes da prática musical em grupo, a formação da identidade de crianças primeiramente no Rio de Janeiro, e paulatinamente em outros estados do brasil, que experimentavam, através da música de cunho nacionalista, a mesma ideologia de nação, imaginando-se dessa forma, como uma comunidade homogênea de ?seres nacionais?. (Vale a pena conhecer o conceito de "comunidades imaginadas" de Benedict Anderson, para se entender o papel de "índices" de nacionalidade na formação de uma nação). Não por acaso, as Concentrações Orfeônicas tornaram-se um símbolo do regime de Vargas. O próprio Carlos Drummond, que participou desses eventos, afirmou: "A multidão em torno vivia uma emoção brasileira e cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes e ao mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na plenitude de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para muitos não havia outro jeito senão chorar; chorar de pura alegria.? E um outro participante relatou à Cacilda Guimarães Fróes, profa. de Canto Orfeônico: ?A emoção era geral. O espetáculo surpreende pelo imprevisto. Um gesto do Maestro Villa-Lobos, que comandava o espetáculo, ergue-se cantando, aquela imensa massa de crianças, na mais eloquente demonstração de disciplina e civismo. Os corações fremem de entusiasmo e vêem-se lágrimas até nos olhos de gente grande. Nas arquibancadas, os alunos formavam o relevo do quadro. Villa-Lobos o ponto alto, culminante da paisagem. Naquele dia, como em nenhum outro, senti a presença da Pátria. Ela estava ali palpitando na alegria dos escolares, no entusiasmo do povo vibrando conosco?.Volvi, então um olhar para minha bandeira. Nunca me pareceu tão bela, tão imponente em sua majestade.? Nesse ambiente altamente emocional, a música se cristalizava como parte de uma experiência coletiva, na qual patriotismo e nacionalismo funcionavam como "identificadores comuns" entre as pessoas. Nesses eventos (que ocorreram dezenas de vezes durante o ano, em diversas datas comemorativas e celebrações escolares e políticas) a música se tornava, portanto, um índice carregado de forte valor político. Dessa forma, o argumento "Maquiavélico" de que Villa-Lobos queria apenas promover música brasileira e educar as crianças, não o isentam de participar e disseminar a ideologia nacionalista do governo, e, dessa forma, contribuir ativamente (e conscientemente) para a doutrinação (sim, a palavra é forte, mas, nesse contexto, é a que define o que ele fez) dos escolares. Se por um lado isso foi bom para a cultura nacional (e também para o maior entendimento e aceitação da música de Villa), por outro, contribuiu enormemente para o regime de Vargas. Essas ideias não são mutuamente exclusivas. Isso não diminui o gênio do compositor de forma alguma. O que ele fez pela música brasileira, sua criatividade e sua percepção do momento que o Brasil vivia, não são comprometidos pelo papel político que ele desempenhou. Sua linguagem musical "híbrida" que, como aspecto intrínseco de linguagens nacionalistas, tornaram sua música um veículo de disseminação de elementos "locais" no exterior, ao mesmo tempo em que os apresentava, no Brasil, dentro de uma estética moderna também cultivada na Europa, merecem ser admirados independentemente de seu engajamento com Vargas. A importância de Villa-Lobos para a música no Brasil (e no mundo), portanto, não se abala. Mas é importante entender que Villa-Lobos, como todos os outros seres humanos, viveu dentro de contextos sociais, sem os quais a realização de sua obra jamais seria possível. É sob esse prima que devemos investigar o papel verdadeiro de sua obra educacional: dentro de um contexto social e político. Não é também importante entender que em 1930, quando Villa voltou para o Brasil, existia uma grande antipatia por sua música, e nem mesmo os músicos o respeitavam - ver os artigos dobre o Villa em Música Doce Música, de M. de Andrade - e que depois de participar do governo de Vargas, Villa-Lobos tornou-se uma celebridade mundial, mesmo sem ter composto tão ativamente como em períodos anteriores? Como demonstram os programas de concerto executados dentro do seu plano educacional, ele promoveu massivamente sua obra durante o governo Vargas, e isso contribuiu, indelévelmente, para que ele passasse a figurar entre os cânones musicais do Brasil, o que não era verdade quando ele começou seu projeto educacional. Por exemplo, em 1935, ele conseguiu, finalmente, realizar a premiére de seu Uirapuro, cuja composicão iniciou-se em 1917 e findou-se em 1934 (não se sabe exatamente quanto do material foi composto em 1917 e quanto foi "re-estruturado" - como o próprio Villa se refere ao seu trabalho na obra - em 1934). Para concluir, em muitos casos, os fatos e suas consequências falam mais verdades do que os compositores, principalmente quando existe política envolvida. Para abordarmos o assunto sob um ponto de vista científico, devemos ouvir esses fatos antes de mais nada, e depois interpretá-los à luz da história. Mas para isso precisamos primeiramente conhecer esses fatos, e, depois, tirarmos o tapa-ouvido. Obrigado pela atenção. Espero que o texto (longo, mas necessário, acredito) possa contribuir para uma reflexão científica sobre o assunto e ajudar a desmitificar valores construídos sobre o Villa. Gênio, sim... mas, sobretudo, humano. Gabriel Ferraz On Fri, 20 Apr 2012 12:12:23 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.br wrote: > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para > anppom-l em iar.unicamp.br > > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou > corpo da mensagem para > anppom-l-request em iar.unicamp.br > > Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista > pelo > endereço > anppom-l-owner em iar.unicamp.br > > Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será > mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." > > > Tópicos de Hoje: > > 1. I Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira > (Carlos Palombini) > 2. Re: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Marcus S. Wolff) > > > > ---------------------------------------------------------------------- > > Message: 1 > Date: Wed, 18 Apr 2012 17:40:19 -0300 > From: Carlos Palombini > To: anppom-l em iar.unicamp.br, etnomusicologiabr > , Pesquisadores em Sonologia > (Música) > Subject: [ANPPOM-Lista] I Encontro Nacional de Mulheres da Música > Popular Brasileira > Message-ID: > > Content-Type: text/plain; charset="windows-1252" > > Inédita no país, a iniciativa abre um importante espaço de > debates, de > trocas de vivências musicais e de experiências profissionais, > analisando o > mercado e a atual política cultural e tecendo considerações sobre > a > produção feminina na música popular. > > Contemplando os espaços acadêmicos e os espaços culturais da > cidade de > Pelotas - o meio urbano e o rural -, a programação, > descentralizada, > pretende a aproximação entre eles, incluindo atividades em espaços > alternativos como O Templo das Águas. Debates e Rodas de conversa , > oficinas e wokshops terão espaço na UFPEL, além de shows em > diversos > espaços da cidade. > > Pelotas é um centro cultural que vem se destacando, no Rio Grande do > Sul, > por suas atividades musicais. No ano de seu bicentenário, este > encontro > traz ao município vozes importantes da cena cultural brasileira, > atraindo > olhares e ouvidos atentos para a arte e sensibilidade femininas em > nossa > cultura. > O Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira ? > Pelotas/RS > tem a proposta de se tornar um evento fixo no calendário da cidade e > da > música popular no Brasil. > > Para mais informações sobre os shows, oficinas e debates e demais > detalhes, > basta acessar encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br > Organização: Janete Flores, Isabel Nogueira e Landa Ciccone > Produção: Circo Sem Lona > Contato: jamilhaoflores em hotmail.com > > Blog do evento: http://encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br/ > > > http://musicologiafeminista.ning.com/profiles/blogs/i-encontro-nacional-de-mulheres-da-musica-popular-brasileira > > -- > carlos palombini > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > -------------- Próxima Parte ---------- > Um anexo em HTML foi limpo... > URL: > > > > ------------------------------ > > Message: 2 > Date: Thu, 19 Apr 2012 06:20:52 +0000 > From: "Marcus S. Wolff" > To: , etnomusicologia lista > , lista ANPPOM > > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > Message-ID: > Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1" > > > > > Prezado Luciano,gostaria de lembrá-lo que Jean Molino, já em > meados dos anos 70 escrevendo na "Musique en Jeu", percebia que a > análise da obra musical e de sua estrutura, isto é, a análise do > que chamou de "nível neutro" era algo provisório, pois dependente > dos critérios utilizados, podendo ser superada pela introdução de > novos critérios ou de novas informações oriundas de outros níveis > (poiético e estésico). Aqui poderia se incluir também o > anedótico, > ao lado de outros signos que carregam informações sobre a criação > de uma obra, as reações que causou nos alunos de Villa-Lobos, ou em > outros setores da sociedade (intelectuais, políticos, etc).Já em > seu > artigo intitulado "O Fato Musical e a Semiologia da Música", Molino > considerava o "fato musical" como "fato social total", indo muito > além da análise do fenômeno sonoro em si mesmo. Sim, devo > concordar > que a música seja muito mais do que seu uso pelos regimes > ditatoriais > ou os discursos sobre ela, mas não é possível isolar o que > chamamos > de música sem correr riscos de cair no etnocentrismo e numa grande > alienação em nome de uma suposta autonomia da arte pouco > comprovável. Para voltar a Molino, "nao há maior perigo do que o do > etnocentrismo que nos conduz a distinguir em toda parta uma música > restrita (que corresponde à nossa concepção do fato musical" como > sendo o único tipo de música autêntica e uma área secundária, > complementar que designamos e rejeitamos chamando-a de > interpretação > simbólica ou significação - um tipo de apêndice acrescentado à > música pura sem mudar seu caráter" (1990, p. 114-115 - cito aqui a > tradução para o inglês de 1990, mas o artigo original na "Musique > en Jeu" vol. 17 foi publicado em fr. em 1975!). Por outro lado, Jean > J. Nattiez, que de certo modo levou adiante as colocações de > Molino, > explorou a interação entre as 3 dimensões do fato musical, > demonstrando como o signo musical é um fragmento da experiência > humana, observando que "um signo ou coleção de signos, ao qual um > complexo infinito de interpretantes (outros signos gerados na mente > do > percebedor) está ligado pode ser chamado de forma simbólica" (Music > and Discourse 1990, pág.4). Não se trata exatamente de uma > relação > de causa e efeito, mas de uma relação triangular complexa entre o > signo (no caso da obra musical), o objeto que representa para um ou > vários agentes sociais e os interpretantes que gera na mente de um > percebedor ou de um grupo de ouvintes, podendo o processo de semiose > constituir uma rede ilimitada. Portanto, seguindo essa abordagem, a > própria avaliação crítica da obra pelo musicólogo seria, nessa > abordagem, um interpretante possível e jamais a verdade absoluta, > como desejavam os positivistas. Infelizmente nao tenho tempo de > resumir toda essa teoria que já desde os anos 70, considerou o > entrelaçamento das dimensões poiética (da criação musical), com > a > dimensão da forma simbólica, de seus traços acessíveis através > da experiencia do "percebedor", com a dimensão estésica na qual se > constrói um sentido no curso de um processo de semiose.O diálogo > das > ciências sociais, especialmente a história e a antropologia com a > semiótica e a semiologia tem dado muitos frutos que valeria a pena > acompanhar de perto. Mesmo nos congressos da IASPM-AL, conforme nos > informa Juan Pablo González (Nueva Musicologia y Música popular > Latinoamericana, 2007) essa necessidade de interação e diálogo da > musicologia com outras disciplinas sociais e humanas tem gerado uma > renovação que vem rompendo com o isolamento do discurso analítico > musicológico que tem passado a dialogar com os estudos culturais, > de > gênero, da performance, da nova história, sociologia e > antropologia. > Bem, só para pensarmos nisso coletivamente. um abraço > cordial,Marcus. > > > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) > Faculdades de Música e Comunicação > Universidade Candido Mendes, RJ. > > > Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700 > From: lucianocesar78 em yahoo.com.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > To: ppsalles em usp.br; silvioferrazmello em uol.com.br; > anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br; > m_swolff em hotmail.com > > Prezado Marcus, > > Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de > Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da > classe > trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma > abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto o > pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as pessoas > melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a > avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos na > mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música é > muito mais que isso. > A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a > cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera > cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que se > autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja > importantíssimo entender as relações de poder nos seus > desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse > assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a > avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. Creio > que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda crucial. > Cordial abraço! > > Luciano Morais > > --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff > escreveu: > > De: Marcus S. Wolff > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista ANPPOM" > , "etnomusicologia lista" > > Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10 > > > > > > > Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, > sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément > intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta > de > farta documentação, fontes primárias e secundárias, que > demonstram > o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do > bom > gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras" > (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de > ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador > aproximou-se > do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução > de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a > autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história > política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma > luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", > demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos > interesses de > apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções > cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento de como as > chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do > Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e > políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa > da > Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the > Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para > nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora, A. Comte > delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma > cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a > estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim > as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha > causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como > a arte mais apropriada para se fazer disponível aos > trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e > aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido > pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico > sem > considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? > Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, > sem > pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções > estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir, > seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época > assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na > "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de > suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as > obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a > leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação > de > neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um > musicólogo do > nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff. > > > > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) > Faculdades de Música e Comunicação > Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ. > > > > >> Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 >> From: ppsalles em usp.br >> To: silvioferrazmello em uol.com.br >> CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >> >> Caro Silvio, >> >> foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo >> plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o >> Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de >> âmbito >> nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de >> estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse >> âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser >> analisadas não no > nível da fofoca e de análises superficiais, mas no >> mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o >> contexto >> histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do >> Estado >> Novo e suas implicações. >> >> Forte abraço, Pedro Paulo Salles >> USP >> ...................................... >> >> Citando silvioferrazmello : >> >> > Caro Carlos, >> > >> > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o >> jargão da época. >> > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular >> e >> > sobre qualquer coisa que fosse moderna. >> > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, >> brigava >> > nas ruas... >> > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele >> > gostava que as > inventassem.. >> > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de >> mim" >> > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que >> > proliferassem por variações e mais variações. >> > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das >> blagues, >> > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se >> > encontravam...quem? exatamente quem? >> > >> > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de >> > revista de variedades quando se trata de Villa. >> > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase >> "um >> > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". >> > >> > Lendo a reportagem me perguntei: >> > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha >> > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam > nas mãos >> > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de >> > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as >> > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as >> > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que >> > trabalhavam sob o método Paulo Freire. >> > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca >> escapa >> > de ser ter grandes equívocos. >> > >> > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de >> Villa! E >> > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, >> Guanabarino o >> > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo >> que >> > sua visão pré-republicana não compreendia. >> > >> > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores >> > que davam > cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, >> > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir >> > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, >> escrever >> > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida >> > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática >> > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no >> ginásio >> > (30 anos depois de Villa). >> > >> > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o >> passado >> > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, >> nem >> > teria como ser, ninguém era politicamente correto. >> > >> > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito >> > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? >> > Não é já passada a hora de divulgarmos > trabalhos de peso na análise >> > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do >> que >> > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à >> > distorção desnecessárias? >> > >> > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia >> escrita >> > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, >> e >> > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que >> iluminam >> > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer >> > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. >> > >> > abs >> > Silvio Ferraz >> > >> > >> > >> > >> > >> > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: >> > >> >> via Liliane Kans (FB) >> >> >> >> HISTÓRIA >> >> Villa-Lobos > tinha dias de tirano >> >> >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas >> >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço >> >> >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON >> >> >> >> >> >> HOBBY >> >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa >> (1957) >> >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do >> >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico >> do >> >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor >> >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No >> >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele >> esbanjava >> >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. >> >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que > te >> >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as >> >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o >> chefe >> >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem >> >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo >> com >> >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As >> professoras >> >> revoltadas pelo teu trato'. >> >> >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na >> Biblioteca >> >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, >> >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis >> - >> >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no >> >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam >> documentos >> >> que esclarecem a ação e > a obra do mais celebrado e executado >> >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm >> sendo >> >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de >> >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o >> >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de >> pesquisadores >> >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente >> do >> >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica >> que >> >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular >> >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão >> >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, >> saia >> >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte >> >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus > >> >> interesses particulares. >> >> >> >> Inimigos íntimos >> >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico >> >> >> >> ATAQUES >> >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida >> >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas >> >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, >> louco, >> >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em >> >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de >> batatas. >> >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando >> obteve >> >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e >> pela >> >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles >> >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse > professor de piano e >> >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. >> Fã >> >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado >> por >> >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o >> folclore >> >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes >> >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o >> seu >> >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um >> >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna >> >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a >> >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa >> >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a >> concorrência >> >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o >> que > >> >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua >> música, >> >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino >> inspirou >> >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). >> >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de >> >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o >> >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A >> posteridade não >> >> as levou a sério. #Q# >> >> Reprodução >> >> >> >> HUMILHADAS >> >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma >> carta >> >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos >> >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão >> conta de >> >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava >> ante >> > >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das > alunas >> >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de >> >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse >> >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como >> >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. >> >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de >> seu >> >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados >> de >> >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, >> >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais >> >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um >> escoteiro >> >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, >> então, a >> >> brigar. 'Villa saiu do > pódio furioso e acabou com a bagunça, >> >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, >> que >> >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: >> Vasco >> >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e >> >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos >> depois >> >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira >> vez >> >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com >> o >> >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª >> edição >> >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos >> como >> >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações >> >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que >> a vasta >> >> obra do compositor nunca foi tão > executada e estudada no mundo. São >> >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o >> >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao >> >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou >> >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito >> como >> >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando >> lhe >> >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, >> por >> >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos >> >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' >> >> >> >> PRINCIPAIS OBRAS >> >> >> >> Segundo o gênero >> >> >> >> 6 Óperas >> >> 12 Sinfonias >> >> 13 Peças para violão-solo >> >> 13 Poemas > sinfônicos >> >> 17 Quartetos de corda >> >> 27 Concertos >> >> >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o >> ódio >> >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o >> como >> >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto >> >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os >> >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de >> Vargas. >> >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria >> divulgar >> >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. >> Mas, >> >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' >> >> >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental >> >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site >> > >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. >> >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à >> primeira >> >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo >> >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando >> >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' >> >> >> >> #Q# >> >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' >> >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, >> >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O >> pai, >> >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas >> >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE >> >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo >> >> 1926 ? EM PARIS >> >> Conviveu com músicos de vanguarda como > Edgard Varèse (à esq.) >> >> 1932 ? NO RIO >> >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro >> >> Sílvio Salema (foto de 1952) >> >> 1940 ? MULTIDÃO >> >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob >> direção >> >> do músico (no alto, ao microfone) >> >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO >> >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas >> turnês >> >> pelos Estados Unidos >> >> 1959 ? FINALE >> >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de >> Sopros. >> >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# >> >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às >> vezes, do >> >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os >> >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No >> início > >> >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação >> 'Aquarela do >> >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música >> >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque >> não o >> >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia >> tocado >> >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com >> melodia de >> >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base >> >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta >> da >> >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a >> ser >> >> inocentado só depois da morte. >> >> >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos >> >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois >> anos >> >> pesquisa os > papéis do compositor e se candidata a ser um dos >> >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto >> >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. >> Distinguia a >> >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava >> do >> >> som recreativo.' >> >> >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico >> implementou >> >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros >> anos >> >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico >> em >> >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias >> do >> >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também >> foi >> >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da >> >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de >> normalistas a > >> >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade >> cresceu >> >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa >> que >> >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que >> ele >> >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, >> >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos >> >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo >> conseguiu >> >> bom desempenho', julga. >> >> >> >> >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da >> música >> >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca >> >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' >> >> >> >> HEITOR VILLA-LOBOS, >> >> discurso em 15 de outubro de 1939 >> >> >> > >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que > se >> >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. >> >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o >> >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por >> meio >> >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas >> >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em >> manifestações >> >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não >> visava >> >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma >> >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que >> >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de >> >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei >> bem >> >> que o gosto e a > opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O >> >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas >> >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da >> educação >> >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não >> inexistente, >> >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. >> Ele >> >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que >> >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. >> >> >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio >> >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se >> >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser >> >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena >> de >> >> melodias do compositor - não por > acaso, quase todas escritas no >> >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e >> >> alunos para os estádios. >> >> >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de >> >> Música e Arquivo Sonoro >> >> >> >> >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html >> >> >> >> -- >> >> carlos palombini >> >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- > Um anexo em HTML foi limpo... > URL: > > > > ------------------------------ > > _______________________________________________ > Anppom-l mailing list > Anppom-l em iar.unicamp.br > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > > Fim da Digest Anppom-l, volume 84, assunto 19 > ********************************************* ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ From ines.rocha2006 em hotmail.com Sun Apr 22 20:27:23 2012 From: ines.rocha2006 em hotmail.com (=?iso-8859-1?B?SW7qcyBSb2NoYQ==?=) Date: Sun, 22 Apr 2012 20:27:23 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Lan=E7amento_de_livro?= Message-ID: Prezados colegas, Envio convite para o lançamento de meu livro, fruto de tese de doutorado, no dia 4 de maio, Museu da República, de 18:00 às 22:00hs. Às 19:00hs haverá um Recital de Piano com obras de Liddy Mignone, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez e Villa-Lobos. Abraço, Inês -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Canções de Amigo.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 334402 bytes Descrição: não disponível URL: From m_swolff em hotmail.com Sun Apr 22 23:20:56 2012 From: m_swolff em hotmail.com (Marcus S. Wolff) Date: Mon, 23 Apr 2012 02:20:56 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) In-Reply-To: <75d94897862bdccb4f86c9977a0c59a3@ufl.edu> References: , <75d94897862bdccb4f86c9977a0c59a3@ufl.edu> Message-ID: Olá Gabriel,sua tese parece ser mesmo muito interessante. Em relação ao papel da música na formação de identidades pessoais e coletivas também tenho seguido os passos de T. Turino, pois o modo como ele utiliza a teoria geral dos signos de Peirce e analisa os signos musicais possibilita uma compreensão da especificidade das linguagens musicais e da dança nos processos de constituição de identidades. Escrevi um artigo recentemente sobre isso para o último congresso da ABET (WOLFF, Marcus S. "Dos Signos Musicais aos Signos de Identidade: uma abordagem semiótica do processo de construção de identidades". In: Anais do V Encontro Nacional da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ENABET), Belém, maio de 2011. Disponível em: E sua tese, está disponível on-line? Considerando que alguns educadores musicais ainda querem utilizar a metodologia dos cantos orfeônicos nos dias de hoje, seria ótimo se sua tese fosse publicada em português, lida e debatida também nos congressos da ABEM. Agradeço sua contribuição. um abraço,Marcus. prof. Dr. Marcus Straubel Wolff Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) Faculdades de Música e Comunicação Universidade Candido Mendes, RJ. > Date: Fri, 20 Apr 2012 16:52:59 -0400 > From: gabrielferraz em ufl.edu > To: anppom-l em iar.unicamp.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) > > Caros colegas que estão discutindo o "caso" Villa-Lobos, > > Achei muito interessante que a discussão do suposto caráter > autoritário de Villa-Lobos acabou tornando-se uma discussão sobre sua > participação no governo de Vargas. A meu ver, isso demonstra que esse > aspecto da vida de Villa-Lobos ainda precisa ser melhor entendido na > literatura. Gostaria de deixar aqui a minha contribuição para essa > discussão, já que o Canto Orfeônico de Villa-Lobos foi o tema do meu > doutorado na Universidade da Flórida. > > Não estou aqui para fazer propaganda do meu trabalho, nem para > resumi-lo, mas gostaria de esclarecer alguns pontos importantes sobre o > assunto, tanto em relação ao comprometimento moral do Villa com o > regime de Vargas, quanto em relação ao papel da música na formação > de identidades pessoais e coletivas (isso requer um longo texto). Depois > de analisar centenas de documentos de fonte primária (cartas, programas > de concerto, entrevistas, etc), eu não só tenho certeza de que > Villa-Lobos doutrinou os escolares na ideologia de Vargas, mas como ele > tinha plena consciência do valor político de suas ações. Em um > contexto de ditadura nacionalista, seria muita ingenuidade acreditar que > Villa-Lobos não tinha consciência do que ele estava fazendo no Brasil > (em um contexto mundial, era amplamente divulgado que regimes Fascistas > faziam uso da música em concentrações em massa). Na verdade, > acreditar nisso seria subestimar a inteligência do compositor e sua > habilidade de adaptação à momentos diferentes em sua vida. (L. M. > Peppercorn, por exemplo, o chama de camaleão. Apesar do trabalho de > Peppercorn sobre Villa-Lobos apresentar diversos problemas, eu concordo > plenamente com essa colocação). > > > Em relação à educação musical, acho importante frisar que > Villa-Lobos tinha um projeto educacional antes de Vargas tomar o poder, > e as metodologias e objetivos do canto orfeônico partiram dele, e não > do governo. Desde a Primeira República, o canto orfeônico fazia parte > da educação infantil e era muito forte no estado de São Paulo, onde > João Gomes Júnior o introduzira por volta de 1912 (Fabiano Lozano > também foi importante como organizador de Orfeões em Piracicaba). > Villa-Lobos deu continuidade a essa tradição, mas refoçou os > elementos de teor nacionalista, patriótico e civicos e disciplina em > sua abordagem (toda essa informação pode ser encontrada nos textos que > ele escreveu sobre educação musical). Além disso, parte importante de > seu método de ensino, eram as chamadas Exortações, que impunham às > crianças todos os valores e ideias dos hinos escolares. Também > importante (e não investigado na previamente na literatura), é o fato > de que ele exortou esses valores para a sociedade do Rio de Janeiro como > um todo, por meio do Orfeão de Professores, da Orchestra Villa-Lobos e > da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro, que realizavam concertos de > natureza nacionalista e patriótica, nos quais os professores exortavam, > com orientação de Villa-Lobos, ideias nacionalistas e patrióticas. > > Até aí, não existe o menor problema, uma vez que todos esses > elementos (educação, concertos didáticos, composição de obras > nacionalistas, etc) são essenciais como parte do projeto de > compositores nacionalistas (ver o caso de Grieg, Smetana e Wagner no > livro Music Makes the Nation: Nationalist Composers and Nation Building > in Nineteenth-Century Europe de Benjamin Curtis). Tudo isso seria, > então, bastante normal para Villa-Lobos, que lutava para que o público > compreendesse e aceitasse a música brasileira (portanto, também a sua > música). Naquela época, entretanto, a idea de conscientização da > população sobre quem era o povo brasileiro, bem como a valorização > dos elementos nacionais, era um tema frequente na obra de intelectuais > (vide Casa grande e Senzala e Raízes do brasil, dentre outros), e de > politicos que tinham uma ideologia conectada com o liberalismo, e a > busca de brasilidade era um tema comum para ambas classes. > > O grande problema disso tudo é que Vargas implementou uma ditadura, e > Villa-Lobos continuou usando seu "sistema" de educação musical para > "nacionalizar" as crianças e suas famílias. Ele mesmo fala sobre o > papel das crianças como emissárias da ideologia nacionalista, e, > inclusive, desenvolveu um sistema de fichas nas quais os pais deveriam > relatavam mudanças no comportamento dos filhos. O sistema de fichas > existia também nas próprias escolas, que "mediam" mudanças no > comportamento dos alunos devido à prática de canto orfeônico (isso > envolvia a "medição" de seu patriotismo). O sistema de fichas pode > não ser altamente científico em sua concepção, mas revela objetivos > bem claros, que vão muito além da educação musical e entram na > esfera política. > > A educação, por si só, já é uma ferramenta política. Quando os > valores educacionais são impostos em um ambiente de rígida disciplina, > como fez Villa-Lobos, a educação torna-se doutrinação (ver o > importante livro de Michael W. Apple, Ideology and Curruclum. 3rd ed. > New York: RoutledgeFalmer, 2004. Pode-se consultar também, Kazepides, > Tasos. ?Programmatic Definitions in Education: The Case of > Indoctrination.? In Canadian Journal of Education / Revue canadienne > de l?éducation 14, no. 3 (Summer, 1989): 387-396; e Thiessen, Elmer > John. ?Initiation, Indoctrination, and Education.? In the Canadian > Journal of Education / Revue canadienne de l?éducation vol. 10, no. 3 > (Summer, 1985): 229-249; além de muitos outros). Como teorias > educacionais demonstraram, o doutrinador realmente acredita naquilo que > está transmitindo aos seus pupilos, e não é necessariamente um > propagandista. No caso de Villa-Lobos, entretanto, apesar de ele > acreditar nos valores nacionalistas e patrióticos que disseminou (e > provavelmente o teria feito independentemente do regime político em > voga), ele sabia do valor propagandístico de sua obra educacional, não > apenas nas grandes Concentrações Orfeônicas, que chegaram a reunir > 40.000 crianças no estádio São Januário para cantar hinos > patrióticos no Sete de Setembro, mas na rotina semanal da educação > musical da criança. Além disso, Villa-Lobos sabia do uso de canto > coral em regimes autoritários na Europa Fascista, e como afirmou > Arnaldo Contier, ele simpatizava com um Estado forte (não estou, de > modo algum, deixando implícito que Villa-Lobos era fascista - o que, > até onde se sabe, ele não era - mas que ele sabia do uso da música > para promover doutrinas políticas). Dentre outras coisas, Villa-Lobos > falou que a arte em geral tinha muito mais poder do que a diplomacia, > revelando sua plena consciência do valor político da arte. > > Apesar de haver muita evidência que demonstra o engajamento de > Villa-Lobos com o ideário político de Vargas, o compositor negou seu > interesse pessoal no regime e alegou que tudo que ele queria era um povo > educado e disciplinado. Ora, mas isso não impediu que sua educação > musical fosse usada, também, como ferramenta política; e pior, com o > seu consentimento, porque ele não era bobo e sabia de tudo que estava > acontecendo. Se sua ideologia política não era a mesma de Vargas (o > que pode-se especular indefinidamente, uma vez que as pessoas podem > manipular seu discurso de acordo com seus interesses - ver Strauss e > Orff na Alemanha Nazista, por exemplo), sua educação musical teve > desdobramentos políticos que independiam de sua vontade, e ele sabia > disso, mas não fez objeção. Portanto, no mínimo, ele não se > importava com o uso de seu Canto Orfeônico para fins políticos. Ou se > isso teve qualquer importância para ele, não foi suficiente para que > ele se opusesse ao uso político da educação musical. > > > Além disso, a música tem um papel muito importante na formação de > identidades pessoas e coletivas, o que já foi demonstrado em diversos > trabalhos que investiga a semiótica musical (como Nattiez, já citado > pelo prof. Wolff, além de Kofi Agawu, e Thomas Turino). Eu utilizei as > ideias do excelente artigo do etnomusicólogo Thomas Turino, ?Signs of > Imagination, Identity and Experience: A Peircian Semiotic Theory for > Music.? Ethnomusicology 43, no.2 (Spring/Summer, 1999): 221-55, como > metodologia, e recomendo sua leitura para um entendimento mais > científico do poder de comunicação inerente à música. Em suma, Como > Turino explica, segundo a teoria de semiótica de Charles Peirce, que > ele usa como base para sua própria teoria, o índice (no nosso caso, o > signo musical) "refere-se a um signo que está relacionado ao seu objeto > por meio de co-ocorrência em uma experiência real [...] o poder dos > índices deriva do fato de que as relações signo-objeto são baseadas > nas suas co-ocorrências nas experiências de vida das pessoas, > portanto, os índices tornam-se intimamente ligados às pessoas através > de experiências reais". Aplicando essa formulação à música, podemos > entender que valores semânticos são anexados a um evento musical na > mente do ouvinte, quando o objeto musical é experimentado em > co-ocorrência com outros eventos da ?vida real? do indivíduo. Como > Turino afirma: Índices são experimentados como "reais" porque estão > enraizados, muitas vezes redundantemente, na experiência de vida das > pessoas, como memória, tornando-se uma verdadeira argamassa de suas > identidades pessoais e sociais. Quando os índices apresentados são > vinculados a formações afetivas relacionadas à vida pessoal e > comunitária das pessoas - à família, à infância, à um(a) amante, > à experiências de guerra - eles têm forte potencial para criar > efeitos emocionais, porque são muitas vezes intuitivamente apreendidos > irreflexivamente como "reais" ou como partes 'verdadeiras' das > experiências significadas". Com base nesses preceitos teóricos, eu > demonstrei que a educação musical promoveu, por meio de seus elementos > musicais (ritmo, melodia e harmonia), associados às letras dos hinos e > canções exortados por Villa-Lobos e pelos professores, e aos aspectos > socializantes da prática musical em grupo, a formação da identidade > de crianças primeiramente no Rio de Janeiro, e paulatinamente em outros > estados do brasil, que experimentavam, através da música de cunho > nacionalista, a mesma ideologia de nação, imaginando-se dessa forma, > como uma comunidade homogênea de ?seres nacionais?. (Vale a pena > conhecer o conceito de "comunidades imaginadas" de Benedict Anderson, > para se entender o papel de "índices" de nacionalidade na formação de > uma nação). > > Não por acaso, as Concentrações Orfeônicas tornaram-se um símbolo > do regime de Vargas. O próprio Carlos Drummond, que participou desses > eventos, afirmou: "A multidão em torno vivia uma emoção brasileira e > cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes e ao > mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na plenitude > de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para > muitos não havia outro jeito senão chorar; chorar de pura alegria.? > E um outro participante relatou à Cacilda Guimarães Fróes, profa. de > Canto Orfeônico: ?A emoção era geral. O espetáculo surpreende pelo > imprevisto. Um gesto do Maestro Villa-Lobos, que comandava o > espetáculo, ergue-se cantando, aquela imensa massa de crianças, na > mais eloquente demonstração de disciplina e civismo. Os corações > fremem de entusiasmo e vêem-se lágrimas até nos olhos de gente > grande. Nas arquibancadas, os alunos formavam o relevo do quadro. > Villa-Lobos o ponto alto, culminante da paisagem. Naquele dia, como em > nenhum outro, senti a presença da Pátria. Ela estava ali palpitando na > alegria dos escolares, no entusiasmo do povo vibrando conosco?.Volvi, > então um olhar para minha bandeira. Nunca me pareceu tão bela, tão > imponente em sua majestade.? Nesse ambiente altamente emocional, a > música se cristalizava como parte de uma experiência coletiva, na qual > patriotismo e nacionalismo funcionavam como "identificadores comuns" > entre as pessoas. Nesses eventos (que ocorreram dezenas de vezes durante > o ano, em diversas datas comemorativas e celebrações escolares e > políticas) a música se tornava, portanto, um índice carregado de > forte valor político. > > Dessa forma, o argumento "Maquiavélico" de que Villa-Lobos queria > apenas promover música brasileira e educar as crianças, não o isentam > de participar e disseminar a ideologia nacionalista do governo, e, dessa > forma, contribuir ativamente (e conscientemente) para a doutrinação > (sim, a palavra é forte, mas, nesse contexto, é a que define o que ele > fez) dos escolares. Se por um lado isso foi bom para a cultura nacional > (e também para o maior entendimento e aceitação da música de Villa), > por outro, contribuiu enormemente para o regime de Vargas. Essas ideias > não são mutuamente exclusivas. > > Isso não diminui o gênio do compositor de forma alguma. O que ele fez > pela música brasileira, sua criatividade e sua percepção do momento > que o Brasil vivia, não são comprometidos pelo papel político que ele > desempenhou. Sua linguagem musical "híbrida" que, como aspecto > intrínseco de linguagens nacionalistas, tornaram sua música um > veículo de disseminação de elementos "locais" no exterior, ao mesmo > tempo em que os apresentava, no Brasil, dentro de uma estética moderna > também cultivada na Europa, merecem ser admirados independentemente de > seu engajamento com Vargas. A importância de Villa-Lobos para a música > no Brasil (e no mundo), portanto, não se abala. > > Mas é importante entender que Villa-Lobos, como todos os outros seres > humanos, viveu dentro de contextos sociais, sem os quais a realização > de sua obra jamais seria possível. É sob esse prima que devemos > investigar o papel verdadeiro de sua obra educacional: dentro de um > contexto social e político. Não é também importante entender que em > 1930, quando Villa voltou para o Brasil, existia uma grande antipatia > por sua música, e nem mesmo os músicos o respeitavam - ver os artigos > dobre o Villa em Música Doce Música, de M. de Andrade - e que depois > de participar do governo de Vargas, Villa-Lobos tornou-se uma > celebridade mundial, mesmo sem ter composto tão ativamente como em > períodos anteriores? Como demonstram os programas de concerto > executados dentro do seu plano educacional, ele promoveu massivamente > sua obra durante o governo Vargas, e isso contribuiu, indelévelmente, > para que ele passasse a figurar entre os cânones musicais do Brasil, o > que não era verdade quando ele começou seu projeto educacional. Por > exemplo, em 1935, ele conseguiu, finalmente, realizar a premiére de seu > Uirapuro, cuja composicão iniciou-se em 1917 e findou-se em 1934 (não > se sabe exatamente quanto do material foi composto em 1917 e quanto foi > "re-estruturado" - como o próprio Villa se refere ao seu trabalho na > obra - em 1934). > > Para concluir, em muitos casos, os fatos e suas consequências falam > mais verdades do que os compositores, principalmente quando existe > política envolvida. Para abordarmos o assunto sob um ponto de vista > científico, devemos ouvir esses fatos antes de mais nada, e depois > interpretá-los à luz da história. Mas para isso precisamos > primeiramente conhecer esses fatos, e, depois, tirarmos o tapa-ouvido. > > Obrigado pela atenção. Espero que o texto (longo, mas necessário, > acredito) possa contribuir para uma reflexão científica sobre o > assunto e ajudar a desmitificar valores construídos sobre o Villa. > Gênio, sim... mas, sobretudo, humano. > > Gabriel Ferraz > > > > > > > > On Fri, 20 Apr 2012 12:12:23 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.br > wrote: > > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para > > anppom-l em iar.unicamp.br > > > > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou > > corpo da mensagem para > > anppom-l-request em iar.unicamp.br > > > > Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista > > pelo > > endereço > > anppom-l-owner em iar.unicamp.br > > > > Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será > > mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." > > > > > > Tópicos de Hoje: > > > > 1. I Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira > > (Carlos Palombini) > > 2. Re: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Marcus S. Wolff) > > > > > > > > ---------------------------------------------------------------------- > > > > Message: 1 > > Date: Wed, 18 Apr 2012 17:40:19 -0300 > > From: Carlos Palombini > > To: anppom-l em iar.unicamp.br, etnomusicologiabr > > , Pesquisadores em Sonologia > > (Música) > > Subject: [ANPPOM-Lista] I Encontro Nacional de Mulheres da Música > > Popular Brasileira > > Message-ID: > > > > Content-Type: text/plain; charset="windows-1252" > > > > Inédita no país, a iniciativa abre um importante espaço de > > debates, de > > trocas de vivências musicais e de experiências profissionais, > > analisando o > > mercado e a atual política cultural e tecendo considerações sobre > > a > > produção feminina na música popular. > > > > Contemplando os espaços acadêmicos e os espaços culturais da > > cidade de > > Pelotas - o meio urbano e o rural -, a programação, > > descentralizada, > > pretende a aproximação entre eles, incluindo atividades em espaços > > alternativos como O Templo das Águas. Debates e Rodas de conversa , > > oficinas e wokshops terão espaço na UFPEL, além de shows em > > diversos > > espaços da cidade. > > > > Pelotas é um centro cultural que vem se destacando, no Rio Grande do > > Sul, > > por suas atividades musicais. No ano de seu bicentenário, este > > encontro > > traz ao município vozes importantes da cena cultural brasileira, > > atraindo > > olhares e ouvidos atentos para a arte e sensibilidade femininas em > > nossa > > cultura. > > O Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira ? > > Pelotas/RS > > tem a proposta de se tornar um evento fixo no calendário da cidade e > > da > > música popular no Brasil. > > > > Para mais informações sobre os shows, oficinas e debates e demais > > detalhes, > > basta acessar encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br > > Organização: Janete Flores, Isabel Nogueira e Landa Ciccone > > Produção: Circo Sem Lona > > Contato: jamilhaoflores em hotmail.com > > > > Blog do evento: http://encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br/ > > > > > > http://musicologiafeminista.ning.com/profiles/blogs/i-encontro-nacional-de-mulheres-da-musica-popular-brasileira > > > > -- > > carlos palombini > > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > > -------------- Próxima Parte ---------- > > Um anexo em HTML foi limpo... > > URL: > > > > > > > > ------------------------------ > > > > Message: 2 > > Date: Thu, 19 Apr 2012 06:20:52 +0000 > > From: "Marcus S. Wolff" > > To: , etnomusicologia lista > > , lista ANPPOM > > > > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > > Message-ID: > > Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1" > > > > > > > > > > Prezado Luciano,gostaria de lembrá-lo que Jean Molino, já em > > meados dos anos 70 escrevendo na "Musique en Jeu", percebia que a > > análise da obra musical e de sua estrutura, isto é, a análise do > > que chamou de "nível neutro" era algo provisório, pois dependente > > dos critérios utilizados, podendo ser superada pela introdução de > > novos critérios ou de novas informações oriundas de outros níveis > > (poiético e estésico). Aqui poderia se incluir também o > > anedótico, > > ao lado de outros signos que carregam informações sobre a criação > > de uma obra, as reações que causou nos alunos de Villa-Lobos, ou em > > outros setores da sociedade (intelectuais, políticos, etc).Já em > > seu > > artigo intitulado "O Fato Musical e a Semiologia da Música", Molino > > considerava o "fato musical" como "fato social total", indo muito > > além da análise do fenômeno sonoro em si mesmo. Sim, devo > > concordar > > que a música seja muito mais do que seu uso pelos regimes > > ditatoriais > > ou os discursos sobre ela, mas não é possível isolar o que > > chamamos > > de música sem correr riscos de cair no etnocentrismo e numa grande > > alienação em nome de uma suposta autonomia da arte pouco > > comprovável. Para voltar a Molino, "nao há maior perigo do que o do > > etnocentrismo que nos conduz a distinguir em toda parta uma música > > restrita (que corresponde à nossa concepção do fato musical" como > > sendo o único tipo de música autêntica e uma área secundária, > > complementar que designamos e rejeitamos chamando-a de > > interpretação > > simbólica ou significação - um tipo de apêndice acrescentado à > > música pura sem mudar seu caráter" (1990, p. 114-115 - cito aqui a > > tradução para o inglês de 1990, mas o artigo original na "Musique > > en Jeu" vol. 17 foi publicado em fr. em 1975!). Por outro lado, Jean > > J. Nattiez, que de certo modo levou adiante as colocações de > > Molino, > > explorou a interação entre as 3 dimensões do fato musical, > > demonstrando como o signo musical é um fragmento da experiência > > humana, observando que "um signo ou coleção de signos, ao qual um > > complexo infinito de interpretantes (outros signos gerados na mente > > do > > percebedor) está ligado pode ser chamado de forma simbólica" (Music > > and Discourse 1990, pág.4). Não se trata exatamente de uma > > relação > > de causa e efeito, mas de uma relação triangular complexa entre o > > signo (no caso da obra musical), o objeto que representa para um ou > > vários agentes sociais e os interpretantes que gera na mente de um > > percebedor ou de um grupo de ouvintes, podendo o processo de semiose > > constituir uma rede ilimitada. Portanto, seguindo essa abordagem, a > > própria avaliação crítica da obra pelo musicólogo seria, nessa > > abordagem, um interpretante possível e jamais a verdade absoluta, > > como desejavam os positivistas. Infelizmente nao tenho tempo de > > resumir toda essa teoria que já desde os anos 70, considerou o > > entrelaçamento das dimensões poiética (da criação musical), com > > a > > dimensão da forma simbólica, de seus traços acessíveis através > > da experiencia do "percebedor", com a dimensão estésica na qual se > > constrói um sentido no curso de um processo de semiose.O diálogo > > das > > ciências sociais, especialmente a história e a antropologia com a > > semiótica e a semiologia tem dado muitos frutos que valeria a pena > > acompanhar de perto. Mesmo nos congressos da IASPM-AL, conforme nos > > informa Juan Pablo González (Nueva Musicologia y Música popular > > Latinoamericana, 2007) essa necessidade de interação e diálogo da > > musicologia com outras disciplinas sociais e humanas tem gerado uma > > renovação que vem rompendo com o isolamento do discurso analítico > > musicológico que tem passado a dialogar com os estudos culturais, > > de > > gênero, da performance, da nova história, sociologia e > > antropologia. > > Bem, só para pensarmos nisso coletivamente. um abraço > > cordial,Marcus. > > > > > > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff > > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) > > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) > > Faculdades de Música e Comunicação > > Universidade Candido Mendes, RJ. > > > > > > Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700 > > From: lucianocesar78 em yahoo.com.br > > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > > To: ppsalles em usp.br; silvioferrazmello em uol.com.br; > > anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br; > > m_swolff em hotmail.com > > > > Prezado Marcus, > > > > Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de > > Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da > > classe > > trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma > > abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto o > > pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as pessoas > > melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a > > avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos na > > mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música é > > muito mais que isso. > > A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a > > cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera > > cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que se > > autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja > > importantíssimo entender as relações de poder nos seus > > desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse > > assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a > > avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. Creio > > que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda crucial. > > Cordial abraço! > > > > Luciano Morais > > > > --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff > > escreveu: > > > > De: Marcus S. Wolff > > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > > Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista ANPPOM" > > , "etnomusicologia lista" > > > > Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10 > > > > > > > > > > > > > > Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, > > sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément > > intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta > > de > > farta documentação, fontes primárias e secundárias, que > > demonstram > > o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do > > bom > > gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras" > > (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de > > ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador > > aproximou-se > > do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução > > de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a > > autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história > > política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma > > luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", > > demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos > > interesses de > > apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções > > cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento de como as > > chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do > > Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e > > políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa > > da > > Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the > > Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para > > nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora, A. Comte > > delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma > > cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a > > estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim > > as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha > > causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como > > a arte mais apropriada para se fazer disponível aos > > trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e > > aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido > > pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico > > sem > > considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? > > Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, > > sem > > pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções > > estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir, > > seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época > > assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na > > "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de > > suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as > > obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a > > leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação > > de > > neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um > > musicólogo do > > nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff. > > > > > > > > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff > > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) > > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) > > Faculdades de Música e Comunicação > > Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ. > > > > > > > > > >> Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 > >> From: ppsalles em usp.br > >> To: silvioferrazmello em uol.com.br > >> CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br > >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > >> > >> Caro Silvio, > >> > >> foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo > >> plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o > >> Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de > >> âmbito > >> nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de > >> estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse > >> âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser > >> analisadas não no > > nível da fofoca e de análises superficiais, mas no > >> mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o > >> contexto > >> histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do > >> Estado > >> Novo e suas implicações. > >> > >> Forte abraço, Pedro Paulo Salles > >> USP > >> ...................................... > >> > >> Citando silvioferrazmello : > >> > >> > Caro Carlos, > >> > > >> > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o > >> jargão da época. > >> > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular > >> e > >> > sobre qualquer coisa que fosse moderna. > >> > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, > >> brigava > >> > nas ruas... > >> > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele > >> > gostava que as > > inventassem.. > >> > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de > >> mim" > >> > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que > >> > proliferassem por variações e mais variações. > >> > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das > >> blagues, > >> > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se > >> > encontravam...quem? exatamente quem? > >> > > >> > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de > >> > revista de variedades quando se trata de Villa. > >> > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase > >> "um > >> > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". > >> > > >> > Lendo a reportagem me perguntei: > >> > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha > >> > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam > > nas mãos > >> > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de > >> > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as > >> > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as > >> > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que > >> > trabalhavam sob o método Paulo Freire. > >> > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca > >> escapa > >> > de ser ter grandes equívocos. > >> > > >> > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de > >> Villa! E > >> > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, > >> Guanabarino o > >> > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo > >> que > >> > sua visão pré-republicana não compreendia. > >> > > >> > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores > >> > que davam > > cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, > >> > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir > >> > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, > >> escrever > >> > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida > >> > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática > >> > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no > >> ginásio > >> > (30 anos depois de Villa). > >> > > >> > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o > >> passado > >> > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, > >> nem > >> > teria como ser, ninguém era politicamente correto. > >> > > >> > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito > >> > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? > >> > Não é já passada a hora de divulgarmos > > trabalhos de peso na análise > >> > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do > >> que > >> > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à > >> > distorção desnecessárias? > >> > > >> > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia > >> escrita > >> > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, > >> e > >> > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que > >> iluminam > >> > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer > >> > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. > >> > > >> > abs > >> > Silvio Ferraz > >> > > >> > > >> > > >> > > >> > > >> > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: > >> > > >> >> via Liliane Kans (FB) > >> >> > >> >> HISTÓRIA > >> >> Villa-Lobos > > tinha dias de tirano > >> >> > >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas > >> >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço > >> >> > >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON > >> >> > >> >> > >> >> HOBBY > >> >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa > >> (1957) > >> >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do > >> >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico > >> do > >> >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor > >> >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No > >> >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele > >> esbanjava > >> >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. > >> >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que > > te > >> >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as > >> >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o > >> chefe > >> >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem > >> >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo > >> com > >> >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As > >> professoras > >> >> revoltadas pelo teu trato'. > >> >> > >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na > >> Biblioteca > >> >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, > >> >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis > >> - > >> >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no > >> >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam > >> documentos > >> >> que esclarecem a ação e > > a obra do mais celebrado e executado > >> >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm > >> sendo > >> >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de > >> >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o > >> >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de > >> pesquisadores > >> >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente > >> do > >> >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica > >> que > >> >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular > >> >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão > >> >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, > >> saia > >> >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte > >> >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus > > > >> >> interesses particulares. > >> >> > >> >> Inimigos íntimos > >> >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico > >> >> > >> >> ATAQUES > >> >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida > >> >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas > >> >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, > >> louco, > >> >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em > >> >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de > >> batatas. > >> >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando > >> obteve > >> >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e > >> pela > >> >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles > >> >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse > > professor de piano e > >> >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. > >> Fã > >> >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado > >> por > >> >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o > >> folclore > >> >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes > >> >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o > >> seu > >> >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um > >> >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna > >> >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a > >> >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa > >> >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a > >> concorrência > >> >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o > >> que > > > >> >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua > >> música, > >> >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino > >> inspirou > >> >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). > >> >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de > >> >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o > >> >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A > >> posteridade não > >> >> as levou a sério. #Q# > >> >> Reprodução > >> >> > >> >> HUMILHADAS > >> >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma > >> carta > >> >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos > >> >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão > >> conta de > >> >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava > >> ante > >> > > >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das > > alunas > >> >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de > >> >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse > >> >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como > >> >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. > >> >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de > >> seu > >> >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados > >> de > >> >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, > >> >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais > >> >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um > >> escoteiro > >> >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, > >> então, a > >> >> brigar. 'Villa saiu do > > pódio furioso e acabou com a bagunça, > >> >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, > >> que > >> >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: > >> Vasco > >> >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e > >> >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos > >> depois > >> >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira > >> vez > >> >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com > >> o > >> >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª > >> edição > >> >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos > >> como > >> >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações > >> >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que > >> a vasta > >> >> obra do compositor nunca foi tão > > executada e estudada no mundo. São > >> >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o > >> >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao > >> >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou > >> >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito > >> como > >> >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando > >> lhe > >> >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, > >> por > >> >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos > >> >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' > >> >> > >> >> PRINCIPAIS OBRAS > >> >> > >> >> Segundo o gênero > >> >> > >> >> 6 Óperas > >> >> 12 Sinfonias > >> >> 13 Peças para violão-solo > >> >> 13 Poemas > > sinfônicos > >> >> 17 Quartetos de corda > >> >> 27 Concertos > >> >> > >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o > >> ódio > >> >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o > >> como > >> >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto > >> >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os > >> >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de > >> Vargas. > >> >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria > >> divulgar > >> >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. > >> Mas, > >> >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' > >> >> > >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental > >> >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site > >> > > >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. > >> >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à > >> primeira > >> >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo > >> >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando > >> >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' > >> >> > >> >> #Q# > >> >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' > >> >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, > >> >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O > >> pai, > >> >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas > >> >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE > >> >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo > >> >> 1926 ? EM PARIS > >> >> Conviveu com músicos de vanguarda como > > Edgard Varèse (à esq.) > >> >> 1932 ? NO RIO > >> >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro > >> >> Sílvio Salema (foto de 1952) > >> >> 1940 ? MULTIDÃO > >> >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob > >> direção > >> >> do músico (no alto, ao microfone) > >> >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO > >> >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas > >> turnês > >> >> pelos Estados Unidos > >> >> 1959 ? FINALE > >> >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de > >> Sopros. > >> >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# > >> >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às > >> vezes, do > >> >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os > >> >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No > >> início > > > >> >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação > >> 'Aquarela do > >> >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música > >> >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque > >> não o > >> >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia > >> tocado > >> >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com > >> melodia de > >> >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base > >> >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta > >> da > >> >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a > >> ser > >> >> inocentado só depois da morte. > >> >> > >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos > >> >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois > >> anos > >> >> pesquisa os > > papéis do compositor e se candidata a ser um dos > >> >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto > >> >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. > >> Distinguia a > >> >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava > >> do > >> >> som recreativo.' > >> >> > >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico > >> implementou > >> >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros > >> anos > >> >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico > >> em > >> >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias > >> do > >> >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também > >> foi > >> >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da > >> >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de > >> normalistas a > > > >> >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade > >> cresceu > >> >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa > >> que > >> >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que > >> ele > >> >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, > >> >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos > >> >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo > >> conseguiu > >> >> bom desempenho', julga. > >> >> > >> >> > >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da > >> música > >> >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca > >> >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' > >> >> > >> >> HEITOR VILLA-LOBOS, > >> >> discurso em 15 de outubro de 1939 > >> >> > >> > > >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que > > se > >> >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. > >> >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o > >> >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por > >> meio > >> >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas > >> >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em > >> manifestações > >> >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não > >> visava > >> >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma > >> >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que > >> >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de > >> >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei > >> bem > >> >> que o gosto e a > > opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O > >> >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas > >> >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da > >> educação > >> >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não > >> inexistente, > >> >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. > >> Ele > >> >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que > >> >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. > >> >> > >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio > >> >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se > >> >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser > >> >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena > >> de > >> >> melodias do compositor - não por > > acaso, quase todas escritas no > >> >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e > >> >> alunos para os estádios. > >> >> > >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de > >> >> Música e Arquivo Sonoro > >> >> > >> >> > >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html > >> >> > >> >> -- > >> >> carlos palombini > >> >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > >> >> ________________________________________________ > >> >> Lista de discussões ANPPOM > >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> >> ________________________________________________ > >> > > >> > > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > > > -----Anexo incorporado----- > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > -------------- Próxima Parte ---------- > > Um anexo em HTML foi limpo... > > URL: > > > > > > > > ------------------------------ > > > > _______________________________________________ > > Anppom-l mailing list > > Anppom-l em iar.unicamp.br > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > > > > > Fim da Digest Anppom-l, volume 84, assunto 19 > > ********************************************* > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lenamonteiro em gmail.com Mon Apr 23 00:47:13 2012 From: lenamonteiro em gmail.com (lena) Date: Sun, 22 Apr 2012 23:47:13 -0400 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Lan=E7amento_de_livro?= In-Reply-To: References: Message-ID: Parabéns Ines! Muito sucesso! beijos lena Em 22 de abril de 2012 19:27, Inês Rocha escreveu: > > Prezados colegas, > > Envio convite para o lançamento de meu livro, fruto de tese de > doutorado, no dia 4 de maio, Museu da República, de 18:00 às 22:00hs. Às > 19:00hs haverá um Recital de Piano com obras de Liddy Mignone, Francisco > Mignone, Lorenzo Fernandez e Villa-Lobos. > Abraço, > Inês > ** > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -- ** ** *1 613 797-1386* *skype:monteirolena* http://facebook.com/lenamonteirobressan -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From gabrielferraz em ufl.edu Mon Apr 23 02:47:18 2012 From: gabrielferraz em ufl.edu (Ferraz,Gabriel A) Date: Mon, 23 Apr 2012 01:47:18 -0400 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) In-Reply-To: References: Message-ID: <34e8ad692ef8d33ab1a33b4775c2e55b@ufl.edu> Fico muito feliz que meu texto suscitou interesse e reflexão nos participantes da lista. Relendo o texto, eu verifiquei alguns erros de português, pelos quais me desculpo aqui. Fico contente, entretanto, que eles não tenham prejudicado o entendimento das ideias. Para quem estiver interessado em ler a dissertação inteira, ela estará online muito em breve. Assim que o link estiver disponível eu o postarei aqui. Apenas como um apêndice nesse assunto, gostaria de deixar aqui uma citação do ensaio A Música Nacionalista no Governo Getúlio Vargas, que certamente eliminará qualquer dúvida que ainda se possa ter a respeito da consciência de Villa-Lobos sobre o papel da sua música na formação dos escolares: ?Entoando as canções e os hinos comemorativos da Pátria, na celebração dos heróis nacionais, a infância brasileira vai se impregnando aos poucos dêsse espírito de brasilidade que no futuro deverá marcar tôdas as suas ações e todos os seus pensamentos, e adquire, sem dúvida, uma consciência musical autenticamente brasileira. E as gerações novas, tocadas por esse sopro renovador e dinamogênico, colocarão acima de todos os interesses humanos o símbolo sagrado da Pátria.? (pg. 12) Muito bom para a música brasileira, mas também muito bom para Vargas, não? Um abraço a todos, Gabriel Ferraz On Mon, 23 Apr 2012 00:42:46 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.br wrote: > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para > anppom-l em iar.unicamp.br > > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou > corpo da mensagem para > anppom-l-request em iar.unicamp.br > > Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista > pelo > endereço > anppom-l-owner em iar.unicamp.br > > Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será > mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." > > > Tópicos de Hoje: > > 1. Re: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) > (Marcus S. Wolff) > > > > ---------------------------------------------------------------------- > > Message: 1 > Date: Mon, 23 Apr 2012 02:20:56 +0000 > From: "Marcus S. Wolff" > To: , lista ANPPOM > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano > (Gabriel Ferraz) > Message-ID: > Content-Type: text/plain; charset="windows-1252" > > > > Olá Gabriel,sua tese parece ser mesmo muito interessante. Em > relação ao papel da música na formação de identidades pessoais e > coletivas também tenho seguido os passos de T. Turino, pois o modo > como ele utiliza a teoria geral dos signos de Peirce e analisa os > signos musicais possibilita uma compreensão da especificidade das > linguagens musicais e da dança nos processos de constituição de > identidades. Escrevi um artigo recentemente sobre isso para o último > congresso da ABET (WOLFF, Marcus S. > "Dos Signos Musicais aos Signos de Identidade: uma abordagem > semiótica do > processo de construção de identidades". In: Anais do V Encontro > Nacional > da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ENABET), Belém, maio > de 2011. > Disponível em: > > E sua tese, > está disponível on-line? Considerando que alguns educadores > musicais > ainda querem utilizar a metodologia dos cantos orfeônicos nos dias > de > hoje, seria ótimo se sua tese fosse publicada em português, lida e > debatida também nos congressos da ABEM. Agradeço sua > contribuição. > um abraço,Marcus. > > > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) > Faculdades de Música e Comunicação > Universidade Candido Mendes, RJ. > > > > >> Date: Fri, 20 Apr 2012 16:52:59 -0400 >> From: gabrielferraz em ufl.edu >> To: anppom-l em iar.unicamp.br >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >> (Gabriel Ferraz) >> >> Caros colegas que estão discutindo o "caso" Villa-Lobos, >> >> Achei muito interessante que a discussão do suposto caráter >> autoritário de Villa-Lobos acabou tornando-se uma discussão sobre >> sua >> participação no governo de Vargas. A meu ver, isso demonstra que >> esse >> aspecto da vida de Villa-Lobos ainda precisa ser melhor entendido na >> literatura. Gostaria de deixar aqui a minha contribuição para essa >> discussão, já que o Canto Orfeônico de Villa-Lobos foi o tema do >> meu >> doutorado na Universidade da Flórida. >> >> Não estou aqui para fazer propaganda do meu trabalho, nem para >> resumi-lo, mas gostaria de esclarecer alguns pontos importantes >> sobre o >> assunto, tanto em relação ao comprometimento moral do Villa com o >> regime de Vargas, quanto em relação ao papel da música na >> formação >> de identidades pessoais e coletivas (isso requer um longo texto). >> Depois >> de analisar centenas de documentos de fonte primária (cartas, >> programas >> de concerto, entrevistas, etc), eu não só tenho certeza de que >> Villa-Lobos doutrinou os escolares na ideologia de Vargas, mas como >> ele >> tinha plena consciência do valor político de suas ações. Em um >> contexto de ditadura nacionalista, seria muita ingenuidade acreditar >> que >> Villa-Lobos não tinha consciência do que ele estava fazendo no >> Brasil >> (em um contexto mundial, era amplamente divulgado que regimes >> Fascistas >> faziam uso da música em concentrações em massa). Na verdade, >> acreditar nisso seria subestimar a inteligência do compositor e sua >> habilidade de adaptação à momentos diferentes em sua vida. (L. M. >> Peppercorn, por exemplo, o chama de camaleão. Apesar do trabalho de >> Peppercorn sobre Villa-Lobos apresentar diversos problemas, eu >> concordo >> plenamente com essa colocação). >> >> >> Em relação à educação musical, acho importante frisar que >> Villa-Lobos tinha um projeto educacional antes de Vargas tomar o >> poder, >> e as metodologias e objetivos do canto orfeônico partiram dele, e >> não >> do governo. Desde a Primeira República, o canto orfeônico fazia >> parte >> da educação infantil e era muito forte no estado de São Paulo, >> onde >> João Gomes Júnior o introduzira por volta de 1912 (Fabiano Lozano >> também foi importante como organizador de Orfeões em Piracicaba). >> Villa-Lobos deu continuidade a essa tradição, mas refoçou os >> elementos de teor nacionalista, patriótico e civicos e disciplina >> em >> sua abordagem (toda essa informação pode ser encontrada nos textos >> que >> ele escreveu sobre educação musical). Além disso, parte >> importante de >> seu método de ensino, eram as chamadas Exortações, que impunham >> às >> crianças todos os valores e ideias dos hinos escolares. Também >> importante (e não investigado na previamente na literatura), é o >> fato >> de que ele exortou esses valores para a sociedade do Rio de Janeiro >> como >> um todo, por meio do Orfeão de Professores, da Orchestra >> Villa-Lobos e >> da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro, que realizavam concertos >> de >> natureza nacionalista e patriótica, nos quais os professores >> exortavam, >> com orientação de Villa-Lobos, ideias nacionalistas e >> patrióticas. >> >> Até aí, não existe o menor problema, uma vez que todos esses >> elementos (educação, concertos didáticos, composição de obras >> nacionalistas, etc) são essenciais como parte do projeto de >> compositores nacionalistas (ver o caso de Grieg, Smetana e Wagner no >> livro Music Makes the Nation: Nationalist Composers and Nation >> Building >> in Nineteenth-Century Europe de Benjamin Curtis). Tudo isso seria, >> então, bastante normal para Villa-Lobos, que lutava para que o >> público >> compreendesse e aceitasse a música brasileira (portanto, também a >> sua >> música). Naquela época, entretanto, a idea de conscientização da >> população sobre quem era o povo brasileiro, bem como a >> valorização >> dos elementos nacionais, era um tema frequente na obra de >> intelectuais >> (vide Casa grande e Senzala e Raízes do brasil, dentre outros), e >> de >> politicos que tinham uma ideologia conectada com o liberalismo, e a >> busca de brasilidade era um tema comum para ambas classes. >> >> O grande problema disso tudo é que Vargas implementou uma ditadura, >> e >> Villa-Lobos continuou usando seu "sistema" de educação musical >> para >> "nacionalizar" as crianças e suas famílias. Ele mesmo fala sobre o >> papel das crianças como emissárias da ideologia nacionalista, e, >> inclusive, desenvolveu um sistema de fichas nas quais os pais >> deveriam >> relatavam mudanças no comportamento dos filhos. O sistema de fichas >> existia também nas próprias escolas, que "mediam" mudanças no >> comportamento dos alunos devido à prática de canto orfeônico >> (isso >> envolvia a "medição" de seu patriotismo). O sistema de fichas pode >> não ser altamente científico em sua concepção, mas revela >> objetivos >> bem claros, que vão muito além da educação musical e entram na >> esfera política. >> >> A educação, por si só, já é uma ferramenta política. Quando os >> valores educacionais são impostos em um ambiente de rígida >> disciplina, >> como fez Villa-Lobos, a educação torna-se doutrinação (ver o >> importante livro de Michael W. Apple, Ideology and Curruclum. 3rd >> ed. >> New York: RoutledgeFalmer, 2004. Pode-se consultar também, >> Kazepides, >> Tasos. ?Programmatic Definitions in Education: The Case of >> Indoctrination.? In Canadian Journal of Education / Revue canadienne >> de l?éducation 14, no. 3 (Summer, 1989): 387-396; e Thiessen, Elmer >> John. ?Initiation, Indoctrination, and Education.? In the Canadian >> Journal of Education / Revue canadienne de l?éducation vol. 10, no. >> 3 >> (Summer, 1985): 229-249; além de muitos outros). Como teorias >> educacionais demonstraram, o doutrinador realmente acredita naquilo >> que >> está transmitindo aos seus pupilos, e não é necessariamente um >> propagandista. No caso de Villa-Lobos, entretanto, apesar de ele >> acreditar nos valores nacionalistas e patrióticos que disseminou (e >> provavelmente o teria feito independentemente do regime político em >> voga), ele sabia do valor propagandístico de sua obra educacional, >> não >> apenas nas grandes Concentrações Orfeônicas, que chegaram a >> reunir >> 40.000 crianças no estádio São Januário para cantar hinos >> patrióticos no Sete de Setembro, mas na rotina semanal da >> educação >> musical da criança. Além disso, Villa-Lobos sabia do uso de canto >> coral em regimes autoritários na Europa Fascista, e como afirmou >> Arnaldo Contier, ele simpatizava com um Estado forte (não estou, de >> modo algum, deixando implícito que Villa-Lobos era fascista - o >> que, >> até onde se sabe, ele não era - mas que ele sabia do uso da >> música >> para promover doutrinas políticas). Dentre outras coisas, >> Villa-Lobos >> falou que a arte em geral tinha muito mais poder do que a >> diplomacia, >> revelando sua plena consciência do valor político da arte. >> >> Apesar de haver muita evidência que demonstra o engajamento de >> Villa-Lobos com o ideário político de Vargas, o compositor negou >> seu >> interesse pessoal no regime e alegou que tudo que ele queria era um >> povo >> educado e disciplinado. Ora, mas isso não impediu que sua >> educação >> musical fosse usada, também, como ferramenta política; e pior, com >> o >> seu consentimento, porque ele não era bobo e sabia de tudo que >> estava >> acontecendo. Se sua ideologia política não era a mesma de Vargas >> (o >> que pode-se especular indefinidamente, uma vez que as pessoas podem >> manipular seu discurso de acordo com seus interesses - ver Strauss e >> Orff na Alemanha Nazista, por exemplo), sua educação musical teve >> desdobramentos políticos que independiam de sua vontade, e ele >> sabia >> disso, mas não fez objeção. Portanto, no mínimo, ele não se >> importava com o uso de seu Canto Orfeônico para fins políticos. Ou >> se >> isso teve qualquer importância para ele, não foi suficiente para >> que >> ele se opusesse ao uso político da educação musical. >> >> >> Além disso, a música tem um papel muito importante na formação >> de >> identidades pessoas e coletivas, o que já foi demonstrado em >> diversos >> trabalhos que investiga a semiótica musical (como Nattiez, já >> citado >> pelo prof. Wolff, além de Kofi Agawu, e Thomas Turino). Eu utilizei >> as >> ideias do excelente artigo do etnomusicólogo Thomas Turino, ?Signs >> of >> Imagination, Identity and Experience: A Peircian Semiotic Theory for >> Music.? Ethnomusicology 43, no.2 (Spring/Summer, 1999): 221-55, como >> metodologia, e recomendo sua leitura para um entendimento mais >> científico do poder de comunicação inerente à música. Em suma, >> Como >> Turino explica, segundo a teoria de semiótica de Charles Peirce, >> que >> ele usa como base para sua própria teoria, o índice (no nosso >> caso, o >> signo musical) "refere-se a um signo que está relacionado ao seu >> objeto >> por meio de co-ocorrência em uma experiência real [...] o poder >> dos >> índices deriva do fato de que as relações signo-objeto são >> baseadas >> nas suas co-ocorrências nas experiências de vida das pessoas, >> portanto, os índices tornam-se intimamente ligados às pessoas >> através >> de experiências reais". Aplicando essa formulação à música, >> podemos >> entender que valores semânticos são anexados a um evento musical >> na >> mente do ouvinte, quando o objeto musical é experimentado em >> co-ocorrência com outros eventos da ?vida real? do indivíduo. Como >> Turino afirma: Índices são experimentados como "reais" porque >> estão >> enraizados, muitas vezes redundantemente, na experiência de vida >> das >> pessoas, como memória, tornando-se uma verdadeira argamassa de suas >> identidades pessoais e sociais. Quando os índices apresentados são >> vinculados a formações afetivas relacionadas à vida pessoal e >> comunitária das pessoas - à família, à infância, à um(a) >> amante, >> à experiências de guerra - eles têm forte potencial para criar >> efeitos emocionais, porque são muitas vezes intuitivamente >> apreendidos >> irreflexivamente como "reais" ou como partes 'verdadeiras' das >> experiências significadas". Com base nesses preceitos teóricos, eu >> demonstrei que a educação musical promoveu, por meio de seus >> elementos >> musicais (ritmo, melodia e harmonia), associados às letras dos >> hinos e >> canções exortados por Villa-Lobos e pelos professores, e aos >> aspectos >> socializantes da prática musical em grupo, a formação da >> identidade >> de crianças primeiramente no Rio de Janeiro, e paulatinamente em >> outros >> estados do brasil, que experimentavam, através da música de cunho >> nacionalista, a mesma ideologia de nação, imaginando-se dessa >> forma, >> como uma comunidade homogênea de ?seres nacionais?. (Vale a pena >> conhecer o conceito de "comunidades imaginadas" de Benedict >> Anderson, >> para se entender o papel de "índices" de nacionalidade na >> formação de >> uma nação). >> >> Não por acaso, as Concentrações Orfeônicas tornaram-se um >> símbolo >> do regime de Vargas. O próprio Carlos Drummond, que participou >> desses >> eventos, afirmou: "A multidão em torno vivia uma emoção >> brasileira e >> cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes >> e ao >> mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na >> plenitude >> de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para >> muitos não havia outro jeito senão chorar; chorar de pura >> alegria.? >> E um outro participante relatou à Cacilda Guimarães Fróes, profa. >> de >> Canto Orfeônico: ?A emoção era geral. O espetáculo surpreende >> pelo >> imprevisto. Um gesto do Maestro Villa-Lobos, que comandava o >> espetáculo, ergue-se cantando, aquela imensa massa de crianças, na >> mais eloquente demonstração de disciplina e civismo. Os corações >> fremem de entusiasmo e vêem-se lágrimas até nos olhos de gente >> grande. Nas arquibancadas, os alunos formavam o relevo do quadro. >> Villa-Lobos o ponto alto, culminante da paisagem. Naquele dia, como >> em >> nenhum outro, senti a presença da Pátria. Ela estava ali >> palpitando na >> alegria dos escolares, no entusiasmo do povo vibrando >> conosco?.Volvi, >> então um olhar para minha bandeira. Nunca me pareceu tão bela, >> tão >> imponente em sua majestade.? Nesse ambiente altamente emocional, a >> música se cristalizava como parte de uma experiência coletiva, na >> qual >> patriotismo e nacionalismo funcionavam como "identificadores comuns" >> entre as pessoas. Nesses eventos (que ocorreram dezenas de vezes >> durante >> o ano, em diversas datas comemorativas e celebrações escolares e >> políticas) a música se tornava, portanto, um índice carregado de >> forte valor político. >> >> Dessa forma, o argumento "Maquiavélico" de que Villa-Lobos queria >> apenas promover música brasileira e educar as crianças, não o >> isentam >> de participar e disseminar a ideologia nacionalista do governo, e, >> dessa >> forma, contribuir ativamente (e conscientemente) para a >> doutrinação >> (sim, a palavra é forte, mas, nesse contexto, é a que define o que >> ele >> fez) dos escolares. Se por um lado isso foi bom para a cultura >> nacional >> (e também para o maior entendimento e aceitação da música de >> Villa), >> por outro, contribuiu enormemente para o regime de Vargas. Essas >> ideias >> não são mutuamente exclusivas. >> >> Isso não diminui o gênio do compositor de forma alguma. O que ele >> fez >> pela música brasileira, sua criatividade e sua percepção do >> momento >> que o Brasil vivia, não são comprometidos pelo papel político que >> ele >> desempenhou. Sua linguagem musical "híbrida" que, como aspecto >> intrínseco de linguagens nacionalistas, tornaram sua música um >> veículo de disseminação de elementos "locais" no exterior, ao >> mesmo >> tempo em que os apresentava, no Brasil, dentro de uma estética >> moderna >> também cultivada na Europa, merecem ser admirados independentemente >> de >> seu engajamento com Vargas. A importância de Villa-Lobos para a >> música >> no Brasil (e no mundo), portanto, não se abala. >> >> Mas é importante entender que Villa-Lobos, como todos os outros >> seres >> humanos, viveu dentro de contextos sociais, sem os quais a >> realização >> de sua obra jamais seria possível. É sob esse prima que devemos >> investigar o papel verdadeiro de sua obra educacional: dentro de um >> contexto social e político. Não é também importante entender que >> em >> 1930, quando Villa voltou para o Brasil, existia uma grande >> antipatia >> por sua música, e nem mesmo os músicos o respeitavam - ver os >> artigos >> dobre o Villa em Música Doce Música, de M. de Andrade - e que >> depois >> de participar do governo de Vargas, Villa-Lobos tornou-se uma >> celebridade mundial, mesmo sem ter composto tão ativamente como em >> períodos anteriores? Como demonstram os programas de concerto >> executados dentro do seu plano educacional, ele promoveu >> massivamente >> sua obra durante o governo Vargas, e isso contribuiu, >> indelévelmente, >> para que ele passasse a figurar entre os cânones musicais do >> Brasil, o >> que não era verdade quando ele começou seu projeto educacional. >> Por >> exemplo, em 1935, ele conseguiu, finalmente, realizar a premiére de >> seu >> Uirapuro, cuja composicão iniciou-se em 1917 e findou-se em 1934 >> (não >> se sabe exatamente quanto do material foi composto em 1917 e quanto >> foi >> "re-estruturado" - como o próprio Villa se refere ao seu trabalho >> na >> obra - em 1934). >> >> Para concluir, em muitos casos, os fatos e suas consequências falam >> mais verdades do que os compositores, principalmente quando existe >> política envolvida. Para abordarmos o assunto sob um ponto de vista >> científico, devemos ouvir esses fatos antes de mais nada, e depois >> interpretá-los à luz da história. Mas para isso precisamos >> primeiramente conhecer esses fatos, e, depois, tirarmos o >> tapa-ouvido. >> >> Obrigado pela atenção. Espero que o texto (longo, mas necessário, >> acredito) possa contribuir para uma reflexão científica sobre o >> assunto e ajudar a desmitificar valores construídos sobre o Villa. >> Gênio, sim... mas, sobretudo, humano. >> >> Gabriel Ferraz >> >> >> >> >> >> >> >> On Fri, 20 Apr 2012 12:12:23 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.br >> wrote: >> > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para >> > anppom-l em iar.unicamp.br >> > >> > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto >> ou >> > corpo da mensagem para >> > anppom-l-request em iar.unicamp.br >> > >> > Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista >> > pelo >> > endereço >> > anppom-l-owner em iar.unicamp.br >> > >> > Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela >> será >> > mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." >> > >> > >> > Tópicos de Hoje: >> > >> > 1. I Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular >> Brasileira >> > (Carlos Palombini) >> > 2. Re: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Marcus S. >> Wolff) >> > >> > >> > >> > >> ---------------------------------------------------------------------- >> > >> > Message: 1 >> > Date: Wed, 18 Apr 2012 17:40:19 -0300 >> > From: Carlos Palombini >> > To: anppom-l em iar.unicamp.br, etnomusicologiabr >> > , Pesquisadores em >> Sonologia >> > (Música) >> > Subject: [ANPPOM-Lista] I Encontro Nacional de Mulheres da Música >> > Popular Brasileira >> > Message-ID: >> > >> >> > Content-Type: text/plain; charset="windows-1252" >> > >> > Inédita no país, a iniciativa abre um importante espaço de >> > debates, de >> > trocas de vivências musicais e de experiências profissionais, >> > analisando o >> > mercado e a atual política cultural e tecendo considerações >> sobre >> > a >> > produção feminina na música popular. >> > >> > Contemplando os espaços acadêmicos e os espaços culturais da >> > cidade de >> > Pelotas - o meio urbano e o rural -, a programação, >> > descentralizada, >> > pretende a aproximação entre eles, incluindo atividades em >> espaços >> > alternativos como O Templo das Águas. Debates e Rodas de conversa >> , >> > oficinas e wokshops terão espaço na UFPEL, além de shows em >> > diversos >> > espaços da cidade. >> > >> > Pelotas é um centro cultural que vem se destacando, no Rio Grande >> do >> > Sul, >> > por suas atividades musicais. No ano de seu bicentenário, este >> > encontro >> > traz ao município vozes importantes da cena cultural brasileira, >> > atraindo >> > olhares e ouvidos atentos para a arte e sensibilidade femininas em >> > nossa >> > cultura. >> > O Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira ? >> > Pelotas/RS >> > tem a proposta de se tornar um evento fixo no calendário da >> cidade e >> > da >> > música popular no Brasil. >> > >> > Para mais informações sobre os shows, oficinas e debates e >> demais >> > detalhes, >> > basta acessar encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br >> > Organização: Janete Flores, Isabel Nogueira e Landa Ciccone >> > Produção: Circo Sem Lona >> > Contato: jamilhaoflores em hotmail.com >> > >> > Blog do evento: http://encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br/ >> > >> > >> > >> http://musicologiafeminista.ning.com/profiles/blogs/i-encontro-nacional-de-mulheres-da-musica-popular-brasileira >> > >> > -- >> > carlos palombini >> > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> > -------------- Próxima Parte ---------- >> > Um anexo em HTML foi limpo... >> > URL: >> > >> > >> >> > >> > ------------------------------ >> > >> > Message: 2 >> > Date: Thu, 19 Apr 2012 06:20:52 +0000 >> > From: "Marcus S. Wolff" >> > To: , etnomusicologia lista >> > , lista ANPPOM >> > >> > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de >> tirano >> > Message-ID: >> > Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1" >> > >> > >> > >> > >> > Prezado Luciano,gostaria de lembrá-lo que Jean Molino, já em >> > meados dos anos 70 escrevendo na "Musique en Jeu", percebia que a >> > análise da obra musical e de sua estrutura, isto é, a análise >> do >> > que chamou de "nível neutro" era algo provisório, pois >> dependente >> > dos critérios utilizados, podendo ser superada pela introdução >> de >> > novos critérios ou de novas informações oriundas de outros >> níveis >> > (poiético e estésico). Aqui poderia se incluir também o >> > anedótico, >> > ao lado de outros signos que carregam informações sobre a >> criação >> > de uma obra, as reações que causou nos alunos de Villa-Lobos, ou >> em >> > outros setores da sociedade (intelectuais, políticos, etc).Já em >> > seu >> > artigo intitulado "O Fato Musical e a Semiologia da Música", >> Molino >> > considerava o "fato musical" como "fato social total", indo muito >> > além da análise do fenômeno sonoro em si mesmo. Sim, devo >> > concordar >> > que a música seja muito mais do que seu uso pelos regimes >> > ditatoriais >> > ou os discursos sobre ela, mas não é possível isolar o que >> > chamamos >> > de música sem correr riscos de cair no etnocentrismo e numa >> grande >> > alienação em nome de uma suposta autonomia da arte pouco >> > comprovável. Para voltar a Molino, "nao há maior perigo do que o >> do >> > etnocentrismo que nos conduz a distinguir em toda parta uma >> música >> > restrita (que corresponde à nossa concepção do fato musical" >> como >> > sendo o único tipo de música autêntica e uma área secundária, >> > complementar que designamos e rejeitamos chamando-a de >> > interpretação >> > simbólica ou significação - um tipo de apêndice acrescentado >> à >> > música pura sem mudar seu caráter" (1990, p. 114-115 - cito aqui >> a >> > tradução para o inglês de 1990, mas o artigo original na >> "Musique >> > en Jeu" vol. 17 foi publicado em fr. em 1975!). Por outro lado, >> Jean >> > J. Nattiez, que de certo modo levou adiante as colocações de >> > Molino, >> > explorou a interação entre as 3 dimensões do fato musical, >> > demonstrando como o signo musical é um fragmento da experiência >> > humana, observando que "um signo ou coleção de signos, ao qual >> um >> > complexo infinito de interpretantes (outros signos gerados na >> mente >> > do >> > percebedor) está ligado pode ser chamado de forma simbólica" >> (Music >> > and Discourse 1990, pág.4). Não se trata exatamente de uma >> > relação >> > de causa e efeito, mas de uma relação triangular complexa entre >> o >> > signo (no caso da obra musical), o objeto que representa para um >> ou >> > vários agentes sociais e os interpretantes que gera na mente de >> um >> > percebedor ou de um grupo de ouvintes, podendo o processo de >> semiose >> > constituir uma rede ilimitada. Portanto, seguindo essa abordagem, >> a >> > própria avaliação crítica da obra pelo musicólogo seria, >> nessa >> > abordagem, um interpretante possível e jamais a verdade absoluta, >> > como desejavam os positivistas. Infelizmente nao tenho tempo de >> > resumir toda essa teoria que já desde os anos 70, considerou o >> > entrelaçamento das dimensões poiética (da criação musical), >> com >> > a >> > dimensão da forma simbólica, de seus traços acessíveis >> através >> > da experiencia do "percebedor", com a dimensão estésica na qual >> se >> > constrói um sentido no curso de um processo de semiose.O diálogo >> > das >> > ciências sociais, especialmente a história e a antropologia com >> a >> > semiótica e a semiologia tem dado muitos frutos que valeria a >> pena >> > acompanhar de perto. Mesmo nos congressos da IASPM-AL, conforme >> nos >> > informa Juan Pablo González (Nueva Musicologia y Música popular >> > Latinoamericana, 2007) essa necessidade de interação e diálogo >> da >> > musicologia com outras disciplinas sociais e humanas tem gerado >> uma >> > renovação que vem rompendo com o isolamento do discurso >> analítico >> > musicológico que tem passado a dialogar com os estudos >> culturais, >> > de >> > gênero, da performance, da nova história, sociologia e >> > antropologia. >> > Bem, só para pensarmos nisso coletivamente. um abraço >> > cordial,Marcus. >> > >> > >> > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff >> > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) >> > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) >> > Faculdades de Música e Comunicação >> > Universidade Candido Mendes, RJ. >> > >> > >> > Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700 >> > From: lucianocesar78 em yahoo.com.br >> > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de >> tirano >> > To: ppsalles em usp.br; silvioferrazmello em uol.com.br; >> > anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br; >> > m_swolff em hotmail.com >> > >> > Prezado Marcus, >> > >> > Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de >> > Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da >> > classe >> > trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma >> > abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto >> o >> > pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as >> pessoas >> > melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a >> > avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos >> na >> > mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música >> é >> > muito mais que isso. >> > A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a >> > cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera >> > cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que >> se >> > autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja >> > importantíssimo entender as relações de poder nos seus >> > desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse >> > assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a >> > avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. >> Creio >> > que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda >> crucial. >> > Cordial abraço! >> > >> > Luciano Morais >> > >> > --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff >> > escreveu: >> > >> > De: Marcus S. Wolff >> > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de >> tirano >> > Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista >> ANPPOM" >> > , "etnomusicologia lista" >> > >> > Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10 >> > >> > >> > >> > >> > >> > >> > Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com >> ela, >> > sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément >> > intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) >> repleta >> > de >> > farta documentação, fontes primárias e secundárias, que >> > demonstram >> > o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do >> > bom >> > gosto, liberando as novas gerações das influências >> estrangeiras" >> > (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico >> de >> > ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador >> > aproximou-se >> > do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a >> revolução >> > de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a >> > autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história >> > política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de >> uma >> > luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", >> > demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos >> > interesses de >> > apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como >> "intenções >> > cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento de como as >> > chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do >> > Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e >> > políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, >> profa >> > da >> > Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for >> the >> > Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para >> > nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora, A. >> Comte >> > delineava para o Estado um papel importante na disseminação de >> uma >> > cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a >> > estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se >> assim >> > as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora >> vinha >> > causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música >> como >> > a arte mais apropriada para se fazer disponível aos >> > trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e >> > aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou >> despercebido >> > pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico >> > sem >> > considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? >> > Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, >> > sem >> > pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas >> opções >> > estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a >> seguir, >> > seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época >> > assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na >> > "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) >> de >> > suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só >> as >> > obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após >> a >> > leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal >> operação >> > de >> > neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um >> > musicólogo do >> > nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff. >> > >> > >> > >> > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff >> > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) >> > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) >> > Faculdades de Música e Comunicação >> > Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ. >> > >> > >> > >> > >> >> Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 >> >> From: ppsalles em usp.br >> >> To: silvioferrazmello em uol.com.br >> >> CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br >> >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de >> tirano >> >> >> >> Caro Silvio, >> >> >> >> foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo >> >> plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que >> o >> >> Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de >> >> âmbito >> >> nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares >> de >> >> estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações >> nesse >> >> âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser >> >> analisadas não no >> > nível da fofoca e de análises superficiais, mas no >> >> mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o >> >> contexto >> >> histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e >> do >> >> Estado >> >> Novo e suas implicações. >> >> >> >> Forte abraço, Pedro Paulo Salles >> >> USP >> >> ...................................... >> >> >> >> Citando silvioferrazmello : >> >> >> >> > Caro Carlos, >> >> > >> >> > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o >> >> jargão da época. >> >> > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte >> popular >> >> e >> >> > sobre qualquer coisa que fosse moderna. >> >> > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, >> >> brigava >> >> > nas ruas... >> >> > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e >> ele >> >> > gostava que as >> > inventassem.. >> >> > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de >> >> mim" >> >> > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que >> >> > proliferassem por variações e mais variações. >> >> > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das >> >> blagues, >> >> > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se >> >> > encontravam...quem? exatamente quem? >> >> > >> >> > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca >> de >> >> > revista de variedades quando se trata de Villa. >> >> > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a >> frase >> >> "um >> >> > grande compositor, precisa ser melhor estudado e >> blablablablabla". >> >> > >> >> > Lendo a reportagem me perguntei: >> >> > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha >> >> > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam >> > nas mãos >> >> > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula >> de >> >> > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as >> >> > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam >> as >> >> > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que >> >> > trabalhavam sob o método Paulo Freire. >> >> > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca >> >> escapa >> >> > de ser ter grandes equívocos. >> >> > >> >> > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de >> >> Villa! E >> >> > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, >> >> Guanabarino o >> >> > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava >> tudo >> >> que >> >> > sua visão pré-republicana não compreendia. >> >> > >> >> > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora >> professores >> >> > que davam >> > cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, >> >> > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, >> ir >> >> > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, >> >> escrever >> >> > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida >> >> > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática >> >> > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no >> >> ginásio >> >> > (30 anos depois de Villa). >> >> > >> >> > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o >> >> passado >> >> > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente >> correto, >> >> nem >> >> > teria como ser, ninguém era politicamente correto. >> >> > >> >> > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito >> >> > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? >> >> > Não é já passada a hora de divulgarmos >> > trabalhos de peso na análise >> >> > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, >> do >> >> que >> >> > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda >> à >> >> > distorção desnecessárias? >> >> > >> >> > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia >> >> escrita >> >> > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos >> Choros, >> >> e >> >> > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que >> >> iluminam >> >> > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer >> >> > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. >> >> > >> >> > abs >> >> > Silvio Ferraz >> >> > >> >> > >> >> > >> >> > >> >> > >> >> > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: >> >> > >> >> >> via Liliane Kans (FB) >> >> >> >> >> >> HISTÓRIA >> >> >> Villa-Lobos >> > tinha dias de tirano >> >> >> >> >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas >> >> >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço >> >> >> >> >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON >> >> >> >> >> >> >> >> >> HOBBY >> >> >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa >> >> (1957) >> >> >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do >> >> >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto >> Orfeônico >> >> do >> >> >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor >> >> >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. >> No >> >> >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele >> >> esbanjava >> >> >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as >> ofendidas. >> >> >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que >> > te >> >> >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam >> as >> >> >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o >> >> chefe >> >> >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem >> >> >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o >> mesmo >> >> com >> >> >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As >> >> professoras >> >> >> revoltadas pelo teu trato'. >> >> >> >> >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na >> >> Biblioteca >> >> >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio >> Salema, >> >> >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros >> papéis >> >> - >> >> >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e >> no >> >> >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam >> >> documentos >> >> >> que esclarecem a ação e >> > a obra do mais celebrado e executado >> >> >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm >> >> sendo >> >> >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de >> >> >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o >> >> >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de >> >> pesquisadores >> >> >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta >> diferente >> >> do >> >> >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo >> indica >> >> que >> >> >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música >> popular >> >> >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão >> >> >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, >> >> saia >> >> >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da >> 'arte >> >> >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de >> seus >> > >> >> >> interesses particulares. >> >> >> >> >> >> Inimigos íntimos >> >> >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico >> >> >> >> >> >> ATAQUES >> >> >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em >> vida >> >> >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar >> suas >> >> >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, >> >> louco, >> >> >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, >> em >> >> >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de >> >> batatas. >> >> >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando >> >> obteve >> >> >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e >> >> pela >> >> >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior >> deles >> >> >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse >> > professor de piano e >> >> >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do >> nacionalismo. >> >> Fã >> >> >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado >> >> por >> >> >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o >> >> folclore >> >> >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes >> >> >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo >> o >> >> seu >> >> >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em >> um >> >> >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na >> coluna >> >> >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas >> a >> >> >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa >> >> >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a >> >> concorrência >> >> >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, >> o >> >> que >> > >> >> >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua >> >> música, >> >> >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino >> >> inspirou >> >> >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul >> (1887-1971). >> >> >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa >> de >> >> >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o >> >> >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A >> >> posteridade não >> >> >> as levou a sério. #Q# >> >> >> Reprodução >> >> >> >> >> >> HUMILHADAS >> >> >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma >> >> carta >> >> >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos >> >> >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão >> >> conta de >> >> >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não >> recuava >> >> ante >> >> >> > >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das >> > alunas >> >> >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de >> >> >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a >> esse >> >> >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como >> >> >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para >> crianças. >> >> >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio >> de >> >> seu >> >> >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em >> meados >> >> de >> >> >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca >> colorida, >> >> >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais >> >> >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um >> >> escoteiro >> >> >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, >> >> então, a >> >> >> brigar. 'Villa saiu do >> > pódio furioso e acabou com a bagunça, >> >> >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, >> >> que >> >> >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: >> >> Vasco >> >> >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado >> e >> >> >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos >> >> depois >> >> >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira >> >> vez >> >> >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas >> com >> >> o >> >> >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à >> 12ª >> >> edição >> >> >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos >> >> como >> >> >> cartas, iconografia, os episódios em torno das >> concentrações >> >> >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já >> que >> >> a vasta >> >> >> obra do compositor nunca foi tão >> > executada e estudada no mundo. São >> >> >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros >> sobre o >> >> >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou >> ao >> >> >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se >> distanciou >> >> >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito >> >> como >> >> >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, >> quando >> >> lhe >> >> >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. >> Depois, >> >> por >> >> >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com >> modos >> >> >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' >> >> >> >> >> >> PRINCIPAIS OBRAS >> >> >> >> >> >> Segundo o gênero >> >> >> >> >> >> 6 Óperas >> >> >> 12 Sinfonias >> >> >> 13 Peças para violão-solo >> >> >> 13 Poemas >> > sinfônicos >> >> >> 17 Quartetos de corda >> >> >> 27 Concertos >> >> >> >> >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o >> >> ódio >> >> >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o >> >> como >> >> >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um >> gesto >> >> >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os >> >> >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de >> >> Vargas. >> >> >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria >> >> divulgar >> >> >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a >> mediocridade. >> >> Mas, >> >> >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' >> >> >> >> >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da >> monumental >> >> >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no >> site >> >> >> > >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser >> difícil. >> >> >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à >> >> primeira >> >> >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao >> mesmo >> >> >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando >> >> >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa >> vida?' >> >> >> >> >> >> #Q# >> >> >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' >> >> >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe >> média, >> >> >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação >> formal. O >> >> pai, >> >> >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas >> >> >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE >> >> >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo >> >> >> 1926 ? EM PARIS >> >> >> Conviveu com músicos de vanguarda como >> > Edgard Varèse (à esq.) >> >> >> 1932 ? NO RIO >> >> >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro >> >> >> Sílvio Salema (foto de 1952) >> >> >> 1940 ? MULTIDÃO >> >> >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob >> >> direção >> >> >> do músico (no alto, ao microfone) >> >> >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO >> >> >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas >> >> turnês >> >> >> pelos Estados Unidos >> >> >> 1959 ? FINALE >> >> >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de >> >> Sopros. >> >> >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# >> >> >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às >> >> vezes, do >> >> >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar >> os >> >> >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No >> >> início >> > >> >> >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação >> >> 'Aquarela do >> >> >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a >> música >> >> >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. >> Oque >> >> não o >> >> >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia >> >> tocado >> >> >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com >> >> melodia de >> >> >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, >> base >> >> >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por >> conta >> >> da >> >> >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual >> veio a >> >> ser >> >> >> inocentado só depois da morte. >> >> >> >> >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem >> muitos >> >> >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois >> >> anos >> >> >> pesquisa os >> > papéis do compositor e se candidata a ser um dos >> >> >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O >> canto >> >> >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. >> >> Distinguia a >> >> >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele >> gostava >> >> do >> >> >> som recreativo.' >> >> >> >> >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico >> >> implementou >> >> >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois >> primeiros >> >> anos >> >> >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais >> rico >> >> em >> >> >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das >> idéias >> >> do >> >> >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. >> Também >> >> foi >> >> >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da >> >> >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de >> >> normalistas a >> > >> >> >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade >> >> cresceu >> >> >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão >> intensa >> >> que >> >> >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que >> >> ele >> >> >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação >> Vitae, >> >> >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão >> dos >> >> >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo >> >> conseguiu >> >> >> bom desempenho', julga. >> >> >> >> >> >> >> >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da >> >> música >> >> >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca >> >> >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' >> >> >> >> >> >> HEITOR VILLA-LOBOS, >> >> >> discurso em 15 de outubro de 1939 >> >> >> >> >> >> > >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, >> que >> > se >> >> >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da >> criançada. >> >> >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o >> >> >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música >> por >> >> meio >> >> >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para >> diversas >> >> >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em >> >> manifestações >> >> >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas >> não >> >> visava >> >> >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para >> uma >> >> >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que >> >> >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 >> de >> >> >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei >> >> bem >> >> >> que o gosto e a >> > opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O >> >> >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas >> >> >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da >> >> educação >> >> >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não >> >> inexistente, >> >> >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas >> idéias. >> >> Ele >> >> >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, >> que >> >> >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. >> >> >> >> >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio >> >> >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança >> se >> >> >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser >> >> >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma >> dezena >> >> de >> >> >> melodias do compositor - não por >> > acaso, quase todas escritas no >> >> >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e >> >> >> alunos para os estádios. >> >> >> >> >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão >> de >> >> >> Música e Arquivo Sonoro >> >> >> >> >> >> >> >> >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html >> >> >> >> >> >> -- >> >> >> carlos palombini >> >> >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 >> >> >> ________________________________________________ >> >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> >> ________________________________________________ >> >> > >> >> > >> >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > >> > -----Anexo incorporado----- >> > >> > ________________________________________________ >> > Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> > -------------- Próxima Parte ---------- >> > Um anexo em HTML foi limpo... >> > URL: >> > >> > >> >> > >> > ------------------------------ >> > >> > _______________________________________________ >> > Anppom-l mailing list >> > Anppom-l em iar.unicamp.br >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > >> > >> > Fim da Digest Anppom-l, volume 84, assunto 19 >> > ********************************************* >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > -------------- Próxima Parte ---------- > Um anexo em HTML foi limpo... > URL: > > > > ------------------------------ > > _______________________________________________ > Anppom-l mailing list > Anppom-l em iar.unicamp.br > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > > Fim da Digest Anppom-l, volume 84, assunto 26 > ********************************************* From danielpuig em me.com Mon Apr 23 05:02:53 2012 From: danielpuig em me.com (Daniel Puig) Date: Mon, 23 Apr 2012 10:02:53 +0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Lan=E7amento_de_livro?= In-Reply-To: References: Message-ID: <6512A0DD-3ECB-4A7C-8EF7-95ABE06347EA@me.com> parabéns, inês! sucesso no lançamento e com o livro! já fico curioso para ler... abraço forte, puig Em 23/04/2012, às 01:27, Inês Rocha escreveu: > > Prezados colegas, > > Envio convite para o lançamento de meu livro, fruto de tese de doutorado, no dia 4 de maio, Museu da República, de 18:00 às 22:00hs. Às 19:00hs haverá um Recital de Piano com obras de Liddy Mignone, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez e Villa-Lobos. > Abraço, > Inês > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From gfmoreira em ymail.com Mon Apr 23 11:30:17 2012 From: gfmoreira em ymail.com (Gabriel Moreira) Date: Mon, 23 Apr 2012 11:30:17 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) In-Reply-To: <34e8ad692ef8d33ab1a33b4775c2e55b@ufl.edu> References: <34e8ad692ef8d33ab1a33b4775c2e55b@ufl.edu> Message-ID: Tempos atrás assisti um vídeo na internet, no qual um homem carioca após ter o carro enguiçado na chuva começa a dizer impropérios contra os políticos e não sobra pra ninguém. Até Tom Jobim é acusado de instigar o conformismo do povo dentro da ditadura militar, com direito a uma paródia do trecho do Samba do Avião ( Este samba é só porque. Rio, eu gosto de você), 'blá, blá, blá e coisa e tal, o meu pai é general'. Toda ação musical é política, porque, como já diziam os pensadores da Política na Grécia antiga, até a omissão é ação política, logo tudo é político, nesse sentido. Obviamente, quanto maior a esfera em que nossas ações se desenvolvem mais reflexo na sociedade terão. O mal-uso da gasolina do carro do senador custa mais ao povo do que a do meu. Então a discussão não se trata de provar que há algum desdobramento político nas ações de Villa-Lobos enquanto artista presidente da SEMA, mas de que ele estava consciente dela e de que isso colaborou com a ideologia de Vargas e seus ministros. Villa-Lobos estava consciente disso sim, e sua ação foi adequada à um projeto de país que estava em vigência à época. Agora, onde está o grande insight nisso tudo? Dizer que a política de cultura do governo atual não valoriza à música de concerto porque não atrai a maioria votante (ou que não interessa à maioria da população) nos revela alguma coisa que não seja óbvia? E será que julgamentos feitos daqui a 70 anos considerarão diminuir a figura dos nossos ministros por atender a uma demanda popular e de governo da maioria? O que dizer, então, de um Carlos Gomes que escreveu o romance de Taunay colocando um índio num lugar de um escravo no meio da luta republicana pelo fim da escravatura? Eu só temo que pelo potencial jornalístico de algumas descobertas continuemos a celebrar o escândalo e fazer coro à literatura de folhetim sobre um assunto que passados mais de 50 anos ainda demanda olhares mais musicais. Tomemos então por garantida a participação consciente de Villa no governo do Vargas (graça aos maravilhosos trabalhos escritos nesse sentido), estudemos e toquemos sua música e deixemos que as revistas escrevam (e deixem de escrever) o que quiserem. Quem terá que escrever um 'Mea Culpa' será o diretor de "Villa-Lobos: uma vida de Paixão" e nenhum de nós musicólogos, que estudamos 'sua vida' e 'sua obra', como diria Mariz, não sem ser contrariado por muitos de nós. Gabriel Ferrão Moreira * * Em 23 de abril de 2012 02:47, Ferraz,Gabriel A escreveu: > Fico muito feliz que meu texto suscitou interesse e reflexão nos > participantes da lista. Relendo o texto, eu verifiquei alguns erros de > português, pelos quais me desculpo aqui. Fico contente, entretanto, que > eles não tenham prejudicado o entendimento das ideias. Para quem estiver > interessado em ler a dissertação inteira, ela estará online muito em breve. > Assim que o link estiver disponível eu o postarei aqui. > > Apenas como um apêndice nesse assunto, gostaria de deixar aqui uma citação > do ensaio A Música Nacionalista no Governo Getúlio Vargas, que certamente > eliminará qualquer dúvida que ainda se possa ter a respeito da consciência > de Villa-Lobos sobre o papel da sua música na formação dos escolares: > ?Entoando as canções e os hinos comemorativos da Pátria, na celebração dos > heróis nacionais, a infância brasileira vai se impregnando aos poucos dêsse > espírito de brasilidade que no futuro deverá marcar tôdas as suas ações e > todos os seus pensamentos, e adquire, sem dúvida, uma consciência musical > autenticamente brasileira. E as gerações novas, tocadas por esse sopro > renovador e dinamogênico, colocarão acima de todos os interesses humanos o > símbolo sagrado da Pátria.? (pg. 12) > > Muito bom para a música brasileira, mas também muito bom para Vargas, não? > > Um abraço a todos, > > Gabriel Ferraz > > > On Mon, 23 Apr 2012 00:42:46 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.**brwrote: > >> Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para >> anppom-l em iar.unicamp.br >> >> Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço >> http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l >> ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou >> corpo da mensagem para >> anppom-l-request em iar.unicamp.**br >> >> Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista pelo >> endereço >> anppom-l-owner em iar.unicamp.br >> >> Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será >> mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." >> >> >> Tópicos de Hoje: >> >> 1. Re: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz) >> >> (Marcus S. Wolff) >> >> >> >> ------------------------------**------------------------------** >> ---------- >> >> Message: 1 >> Date: Mon, 23 Apr 2012 02:20:56 +0000 >> >> From: "Marcus S. Wolff" >> To: , lista ANPPOM >> >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >> (Gabriel Ferraz) >> Message-ID: >> Content-Type: text/plain; charset="windows-1252" >> >> >> >> Olá Gabriel,sua tese parece ser mesmo muito interessante. Em >> >> relação ao papel da música na formação de identidades pessoais e >> coletivas também tenho seguido os passos de T. Turino, pois o modo >> como ele utiliza a teoria geral dos signos de Peirce e analisa os >> signos musicais possibilita uma compreensão da especificidade das >> linguagens musicais e da dança nos processos de constituição de >> identidades. Escrevi um artigo recentemente sobre isso para o último >> congresso da ABET (WOLFF, Marcus S. >> "Dos Signos Musicais aos Signos de Identidade: uma abordagem semiótica do >> processo de construção de identidades". In: Anais do V Encontro Nacional >> da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ENABET), Belém, maio de 2011. >> Disponível em: >> >> > >> E sua tese, >> está disponível on-line? Considerando que alguns educadores musicais >> ainda querem utilizar a metodologia dos cantos orfeônicos nos dias de >> hoje, seria ótimo se sua tese fosse publicada em português, lida e >> debatida também nos congressos da ABEM. Agradeço sua contribuição. >> um abraço,Marcus. >> >> >> prof. Dr. Marcus Straubel Wolff >> Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) >> Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) >> Faculdades de Música e Comunicação >> Universidade Candido Mendes, RJ. >> >> >> >> >> Date: Fri, 20 Apr 2012 16:52:59 -0400 >>> From: gabrielferraz em ufl.edu >>> To: anppom-l em iar.unicamp.br >>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >>> (Gabriel Ferraz) >>> >>> Caros colegas que estão discutindo o "caso" Villa-Lobos, >>> >>> Achei muito interessante que a discussão do suposto caráter >>> autoritário de Villa-Lobos acabou tornando-se uma discussão sobre sua >>> participação no governo de Vargas. A meu ver, isso demonstra que esse >>> aspecto da vida de Villa-Lobos ainda precisa ser melhor entendido na >>> literatura. Gostaria de deixar aqui a minha contribuição para essa >>> discussão, já que o Canto Orfeônico de Villa-Lobos foi o tema do meu >>> doutorado na Universidade da Flórida. >>> >>> Não estou aqui para fazer propaganda do meu trabalho, nem para >>> resumi-lo, mas gostaria de esclarecer alguns pontos importantes sobre o >>> assunto, tanto em relação ao comprometimento moral do Villa com o >>> regime de Vargas, quanto em relação ao papel da música na formação >>> de identidades pessoais e coletivas (isso requer um longo texto). Depois >>> de analisar centenas de documentos de fonte primária (cartas, programas >>> de concerto, entrevistas, etc), eu não só tenho certeza de que >>> Villa-Lobos doutrinou os escolares na ideologia de Vargas, mas como ele >>> tinha plena consciência do valor político de suas ações. Em um >>> contexto de ditadura nacionalista, seria muita ingenuidade acreditar que >>> Villa-Lobos não tinha consciência do que ele estava fazendo no Brasil >>> (em um contexto mundial, era amplamente divulgado que regimes Fascistas >>> faziam uso da música em concentrações em massa). Na verdade, >>> acreditar nisso seria subestimar a inteligência do compositor e sua >>> habilidade de adaptação à momentos diferentes em sua vida. (L. M. >>> Peppercorn, por exemplo, o chama de camaleão. Apesar do trabalho de >>> Peppercorn sobre Villa-Lobos apresentar diversos problemas, eu concordo >>> plenamente com essa colocação). >>> >>> >>> Em relação à educação musical, acho importante frisar que >>> Villa-Lobos tinha um projeto educacional antes de Vargas tomar o poder, >>> e as metodologias e objetivos do canto orfeônico partiram dele, e não >>> do governo. Desde a Primeira República, o canto orfeônico fazia parte >>> da educação infantil e era muito forte no estado de São Paulo, onde >>> João Gomes Júnior o introduzira por volta de 1912 (Fabiano Lozano >>> também foi importante como organizador de Orfeões em Piracicaba). >>> Villa-Lobos deu continuidade a essa tradição, mas refoçou os >>> elementos de teor nacionalista, patriótico e civicos e disciplina em >>> sua abordagem (toda essa informação pode ser encontrada nos textos que >>> ele escreveu sobre educação musical). Além disso, parte importante de >>> seu método de ensino, eram as chamadas Exortações, que impunham às >>> crianças todos os valores e ideias dos hinos escolares. Também >>> importante (e não investigado na previamente na literatura), é o fato >>> de que ele exortou esses valores para a sociedade do Rio de Janeiro como >>> um todo, por meio do Orfeão de Professores, da Orchestra Villa-Lobos e >>> da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro, que realizavam concertos de >>> natureza nacionalista e patriótica, nos quais os professores exortavam, >>> com orientação de Villa-Lobos, ideias nacionalistas e patrióticas. >>> >>> Até aí, não existe o menor problema, uma vez que todos esses >>> elementos (educação, concertos didáticos, composição de obras >>> nacionalistas, etc) são essenciais como parte do projeto de >>> compositores nacionalistas (ver o caso de Grieg, Smetana e Wagner no >>> livro Music Makes the Nation: Nationalist Composers and Nation Building >>> in Nineteenth-Century Europe de Benjamin Curtis). Tudo isso seria, >>> então, bastante normal para Villa-Lobos, que lutava para que o público >>> compreendesse e aceitasse a música brasileira (portanto, também a sua >>> música). Naquela época, entretanto, a idea de conscientização da >>> população sobre quem era o povo brasileiro, bem como a valorização >>> dos elementos nacionais, era um tema frequente na obra de intelectuais >>> (vide Casa grande e Senzala e Raízes do brasil, dentre outros), e de >>> politicos que tinham uma ideologia conectada com o liberalismo, e a >>> busca de brasilidade era um tema comum para ambas classes. >>> >>> O grande problema disso tudo é que Vargas implementou uma ditadura, e >>> Villa-Lobos continuou usando seu "sistema" de educação musical para >>> "nacionalizar" as crianças e suas famílias. Ele mesmo fala sobre o >>> papel das crianças como emissárias da ideologia nacionalista, e, >>> inclusive, desenvolveu um sistema de fichas nas quais os pais deveriam >>> relatavam mudanças no comportamento dos filhos. O sistema de fichas >>> existia também nas próprias escolas, que "mediam" mudanças no >>> comportamento dos alunos devido à prática de canto orfeônico (isso >>> envolvia a "medição" de seu patriotismo). O sistema de fichas pode >>> não ser altamente científico em sua concepção, mas revela objetivos >>> bem claros, que vão muito além da educação musical e entram na >>> esfera política. >>> >>> A educação, por si só, já é uma ferramenta política. Quando os >>> valores educacionais são impostos em um ambiente de rígida disciplina, >>> como fez Villa-Lobos, a educação torna-se doutrinação (ver o >>> importante livro de Michael W. Apple, Ideology and Curruclum. 3rd ed. >>> New York: RoutledgeFalmer, 2004. Pode-se consultar também, Kazepides, >>> Tasos. ?Programmatic Definitions in Education: The Case of >>> Indoctrination.? In Canadian Journal of Education / Revue canadienne >>> de l?éducation 14, no. 3 (Summer, 1989): 387-396; e Thiessen, Elmer >>> John. ?Initiation, Indoctrination, and Education.? In the Canadian >>> Journal of Education / Revue canadienne de l?éducation vol. 10, no. 3 >>> >>> (Summer, 1985): 229-249; além de muitos outros). Como teorias >>> educacionais demonstraram, o doutrinador realmente acredita naquilo que >>> está transmitindo aos seus pupilos, e não é necessariamente um >>> propagandista. No caso de Villa-Lobos, entretanto, apesar de ele >>> acreditar nos valores nacionalistas e patrióticos que disseminou (e >>> provavelmente o teria feito independentemente do regime político em >>> voga), ele sabia do valor propagandístico de sua obra educacional, não >>> apenas nas grandes Concentrações Orfeônicas, que chegaram a reunir >>> 40.000 crianças no estádio São Januário para cantar hinos >>> patrióticos no Sete de Setembro, mas na rotina semanal da educação >>> musical da criança. Além disso, Villa-Lobos sabia do uso de canto >>> coral em regimes autoritários na Europa Fascista, e como afirmou >>> Arnaldo Contier, ele simpatizava com um Estado forte (não estou, de >>> modo algum, deixando implícito que Villa-Lobos era fascista - o que, >>> até onde se sabe, ele não era - mas que ele sabia do uso da música >>> para promover doutrinas políticas). Dentre outras coisas, Villa-Lobos >>> falou que a arte em geral tinha muito mais poder do que a diplomacia, >>> revelando sua plena consciência do valor político da arte. >>> >>> Apesar de haver muita evidência que demonstra o engajamento de >>> Villa-Lobos com o ideário político de Vargas, o compositor negou seu >>> interesse pessoal no regime e alegou que tudo que ele queria era um povo >>> educado e disciplinado. Ora, mas isso não impediu que sua educação >>> musical fosse usada, também, como ferramenta política; e pior, com o >>> seu consentimento, porque ele não era bobo e sabia de tudo que estava >>> acontecendo. Se sua ideologia política não era a mesma de Vargas (o >>> que pode-se especular indefinidamente, uma vez que as pessoas podem >>> manipular seu discurso de acordo com seus interesses - ver Strauss e >>> Orff na Alemanha Nazista, por exemplo), sua educação musical teve >>> desdobramentos políticos que independiam de sua vontade, e ele sabia >>> disso, mas não fez objeção. Portanto, no mínimo, ele não se >>> importava com o uso de seu Canto Orfeônico para fins políticos. Ou se >>> isso teve qualquer importância para ele, não foi suficiente para que >>> ele se opusesse ao uso político da educação musical. >>> >>> >>> Além disso, a música tem um papel muito importante na formação de >>> identidades pessoas e coletivas, o que já foi demonstrado em diversos >>> trabalhos que investiga a semiótica musical (como Nattiez, já citado >>> pelo prof. Wolff, além de Kofi Agawu, e Thomas Turino). Eu utilizei as >>> ideias do excelente artigo do etnomusicólogo Thomas Turino, ?Signs of >>> Imagination, Identity and Experience: A Peircian Semiotic Theory for >>> Music.? Ethnomusicology 43, no.2 (Spring/Summer, 1999): 221-55, como >>> >>> metodologia, e recomendo sua leitura para um entendimento mais >>> científico do poder de comunicação inerente à música. Em suma, Como >>> Turino explica, segundo a teoria de semiótica de Charles Peirce, que >>> ele usa como base para sua própria teoria, o índice (no nosso caso, o >>> signo musical) "refere-se a um signo que está relacionado ao seu objeto >>> por meio de co-ocorrência em uma experiência real [...] o poder dos >>> índices deriva do fato de que as relações signo-objeto são baseadas >>> nas suas co-ocorrências nas experiências de vida das pessoas, >>> portanto, os índices tornam-se intimamente ligados às pessoas através >>> de experiências reais". Aplicando essa formulação à música, podemos >>> entender que valores semânticos são anexados a um evento musical na >>> mente do ouvinte, quando o objeto musical é experimentado em >>> co-ocorrência com outros eventos da ?vida real? do indivíduo. Como >>> >>> Turino afirma: Índices são experimentados como "reais" porque estão >>> enraizados, muitas vezes redundantemente, na experiência de vida das >>> pessoas, como memória, tornando-se uma verdadeira argamassa de suas >>> identidades pessoais e sociais. Quando os índices apresentados são >>> vinculados a formações afetivas relacionadas à vida pessoal e >>> comunitária das pessoas - à família, à infância, à um(a) amante, >>> à experiências de guerra - eles têm forte potencial para criar >>> efeitos emocionais, porque são muitas vezes intuitivamente apreendidos >>> irreflexivamente como "reais" ou como partes 'verdadeiras' das >>> experiências significadas". Com base nesses preceitos teóricos, eu >>> demonstrei que a educação musical promoveu, por meio de seus elementos >>> musicais (ritmo, melodia e harmonia), associados às letras dos hinos e >>> canções exortados por Villa-Lobos e pelos professores, e aos aspectos >>> socializantes da prática musical em grupo, a formação da identidade >>> de crianças primeiramente no Rio de Janeiro, e paulatinamente em outros >>> estados do brasil, que experimentavam, através da música de cunho >>> nacionalista, a mesma ideologia de nação, imaginando-se dessa forma, >>> como uma comunidade homogênea de ?seres nacionais?. (Vale a pena >>> >>> conhecer o conceito de "comunidades imaginadas" de Benedict Anderson, >>> para se entender o papel de "índices" de nacionalidade na formação de >>> uma nação). >>> >>> Não por acaso, as Concentrações Orfeônicas tornaram-se um símbolo >>> do regime de Vargas. O próprio Carlos Drummond, que participou desses >>> eventos, afirmou: "A multidão em torno vivia uma emoção brasileira e >>> cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes e ao >>> mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na plenitude >>> de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para >>> muitos não havia outro jeito senão chorar; chorar de pura alegria.? >>> >>> E um outro participante relatou à Cacilda Guimarães Fróes, profa. de >>> Canto Orfeônico: ?A emoção era geral. O espetáculo surpreende pelo >>> imprevisto. Um gesto do Maestro Villa-Lobos, que comandava o >>> espetáculo, ergue-se cantando, aquela imensa massa de crianças, na >>> mais eloquente demonstração de disciplina e civismo. Os corações >>> fremem de entusiasmo e vêem-se lágrimas até nos olhos de gente >>> grande. Nas arquibancadas, os alunos formavam o relevo do quadro. >>> Villa-Lobos o ponto alto, culminante da paisagem. Naquele dia, como em >>> nenhum outro, senti a presença da Pátria. Ela estava ali palpitando na >>> alegria dos escolares, no entusiasmo do povo vibrando conosco?.Volvi, >>> >>> então um olhar para minha bandeira. Nunca me pareceu tão bela, tão >>> imponente em sua majestade.? Nesse ambiente altamente emocional, a >>> >>> música se cristalizava como parte de uma experiência coletiva, na qual >>> patriotismo e nacionalismo funcionavam como "identificadores comuns" >>> entre as pessoas. Nesses eventos (que ocorreram dezenas de vezes durante >>> o ano, em diversas datas comemorativas e celebrações escolares e >>> políticas) a música se tornava, portanto, um índice carregado de >>> forte valor político. >>> >>> Dessa forma, o argumento "Maquiavélico" de que Villa-Lobos queria >>> apenas promover música brasileira e educar as crianças, não o isentam >>> de participar e disseminar a ideologia nacionalista do governo, e, dessa >>> forma, contribuir ativamente (e conscientemente) para a doutrinação >>> (sim, a palavra é forte, mas, nesse contexto, é a que define o que ele >>> fez) dos escolares. Se por um lado isso foi bom para a cultura nacional >>> (e também para o maior entendimento e aceitação da música de Villa), >>> por outro, contribuiu enormemente para o regime de Vargas. Essas ideias >>> não são mutuamente exclusivas. >>> >>> Isso não diminui o gênio do compositor de forma alguma. O que ele fez >>> pela música brasileira, sua criatividade e sua percepção do momento >>> que o Brasil vivia, não são comprometidos pelo papel político que ele >>> desempenhou. Sua linguagem musical "híbrida" que, como aspecto >>> intrínseco de linguagens nacionalistas, tornaram sua música um >>> veículo de disseminação de elementos "locais" no exterior, ao mesmo >>> tempo em que os apresentava, no Brasil, dentro de uma estética moderna >>> também cultivada na Europa, merecem ser admirados independentemente de >>> seu engajamento com Vargas. A importância de Villa-Lobos para a música >>> no Brasil (e no mundo), portanto, não se abala. >>> >>> Mas é importante entender que Villa-Lobos, como todos os outros seres >>> humanos, viveu dentro de contextos sociais, sem os quais a realização >>> de sua obra jamais seria possível. É sob esse prima que devemos >>> investigar o papel verdadeiro de sua obra educacional: dentro de um >>> contexto social e político. Não é também importante entender que em >>> 1930, quando Villa voltou para o Brasil, existia uma grande antipatia >>> por sua música, e nem mesmo os músicos o respeitavam - ver os artigos >>> dobre o Villa em Música Doce Música, de M. de Andrade - e que depois >>> de participar do governo de Vargas, Villa-Lobos tornou-se uma >>> celebridade mundial, mesmo sem ter composto tão ativamente como em >>> períodos anteriores? Como demonstram os programas de concerto >>> executados dentro do seu plano educacional, ele promoveu massivamente >>> sua obra durante o governo Vargas, e isso contribuiu, indelévelmente, >>> para que ele passasse a figurar entre os cânones musicais do Brasil, o >>> que não era verdade quando ele começou seu projeto educacional. Por >>> exemplo, em 1935, ele conseguiu, finalmente, realizar a premiére de seu >>> Uirapuro, cuja composicão iniciou-se em 1917 e findou-se em 1934 (não >>> se sabe exatamente quanto do material foi composto em 1917 e quanto foi >>> "re-estruturado" - como o próprio Villa se refere ao seu trabalho na >>> obra - em 1934). >>> >>> Para concluir, em muitos casos, os fatos e suas consequências falam >>> mais verdades do que os compositores, principalmente quando existe >>> política envolvida. Para abordarmos o assunto sob um ponto de vista >>> científico, devemos ouvir esses fatos antes de mais nada, e depois >>> interpretá-los à luz da história. Mas para isso precisamos >>> primeiramente conhecer esses fatos, e, depois, tirarmos o tapa-ouvido. >>> >>> Obrigado pela atenção. Espero que o texto (longo, mas necessário, >>> acredito) possa contribuir para uma reflexão científica sobre o >>> assunto e ajudar a desmitificar valores construídos sobre o Villa. >>> Gênio, sim... mas, sobretudo, humano. >>> >>> Gabriel Ferraz >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> On Fri, 20 Apr 2012 12:12:23 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.**br >>> wrote: >>> > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para >>> > anppom-l em iar.unicamp.br >>> > >>> > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço >>> > http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l >>> > ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou >>> > corpo da mensagem para >>> > anppom-l-request em iar.unicamp.**br >>> > >>> > Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista >>> > pelo >>> > endereço >>> > anppom-l-owner em iar.unicamp.br >>> > >>> > Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será >>> > mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." >>> > >>> > >>> > Tópicos de Hoje: >>> > >>> > 1. I Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira >>> > (Carlos Palombini) >>> > 2. Re: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Marcus S. Wolff) >>> > >>> > >>> > >>> > ------------------------------**------------------------------** >>> ---------- >>> > >>> > Message: 1 >>> > Date: Wed, 18 Apr 2012 17:40:19 -0300 >>> > From: Carlos Palombini >>> > To: anppom-l em iar.unicamp.br, etnomusicologiabr >>> > >, >>> Pesquisadores em Sonologia >>> > (Música) >>> > Subject: [ANPPOM-Lista] I Encontro Nacional de Mulheres da Música >>> > Popular Brasileira >>> > Message-ID: >>> > >> gmail.com >>> > >>> > Content-Type: text/plain; charset="windows-1252" >>> > >>> > Inédita no país, a iniciativa abre um importante espaço de >>> > debates, de >>> > trocas de vivências musicais e de experiências profissionais, >>> > analisando o >>> > mercado e a atual política cultural e tecendo considerações sobre >>> > a >>> > produção feminina na música popular. >>> > >>> > Contemplando os espaços acadêmicos e os espaços culturais da >>> > cidade de >>> > Pelotas - o meio urbano e o rural -, a programação, >>> > descentralizada, >>> > pretende a aproximação entre eles, incluindo atividades em espaços >>> > alternativos como O Templo das Águas. Debates e Rodas de conversa , >>> > oficinas e wokshops terão espaço na UFPEL, além de shows em >>> > diversos >>> > espaços da cidade. >>> > >>> > Pelotas é um centro cultural que vem se destacando, no Rio Grande do >>> > Sul, >>> > por suas atividades musicais. No ano de seu bicentenário, este >>> > encontro >>> > traz ao município vozes importantes da cena cultural brasileira, >>> > atraindo >>> > olhares e ouvidos atentos para a arte e sensibilidade femininas em >>> > nossa >>> > cultura. >>> > O Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira ? >>> > Pelotas/RS >>> > tem a proposta de se tornar um evento fixo no calendário da cidade e >>> > da >>> > música popular no Brasil. >>> > >>> > Para mais informações sobre os shows, oficinas e debates e demais >>> > detalhes, >>> > basta acessar encontrodemulheresdampb.**blogspot.com.br >>> > Organização: Janete Flores, Isabel Nogueira e Landa Ciccone >>> > Produção: Circo Sem Lona >>> > Contato: jamilhaoflores em hotmail.com >>> > >>> > Blog do evento: http://**encontrodemulheresdampb.**blogspot.com.br/ >>> > >>> > >>> > http://musicologiafeminista.**ning.com/profiles/blogs/i-** >>> encontro-nacional-de-mulheres-**da-musica-popular-brasileira >>> > >>> > >>> > -- >>> > carlos palombini >>> > www.researcherid.com/rid/F-**7345-2011 >>> > -------------- Próxima Parte ---------- >>> > Um anexo em HTML foi limpo... >>> > URL: >>> > >>> > >> attachments/20120418/2375514f/**attachment.htm >>> > >>> > >>> > ------------------------------ >>> > >>> > Message: 2 >>> > Date: Thu, 19 Apr 2012 06:20:52 +0000 >>> > From: "Marcus S. Wolff" >>> > To: , etnomusicologia lista >>> > >, >>> lista ANPPOM >>> > >>> > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >>> > Message-ID: >>> > Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1" >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > Prezado Luciano,gostaria de lembrá-lo que Jean Molino, já em >>> > meados dos anos 70 escrevendo na "Musique en Jeu", percebia que a >>> > análise da obra musical e de sua estrutura, isto é, a análise do >>> > que chamou de "nível neutro" era algo provisório, pois dependente >>> > dos critérios utilizados, podendo ser superada pela introdução de >>> > novos critérios ou de novas informações oriundas de outros níveis >>> > (poiético e estésico). Aqui poderia se incluir também o >>> > anedótico, >>> > ao lado de outros signos que carregam informações sobre a criação >>> > de uma obra, as reações que causou nos alunos de Villa-Lobos, ou em >>> > outros setores da sociedade (intelectuais, políticos, etc).Já em >>> > seu >>> > artigo intitulado "O Fato Musical e a Semiologia da Música", Molino >>> > considerava o "fato musical" como "fato social total", indo muito >>> > além da análise do fenômeno sonoro em si mesmo. Sim, devo >>> > concordar >>> > que a música seja muito mais do que seu uso pelos regimes >>> > ditatoriais >>> > ou os discursos sobre ela, mas não é possível isolar o que >>> > chamamos >>> > de música sem correr riscos de cair no etnocentrismo e numa grande >>> > alienação em nome de uma suposta autonomia da arte pouco >>> > comprovável. Para voltar a Molino, "nao há maior perigo do que o do >>> > etnocentrismo que nos conduz a distinguir em toda parta uma música >>> > restrita (que corresponde à nossa concepção do fato musical" como >>> > sendo o único tipo de música autêntica e uma área secundária, >>> > complementar que designamos e rejeitamos chamando-a de >>> > interpretação >>> > simbólica ou significação - um tipo de apêndice acrescentado à >>> > música pura sem mudar seu caráter" (1990, p. 114-115 - cito aqui a >>> > tradução para o inglês de 1990, mas o artigo original na "Musique >>> > en Jeu" vol. 17 foi publicado em fr. em 1975!). Por outro lado, Jean >>> > J. Nattiez, que de certo modo levou adiante as colocações de >>> > Molino, >>> > explorou a interação entre as 3 dimensões do fato musical, >>> > demonstrando como o signo musical é um fragmento da experiência >>> > humana, observando que "um signo ou coleção de signos, ao qual um >>> > complexo infinito de interpretantes (outros signos gerados na mente >>> > do >>> > percebedor) está ligado pode ser chamado de forma simbólica" (Music >>> > and Discourse 1990, pág.4). Não se trata exatamente de uma >>> > relação >>> > de causa e efeito, mas de uma relação triangular complexa entre o >>> > signo (no caso da obra musical), o objeto que representa para um ou >>> > vários agentes sociais e os interpretantes que gera na mente de um >>> > percebedor ou de um grupo de ouvintes, podendo o processo de semiose >>> > constituir uma rede ilimitada. Portanto, seguindo essa abordagem, a >>> > própria avaliação crítica da obra pelo musicólogo seria, nessa >>> > abordagem, um interpretante possível e jamais a verdade absoluta, >>> > como desejavam os positivistas. Infelizmente nao tenho tempo de >>> > resumir toda essa teoria que já desde os anos 70, considerou o >>> > entrelaçamento das dimensões poiética (da criação musical), com >>> > a >>> > dimensão da forma simbólica, de seus traços acessíveis através >>> > da experiencia do "percebedor", com a dimensão estésica na qual se >>> > constrói um sentido no curso de um processo de semiose.O diálogo >>> > das >>> > ciências sociais, especialmente a história e a antropologia com a >>> > semiótica e a semiologia tem dado muitos frutos que valeria a pena >>> > acompanhar de perto. Mesmo nos congressos da IASPM-AL, conforme nos >>> > informa Juan Pablo González (Nueva Musicologia y Música popular >>> > Latinoamericana, 2007) essa necessidade de interação e diálogo da >>> > musicologia com outras disciplinas sociais e humanas tem gerado uma >>> > renovação que vem rompendo com o isolamento do discurso analítico >>> > musicológico que tem passado a dialogar com os estudos culturais, >>> > de >>> > gênero, da performance, da nova história, sociologia e >>> > antropologia. >>> > Bem, só para pensarmos nisso coletivamente. um abraço >>> > cordial,Marcus. >>> > >>> > >>> > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff >>> > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) >>> > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) >>> > Faculdades de Música e Comunicação >>> > Universidade Candido Mendes, RJ. >>> > >>> > >>> > Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700 >>> > From: lucianocesar78 em yahoo.com.br >>> > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >>> > To: ppsalles em usp.br; silvioferrazmello em uol.com.br; >>> > anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.**com.br >>> ; >>> > m_swolff em hotmail.com >>> > >>> > Prezado Marcus, >>> > >>> > Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de >>> > Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da >>> > classe >>> > trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma >>> > abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto o >>> > pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as pessoas >>> > melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a >>> > avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos na >>> > mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música é >>> > muito mais que isso. >>> > A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a >>> > cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera >>> > cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que se >>> > autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja >>> > importantíssimo entender as relações de poder nos seus >>> > desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse >>> > assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a >>> > avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. Creio >>> > que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda crucial. >>> > Cordial abraço! >>> > >>> > Luciano Morais >>> > >>> > --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff >>> > escreveu: >>> > >>> > De: Marcus S. Wolff >>> > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >>> > Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista ANPPOM" >>> > , "etnomusicologia lista" >>> > >>> > >>> > Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10 >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela, >>> > sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément >>> > intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta >>> > de >>> > farta documentação, fontes primárias e secundárias, que >>> > demonstram >>> > o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do >>> > bom >>> > gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras" >>> > (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de >>> > ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador >>> > aproximou-se >>> > do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução >>> > de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a >>> > autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história >>> > política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma >>> > luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução", >>> > demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos >>> > interesses de >>> > apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções >>> > cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento de como as >>> > chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do >>> > Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e >>> > políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa >>> > da >>> > Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the >>> > Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para >>> > nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora, A. Comte >>> > delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma >>> > cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a >>> > estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim >>> > as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha >>> > causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como >>> > a arte mais apropriada para se fazer disponível aos >>> > trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e >>> > aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido >>> > pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico >>> > sem >>> > considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento? >>> > Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, >>> > sem >>> > pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções >>> > estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir, >>> > seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época >>> > assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na >>> > "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de >>> > suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as >>> > obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a >>> > leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação >>> > de >>> > neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um >>> > musicólogo do >>> > nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff. >>> > >>> > >>> > >>> > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff >>> > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) >>> > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) >>> > Faculdades de Música e Comunicação >>> > Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ. >>> > >>> > >>> > >>> > >>> >> Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300 >>> >> From: ppsalles em usp.br >>> >> To: silvioferrazmello em uol.com.br >>> >> CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.**com.br >>> >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano >>> >> >>> >> Caro Silvio, >>> >> >>> >> foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo >>> >> plenamente. Acrescentaria apenas que, a partir do momento em que o >>> >> Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de >>> >> âmbito >>> >> nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de >>> >> estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse >>> >> âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser >>> >> analisadas não no >>> > nível da fofoca e de análises superficiais, mas no >>> >> mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o >>> >> contexto >>> >> histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do >>> >> Estado >>> >> Novo e suas implicações. >>> >> >>> >> Forte abraço, Pedro Paulo Salles >>> >> USP >>> >> ..............................**........ >>> >> >>> >> Citando silvioferrazmello **: >>> >> >>> >> > Caro Carlos, >>> >> > >>> >> > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o >>> >> jargão da época. >>> >> > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular >>> >> e >>> >> > sobre qualquer coisa que fosse moderna. >>> >> > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, >>> >> brigava >>> >> > nas ruas... >>> >> > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele >>> >> > gostava que as >>> > inventassem.. >>> >> > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de >>> >> mim" >>> >> > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que >>> >> > proliferassem por variações e mais variações. >>> >> > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das >>> >> blagues, >>> >> > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se >>> >> > encontravam...quem? exatamente quem? >>> >> > >>> >> > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de >>> >> > revista de variedades quando se trata de Villa. >>> >> > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase >>> >> "um >>> >> > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla". >>> >> > >>> >> > Lendo a reportagem me perguntei: >>> >> > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha >>> >> > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam >>> > nas mãos >>> >> > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de >>> >> > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as >>> >> > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as >>> >> > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que >>> >> > trabalhavam sob o método Paulo Freire. >>> >> > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca >>> >> escapa >>> >> > de ser ter grandes equívocos. >>> >> > >>> >> > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de >>> >> Villa! E >>> >> > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, >>> >> Guanabarino o >>> >> > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo >>> >> que >>> >> > sua visão pré-republicana não compreendia. >>> >> > >>> >> > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores >>> >> > que davam >>> > cascudos, professores que atiravam apagador em alunos, >>> >> > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir >>> >> > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, >>> >> escrever >>> >> > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida >>> >> > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática >>> >> > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no >>> >> ginásio >>> >> > (30 anos depois de Villa). >>> >> > >>> >> > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o >>> >> passado >>> >> > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, >>> >> nem >>> >> > teria como ser, ninguém era politicamente correto. >>> >> > >>> >> > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito >>> >> > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima? >>> >> > Não é já passada a hora de divulgarmos >>> > trabalhos de peso na análise >>> >> > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do >>> >> que >>> >> > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à >>> >> > distorção desnecessárias? >>> >> > >>> >> > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia >>> >> escrita >>> >> > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, >>> >> e >>> >> > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que >>> >> iluminam >>> >> > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer >>> >> > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção. >>> >> > >>> >> > abs >>> >> > Silvio Ferraz >>> >> > >>> >> > >>> >> > >>> >> > >>> >> > >>> >> > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote: >>> >> > >>> >> >> via Liliane Kans (FB) >>> >> >> >>> >> >> HISTÓRIA >>> >> >> Villa-Lobos >>> > tinha dias de tirano >>> >> >> >>> >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas >>> >> >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço >>> >> >> >>> >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON >>> >> >> >>> >> >> >>> >> >> HOBBY >>> >> >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa >>> >> (1957) >>> >> >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do >>> >> >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico >>> >> do >>> >> >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor >>> >> >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No >>> >> >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele >>> >> esbanjava >>> >> >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas. >>> >> >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que >>> > te >>> >> >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as >>> >> >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o >>> >> chefe >>> >> >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem >>> >> >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo >>> >> com >>> >> >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As >>> >> professoras >>> >> >> revoltadas pelo teu trato'. >>> >> >> >>> >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na >>> >> Biblioteca >>> >> >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema, >>> >> >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis >>> >> - >>> >> >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no >>> >> >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam >>> >> documentos >>> >> >> que esclarecem a ação e >>> > a obra do mais celebrado e executado >>> >> >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm >>> >> sendo >>> >> >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de >>> >> >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o >>> >> >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de >>> >> pesquisadores >>> >> >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente >>> >> do >>> >> >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica >>> >> que >>> >> >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular >>> >> >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão >>> >> >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, >>> >> saia >>> >> >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte >>> >> >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus >>> > >>> >> >> interesses particulares. >>> >> >> >>> >> >> Inimigos íntimos >>> >> >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico >>> >> >> >>> >> >> ATAQUES >>> >> >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida >>> >> >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas >>> >> >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, >>> >> louco, >>> >> >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em >>> >> >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de >>> >> batatas. >>> >> >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando >>> >> obteve >>> >> >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e >>> >> pela >>> >> >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles >>> >> >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse >>> > professor de piano e >>> >> >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. >>> >> Fã >>> >> >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado >>> >> por >>> >> >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o >>> >> folclore >>> >> >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes >>> >> >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o >>> >> seu >>> >> >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um >>> >> >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna >>> >> >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a >>> >> >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa >>> >> >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a >>> >> concorrência >>> >> >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o >>> >> que >>> > >>> >> >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua >>> >> música, >>> >> >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino >>> >> inspirou >>> >> >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). >>> >> >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de >>> >> >> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o >>> >> >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A >>> >> posteridade não >>> >> >> as levou a sério. #Q# >>> >> >> Reprodução >>> >> >> >>> >> >> HUMILHADAS >>> >> >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma >>> >> carta >>> >> >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos >>> >> >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão >>> >> conta de >>> >> >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava >>> >> ante >>> >> >>> > >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das >>> > alunas >>> >> >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de >>> >> >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse >>> >> >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como >>> >> >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças. >>> >> >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de >>> >> seu >>> >> >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados >>> >> de >>> >> >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida, >>> >> >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais >>> >> >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um >>> >> escoteiro >>> >> >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, >>> >> então, a >>> >> >> brigar. 'Villa saiu do >>> > pódio furioso e acabou com a bagunça, >>> >> >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, >>> >> que >>> >> >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: >>> >> Vasco >>> >> >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e >>> >> >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos >>> >> depois >>> >> >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira >>> >> vez >>> >> >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com >>> >> o >>> >> >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª >>> >> edição >>> >> >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos >>> >> como >>> >> >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações >>> >> >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que >>> >> a vasta >>> >> >> obra do compositor nunca foi tão >>> > executada e estudada no mundo. São >>> >> >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o >>> >> >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao >>> >> >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou >>> >> >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito >>> >> como >>> >> >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando >>> >> lhe >>> >> >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, >>> >> por >>> >> >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos >>> >> >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.' >>> >> >> >>> >> >> PRINCIPAIS OBRAS >>> >> >> >>> >> >> Segundo o gênero >>> >> >> >>> >> >> 6 Óperas >>> >> >> 12 Sinfonias >>> >> >> 13 Peças para violão-solo >>> >> >> 13 Poemas >>> > sinfônicos >>> >> >> 17 Quartetos de corda >>> >> >> 27 Concertos >>> >> >> >>> >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o >>> >> ódio >>> >> >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o >>> >> como >>> >> >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto >>> >> >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os >>> >> >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de >>> >> Vargas. >>> >> >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria >>> >> divulgar >>> >> >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. >>> >> Mas, >>> >> >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.' >>> >> >> >>> >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental >>> >> >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site >>> >> >>> > >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil. >>> >> >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à >>> >> primeira >>> >> >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo >>> >> >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando >>> >> >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?' >>> >> >> >>> >> >> #Q# >>> >> >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas' >>> >> >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média, >>> >> >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O >>> >> pai, >>> >> >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas >>> >> >> 1922 ? ENFANT TERRIBLE >>> >> >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo >>> >> >> 1926 ? EM PARIS >>> >> >> Conviveu com músicos de vanguarda como >>> > Edgard Varèse (à esq.) >>> >> >> 1932 ? NO RIO >>> >> >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro >>> >> >> Sílvio Salema (foto de 1952) >>> >> >> 1940 ? MULTIDÃO >>> >> >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob >>> >> direção >>> >> >> do músico (no alto, ao microfone) >>> >> >> 1955 ? CONSAGRAÇÃO >>> >> >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas >>> >> turnês >>> >> >> pelos Estados Unidos >>> >> >> 1959 ? FINALE >>> >> >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de >>> >> Sopros. >>> >> >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q# >>> >> >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às >>> >> vezes, do >>> >> >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os >>> >> >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No >>> >> início >>> > >>> >> >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação >>> >> 'Aquarela do >>> >> >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música >>> >> >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque >>> >> não o >>> >> >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia >>> >> tocado >>> >> >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com >>> >> melodia de >>> >> >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base >>> >> >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta >>> >> da >>> >> >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a >>> >> ser >>> >> >> inocentado só depois da morte. >>> >> >> >>> >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos >>> >> >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois >>> >> anos >>> >> >> pesquisa os >>> > papéis do compositor e se candidata a ser um dos >>> >> >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto >>> >> >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. >>> >> Distinguia a >>> >> >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava >>> >> do >>> >> >> som recreativo.' >>> >> >> >>> >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico >>> >> implementou >>> >> >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros >>> >> anos >>> >> >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico >>> >> em >>> >> >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias >>> >> do >>> >> >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também >>> >> foi >>> >> >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da >>> >> >> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de >>> >> normalistas a >>> > >>> >> >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade >>> >> cresceu >>> >> >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa >>> >> que >>> >> >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que >>> >> ele >>> >> >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae, >>> >> >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos >>> >> >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo >>> >> conseguiu >>> >> >> bom desempenho', julga. >>> >> >> >>> >> >> >>> >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da >>> >> música >>> >> >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca >>> >> >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado' >>> >> >> >>> >> >> HEITOR VILLA-LOBOS, >>> >> >> discurso em 15 de outubro de 1939 >>> >> >> >>> >> >>> > >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que >>> > se >>> >> >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada. >>> >> >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o >>> >> >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por >>> >> meio >>> >> >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas >>> >> >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em >>> >> manifestações >>> >> >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não >>> >> visava >>> >> >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma >>> >> >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que >>> >> >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de >>> >> >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei >>> >> bem >>> >> >> que o gosto e a >>> > opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O >>> >> >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas >>> >> >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da >>> >> educação >>> >> >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não >>> >> inexistente, >>> >> >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. >>> >> Ele >>> >> >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que >>> >> >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano. >>> >> >> >>> >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio >>> >> >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se >>> >> >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser >>> >> >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena >>> >> de >>> >> >> melodias do compositor - não por >>> > acaso, quase todas escritas no >>> >> >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e >>> >> >> alunos para os estádios. >>> >> >> >>> >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de >>> >> >> Música e Arquivo Sonoro >>> >> >> >>> >> >> >>> >> http://revistaepoca.globo.com/**Revista/Epoca/0,,EDR59656-** >>> 6011,00.html >>> >> >> >>> >> >> -- >>> >> >> carlos palombini >>> >> >> www.researcherid.com/rid/F-**7345-2011 >>> >> >> ______________________________**__________________ >>> >> >> Lista de discussões ANPPOM >>> >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l >>> >> >> ______________________________**__________________ >>> >> > >>> >> > >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> ______________________________**__________________ >>> >> Lista de discussões ANPPOM >>> >> >>> > http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l >>> >> ______________________________**__________________ >>> > >>> > >>> > -----Anexo incorporado----- >>> > >>> > ______________________________**__________________ >>> > Lista de discussões ANPPOM >>> > http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l >>> > ______________________________**__________________ >>> > -------------- Próxima Parte ---------- >>> > Um anexo em HTML foi limpo... >>> > URL: >>> > >>> > >> attachments/20120419/188110a6/**attachment.htm >>> > >>> > >>> > ------------------------------ >>> > >>> > ______________________________**_________________ >>> > Anppom-l mailing list >>> > Anppom-l em iar.unicamp.br >>> > http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l >>> > >>> > >>> > Fim da Digest Anppom-l, volume 84, assunto 19 >>> > *********************************************** >>> >>> ______________________________**__________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l >>> ______________________________**__________________ >>> >> >> -------------- Próxima Parte ---------- >> Um anexo em HTML foi limpo... >> URL: >> >> > attachments/20120423/0d272f02/**attachment.htm >> > >> >> >> ------------------------------ >> >> ______________________________**_________________ >> Anppom-l mailing list >> Anppom-l em iar.unicamp.br >> http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l >> >> >> Fim da Digest Anppom-l, volume 84, assunto 26 >> *********************************************** >> > > ______________________________**__________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l > ______________________________**__________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alespinheira em gmail.com Mon Apr 23 18:08:21 2012 From: alespinheira em gmail.com (Alexandre Espinheira) Date: Mon, 23 Apr 2012 18:08:21 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?M=FAsica_de_Agora_na_Bahia_-_Sele?= =?iso-8859-1?q?=E7=E3o_de_bolsistas?= Message-ID: *EDITAL DE SELEÇÃO DE BOLSISTAS* *SEMINÁRIOS DE COMPOSIÇÃO (1ª EDIÇÃO) * * *A Comissão organizadora do Música de Agora na Bahia anuncia e pede divulgação da abertura de seleção para bolsistas para a primeira edição dos Seminários em Composição integrantes desse projeto. O Projeto Música de Agora na Bahia (MAB) será realizado entre maio e dezembro de 2012, em Salvador-Ba, e visa apresentar à sociedade a rica produção de música contemporânea no estado, qualificar compositores e interpretes, além de mostrar à população um outro lado da arte, ajudando o enriquecimento cultural e demolindo alguns mitos. Para isso o projeto, que tem duração de nove meses, irá contar com: (1) uma série de cinco concertos; (2) oito projeções de música eletroacústica, com interação de video-artístas, bailarinos e atores; (3) seis palestras temáticas sobre a música produzida a partir do século XX; (4) dois seminários, durando uma semana cada, com professores de composição de outros estados, incentivando assim também o intercâmbio nacional; (5) doze concertos relâmpago em escolas da rede pública e (6) cinco intervenções urbanas. No primeiro Seminário em Composição, os professores João Pedro Oliveira (Portugal ? UFMG) e Sérgio Freire (UFMG), durante uma semana, falarão sobre seus processos composicionais, sobre técnicas de composição contemporânea e farão consultas criativas individuais com os participantes do curso. O projeto é uma realização da Oficina de Composição Agora (OCA) com patrocínio do Fundo de Cultura do Estado da Bahia. *1- DAS CONDIÇÕES GERAIS* *art. 1º *A primeira edição dos Seminário de Composição do projeto *Música de Agora na Bahia*, ocorrerá no período entre 18 e 22 de junho de 2012, na Escola de Música da UFBA, Salvador, Bahia. *art. 2º *Serão concedidas quatro bolsas, para a primeira edição, como ajuda de custo para estudantes de composição que residam fora da cidade de Salvador e região metropolitana. *art. 3º *Uma comissão formada por compositores da Escola de Música da UFBA realizará a escolha das bolsas para cada edição dos Seminários. *art. 4º *Cada bolsa será integrada por: 1. Auxílio Viagem, no valor bruto de R$300,00, para custos com transporte para Salvador, no período dos Seminários; 2. Hospedagem em Salvador, para o período de cinco dias de realização dos Seminários; 3. Diárias de alimentação no valor de R$30,00, durante o período de cinco dias de realização dos Seminários. *Parágrafo Único *O valor referido no item um do artigo 4º será pago em reembolso, quando da chegada do bolsista a Salvador; as diárias de alimentação, referidas no item 3 do mesmo artigo, serão pagas integralmente quando da chegada do bolsista a Salvador. *art. 5º *Ao chegar em Salvador, o bolsista deverá assinar um termo de compromisso, garantindo a sua participação em tempo integral nas atividades dos Seminários. *art. 6º *À decisão do júri, não cabe recurso. *art. 7º *Qualquer eventual questão não contemplada por este edital, passará pelo julgo da comissão organizadora do *Música de Agora na Bahia*, cujas decisões são soberanas. *art. 8º *Dúvidas deverão ser enviadas por email para o endereço: musicadeagoranabahia em gmail.com *2- DA INSCRIÇÃO* *art. 9º *Os interessados deverão enviar por *email*, para o mesmo endereço anunciado no artigo 8º: 1. Arquivo de texto (preferivelmente do tipo PDF) com currículo resumido, incluindo nome completo, número de CPF, endereço, telefone para contato e *email*); 2. Duas composições musicais para qualquer formação instrumental (partitura em PDF ? gravação opcional em MP3 ? ou MP3 de peças eletroacústicas). *art. 10º *O prazo limite para realização da inscrição/envio do material para a participação na 1ª edição dos Seminários de Composição é o dia 10/05/2012. *art. 11º *Os selecionados serão comunicados via *email *no dia 20/05/2012. Os resultados serão publicados no site logo em seguida. *Alexandre Espinheira* Contatos: +55 71 8133-0201 http://alespinheira.wordpress.com "Só deixo meu Cariri no último pau-de-arara" Saúde e Trabalho -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From flaviobarbeitas em ufmg.br Tue Apr 24 08:35:04 2012 From: flaviobarbeitas em ufmg.br (Flavio Barbeitas) Date: Tue, 24 Apr 2012 08:35:04 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?UFMG_-_concurso_Educa=E7=E3o_Musica?= =?iso-8859-1?q?l_=28prof=2E_assistente=29?= Message-ID: <4F401184-DD1E-47AA-BCD4-4B44DDEBD4A3@ufmg.br> Caros colegas, solicito divulgação para a vaga de professor assistente em Educação Musical na Escola de Música da UFMG, cujo concurso conta já com seu edital publicado. Maiores informações no site: http://www.musica.ufmg.br/ ou diretamente em http://www.musica.ufmg.br/textos/Edital271.pdf Abaixo o barema para a prova de títulos: BAREMA PARA A PROVA DE TÍTULOS DO CONCURSO PARA PROFESSOR TITULAR DO DINC/MUSICA/UFMG: QUESITO FAIXA DE PONTUAÇÃO LIMITE Títulos Acadêmicos 10 Experiência Docente 35 Produção Científica, Técnica, Artística e Cultural na Área 35 Administração Acadêmica/Experiência não Docente 15 Distinções 05 100 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image1896.png Tipo: image/png Tamanho: 2712 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image2320.png Tipo: image/png Tamanho: 2719 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image4120.png Tipo: image/png Tamanho: 2719 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image4968.png Tipo: image/png Tamanho: 2712 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image6728.png Tipo: image/png Tamanho: 2712 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image9544.png Tipo: image/png Tamanho: 2719 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image11384.png Tipo: image/png Tamanho: 2719 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image12344.png Tipo: image/png Tamanho: 2712 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image13720.png Tipo: image/png Tamanho: 2712 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image16968.png Tipo: image/png Tamanho: 2719 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image19344.png Tipo: image/png Tamanho: 2712 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image20752.png Tipo: image/png Tamanho: 2719 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image22800.png Tipo: image/png Tamanho: 2712 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image24200.png Tipo: image/png Tamanho: 2719 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image24624.png Tipo: image/png Tamanho: 2725 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image26336.png Tipo: image/png Tamanho: 2712 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: page1image27056.png Tipo: image/png Tamanho: 2725 bytes Descrição: não disponível URL: From cpalombini em gmail.com Tue Apr 24 10:27:44 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Tue, 24 Apr 2012 10:27:44 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Exposi=E7=E3o_=22Rio_M=FAsica=22_no?= =?iso-8859-1?q?_Centro_de_Refer=EAncia_da_M=FAsica_Carioca?= Message-ID: Exposição "Rio Música" no Centro de Referência da Música Carioca Mostra revela a prática musical no Rio de Janeiro desde os tempos dos índios até o século 21 Com curadoria de Rosana Lanzelotte, a exposição "Rio Música" reúne pela primeira vez instrumentos, vídeos e instalações digitais interativas abrangendo o panorama musical da cidade, desde os tempos dos índios tupinambás, no século 16, até o funk, rap e música eletrônica dos dias de hoje. A exposição é um projeto pioneiro na América Latina, e será acompanhada do portal www.riomusica.org.br, que disponibilizará um vasto banco de dados sobre a prática musical no Rio. O público percorrerá de maneira lúdica, a partir de instalações digitais interativas, os cinco séculos de música na cidade, divididos em seis grandes temas: ?O canto dos tupinambás?, ?Instrumentália?, ?Tempo?, ?O caminho das notas?, ?Mesa musical?, e ?Teclas do Rio?. A notação musical mais antiga relativa ao Rio é a do canto dos índios tupinambás, feita pelo francês e harmonizada por Villa-Lobos (1887 ? 1959) no século 20. ?O canto dos tupinambás? - o primeiro módulo apresenta uma instalação de áudio com as gravações dos cantos dos índios tupinambás com os arranjos feitos por Villa-Lobos. "Instrumentália? - reúne cerca de 40 instrumentos de sopro, cordas, teclados e percussão, e projeções de outros 60 instrumentos. Em uma tela multitoque, vídeos sobre os instrumentos, e como são tocados. ?Tempo? - uma linha do tempo interativa mostrará compositores, períodos e gêneros musicais marcantes no Rio. "O caminho das notas? - instalação interativa que permite o público acompanhar, com som e imagem, a notação musical de quatro obras: ?Trenzinho do Caipira? (Heitor Villa-Lobos), ?Ainda me recordo? (Pixinguinha e Benedito Lacerda), ?A inúbia do caboclinho? (Guerra Peixe) e "Variações sobre o Samba do Urubu" (Radamés Gnattali sobre os improvisos de Pixinguinha). Participaram da gravação dessas peças músicos como José Staneck, Ricardo Santoro, Celsinho do pandeiro, Henrique Cazes, Marcos Nimrichter e Maria Teresa Madeira, entre outros. ?Mesa musical? - mesa interativa, desenvolvida em parceria com o compositor Tim Rescala. O visitante poderá ?compor? uma música, a partir de trechos pré-gravados. ?Rio das teclas? - a partir das teclas de um piano cenografado, serão exibidos vídeos em ordem cronológica sobre personagens e momentos relevantes da música carioca. Um programa educacional, dirigido por Suely Avellar, promoverá a capacitação de jovens monitores, selecionados entre moradores nas comunidades vizinhas. A mostra contou com uma equipe de pesquisadores formada por Carlos Palombini, Mayra Pereira, Pedro Aragão, Rodrigo De Santis, Cláudio Lacerda Guerra, Egeu Laus e Heloisa Alves; cenografia de Marcelo Pontes (MPDM Arquitetura); instalações digitais interativas da SuperUber; sinalização e programação visual da PVDI Design; produção executiva de Roberto Padilla/ Artepadilla; e coordenação de Robson Camilo, Gerente de Música da Secretaria Municipal de Cultura. Serviço: Exposição Rio Música Local: Centro de Referência da Música Carioca - Rua Conde de Bonfim, 824 ? Tijuca Tel. 3238-3743 A partir de 25 de abril Ter-Dom, 10h às 18h Entrada franca Wanda RochaRio Guia Oficial Rio de Janeiro [image: Google Maps] http://www.rioguiaoficial.com.br/dicas/detalhe/exposi-o-rio-m-sica-no-centro-de-refer-ncia-da-m-sica-carioca -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From gabrielferraz em ufl.edu Tue Apr 24 18:44:12 2012 From: gabrielferraz em ufl.edu (Ferraz,Gabriel A) Date: Tue, 24 Apr 2012 17:44:12 -0400 Subject: [ANPPOM-Lista] XIX CONVEGNO ANNUALE DELLA SIDM (Gabriel Ferraz) Message-ID: XIX CONVEGNO ANNUALE DELLA SIDM Milano, Conservatorio di musica ?Giuseppe Verdi?, 19-21 ottobre 2012 CALL FOR PAPERS Il diciannovesimo Convegno Annuale della Società Italiana di Musicologia si svolgerà quest?anno a Milano, in collaborazione con il Conservatorio di musica ?G.Verdi?, dal 19 al 21 ottobre 2012. Il 20 ottobre alle ore 16 avrà luogo l?assemblea annuale dei soci e l?elezione dei nuovi organi sociali. Si invitano gli studiosi interessati a presentare proposte di relazione che potranno riguardare qualsiasi argomento di ricerca. L?abstract dovrà recare il titolo della relazione e un testo della lunghezza massima di 30 righe, che indichi l?argomento della ricerca svolta, lo stato attuale delle conoscenze sull?argomento, i contenuti principali della comunicazione e obiettivi della ricerca, gli apporti del proprio contributo rispetto allo stato attuale delle conoscenze. Oltre a ciò, bisognerà allegare un breve curriculum (max 15 righe) e indicare le eventuali attrezzature richieste. La relazione dovrà avere una durata massima di 25 minuti (corrispondenti a un testo di 8 cartelle per un totale di 16.000 caratteri). Non è possibile inviare più di un abstract. L?abstract va inviato via e-mail all?indirizzo segreteria em sidm.it, o per posta al recapito della Società Italiana di Musicologia, recapito postale: Casella Postale 318 Ag. Roma Acilia, via Saponara 00125 Roma, indicando sull?esterno della busta la dicitura ?XIX Convegno Annuale?. La richiesta va corredata di nome, cognome, indirizzo e telefono (o anche fax ed e-mail). Gli abstract dovranno pervenire entro il 15 giugno 2012. Le accettazioni verranno comunicate entro il 10 luglio. Per ulteriori informazioni, è possibile consultare il sito http://www.sidm.it, scrivere a segreteria em sidm.it oppure telefonare al numero 338-1957796 (da lunedì a venerdì dalle ore 9 alle ore 13). ************************* XIX ANNUAL CONFERENCE OF SIDM, Milano, Conservatorio di musica ?Giuseppe Verdi?, 19-21 OCTOBER 2012 CALL FOR PAPERS The Nineteenth Annual Conference of the Italian Musicological Society will take place in Milan in collaboration with Conservatory of Music from 19 to 21 Oc­tober 2012. On October, 20 all members will gather for their annual meeting and election of governing boards. Scholars from all over the world are invited to submit their paper proposals. Every topic in the field of musicological studies is accepted. In the abstract (which has not to exceed 30 lines) please indicate the title of the proposed paper, the state of the art in your research field, with an outline of the project and the specific contribution to the current knowledge. Along with the text please send also a short C/V (max 15 lines) and indicate the A/V equipment required. The paper shall not exceed 25 minutes in duration (corresponding to an 8-page text containing to a maximum of 16000 characters). Scholars are not allowed to send more than one abstract. The abtsracts have to be sent to the e-mail address segreteria em sidm.it or ? by mail ? to the Società Italiana di Musicologia, Casella Postale 318 Ag. Roma Acilia, via Saponara 00125 Roma, Italy (please add on the envelope the indication ?XIX Convegno Annuale?) no later than June 15, 2012. Acceptance of papers will be notified by July, 10, 2012. Please provide your full name, address, phone number, fax number and e-mail address. For further information about the conference please visit the web site: http://www.sidm.it. Your Subscription: Cambia la tua sottoscrizione Cancellati From cpalombini em gmail.com Tue Apr 24 18:47:40 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Tue, 24 Apr 2012 18:47:40 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Convegno_Annuale_della_Societ=E0_It?= =?iso-8859-1?q?aliana_di_Musicologia?= Message-ID: XIX CONVEGNO ANNUALE DELLA SIDM Milano, Conservatorio di musica ?Giuseppe Verdi?, 19-21 ottobre 2012 CALL FOR PAPERS Il diciannovesimo Convegno Annuale della Società Italiana di Musicologia si svolgerà quest?anno a Milano, in collaborazione con il Conservatorio di musica ?G.Verdi?, dal 19 al 21 ottobre 2012. Il 20 ottobre alle ore 16 avrà luogo l?assemblea annuale dei soci e l?elezione dei nuovi organi sociali. Si invitano gli studiosi interessati a presentare proposte di relazione che potranno riguardare qualsiasi argomento di ricerca. L?abstract dovrà recare il titolo della relazione e un testo della lunghezza massima di 30 righe, che indichi l?argomento della ricerca svolta, lo stato attuale delle conoscenze sull?argomento, i contenuti principali della comunicazione e obiettivi della ricerca, gli apporti del proprio contributo rispetto allo stato attuale delle conoscenze. Oltre a ciò, bisognerà allegare un breve curriculum (max 15 righe) e indicare le eventuali attrezzature richieste. La relazione dovrà avere una durata massima di 25 minuti (corrispondenti a un testo di 8 cartelle per un totale di 16.000 caratteri). Non è possibile inviare più di un abstract. L?abstract va inviato via e-mail all?indirizzo segreteria em sidm.it, o per posta al recapito della Società Italiana di Musicologia, recapito postale: Casella Postale 318 Ag. Roma Acilia, via Saponara 00125 Roma, indicando sull?esterno della busta la dicitura ?XIX Convegno Annuale?. La richiesta va corredata di nome, cognome, indirizzo e telefono (o anche fax ed e-mail). Gli abstract dovranno pervenire entro il 15 giugno 2012. Le accettazioni verranno comunicate entro il 10 luglio. Per ulteriori informazioni, è possibile consultare il sito http://www.sidm.it/, scrivere a segreteria em sidm.it oppure telefonare al numero 338-1957796 (da lunedì a venerdì dalle ore 9 alle ore 13). ************************* XIX ANNUAL CONFERENCE OF SIDM, Milano, Conservatorio di musica ?Giuseppe Verdi?, 19-21 OCTOBER 2012 CALL FOR PAPERS The Nineteenth Annual Conference of the Italian Musicological Society will take place in Milan in collaboration with Conservatory of Music from 19 to 21 Oc­tober 2012. On October, 20 all members will gather for their annual meeting and election of governing boards. Scholars from all over the world are invited to submit their paper proposals. Every topic in the field of musicological studies is accepted. In the abstract (which has not to exceed 30 lines) please indicate the title of the proposed paper, the state of the art in your research field, with an outline of the project and the specific contribution to the current knowledge. Along with the text please send also a short C/V (max 15 lines) and indicate the A/V equipment required. The paper shall not exceed 25 minutes in duration (corresponding to an 8-page text containing to a maximum of 16000 characters). Scholars are not allowed to send more than one abstract. The abtsracts have to be sent to the e-mail address segreteria em sidm.it or ? by mail ? to the Società Italiana di Musicologia, Casella Postale 318 Ag. Roma Acilia, via Saponara 00125 Roma, Italy (please add on the envelope the indication ?XIX Convegno Annuale?) no later than June 15, 2012. Acceptance of papers will be notified by July, 10, 2012. Please provide your full name, address, phone number, fax number and e-mail address. For further information about the conference please visit the web site: http://www.sidm.it/. -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Wed Apr 25 20:31:44 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Wed, 25 Apr 2012 16:31:44 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Sobre_a_Mobiliza=E7=E3o_pela_Escola?= =?iso-8859-1?q?_de_M=FAsica_do_Maranh=E3o?= In-Reply-To: Message-ID: <1335396704.78332.YahooMailClassic@web110313.mail.gq1.yahoo.com> Caros, Vim dar notícias sobre a mobilização realizada hoje em prol da Escola de Música do Maranhão, feita pela manhã e à tarde. Houve discursos proferidos por professores e alunos da Escola e dos cursos de Música da UFMA e da UEMA. Houve também discurso de um escritor que passava pelo local, reforçando que vários maranhenses acabam indo embora do Estado justamente por falta de apoio do governo para publicação de livros, materiais didáticos, realização de eventos e gravações de concertos. Houve a presença de alunos da Escola e dos cursos de Música da UFMA e UEMA, mas em quantidade bem menor do que se esperava. Isto impossibilitou realizar outros tipos de manifestação, como machar ao Palácio do Governo ou fechar uma via de trânsito. Ainda assim, houve a presença da mídia, registrando depoimentos de professores e alunos, além de filmar as condições precárias em que se encontra a Escola, com salas com mofo, cupins e pianos sendo destroídos por brocas. É esperado que haja uma negociação em breve para reinício das atividades, nem que seja em outro local. Serão contatados várias figuras políticas entre Vereadores e Deputados, além de haver uma denúncia à UNESCO por maus tratos da administração pública ao Patrimônio Cultural da Humanidade, categoria em que se enquadra atualmente o Centro Histórico de São Luís. Em breve, retorno com mais informações. Saudações cordiais, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianadelben em uol.com.br Wed Apr 25 21:50:53 2012 From: lucianadelben em uol.com.br (lucianadelben) Date: Wed, 25 Apr 2012 21:50:53 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?submiss=C3=A3o_de_propostas_de_apresenta?= =?utf-8?b?w6fDtWVzIGFydMOtc3RpY2Fz?= Message-ID: <4f989bedb1493_328ec2cc1381cd@a4-weasel4.tmail> Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Wed Apr 25 22:49:29 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Wed, 25 Apr 2012 18:49:29 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_Sobre_a_?= =?iso-8859-1?q?Mobiliza=E7=E3o_pela_Escola_de_M=FAsica_do_Maranh=E3o?= In-Reply-To: <1335396704.78332.YahooMailClassic@web110313.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <1335404969.47408.YahooMailClassic@web110301.mail.gq1.yahoo.com> Caros colegas, desculpem-me pelos erros de português do e-mail anterior, eu costumo digitar rápido e não volto para ler (por isso que escrevo tanto por aqui). Segue abaixo alguma repercussão do movimento: http://ensaiosemfoco.blogspot.com.br/2012/04/escola-de-musica-em-foco.html http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/urbano/2012/04/25/interna_urbano,114181/alunos-e-professores-da-escola-de-musica-fazem-protesto.shtmlTé mais, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em qua, 25/4/12, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: [Educação Musical] Sobre a Mobilização pela Escola de Música do Maranhão Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quarta-feira, 25 de Abril de 2012, 20:31 Caros, Vim dar notícias sobre a mobilização realizada hoje em prol da Escola de Música do Maranhão, feita pela manhã e à tarde. Houve discursos proferidos por professores e alunos da Escola e dos cursos de Música da UFMA e da UEMA. Houve também discurso de um escritor que passava pelo local, reforçando que vários maranhenses acabam indo embora do Estado justamente por falta de apoio do governo para publicação de livros, materiais didáticos, realização de eventos e gravações de concertos. Houve a presença de alunos da Escola e dos cursos de Música da UFMA e UEMA, mas em quantidade bem menor do que se esperava. Isto impossibilitou realizar outros tipos de manifestação, como machar ao Palácio do Governo ou fechar uma via de trânsito. Ainda assim, houve a presença da mídia, registrando depoimentos de professores e alunos, além de filmar as condições precárias em que se encontra a Escola, com salas com mofo, cupins e pianos sendo destroídos por brocas. É esperado que haja uma negociação em breve para reinício das atividades, nem que seja em outro local. Serão contatados várias figuras políticas entre Vereadores e Deputados, além de haver uma denúncia à UNESCO por maus tratos da administração pública ao Patrimônio Cultural da Humanidade, categoria em que se enquadra atualmente o Centro Histórico de São Luís. Em breve, retorno com mais informações. Saudações cordiais, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão -- Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com Para postar mensagens, envie e-mail para professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com Para obter mais informações, acesse: https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Thu Apr 26 00:16:32 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Wed, 25 Apr 2012 20:16:32 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Jos=E9_Alberto_Kaplan=3A_um_importa?= =?iso-8859-1?q?nte_educador_musical?= In-Reply-To: Message-ID: <1335410192.37094.YahooMailClassic@web110309.mail.gq1.yahoo.com> Prezados colegas, Desta vez, proponho no blog uma discussão sobre a importância da obra de José Alberto Kaplan e a (restrita) atenção que ela tem tido no meio acadêmico da Música, em especial nas áreas de Educação Musical - por se tratar de pedagogia da Música - e da Performance Musical: http://audio-arte.blogspot.com.br/ Cordialmente, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 24/4/12, Magali Kleber escreveu: De: Magali Kleber Assunto: Re: [Educação Musical] ABEM e a substituição da Lei 11.769 de 2008 Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com Data: Terça-feira, 24 de Abril de 2012, 13:59 Na verdade, fiz essa proposta no Maranhao, Sao Luis, no congresso nacional da FAEB. bj Magali Em 24 de abril de 2012 13:48, Rodrigo Batalha escreveu: Que bom, Magali, é importante a ABEM acompanhar de perto, como foi no contexto da 11.769... Dessa vez, junto com a FAEB! Rodrigo Em 24/04/2012 12:50, Magali Kleber < magali.kleber em gmail.com > escreveu: Rodrigo,  pois fiquei sabendo por essa lista, mas tenho tentado diálogo com a FAEB.  Podemos, inclusive, a partir dessa lista, motivarmos um documento para nossa instituição co-irmã! O que acham? Bj,  Magali Em 24 de abril de 2012 12:31, Rodrigo Batalha escreveu: Magali, A ABEM tem acompanhado o andamento do tal projeto de lei? Tem dialogado com a FAEB? Beijo, Rodrigo Batalha Em 21/04/2012 12:13, Magali Kleber < magali.kleber em gmail.com > escreveu: Que lindo esse bate bola!! Valeu!! Zé vc sempre de b humor... Ligia, Daniel ,Nunes, Pedro, Rodrigo... Obrigada!! BJs Enviado via iPhone Em 21/04/2012, às 01:36, Lígia Teubl escreveu:      E que caminhemos na coragem da transformação do sistema educacional atual,  que carece de muita, muita arte; todas elas, e que deveria estar muito além de "preparar" para boas colocações no vestibular. Pela sociedade, pelas crianças, pelos adolescentes que não suportam mais serem sufocados por tantos "conteúdos", provas, notas, testes.     Deveriam, sim, no espaço escola - em que passam tantos e tão belos anos das suas vidas,  onde vivenciam e constroem, para além da família, suas primeiras relações, consigo e com os outros - encontrar um espaço para expressar(em-si), conhecer(em-si), amar(em-si), relaxar(em-si) alimentar(em-si)... Enfim; existir. Lígia Teubl (21) 8198-7615 Em 21 de abril de 2012 00:36, Lígia Teubl escreveu: Que bonita essa troca! Fiquei tocada com a sensibilidade das últimas mensagens. Um grande abraço, uno, pleno de força e harmonia para essa corrente de humanidade, educadores, músicos e artistas. Lígia Teubl Em 20 de abril de 2012 20:52, Pedro Rogerio escreveu: Caro Brasil, tem uma poesia que vem me acompanhando faz alguns dias e  que eu compartilho com vocês. No final das contas é sempre a gente com a gente mesmo e a relação com os companheiros(as). No final das contas (no meio e no começo também! rsrsrsrs) chegamos na questão humana,  na dimensão demasiadamente humana :) Que o bom humor (tema da aula de hoje na pós-graduação) e a afetividade traga a água fresca das boas relações. Mãos dadas http://www.memoriaviva.com.br/audio/maos.mp3  Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.   Pedro Rogério Universidade Federal do Ceará Programa de Pós-Graduação em Educação/Ensino de Música Vice-coordenador do Curso de Música da UFC Representante da ABEM no Ceará (85) 8658-0946 http://lattes.cnpq.br/3061250583032505 http://www.pessoaldoceara.blogspot.com/ http://www.musiculturaufc.blogspot.com/ www.ica.ufc.br/musica Dissertação: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2437 Tese: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5910 De: Jose Brasil Filho Para: "professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com" Enviadas: Sexta-feira, 20 de Abril de 2012 16:21 Assunto: Re: [Educação Musical] Substituição da Lei 11.769 de 2008 - na Câmara dos Deputados Magali, Também não me considero pessimista mas me parece que essa é uma estratégia de desestabilização do que achávamos já ter conquistado. Espero, sinceramente estar enganado. Cada vez que eu leio e ouço que a história  dessa mobilização teve inicio em  2006 eu sinto que omitem uma parte importante dessa história que de fato se inicia em maio de 2005 com a reunião das Câmaras Setoriais (Rio de Janeiro) da qual as professoras  Alda Oliveira e Jussamara Sousa participaram e  depois em setembro do mesmo ano com uma reunião  de criação de uma câmara interministerial MEC/MINC na qual também participei, deste vez juntamente  com a professora Cristina Grossi e cujo documento elaborado nunca apareceu, nunca se tornou público. Fico me perguntando porque essa tal câmara interministerial nunca caminhou. Qual o interesse do MEC de, passados 3 anos da promulgação da 11769 nunca ter dado um passo para sua regulamentação? De não publicar, por exemplo, uma especie de "PCN da música" como o faz quando é de seu interesse. Junte-se isso ao imobilismo atualmente vivenciado pelo MinC... o não reconhecimento do FNM como instancia de mobilização da classe... Não minha cara, não é questão de pessimismo. Acredito que tudo seja absolutamente intencional. Mas não podemos desanimar.   José Brasil de Matos Filho Mestrando em Educação Brasileira-UFC +55 88 99134183 - +55 88 88481107 Skype: zebrasil3 http://lattes.cnpq.br/5991066080504386  ü por favor, considere a proteção ao meio ambiente antes de imprimir esse e-mail De: Magali Kleber Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com Enviadas: Sexta-feira, 20 de Abril de 2012 15:52 Assunto: Re: [Educação Musical] Substituição da Lei 11.769 de 2008 - na Câmara dos Deputados mas os processos são em espiral! Por isso, temos que ficar atentos e acho que temos abrir um diálogo mais profícuo com a Secretaria de Educação Básica. Zé, não sou tão pessimista! Magali Em 20 de abril de 2012 15:34, Jose Brasil Filho escreveu: O que percebo de imediato é a volta ao mesmo patamar em que se encontrava o ensino das artes antes da lei 11769. Se os sistemas, até hoje, ainda não se  adequaram para oferecer a música na E.B. com a  alegativa de que não existem profissionais capacitados, agora não o farão com o pretexto do não atendimento à nova proposição que tb "obriga" o oferecimento das outras expressões. Resumindo: por conta de uma pitada de ciúme das outras áreas, vamos atropelar um processo ainda nem concluído e talvez abortar o retorno  da música às escolas.    José Brasil de Matos Filho Mestrando em Educação Brasileira-UFC +55 88 99134183 - +55 88 88481107 Skype: zebrasil3 http://lattes.cnpq.br/5991066080504386  ü por favor, considere a proteção ao meio ambiente antes de imprimir esse e-mail Caros, Por um lado, esta Lei é boa pois coloca as demais áreas em patamar de igualdade com o que fora feito com a Música em 2008. Todavia, pode configurar um retorno à figura do educador polivalente de Artes. O que daria certo mesmo é se as escolas entenderem que deverão possuir um professor de cada especialidade, pois não há mais formação no país que contemple estas três áreas. Vamos ver no que vai dar... Daniel Lemos Curso de Música/DEART - musica.ufma.br ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em qui, 19/4/12, Rodrigo Batalha escreveu: De: Rodrigo Batalha Assunto: [Educação Musical] Substituição da Lei 11.769 de 2008 - na Câmara dos Deputados Para: "professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com" Data: Quinta- feira, 19 de Abril de 2012, 16:24 Pessoal, Vocês estão acompanhando o Projeto de Lei nº 7.032, de 2010? Ele já saiu do Senado para a Câmara e está agora na Comissão de Educação e Cultura. O relator já deu voto favorável. Se a coisa for mesmo adiante, a Lei 11.769 de 2008 passa a ser substituída... Leiam o anexo e digam o que vocês acham. Acompanhem também no site da Câmara: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=470941 Abraços, Rodrigo Batalha -- Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com Para postar mensagens, envie e-mail para professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com Para obter mais informações, acesse: https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil -- Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. 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URL: From fmc em domain.com.br Thu Apr 26 08:07:58 2012 From: fmc em domain.com.br (fmc) Date: Thu, 26 Apr 2012 08:07:58 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Sobre_a_Mobiliza=E7=E3o_pela_Escola?= =?iso-8859-1?q?_de_M=FAsica_do_Maranh=E3o?= In-Reply-To: <1335396704.78332.YahooMailClassic@web110313.mail.gq1.yahoo.com> References: <1335396704.78332.YahooMailClassic@web110313.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <4F992C8E.4090308@domain.com.br> A proposito do tema, recomendo acessar o seguintes links: http://www.senado.gov.br/senado/presidencia/detalha_noticia.asp?data=10/08/2011&codigo=98856&tipo=12 e: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=3582&sid=459 Sem comentarios, Frank Em 25/4/2012 20:31, Daniel Lemos escreveu: > > Caros, > > Vim dar notícias sobre a mobilização realizada hoje em prol da Escola > de Música do Maranhão, feita pela manhã e à tarde. Houve discursos > proferidos por professores e alunos da Escola e dos cursos de Música > da UFMA e da UEMA. Houve também discurso de um escritor que passava > pelo local, reforçando que vários maranhenses acabam indo embora do > Estado justamente por falta de apoio do governo para publicação de > livros, materiais didáticos, realização de eventos e gravações de > concertos. Houve a presença de alunos da Escola e dos cursos de Música > da UFMA e UEMA, mas em quantidade bem menor do que se esperava. Isto > impossibilitou realizar outros tipos de manifestação, como machar ao > Palácio do Governo ou fechar uma via de trânsito. > > Ainda assim, houve a presença da mídia, registrando depoimentos de > professores e alunos, além de filmar as condições precárias em que se > encontra a Escola, com salas com mofo, cupins e pianos sendo > destroídos por brocas. É esperado que haja uma negociação em breve > para reinício das atividades, nem que seja em outro local. Serão > contatados várias figuras políticas entre Vereadores e Deputados, além > de haver uma denúncia à UNESCO por maus tratos da administração > pública ao Patrimônio Cultural da Humanidade, categoria em que se > enquadra atualmente o Centro Histórico de São Luís. > > Em breve, retorno com mais informações. > > Saudações cordiais, > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > > ufma.academia.edu/dlemos - > audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From apacheco em post.com Thu Apr 26 16:56:05 2012 From: apacheco em post.com (Alberto Pacheco) Date: Thu, 26 Apr 2012 15:56:05 -0400 Subject: [ANPPOM-Lista] Newsletter Caravelas Maio Message-ID: <20120426195606.67160@gmx.com> Caros Colegas: Espero que estejam todos bem. Venho mais uma vez pedir que me enviem informações para serem divulgadas no Newsletter Caravellas (publicações, eventos, call for papers, gravações,resenhas, etc). O prazo para o envio é até o dia 5 de Maio. A publicação está prevista para o dia 15 do mesmo mês. As edições anteriores do Newsletter podem ser vistas em: http://www.caravelas.com.pt/Newsletter.htm Agradeço pela boa vontade de todos. Com os melhores cumprimentos Alberto Pacheco CESEM/FCT Universidade Nova de Lisboa -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Thu Apr 26 11:31:36 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Thu, 26 Apr 2012 07:31:36 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] CPI sobre o Ecad In-Reply-To: Message-ID: <1335450696.13447.YahooMailClassic@web110313.mail.gq1.yahoo.com> Caros, Pode ser do interesse de vocês saber sobre a investigação parlamentar que está agindo sobre o Ecad. Mais informações neste link. Um abraço, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Fri Apr 27 09:26:21 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Fri, 27 Apr 2012 09:26:21 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] the harvard memorandum on journal pricing Message-ID: Faculty Advisory Council Memorandum on Journal Pricing Major Periodical Subscriptions Cannot Be Sustained - Maximize - Print To: Faculty Members in all Schools, Faculties, and Units From: The Faculty Advisory Council Date: April 17, 2012 RE: Periodical Subscriptions We write to communicate an untenable situation facing the Harvard Library. Many large journal publishers have made the scholarly communication environment fiscally unsustainable and academically restrictive. This situation is exacerbated by efforts of certain publishers (called ?providers?) to acquire, bundle, and increase the pricing on journals. Harvard?s annual cost for journals from these providers now approaches $3.75M. In 2010, the comparable amount accounted for more than 20% of *all*periodical subscription costs and just under 10% of *all* collection costs for everything the Library acquires. Some journals cost as much as $40,000 per year, others in the tens of thousands. Prices for online content from two providers have increased by about 145% over the past six years, which far exceeds not only the consumer price index, but also the higher education and the library price indices. These journals therefore claim an ever-increasing share of our overall collection budget. Even though scholarly output continues to grow and publishing can be expensive, profit margins of 35% and more suggest that the prices we must pay do not solely result from an increasing supply of new articles. The Library has never received anything close to full reimbursement for these expenditures from overhead collected by the University on grant and research funds. The Faculty Advisory Council to the Library, representing university faculty in all schools and in consultation with the Harvard Library leadership, reached this conclusion: major periodical subscriptions, especially to electronic journals published by historically key providers, cannot be sustained: continuing these subscriptions on their current footing is financially untenable. Doing so would seriously erode collection efforts in many other areas, already compromised. It is untenable for contracts with at least two major providers to continue on the basis identical with past agreements. Costs are now prohibitive. Moreover, some providers bundle many journals as one subscription, with major, high-use journals bundled in with journals consulted far less frequently. Since the Library now must change its subscriptions and since faculty and graduate students are chief users, please consider the following options open to faculty and students (F) and the Library (L), state other options you think viable, and communicate your views : 1. Make sure that all of your own papers are accessible by submitting them to DASH in accordance with the faculty-initiated open-access policies (F). 2. Consider submitting articles to open-access journals, or to ones that have reasonable, sustainable subscription costs; move prestige to open access (F). 3. If on the editorial board of a journal involved, determine if it can be published as open access material, or independently from publishers that practice pricing described above. If not, consider resigning (F). 4. Contact professional organizations to raise these issues (F). 5. Encourage professional associations to take control of scholarly literature in their field or shift the management of their e-journals to library-friendly organizations (F). 6. Encourage colleagues to consider and to discuss these or other options (F). 7. Sign contracts that unbundle subscriptions and concentrate on higher-use journals (L). 8. Move journals to a sustainable pay per use system, (L). 9. Insist on subscription contracts in which the terms can be made public (L). -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Fri Apr 27 09:35:29 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Fri, 27 Apr 2012 09:35:29 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?le_monde=3A_harvard_rejoint_les_uni?= =?iso-8859-1?q?versitaires_pour_un_boycott_des_=E9diteurs?= Message-ID: Harvard rejoint les universitaires pour un boycott des éditeurs Le Monde.fr | 25.04.2012 à 20h57 ? Mis à jour le 26.04.2012 à 10h57 Par Anna Benjamin [image: L'université d'Harvard, près de Boston, forme et a formé une grande part des dirigeants américains, dont l'actuel président BarackObama.] Plus de 10 000 universitaires du monde entier ont déjà signé la pétition, "Le coût du savoir" . Elle appelle au boycott de Elsevier, le géant hollandais de l'édition qui publie 2 000 revues scientifiques différentes par an. En cause : le prix des abonnements à ces revues que payent les bibliothèques des universités. Elles dépenseraient souvent plus de la moitié de leur budget dans ces achats à trois grands éditeurs commerciaux : Elsevier, Springer et Wiley. Cette initiative est née d'un article sur le blog d'un mathématiciende l'Université de Cambridge, Timothy Gowers, médaille Fields en 1998. Ce mathématicien a annoncé le 21 janvier qu'il ne ferait plus publier ses recherches dans les revues de l'éditeur Elsevier. La communauté mathématique l'a soutenu moins d'un mois après. Trente-quatre mathématiciens ont dénoncé *"un système dans lequel les éditeurs commerciaux font des profits sur la base du travail de mathématiciens et de frais d'abonnement des bibliothèques".* Un des litiges vient de la "loi sur les travaux de recherche", un projet présenté au Congrès américain en décembre 2011 qui interdit aux agences fédérales d'exigerle libre accès à des résultats scientifiques, même si ces recherches sont financées par l'Etat fédéral américain. *"La loi sur les travaux de recherche a été la goutte qui a fait déborder le vase pour beaucoup de gens",* a déclaré la mathématicienneIngrid Daubechies, de l'Université Duke. *HARVARD PLAIDE POUR LE LIBRE ACCÈS À SES RECHERCHES * L'université de Harvard, à Boston, vient de rejoindrele combat. Elle a beau être la seconde institution à but non lucratif la plus riche dans le monde, sa collection de revues académiques spécialisées plombe aussi ses comptes. Le prix des abonnements par les éditeurs universitaires lui coûte chaque année en moyenne 3,75 millions de dollars. Une note publiée sur son siteet envoyée à ses 2 100 professeurs et chercheurs, les encourage à mettre à disposition, librement, en ligne leurs recherches. Selon ce document, en augmentant leurs profits - 36 % en 2010 pour Elsevier pour un revenu de 3,2 milliards de dollars -, les éditeurs les plus importants provoquent une *"situation insoutenable" *dans les universités en créant un partage *"financièrement non viable"* et *"académiquement restrictif"*. Les prix pour l'accès des articles en ligne de deux des éditeurs les plus importants aurait augmenté de 145 % sur les six dernières années, certaines revues coûtant près de 40 000 dollars, l'équivalent d'un an de scolarité. Selon cette note encore, les abonnements sont si élevés qu'à terme cela *"va sérieusement contrerles efforts des collections scientifiques dans beaucoup de domaines" *. Les bibliothèques sont, elles, invitées à rendreles contrats plus transparents. Pour l'instant, ils empêchent les universités de rendrepublic les frais qu'elles paient à certains éditeurs. *"DES PRIX SCANDALEUX" * Ce mouvement met Harvard au centre d'un débat qui prend de l'ampleur : l'accès aux travaux de la recherche universitaire, dont une grande partie est financée par le contribuable. Les éditeurs ne supporteraient qu'une infime partie des coûts de production. Robert Darnton, directeur de la bibliothèque de Harvard, a expliqué au *Guardian*: *"J'espère que d'autres universités vont fairedes actions similaires. On est tous confrontés au même paradoxe. Nous faisons les recherches, écrivons les articles, ?uvrons au référencement des articles par d'autres chercheurs, le tout gratuitement... Et ensuite nous rachetons le résultat de notre travail à des prix scandaleux." * *"A long terme, la réponse sera de rendrelibre d'accès les publications des revues, mais nous avons besoin d'un effort concerté pour atteindrecet objectif" *, ajoute-t-il. Pour Geroge Monbiot, journaliste et universitaire, *"les éditeurs universitaires font ressemblerMurdoch à un socialiste" *: *"Ce que nous voyons ici, c'est du capitalisme rentier pur : monopoliser une ressource publique et fairepayer des frais exorbitants pour l' utiliser . Un autre terme pour le qualifierest le parasite économique." * Elsevier se défend dans une déclaration: *"La lettre du Conseil consultatif de l'université de Harvard ne spécifie pas un nom d'éditeur en particulier. Nous avons de bonnes relations avec les bibliothèques d'Harvard et nous avons conclu récemment un accord qui leur convient leur donnant la liberté de choisirles titres de revues qu'ils souhaitent" *. En effet, cet éditeur pratique la vente couplée de plusieurs journaux à la fois, sans possibilité pour les bibliothèques de choisircertaines publications et pas d'autres. *"Si Harvard ne peut pas se procurertous les journaux dont les chercheurs ont besoin, je vous laisse imaginerce qu'il nous reste à nous *, ajoute David Prosser, le directeur des librairies universitaires en Angleterre. *Il y a toujours eu un problème avec le budget des bibliothèques. La note d'Harvard montre que c'est plus important que cela. C'est au c?ur de l'éducation et de la recherche. Si vous ne pouvez pas avoir accès à la littérature, cela nuit à la recherche." * ***D'AUTRES UNIVERSITÉS POURRAIENT IMITERHARVARD * Heather Joseph, directrice de la Scholarly Publishingand Academic Resources Coalition, créée par l'association des bibliothèques de recherche américaine, a indiqué que d'autres universités pourraient suivrel'exemple de Harvard : *"Les bibliothèques ont essayé de tirerla sonnette d'alarme à ce sujet depuis un certain temps, mais ce sont les membres du corps professoral qui sont les producteurs et les consommateurs des articles. Ils ont obtenu les clés pour un changement significatif du marché de l'édition. Avoir Harvard qui appelle à ce que les autres universités fassent de même est un geste très significatif." * De plus en plus d'universités à travers le monde commencent à exigerde leurs chercheurs de rendre disponible leurs publications en libre accès, et non plus par le biais de ces revues - qui permettent pourtant aux spécialistes de faire valider leurs travaux, de les diffuser , et participerà leur réputation et à celle de leur laboratoire universitaire. Un sondage international, réalisé à la demande du Comité pour la mutualisation des systèmes d'information de l'enseignement supérieurbritannique, révèle que 81 % des chercheurs seraient prêts à déposer leurs articles dans des archives en libre accès. * * Anna Benjamin -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Fri Apr 27 23:26:23 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Fri, 27 Apr 2012 19:26:23 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Message-ID: <1335579983.87509.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Caros colegas, Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento;Saber lidar com o público em geral; Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sat Apr 28 10:19:12 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sat, 28 Apr 2012 10:19:12 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Appel_=E0_communications_-_revue_Fi?= =?iso-8859-1?q?ligrane=2C_Musique/Arts_plastiques?= References: Message-ID: <09A9606B-4842-4E93-B15E-E39946F62AAA@uol.com.br> embora ainda não classificada no qualis, esta revista tem uma forte circulação e é um espaço importante para trabalhos de ponta em música e interfaces. alguns de nós já publicaram em outros números e ela tem publicação semestral. silvio ferraz Begin forwarded message: > From: "Louisa Martin" > Subject: [Mshpn-filigrane] Appel à communications - revue Filigrane, Musique/Arts plastiques > Date: April 27, 2012 5:15:11 AM GMT-03:00 > To: > > Appel à communications > > Filigrane. Musique, esthétique, sciences, société n°16 > Musique/Arts plastiques > > > Si Hegel devait reprendre aujourd?hui son entreprise de classification des beaux-arts, il serait sans doute confronté à un problème qui n?avait pas lieu d?être à une époque où les distinctions du sensible corroboraient les clivages académiques entre les arts. Dès la fin du dix-neuvième siècle, dans l?effervescence des découvertes scientifiques qui allaient aboutir à la dualité onde-corpuscule, commencent à émerger un nombre considérable de travaux artistiques explorant les frontières conceptuelles entre les sensations et entre les arts, cherchant explicitement à les faire exploser. Les correspondances poétiques, A noir, E blanc, I rouge, U vert, O bleu, les tentatives fusionnelles ou synesthésiques,sonorité jaune, Couleurs de la cité céleste, ont formé un terreau que les nouveaux moyens techniques de présentation, d?exposition et de projection sonore et visuelle ont définitivement permis d?installer dans le paysage artistique. > > Mais comment s?opère cette nouvelle phase de l?art qui vise à la multisensorialité ? Quelles sont les modalités créatrices de ces passages de plus en plus transparents, quelle est l?essence du geste commun et du mouvement partagé, quelle est la logique des analogies fertiles qui se développent désormais au sein même des pratiques artistiques ? Qu?est-ce qui garantit que la multiplication des médias n?est pas un plaquage fortuit qui tente de faire sens d?un non-sens ? > > En s?appuyant sur la description d?expériences singulières, ce numéro de Filigrane souhaite aborder les questions fondamentales de « ce qui fait connivence » entre la musique et les arts dits « plastiques ». Mais plus encore, il aimerait pouvoir poser la question de ce qui est principiel dans tout moment de création et dont la modalité de révélation dans une forme ou une autre n?est après tout que contingente. > > Les propositions d?article doivent être envoyées avant le 30 août 2012 à louisa.martin em wanadoo.fr. Elles comprendront l?article (provisoire) complet ou une proposition détaillée (entre 6000 et 10000 caractères), ainsi qu?une brève biographie. Chaque proposition sera évaluée par les membres du comité de rédaction de la revue ainsi que par un comité de lecture qui sera spécialement créé pour ce numéro. Si l?article est accepté, il devra être envoyé dans sa version finale avant le 15 octobre 2012. > > Bien cordialement, > > Louisa Martin-Chevalier > Secrétaire de rédaction de la revue Filigrane, Musique, Esthétique, Sciences, Société > Allocatrice de recherche à l'Université Paris 8 > Ecole doctorale EDESTA > 06-19-73-87-64 > louisa.martin em wanadoo.fr > _______________________________________________ > Mshpn-filigrane mailing list > Mshpn-filigrane em listes.univ-paris13.fr > https://listes.univ-paris13.fr/mailman/listinfo/mshpn-filigrane -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Sat Apr 28 15:15:00 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Sat, 28 Apr 2012 15:15:00 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Media, Sound, and Culture in Latin America and the Caribbean Message-ID: Media, Sound, and Culture in Latin America and the Caribbean Bronfman, Alejandra and Wood, Andrew Grant (eds) University of Pittsburgh Press, 2012 Outside of music, the importance of sound and listening have been greatly overlooked in Latin American history. Visual media has dominated cultural studies, affording an incomplete record of the modern era. This edited volume presents an original analysis of the role of sound in Latin American and Caribbean societies, from the late nineteenth century to the present. The contributors examine the importance of sound in the purveyance of power, gender roles, race, community, religion, and populism. They also demonstrate how sound is essential to the formation of citizenship and nationalism. Sonic media, and radio in particular, have become primary tools for contesting political issues. In that vein, the contributors view the control of radio transmission and those who manipulate its content for political gain. Conversely, they show how, in neoliberal climates, radio programs have exposed corruption and provided a voice for activism. The chapters address sonic production in a variety of media: radio, Internet, digital recordings, phonographs, speeches, carnival performances, fireworks festivals, and the reinterpretation of sound in literature. They examine the embodied experience of listening and its importance to memory coding and identity formation. This collection looks to sonic media as an essential vehicle for transmitting ideologies, imagined communities, and culture. As the contributors discern, sound is ubiquitous, and its study is therefore crucial to understanding the flow of information and influence in Latin America and globally. -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sat Apr 28 15:55:47 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo In-Reply-To: <1335579983.87509.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> References: <1335579983.87509.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: caro daniel, isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC. ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também... parece q estamos sempre engatinhando. abs silvio On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: > > Caros colegas, > > Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". > > Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". > > Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: > Ser acadêmico da UFMA; > Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe"; > Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento; > Saber lidar com o público em geral; > > Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". > > O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. > > Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. > > Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. > > Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > > ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From magali.kleber em gmail.com Sun Apr 29 01:03:15 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Sun, 29 Apr 2012 01:03:15 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?=5BEduca=E7=E3o_Musical=5D_SBPC_na_?= =?iso-8859-1?q?UFMA=3A_um_absurdo?= In-Reply-To: <1335579983.87509.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> References: <1335579983.87509.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: Car em s, estava participando de duas bancas e somente agora abri os e-mails! Li rapidamente e me comprometo a retornar amanha, após uma leitura atenta. Obrigada Daneil por compartilhar e estimular nossa participação! Em stand by... abraços, Magali Em 27 de abril de 2012 23:26, Daniel Lemos escreveu: > > Caros colegas, > > Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na > Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC > "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". > > Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria > algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o > rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma > satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada > como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, > seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". > > Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para > convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC > Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a > Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), > tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre > outros: > > - Ser acadêmico da UFMA; > - Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe"; > - Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento; > - Saber lidar com o público em geral; > > > Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve > ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos > de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VERcom o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO > DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este > Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma > vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e > incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". > > O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para > "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento > de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da > UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 > bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome > do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e > profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido > pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno > de arte-educador na sociedade brasileira. > > Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, > acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a > Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. > Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o > Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente > que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um > professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar > em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi > prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, > como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de > que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador > seja cumprida. > > Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre > o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com > a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se > dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e > exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda > para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que > a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de > contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é > inaceitável dentro de uma Universidade. > > Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é > conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? > Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no > exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, > entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a > ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando > a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado > do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados > diante disso! > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > -- > Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo > Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. > Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: > professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com > Para postar mensagens, envie e-mail para > professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com > Para obter mais informações, acesse: > https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil > -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From marciomattos em marciomattos.com Sun Apr 29 10:38:09 2012 From: marciomattos em marciomattos.com (=?UTF-8?B?OjogIE3DoXJjaW9NYXR0b3MuQ29tIDo6?=) Date: Sun, 29 Apr 2012 10:38:09 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?b?W0VkdWNhw6fDo28gTXVzaWNhbF0gU0JQQyBuYSBV?= =?utf-8?q?FMA=3A_um_absurdo?= In-Reply-To: References: <1335579983.87509.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: Oi Daniel. E eu, inocente, pensava que o problema do Maranhão era apenas o bigode, mas parece que esse nem o "bicho ruim" quer levar. Estamos aqui para apoiar no que for possível. Um abraço. *MÁRCIO MATTOS* *Coordenador do Curso de Música da UFC - Campus Cariri* Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri Coordenador do CEMUC [cemucufc.blogspot.com] / Tutor do PET MÚSICA UFC - Cariri *Site Profissional:* cariri.ufc.br / educacaomusical.cariri.ufc.br *Site Pessoal:* www.marciomattos.com Crato - Ceará - Brasil *MSN:* mmttos em gmail.com *SKYPE:* mmttos Em 29 de abril de 2012 01:03, Magali Kleber escreveu: > Car em s, > > estava participando de duas bancas e somente agora abri os e-mails! > > Li rapidamente e me comprometo a retornar amanha, após uma leitura atenta. > > Obrigada Daneil por compartilhar e estimular nossa participação! > > Em stand by... > abraços, Magali > > Em 27 de abril de 2012 23:26, Daniel Lemos escreveu: > >> >> Caros colegas, >> >> Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na >> Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC >> "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". >> >> Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria >> algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o >> rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma >> satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada >> como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, >> seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". >> >> Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para >> convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC >> Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a >> Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), >> tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre >> outros: >> >> - Ser acadêmico da UFMA; >> - Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe"; >> - Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento; >> - Saber lidar com o público em geral; >> >> >> Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve >> ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos >> de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VERcom o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO >> DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. >> Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, >> uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e >> incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". >> >> O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para >> "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento >> de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da >> UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 >> bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome >> do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e >> profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido >> pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno >> de arte-educador na sociedade brasileira. >> >> Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, >> acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a >> Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. >> Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o >> Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente >> que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um >> professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar >> em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi >> prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, >> como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de >> que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador >> seja cumprida. >> >> Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre >> o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com >> a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se >> dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e >> exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda >> para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que >> a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de >> contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é >> inaceitável dentro de uma Universidade. >> >> Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é >> conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? >> Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no >> exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, >> entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a >> ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando >> a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado >> do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados >> diante disso! >> >> >> Daniel Lemos >> >> Curso de Música/DEART - musica.ufma.br >> ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com >> Universidade Federal do Maranhão >> >> -- >> Você está recebendo esta mensagem porque está cadastrado no Grupo >> Professores de Música do Brasil - Lista de Discussões em Educação Musical. >> Para integrar o Grupo, solicite o seu cadastro à Moderação: >> professoresdemusicadobrasil em GMAIL.com >> Para postar mensagens, envie e-mail para >> professoresdemusicadobrasil em GOOGLEGROUPS.com >> Para obter mais informações, acesse: >> https://groups.google.com/forum/#!forum/professoresdemusicadobrasil >> > > > > -- > Drª Magali Kleber > Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM > http://www.abemeducacaomusical.org.br/ > Gestão 2011-2013 > Diretora da Casa de Cultura > Universidade Estadual de Londrina > Fone 55 43 3323 8562 > Londrina - Paraná > Brasil > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From g_bortz em hotmail.com Sun Apr 29 12:42:22 2012 From: g_bortz em hotmail.com (Graziela Bortz) Date: Sun, 29 Apr 2012 15:42:22 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo In-Reply-To: References: <1335579983.87509.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com>, Message-ID: Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades também devem elaborar o documento junto às associações. Abs., Graziela From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 To: dal_lemos em yahoo.com.br CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC.ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também...parece q estamos sempre engatinhando. abssilvio On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: Caros colegas, Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento;Saber lidar com o público em geral; Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.comUniversidade Federal do Maranhão ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Apr 29 12:49:27 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sun, 29 Apr 2012 08:49:27 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo In-Reply-To: Message-ID: <1335714567.65914.YahooMailClassic@web110309.mail.gq1.yahoo.com> Caros colegas, Agradeço o apoio de quem é solidário a nossa mobilização. Gostaria especialmente de parabenizar nossos alunos de Música, Artes Visuais e Teatro, que marcharam em direção à Pró-Reitoria de Extensão para apoiar o diálogo do Departamento de Artes com os membros da administração. Vamos trabalhar na elaboração de um documento de repúdio ao acontecido. Esperamos que esta reivindicação seja também uma vitória para todos, mostrando que podemos sim transformar o preconceito e as políticas públicas autoritárias que incidem sobre a nossa área. Cordialmente, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 29/4/12, Graziela Bortz escreveu: De: Graziela Bortz Assunto: RE: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Para: "Silvio Ferraz" , dal_lemos em yahoo.com.br Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 29 de Abril de 2012, 12:42 Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades também devem elaborar o documento junto às associações. Abs., Graziela From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 To: dal_lemos em yahoo.com.br CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC.ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também...parece q estamos sempre engatinhando.  abssilvio On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: Caros colegas, Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento;Saber lidar com o público em geral; Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sun Apr 29 13:38:58 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sun, 29 Apr 2012 13:38:58 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo In-Reply-To: References: <1335579983.87509.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com>, Message-ID: <4A75D006-DD5B-416D-BE6B-E0D60C5A150F@uol.com.br> exato afinal de contas não é problema de uma universidade mas de todas abs silvio On Apr 29, 2012, at 12:42 PM, Graziela Bortz wrote: > Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades também devem elaborar o documento junto às associações. > > Abs., > > Graziela > > From: silvioferrazmello em uol.com.br > Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 > To: dal_lemos em yahoo.com.br > CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > caro daniel, > isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC. > ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também... > parece q estamos sempre engatinhando. > abs > silvio > > > > On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: > > > Caros colegas, > > Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". > > Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". > > Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: > Ser acadêmico da UFMA; > Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe"; > Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento; > Saber lidar com o público em geral; > > Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". > > O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. > > Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. > > Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. > > Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! > > > Daniel Lemos > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From vonhart em hotmail.com Sun Apr 29 14:38:30 2012 From: vonhart em hotmail.com (Ernesto Hartmann) Date: Sun, 29 Apr 2012 14:38:30 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 In-Reply-To: References: Message-ID: Olá Daniel, conte com o nosso total apoio da UFES. Podemos se for o caso acionar o departamento de artes visuais. Basta vc solicitar o que precisa. Acho que deve ser um repúdio coletivo da maior parte de instituições. Respondendo informalmente, é muito preocupante essa postura de uma pró-reitoria, reitoria ou seja qual for orgão de uma universidade pública. Aliado a questão já informada por ti sobre a escola de música do Maranhão, questionamos se realmente existe algum interesse nesse estado em qualquer tipo de manifestação artística. O pior é que isso não vem de uma sociedade desinformada, bombardeada pela mídia etc..., vem justamente de onde não poderia jamais vir, da academia (que muitas vezes finge ter um discurso diferenciado, mas só replica os maus hábitos que tanto critica). É preciso uma profunda reflexão sobre estas atitudes. Um grande abraço, estamos ai, Ernesto Hartmann - Chefe do Departamento de Teoria da Arte e Música da UFES From: anppom-l-request em iar.unicamp.br Subject: Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 To: anppom-l em iar.unicamp.br Date: Sun, 29 Apr 2012 14:15:36 -0300 Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para anppom-l em iar.unicamp.br Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou corpo da mensagem para anppom-l-request em iar.unicamp.br Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista pelo endereço anppom-l-owner em iar.unicamp.br Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." --Forwarded Message Attachment-- From: g_bortz em hotmail.com CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br To: silvioferrazmello em uol.com.br; dal_lemos em yahoo.com.br Date: Sun, 29 Apr 2012 15:42:22 +0000 Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades também devem elaborar o documento junto às associações. Abs., Graziela From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 To: dal_lemos em yahoo.com.br CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC.ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também...parece q estamos sempre engatinhando. abssilvio On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: Caros colegas, Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento;Saber lidar com o público em geral; Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.comUniversidade Federal do Maranhão ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ --Forwarded Message Attachment-- From: dal_lemos em yahoo.com.br To: anppom-l em iar.unicamp.br Date: Sun, 29 Apr 2012 08:49:27 -0700 Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Caros colegas, Agradeço o apoio de quem é solidário a nossa mobilização. Gostaria especialmente de parabenizar nossos alunos de Música, Artes Visuais e Teatro, que marcharam em direção à Pró-Reitoria de Extensão para apoiar o diálogo do Departamento de Artes com os membros da administração. Vamos trabalhar na elaboração de um documento de repúdio ao acontecido. Esperamos que esta reivindicação seja também uma vitória para todos, mostrando que podemos sim transformar o preconceito e as políticas públicas autoritárias que incidem sobre a nossa área. Cordialmente, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.comUniversidade Federal do Maranhão --- Em dom, 29/4/12, Graziela Bortz escreveu: De: Graziela Bortz Assunto: RE: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Para: "Silvio Ferraz" , dal_lemos em yahoo.com.br Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 29 de Abril de 2012, 12:42 Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades também devem elaborar o documento junto às associações. Abs., Graziela From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 To: dal_lemos em yahoo.com.br CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC.ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também...parece q estamos sempre engatinhando. abssilvio On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: Caros colegas, Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento;Saber lidar com o público em geral; Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.comUniversidade Federal do Maranhão ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rogeriobudasz em yahoo.com Sun Apr 29 15:00:51 2012 From: rogeriobudasz em yahoo.com (Rogerio Budasz) Date: Sun, 29 Apr 2012 11:00:51 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Novo_livro_da_W=2E_W=2E_Norton=3A_M?= =?iso-8859-1?q?=FAsicas_da_Am=E9rica_Latina?= In-Reply-To: <1335714567.65914.YahooMailClassic@web110309.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <1335722451.69226.YahooMailClassic@web160606.mail.bf1.yahoo.com> A editora W. W. Norton acaba de lançar um novo volume sobre música na América Latina: Musics of Latin America, co-editado por Robin Moore (UT-Austin) e Walter Aaron Clark (UC-Riverside).  O livro ultrapassa barreiras disciplinares e cobre uma grande variedade de práticas e gêneros musicais tradicionais, populares e eruditos. Cada capítulo é assinado por um especialista em sua área. O capítulo referente ao Brasil é assinado por Cristina Magaldi. Para maiores informações visite: http://books.wwnorton.com/books/978-0-393-92965-2/ eflyer: http://iamsg.ucr.edu/news/MOLA-eflyer.pdf ======================== Rogerio Budasz Associate Professor of Musicology University of California Departament of Music - ARTS 143 900 University Ave. Riverside CA, 92521 951 827 5069 rogerio.budasz em ucr.edu -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From musicoyargentino em hotmail.com Sun Apr 29 15:45:09 2012 From: musicoyargentino em hotmail.com (=?iso-8859-1?B?RGFtaeFuIEtlbGxlcg==?=) Date: Sun, 29 Apr 2012 18:45:09 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo In-Reply-To: References: Message-ID: Caro Daniel, Simpatizo com tua surpresa e indignação em relação ao tratamento despectivo da nossa área. Essa parece ser a regra implícita na burocracia universitária das regiões Norte e Nordeste. No entanto, sugiro um pouco de cautela. > Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Antes de qualquer ação da Anppom ou da Abem, talvez seja bom ter alguma manifestação oficial das instâncias administrativas da UFMA e da SBPC. O documento que vocês estão elaborando deverá ser respondido, e a partir dessa resposta oficial a Anppom pode se posicionar com mais força. Abraço,Damián Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller From guilherme_goldberg em hotmail.com Sun Apr 29 21:49:21 2012 From: guilherme_goldberg em hotmail.com (Guilherme Goldberg) Date: Mon, 30 Apr 2012 00:49:21 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?windows-1252?q?FW=3A_=5BAnppom2012=5D_Reparando_?= =?windows-1252?q?enganos_e_omiss=F5es_em_torno_da_vida_e_obra_de_Theodoro?= =?windows-1252?q?_Cyro_de_Souza?= In-Reply-To: References: Message-ID: Caros, Tenho tentado cumprir o compromisso que assumi para o Congresso ANPPOM 2012, mas não tem sido possível enviar as avaliações. Solicito que os erros de formulários sejam corrigidos e os prazos ampliados.Atenciosamente,Luiz Guilherme Goldberg > To: isabel.isabelnogueira em gmail.com > Subject: [Anppom2012] Reparando enganos e omissões em torno da vida e obra de Theodoro Cyro de Souza > Date: Sun, 29 Apr 2012 19:45:36 -0500 > From: guilherme_goldberg em hotmail.com > > Cara profa., > > Não está sendo possível enviar as avaliações. Acusa constantemente > erro. Eis a mensagem recebida: > > Erros detectados ao processar formulário!: > ?##reviewer.paper.reviewFormResponse.form.responseRequired## > > Sendo assim, lamento não ser possível cumprir com compromisso assumido. > > Atenciosamente, > Luiz Guilherme Duro Goldberg > ____________________________________________________ > XXII Congresso da ANPPOM - João Pessoa - 27 a 31 de Agosto de 2012 > http://anppom.com.br/congressos/ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From magali.kleber em gmail.com Sun Apr 29 16:16:46 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Sun, 29 Apr 2012 16:16:46 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Digest Anppom-l, volume 84, assunto 37 In-Reply-To: References: Message-ID: Coleg em s concordo com o Sylvio e ja me manifestei em outra lista, no sentido de elaborarmos um documento inter-institcional, envolvendo as unviersidades e associações de classe. Inclusive, e 2011 a programação cultural e artística da SBPC em Goiancia - UFG, foi dirigida pela Flavia Cruvinel do Depto de Música da UFG EMAC e foi elogiada pela coordenação. Assim, como presidente da ABEM, me disponho a contribuir para a elaboração desse documento. Atenciosamente, Magali Kleber Em 29 de abril de 2012 16:03, escreveu: > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para > anppom-l em iar.unicamp.br > > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou > corpo da mensagem para > anppom-l-request em iar.unicamp.br > > Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista pelo > endereço > anppom-l-owner em iar.unicamp.br > > Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será > mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." > > > Tópicos de Hoje: > > 1. Re: SBPC na UFMA: um absurdo (silvioferrazmello) > 2. Re: Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 (Ernesto Hartmann) > > > ---------------------------------------------------------------------- > > Message: 1 > Date: Sun, 29 Apr 2012 13:38:58 -0300 > From: silvioferrazmello > To: Graziela Bortz > Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, > anppom-l em iar.unicamp.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > Message-ID: <4A75D006-DD5B-416D-BE6B-E0D60C5A150F em uol.com.br> > Content-Type: text/plain; charset="utf-8" > > exato > afinal de contas não é problema de uma universidade mas de todas > abs > silvio > > On Apr 29, 2012, at 12:42 PM, Graziela Bortz wrote: > > > Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades > também devem elaborar o documento junto às associações. > > > > Abs., > > > > Graziela > > > > From: silvioferrazmello em uol.com.br > > Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 > > To: dal_lemos em yahoo.com.br > > CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; > anppom-l em iar.unicamp.br > > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > > > caro daniel, > > isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e > outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de > pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC. > > ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas > talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por > exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia > assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a > consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no > maranhão mas nos outros estados também... > > parece q estamos sempre engatinhando. > > abs > > silvio > > > > > > > > On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: > > > > > > Caros colegas, > > > > Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na > Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC > "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". > > > > Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria > algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o > rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma > satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada > como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, > seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". > > > > Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para > convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC > Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a > Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como > pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: > > Ser acadêmico da UFMA; > > Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe"; > > Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento; > > Saber lidar com o público em geral; > > > > Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" > deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear > aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM > A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado > para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi > considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que > trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de > atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". > > > > O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para > "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de > Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA > com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 > bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do > SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e > profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido > pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno > de arte-educador na sociedade brasileira. > > > > Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, > acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a > Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. > Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o > Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente > que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um > professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar > em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi > prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, > como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de > que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador > seja cumprida. > > > > Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM > sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em > contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de > Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por > respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta > mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do > descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a > Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste > preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. > > > > Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é > conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? > Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior > é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles > o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser > justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a > uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do > Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante > disso! > > > > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > > ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com > > Universidade Federal do Maranhão > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > > > > > ________________________________________________ Lista de discuss?es > ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l________________________________________________ > > -------------- Próxima Parte ---------- > Um anexo em HTML foi limpo... > URL: < > http://iar.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20120429/63361574/attachment-0001.htm > > > > ------------------------------ > > Message: 2 > Date: Sun, 29 Apr 2012 14:38:30 -0300 > From: Ernesto Hartmann > To: > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 > Message-ID: > Content-Type: text/plain; charset="utf-8" > > > Olá Daniel, conte com o nosso total apoio da UFES. Podemos se for o caso > acionar o departamento de artes visuais. > Basta vc solicitar o que precisa. > Acho que deve ser um repúdio coletivo da maior parte de instituições. > Respondendo informalmente, é muito preocupante essa postura de uma > pró-reitoria, reitoria ou seja qual for orgão de uma universidade pública. > Aliado a questão já informada por ti sobre a escola de música do Maranhão, > questionamos se realmente existe algum interesse nesse estado em qualquer > tipo de manifestação artística. O pior é que isso não vem de uma sociedade > desinformada, bombardeada pela mídia etc..., vem justamente de onde não > poderia jamais vir, da academia (que muitas vezes finge ter um discurso > diferenciado, mas só replica os maus hábitos que tanto critica). É preciso > uma profunda reflexão sobre estas atitudes. > Um grande abraço, estamos ai, > Ernesto Hartmann - Chefe do Departamento de Teoria da Arte e Música da UFES > > From: anppom-l-request em iar.unicamp.br > Subject: Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 > To: anppom-l em iar.unicamp.br > Date: Sun, 29 Apr 2012 14:15:36 -0300 > > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para > anppom-l em iar.unicamp.br > > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou > corpo da mensagem para > anppom-l-request em iar.unicamp.br > > Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista pelo > endereço > anppom-l-owner em iar.unicamp.br > > Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será > mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." > > > --Forwarded Message Attachment-- > From: g_bortz em hotmail.com > CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br > To: silvioferrazmello em uol.com.br; dal_lemos em yahoo.com.br > Date: Sun, 29 Apr 2012 15:42:22 +0000 > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > > > > > Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades > também devem elaborar o documento junto às associações. > > Abs., > > Graziela > > From: silvioferrazmello em uol.com.br > Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 > To: dal_lemos em yahoo.com.br > CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, > anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a > proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que > é a SBPC.ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão > mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como > por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia > assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a > consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no > maranhão mas nos outros estados também...parece q estamos sempre > engatinhando. > abssilvio > > > On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: > Caros colegas, > > Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na > Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC > "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". > > Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria > algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o > rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma > satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada > como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, > seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". > > Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para > convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC > Jovem", uma das modalidades > que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o > seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos > arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: > Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em > equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento;Saber > lidar com o público em geral; > Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve > ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos > de > DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o > ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para > consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma > AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da > Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de > igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". > > O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para > "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de > Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA > com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 > bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do > SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e > profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido > pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno > de arte-educador na sociedade brasileira. > > Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, > acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a > Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. > Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o > Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente > que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um > professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar > em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi > prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, > como > eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que > esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja > cumprida. > > Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre > o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com > a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se > dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e > exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda > para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que > a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de > contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é > inaceitável dentro de uma Universidade. > > Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é > conhecido no exterior por ter > excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal > característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, > sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. > É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais > menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo > eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um > acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! > > > Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos- audioarte.blogspot.comUniversidade Federal do Maranhão > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discuss?es ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > --Forwarded Message Attachment-- > From: dal_lemos em yahoo.com.br > To: anppom-l em iar.unicamp.br > Date: Sun, 29 Apr 2012 08:49:27 -0700 > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > > Caros colegas, > > Agradeço o apoio de quem é solidário a nossa mobilização. Gostaria > especialmente de parabenizar nossos alunos de Música, Artes Visuais e > Teatro, que marcharam em direção à Pró-Reitoria de Extensão para apoiar o > diálogo do Departamento de Artes com os membros da administração. Vamos > trabalhar na elaboração de um documento de repúdio ao acontecido. Esperamos > que esta reivindicação seja também uma vitória para todos, mostrando que > podemos sim transformar o preconceito e as políticas públicas autoritárias > que incidem sobre a nossa área. > > Cordialmente, > > Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos- audioarte.blogspot.comUniversidade Federal do Maranhão > > > --- Em > dom, 29/4/12, Graziela Bortz escreveu: > > De: Graziela Bortz > Assunto: RE: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > Para: "Silvio Ferraz" , > dal_lemos em yahoo.com.br > Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 29 de Abril de 2012, 12:42 > > > > > > Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades > também devem elaborar o documento junto às associações. > > Abs., > > Graziela > > From: silvioferrazmello em uol.com.br > Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 > To: dal_lemos em yahoo.com.br > CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, > anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a > proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que > é a SBPC.ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão > mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como > por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia > assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a > consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no > maranhão mas nos outros estados também...parece q estamos sempre > engatinhando. > abssilvio > > > On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: > Caros colegas, > > Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na > Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC > "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". > > Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria > algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o > rótulo "Ciência" - além de me > trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área > de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples > "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades > tipicamente "acadêmicas". > > Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para > convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC > Jovem", uma das modalidades > que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o > seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos > arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: > Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em > equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento;Saber > lidar com o público em geral; > Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve > ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, > manusear aparelhos de > DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o > ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para > consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma > AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da > Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de > igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". > > O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para > "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de > Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA > com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 > bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do > SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e > profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido > pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno > de arte-educador na sociedade brasileira. > > Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, > acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a > Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. > Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o > Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente > que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um > professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar > em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi > prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, > como > eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que > esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja > cumprida. > > Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre > o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com > a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se > dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e > exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda > para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que > a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de > contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é > inaceitável dentro de uma Universidade. > > Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é > conhecido no exterior por ter > excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal > característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, > sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. > É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais > menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo > eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um > acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! > > > Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos- audioarte.blogspot.comUniversidade Federal do Maranhão > ________________________________________________ > Lista de discussões > ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discuss?es ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > -------------- Próxima Parte ---------- > Um anexo em HTML foi limpo... > URL: < > http://iar.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20120429/6e4e8242/attachment.htm > > > > ------------------------------ > > _______________________________________________ > Anppom-l mailing list > Anppom-l em iar.unicamp.br > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > > Fim da Digest Anppom-l, volume 84, assunto 37 > ********************************************* > -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Apr 29 16:58:23 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sun, 29 Apr 2012 12:58:23 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 In-Reply-To: Message-ID: <1335729503.3925.YahooMailClassic@web110310.mail.gq1.yahoo.com> Caro prof. Ernesto, Muito bem colocado. Não podemos deixar isto passar em branco. Em breve entro em contato sobre que providências vamos tomar. Em princípio, estamos pensando em um documento em repúdio ao ato, enviado à UFMA e à SBPC. Precisaremos de assinaturas que respaldem a posição do Departamento de Artes. Muito obrigado pelo apoio. Grande abraço, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 29/4/12, Ernesto Hartmann escreveu: De: Ernesto Hartmann Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 29 de Abril de 2012, 14:38 Olá Daniel, conte com o nosso total apoio da UFES. Podemos se for o caso acionar o departamento de artes visuais.  Basta vc solicitar o que precisa.  Acho que deve ser um repúdio coletivo da maior parte de instituições.  Respondendo informalmente, é muito preocupante essa postura de uma pró-reitoria, reitoria ou seja qual for orgão de uma universidade pública. Aliado a questão já informada por ti sobre a escola de música do Maranhão, questionamos se realmente existe algum interesse nesse estado em qualquer tipo de manifestação artística. O pior é que isso não vem de uma sociedade desinformada, bombardeada pela mídia etc..., vem justamente de onde não poderia jamais vir, da academia (que muitas vezes finge ter um discurso diferenciado, mas só replica os maus hábitos que tanto critica). É preciso uma profunda reflexão sobre estas atitudes.  Um grande abraço, estamos ai, Ernesto Hartmann - Chefe do Departamento de Teoria da Arte e Música da UFES From: anppom-l-request em iar.unicamp.br Subject: Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 To: anppom-l em iar.unicamp.br Date: Sun, 29 Apr 2012 14:15:36 -0300 Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para anppom-l em iar.unicamp.br Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou corpo da mensagem para anppom-l-request em iar.unicamp.br Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista pelo endereço anppom-l-owner em iar.unicamp.br Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." --Forwarded Message Attachment-- From: g_bortz em hotmail.com CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br To: silvioferrazmello em uol.com.br; dal_lemos em yahoo.com.br Date: Sun, 29 Apr 2012 15:42:22 +0000 Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo #yiv1428330578 .yiv1428330578ExternalClass .yiv1428330578ecxhmmessage P {padding:0px;} #yiv1428330578 .yiv1428330578ExternalClass body.yiv1428330578ecxhmmessage {font-size:10pt;font-family:Tahoma;} Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades também devem elaborar o documento junto às associações. Abs., Graziela From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 To: dal_lemos em yahoo.com.br CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC.ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também...parece q estamos sempre engatinhando.  abssilvio On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: Caros colegas, Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento;Saber lidar com o público em geral; Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ --Forwarded Message Attachment-- From: dal_lemos em yahoo.com.br To: anppom-l em iar.unicamp.br Date: Sun, 29 Apr 2012 08:49:27 -0700 Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Caros colegas, Agradeço o apoio de quem é solidário a nossa mobilização. Gostaria especialmente de parabenizar nossos alunos de Música, Artes Visuais e Teatro, que marcharam em direção à Pró-Reitoria de Extensão para apoiar o diálogo do Departamento de Artes com os membros da administração. Vamos trabalhar na elaboração de um documento de repúdio ao acontecido. Esperamos que esta reivindicação seja também uma vitória para todos, mostrando que podemos sim transformar o preconceito e as políticas públicas autoritárias que incidem sobre a nossa área. Cordialmente, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 29/4/12, Graziela Bortz escreveu: De: Graziela Bortz Assunto: RE: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Para: "Silvio Ferraz" , dal_lemos em yahoo.com.br Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 29 de Abril de 2012, 12:42 #yiv1428330578 .yiv1428330578ExternalClass #yiv1428330578ecxyiv1289200870 .yiv1428330578ecxyiv1289200870hmmessage P {padding:0px;} #yiv1428330578 .yiv1428330578ExternalClass #yiv1428330578ecxyiv1289200870 body.yiv1428330578ecxyiv1289200870hmmessage {font-size:10pt;font-family:Tahoma;} Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades também devem elaborar o documento junto às associações. Abs., Graziela From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 To: dal_lemos em yahoo.com.br CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC.ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também...parece q estamos sempre engatinhando.  abssilvio On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: Caros colegas, Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento;Saber lidar com o público em geral; Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Apr 29 17:03:40 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sun, 29 Apr 2012 13:03:40 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo In-Reply-To: Message-ID: <1335729820.67753.YahooMailClassic@web110302.mail.gq1.yahoo.com> Caro prof. Damián, Bem colocado. Nestes momentos, nossa tendência é agir com maior energia, mas sabemos que no meio acadêmico devemos manter uma postura que permita em primeiro lugar um diálogo franco. O teor da resposta vai depender do que for decidido na reunião desta quarta-feira, mas o documento deverá ser enviado de qualquer forma, até para mostrar que nossa área está observando. Recordo-me do discurso do prof. Arão Paranaguá - inclusive professor do DEART/UFMA, sobre a época de aprovação da nova LDB de 1996. Havia vários deputados e senadores oficialmente contra a entrada da disciplina de Artes na grade curricular da Educação Básica. Se não fosse pela grande mobilização da FAEB, não teríamos hoje este crescimento exponencial das áreas de Artes no país, com o desmembramento dos cursos de Educação Artística e criação de Licenciaturas em Música. Basta lembrarmos de momentos como este para ver que não podemos deixar de nos manifestar. Um abraço, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 29/4/12, Damián Keller escreveu: De: Damián Keller Assunto: SBPC na UFMA: um absurdo Para: anppom-l em iar.unicamp.br, dal_lemos em yahoo.com.br Data: Domingo, 29 de Abril de 2012, 15:45 Caro Daniel, Simpatizo com tua surpresa e indignação em relação ao tratamento despectivo da nossa área. Essa parece ser a regra implícita na burocracia universitária das regiões Norte e Nordeste. No entanto, sugiro um pouco de cautela. > Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Antes de qualquer ação da Anppom ou da Abem, talvez seja bom ter alguma manifestação oficial das instâncias administrativas da UFMA e da SBPC. O documento que vocês estão elaborando deverá ser respondido, e a partir dessa resposta oficial a Anppom pode se posicionar com mais força. Abraço,Damián Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller                           -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rogeriobudasz em yahoo.com Sun Apr 29 20:47:53 2012 From: rogeriobudasz em yahoo.com (Rogerio Budasz) Date: Sun, 29 Apr 2012 16:47:53 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Novo_livro_da_W=2E_W=2E_Norton=3A_M?= =?iso-8859-1?q?=FAsicas_da_Am=E9rica_Latina?= In-Reply-To: <1335722451.69226.YahooMailClassic@web160606.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1335743273.95066.YahooMailClassic@web160606.mail.bf1.yahoo.com> Prezados colegas, Na mensagem anterior os links foram corrompidos durante a viagem pelo cyberespaço. Caso não funcionem novamente, basta copiar e colar na barra de endereço. http://books.wwnorton.com/books/978-0-393-92965-2/ http://iamsg.ucr.edu/news/MOLA-eflyer.pdf Rogério --- On Sun, 4/29/12, Rogerio Budasz wrote: From: Rogerio Budasz Subject: [ANPPOM-Lista] Novo livro da W. W. Norton: Músicas da América Latina To: anppom-l em iar.unicamp.br Date: Sunday, April 29, 2012, 11:00 AM A editora W. W. Norton acaba de lançar um novo volume sobre música na América Latina: Musics of Latin America, co-editado por Robin Moore (UT-Austin) e Walter Aaron Clark (UC-Riverside).  O livro ultrapassa barreiras disciplinares e cobre uma grande variedade de práticas e gêneros musicais tradicionais, populares e eruditos. Cada capítulo é assinado por um especialista em sua área. O capítulo referente ao Brasil é assinado por Cristina Magaldi. Para maiores informações visite: http://books.wwnorton.com/books/978-0-393-92965-2/ eflyer: http://iamsg.ucr.edu/news/MOLA-eflyer.pdf ======================== Rogerio Budasz Associate Professor of Musicology University of California Departament of Music - ARTS 143 900 University Ave. Riverside CA, 92521 951 827 5069 rogerio.budasz em ucr.edu -----Inline Attachment Follows----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From ireporzio em hotmail.com Mon Apr 30 01:49:58 2012 From: ireporzio em hotmail.com (Irene Porzio) Date: Mon, 30 Apr 2012 04:49:58 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo In-Reply-To: References: , Message-ID: Olá Daniel, Obrigada por compartilhar essa situaçao e fazé-la pública. Concordo que nao é um problema apenas da UFMA mas de todas as Universidades. Apoio totalmente a tua crítica. um abço, Irene > From: musicoyargentino em hotmail.com > To: anppom-l em iar.unicamp.br; dal_lemos em yahoo.com.br > Date: Sun, 29 Apr 2012 18:45:09 +0000 > Subject: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > > > Caro Daniel, > Simpatizo com tua surpresa e indignação em relação ao tratamento despectivo da nossa área. Essa parece ser a regra implícita na burocracia universitária das regiões Norte e Nordeste. No entanto, sugiro um pouco de cautela. > > Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. > Antes de qualquer ação da Anppom ou da Abem, talvez seja bom ter alguma manifestação oficial das instâncias administrativas da UFMA e da SBPC. O documento que vocês estão elaborando deverá ser respondido, e a partir dessa resposta oficial a Anppom pode se posicionar com mais força. > Abraço,Damián > > > Dr. Damián Keller - > Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - > http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Mon Apr 30 09:47:03 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Mon, 30 Apr 2012 09:47:03 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?UFMA_-_Ufff!_M=E1!?= Message-ID: *Caro Daniel Lemos: Parabéns por sua iniciativa em denunciar a grosseria e a ignorância de dirigentes da UFMA. Mas, convenhamos, há males que vêm para o bem. O fato nos leva, a todos, a questões que antecedem a postura da pró-reitoria desinformada. Passamos a perguntar acerca dos motivos que levaram o pró-reitor a usar indevidamente a expressão "Arte-Educador". Vejamos algumas das perguntas: Como foi escolhido esse professor para ocupar o cargo de pró-reitor? Foi o reitor que o escolheu? O reitor foi eleito pela comunidade acadêmica? Como? Se houve eleição, como foram as percentagens nos pesos dos votos dos três segmentos (professores, funcionários, estudantes)? Houve debates entre candidatos? Professores de Música e Arte-Educadores da UFMA participaram dos debates e apoiaram algum candidato? Em que grau acontece a participação de professores de Música da UFMA na política da Universidade e nos seus Orgãos Colegiados? Também nos leva a importantes reflexões esta frase sua: "A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova." Levando em conta essa sua avaliação e informação sobre nossa CULTURA, gostaria de saber o que pensam os Arte-Educadores sobre ela. Para fortelecimento da indústria do turismo e da imagem do Brasil no exterior, deve o Arte-Educador priorizar o Samba e a Bossa Nova na sala de aula? Abraço, Jorge Antunes * Em 29 de abril de 2012 14:38, Ernesto Hartmann escreveu: > Olá Daniel, conte com o nosso total apoio da UFES. Podemos se for o caso > acionar o departamento de artes visuais. > > Basta vc solicitar o que precisa. > > Acho que deve ser um repúdio coletivo da maior parte de instituições. > > Respondendo informalmente, é muito preocupante essa postura de uma > pró-reitoria, reitoria ou seja qual for orgão de uma universidade pública. > Aliado a questão já informada por ti sobre a escola de música do Maranhão, > questionamos se realmente existe algum interesse nesse estado em qualquer > tipo de manifestação artística. O pior é que isso não vem de uma sociedade > desinformada, bombardeada pela mídia etc..., vem justamente de onde não > poderia jamais vir, da academia (que muitas vezes finge ter um discurso > diferenciado, mas só replica os maus hábitos que tanto critica). É preciso > uma profunda reflexão sobre estas atitudes. > > Um grande abraço, estamos ai, > > Ernesto Hartmann - Chefe do Departamento de Teoria da Arte e Música da UFES > > From: anppom-l-request em iar.unicamp.br > Subject: Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 > To: anppom-l em iar.unicamp.br > Date: Sun, 29 Apr 2012 14:15:36 -0300 > > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para > anppom-l em iar.unicamp.br > > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou > corpo da mensagem para > anppom-l-request em iar.unicamp.br > > Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista pelo > endereço > anppom-l-owner em iar.unicamp.br > > Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será > mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." > > > > --Forwarded Message Attachment-- > From: g_bortz em hotmail.com > CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br > To: silvioferrazmello em uol.com.br; dal_lemos em yahoo.com.br > Date: Sun, 29 Apr 2012 15:42:22 +0000 > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades > também devem elaborar o documento junto às associações. > > Abs., > > Graziela > > ------------------------------ > From: silvioferrazmello em uol.com.br > Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 > To: dal_lemos em yahoo.com.br > CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > caro daniel, > isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e > outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de > pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC. > ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas > talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por > exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia > assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a > consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no > maranhão mas nos outros estados também... > parece q estamos sempre engatinhando. > abs > silvio > > > > On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: > > > Caros colegas, > > Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na > Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC > "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". > > Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria > algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o > rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma > satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada > como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, > seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". > > Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para > convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC > Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a > Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), > tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre > outros: > > - Ser acadêmico da UFMA; > - Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe"; > - Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento; > - Saber lidar com o público em geral; > > > Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve > ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos > de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VERcom o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO > DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este > Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma > vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e > incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". > > O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para > "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento > de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da > UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 > bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome > do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e > profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido > pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno > de arte-educador na sociedade brasileira. > > Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, > acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a > Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. > Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o > Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente > que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um > professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar > em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi > prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, > como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de > que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador > seja cumprida. > > Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre > o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com > a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se > dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e > exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda > para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que > a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de > contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é > inaceitável dentro de uma Universidade. > > Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é > conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? > Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no > exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, > entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a > ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando > a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado > do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados > diante disso! > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ Lista de discuss?es > ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l________________________________________________ > > > --Forwarded Message Attachment-- > From: dal_lemos em yahoo.com.br > To: anppom-l em iar.unicamp.br > Date: Sun, 29 Apr 2012 08:49:27 -0700 > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > > Caros colegas, > > Agradeço o apoio de quem é solidário a nossa mobilização. Gostaria > especialmente de parabenizar nossos alunos de Música, Artes Visuais e > Teatro, que marcharam em direção à Pró-Reitoria de Extensão para apoiar o > diálogo do Departamento de Artes com os membros da administração. Vamos > trabalhar na elaboração de um documento de repúdio ao acontecido. Esperamos > que esta reivindicação seja também uma vitória para todos, mostrando que > podemos sim transformar o preconceito e as políticas públicas autoritárias > que incidem sobre a nossa área. > > Cordialmente, > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *dom, 29/4/12, Graziela Bortz * escreveu: > > > De: Graziela Bortz > Assunto: RE: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > Para: "Silvio Ferraz" , > dal_lemos em yahoo.com.br > Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 29 de Abril de 2012, 12:42 > > Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades > também devem elaborar o documento junto às associações. > > Abs., > > Graziela > > ------------------------------ > From: silvioferrazmello em uol.com.br > Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 > To: dal_lemos em yahoo.com.br > CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo > > caro daniel, > isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e > outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de > pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC. > ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas > talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por > exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia > assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a > consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no > maranhão mas nos outros estados também... > parece q estamos sempre engatinhando. > abs > silvio > > > > On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: > > > Caros colegas, > > Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na > Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC > "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". > > Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria > algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o > rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma > satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada > como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, > seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". > > Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para > convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC > Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a > Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), > tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre > outros: > > - Ser acadêmico da UFMA; > - Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe"; > - Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento; > - Saber lidar com o público em geral; > > > Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve > ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos > de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VERcom o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO > DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este > Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma > vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e > incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". > > O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para > "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento > de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da > UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 > bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome > do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e > profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido > pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno > de arte-educador na sociedade brasileira. > > Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, > acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a > Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. > Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o > Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente > que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um > professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar > em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi > prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, > como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de > que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador > seja cumprida. > > Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre > o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com > a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se > dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e > exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda > para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que > a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de > contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é > inaceitável dentro de uma Universidade. > > Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é > conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? > Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no > exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, > entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a > ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando > a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado > do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados > diante disso! > > > Daniel Lemos > > Curso de Música/DEART - musica.ufma.br > ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com > Universidade Federal do Maranhão > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ Lista de discuss?es > ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rbtvotta em yahoo.com.br Mon Apr 30 15:29:46 2012 From: rbtvotta em yahoo.com.br (Roberto Votta) Date: Mon, 30 Apr 2012 11:29:46 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?_Relat=F3rio_Final_da_CPI_do_ECAD?= In-Reply-To: <1335743273.95066.YahooMailClassic@web160606.mail.bf1.yahoo.com> References: <1335722451.69226.YahooMailClassic@web160606.mail.bf1.yahoo.com> <1335743273.95066.YahooMailClassic@web160606.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1335810586.15859.YahooMailNeo@web160301.mail.bf1.yahoo.com> Para conhecimento geral. http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=106951&tp=1 Roberto Votta -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Mon Apr 30 21:47:33 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Mon, 30 Apr 2012 17:47:33 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?UFMA_-_Ufff!_M=C3=A1!?= In-Reply-To: Message-ID: <1335833253.95320.YahooMailClassic@web110303.mail.gq1.yahoo.com> Caro prof. Antunes, Sobre a administração da "Ufff! Má!", as eleições ocorrem assim como nas demais Universidades Federais: o reitor é eleito por votação, e a partir daí, designa os cargos políticos - entre eles as pró-reitorias. Esta é uma universidade de médicos: há 6 Departamentos de Medicina, que elegeram 80% dos reitores na história da Universidade, incluindo o atual. Isto é democracia, não é? Apesar do Departamento de Artes ser antigo (foi fundado na década de 1960), sua mobilização política não é tão pequena assim. O prof. Arão Paranaguá, presidente da FAEB, é lotado no DEART, assim como o prof. Alberto Dantas do curso de Música, chefe do Departamento de Assuntos Culturais (DAC), um cargo administrativo que é de indicação política. O atual chefe do DEART é professor do curso de Música, e eu sou atualmente membro da Comissão Permanente de Vestibular, cargo designado por votação do Conselho de Centro. O fato é que o curso de Música é relativamente novo, e a Universidade ainda não está adaptada às necessidades da área. Vemos isso no dia-a-dia: na editora, no ato de matrícula de alunos, nos auditórios do Centro e no próprio Teste de Habilidade Específica, no qual tenho que todo semestre usar os mesmos cansativos argumentos para justificar a importância de aplicá-lo. A administração está à favor das políticas do Ministério da Educação, portanto, nossas reivindicações só se concretizam quando não se opõem a estas políticas. Nesse sentido, seria muito mais fácil trabalhar em uma Universidade que já possui uma área de Música consolidada. Todavia, é bem provável que apareceriam outros tipos de dificuldades. Sobre a questão dos Arte-educadores - se eles devem ensinar mais "Samba" ou "Bossa Nova" - não tenho uma resposta sobre isso, pois vai depender da concepção pedagógica de cada um - se é importante reforçar a "CULTURA" local, apresentar outros tipos de cultura que não se conhece, ou ainda mais: mostrar que a "CULTURA" é muito mais do que os velhos clichês. Agora, o que os Arte-educadores realmente devem fazer, independente de suas concepções pedagógicas, é consolidar seu espaço na sociedade como profissionais sérios. E a Universidade tem a obrigação de contribuir para isso. Sds, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.brufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em seg, 30/4/12, Jorge Antunes escreveu: De: Jorge Antunes Assunto: [ANPPOM-Lista] UFMA - Ufff! Má! Para: "ANPPOM-L" Data: Segunda-feira, 30 de Abril de 2012, 9:47 Caro Daniel Lemos: Parabéns por sua iniciativa em denunciar a grosseria e a ignorância de dirigentes da UFMA. Mas, convenhamos, há males que vêm para o bem. O fato nos leva, a todos, a questões que antecedem a postura da pró-reitoria desinformada. Passamos a perguntar acerca dos motivos que levaram o pró-reitor a usar indevidamente a expressão "Arte-Educador". Vejamos algumas das perguntas: Como foi escolhido esse professor para ocupar o cargo de pró-reitor? Foi o reitor que o escolheu? O reitor foi eleito pela comunidade acadêmica? Como? Se houve eleição, como foram as percentagens nos pesos dos votos dos três segmentos (professores, funcionários, estudantes)? Houve debates entre candidatos? Professores de Música e Arte-Educadores da UFMA participaram dos debates e apoiaram algum candidato? Em que grau acontece a participação de professores de Música da UFMA na política da Universidade e nos seus Orgãos Colegiados? Também nos leva a importantes reflexões esta frase sua: "A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova." Levando em conta essa sua avaliação e informação sobre nossa CULTURA, gostaria de saber o que pensam os Arte-Educadores sobre ela. Para fortelecimento da indústria do turismo e da imagem do Brasil no exterior, deve o Arte-Educador priorizar o Samba e a Bossa Nova na sala de aula? Abraço, Jorge Antunes Em 29 de abril de 2012 14:38, Ernesto Hartmann escreveu: Olá Daniel, conte com o nosso total apoio da UFES. Podemos se for o caso acionar o departamento de artes visuais.  Basta vc solicitar o que precisa.  Acho que deve ser um repúdio coletivo da maior parte de instituições.  Respondendo informalmente, é muito preocupante essa postura de uma pró-reitoria, reitoria ou seja qual for orgão de uma universidade pública. Aliado a questão já informada por ti sobre a escola de música do Maranhão, questionamos se realmente existe algum interesse nesse estado em qualquer tipo de manifestação artística. O pior é que isso não vem de uma sociedade desinformada, bombardeada pela mídia etc..., vem justamente de onde não poderia jamais vir, da academia (que muitas vezes finge ter um discurso diferenciado, mas só replica os maus hábitos que tanto critica). É preciso uma profunda reflexão sobre estas atitudes.  Um grande abraço, estamos ai, Ernesto Hartmann - Chefe do Departamento de Teoria da Arte e Música da UFES From: anppom-l-request em iar.unicamp.br Subject: Digest Anppom-l, volume 84, assunto 36 To: anppom-l em iar.unicamp.br Date: Sun, 29 Apr 2012 14:15:36 -0300 Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para anppom-l em iar.unicamp.br Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou corpo da mensagem para anppom-l-request em iar.unicamp.br Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista pelo endereço anppom-l-owner em iar.unicamp.br Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será mais específica que "Re: Contents of Anppom-l digest..." --Forwarded Message Attachment-- From: g_bortz em hotmail.com CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br To: silvioferrazmello em uol.com.br; dal_lemos em yahoo.com.br Date: Sun, 29 Apr 2012 15:42:22 +0000 Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades também devem elaborar o documento junto às associações. Abs., Graziela From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 To: dal_lemos em yahoo.com.br CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC. ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também... parece q estamos sempre engatinhando.  abssilvio On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: Caros colegas, Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento; Saber lidar com o público em geral; Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.br ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ --Forwarded Message Attachment-- From: dal_lemos em yahoo.com.br To: anppom-l em iar.unicamp.br Date: Sun, 29 Apr 2012 08:49:27 -0700 Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Caros colegas, Agradeço o apoio de quem é solidário a nossa mobilização. Gostaria especialmente de parabenizar nossos alunos de Música, Artes Visuais e Teatro, que marcharam em direção à Pró-Reitoria de Extensão para apoiar o diálogo do Departamento de Artes com os membros da administração. Vamos trabalhar na elaboração de um documento de repúdio ao acontecido. Esperamos que esta reivindicação seja também uma vitória para todos, mostrando que podemos sim transformar o preconceito e as políticas públicas autoritárias que incidem sobre a nossa área. Cordialmente, Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.br ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão --- Em dom, 29/4/12, Graziela Bortz escreveu: De: Graziela Bortz Assunto: RE: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo Para: "Silvio Ferraz" , dal_lemos em yahoo.com.br Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 29 de Abril de 2012, 12:42 Concordo com o Silvio. É um assunto muito importante e as universidades também devem elaborar o documento junto às associações. Abs., Graziela From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Sat, 28 Apr 2012 15:55:47 -0300 To: dal_lemos em yahoo.com.br CC: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br Subject: Re: [ANPPOM-Lista] SBPC na UFMA: um absurdo caro daniel,isto merecia a solicitação de um documento que reunisse abem, anppom, e outras entidades de ensino e coordenadores de pós para a proreitoria de pesquisa desta universidade e para esta entidade antiga que é a SBPC. ve-se que há movimento por parte dos docentes da univ. do maranhão mas talvez os docentes de outras universidades, devessem colaborar...como por exemplo não aceitando ocupar o lugar que um docente da UFMA poderia assumir...imagino que seria um mínimo de ética e respeito para a consolidação da área de música, artes, educação artística, não apenas no maranhão mas nos outros estados também...parece q estamos sempre engatinhando.  abssilvio On Apr 27, 2012, at 11:26 PM, Daniel Lemos wrote: Caros colegas, Venho comunicá-los sobre um acontecimento deveras desagradável na Universidade Federal do Maranhão, que este ano receberá o evento o SPBC "Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência". Em uma conversa informal com alunos, me perguntaram se eu apresentaria algum trabalho no SBPC. Eu disse que não. Este tipo de evento - que traz o rótulo "Ciência" - além de me trazer ojeriza, não contempla de forma satisfatória a Arte como uma área de conhecimento; no máximo ela é tratada como entretenimento ou simples "ocupação de tempo" entre palestras, seminários e outras atividades tipicamente "acadêmicas". Pois bem. A Pró-Reitoria de Extensão da UFMA publicou um Edital para convocação de "Arte-Educadores" (isso mesmo!) para trabalhar no "SBPC Jovem", uma das modalidades que acompanha o SBPC. Usufruindo deste termo, a Proex-UFMA publicou o seguinte Edital (disponível AQUI), tendo como pré-requisitos dos arte-educadores os seguintes critérios, entre outros: Ser acadêmico da UFMA;Ser "ágil e ter disposição para o trabalho em equipe";Ser cordial com os colegas e com os participantes do Evento; Saber lidar com o público em geral; Ainda, o Edital diz que os serviços destinados aos "Arte-Educadores" deve ser colar cartazes, atender ao público durante o evento, manusear aparelhos de DVD e retroprojetores, entre outras competências que NADA TEM A VER com o ofício do Arte-Educador que o DEPARTAMENTO DE ARTES tem lutado para consolidar em todos estes anos de trabalho. Este Edital foi considerado uma AFRONTA aos princípios deste Departamento, uma vez que trata da Arte-Educação como um mero campo de atuação amador e incapaz de atuar de igual pra igual com as demais áreas da dita "Ciência". O pior vocês não sabem: das 100 bolsas disponibilizadas para "Arte-Educadores", apenas 9 (NOVE) contemplam os alunos do Departamento de Artes, que pelo termo utilizado por este Edital, seriam os únicos da UFMA com competência para atuar como arte-educadores. Ainda, todos os 100 bolsistas selecionados receberão CERTIFICADOS DE ARTE-EDUCADOR, em nome do SBPC JOVEM. Quer dizer que futuros engenheiros, médicos, psicólogos e profissionais do turismo terão o certificado de "Arte-Educador" expedido pelo SBPC, sem ao menos ter uma mínima consciência do que é o ofício pleno de arte-educador na sociedade brasileira. Nesta sexta-feira, mais de sessenta alunos do Curso de Música, acompanhados pelo Chefe do Departamento de Artes, prof. Guilherme Ávila, a Coordenadora do curso de Artes Visuais, profa. Luísa Fonseca, e o prof. Daniel Lemos, foram à Pró-Reitoria de Ensino para dialogar com o Pró-Reitor, responsável pela publicação deste Edital. Ainda, mesmo ciente que existe um Departamento de Artes (DEART) na UFMA, foi convocado um professor da UFPE para fazer orientações sobre este trâmite, sem consultar em nenhum momento o corpo docente e discente que integra o DEART. Foi prometida uma reunião para esta quarta-feira com membros do DEART. Porém, como eles não possuem nenhum poder de voto na PROEX, não há garantias de que esta completa falta de respeito e ofensa ao ofício de Arte-Educador seja cumprida. Sendo assim, venho por meio deste solicitar apoio à ABEM e à ANPPOM sobre o caso, seja por meio de um documento de repúdio. Entraremos em contato com a FAEB, cujo Presidente está lotado neste Departamento de Artes. Lembram-se dos e-mails anteriores acerca da questão de lutar por respeito, dignidade e exercício à profissão de Músico? Agora temos esta mesma questão levantanda para a Arte em geral. Esta é mais uma prova do descaso e da humilhação que a área de Artes sofre na sociedade, e a Universidade tem a OBRIGAÇÃO de contribuir para a superação deste preconceito. Um ato como este é inaceitável dentro de uma Universidade. Finalizo reforçando a importância das Artes para o BRASIL. O Brasil é conhecido no exterior por ter excelentes dentistas? Engenheiros? Filósofos? Biólogos? NÃO! A principal característica de destaque ao Brasil no exterior é justamente a CULTURA, sendo a Música um importante mecanismo, entre eles o Samba e a Bossa Nova. É de extremo infortúnio que esta venha a ser justamente a área mais menosprezada dentro de nossa sociedade, fadando a uma espécie de amadorismo eterno. Que diga a Escola de Música do Estado do Maranhão. E agora um acontecimento destes. Não podemos ficar parados diante disso! Daniel LemosCurso de Música/DEART - musica.ufma.br ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com Universidade Federal do Maranhão ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: