From zchuekepiano em ufpr.br Fri Jun 1 11:09:54 2012 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Fri, 1 Jun 2012 11:09:54 -0300 (BRT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Iconografia_medieval_e_manuscritos_?= =?iso-8859-1?q?do_s=E9culo_XIV__corrigindo?= Message-ID: <53527ed12c47a218798647b1fe5ce9fd.squirrel@webmail.ufpr.br> Prezados / COPRRIGINDO / O FLYER ESTA CERTO/ é 13 e 14 de junho!!! Em anexo, informações sobre as palestras do Prof. Frédéric Billiet que vira como convidado nos dias 14 e 15 de junho ao DeArtes entre 18 e 20h30. Temas: Iconcografia Medieval e Reconstrução de manuscritos do século XIV. Compareçam e divulguem! Certificados serão emitidos para 100% de presença. Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com Zélia Chueke, DMA Pianist - researcher Professor of Music- DeArtes, UFPR Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4 www.zeliachueke.com -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Flyer Iconografia.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 3295909 bytes Descrição: não disponível URL: From criscarvalhocazevedo em gmail.com Fri Jun 1 12:13:32 2012 From: criscarvalhocazevedo em gmail.com (Maria Cristina de Carvalho Cascelli de Azevedo) Date: Fri, 1 Jun 2012 12:13:32 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Divulga=E7=E3o_Edital_de_Mestrado?= Message-ID: Prezado Coordenador da Lista da Anppom Por favor, solicito divulgar na lista Edital de Mestrado do curso Música em Contexto da Universidade de Brasília. O edital pode ser acessado pela página do programa (ainda em construção)www.ppgmusicaemcontexto.unb.br, pela página do Ida http://www.ida.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=61&Itemid=130 ou pela página do DPP UnB http://www.unb.br/posgraduacao/stricto_sensu/editais.php Atenciosamente, M Cristina -- Maria Cristina de Carvalho Cascelli de Azevedo Coordenadora do Programa de Pós-graduação Música em Contexto Educação Musical - Departamento de Música / Universidade de Brasília Cel: 9119 1319 UnB: 3107 1090 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: edital_musicaemcontexto_m_22012.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 268197 bytes Descrição: não disponível URL: From criscarvalhocazevedo em gmail.com Fri Jun 1 12:19:26 2012 From: criscarvalhocazevedo em gmail.com (Maria Cristina de Carvalho Cascelli de Azevedo) Date: Fri, 1 Jun 2012 12:19:26 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Edital_sele=E7=E3o_Mestrado_M=FAsic?= =?iso-8859-1?q?a_em_Contexto?= Message-ID: Prezados colegas, Solicito a todos que divulguem o Edital de Seleção 2012 do mestrado em Música do Programa de Pós-graduação Música em Contexto da Universidade de Brasília. O edital está disponível nos seguintes endereços eletrônicos: página do programa (ainda em construção) www.ppgmusicaemcontexto.unb.br, pela página do Ida http://www.ida.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=61&Itemid=130 ou pela página do DPP UnB http://www.unb.br/posgraduacao/stricto_sensu/editais.php Agradeço o apoio, Saudações, M Cristina -- Maria Cristina de Carvalho Cascelli de Azevedo Coordenadora do Programa de Pós-graduação Música em Contexto Educação Musical - Departamento de Música / Universidade de Brasília Cel: 9119 1319 UnB: 3107 1090 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: edital_musicaemcontexto_m_22012.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 268197 bytes Descrição: não disponível URL: From alexandre_ficagna em yahoo.com.br Fri Jun 1 20:22:05 2012 From: alexandre_ficagna em yahoo.com.br (Alexandre Ficagna) Date: Fri, 1 Jun 2012 16:22:05 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Enc=3A_Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_diferenciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1338483550.64606.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> References: <1338441339.74500.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> <1338483550.64606.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1338592925.20671.YahooMailNeo@web39306.mail.mud.yahoo.com> Bravo Luciano! Entendo a preocupação do Valério (e talvez até do próprio Álvaro?) quanto a um certo lugar comum ao se lamentar o não incentivo à produção artística na academia. E é por isso que considero a tua resposta, Luciano, como excelente, pois sai da lamúria e parte para a argumentação. Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço. No mais, penso no meu caso e de diversos colegas da composição, cuja motivação para pesquisa é justamente compor. Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos. Não há conceito sem problemas, diria aquela dupla de filósofos franceses. Que questões sobre performance podem nascer sem que haja tempo para se preparar uma peça? Que questões sobre composição podem surgir sem que se possa compor? Dito de outro modo, como fazer surgir o problema se não lançando-nos ao seu encontro? Ainda não aceitamos o papel fundamental do acaso na pesquisa científica? Cordialmente Alexandre Ficagna Universidade Estadual de Londrina Departamento de Música e Teatro http://soundcloud.com/alexandre-ficagna www.myspace.com/alexandreficagna --------------------------------- Endereço: Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603 Bairro: Vl. Ipiranga Londrina - PR CEP: 86010-540 ________________________________ De: luciano cesar Para: anppom-l em iar.unicamp.br; Daniel Lemos Enviadas: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012 13:59 Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Caros colegas,    Concordo com Daniel na discordância com o texto do Álvaro, a arte não pode ser comparada a atividades científicas, embora seu valor precise urgentemente ser equiparado. Ela tem que ser sim reconhecida de forma equivalente a produção de artigos, livros científicos, etc. Sou radical quanto a isso e vou dizer porque baseado nas contestações possíveis que já estou cansado de ouvir, o que eu não esperava era ouvir isso de um performer em atuação na Universidade como é o caso do meu prezado colega Álvaro Henrique. 1) O que é resultado? O produto final? Então o Lattes privilegia UM tipo de resultado específico (o artigo) em detrimento de outro. A questão é que existem artigos ridículos e inócuos, com nenhuma expressão para a área e feitos muitas vezes sem pesquisa. Produções artísticas, ao contrário, podem incluir pesquisas sérias. Pense no Grande Sertão, do Guimarães Rosa. Pensem agora no repertório escrito para o Julian Bream. Pense nas interpretações de Pierre-Laurent Aimard. Alguém tem coragem de dizer que esta gente não pesquisa? Se o inverso pode ocorrer, então a pontuação deveria ser igual porque a picaretagem está em todo o lugar. Escrever um artigo ao invés de uma peça, publicar um livro ao invés de gravar um cd, etc. são distinções que não te dão uma proteção contra ser incompetente. 2) Se a produção artística tem impacto positivo nas aulas e na pesquisa, então essa produção artística do professor de arte tem que ser não só incentivada, mas financiada sim senhores. Claro que são atividades diferentes, mas para o aluno da graduação importa estar em um ambiente rico naquilo em que ele está aprendendo. Para o candidato a bacharel importa tanto acompanhar a produção do professor quanto para um licenciando acompanhar as atividades educativas de seus mestres. Para um teórico, a forma de pensar de seu orientador capturada em conversas de café ou de corredor é de vital importancia para manter girando a sua capacidade de se apropriar de conteúdos, relacioná-lo com objetos. 3) As "leis de incentivo", como bem lembrou o Daniel, são uma mentira. Nada interessa mais a essas leis do que publicidade e entretenimento. Se não dirigirmos os recursos de financiamento para a performance, educação e para a criação acadêmica TANTO QUANTO a produção de artigos, estaremos assumindo ser dirigidos pelas leis de mercado e nunca poderemos propor nada diferente para a sociedade.    Segue comentários a crítica do Álvaro citando seu texto, aqui colocado em azul: "Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto." O que é considerado resultado?? O fato de ser um artigo e não um romance? A pertinência do romance do Charles Kiefer é confirmada pela escolha como objeto de um artigo e o artigo pode ser algo extremamente preguiçoso. Não há formas de o Lattes avaliar qualitativamente a produção, é simplesmente o tipo da produção. Um absurdo. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. E se o romance envolveu pesquisa, em muito maior grau do que um artigo, como seria uma avaliação justa? E que raio de "tempo livre" é esse, do qual pode sair um trabalho artístico de profundidade? Se você se preocupa com as entrelinhas do texto enviado pelo Daniel, Álvaro, você deveria arrepiar-se com o que está nas suas entrelinhas. Você está considerando, Álvaro, que fazer arte é para vagabundos, ou pesquisadores sérios no seu tempo ocioso, que a produção não envolve pesquisa, que não é um trabalho de fato e só ser mencionado no Lattes já é um prêmio para o qual o artista-pesquisador tem que se sentir mais do que agraciado. Não é assim que você grava as obras que encomendou, certo? Creio que não, conheço o seu trabalho e, pelo jeito dou mais valor a ele do que você. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. Quem no Lattes está avaliando essa atuação pífia ou competente? Além disso, há também casos em que a atuação como professor e pesquisador é desculpa para justificar uma atuação pífia como artista e para determinadas áreas (a performance, creio eu, tô errado?) essa atuação precisa ser exercida com competência. Essa competência demanda pesquisa, esforço, tempo... Será que o Álvaro realmente acredita que, fazendo vista grossa para a produção artística, a Universidade realmente inventou a fórmula mágica para "evitar abusos"?   Na relação aprendiz-mestre eu acabei entendendo muito mais o que meu professor tinha a dizer sobre estilo e interpretação ouvindo seus concertos e discutindo depois com ele nas aulas (inclusive as coisas que eu discordava) e isso é produção de conhecimento. Ou não? A atuação de um professor de artes como tal é diretamente relacionada a sua atuação como artista. A situação que vivemos hoje é kafkaniana: exige-se produção bibliográfica dos professores de música, que ensinam performance, mas o seu trabalho artístico, muito mais pertinente para o objeto em questão de sua atividade dentro da instituição tem que ser feito no seu tempo "livre"?? O que é isso?? Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso.    O engenheiro JÁ É pontuado por isso. Mas, além da questão da guarida da cultura, citada pelo Daniel, há a questão de que colocar a serviço de uma empreitera seus conhecimentos TÉCNICOS não pode ser uma atividade comparada a atuação de um músico, que só começa realmente a dizer algo quando as questões "técnicas" (que no caso da arte deveriam até ter outro nome, se chamamos de "técnicos" os mesmos conhecimentos de um engenheiro que levanta uma parede firme) foram deixadas para trás. Comparar uma produção artística com consultoria na área de engenharia é desconhecer profundamente os fundamentos do trabalho artístico. É pra mim, prova de que o sistema de nivelamento e reducionismo intelectual venceu a batalha. Será possível que não sabemos mais fazer uma distinção justa, que reconheça a importância de cada lado, entre ciência e arte, técnica e música, linguagem e repetição e mais um monte de dicotomias que deveriam estar claramente diferenciadas na universidade - e reconhecidas cada uma como tal? Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor.    Que morram de fome os que separam cartesianamente suas atividades e se alienam na produção ou na pesquisa ou no ensino, então. E tirem de vez a música da Universidade deixando-a a ser exercida por conservatórios de alto "nível". O preço já é pago todos os dias pela atuação completamente renengada por um país que não sabe avaliar um produto artístico e, parece, nem um produto teórico. Ambos são produtos do intelecto e enquanto a universidade se propor ao ensino de artes, ela deve tem em conta e incentivar a produção artística dos professores que se disponham a ela.    Acho isso fundamental para manter o reconhecimento das diferenças e o respeito pelas especificações da teoria, licenciatura e bacharelado sem subserviência de nenhuma sobre a outra, portanto, sem distinção do tipo de produção. Essa vai ser sempre a minha contribuição como membro da associação de performance. Abraço a todos, Luciano Cesar Morais --- Em qui, 31/5/12, Daniel Lemos escreveu: >De: Daniel Lemos >Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >Para: anppom-l em iar.unicamp.br >Data: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012, 2:15 > > > >Caro Álvaro e demais colegas, > >Sua afirmação é pertinente e bem fundada. Porém, gostaria de deixar uma pequena observação sob outro ponto de vista. > >Que tipo de incentivo um professor de Engenharia tem quanto para fazer uma consultoria? >E ao professor de Artes, que incentivo por parte da sociedade ele possui para realizar sua produção artística? Quem financiaria um pianista hoje em dia para fazer um recital com peças de Chopin? E quem financiaria um engenheiro para achar reservas de petróleo? > >Ao contrário das outras áreas, a Universidade oferece às Artes grande parte do aporte que ela precisa para sobreviver como campo de conhecimento. Grandes engenheiros trabalham em firmas importantes, grandes médicos trabalham em hospitais e grandes jornalistas trabalham em empresas de comunicação. E os grandes artistas? Aqueles que não são de famílias abastadas vão conseguir manter seus ofícios de forma plena somente com Leis de "Incentivo à Cultura"? Os artistas de hoje que possuem o mesmo reconhecimento de um importante profissional de outras áreas geralmente trabalha com a mídia, ou seja: é especialista em um tipo de prática artística que muitas vezes é momentâneo, e não tem a preocupação de preservar o patrimônio de outros estilos e épocas. > >Engana-se quem acha que este patrimônio sobrevive somente por textos e gravações. Se for interrompida a transmissão oral de habilidades na Performance Musical - por exemplo - toda a bagagem de interpretação musical de séculos estará sob o risco de acabar, pois o conhecimento musical exige a transmissão de informações sensoriais, ainda incapazes de serem registradas por outra forma além da relação mestre e aprendiz. > >Creio que restringir o assunto somente à questão conceitual do que é o papel do professor universitário nos contratos de hoje - "Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração" - já se mostrou insuficiente para abarcar com as necessidades da área de Artes. Isto é o que precisa ser modificado. Vi um Edital de concurso para a Unicamp que definia claramente para professores de Artes a função de "Carreira do Magistério Artístico", constituindo então um plano de carreira baseado em regimento diferenciado com relação às demais áreas tradicionais da Ciência (corrija-me algum professor desta instituição caso eu esteja enganado). > >Basta observar a realidade sociocultural brasileira para perceber que há diversos tipos de prática artística em sério risco de desaparecer. Arte não é Tecnologia. Nesta última, ao se lançar um novo produto, o antigo se torna obsoleto. > > > > >Daniel L. Cerqueira >Universidade Federal do Maranhão > > >--- Em ter, 29/5/12, Alvaro Henrique escreveu: > > >>De: Alvaro Henrique >>Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >>Para: >>Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 23:48 >> >> >>Interessante o artigo, e a discussão é deveras pertinente, especialmente para quem lida com performance, e que está prestes a ter uma associação de pesquisa da área que promoverá congressos, encontros, etc. >> >>Não concordo com a opinião do autor. Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto. >> >>Mas o quê mais me incomoda é o que está nas entrelinhas: quem é professor de arte é professor, não é artista pago pelo estado para compartilhar sua vivência artística. O Lattes tem de premiar as funções de um professor. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. >> >>Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. >> >>Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. >> >>Abraços, >>Alvaro Henrique >> >> >> >> >> >> >> >>Em 29 de maio de 2012 13:46, Daniel Lemos escreveu: >> >> >>>Olá Liliana, >>> >>>Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista da rede pública de Porto Alegre estava dizendo que produção artística não conta pontos para progressão de carreira na prefeitura. >>>É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador da sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos Estatutos e Departamentos, consequentemente os demais organismos não vão se adaptar para comportar os cargos que trabalham exclusivamente com a Arte e tem este tipo de produção. >>> >>> >>> >>>Cordialmente >>> >>> >>>Daniel L. Cerqueira >>>Universidade Federal do Maranhão >>> >>> >>>--- Em ter, 29/5/12, lilianabollos escreveu: >>> >>> >>>>De: lilianabollos >>>>Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >>>>Para: "Daniel Lemos" >>>>Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 >>>> >>>> >>>>Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos colocar a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia de pontuação, e pensando em arte x ciência, a primeira sempre perde na busca de vagas, orçamento, projetos, etc. >>>> >>>>um abraço, >>>>Liliana >>>> >>>>http://lilianabollos.com.br/ >>>> >>>>>>>>________________________________ >>>> Em 28/05/2012 13:16, Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br > escreveu: >>>> >>>> >>>>Caros colegas, >>>> >>>>Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por Vinícius Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em Música da Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor Charles Kiefer ("professor e escritor", segundo ele) sobre a valoração da Arte e da Ciência na Universidade: >>>> >>>>http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg >>>> >>>> >>>> >>>>Daniel L. CerqueiraUniversidade Federal do Maranhão >>>> >>>> >>>>--- Em seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga escreveu: >>>> >>>> >>>>>De: Vinicius de Sousa Fraga >>>>>Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >>>>>Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com >>>>>Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 >>>>> >>>>> >>>>>A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não me engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os pesos de avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera situações absurdas. >>>>> >>>>>Segue: >>>>> >>>>>http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> -- >>>>>Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de Música da UFBA. >>>>>Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com >>>>>Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com >>>>>Para mais informações: http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR >>>> >>>________________________________________________ >>>Lista de discussões ANPPOM >>>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>________________________________________________ >>> >> >>-----Anexo incorporado----- >> >> >>________________________________________________ >>Lista de discussões ANPPOM >>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>________________________________________________ >-----Anexo incorporado----- > > >________________________________________________ >Lista de discussões ANPPOM >http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Fri Jun 1 11:21:46 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Fri, 1 Jun 2012 11:21:46 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] doctoral dissertations in musicology Message-ID: Doctoral Dissertations in Musicology is a database that attempts to list all dissertations that pertain in some way to musicology, broadly speaking. It includes ethnomusicological and music-theoretical dissertations, as well as DMA listings. If you are working on a dissertation and haven't yet added your in-progress work to the database, please do so! See http://www.ams-net.org/ddm/ for the link to report a new dissertation. If you've recently completed your dissertation, please accept my congratulations and send the update info needed to update your DDM listing. See http://www.ams-net.org/ddm/ddm-update-entry.php for details on updating an existing record. DDM is the most popular page at the AMS web site, with roughly dissertation 2,100 search requests per month. If you would like your dissertation research to be included in those searches, please ensure that your DDM listing is present and accurate. -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Fri Jun 1 12:19:39 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Fri, 1 Jun 2012 12:19:39 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?In=E1_Camargo=3A_=22Intelectuais_t?= =?iso-8859-1?q?=EAm_pavor_de_revolu=E7=E3o=22?= Message-ID: ?Intelectuais têm pavor de revolução? Para Iná Camargo, quando um mero intelectual diz que o projeto socialista está fora de pauta, ele está simplesmente expressando seu mais profundo desejo que nunca entre mesmo na pauta *11/04/2012 Jade Percassi, de São Paulo (SP) * *Iná Camargo - Foto: Cia do Latão* A professora Iná Camargo Costa, nesta entrevista exclusiva ao *Brasil de Fato*, fala sobre arte e política em tempos de crise. Para ela, a arte convencional, uma das melhores expressões do fetichismo da mercadoria, em todas as suas modalidades, inclusive as chamadas vanguardas, é politicamente comprometida com os valores dominantes. A professora, que acompanhou de perto a luta dos grupos teatrais, principalmente de São Paulo, por políticas públicas para a cultura, afirma que não acha que o caminho da disputa pelos recursos públicos seja revolucionário. Para ela, o preço que os trabalhadores da cultura pagam pela opção reformista é a reprodução interna, tanto subjetiva quanto no plano da organização do trabalho, do que a vida no capitalismo tem de pior. Para Iná, na prática os artistas reproduzem todas as relações necessárias à manutenção do modo de produção capitalista e, reivindicando parte dos recursos públicos para a produção das suas obras e garantia da sobrevivência, demonstram estar completamente integrados ao sistema. ?Todos pagam o preço da invisibilidade, inclusive política, a que estão condenados os que não se colocam como estratégia o confronto revolucionário com o monopólio dos meios de produção cultural?, afirma. Iná Camargo ? que atualmente, atua como dramaturgista da Cia Ocamorana de teatro e que anunciou que por ocasião de seu sexagésimo aniversário faz sua despedida de eventos públicos ?de qualquer natureza? ? afirma que o problema, portanto, não é reiterar que ?o projeto socialista está tão fora de pauta?, mas discutir por que as organizações políticas, tanto partidos quanto movimentos, não o colocam em pauta. E coloca um critério: quando um mero intelectual diz que o projeto socialista está fora de pauta, ele está simplesmente expressando seu mais profundo desejo que nunca entre mesmo na pauta, pois intelectuais têm pavor de revolução. *Brasil de Fato ? Em recentes participações em debates políticos, você tem reafirmado a presença histórica das linguagens artísticas nos processos políticos mais amplos, revolucionários e contrarrevolucionários. Quais os casos mais emblemáticos dessa relação entre arte e política?* *Iná Camargo Costa ?* Começando por colocar a questão em termos bem amplos, é preciso lembrar que as chamadas linguagens artísticas estão presentes o tempo todo em nossas vidas e sempre traduzem os valores da classe dominante. Basta prestar atenção ao modo de ser das nossas cidades, voltadas que são às necessidades do escoamento dos produtos da indústria automobilística: todos os sinais de trânsito exploram linguagens artísticas, desde as faixas de pedestres até as amplas avenidas, os parques, as pontes estaiadas etc. O discurso político, por mais convencional e conservador que seja, sempre tem ingredientes artísticos. A arte convencional, uma das melhores expressões do fetichismo da mercadoria, em todas as suas modalidades, inclusive as chamadas vanguardas, é politicamente comprometida com os valores dominantes. Nos debates de que participei ultimamente, a solicitação era tratar dos diferentes modos como artistas interessados no ponto de vista dos trabalhadores podem enfrentar esteticamente esses valores dominantes. Entendendo que o interesse era a luta de classes tal como se manifesta na trincheira da produção artística, achei que seria o caso de lembrar alguns episódios que a própria história da luta de classes já produziu, tanto no plano reformista quanto no revolucionário. Um critério político-dialético aqui é importante: até outubro de 1917 (revolução soviética), as manifestações reformistas podiam ser consideradas progressistas, mas depois da revolução elas adquirem um caráter contrarrevolucionário, de obstáculo claro ao avanço das funções e das próprias linguagens artísticas. Sem meias palavras: o mesmo critério que vale para a política vale para as artes. Sem perder mais tempo com a arte contrarrevolucionária que nos assedia durante 24 horas por dia, passemos ao interesse pela revolucionária. Neste caso é obrigatório tratar daquilo que foi feito nos anos que se seguiram à revolução soviética. Como meu maior interesse é teatro, as intervenções que andei fazendo acabaram se voltando para o teatro de *agitprop*, a manifestação mais revolucionária possível em matéria de arte, de acordo com o critério acima enunciado. Por isso vou me referir apenas às relações entre política e *agitprop*. Os artistas que se dedicaram a ele ? e entre os mais conhecidos estão Maiakóvski, Meyerhold e Eisenstein, para ficar só no campo do teatro ? já tinham uma posição política clara: Maiakóvski e Meyerhold eram militantes do partido bolchevique e Eisenstein integrou-se diretamente ao exército vermelho em 1918. Para eles, a função da arte revolucionária era participar da luta pela construção do poder soviético ? o mais democrático já inventado pela humanidade ? de todas as formas possíveis, desde fazendo a propaganda direta do ponto de vista revolucionário sobre as questões da ordem do dia, até inventando formas totalmente inéditas, como a do ?processo de agitação? em que o público era diretamente treinado para participar dos sovietes com desenvoltura e conhecimento de causa. Sendo o agitprop, disparado, a minha forma preferida de arte, nem gosto muito de perder tempo com as outras. Simplificando bastante: as relações são antes dos artistas, do que das artes, com a política. Os que se decidem por um caminho revolucionário são livres para inventar as melhores maneiras de aproveitar todas as linguagens disponíveis. No mesmo processo, acabarão inventando suas formas próprias, ou inéditas, como foi o caso do teatro jornal, do processo de agitação, da peça dialética e assim por diante. *No caso brasileiro, qual foi o papel da produção artística na disputa de hegemonia ao longo da história recente?* Vamos combinar que eu não gosto muito de ?disputa de hegemonia?, pois aqui no Brasil essa expressão assumiu desde os anos de 1970 uma conotação abertamente reformista, pela qual não tenho nenhuma simpatia. Isso no plano da política, porque no plano da arte ela pode ser tranquilamente absorvida pela expressão mais verdadeira, que é ?disputa de mercado?. Dito isto, é preciso reconhecer que desde fins do século 20 há uma forte movimentação de jovens supérfluos (que não encontram emprego no mercado cultural) tentando desenvolver uma produção artística fora do mercado, tanto para criticá-lo quanto se esforçando para fazer alguma coisa que pode ser identificada como ?disputa de hegemonia?. Se não há dúvida sobre o fato de que isto realmente é feito em termos de obras, isto é, no plano simbólico, já não se pode dizer o mesmo quanto à estratégia, pois esses trabalhos desenvolvidos à margem do mercado cultural não têm a mais remota condição de disputar absolutamente nada com ele em termos de alcance. Basta pensar no número de pessoas que um capítulo de novela atinge e o número de pessoas que um trabalho de teatro de grupo tem a possibilidade de alcançar. Não é por outra razão que a chamada ?Cultura fora do eixo? põe em pânico tantos militantes do teatro de grupo. Eu diria que, no âmbito do mercado que realmente está sendo disputado, eles, pelo menos, não são hipócritas, jogam limpo. Já disseram que é de mercado que se trata e se habilitam a disputar o fundo público para essa finalidade, inclusive deixando claro que estão muito bem sintonizados com estes tempos de ?empreendedorismo? que caracteriza a ação de todo mundo no campo cultural. Os que dizem disputar hegemonia precisam esclarecer melhor seus próprios objetivos, pois enquanto não o fazem estão perdendo de goleada para os militantes da ?economia da cultura?. *Há exemplos na atualidade que indicam uma reativação desse fazer artístico que assume sua vocação eminentemente política? * Acho que os grupos teatrais, ou as brigadas, que se desenvolveram no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), claramente reativam a vocação eminentemente política do teatro, até porque foram criadas pela própria direção do movimento que desde o começo considerou necessária também a intervenção no âmbito cultural. Por haver esse processo no interior de um movimento político, os grupos teatrais que se aproximaram do MST ? e isto no Brasil inteiro, a começar pelo Rio Grande do Sul ? também desenvolveram essa vocação. Por outro lado, veteranos de outros episódios de politização mais ampla no país, como o União e Olho Vivo de São Paulo, entre outros, nunca perderam esse espírito. Mas todos pagam o preço da invisibilidade, inclusive política, a que estão condenados os que não se colocam como estratégia o confronto revolucionário com o monopólio dos meios de produção cultural. Quanto aos grupos teatrais mais jovens, que apareceram nas ondas criadas por movimentos como o ?Arte contra a barbárie? e ?Redemoinho?, por serem majoritariamente integrados por filhos da classe média, é possível observar neles o interesse por essa reativação de um fazer artístico politizado em graus variados. Nota-se isso sobretudo nos assuntos, nos temas abordados e na opção por formas diversas do teatro épico. Mas a condição de classe média pesa muito, todos oscilam tipicamente entre euforia e depressão e, sobretudo, muitos reagem mal a qualquer proposta de organização política mais efetiva. Por isso o Movimento dos Trabalhadores da Cultura está demorando tanto para decolar. Tem muita gente que ainda acha que artista não é trabalhador! *Em que medida a organização interna dessa(s) categoria(s) se fortalece e/ou se fragiliza ao se deparar com as contradições da disputa por recursos públicos e a contribuição para a elaboração de um política cultural junto ao Estado?* Essa questão tem pouco interesse para mim, pois não acho que o caminho da disputa pelos recursos públicos seja revolucionário. O preço que os trabalhadores da cultura pagam pela opção reformista é a reprodução interna, tanto subjetiva quanto no plano da organização do trabalho, do que a vida no capitalismo tem de pior: começando pelo consumo privilegiado (por ser sempre e necessariamente para poucos) de todos os bens produzidos pela classe trabalhadora ? de alimentos a verbas públicas (a renda do Estado provém da mais-valia arrancada dos trabalhadores agrícolas, industriais e dos serviços, não é mesmo?) ? e culminando com a reprodução entre eles mesmos da estrutura social mais geral, na qual quem tem mais pode mais, prevalece a hierarquia do saber, a administração das pessoas, o paternalismo mais odioso, inclusive reclamado pelos mais jovens e assim por diante. Isto é: na prática os artistas reproduzem todas as relações necessárias à manutenção do modo de produção capitalista e, reivindicando parte dos recursos públicos para a produção das suas obras e garantia da sobrevivência, demonstram estar completamente integrados ao sistema. Não dá para imaginar que daí saia alguma alternativa revolucionária. Por isso venho perguntando com insistência aos artistas: vocês acham possível se dar bem e ser feliz neste mundo, tal como ele está organizado, ou a sua felicidade pessoal e profissional depende de uma mudança total? É claro que ?mudança total? é código para revolução... *Do ponto de vista da disputa com a indústria cultural, há condições da produção artística alinhada com os interesses da classe trabalhadora confrontar o que está sendo imposto pela lógica do capitalismo? Quando um projeto socialista parece ?tão fora de pauta? para a grande massa de trabalhadores não organizados, sem consciência de classe, etc.)* Enquanto não aparecer um movimento ou partido que ponha essa questão na ordem do dia, por certo que não há condições subjetivas. Quanto às objetivas, elas estão dadas desde a própria revolução de outubro. Aliás, este ponto já foi tratado por revolucionários como Lenin e Trotsky e, no Brasil, foi desenvolvido artisticamente por Mário de Andrade numa ópera chamada *Café*. Nesta obra acontece uma revolução que culmina com a tomada revolucionária dos meios de comunicação. No caso, o rádio. O problema, portanto, não é reiterar que ?o projeto socialista está tão fora de pauta?, mas discutir por que as organizações políticas, tanto partidos quanto movimentos, não o colocam em pauta. Em outras palavras, desmascarar as organizações políticas que, ao insistir no ponto, continuam empurrando com a barriga a ação reformista que é, repito, contrarrevolucionária. Um critério: quando um mero intelectual diz que o projeto socialista está fora de pauta, ele está simplesmente expressando seu mais profundo desejo que nunca entre mesmo na pauta, pois intelectuais têm pavor de revolução. Mas quando um dirigente partidário ou de movimento organizado diz a mesma coisa, ele está expressando o caráter reformista de sua própria organização, ou pelo menos da tendência que ele representa nessa organização. Um contraexemplo é o discurso do Gilmar Mauro no último congresso do MST. *Como você resumiria então os desafios correntes para a ativação simbólica da luta de classes?* Acho que já respondi a questão, mas especifiquemos um pouco mais. Não podemos ter a veleidade de achar que artistas sem qualquer vínculo com organizações revolucionárias propriamente ditas sejam capazes de avançar nessa ativação simbólica da luta de classes, para além do que já fazem em seus trabalhos, às vezes até sem consciência. Antes de mais nada, eles próprios precisam entender o que seja luta de classes pois, enquanto não o fizerem, nem ao menos saberão qual o seu lugar nessa luta. E nessa ignorância política tenderão sempre a reproduzir os valores dominantes. Para estes casos, recomendo sempre a leitura dos escritos políticos de Brecht, que nunca tergiversou sobre a questão. Ele diz com todas as palavras que o proletariado espera pelo menos três serviços dos intelectuais e, portanto, dos artistas: a) que desintegrem a ideologia burguesa (nos dois sentidos: cair fora e denunciar, criticar até reduzir a pó); b) que estudem, compreendam, expliquem e exponham artisticamente, sempre de maneira crítica, as forças que movem o mundo e c) que façam a teoria e a arte avançarem na direção dos seus interesses. Simplificando: ultrapassar o estágio em que os artistas se encontram, de completa ignorância política, é o principal obstáculo. Se este obstáculo for ultrapassado, os demais serão mais facilmente superados. ** A professora Iná Camargo Costa ministrou disciplinas e orientou dezenas de pesquisas; foi curadora e palestrante de inúmeros debates em que trouxe à tona posições críticas sobre a relação entre arte e sociedade, a função social da arte e os limites e possibilidades do teatro político no Brasil. Militante, acompanhou de perto a luta dos grupos teatrais, principalmente de São Paulo, por políticas públicas para a cultura. Atualmente, atua como dramaturgista da Cia Ocamorana de teatro, e por ocasião de seu sexagésimo aniversário anuncia aos camaradas sua despedida de eventos públicos ?de qualquer natureza?. Professora aposentada do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH ? USP), é autora de A Hora do Teatro Épico no Brasil (Graal), Sinta o Drama (Vozes) e Panorama do Rio Vermelho (Nankin). *Cronologia* 1952 Nasce Iná Camargo Costa, em Chavantes/ SP 1970 a 1973 Cursa Letras em Botucatu 1974 a 1984 Professora de Português na rede estadual Ensino Fundamental 1975 Inicia graduação em Filosofia na FFLCH USP 1975 Adere ao Centro Acadêmico de Filosofia (CAF), sob direção da Liberdade e Luta 1977 Passa a integrar o Centro de Estudos sobre Arte Contemporânea (Ceac), coordenado pela professora Otilia Arantes 1979 Conclui o Bacharelado em Filosofia 1980 Retira-se da Organização Socialista Internacionalista 1980 Ingressa no mestrado 1982 a 1984 Leciona na Faculdade Nossa Senhora Medianeira 1983 e 1984 Torna-se assistente do Conselho Estadual de Educação SP 1985 a 1988 Leciona Filosofia na Unesp de Marilia 1986 a 1991 Integra a Ala Maravilha Negra da Escola de Samba Camisa Verde e Branco 1988 Mestre em Filosofia com a dissertação *Dias Gomes - um dramaturgo nacional ? popular * 1988 Ingressa no Doutorado 1989 Começa a ministrar aulas no curso de Letras, participando da criação do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da FFLCH/USP 1993 Doutora em Filosofia com a tese *Teatro épico no Brasil: de força produtiva a artigo de consumo * 1999 Participa da articulação do Movimento Arte Contra a Barbárie 2000 Obtém a Livre-docência na Universidade de São Paulo 2003 Aposenta-se 2004 Torna-se assessora da Coordenação de Cultura do MST 2008 Descredencia-se da pós-graduação da USP -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alvaroguitar em gmail.com Fri Jun 1 15:58:39 2012 From: alvaroguitar em gmail.com (Alvaro Henrique) Date: Fri, 1 Jun 2012 15:58:39 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Enc=3A_Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_diferenciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1338483550.64606.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> References: <1338441339.74500.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> <1338483550.64606.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Estou sem tempo, mas como o Luciano fez questão de escrever meu nome em cada um dos parágrafos, uma resposta rapidinha. Desculpe o tom informal. Não sei se todos leram o texto original, mas nele o autor não discute se a publicação de um romance deve ou não ter pontos no Lattes, mas se deveria pontuar com o mesmo número de pontos que o MÁXIMO de pontos atribuídos a uma publicação científica. E responde que sim, porque: 1- meu romance exige mais esforço que um artigo; 2- meu romance exige mais tempo de um artigo; 3- meu romance é arte. Esses argumentos não são suficientes. Para ter o MÁXIMO da pontuação, é preciso ter o MÁXIMO de relevância para o MAIOR número de pessoas. E quem deve julgar isso não pode ser o próprio autor do romance, mas seus pares. Se o autor não quer passar pelo crivo dos colegas para julgar a relevância e escopo do romance, ter pontuação já está lindo. E ao observar as especifidades da nossa área, é justo que haja alguma pontuação pra produção artística. Mas a pontuação máxima deve ser merecida, e ser atribuída a quem fez o máximo, não ser automática para qualquer um apenas porque publicar um romance exige esforço, tempo e é arte. É óbvio que há pesquisa em performance, mas precisamos avaliar com seriedade qual a relevância de pesquisas em quê uma única pessoa tem acesso a seu conteúdo. A pesquisa que um intérprete faz para tocar uma composição, se não gera conhecimento compartilhado, discutido, e disponível, não deve ser pontuada com o MÁXIMO de pontos. Abraços, Alvaro Henrique ---- Patrocine meu próximo CD e ganhe prêmios: www.alvarohenrique.com/projetos.html Em 31 de maio de 2012 13:59, luciano cesar escreveu: > Caros colegas, > > Concordo com Daniel na discordância com o texto do Álvaro, a arte não > pode ser comparada a atividades científicas, embora seu valor precise > urgentemente ser equiparado. Ela tem que ser sim reconhecida de forma > equivalente a produção de artigos, livros científicos, etc. Sou radical > quanto a isso e vou dizer porque baseado nas contestações possíveis que já > estou cansado de ouvir, o que eu não esperava era ouvir isso de um > performer em atuação na Universidade como é o caso do meu prezado colega > Álvaro Henrique. > > 1) O que é resultado? O produto final? Então o Lattes privilegia UM tipo > de resultado específico (o artigo) em detrimento de outro. A questão é que > existem artigos ridículos e inócuos, com nenhuma expressão para a área e > feitos muitas vezes sem pesquisa. Produções artísticas, ao contrário, podem > incluir pesquisas sérias. Pense no Grande Sertão, do Guimarães Rosa. Pensem > agora no repertório escrito para o Julian Bream. Pense nas interpretações > de Pierre-Laurent Aimard. Alguém tem coragem de dizer que esta gente não > pesquisa? Se o inverso pode ocorrer, então a pontuação deveria ser igual > porque a picaretagem está em todo o lugar. Escrever um artigo ao invés de > uma peça, publicar um livro ao invés de gravar um cd, etc. são distinções > que não te dão uma proteção contra ser incompetente. > > 2) Se a produção artística tem impacto positivo nas aulas e na pesquisa, > então essa produção artística do professor de arte tem que ser não só > incentivada, mas financiada sim senhores. Claro que são atividades > diferentes, mas para o aluno da graduação importa estar em um ambiente rico > naquilo em que ele está aprendendo. Para o candidato a bacharel importa > tanto acompanhar a produção do professor quanto para um licenciando > acompanhar as atividades educativas de seus mestres. Para um teórico, a > forma de pensar de seu orientador capturada em conversas de café ou de > corredor é de vital importancia para manter girando a sua capacidade de se > apropriar de conteúdos, relacioná-lo com objetos. > > 3) As "leis de incentivo", como bem lembrou o Daniel, são uma mentira. > Nada interessa mais a essas leis do que publicidade e entretenimento. Se > não dirigirmos os recursos de financiamento para a performance, educação e > para a criação acadêmica TANTO QUANTO a produção de artigos, estaremos > assumindo ser dirigidos pelas leis de mercado e nunca poderemos propor nada > diferente para a sociedade. > > Segue comentários a crítica do Álvaro citando seu texto, aqui colocado > em azul: > > > "Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar > resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma > revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo > reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto." > > O que é considerado resultado?? O fato de ser um artigo e não um romance? > A pertinência do romance do Charles Kiefer é confirmada pela escolha como > objeto de um artigo e o artigo pode ser algo extremamente preguiçoso. Não > há formas de o Lattes avaliar qualitativamente a produção, é simplesmente o > tipo da produção. Um absurdo. > > Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi > avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, > fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um > reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção > artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, > pesquisas mais interessantes, etc. > > E se o romance envolveu pesquisa, em muito maior grau do que um artigo, > como seria uma avaliação justa? E que raio de "tempo livre" é esse, do qual > pode sair um trabalho artístico de profundidade? Se você se preocupa com as > entrelinhas do texto enviado pelo Daniel, Álvaro, você deveria arrepiar-se > com o que está nas suas entrelinhas. Você está considerando, Álvaro, que > fazer arte é para vagabundos, ou pesquisadores sérios no seu tempo ocioso, > que a produção não envolve pesquisa, que não é um trabalho de fato e só ser > mencionado no Lattes já é um prêmio para o qual o artista-pesquisador tem > que se sentir mais do que agraciado. Não é assim que você grava as obras > que encomendou, certo? Creio que não, conheço o seu trabalho e, pelo jeito > dou mais valor a ele do que você. > > > Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para > justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. > > Quem no Lattes está avaliando essa atuação pífia ou competente? Além > disso, há também casos em que a atuação como professor e pesquisador é > desculpa para justificar uma atuação pífia como artista e para determinadas > áreas (a performance, creio eu, tô errado?) essa atuação precisa ser > exercida com competência. Essa competência demanda pesquisa, esforço, > tempo... Será que o Álvaro realmente acredita que, fazendo vista grossa > para a produção artística, a Universidade realmente inventou a fórmula > mágica para "evitar abusos"? > > Na relação aprendiz-mestre eu acabei entendendo muito mais o que meu > professor tinha a dizer sobre estilo e interpretação ouvindo seus concertos > e discutindo depois com ele nas aulas (inclusive as coisas que eu > discordava) e isso é produção de conhecimento. Ou não? A atuação de um > professor de artes como tal é diretamente relacionada a sua atuação como > artista. A situação que vivemos hoje é kafkaniana: exige-se produção > bibliográfica dos professores de música, que ensinam performance, mas o seu > trabalho artístico, muito mais pertinente para o objeto em questão de sua > atividade dentro da instituição tem que ser feito no seu tempo "livre"?? O > que é isso?? > > Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando > consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande > porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. > > O engenheiro JÁ É pontuado por isso. Mas, além da questão da guarida da > cultura, citada pelo Daniel, há a questão de que colocar a serviço de uma > empreitera seus conhecimentos TÉCNICOS não pode ser uma atividade comparada > a atuação de um músico, que só começa realmente a dizer algo quando as > questões "técnicas" (que no caso da arte deveriam até ter outro nome, se > chamamos de "técnicos" os mesmos conhecimentos de um engenheiro que levanta > uma parede firme) foram deixadas para trás. Comparar uma produção artística > com consultoria na área de engenharia é desconhecer profundamente os > fundamentos do trabalho artístico. É pra mim, prova de que o sistema de > nivelamento e reducionismo intelectual venceu a batalha. Será possível que > não sabemos mais fazer uma distinção justa, que reconheça a importância de > cada lado, entre ciência e arte, técnica e música, linguagem e repetição e > mais um monte de dicotomias que deveriam estar claramente diferenciadas na > universidade - e reconhecidas cada uma como tal? > > > Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao > invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. > > Que morram de fome os que separam cartesianamente suas atividades e se > alienam na produção ou na pesquisa ou no ensino, então. E tirem de vez a > música da Universidade deixando-a a ser exercida por conservatórios de alto > "nível". O preço já é pago todos os dias pela atuação completamente > renengada por um país que não sabe avaliar um produto artístico e, parece, > nem um produto teórico. Ambos são produtos do intelecto e enquanto a > universidade se propor ao ensino de artes, ela deve tem em conta e > incentivar a produção artística dos professores que se disponham a ela. > Acho isso fundamental para manter o reconhecimento das diferenças e o > respeito pelas especificações da teoria, licenciatura e bacharelado sem > subserviência de nenhuma sobre a outra, portanto, sem distinção do tipo de > produção. Essa vai ser sempre a minha contribuição como membro da > associação de performance. > > Abraço a todos, > > Luciano Cesar Morais > > > --- Em *qui, 31/5/12, Daniel Lemos * escreveu: > > > De: Daniel Lemos > > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada > entre arte e ciência > Para: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012, 2:15 > > > > Caro Álvaro e demais colegas, > > Sua afirmação é pertinente e bem fundada. Porém, gostaria de deixar uma > pequena observação sob outro ponto de vista. > > Que tipo de incentivo um professor de Engenharia tem quanto para fazer uma > consultoria? > E ao professor de Artes, que incentivo por parte da sociedade ele possui > para realizar sua produção artística? Quem financiaria um pianista hoje em > dia para fazer um recital com peças de Chopin? E quem financiaria um > engenheiro para achar reservas de petróleo? > > Ao contrário das outras áreas, a Universidade oferece às Artes grande > parte do aporte que ela precisa para sobreviver como campo de conhecimento. > Grandes engenheiros trabalham em firmas importantes, grandes médicos > trabalham em hospitais e grandes jornalistas trabalham em empresas de > comunicação. E os grandes artistas? Aqueles que não são de famílias > abastadas vão conseguir manter seus ofícios de forma plena somente com Leis > de "Incentivo à Cultura"? Os artistas de hoje que possuem o mesmo > reconhecimento de um importante profissional de outras áreas geralmente > trabalha com a mídia, ou seja: é especialista em um tipo de prática > artística que muitas vezes é momentâneo, e não tem a preocupação de > preservar o patrimônio de outros estilos e épocas. > > Engana-se quem acha que este patrimônio sobrevive somente por textos e > gravações. Se for interrompida a transmissão oral de habilidades na > Performance Musical - por exemplo - toda a bagagem de interpretação musical > de séculos estará sob o risco de acabar, pois o conhecimento musical exige > a transmissão de informações sensoriais, ainda incapazes de serem > registradas por outra forma além da relação mestre e aprendiz. > > Creio que restringir o assunto somente à questão conceitual do que é o > papel do professor universitário nos contratos de hoje - "Ensino, Pesquisa, > Extensão e Administração" - já se mostrou insuficiente para abarcar com as > necessidades da área de Artes. Isto é o que precisa ser modificado. Vi um > Edital de concurso para a Unicamp que definia claramente para professores > de Artes a função de "Carreira do Magistério Artístico", constituindo então > um plano de carreira baseado em regimento diferenciado com relação às > demais áreas tradicionais da Ciência (corrija-me algum professor desta > instituição caso eu esteja enganado). > > Basta observar a realidade sociocultural brasileira para perceber que há > diversos tipos de prática artística em sério risco de desaparecer. Arte não > é Tecnologia. Nesta última, ao se lançar um novo produto, o antigo se torna > obsoleto. > > > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *ter, 29/5/12, Alvaro Henrique * escreveu: > > > De: Alvaro Henrique > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada > entre arte e ciência > Para: > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 23:48 > > Interessante o artigo, e a discussão é deveras pertinente, especialmente > para quem lida com performance, e que está prestes a ter uma associação de > pesquisa da área que promoverá congressos, encontros, etc. > > Não concordo com a opinião do autor. Acho que a pontuação lattes não é > para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco > esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não > pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem > conhece do assunto. > > Mas o quê mais me incomoda é o que está nas entrelinhas: quem é professor > de arte é professor, não é artista pago pelo estado para compartilhar sua > vivência artística. O Lattes tem de premiar as funções de um professor. Se > aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado > por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do > quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um > reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção > artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, > pesquisas mais interessantes, etc. Infelizmente há casos em que a produção > artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é > preciso evitar abusos. > > Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando > consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande > porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. > > Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao > invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > Em 29 de maio de 2012 13:46, Daniel Lemos escreveu: > > > Olá Liliana, > > Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista da rede > pública de Porto Alegre estava dizendo que produção artística não conta > pontos para progressão de carreira na prefeitura. > É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador da > sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do > conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos Estatutos > e Departamentos, consequentemente os demais organismos não vão se adaptar > para comportar os cargos que trabalham exclusivamente com a Arte e tem este > tipo de produção. > > > > Cordialmente > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *ter, 29/5/12, lilianabollos * escreveu: > > > De: lilianabollos > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada > entre arte e ciência > Para: "Daniel Lemos" > Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 > > Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos colocar > a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia de pontuação, e > pensando em arte x ciência, a primeira sempre perde na busca de vagas, > orçamento, projetos, etc. > > um abraço, > Liliana > > http://lilianabollos.com.br/ > > ------------------------------ > Em 28/05/2012 13:16, *Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br >* escreveu: > > Caros colegas, > > Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por Vinícius > Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em Música da > Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor Charles Kiefer > ("professor e escritor", segundo ele) sobre a valoração da Arte e da > Ciência na Universidade: > > > http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg > > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga * escreveu: > > > De: Vinicius de Sousa Fraga > Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > arte e ciência > Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com > Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 > > A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não me > engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os pesos de > avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera situações > absurdas. > > Segue: > > > http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg > > > > -- > Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de Música da > UFBA. > Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com > Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com > Para mais informações: > http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alexandrenegreiros em yahoo.com.br Fri Jun 1 19:01:43 2012 From: alexandrenegreiros em yahoo.com.br (Alexandre Negreiros) Date: Fri, 1 Jun 2012 19:01:43 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Fwd=3A_=5Bmusimagem=5D_Divulguem=2C?= =?iso-8859-1?q?_se_inscrevam_no_concurso_Tinta_Fresca_da_Filarm=F4nica_de?= =?iso-8859-1?q?_MG!!?= References: Message-ID: Obrigado, Marcos! Copio aos colegas da Anppom Abçs Alexandre Início da mensagem encaminhada: > De: Marcos souza > Assunto: [musimagem] Divulguem, se inscrevam no concurso Tinta Fresca da Filarmônica de MG!! > Data: 1 de junho de 2012 15:16:27 BRT > Para: musimagem em yahoogroups.com > > Olá amigos compositores, > > > Se inscrevam!! > http://www.filarmonica.art.br//index.php/temporada/view/8 > > E divulguem para os alunos do nosso curso e toda rede que conheçam? > > Abs > Marcos > > -- > Marcos Souza > ateliermarcos em gmail.com > 31 7818.0117 (celular) / 31 3219.9005 (trabalho) > www.youtube.com/marcossouza36 > www.linkedin.com/in/marcossouza23 > > __,_._,___ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sat Jun 2 11:42:56 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sat, 2 Jun 2012 07:42:56 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Enc=3A_Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_diferenciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1338601868.46094.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1338648176.13522.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Caros Luciano, Alexandre e colegas, Assino embaixo de todas as ideias do Luciano. Como o próprio autor do texto diz, trata-se de uma situação "patética" (tanto no sentido cômico quanto doloroso) e "hilária". Se estamos em uma Democracia (caso esta não seja "coisa do demônio"), podemos muito bem decidir em conjunto o que é de fato melhor para nossa área. Delegar a preparação da produção artística ao "tempo livre" é aceitar este tratamento amador que sofremos em nosso cotidiano, tanto da sociedade quanto da academia. Estes dias fui dar uma entrevista aqui antes do "recital-protesto" da Escola de Música, e o repórter perguntou: "Você toca Piano?" Eu disse: "Sim, senhor." "Mas só toca Piano?" "Sim senhor, só isso tudo!" Cada dia uma novidade... Recordo-me de um texto interessante que li ultimamente sobre a história dos Conservatórios. O autor reforça que o ensino de Piano nos Conservatórios do Século XIX se baseava em um estudo exaustivo da técnica fora de um contexto musical, e se não fosse pela transmissão do saber artístico fora destas instituições por professores como Liszt e Leschetizky, provavelmente esse legado não teria chegado a nós. De forma análoga, percebemos que os grandes intérpretes-professores que temos nas Universidades acabam se afastando dela para poder trabalhar. Se ficassem só na Academia, não teriam o menor incentivo para dar continuidade à produção artística. Sinto o mesmo aqui. Vou é aproveitar a greve pra fechar um repertório! Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em sex, 1/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" , "Daniel Lemos" , "Alexandre Ficagna" Data: Sexta-feira, 1 de Junho de 2012, 22:51 É, Alexandre...   Alguns de nossos colegas que são produtores em performance e composição (o Álvaro é da performance) não aceitaram não foi nem o acaso na produção científica: não aceitaram o trabalho livre e reconhecido na produção artística!    Concordo com todos os pontos que você colocou como importantes para a criação e performance. Não tem nada de trabalho "Livre" nas produções artisticas.     O dia em que me quiserem "cientista" eu boto fogo nos meus diplomas de bacharelado e de mestrado. E largo meu doutorado. Ninguém exige de qualquer área ser o que ela não é. Médico é médico, físico é físico, filósofo é filósofo, bacharel em educação física é bacharel em educação física, pô, são centenas de especialidades! Ou então que se expanda o conceito de "ciência" e que se incluia nele o tipo de problema específico de cada área.    O Silvio Ferraz acaba de dar o relato sobre a situação do MA (aliás, Silvio, o que é isso? O "A" eu suponho que venha de Arte, é Magistrado em Arte?): anos de produção não reconhecida, em seguida a falsa piedade que permite a estagnação por não reconhecer nem incentivar a produção! Se Kafka estivesse vivo ele não escreveria romances, ele faria jornalismo! Impressionante como a realidade conseguiu superar os pesadelos mais malucos...    Olha, desculpem encher a caixa de todos, mas esse assunto mexe comigo. Abraço! Luciano --- Em sex, 1/6/12, Alexandre Ficagna escreveu: De: Alexandre Ficagna Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "luciano cesar" , "anppom-l em iar.unicamp.br" , "Daniel Lemos" Data: Sexta-feira, 1 de Junho de 2012, 20:22 Bravo Luciano! Entendo a preocupação do Valério (e talvez até do próprio Álvaro?) quanto a um certo lugar comum ao se lamentar o não incentivo à produção artística na academia. E é por isso que considero a tua resposta, Luciano, como excelente, pois sai da lamúria e parte para a argumentação. Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço. No mais, penso no meu caso e de diversos colegas da composição, cuja motivação para pesquisa é justamente compor. Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos. Não há conceito sem problemas, diria aquela dupla de filósofos franceses. Que questões sobre performance podem nascer sem que haja tempo para se preparar uma peça? Que questões sobre composição podem surgir sem que se possa compor? Dito de outro modo, como fazer surgir o problema se não lançando-nos ao seu encontro? Ainda não aceitamos o papel fundamental do acaso na pesquisa científica? CordialmenteAlexandre Ficagna Universidade Estadual de LondrinaDepartamento de Música e Teatro http://soundcloud.com/alexandre-ficagna www.myspace.com/alexandreficagna --------------------------------- Endereço: Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603 Bairro: Vl. Ipiranga Londrina - PR CEP: 86010-540 De: luciano cesar Para: anppom-l em iar.unicamp.br; Daniel Lemos Enviadas: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012 13:59 Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Caros colegas,    Concordo com Daniel na discordância com o texto do Álvaro, a arte não pode ser comparada a atividades científicas, embora seu valor precise urgentemente ser equiparado. Ela tem que ser sim reconhecida de forma equivalente a produção de artigos, livros científicos, etc. Sou radical quanto a isso e vou dizer porque baseado nas contestações possíveis que já estou cansado de ouvir, o que eu não esperava era ouvir isso de um performer em atuação na Universidade como é o caso do meu prezado colega Álvaro Henrique. 1) O que é resultado? O produto final? Então o Lattes privilegia UM tipo de resultado específico (o artigo) em detrimento de outro. A questão é que existem artigos ridículos e inócuos, com nenhuma expressão para a área e feitos muitas vezes sem pesquisa. Produções artísticas, ao contrário, podem incluir pesquisas sérias. Pense no Grande Sertão, do Guimarães Rosa. Pensem agora no repertório escrito para o Julian Bream. Pense nas interpretações de Pierre-Laurent Aimard. Alguém tem coragem de dizer que esta gente não pesquisa? Se o inverso pode ocorrer, então a pontuação deveria ser igual porque a picaretagem está em todo o lugar. Escrever um artigo ao invés de uma peça, publicar um livro ao invés de gravar um cd, etc. são distinções que não te dão uma proteção contra ser incompetente. 2) Se a produção artística tem impacto positivo nas aulas e na pesquisa, então essa produção artística do professor de arte tem que ser não só incentivada, mas financiada sim senhores. Claro que são atividades diferentes, mas para o aluno da graduação importa estar em um ambiente rico naquilo em que ele está aprendendo. Para o candidato a bacharel importa tanto acompanhar a produção do professor quanto para um licenciando acompanhar as atividades educativas de seus mestres. Para um teórico, a forma de pensar de seu orientador capturada em conversas de café ou de corredor é de vital importancia para manter girando a sua capacidade de se apropriar de conteúdos, relacioná-lo com objetos. 3) As "leis de incentivo", como bem lembrou o Daniel, são uma mentira. Nada interessa mais a essas leis do que publicidade e entretenimento. Se não dirigirmos os recursos de financiamento para a performance, educação e para a criação acadêmica TANTO QUANTO a produção de artigos, estaremos assumindo ser dirigidos pelas leis de mercado e nunca poderemos propor nada diferente para a sociedade.    Segue comentários a crítica do Álvaro citando seu texto, aqui colocado em azul: "Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto." O que é considerado resultado?? O fato de ser um artigo e não um romance? A pertinência do romance do Charles Kiefer é confirmada pela escolha como objeto de um artigo e o artigo pode ser algo extremamente preguiçoso. Não há formas de o Lattes avaliar qualitativamente a produção, é simplesmente o tipo da produção. Um absurdo. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. E se o romance envolveu pesquisa, em muito maior grau do que um artigo, como seria uma avaliação justa? E que raio de "tempo livre" é esse, do qual pode sair um trabalho artístico de profundidade? Se você se preocupa com as entrelinhas do texto enviado pelo Daniel, Álvaro, você deveria arrepiar-se com o que está nas suas entrelinhas. Você está considerando, Álvaro, que fazer arte é para vagabundos, ou pesquisadores sérios no seu tempo ocioso, que a produção não envolve pesquisa, que não é um trabalho de fato e só ser mencionado no Lattes já é um prêmio para o qual o artista-pesquisador tem que se sentir mais do que agraciado. Não é assim que você grava as obras que encomendou, certo? Creio que não, conheço o seu trabalho e, pelo jeito dou mais valor a ele do que você. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. Quem no Lattes está avaliando essa atuação pífia ou competente? Além disso, há também casos em que a atuação como professor e pesquisador é desculpa para justificar uma atuação pífia como artista e para determinadas áreas (a performance, creio eu, tô errado?) essa atuação precisa ser exercida com competência. Essa competência demanda pesquisa, esforço, tempo... Será que o Álvaro realmente acredita que, fazendo vista grossa para a produção artística, a Universidade realmente inventou a fórmula mágica para "evitar abusos"?   Na relação aprendiz-mestre eu acabei entendendo muito mais o que meu professor tinha a dizer sobre estilo e interpretação ouvindo seus concertos e discutindo depois com ele nas aulas (inclusive as coisas que eu discordava) e isso é produção de conhecimento. Ou não? A atuação de um professor de artes como tal é diretamente relacionada a sua atuação como artista. A situação que vivemos hoje é kafkaniana: exige-se produção bibliográfica dos professores de música, que ensinam performance, mas o seu trabalho artístico, muito mais pertinente para o objeto em questão de sua atividade dentro da instituição tem que ser feito no seu tempo "livre"?? O que é isso?? Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso.    O engenheiro JÁ É pontuado por isso. Mas, além da questão da guarida da cultura, citada pelo Daniel, há a questão de que colocar a serviço de uma empreitera seus conhecimentos TÉCNICOS não pode ser uma atividade comparada a atuação de um músico, que só começa realmente a dizer algo quando as questões "técnicas" (que no caso da arte deveriam até ter outro nome, se chamamos de "técnicos" os mesmos conhecimentos de um engenheiro que levanta uma parede firme) foram deixadas para trás. Comparar uma produção artística com consultoria na área de engenharia é desconhecer profundamente os fundamentos do trabalho artístico. É pra mim, prova de que o sistema de nivelamento e reducionismo intelectual venceu a batalha. Será possível que não sabemos mais fazer uma distinção justa, que reconheça a importância de cada lado, entre ciência e arte, técnica e música, linguagem e repetição e mais um monte de dicotomias que deveriam estar claramente diferenciadas na universidade - e reconhecidas cada uma como tal? Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor.    Que morram de fome os que separam cartesianamente suas atividades e se alienam na produção ou na pesquisa ou no ensino, então. E tirem de vez a música da Universidade deixando-a a ser exercida por conservatórios de alto "nível". O preço já é pago todos os dias pela atuação completamente renengada por um país que não sabe avaliar um produto artístico e, parece, nem um produto teórico. Ambos são produtos do intelecto e enquanto a universidade se propor ao ensino de artes, ela deve tem em conta e incentivar a produção artística dos professores que se disponham a ela.    Acho isso fundamental para manter o reconhecimento das diferenças e o respeito pelas especificações da teoria, licenciatura e bacharelado sem subserviência de nenhuma sobre a outra, portanto, sem distinção do tipo de produção. Essa vai ser sempre a minha contribuição como membro da associação de performance. Abraço a todos, Luciano Cesar Morais --- Em qui, 31/5/12, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012, 2:15 Caro Álvaro e demais colegas, Sua afirmação é pertinente e bem fundada. Porém, gostaria de deixar uma pequena observação sob outro ponto de vista. Que tipo de incentivo um professor de Engenharia tem quanto para fazer uma consultoria? E ao professor de Artes, que incentivo por parte da sociedade ele possui para realizar sua produção artística? Quem financiaria um pianista hoje em dia para fazer um recital com peças de Chopin? E quem financiaria um engenheiro para achar reservas de petróleo? Ao contrário das outras áreas, a Universidade oferece às Artes grande parte do aporte que ela precisa para sobreviver como campo de conhecimento. Grandes engenheiros trabalham em firmas importantes, grandes médicos trabalham em hospitais e grandes jornalistas trabalham em empresas de comunicação. E os grandes artistas? Aqueles que não são de famílias abastadas vão conseguir manter seus ofícios de forma plena somente com Leis de "Incentivo à Cultura"? Os artistas de hoje que possuem o mesmo reconhecimento de um importante profissional de outras áreas geralmente trabalha com a mídia, ou seja: é especialista em um tipo de prática artística que muitas vezes é momentâneo, e não tem a preocupação de preservar o patrimônio de outros estilos e épocas. Engana-se quem acha que este patrimônio sobrevive somente por textos e gravações. Se for interrompida a transmissão oral de habilidades na Performance Musical - por exemplo - toda a bagagem de interpretação musical de séculos estará sob o risco de acabar, pois o conhecimento musical exige a transmissão de informações sensoriais, ainda incapazes de serem registradas por outra forma além da relação mestre e aprendiz. Creio que restringir o assunto somente à questão conceitual do que é o papel do professor universitário nos contratos de hoje - "Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração" - já se mostrou insuficiente para abarcar com as necessidades da área de Artes. Isto é o que precisa ser modificado. Vi um Edital de concurso para a Unicamp que definia claramente para professores de Artes a função de "Carreira do Magistério Artístico", constituindo então um plano de carreira baseado em regimento diferenciado com relação às demais áreas tradicionais da Ciência (corrija-me algum professor desta instituição caso eu esteja enganado). Basta observar a realidade sociocultural brasileira para perceber que há diversos tipos de prática artística em sério risco de desaparecer. Arte não é Tecnologia. Nesta última, ao se lançar um novo produto, o antigo se torna obsoleto. Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 29/5/12, Alvaro Henrique escreveu: De: Alvaro Henrique Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 23:48 Interessante o artigo, e a discussão é deveras pertinente, especialmente para quem lida com performance, e que está prestes a ter uma associação de pesquisa da área que promoverá congressos, encontros, etc. Não concordo com a opinião do autor. Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto. Mas o quê mais me incomoda é o que está nas entrelinhas: quem é professor de arte é professor, não é artista pago pelo estado para compartilhar sua vivência artística. O Lattes tem de premiar as funções de um professor. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. Abraços, Alvaro Henrique Em 29 de maio de 2012 13:46, Daniel Lemos escreveu: Olá Liliana, Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista da rede pública de Porto Alegre estava dizendo que produção artística não conta pontos para progressão de carreira na prefeitura. É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador da sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos Estatutos e Departamentos, consequentemente os demais organismos não vão se adaptar para comportar os cargos que trabalham exclusivamente com a Arte e tem este tipo de produção. Cordialmente Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 29/5/12, lilianabollos escreveu: De: lilianabollos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "Daniel Lemos" Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos colocar a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia de pontuação, e pensando em arte x ciência, a primeira sempre perde na busca de vagas, orçamento, projetos, etc. um abraço, Liliana http://lilianabollos.com.br/ Em 28/05/2012 13:16, Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br > escreveu: Caros colegas, Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por Vinícius Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em Música da Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor Charles Kiefer ("professor e escritor", segundo ele) sobre a valoração da Arte e da Ciência na Universidade: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga escreveu: De: Vinicius de Sousa Fraga Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não me engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os pesos de avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera situações absurdas. Segue: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg   -- Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de Música da UFBA. Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com Para mais informações: http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Fri Jun 1 22:51:08 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Fri, 1 Jun 2012 18:51:08 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Enc=3A_Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_diferenciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1338592925.20671.YahooMailNeo@web39306.mail.mud.yahoo.com> Message-ID: <1338601868.46094.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> É, Alexandre...   Alguns de nossos colegas que são produtores em performance e composição (o Álvaro é da performance) não aceitaram não foi nem o acaso na produção científica: não aceitaram o trabalho livre e reconhecido na produção artística!    Concordo com todos os pontos que você colocou como importantes para a criação e performance. Não tem nada de trabalho "Livre" nas produções artisticas.     O dia em que me quiserem "cientista" eu boto fogo nos meus diplomas de bacharelado e de mestrado. E largo meu doutorado. Ninguém exige de qualquer área ser o que ela não é. Médico é médico, físico é físico, filósofo é filósofo, bacharel em educação física é bacharel em educação física, pô, são centenas de especialidades! Ou então que se expanda o conceito de "ciência" e que se incluia nele o tipo de problema específico de cada área.    O Silvio Ferraz acaba de dar o relato sobre a situação do MA (aliás, Silvio, o que é isso? O "A" eu suponho que venha de Arte, é Magistrado em Arte?): anos de produção não reconhecida, em seguida a falsa piedade que permite a estagnação por não reconhecer nem incentivar a produção! Se Kafka estivesse vivo ele não escreveria romances, ele faria jornalismo! Impressionante como a realidade conseguiu superar os pesadelos mais malucos...    Olha, desculpem encher a caixa de todos, mas esse assunto mexe comigo. Abraço! Luciano --- Em sex, 1/6/12, Alexandre Ficagna escreveu: De: Alexandre Ficagna Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "luciano cesar" , "anppom-l em iar.unicamp.br" , "Daniel Lemos" Data: Sexta-feira, 1 de Junho de 2012, 20:22 Bravo Luciano! Entendo a preocupação do Valério (e talvez até do próprio Álvaro?) quanto a um certo lugar comum ao se lamentar o não incentivo à produção artística na academia. E é por isso que considero a tua resposta, Luciano, como excelente, pois sai da lamúria e parte para a argumentação. Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço. No mais, penso no meu caso e de diversos colegas da composição, cuja motivação para pesquisa é justamente compor. Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos. Não há conceito sem problemas, diria aquela dupla de filósofos franceses. Que questões sobre performance podem nascer sem que haja tempo para se preparar uma peça? Que questões sobre composição podem surgir sem que se possa compor? Dito de outro modo, como fazer surgir o problema se não lançando-nos ao seu encontro? Ainda não aceitamos o papel fundamental do acaso na pesquisa científica? CordialmenteAlexandre Ficagna Universidade Estadual de LondrinaDepartamento de Música e Teatro http://soundcloud.com/alexandre-ficagna www.myspace.com/alexandreficagna --------------------------------- Endereço: Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603 Bairro: Vl. Ipiranga Londrina - PR CEP: 86010-540 De: luciano cesar Para: anppom-l em iar.unicamp.br; Daniel Lemos Enviadas: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012 13:59 Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Caros colegas,    Concordo com Daniel na discordância com o texto do Álvaro, a arte não pode ser comparada a atividades científicas, embora seu valor precise urgentemente ser equiparado. Ela tem que ser sim reconhecida de forma equivalente a produção de artigos, livros científicos, etc. Sou radical quanto a isso e vou dizer porque baseado nas contestações possíveis que já estou cansado de ouvir, o que eu não esperava era ouvir isso de um performer em atuação na Universidade como é o caso do meu prezado colega Álvaro Henrique. 1) O que é resultado? O produto final? Então o Lattes privilegia UM tipo de resultado específico (o artigo) em detrimento de outro. A questão é que existem artigos ridículos e inócuos, com nenhuma expressão para a área e feitos muitas vezes sem pesquisa. Produções artísticas, ao contrário, podem incluir pesquisas sérias. Pense no Grande Sertão, do Guimarães Rosa. Pensem agora no repertório escrito para o Julian Bream. Pense nas interpretações de Pierre-Laurent Aimard. Alguém tem coragem de dizer que esta gente não pesquisa? Se o inverso pode ocorrer, então a pontuação deveria ser igual porque a picaretagem está em todo o lugar. Escrever um artigo ao invés de uma peça, publicar um livro ao invés de gravar um cd, etc. são distinções que não te dão uma proteção contra ser incompetente. 2) Se a produção artística tem impacto positivo nas aulas e na pesquisa, então essa produção artística do professor de arte tem que ser não só incentivada, mas financiada sim senhores. Claro que são atividades diferentes, mas para o aluno da graduação importa estar em um ambiente rico naquilo em que ele está aprendendo. Para o candidato a bacharel importa tanto acompanhar a produção do professor quanto para um licenciando acompanhar as atividades educativas de seus mestres. Para um teórico, a forma de pensar de seu orientador capturada em conversas de café ou de corredor é de vital importancia para manter girando a sua capacidade de se apropriar de conteúdos, relacioná-lo com objetos. 3) As "leis de incentivo", como bem lembrou o Daniel, são uma mentira. Nada interessa mais a essas leis do que publicidade e entretenimento. Se não dirigirmos os recursos de financiamento para a performance, educação e para a criação acadêmica TANTO QUANTO a produção de artigos, estaremos assumindo ser dirigidos pelas leis de mercado e nunca poderemos propor nada diferente para a sociedade.    Segue comentários a crítica do Álvaro citando seu texto, aqui colocado em azul: "Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto." O que é considerado resultado?? O fato de ser um artigo e não um romance? A pertinência do romance do Charles Kiefer é confirmada pela escolha como objeto de um artigo e o artigo pode ser algo extremamente preguiçoso. Não há formas de o Lattes avaliar qualitativamente a produção, é simplesmente o tipo da produção. Um absurdo. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. E se o romance envolveu pesquisa, em muito maior grau do que um artigo, como seria uma avaliação justa? E que raio de "tempo livre" é esse, do qual pode sair um trabalho artístico de profundidade? Se você se preocupa com as entrelinhas do texto enviado pelo Daniel, Álvaro, você deveria arrepiar-se com o que está nas suas entrelinhas. Você está considerando, Álvaro, que fazer arte é para vagabundos, ou pesquisadores sérios no seu tempo ocioso, que a produção não envolve pesquisa, que não é um trabalho de fato e só ser mencionado no Lattes já é um prêmio para o qual o artista-pesquisador tem que se sentir mais do que agraciado. Não é assim que você grava as obras que encomendou, certo? Creio que não, conheço o seu trabalho e, pelo jeito dou mais valor a ele do que você. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. Quem no Lattes está avaliando essa atuação pífia ou competente? Além disso, há também casos em que a atuação como professor e pesquisador é desculpa para justificar uma atuação pífia como artista e para determinadas áreas (a performance, creio eu, tô errado?) essa atuação precisa ser exercida com competência. Essa competência demanda pesquisa, esforço, tempo... Será que o Álvaro realmente acredita que, fazendo vista grossa para a produção artística, a Universidade realmente inventou a fórmula mágica para "evitar abusos"?   Na relação aprendiz-mestre eu acabei entendendo muito mais o que meu professor tinha a dizer sobre estilo e interpretação ouvindo seus concertos e discutindo depois com ele nas aulas (inclusive as coisas que eu discordava) e isso é produção de conhecimento. Ou não? A atuação de um professor de artes como tal é diretamente relacionada a sua atuação como artista. A situação que vivemos hoje é kafkaniana: exige-se produção bibliográfica dos professores de música, que ensinam performance, mas o seu trabalho artístico, muito mais pertinente para o objeto em questão de sua atividade dentro da instituição tem que ser feito no seu tempo "livre"?? O que é isso?? Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso.    O engenheiro JÁ É pontuado por isso. Mas, além da questão da guarida da cultura, citada pelo Daniel, há a questão de que colocar a serviço de uma empreitera seus conhecimentos TÉCNICOS não pode ser uma atividade comparada a atuação de um músico, que só começa realmente a dizer algo quando as questões "técnicas" (que no caso da arte deveriam até ter outro nome, se chamamos de "técnicos" os mesmos conhecimentos de um engenheiro que levanta uma parede firme) foram deixadas para trás. Comparar uma produção artística com consultoria na área de engenharia é desconhecer profundamente os fundamentos do trabalho artístico. É pra mim, prova de que o sistema de nivelamento e reducionismo intelectual venceu a batalha. Será possível que não sabemos mais fazer uma distinção justa, que reconheça a importância de cada lado, entre ciência e arte, técnica e música, linguagem e repetição e mais um monte de dicotomias que deveriam estar claramente diferenciadas na universidade - e reconhecidas cada uma como tal? Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor.    Que morram de fome os que separam cartesianamente suas atividades e se alienam na produção ou na pesquisa ou no ensino, então. E tirem de vez a música da Universidade deixando-a a ser exercida por conservatórios de alto "nível". O preço já é pago todos os dias pela atuação completamente renengada por um país que não sabe avaliar um produto artístico e, parece, nem um produto teórico. Ambos são produtos do intelecto e enquanto a universidade se propor ao ensino de artes, ela deve tem em conta e incentivar a produção artística dos professores que se disponham a ela.    Acho isso fundamental para manter o reconhecimento das diferenças e o respeito pelas especificações da teoria, licenciatura e bacharelado sem subserviência de nenhuma sobre a outra, portanto, sem distinção do tipo de produção. Essa vai ser sempre a minha contribuição como membro da associação de performance. Abraço a todos, Luciano Cesar Morais --- Em qui, 31/5/12, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012, 2:15 Caro Álvaro e demais colegas, Sua afirmação é pertinente e bem fundada. Porém, gostaria de deixar uma pequena observação sob outro ponto de vista. Que tipo de incentivo um professor de Engenharia tem quanto para fazer uma consultoria? E ao professor de Artes, que incentivo por parte da sociedade ele possui para realizar sua produção artística? Quem financiaria um pianista hoje em dia para fazer um recital com peças de Chopin? E quem financiaria um engenheiro para achar reservas de petróleo? Ao contrário das outras áreas, a Universidade oferece às Artes grande parte do aporte que ela precisa para sobreviver como campo de conhecimento. Grandes engenheiros trabalham em firmas importantes, grandes médicos trabalham em hospitais e grandes jornalistas trabalham em empresas de comunicação. E os grandes artistas? Aqueles que não são de famílias abastadas vão conseguir manter seus ofícios de forma plena somente com Leis de "Incentivo à Cultura"? Os artistas de hoje que possuem o mesmo reconhecimento de um importante profissional de outras áreas geralmente trabalha com a mídia, ou seja: é especialista em um tipo de prática artística que muitas vezes é momentâneo, e não tem a preocupação de preservar o patrimônio de outros estilos e épocas. Engana-se quem acha que este patrimônio sobrevive somente por textos e gravações. Se for interrompida a transmissão oral de habilidades na Performance Musical - por exemplo - toda a bagagem de interpretação musical de séculos estará sob o risco de acabar, pois o conhecimento musical exige a transmissão de informações sensoriais, ainda incapazes de serem registradas por outra forma além da relação mestre e aprendiz. Creio que restringir o assunto somente à questão conceitual do que é o papel do professor universitário nos contratos de hoje - "Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração" - já se mostrou insuficiente para abarcar com as necessidades da área de Artes. Isto é o que precisa ser modificado. Vi um Edital de concurso para a Unicamp que definia claramente para professores de Artes a função de "Carreira do Magistério Artístico", constituindo então um plano de carreira baseado em regimento diferenciado com relação às demais áreas tradicionais da Ciência (corrija-me algum professor desta instituição caso eu esteja enganado). Basta observar a realidade sociocultural brasileira para perceber que há diversos tipos de prática artística em sério risco de desaparecer. Arte não é Tecnologia. Nesta última, ao se lançar um novo produto, o antigo se torna obsoleto. Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 29/5/12, Alvaro Henrique escreveu: De: Alvaro Henrique Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 23:48 Interessante o artigo, e a discussão é deveras pertinente, especialmente para quem lida com performance, e que está prestes a ter uma associação de pesquisa da área que promoverá congressos, encontros, etc. Não concordo com a opinião do autor. Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto. Mas o quê mais me incomoda é o que está nas entrelinhas: quem é professor de arte é professor, não é artista pago pelo estado para compartilhar sua vivência artística. O Lattes tem de premiar as funções de um professor. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. Abraços, Alvaro Henrique Em 29 de maio de 2012 13:46, Daniel Lemos escreveu: Olá Liliana, Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista da rede pública de Porto Alegre estava dizendo que produção artística não conta pontos para progressão de carreira na prefeitura. É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador da sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos Estatutos e Departamentos, consequentemente os demais organismos não vão se adaptar para comportar os cargos que trabalham exclusivamente com a Arte e tem este tipo de produção. Cordialmente Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 29/5/12, lilianabollos escreveu: De: lilianabollos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "Daniel Lemos" Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos colocar a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia de pontuação, e pensando em arte x ciência, a primeira sempre perde na busca de vagas, orçamento, projetos, etc. um abraço, Liliana http://lilianabollos.com.br/ Em 28/05/2012 13:16, Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br > escreveu: Caros colegas, Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por Vinícius Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em Música da Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor Charles Kiefer ("professor e escritor", segundo ele) sobre a valoração da Arte e da Ciência na Universidade: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga escreveu: De: Vinicius de Sousa Fraga Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não me engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os pesos de avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera situações absurdas. Segue: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg   -- Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de Música da UFBA. Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com Para mais informações: http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sat Jun 2 19:08:58 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sat, 2 Jun 2012 19:08:58 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Enc=3A_Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_diferenciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1338601868.46094.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> References: <1338601868.46094.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: MA é magistério artístico On Jun 1, 2012, at 10:51 PM, luciano cesar wrote: > É, Alexandre... > > Alguns de nossos colegas que são produtores em performance e composição (o Álvaro é da performance) não aceitaram não foi nem o acaso na produção científica: não aceitaram o trabalho livre e reconhecido na produção artística! > Concordo com todos os pontos que você colocou como importantes para a criação e performance. Não tem nada de trabalho "Livre" nas produções artisticas. > O dia em que me quiserem "cientista" eu boto fogo nos meus diplomas de bacharelado e de mestrado. E largo meu doutorado. Ninguém exige de qualquer área ser o que ela não é. Médico é médico, físico é físico, filósofo é filósofo, bacharel em educação física é bacharel em educação física, pô, são centenas de especialidades! Ou então que se expanda o conceito de "ciência" e que se incluia nele o tipo de problema específico de cada área. > O Silvio Ferraz acaba de dar o relato sobre a situação do MA (aliás, Silvio, o que é isso? O "A" eu suponho que venha de Arte, é Magistrado em Arte?): anos de produção não reconhecida, em seguida a falsa piedade que permite a estagnação por não reconhecer nem incentivar a produção! Se Kafka estivesse vivo ele não escreveria romances, ele faria jornalismo! Impressionante como a realidade conseguiu superar os pesadelos mais malucos... > Olha, desculpem encher a caixa de todos, mas esse assunto mexe comigo. > > Abraço! > > Luciano > > --- Em sex, 1/6/12, Alexandre Ficagna escreveu: > > De: Alexandre Ficagna > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "luciano cesar" , "anppom-l em iar.unicamp.br" , "Daniel Lemos" > Data: Sexta-feira, 1 de Junho de 2012, 20:22 > > Bravo Luciano! > > Entendo a preocupação do Valério (e talvez até do próprio Álvaro?) quanto a um certo lugar comum ao se lamentar o não incentivo à produção artística na academia. E é por isso que considero a tua resposta, Luciano, como excelente, pois sai da lamúria e parte para a argumentação. > > Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço. > > No mais, penso no meu caso e de diversos colegas da composição, cuja motivação para pesquisa é justamente compor. Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos. Não há conceito sem problemas, diria aquela dupla de filósofos franceses. Que questões sobre performance podem nascer sem que haja tempo para se preparar uma peça? Que questões sobre composição podem surgir sem que se possa compor? Dito de outro modo, como fazer surgir o problema se não lançando-nos ao seu encontro? Ainda não aceitamos o papel fundamental do acaso na pesquisa científica? > > Cordialmente > Alexandre Ficagna > > Universidade Estadual de Londrina > Departamento de Música e Teatro > > > http://soundcloud.com/alexandre-ficagna > www.myspace.com/alexandreficagna > --------------------------------- > Endereço: > Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603 > Bairro: Vl. Ipiranga > Londrina - PR > CEP: 86010-540 > De: luciano cesar > Para: anppom-l em iar.unicamp.br; Daniel Lemos > Enviadas: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012 13:59 > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > > Caros colegas, > > Concordo com Daniel na discordância com o texto do Álvaro, a arte não pode ser comparada a atividades científicas, embora seu valor precise urgentemente ser equiparado. Ela tem que ser sim reconhecida de forma equivalente a produção de artigos, livros científicos, etc. Sou radical quanto a isso e vou dizer porque baseado nas contestações possíveis que já estou cansado de ouvir, o que eu não esperava era ouvir isso de um performer em atuação na Universidade como é o caso do meu prezado colega Álvaro Henrique. > > 1) O que é resultado? O produto final? Então o Lattes privilegia UM tipo de resultado específico (o artigo) em detrimento de outro. A questão é que existem artigos ridículos e inócuos, com nenhuma expressão para a área e feitos muitas vezes sem pesquisa. Produções artísticas, ao contrário, podem incluir pesquisas sérias. Pense no Grande Sertão, do Guimarães Rosa. Pensem agora no repertório escrito para o Julian Bream. Pense nas interpretações de Pierre-Laurent Aimard. Alguém tem coragem de dizer que esta gente não pesquisa? Se o inverso pode ocorrer, então a pontuação deveria ser igual porque a picaretagem está em todo o lugar. Escrever um artigo ao invés de uma peça, publicar um livro ao invés de gravar um cd, etc. são distinções que não te dão uma proteção contra ser incompetente. > > 2) Se a produção artística tem impacto positivo nas aulas e na pesquisa, então essa produção artística do professor de arte tem que ser não só incentivada, mas financiada sim senhores. Claro que são atividades diferentes, mas para o aluno da graduação importa estar em um ambiente rico naquilo em que ele está aprendendo. Para o candidato a bacharel importa tanto acompanhar a produção do professor quanto para um licenciando acompanhar as atividades educativas de seus mestres. Para um teórico, a forma de pensar de seu orientador capturada em conversas de café ou de corredor é de vital importancia para manter girando a sua capacidade de se apropriar de conteúdos, relacioná-lo com objetos. > > 3) As "leis de incentivo", como bem lembrou o Daniel, são uma mentira. Nada interessa mais a essas leis do que publicidade e entretenimento. Se não dirigirmos os recursos de financiamento para a performance, educação e para a criação acadêmica TANTO QUANTO a produção de artigos, estaremos assumindo ser dirigidos pelas leis de mercado e nunca poderemos propor nada diferente para a sociedade. > > Segue comentários a crítica do Álvaro citando seu texto, aqui colocado em azul: > > "Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto." > > O que é considerado resultado?? O fato de ser um artigo e não um romance? A pertinência do romance do Charles Kiefer é confirmada pela escolha como objeto de um artigo e o artigo pode ser algo extremamente preguiçoso. Não há formas de o Lattes avaliar qualitativamente a produção, é simplesmente o tipo da produção. Um absurdo. > > Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. > > E se o romance envolveu pesquisa, em muito maior grau do que um artigo, como seria uma avaliação justa? E que raio de "tempo livre" é esse, do qual pode sair um trabalho artístico de profundidade? Se você se preocupa com as entrelinhas do texto enviado pelo Daniel, Álvaro, você deveria arrepiar-se com o que está nas suas entrelinhas. Você está considerando, Álvaro, que fazer arte é para vagabundos, ou pesquisadores sérios no seu tempo ocioso, que a produção não envolve pesquisa, que não é um trabalho de fato e só ser mencionado no Lattes já é um prêmio para o qual o artista-pesquisador tem que se sentir mais do que agraciado. Não é assim que você grava as obras que encomendou, certo? Creio que não, conheço o seu trabalho e, pelo jeito dou mais valor a ele do que você. > > Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. > > Quem no Lattes está avaliando essa atuação pífia ou competente? Além disso, há também casos em que a atuação como professor e pesquisador é desculpa para justificar uma atuação pífia como artista e para determinadas áreas (a performance, creio eu, tô errado?) essa atuação precisa ser exercida com competência. Essa competência demanda pesquisa, esforço, tempo... Será que o Álvaro realmente acredita que, fazendo vista grossa para a produção artística, a Universidade realmente inventou a fórmula mágica para "evitar abusos"? > > Na relação aprendiz-mestre eu acabei entendendo muito mais o que meu professor tinha a dizer sobre estilo e interpretação ouvindo seus concertos e discutindo depois com ele nas aulas (inclusive as coisas que eu discordava) e isso é produção de conhecimento. Ou não? A atuação de um professor de artes como tal é diretamente relacionada a sua atuação como artista. A situação que vivemos hoje é kafkaniana: exige-se produção bibliográfica dos professores de música, que ensinam performance, mas o seu trabalho artístico, muito mais pertinente para o objeto em questão de sua atividade dentro da instituição tem que ser feito no seu tempo "livre"?? O que é isso?? > > Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. > > O engenheiro JÁ É pontuado por isso. Mas, além da questão da guarida da cultura, citada pelo Daniel, há a questão de que colocar a serviço de uma empreitera seus conhecimentos TÉCNICOS não pode ser uma atividade comparada a atuação de um músico, que só começa realmente a dizer algo quando as questões "técnicas" (que no caso da arte deveriam até ter outro nome, se chamamos de "técnicos" os mesmos conhecimentos de um engenheiro que levanta uma parede firme) foram deixadas para trás. Comparar uma produção artística com consultoria na área de engenharia é desconhecer profundamente os fundamentos do trabalho artístico. É pra mim, prova de que o sistema de nivelamento e reducionismo intelectual venceu a batalha. Será possível que não sabemos mais fazer uma distinção justa, que reconheça a importância de cada lado, entre ciência e arte, técnica e música, linguagem e repetição e mais um monte de dicotomias que deveriam estar claramente diferenciadas na universidade - e reconhecidas cada uma como tal? > > Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. > > Que morram de fome os que separam cartesianamente suas atividades e se alienam na produção ou na pesquisa ou no ensino, então. E tirem de vez a música da Universidade deixando-a a ser exercida por conservatórios de alto "nível". O preço já é pago todos os dias pela atuação completamente renengada por um país que não sabe avaliar um produto artístico e, parece, nem um produto teórico. Ambos são produtos do intelecto e enquanto a universidade se propor ao ensino de artes, ela deve tem em conta e incentivar a produção artística dos professores que se disponham a ela. > Acho isso fundamental para manter o reconhecimento das diferenças e o respeito pelas especificações da teoria, licenciatura e bacharelado sem subserviência de nenhuma sobre a outra, portanto, sem distinção do tipo de produção. Essa vai ser sempre a minha contribuição como membro da associação de performance. > > Abraço a todos, > > Luciano Cesar Morais > > > --- Em qui, 31/5/12, Daniel Lemos escreveu: > > De: Daniel Lemos > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012, 2:15 > > > Caro Álvaro e demais colegas, > > Sua afirmação é pertinente e bem fundada. Porém, gostaria de deixar uma pequena observação sob outro ponto de vista. > > Que tipo de incentivo um professor de Engenharia tem quanto para fazer uma consultoria? > E ao professor de Artes, que incentivo por parte da sociedade ele possui para realizar sua produção artística? Quem financiaria um pianista hoje em dia para fazer um recital com peças de Chopin? E quem financiaria um engenheiro para achar reservas de petróleo? > > Ao contrário das outras áreas, a Universidade oferece às Artes grande parte do aporte que ela precisa para sobreviver como campo de conhecimento. Grandes engenheiros trabalham em firmas importantes, grandes médicos trabalham em hospitais e grandes jornalistas trabalham em empresas de comunicação. E os grandes artistas? Aqueles que não são de famílias abastadas vão conseguir manter seus ofícios de forma plena somente com Leis de "Incentivo à Cultura"? Os artistas de hoje que possuem o mesmo reconhecimento de um importante profissional de outras áreas geralmente trabalha com a mídia, ou seja: é especialista em um tipo de prática artística que muitas vezes é momentâneo, e não tem a preocupação de preservar o patrimônio de outros estilos e épocas. > > Engana-se quem acha que este patrimônio sobrevive somente por textos e gravações. Se for interrompida a transmissão oral de habilidades na Performance Musical - por exemplo - toda a bagagem de interpretação musical de séculos estará sob o risco de acabar, pois o conhecimento musical exige a transmissão de informações sensoriais, ainda incapazes de serem registradas por outra forma além da relação mestre e aprendiz. > > Creio que restringir o assunto somente à questão conceitual do que é o papel do professor universitário nos contratos de hoje - "Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração" - já se mostrou insuficiente para abarcar com as necessidades da área de Artes. Isto é o que precisa ser modificado. Vi um Edital de concurso para a Unicamp que definia claramente para professores de Artes a função de "Carreira do Magistério Artístico", constituindo então um plano de carreira baseado em regimento diferenciado com relação às demais áreas tradicionais da Ciência (corrija-me algum professor desta instituição caso eu esteja enganado). > > Basta observar a realidade sociocultural brasileira para perceber que há diversos tipos de prática artística em sério risco de desaparecer. Arte não é Tecnologia. Nesta última, ao se lançar um novo produto, o antigo se torna obsoleto. > > > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em ter, 29/5/12, Alvaro Henrique escreveu: > > De: Alvaro Henrique > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 23:48 > > Interessante o artigo, e a discussão é deveras pertinente, especialmente para quem lida com performance, e que está prestes a ter uma associação de pesquisa da área que promoverá congressos, encontros, etc. > > Não concordo com a opinião do autor. Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto. > > Mas o quê mais me incomoda é o que está nas entrelinhas: quem é professor de arte é professor, não é artista pago pelo estado para compartilhar sua vivência artística. O Lattes tem de premiar as funções de um professor. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. > > Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. > > Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > Em 29 de maio de 2012 13:46, Daniel Lemos escreveu: > > Olá Liliana, > > Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista da rede pública de Porto Alegre estava dizendo que produção artística não conta pontos para progressão de carreira na prefeitura. > É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador da sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos Estatutos e Departamentos, consequentemente os demais organismos não vão se adaptar para comportar os cargos que trabalham exclusivamente com a Arte e tem este tipo de produção. > > > > Cordialmente > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em ter, 29/5/12, lilianabollos escreveu: > > De: lilianabollos > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "Daniel Lemos" > Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 > > Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos colocar a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia de pontuação, e pensando em arte x ciência, a primeira sempre perde na busca de vagas, orçamento, projetos, etc. > um abraço, > Liliana > http://lilianabollos.com.br/ > > Em 28/05/2012 13:16, Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br > escreveu: > > Caros colegas, > > Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por Vinícius Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em Música da Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor Charles Kiefer ("professor e escritor", segundo ele) sobre a valoração da Arte e da Ciência na Universidade: > > http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg > > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga escreveu: > > De: Vinicius de Sousa Fraga > Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com > Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 > > A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não me engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os pesos de avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera situações absurdas. > > Segue: > > http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg > > > > -- > Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de Música da UFBA. > Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com > Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com > Para mais informações: http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Sat Jun 2 20:40:50 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Sat, 2 Jun 2012 16:40:50 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Enc=3A_Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_diferenciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= Message-ID: <1338680450.26390.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Álvaro...    Os tres ítens que você citou estão sendo deduzidos de qualquer lugar, menos do texto citado. Não há em lugar algum no texto a palavra "máximo". O cara não quer o máximo de pontos para o seu romance, ele está contestando a pontuação de uma produção artística séria em relação a um artigo de poucas páginas escrito por um aluno (e ele tem direito de defender isso, já vi autores de artigo contestarem pareceres desfavoráveis e serem reconhecidos. Mas ninguém aqui espera que o Charles fizesse isso em um jornal, certo?). Ele usa o caso para exemplificar a qustão controvertida da avaliação. A afirmação de que ele deseja que um trabalho artístico seja mais pontuado do que um artigo não tem base no texto. É duro dizer isso mas você está fazendo uma leitura que não encontra respaldo no texto a ser lido.     Há sim a relativização (colocação do problema em termos relativos, relacionando aspectos que não estão sendo considerados) da questão da pontuação. Envio o artigo de novo em anexo.    O argumento mais polêmico é, creio, o da avaliação pelos pares. Paulo Coelho terá o mais pontuado Honoris Causa da história por esse critério. Abraços, Luciano    --- Em sex, 1/6/12, Alvaro Henrique escreveu: De: Alvaro Henrique Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Sexta-feira, 1 de Junho de 2012, 15:58 Estou sem tempo, mas como o Luciano fez questão de escrever meu nome em cada um dos parágrafos, uma resposta rapidinha. Desculpe o tom informal. Não sei se todos leram o texto original, mas nele o autor não discute se a publicação de um romance deve ou não ter pontos no Lattes, mas se deveria pontuar com o mesmo número de pontos que o MÁXIMO de pontos atribuídos a uma publicação científica. E responde que sim, porque: 1- meu romance exige mais esforço que um artigo; 2- meu romance exige mais tempo de um artigo; 3- meu romance é arte. Esses argumentos não são suficientes. Para ter o MÁXIMO da pontuação, é preciso ter o MÁXIMO de relevância para o MAIOR número de pessoas. E quem deve julgar isso não pode ser o próprio autor do romance, mas seus pares. Se o autor não quer passar pelo crivo dos colegas para julgar a relevância e escopo do romance, ter pontuação já está lindo. E ao observar as especifidades da nossa área, é justo que haja alguma pontuação pra produção artística. Mas a pontuação máxima deve ser merecida, e ser atribuída a quem fez o máximo, não ser automática para qualquer um apenas porque publicar um romance exige esforço, tempo e é arte. É óbvio que há pesquisa em performance, mas precisamos avaliar com seriedade qual a relevância de pesquisas em quê uma única pessoa tem acesso a seu conteúdo. A pesquisa que um intérprete faz para tocar uma composição, se não gera conhecimento compartilhado, discutido, e disponível, não deve ser pontuada com o MÁXIMO de pontos. Abraços, Alvaro Henrique ---- Patrocine meu próximo CD e ganhe prêmios: www.alvarohenrique.com/projetos.html Em 31 de maio de 2012 13:59, luciano cesar escreveu: Caros colegas,    Concordo com Daniel na discordância com o texto do Álvaro, a arte não pode ser comparada a atividades científicas, embora seu valor precise urgentemente ser equiparado. Ela tem que ser sim reconhecida de forma equivalente a produção de artigos, livros científicos, etc. Sou radical quanto a isso e vou dizer porque baseado nas contestações possíveis que já estou cansado de ouvir, o que eu não esperava era ouvir isso de um performer em atuação na Universidade como é o caso do meu prezado colega Álvaro Henrique. 1) O que é resultado? O produto final? Então o Lattes privilegia UM tipo de resultado específico (o artigo) em detrimento de outro. A questão é que existem artigos ridículos e inócuos, com nenhuma expressão para a área e feitos muitas vezes sem pesquisa. Produções artísticas, ao contrário, podem incluir pesquisas sérias. Pense no Grande Sertão, do Guimarães Rosa. Pensem agora no repertório escrito para o Julian Bream. Pense nas interpretações de Pierre-Laurent Aimard. Alguém tem coragem de dizer que esta gente não pesquisa? Se o inverso pode ocorrer, então a pontuação deveria ser igual porque a picaretagem está em todo o lugar. Escrever um artigo ao invés de uma peça, publicar um livro ao invés de gravar um cd, etc. são distinções que não te dão uma proteção contra ser incompetente. 2) Se a produção artística tem impacto positivo nas aulas e na pesquisa, então essa produção artística do professor de arte tem que ser não só incentivada, mas financiada sim senhores. Claro que são atividades diferentes, mas para o aluno da graduação importa estar em um ambiente rico naquilo em que ele está aprendendo. Para o candidato a bacharel importa tanto acompanhar a produção do professor quanto para um licenciando acompanhar as atividades educativas de seus mestres. Para um teórico, a forma de pensar de seu orientador capturada em conversas de café ou de corredor é de vital importancia para manter girando a sua capacidade de se apropriar de conteúdos, relacioná-lo com objetos. 3) As "leis de incentivo", como bem lembrou o Daniel, são uma mentira. Nada interessa mais a essas leis do que publicidade e entretenimento. Se não dirigirmos os recursos de financiamento para a performance, educação e para a criação acadêmica TANTO QUANTO a produção de artigos, estaremos assumindo ser dirigidos pelas leis de mercado e nunca poderemos propor nada diferente para a sociedade.    Segue comentários a crítica do Álvaro citando seu texto, aqui colocado em azul: "Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto." O que é considerado resultado?? O fato de ser um artigo e não um romance? A pertinência do romance do Charles Kiefer é confirmada pela escolha como objeto de um artigo e o artigo pode ser algo extremamente preguiçoso. Não há formas de o Lattes avaliar qualitativamente a produção, é simplesmente o tipo da produção. Um absurdo. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. E se o romance envolveu pesquisa, em muito maior grau do que um artigo, como seria uma avaliação justa? E que raio de "tempo livre" é esse, do qual pode sair um trabalho artístico de profundidade? Se você se preocupa com as entrelinhas do texto enviado pelo Daniel, Álvaro, você deveria arrepiar-se com o que está nas suas entrelinhas. Você está considerando, Álvaro, que fazer arte é para vagabundos, ou pesquisadores sérios no seu tempo ocioso, que a produção não envolve pesquisa, que não é um trabalho de fato e só ser mencionado no Lattes já é um prêmio para o qual o artista-pesquisador tem que se sentir mais do que agraciado. Não é assim que você grava as obras que encomendou, certo? Creio que não, conheço o seu trabalho e, pelo jeito dou mais valor a ele do que você. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. Quem no Lattes está avaliando essa atuação pífia ou competente? Além disso, há também casos em que a atuação como professor e pesquisador é desculpa para justificar uma atuação pífia como artista e para determinadas áreas (a performance, creio eu, tô errado?) essa atuação precisa ser exercida com competência. Essa competência demanda pesquisa, esforço, tempo... Será que o Álvaro realmente acredita que, fazendo vista grossa para a produção artística, a Universidade realmente inventou a fórmula mágica para "evitar abusos"?   Na relação aprendiz-mestre eu acabei entendendo muito mais o que meu professor tinha a dizer sobre estilo e interpretação ouvindo seus concertos e discutindo depois com ele nas aulas (inclusive as coisas que eu discordava) e isso é produção de conhecimento. Ou não? A atuação de um professor de artes como tal é diretamente relacionada a sua atuação como artista. A situação que vivemos hoje é kafkaniana: exige-se produção bibliográfica dos professores de música, que ensinam performance, mas o seu trabalho artístico, muito mais pertinente para o objeto em questão de sua atividade dentro da instituição tem que ser feito no seu tempo "livre"?? O que é isso?? Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso.    O engenheiro JÁ É pontuado por isso. Mas, além da questão da guarida da cultura, citada pelo Daniel, há a questão de que colocar a serviço de uma empreitera seus conhecimentos TÉCNICOS não pode ser uma atividade comparada a atuação de um músico, que só começa realmente a dizer algo quando as questões "técnicas" (que no caso da arte deveriam até ter outro nome, se chamamos de "técnicos" os mesmos conhecimentos de um engenheiro que levanta uma parede firme) foram deixadas para trás. Comparar uma produção artística com consultoria na área de engenharia é desconhecer profundamente os fundamentos do trabalho artístico. É pra mim, prova de que o sistema de nivelamento e reducionismo intelectual venceu a batalha. Será possível que não sabemos mais fazer uma distinção justa, que reconheça a importância de cada lado, entre ciência e arte, técnica e música, linguagem e repetição e mais um monte de dicotomias que deveriam estar claramente diferenciadas na universidade - e reconhecidas cada uma como tal? Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor.    Que morram de fome os que separam cartesianamente suas atividades e se alienam na produção ou na pesquisa ou no ensino, então. E tirem de vez a música da Universidade deixando-a a ser exercida por conservatórios de alto "nível". O preço já é pago todos os dias pela atuação completamente renengada por um país que não sabe avaliar um produto artístico e, parece, nem um produto teórico. Ambos são produtos do intelecto e enquanto a universidade se propor ao ensino de artes, ela deve tem em conta e incentivar a produção artística dos professores que se disponham a ela.    Acho isso fundamental para manter o reconhecimento das diferenças e o respeito pelas especificações da teoria, licenciatura e bacharelado sem subserviência de nenhuma sobre a outra, portanto, sem distinção do tipo de produção. Essa vai ser sempre a minha contribuição como membro da associação de performance. Abraço a todos, Luciano Cesar Morais --- Em qui, 31/5/12, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012, 2:15 Caro Álvaro e demais colegas, Sua afirmação é pertinente e bem fundada. Porém, gostaria de deixar uma pequena observação sob outro ponto de vista. Que tipo de incentivo um professor de Engenharia tem quanto para fazer uma consultoria? E ao professor de Artes, que incentivo por parte da sociedade ele possui para realizar sua produção artística? Quem financiaria um pianista hoje em dia para fazer um recital com peças de Chopin? E quem financiaria um engenheiro para achar reservas de petróleo? Ao contrário das outras áreas, a Universidade oferece às Artes grande parte do aporte que ela precisa para sobreviver como campo de conhecimento. Grandes engenheiros trabalham em firmas importantes, grandes médicos trabalham em hospitais e grandes jornalistas trabalham em empresas de comunicação. E os grandes artistas? Aqueles que não são de famílias abastadas vão conseguir manter seus ofícios de forma plena somente com Leis de "Incentivo à Cultura"? Os artistas de hoje que possuem o mesmo reconhecimento de um importante profissional de outras áreas geralmente trabalha com a mídia, ou seja: é especialista em um tipo de prática artística que muitas vezes é momentâneo, e não tem a preocupação de preservar o patrimônio de outros estilos e épocas. Engana-se quem acha que este patrimônio sobrevive somente por textos e gravações. Se for interrompida a transmissão oral de habilidades na Performance Musical - por exemplo - toda a bagagem de interpretação musical de séculos estará sob o risco de acabar, pois o conhecimento musical exige a transmissão de informações sensoriais, ainda incapazes de serem registradas por outra forma além da relação mestre e aprendiz. Creio que restringir o assunto somente à questão conceitual do que é o papel do professor universitário nos contratos de hoje - "Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração" - já se mostrou insuficiente para abarcar com as necessidades da área de Artes. Isto é o que precisa ser modificado. Vi um Edital de concurso para a Unicamp que definia claramente para professores de Artes a função de "Carreira do Magistério Artístico", constituindo então um plano de carreira baseado em regimento diferenciado com relação às demais áreas tradicionais da Ciência (corrija-me algum professor desta instituição caso eu esteja enganado). Basta observar a realidade sociocultural brasileira para perceber que há diversos tipos de prática artística em sério risco de desaparecer. Arte não é Tecnologia. Nesta última, ao se lançar um novo produto, o antigo se torna obsoleto. Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 29/5/12, Alvaro Henrique escreveu: De: Alvaro Henrique Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 23:48 Interessante o artigo, e a discussão é deveras pertinente, especialmente para quem lida com performance, e que está prestes a ter uma associação de pesquisa da área que promoverá congressos, encontros, etc. Não concordo com a opinião do autor. Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto. Mas o quê mais me incomoda é o que está nas entrelinhas: quem é professor de arte é professor, não é artista pago pelo estado para compartilhar sua vivência artística. O Lattes tem de premiar as funções de um professor. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. Abraços, Alvaro Henrique Em 29 de maio de 2012 13:46, Daniel Lemos escreveu: Olá Liliana, Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista da rede pública de Porto Alegre estava dizendo que produção artística não conta pontos para progressão de carreira na prefeitura. É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador da sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos Estatutos e Departamentos, consequentemente os demais organismos não vão se adaptar para comportar os cargos que trabalham exclusivamente com a Arte e tem este tipo de produção. Cordialmente Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 29/5/12, lilianabollos escreveu: De: lilianabollos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "Daniel Lemos" Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos colocar a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia de pontuação, e pensando em arte x ciência, a primeira sempre perde na busca de vagas, orçamento, projetos, etc. um abraço, Liliana http://lilianabollos.com.br/ Em 28/05/2012 13:16, Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br > escreveu: Caros colegas, Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por Vinícius Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em Música da Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor Charles Kiefer ("professor e escritor", segundo ele) sobre a valoração da Arte e da Ciência na Universidade: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga escreveu: De: Vinicius de Sousa Fraga Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não me engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os pesos de avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera situações absurdas. Segue: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg   -- Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de Música da UFBA. Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com Para mais informações: http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: 576275_322289637847075_60210871_n.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 244337 bytes Descrição: não disponível URL: From lcm em usp.br Sat Jun 2 20:53:32 2012 From: lcm em usp.br (lcm em usp.br) Date: Sat, 02 Jun 2012 20:53:32 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Enc=3A_Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_diferenciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1338648176.13522.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> References: <1338648176.13522.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <20120602205332.27304ltobnl3apoc@webmail.usp.br> Caro Daniel Aproveita a greve pra fechar um repertório, enquanto você pode estudar. E vai depois aproveitar o repertório pra fechar uma carreira, porque não é do interesse nem dos da área que você toque e nunca vai ser se não chegarmos a um consenso. Por isso a discussão com o Álvaro eu acho tão importante, é bom que ele discorde pra podermos discutir. A sociedade só fecha com os músicos se for pra abrir um barzinho. Mas os teóricos abriram muito bem o seu campo na estética, musicologia histórica, análise, etc. Relegar ao tempo livre a produção é ter a cabeça muito fechada. Abraços! Luciano Citando Daniel Lemos : > > Caros Luciano, Alexandre e colegas, > > Assino embaixo de todas as ideias do Luciano. Como o próprio autor > do texto diz, trata-se de uma situação "patética" (tanto no sentido > cômico quanto doloroso) e "hilária". Se estamos em uma Democracia > (caso esta não seja "coisa do demônio"), podemos muito bem decidir > em conjunto o que é de fato melhor para nossa área. Delegar a > preparação da produção artística ao "tempo livre" é aceitar este > tratamento amador que sofremos em nosso cotidiano, tanto da > sociedade quanto da academia. Estes dias fui dar uma entrevista aqui > antes do "recital-protesto" da Escola de Música, e o repórter > perguntou: "Você toca Piano?" Eu disse: "Sim, senhor." "Mas só toca > Piano?" "Sim senhor, só isso tudo!" Cada dia uma novidade... > > Recordo-me de um texto interessante que li ultimamente sobre a > história dos Conservatórios. O autor reforça que o ensino de Piano > nos Conservatórios do Século XIX se baseava em um estudo exaustivo > da técnica fora de um contexto musical, e se não fosse pela > transmissão do saber artístico fora destas instituições por > professores como Liszt e Leschetizky, provavelmente esse legado não > teria chegado a nós. De forma análoga, percebemos que os grandes > intérpretes-professores que temos nas Universidades acabam se > afastando dela para poder trabalhar. Se ficassem só na Academia, não > teriam o menor incentivo para dar continuidade à produção artística. > Sinto o mesmo aqui. Vou é aproveitar a greve pra fechar um repertório! > > > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em sex, 1/6/12, luciano cesar escreveu: > > De: luciano cesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação > diferenciada entre arte e ciência > Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" , "Daniel > Lemos" , "Alexandre Ficagna" > > Data: Sexta-feira, 1 de Junho de 2012, 22:51 > > É, Alexandre... > >   Alguns de nossos colegas que são produtores em performance e > composição (o Álvaro é da performance) não aceitaram não foi nem o > acaso na produção científica: não aceitaram o trabalho livre e > reconhecido na produção artística! >    Concordo com todos os pontos que você colocou como importantes > para a criação e performance. Não tem nada de trabalho "Livre" nas > produções artisticas. >     O dia em que me quiserem "cientista" eu boto fogo nos meus > diplomas de bacharelado e de mestrado. E largo meu doutorado. > Ninguém exige de qualquer área ser o que ela não é. Médico é médico, > físico é físico, filósofo é filósofo, bacharel em educação física é > bacharel em educação física, pô, são centenas de especialidades! Ou > então que se expanda o conceito de "ciência" e que se > incluia nele o tipo de problema específico de cada área. >    O Silvio Ferraz acaba de dar o relato sobre a situação do MA > (aliás, Silvio, o que é isso? O "A" eu suponho que venha de Arte, é > Magistrado em Arte?): anos de produção não reconhecida, em seguida a > falsa piedade que permite a estagnação por não reconhecer nem > incentivar a produção! Se Kafka estivesse vivo ele não escreveria > romances, ele faria jornalismo! Impressionante como a realidade > conseguiu superar os pesadelos mais malucos... >    Olha, desculpem encher a caixa de todos, mas esse assunto mexe comigo. > > Abraço! > > Luciano > > --- Em sex, 1/6/12, Alexandre Ficagna > escreveu: > > De: Alexandre Ficagna > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria > sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "luciano cesar" , > "anppom-l em iar.unicamp.br" , "Daniel Lemos" > > Data: Sexta-feira, 1 de Junho de 2012, 20:22 > > Bravo Luciano! > Entendo a preocupação do Valério (e talvez até do próprio Álvaro?) > quanto a um certo lugar comum ao se lamentar o não incentivo à > produção artística na academia. E é por isso que considero a tua > resposta, Luciano, como excelente, pois sai da lamúria e parte para > a argumentação. > Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da > qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, > estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos > facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem > esforço. > > No mais, penso no meu caso e de diversos colegas da composição, cuja > motivação para pesquisa é > justamente compor. Todas as questões formuladas, todo o debate > gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que > são parte de seus processos criativos. Não há conceito sem > problemas, diria aquela dupla de filósofos franceses. Que questões > sobre performance podem nascer sem que haja tempo para se preparar > uma peça? Que questões sobre composição podem surgir sem que se > possa compor? Dito de outro modo, como fazer surgir o problema se > não lançando-nos ao seu encontro? Ainda não aceitamos o papel > fundamental do acaso na pesquisa científica? > CordialmenteAlexandre Ficagna > Universidade Estadual de LondrinaDepartamento de Música e > Teatro > > > http://soundcloud.com/alexandre-ficagna > www.myspace.com/alexandreficagna > --------------------------------- > Endereço: > Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603 > Bairro: Vl. Ipiranga > Londrina - PR > CEP: 86010-540 > De: luciano cesar > Para: anppom-l em iar.unicamp.br; Daniel Lemos > Enviadas: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012 13:59 > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: > Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > > Caros colegas, > >    Concordo com Daniel na discordância com o texto do Álvaro, a arte > não pode ser comparada a atividades científicas, embora seu valor > precise urgentemente ser equiparado. Ela tem que ser sim reconhecida > de forma equivalente a produção de artigos, livros científicos, etc. > Sou radical quanto a isso e vou dizer porque baseado nas > contestações possíveis que já estou cansado de ouvir, o que eu não > esperava era ouvir isso de um performer em atuação na Universidade > como é o caso do meu prezado colega Álvaro Henrique. > > 1) O que é resultado? O produto final? Então o Lattes privilegia UM > tipo de resultado específico (o artigo) em detrimento de outro. A > questão é que existem artigos ridículos e > inócuos, com nenhuma expressão para a área e feitos muitas vezes > sem pesquisa. Produções artísticas, ao > contrário, podem incluir pesquisas sérias. Pense no Grande Sertão, > do Guimarães Rosa. Pensem agora no repertório escrito para o Julian > Bream. Pense nas interpretações de Pierre-Laurent Aimard. Alguém tem > coragem de dizer que esta gente não pesquisa? Se o inverso pode > ocorrer, então a pontuação deveria ser igual porque a picaretagem > está em todo o lugar. Escrever um artigo ao invés de uma peça, > publicar um livro ao invés de gravar um cd, etc. são distinções que > não te dão uma proteção contra ser incompetente. > > 2) Se a produção artística tem impacto positivo nas aulas e na > pesquisa, então essa produção artística do professor de arte tem que > ser não só incentivada, mas financiada sim senhores. Claro que são > atividades diferentes, mas para o aluno da graduação importa estar > em um ambiente rico naquilo em que ele está aprendendo. Para o > candidato a bacharel importa tanto acompanhar a produção do > professor quanto > para um licenciando acompanhar as atividades educativas de seus > mestres. Para um teórico, a forma de pensar de seu orientador > capturada em conversas de café ou de corredor é de vital importancia > para manter girando a sua capacidade de se apropriar de conteúdos, > relacioná-lo com objetos. > > 3) As "leis de incentivo", como bem lembrou o Daniel, são uma > mentira. Nada interessa mais a essas leis do que publicidade e > entretenimento. Se não dirigirmos os recursos de financiamento para > a performance, educação e para a criação acadêmica TANTO QUANTO a > produção de artigos, estaremos assumindo ser dirigidos pelas leis de > mercado e nunca poderemos propor nada diferente para a sociedade. > >    Segue comentários a crítica do Álvaro citando seu texto, aqui > colocado em azul: > > "Acho que a pontuação lattes não é para > medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco > esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não > pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por > quem conhece do assunto." > > > O que é considerado resultado?? O fato de ser um artigo e não um > romance? A pertinência do romance do Charles Kiefer é confirmada > pela escolha como objeto de um artigo e o artigo pode ser algo > extremamente preguiçoso. Não há formas de o Lattes avaliar > qualitativamente a produção, é simplesmente o tipo da produção. Um > absurdo. > > Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou > extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização > individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter > sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há > casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas > melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. > > > E se o romance envolveu pesquisa, em muito maior grau do que um > artigo, como seria uma avaliação justa? E que raio de "tempo livre" > é esse, do qual pode sair um trabalho artístico de profundidade? Se > você se preocupa com as entrelinhas do texto enviado pelo Daniel, > Álvaro, você deveria arrepiar-se com o que está nas suas > entrelinhas. Você está considerando, Álvaro, que fazer arte é para > vagabundos, ou pesquisadores sérios no seu tempo ocioso, que a > produção não envolve pesquisa, que não é um trabalho de fato e só > ser mencionado no Lattes já é um prêmio para o qual o > artista-pesquisador tem que se sentir mais do que agraciado. Não é > assim que você grava as obras que encomendou, certo? Creio que não, > conheço o seu trabalho e, pelo jeito dou mais valor a ele do que você. > > Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para > justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. > > > Quem no Lattes está avaliando essa atuação pífia ou competente? Além > disso, há também casos em que a atuação como professor e pesquisador > é desculpa para justificar uma atuação pífia como artista e para > determinadas áreas (a performance, creio eu, tô errado?) essa > atuação precisa ser exercida com competência. Essa competência > demanda pesquisa, esforço, tempo... Será que o Álvaro realmente > acredita que, fazendo vista grossa para a produção artística, a > Universidade realmente inventou a fórmula mágica para "evitar abusos"? > >   Na relação aprendiz-mestre eu acabei entendendo muito mais o que > meu professor tinha a dizer sobre estilo e interpretação ouvindo > seus concertos e discutindo depois com ele nas aulas (inclusive as > coisas que eu discordava) e isso é produção de conhecimento. Ou não? > A atuação de um professor de artes como tal é diretamente > relacionada a sua atuação como artista. A situação que > vivemos hoje é kafkaniana: exige-se produção bibliográfica dos > professores de música, que ensinam performance, mas o seu > trabalho artístico, muito mais pertinente para o objeto em questão > de sua atividade dentro da instituição tem que ser feito no seu > tempo "livre"?? O que é > isso?? > > Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando > consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de > grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. > >    O engenheiro JÁ É pontuado por isso. Mas, além da questão da > guarida da cultura, citada pelo Daniel, há a questão de que colocar > a serviço de uma empreitera seus conhecimentos TÉCNICOS não pode ser > uma atividade comparada a atuação de um músico, que só começa > realmente a dizer algo quando as questões "técnicas" (que no caso da > arte deveriam até ter outro nome, se chamamos de "técnicos" os > mesmos conhecimentos de um engenheiro que levanta uma parede firme) > foram deixadas para trás. Comparar uma produção artística com > consultoria na área de engenharia é desconhecer profundamente os > fundamentos do trabalho artístico. É pra mim, prova de que o sistema > de nivelamento e reducionismo intelectual venceu a batalha. Será > possível que não sabemos mais fazer uma distinção justa, que > reconheça a importância de cada lado, entre ciência e arte, > técnica e música, linguagem e repetição e mais um monte de > dicotomias que deveriam estar claramente diferenciadas na > universidade - e reconhecidas cada uma como tal? > > Infelizmente > há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de > simplesmente professor ou simplesmente escritor. > >    Que morram de fome os que separam cartesianamente suas atividades > e se alienam na produção ou na pesquisa ou no ensino, então. E tirem > de vez a música da Universidade deixando-a a ser exercida por > conservatórios de alto "nível". O preço já é pago todos os dias pela > atuação completamente renengada por um país que não sabe avaliar um > produto artístico e, parece, nem um produto teórico. Ambos são > produtos do intelecto e enquanto a universidade se propor ao ensino > de artes, ela deve tem em conta e incentivar a produção artística > dos professores que se disponham a ela. >    Acho isso fundamental para manter o reconhecimento das diferenças > e o respeito pelas especificações da teoria, licenciatura e > bacharelado sem subserviência de nenhuma sobre a outra, portanto, > sem distinção do tipo de produção. Essa vai ser sempre a minha > contribuição como > membro da associação de performance. > > > Abraço a todos, > > Luciano Cesar Morais > > > --- Em qui, 31/5/12, Daniel Lemos escreveu: > > De: Daniel Lemos > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação > diferenciada entre arte e ciência > Para: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012, 2:15 > > > Caro Álvaro e demais colegas, > > Sua afirmação é pertinente e bem fundada. Porém, gostaria de deixar > uma pequena observação sob outro ponto de vista. > > Que tipo de incentivo um professor de Engenharia tem quanto para > fazer uma consultoria? > E ao professor de Artes, que incentivo por parte da sociedade ele > possui para realizar sua > produção artística? Quem financiaria um pianista hoje em dia para > fazer um recital com peças > de Chopin? E quem financiaria um engenheiro para achar reservas de > petróleo? > > Ao contrário das outras áreas, a Universidade oferece às Artes > grande parte do aporte que ela precisa para sobreviver como campo de > conhecimento. Grandes engenheiros trabalham em firmas importantes, > grandes médicos trabalham em hospitais e grandes jornalistas > trabalham em empresas de comunicação. E os grandes artistas? Aqueles > que não são de famílias abastadas vão conseguir manter seus ofícios > de forma plena somente com Leis de "Incentivo à Cultura"? Os > artistas de hoje que possuem o mesmo reconhecimento de um importante > profissional de outras áreas geralmente trabalha com a mídia, ou > seja: é especialista em um tipo de prática artística que muitas > vezes é momentâneo, e não tem a preocupação de preservar o > patrimônio de outros estilos e épocas. > > Engana-se quem acha que este patrimônio sobrevive somente por textos > e gravações. Se for interrompida a transmissão oral de habilidades > na Performance Musical - > por exemplo - toda a bagagem de interpretação musical de séculos > estará sob o risco de acabar, pois o conhecimento musical exige a > transmissão de informações sensoriais, ainda incapazes de serem > registradas por outra forma além da relação mestre e aprendiz. > > Creio que restringir o assunto somente à questão conceitual do que é > o papel do professor universitário nos contratos de hoje - "Ensino, > Pesquisa, Extensão e Administração" - já se mostrou insuficiente > para abarcar com as necessidades da área de Artes. Isto é o que > precisa ser modificado. Vi um Edital de concurso para a Unicamp que > definia claramente para professores de Artes a função de "Carreira > do Magistério Artístico", constituindo então um plano de carreira > baseado em regimento diferenciado com relação às demais áreas > tradicionais da Ciência (corrija-me algum professor desta > instituição caso eu esteja enganado). > > Basta observar a realidade > sociocultural brasileira para perceber que há diversos tipos de > prática artística em sério risco de desaparecer. Arte não é > Tecnologia. Nesta última, ao se lançar um novo produto, o antigo se > torna obsoleto. > > > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em ter, 29/5/12, Alvaro Henrique escreveu: > > De: Alvaro Henrique > > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação > diferenciada entre arte e ciência > Para: > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 23:48 > > Interessante o artigo, e a discussão é deveras pertinente, > especialmente para quem lida com performance, e que está prestes a > ter uma associação de pesquisa da área que promoverá congressos, > encontros, etc. > > Não concordo com a opinião do autor. Acho que a pontuação lattes não > é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito > com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem > seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua > pertinência por quem conhece do assunto. > > > Mas o quê mais me incomoda é o que está nas entrelinhas: quem é > professor de arte é professor, não é artista pago pelo estado para > compartilhar sua vivência artística. O Lattes tem de premiar as > funções de um professor. Se aquele romance não envolveu pesquisa, > ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma > realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu > tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento > adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística > indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, > pesquisas mais interessantes, etc. Infelizmente há casos em que a > produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como > professor, e é preciso evitar abusos. > > > Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando > consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de > grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. > > Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser > professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou > simplesmente escritor. > > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > > Em 29 de maio de 2012 13:46, Daniel Lemos escreveu: > > > Olá Liliana, > > Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista > da rede pública de Porto Alegre estava dizendo que produção > artística não conta pontos para progressão de carreira na prefeitura. > > É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador > da sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do > conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos > Estatutos e Departamentos, consequentemente os demais organismos não > vão se adaptar para comportar os cargos que trabalham exclusivamente > com a Arte e tem este tipo de produção. > > > > > Cordialmente > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > > --- Em ter, 29/5/12, lilianabollos escreveu: > > > De: lilianabollos > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação > diferenciada entre arte e ciência > > Para: "Daniel Lemos" > Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 > > Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos > colocar a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia > de pontuação, e pensando em arte x ciência, a primeira sempre > perde na busca de vagas, orçamento, projetos, etc. > > um abraço, > Liliana > > http://lilianabollos.com.br/ > > > > > > Em 28/05/2012 13:16, Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br > escreveu: > > > > > > > > > Caros colegas, > > Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por > Vinícius Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em > Música da Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor > Charles Kiefer ("professor e escritor", segundo ele) sobre a > valoração da Arte e da Ciência na Universidade: > > > http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg > > > > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > > --- Em seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga escreveu: > > > De: Vinicius de Sousa Fraga > Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada > entre arte e ciência > Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com > > Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 > > > A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não > me engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os > pesos de avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera > situações absurdas. > > > Segue: > > http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg > > > > >   > -- > Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de > Música da UFBA. > Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com > > Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com > Para mais informações: > http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR > > > > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > From dal_lemos em yahoo.com.br Sat Jun 2 23:03:33 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sat, 2 Jun 2012 19:03:33 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Enc=3A_Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_diferenciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1338689013.51716.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Caro Álvaro e colegas, Levantaste a discussão acerca da pontuação. Primeiramente, atribuir pontuação para a produção intelectual é mais uma das estranhas invenções do MEC, pois tenta padronizar e "achatar" a produção de acordo com critérios discutíveis (como todos já devem ter visto, há excelentes artigos em revistas de "menor importância", e outros que deixam a desejar em periódicos de alto qualis). Porém, creio que para abarcar de forma coerente a pontuação da produção artística, seria muito melhor que ocorresse o seguinte: Pontuação entre produção bibliográfica e artística não podem ser equivalentes, mas coexistentes. Portanto, não podem ser comparados. Cada um terá sua importância em seu contexto;Critérios de análise da produção artística não podem ser os mesmos para a produção bibliográfica. Sobre relevância para um número maior de pessoas, creio não ser um critério adequado para julgamento da produção artística. Senão a Ivete Sangalo faria mais pontos que todos os compositores da Música de Concerto contemporânea juntos, e em termos de contribuição artística, não há como fazer equivalência entre a importância de todos. Com relação à consolidação das demais áreas de pesquisa musical conforme dito pelo Luciano - Etno/Musicologia, Educação Musical, etc. - creio que elas possuem uma natureza que favoreceu sua inclusão no meio acadêmico tradicional, diferentemente da Performance Musical, cujo tipo de pesquisa ainda não é claro para muitos. Por último, reconhecer os tipos de produção - e o tempo necessário para sua elaboração - não deveria ser o problema. Mesmo que haja a preocupação com a qualidade, sabemos que todo critério que utilizarmos como padrão terá suas exceções. Isto acaba gerando uma discussão que foge do fato mais importante, que muitas vezes passa despercebido: valorizar quem produz. Ainda mais nesta beleza que é a administração pública brasileira. Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em sex, 1/6/12, Alvaro Henrique escreveu: De: Alvaro Henrique Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Sexta-feira, 1 de Junho de 2012, 15:58 Estou sem tempo, mas como o Luciano fez questão de escrever meu nome em cada um dos parágrafos, uma resposta rapidinha. Desculpe o tom informal. Não sei se todos leram o texto original, mas nele o autor não discute se a publicação de um romance deve ou não ter pontos no Lattes, mas se deveria pontuar com o mesmo número de pontos que o MÁXIMO de pontos atribuídos a uma publicação científica. E responde que sim, porque: 1- meu romance exige mais esforço que um artigo; 2- meu romance exige mais tempo de um artigo; 3- meu romance é arte. Esses argumentos não são suficientes. Para ter o MÁXIMO da pontuação, é preciso ter o MÁXIMO de relevância para o MAIOR número de pessoas. E quem deve julgar isso não pode ser o próprio autor do romance, mas seus pares. Se o autor não quer passar pelo crivo dos colegas para julgar a relevância e escopo do romance, ter pontuação já está lindo. E ao observar as especifidades da nossa área, é justo que haja alguma pontuação pra produção artística. Mas a pontuação máxima deve ser merecida, e ser atribuída a quem fez o máximo, não ser automática para qualquer um apenas porque publicar um romance exige esforço, tempo e é arte. É óbvio que há pesquisa em performance, mas precisamos avaliar com seriedade qual a relevância de pesquisas em quê uma única pessoa tem acesso a seu conteúdo. A pesquisa que um intérprete faz para tocar uma composição, se não gera conhecimento compartilhado, discutido, e disponível, não deve ser pontuada com o MÁXIMO de pontos. Abraços, Alvaro Henrique ---- Patrocine meu próximo CD e ganhe prêmios: www.alvarohenrique.com/projetos.html Em 31 de maio de 2012 13:59, luciano cesar escreveu: Caros colegas,    Concordo com Daniel na discordância com o texto do Álvaro, a arte não pode ser comparada a atividades científicas, embora seu valor precise urgentemente ser equiparado. Ela tem que ser sim reconhecida de forma equivalente a produção de artigos, livros científicos, etc. Sou radical quanto a isso e vou dizer porque baseado nas contestações possíveis que já estou cansado de ouvir, o que eu não esperava era ouvir isso de um performer em atuação na Universidade como é o caso do meu prezado colega Álvaro Henrique. 1) O que é resultado? O produto final? Então o Lattes privilegia UM tipo de resultado específico (o artigo) em detrimento de outro. A questão é que existem artigos ridículos e inócuos, com nenhuma expressão para a área e feitos muitas vezes sem pesquisa. Produções artísticas, ao contrário, podem incluir pesquisas sérias. Pense no Grande Sertão, do Guimarães Rosa. Pensem agora no repertório escrito para o Julian Bream. Pense nas interpretações de Pierre-Laurent Aimard. Alguém tem coragem de dizer que esta gente não pesquisa? Se o inverso pode ocorrer, então a pontuação deveria ser igual porque a picaretagem está em todo o lugar. Escrever um artigo ao invés de uma peça, publicar um livro ao invés de gravar um cd, etc. são distinções que não te dão uma proteção contra ser incompetente. 2) Se a produção artística tem impacto positivo nas aulas e na pesquisa, então essa produção artística do professor de arte tem que ser não só incentivada, mas financiada sim senhores. Claro que são atividades diferentes, mas para o aluno da graduação importa estar em um ambiente rico naquilo em que ele está aprendendo. Para o candidato a bacharel importa tanto acompanhar a produção do professor quanto para um licenciando acompanhar as atividades educativas de seus mestres. Para um teórico, a forma de pensar de seu orientador capturada em conversas de café ou de corredor é de vital importancia para manter girando a sua capacidade de se apropriar de conteúdos, relacioná-lo com objetos. 3) As "leis de incentivo", como bem lembrou o Daniel, são uma mentira. Nada interessa mais a essas leis do que publicidade e entretenimento. Se não dirigirmos os recursos de financiamento para a performance, educação e para a criação acadêmica TANTO QUANTO a produção de artigos, estaremos assumindo ser dirigidos pelas leis de mercado e nunca poderemos propor nada diferente para a sociedade.    Segue comentários a crítica do Álvaro citando seu texto, aqui colocado em azul: "Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto." O que é considerado resultado?? O fato de ser um artigo e não um romance? A pertinência do romance do Charles Kiefer é confirmada pela escolha como objeto de um artigo e o artigo pode ser algo extremamente preguiçoso. Não há formas de o Lattes avaliar qualitativamente a produção, é simplesmente o tipo da produção. Um absurdo. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. E se o romance envolveu pesquisa, em muito maior grau do que um artigo, como seria uma avaliação justa? E que raio de "tempo livre" é esse, do qual pode sair um trabalho artístico de profundidade? Se você se preocupa com as entrelinhas do texto enviado pelo Daniel, Álvaro, você deveria arrepiar-se com o que está nas suas entrelinhas. Você está considerando, Álvaro, que fazer arte é para vagabundos, ou pesquisadores sérios no seu tempo ocioso, que a produção não envolve pesquisa, que não é um trabalho de fato e só ser mencionado no Lattes já é um prêmio para o qual o artista-pesquisador tem que se sentir mais do que agraciado. Não é assim que você grava as obras que encomendou, certo? Creio que não, conheço o seu trabalho e, pelo jeito dou mais valor a ele do que você. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. Quem no Lattes está avaliando essa atuação pífia ou competente? Além disso, há também casos em que a atuação como professor e pesquisador é desculpa para justificar uma atuação pífia como artista e para determinadas áreas (a performance, creio eu, tô errado?) essa atuação precisa ser exercida com competência. Essa competência demanda pesquisa, esforço, tempo... Será que o Álvaro realmente acredita que, fazendo vista grossa para a produção artística, a Universidade realmente inventou a fórmula mágica para "evitar abusos"?   Na relação aprendiz-mestre eu acabei entendendo muito mais o que meu professor tinha a dizer sobre estilo e interpretação ouvindo seus concertos e discutindo depois com ele nas aulas (inclusive as coisas que eu discordava) e isso é produção de conhecimento. Ou não? A atuação de um professor de artes como tal é diretamente relacionada a sua atuação como artista. A situação que vivemos hoje é kafkaniana: exige-se produção bibliográfica dos professores de música, que ensinam performance, mas o seu trabalho artístico, muito mais pertinente para o objeto em questão de sua atividade dentro da instituição tem que ser feito no seu tempo "livre"?? O que é isso?? Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso.    O engenheiro JÁ É pontuado por isso. Mas, além da questão da guarida da cultura, citada pelo Daniel, há a questão de que colocar a serviço de uma empreitera seus conhecimentos TÉCNICOS não pode ser uma atividade comparada a atuação de um músico, que só começa realmente a dizer algo quando as questões "técnicas" (que no caso da arte deveriam até ter outro nome, se chamamos de "técnicos" os mesmos conhecimentos de um engenheiro que levanta uma parede firme) foram deixadas para trás. Comparar uma produção artística com consultoria na área de engenharia é desconhecer profundamente os fundamentos do trabalho artístico. É pra mim, prova de que o sistema de nivelamento e reducionismo intelectual venceu a batalha. Será possível que não sabemos mais fazer uma distinção justa, que reconheça a importância de cada lado, entre ciência e arte, técnica e música, linguagem e repetição e mais um monte de dicotomias que deveriam estar claramente diferenciadas na universidade - e reconhecidas cada uma como tal? Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor.    Que morram de fome os que separam cartesianamente suas atividades e se alienam na produção ou na pesquisa ou no ensino, então. E tirem de vez a música da Universidade deixando-a a ser exercida por conservatórios de alto "nível". O preço já é pago todos os dias pela atuação completamente renengada por um país que não sabe avaliar um produto artístico e, parece, nem um produto teórico. Ambos são produtos do intelecto e enquanto a universidade se propor ao ensino de artes, ela deve tem em conta e incentivar a produção artística dos professores que se disponham a ela.    Acho isso fundamental para manter o reconhecimento das diferenças e o respeito pelas especificações da teoria, licenciatura e bacharelado sem subserviência de nenhuma sobre a outra, portanto, sem distinção do tipo de produção. Essa vai ser sempre a minha contribuição como membro da associação de performance. Abraço a todos, Luciano Cesar Morais --- Em qui, 31/5/12, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012, 2:15 Caro Álvaro e demais colegas, Sua afirmação é pertinente e bem fundada. Porém, gostaria de deixar uma pequena observação sob outro ponto de vista. Que tipo de incentivo um professor de Engenharia tem quanto para fazer uma consultoria? E ao professor de Artes, que incentivo por parte da sociedade ele possui para realizar sua produção artística? Quem financiaria um pianista hoje em dia para fazer um recital com peças de Chopin? E quem financiaria um engenheiro para achar reservas de petróleo? Ao contrário das outras áreas, a Universidade oferece às Artes grande parte do aporte que ela precisa para sobreviver como campo de conhecimento. Grandes engenheiros trabalham em firmas importantes, grandes médicos trabalham em hospitais e grandes jornalistas trabalham em empresas de comunicação. E os grandes artistas? Aqueles que não são de famílias abastadas vão conseguir manter seus ofícios de forma plena somente com Leis de "Incentivo à Cultura"? Os artistas de hoje que possuem o mesmo reconhecimento de um importante profissional de outras áreas geralmente trabalha com a mídia, ou seja: é especialista em um tipo de prática artística que muitas vezes é momentâneo, e não tem a preocupação de preservar o patrimônio de outros estilos e épocas. Engana-se quem acha que este patrimônio sobrevive somente por textos e gravações. Se for interrompida a transmissão oral de habilidades na Performance Musical - por exemplo - toda a bagagem de interpretação musical de séculos estará sob o risco de acabar, pois o conhecimento musical exige a transmissão de informações sensoriais, ainda incapazes de serem registradas por outra forma além da relação mestre e aprendiz. Creio que restringir o assunto somente à questão conceitual do que é o papel do professor universitário nos contratos de hoje - "Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração" - já se mostrou insuficiente para abarcar com as necessidades da área de Artes. Isto é o que precisa ser modificado. Vi um Edital de concurso para a Unicamp que definia claramente para professores de Artes a função de "Carreira do Magistério Artístico", constituindo então um plano de carreira baseado em regimento diferenciado com relação às demais áreas tradicionais da Ciência (corrija-me algum professor desta instituição caso eu esteja enganado). Basta observar a realidade sociocultural brasileira para perceber que há diversos tipos de prática artística em sério risco de desaparecer. Arte não é Tecnologia. Nesta última, ao se lançar um novo produto, o antigo se torna obsoleto. Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 29/5/12, Alvaro Henrique escreveu: De: Alvaro Henrique Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 23:48 Interessante o artigo, e a discussão é deveras pertinente, especialmente para quem lida com performance, e que está prestes a ter uma associação de pesquisa da área que promoverá congressos, encontros, etc. Não concordo com a opinião do autor. Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto. Mas o quê mais me incomoda é o que está nas entrelinhas: quem é professor de arte é professor, não é artista pago pelo estado para compartilhar sua vivência artística. O Lattes tem de premiar as funções de um professor. Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, pesquisas mais interessantes, etc. Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. Abraços, Alvaro Henrique Em 29 de maio de 2012 13:46, Daniel Lemos escreveu: Olá Liliana, Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista da rede pública de Porto Alegre estava dizendo que produção artística não conta pontos para progressão de carreira na prefeitura. É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador da sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos Estatutos e Departamentos, consequentemente os demais organismos não vão se adaptar para comportar os cargos que trabalham exclusivamente com a Arte e tem este tipo de produção. Cordialmente Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 29/5/12, lilianabollos escreveu: De: lilianabollos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "Daniel Lemos" Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos colocar a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia de pontuação, e pensando em arte x ciência, a primeira sempre perde na busca de vagas, orçamento, projetos, etc. um abraço, Liliana http://lilianabollos.com.br/ Em 28/05/2012 13:16, Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br > escreveu: Caros colegas, Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por Vinícius Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em Música da Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor Charles Kiefer ("professor e escritor", segundo ele) sobre a valoração da Arte e da Ciência na Universidade: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga escreveu: De: Vinicius de Sousa Fraga Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não me engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os pesos de avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera situações absurdas. Segue: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg   -- Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de Música da UFBA. Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com Para mais informações: http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodolfo.caesar em gmail.com Sun Jun 3 09:04:08 2012 From: rodolfo.caesar em gmail.com (Rodolfo Caesar) Date: Sun, 3 Jun 2012 09:04:08 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Alexandria Message-ID: Prezados colegas da lista, Peço um minuto: Devo apresentar, à Coordenação do meu programa de PG, um dos tres únicos exemplares que recebi como pagamento por parte de livro publicado. Caso contrário, não obterei minha perseguida pontuação na CAPES. Consideração: - (A exigência de cópias editadas, não-xerográficas se deve à denodada luta contra a pirataria.) Se todos os colegas de outras unidades que também participaram do livro sacrificarem como eu o seu terço, a biblioteca terá várias cópias inutilmente idênticas, somando um capital muitas vezes superior àquele que ora nos locupleta! Perguntas: 1 - Creio que apenas os livros impressos são cobrados. Penso em, brevemente, publicar um novo sítio na rede, pleno de textos e dinamicamente aberto a contribuições. Esse trabalho não deveria receber comparável tratamento? Mas como depositar uma cópia de site sem sacrificar sua dinâmica? 1.1 - Cópia de site para DVD é pirataria? 2 - Participei de um concerto no qual, em uma das peças do programa, improvisei durante vinte e cinco (conforme soube depois: intermináveis) minutos. Ninguém gravou! Mas se serve como produção intelectual, como fica seu registro nessa biblioteca? 3 - Devo concluir que as artes dinâmicas, cujo suporte material é o som no ar, em sua breve duração, são discriminadas contra o fundo das publicações gutenberguianas? Isso não atrairia nefandas consequencias para o setor musical? 3.1 - As partituras notadas são depositáveis? 3.1.1 - Nesse caso, aquelas que acabam de ser impressas pelos finales-sibelius servem, ou somente as que forem editadas por uma Schott alemã? 3.1.1.1 - Pergunta maldosa: quem possuir um finale-sibelius pirateado, a cópia de sua obra é também pirataria? 3.1.1.1.1 ------- Agradecendo cordialmente, Rodolfo Caesar From musicoyargentino em hotmail.com Sun Jun 3 15:23:48 2012 From: musicoyargentino em hotmail.com (=?iso-8859-1?B?RGFtaeFuIEtlbGxlcg==?=) Date: Sun, 3 Jun 2012 18:23:48 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: Message-ID: Oi Alexandre, > Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos. Concordamos. E aí tenho que fazer um adendo, a reflexão teórica forma parte desse processo criativo.A parte questionável está nestas afirmações... > Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço. Vc já tentou publicar em revistas internacionais indexadas? Não falo em science ou nature, revistas menos visadas da nossa área mesmo. Eu cheguei a demorar 2 anos para conseguir ter um artigo aceito, e isso não inclui o trabalho prévio em programação, composição e aferição de resultados, estou falando só da parte escrita. As colocações do Valério e do Álvaro são pertinentes. A avaliação do trabalho precisa levar em conta o impacto na área e fora da área específica. Parte desse impacto depende da capacidade do músico de comunicar os resultados do seu trabalho para outros pesquisadores. Lamentavelmente, só o resultado sonoro não é suficiente. Por enquanto, a única forma de garantir a qualidade do trabalho é a avaliação anônima por pesquisadores experientes. Essa é a prática adotada internacionalmente em todas as áreas. Por isso parte do argumento do Charles não se sustenta. O Qualis está errado justamente nos itens em que não adota os mecanismos de avaliação aceitos internacionalmente. Abraço,Damián -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From m_swolff em hotmail.com Sun Jun 3 22:39:22 2012 From: m_swolff em hotmail.com (Marcus S. Wolff) Date: Mon, 4 Jun 2012 01:39:22 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Sugest=C3=B5es_de_bibliografia_sobre_per?= =?utf-8?q?cep=C3=A7=C3=A3o_multimodal?= In-Reply-To: <1338503252.7823.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> References: <4fc4f990c3dea_1db5b71713068b@a4-weasel18.tmail>, <1338309960.78463.YahooMailClassic@web110304.mail.gq1.yahoo.com>, <1338503252.7823.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> Message-ID: Caro Alexandre,vc conhece o trabalho de Nicholas Cook intitulado "Analysing Musical Multimedia" (Oxford Univ. Press, 1998)? O cap. 1 trata justamente da sinestesia, enfocando a audição colorida de Messiaen e Scriabin e uma obra de Schoenberg ("Die glückliche Hand"). Não sei se ainda é um texto de referência, mas achei muito interessante discuti-lo quando a gente tinha o grupo de semiótica da música na PUC/SP, coordenado pelo meu saudoso orientador, J. L. Martinez. espero que encontre o texto! abs,Marcus. prof. Dr. Marcus Straubel Wolff Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ) Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) Faculdades de Música e Comunicação Universidade Candido Mendes, campus Friburgo e Rio, RJ. Date: Thu, 31 May 2012 15:27:32 -0700 From: alexandre_ficagna em yahoo.com.br To: anppom-l em iar.unicamp.br Subject: [ANPPOM-Lista] Sugestões de bibliografia sobre percepção multimodal Caros colegas, gostaria de estudar este assunto relacionado ao campo da arte, sobretudo no que diz respeito ao fato de "ouvirmos" linhas, pontos, planos, ao escutar uma música, ou então, "vermos" uma polifonia num quadro de Klee, etc. Meu foco não são os casos de "confusão sensorial", mas sim, a integração dos sentidos na percepção de algo.Na área da música o Sciarrino toca nesse assunto, bem como aqueles que estudaram suas obras. Na filosofia, há o conceito de "espaço háptico", formulado pelo Deleuze. Mas eu gostaria mesmo eram de indicações de bibliografia mais básica (mas acessível ao não-especialista, ainda que provavelmente na área das ciências cognitivas).Por exemplo, me foi indicado o livro chamado "Perception e Intermodalité", que é de 1997, e fiquei na dúvida se nos últimos 15 anos este livro continua sendo uma referência. Ou então, existe uma bibliografia sobre a qual os artigos deste livro se baseiam? Alguém sabe se os livros do Antonio Damásio se relacionam a este assunto? (o "Erro de Descartes", por exemplo, foca mais na questão da influência das emoções na cognição, não me parece entrar no assunto da interdependência dos sentidos. Já "em busca de Espinosa" eu não conheço).E os do Oliver Sacks, pode-se considerar bibliografia básica ou está mais para "anedótico"? Se alguém puder me ajudar eu agradeço muito. Cordialmente Alexandre Ficagna-------------------------------------------------- Universidade Estadual de LondrinaDep. Música e Teatro http://soundcloud.com/alexandre-ficagnawww.myspace.com/alexandreficagna---------------------------------------------------Endereço:Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603Bairro: Vl. IpirangaLondrina - PRCEP: 86010-540 De: Daniel Lemos Para: lilianabollos em uol.com.br; anppom-l em iar.unicamp.br Enviadas: Terça-feira, 29 de Maio de 2012 13:46 Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Olá Liliana, Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista da rede pública de Porto Alegre estava dizendo que produção artística não conta pontos para progressão de carreira na prefeitura. É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador da sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos Estatutos e Departamentos, consequentemente os demais organismos não vão se adaptar para comportar os cargos que trabalham exclusivamente com a Arte e tem este tipo de produção. Cordialmente Daniel L. CerqueiraUniversidade Federal do Maranhão --- Em ter, 29/5/12, lilianabollos escreveu: De: lilianabollos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "Daniel Lemos" Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos colocar a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia de pontuação, e pensando em arte x ciência, a primeira sempre perde na busca de vagas, orçamento, projetos, etc. um abraço, Liliana http://lilianabollos.com.br/ Em 28/05/2012 13:16, Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br > escreveu: Caros colegas, Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por Vinícius Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em Música da Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor Charles Kiefer ("professor e escritor", segundo ele) sobre a valoração da Arte e da Ciência na Universidade: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga escreveu: De: Vinicius de Sousa Fraga Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não me engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os pesos de avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera situações absurdas. Segue: http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg -- Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de Música da UFBA. Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com Para mais informações: http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discuss?es ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alvaroguitar em gmail.com Sun Jun 3 00:05:56 2012 From: alvaroguitar em gmail.com (Alvaro Henrique) Date: Sun, 3 Jun 2012 00:05:56 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Fwd=3A__Enc=3A_Mat=E9ria_sobre_aval?= =?iso-8859-1?q?ia=E7=E3o_diferenciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1338680450.26390.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Releia o sexto parágrafo. Tem algo maior que qualis A1? Abraços, Alvaro Henrique Em 2 de junho de 2012 20:40, luciano cesar escreveu: Álvaro... > > Os tres ítens que você citou estão sendo deduzidos de qualquer lugar, > menos do texto citado. Não há em lugar algum no texto a palavra "máximo". O > cara não quer o máximo de pontos para o seu romance, ele está contestando a > pontuação de uma produção artística séria em relação a um artigo de poucas > páginas escrito por um aluno (e ele tem direito de defender isso, já vi > autores de artigo contestarem pareceres desfavoráveis e serem reconhecidos. > Mas ninguém aqui espera que o Charles fizesse isso em um jornal, certo?). > Ele usa o caso para exemplificar a qustão controvertida da avaliação. A > afirmação de que ele deseja que um trabalho artístico seja mais pontuado do > que um artigo não tem base no texto. É duro dizer isso mas você está > fazendo uma leitura que não encontra respaldo no texto a ser lido. > Há sim a relativização (colocação do problema em termos relativos, > relacionando aspectos que não estão sendo considerados) da questão da > pontuação. Envio o artigo de novo em anexo. > O argumento mais polêmico é, creio, o da avaliação pelos pares. Paulo > Coelho terá o mais pontuado Honoris Causa da história por esse critério. > > Abraços, > > Luciano > > > --- Em *sex, 1/6/12, Alvaro Henrique * escreveu: > > > De: Alvaro Henrique > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada > entre arte e ciência > Para: > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Sexta-feira, 1 de Junho de 2012, 15:58 > > Estou sem tempo, mas como o Luciano fez questão de escrever meu nome em > cada um dos parágrafos, uma resposta rapidinha. Desculpe o tom informal. > > Não sei se todos leram o texto original, mas nele o autor não discute se a > publicação de um romance deve ou não ter pontos no Lattes, mas se deveria > pontuar com o mesmo número de pontos que o MÁXIMO de pontos atribuídos a > uma publicação científica. > > E responde que sim, porque: > 1- meu romance exige mais esforço que um artigo; > 2- meu romance exige mais tempo de um artigo; > 3- meu romance é arte. > > Esses argumentos não são suficientes. Para ter o MÁXIMO da pontuação, é > preciso ter o MÁXIMO de relevância para o MAIOR número de pessoas. E quem > deve julgar isso não pode ser o próprio autor do romance, mas seus pares. > Se o autor não quer passar pelo crivo dos colegas para julgar a relevância > e escopo do romance, ter pontuação já está lindo. E ao observar as > especifidades da nossa área, é justo que haja alguma pontuação pra produção > artística. Mas a pontuação máxima deve ser merecida, e ser atribuída a quem > fez o máximo, não ser automática para qualquer um apenas porque publicar um > romance exige esforço, tempo e é arte. > > É óbvio que há pesquisa em performance, mas precisamos avaliar com > seriedade qual a relevância de pesquisas em quê uma única pessoa tem acesso > a seu conteúdo. A pesquisa que um intérprete faz para tocar uma composição, > se não gera conhecimento compartilhado, discutido, e disponível, não deve > ser pontuada com o MÁXIMO de pontos. > > Abraços, > Alvaro Henrique > ---- > Patrocine meu próximo CD e ganhe prêmios: > www.alvarohenrique.com/projetos.html > > > > > > Em 31 de maio de 2012 13:59, luciano cesar > > escreveu: > > Caros colegas, > > Concordo com Daniel na discordância com o texto do Álvaro, a arte não > pode ser comparada a atividades científicas, embora seu valor precise > urgentemente ser equiparado. Ela tem que ser sim reconhecida de forma > equivalente a produção de artigos, livros científicos, etc. Sou radical > quanto a isso e vou dizer porque baseado nas contestações possíveis que já > estou cansado de ouvir, o que eu não esperava era ouvir isso de um > performer em atuação na Universidade como é o caso do meu prezado colega > Álvaro Henrique. > > 1) O que é resultado? O produto final? Então o Lattes privilegia UM tipo > de resultado específico (o artigo) em detrimento de outro. A questão é que > existem artigos ridículos e inócuos, com nenhuma expressão para a área e > feitos muitas vezes sem pesquisa. Produções artísticas, ao contrário, podem > incluir pesquisas sérias. Pense no Grande Sertão, do Guimarães Rosa. Pensem > agora no repertório escrito para o Julian Bream. Pense nas interpretações > de Pierre-Laurent Aimard. Alguém tem coragem de dizer que esta gente não > pesquisa? Se o inverso pode ocorrer, então a pontuação deveria ser igual > porque a picaretagem está em todo o lugar. Escrever um artigo ao invés de > uma peça, publicar um livro ao invés de gravar um cd, etc. são distinções > que não te dão uma proteção contra ser incompetente. > > 2) Se a produção artística tem impacto positivo nas aulas e na pesquisa, > então essa produção artística do professor de arte tem que ser não só > incentivada, mas financiada sim senhores. Claro que são atividades > diferentes, mas para o aluno da graduação importa estar em um ambiente rico > naquilo em que ele está aprendendo. Para o candidato a bacharel importa > tanto acompanhar a produção do professor quanto para um licenciando > acompanhar as atividades educativas de seus mestres. Para um teórico, a > forma de pensar de seu orientador capturada em conversas de café ou de > corredor é de vital importancia para manter girando a sua capacidade de se > apropriar de conteúdos, relacioná-lo com objetos. > > 3) As "leis de incentivo", como bem lembrou o Daniel, são uma mentira. > Nada interessa mais a essas leis do que publicidade e entretenimento. Se > não dirigirmos os recursos de financiamento para a performance, educação e > para a criação acadêmica TANTO QUANTO a produção de artigos, estaremos > assumindo ser dirigidos pelas leis de mercado e nunca poderemos propor nada > diferente para a sociedade. > > Segue comentários a crítica do Álvaro citando seu texto, aqui colocado > em azul: > > > "Acho que a pontuação lattes não é para medir esforços, é para premiar > resultado. Um artigo escrito com pouco esforço e aceito por pares de uma > revista conceituada tem seu valor não pelo esforço demandado, mas pelo > reconhecimento da sua pertinência por quem conhece do assunto." > > O que é considerado resultado?? O fato de ser um artigo e não um romance? > A pertinência do romance do Charles Kiefer é confirmada pela escolha como > objeto de um artigo e o artigo pode ser algo extremamente preguiçoso. Não > há formas de o Lattes avaliar qualitativamente a produção, é simplesmente o > tipo da produção. Um absurdo. > > Se aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi > avaliado por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, > fruto do quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um > reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção > artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, > pesquisas mais interessantes, etc. > > E se o romance envolveu pesquisa, em muito maior grau do que um artigo, > como seria uma avaliação justa? E que raio de "tempo livre" é esse, do qual > pode sair um trabalho artístico de profundidade? Se você se preocupa com as > entrelinhas do texto enviado pelo Daniel, Álvaro, você deveria arrepiar-se > com o que está nas suas entrelinhas. Você está considerando, Álvaro, que > fazer arte é para vagabundos, ou pesquisadores sérios no seu tempo ocioso, > que a produção não envolve pesquisa, que não é um trabalho de fato e só ser > mencionado no Lattes já é um prêmio para o qual o artista-pesquisador tem > que se sentir mais do que agraciado. Não é assim que você grava as obras > que encomendou, certo? Creio que não, conheço o seu trabalho e, pelo jeito > dou mais valor a ele do que você. > > > Infelizmente há casos em que a produção artística é desculpa para > justificar uma atuação pífia como professor, e é preciso evitar abusos. > > Quem no Lattes está avaliando essa atuação pífia ou competente? Além > disso, há também casos em que a atuação como professor e pesquisador é > desculpa para justificar uma atuação pífia como artista e para determinadas > áreas (a performance, creio eu, tô errado?) essa atuação precisa ser > exercida com competência. Essa competência demanda pesquisa, esforço, > tempo... Será que o Álvaro realmente acredita que, fazendo vista grossa > para a produção artística, a Universidade realmente inventou a fórmula > mágica para "evitar abusos"? > > Na relação aprendiz-mestre eu acabei entendendo muito mais o que meu > professor tinha a dizer sobre estilo e interpretação ouvindo seus concertos > e discutindo depois com ele nas aulas (inclusive as coisas que eu > discordava) e isso é produção de conhecimento. Ou não? A atuação de um > professor de artes como tal é diretamente relacionada a sua atuação como > artista. A situação que vivemos hoje é kafkaniana: exige-se produção > bibliográfica dos professores de música, que ensinam performance, mas o seu > trabalho artístico, muito mais pertinente para o objeto em questão de sua > atividade dentro da instituição tem que ser feito no seu tempo "livre"?? O > que é isso?? > > Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando > consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande > porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. > > O engenheiro JÁ É pontuado por isso. Mas, além da questão da guarida da > cultura, citada pelo Daniel, há a questão de que colocar a serviço de uma > empreitera seus conhecimentos TÉCNICOS não pode ser uma atividade comparada > a atuação de um músico, que só começa realmente a dizer algo quando as > questões "técnicas" (que no caso da arte deveriam até ter outro nome, se > chamamos de "técnicos" os mesmos conhecimentos de um engenheiro que levanta > uma parede firme) foram deixadas para trás. Comparar uma produção artística > com consultoria na área de engenharia é desconhecer profundamente os > fundamentos do trabalho artístico. É pra mim, prova de que o sistema de > nivelamento e reducionismo intelectual venceu a batalha. Será possível que > não sabemos mais fazer uma distinção justa, que reconheça a importância de > cada lado, entre ciência e arte, técnica e música, linguagem e repetição e > mais um monte de dicotomias que deveriam estar claramente diferenciadas na > universidade - e reconhecidas cada uma como tal? > > > Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao > invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. > > Que morram de fome os que separam cartesianamente suas atividades e se > alienam na produção ou na pesquisa ou no ensino, então. E tirem de vez a > música da Universidade deixando-a a ser exercida por conservatórios de alto > "nível". O preço já é pago todos os dias pela atuação completamente > renengada por um país que não sabe avaliar um produto artístico e, parece, > nem um produto teórico. Ambos são produtos do intelecto e enquanto a > universidade se propor ao ensino de artes, ela deve tem em conta e > incentivar a produção artística dos professores que se disponham a ela. > Acho isso fundamental para manter o reconhecimento das diferenças e o > respeito pelas especificações da teoria, licenciatura e bacharelado sem > subserviência de nenhuma sobre a outra, portanto, sem distinção do tipo de > produção. Essa vai ser sempre a minha contribuição como membro da > associação de performance. > > Abraço a todos, > > Luciano Cesar Morais > > > --- Em *qui, 31/5/12, Daniel Lemos > >* escreveu: > > > De: Daniel Lemos > > > > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada > entre arte e ciência > Para: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Quinta-feira, 31 de Maio de 2012, 2:15 > > > > Caro Álvaro e demais colegas, > > Sua afirmação é pertinente e bem fundada. Porém, gostaria de deixar uma > pequena observação sob outro ponto de vista. > > Que tipo de incentivo um professor de Engenharia tem quanto para fazer uma > consultoria? > E ao professor de Artes, que incentivo por parte da sociedade ele possui > para realizar sua produção artística? Quem financiaria um pianista hoje em > dia para fazer um recital com peças de Chopin? E quem financiaria um > engenheiro para achar reservas de petróleo? > > Ao contrário das outras áreas, a Universidade oferece às Artes grande > parte do aporte que ela precisa para sobreviver como campo de conhecimento. > Grandes engenheiros trabalham em firmas importantes, grandes médicos > trabalham em hospitais e grandes jornalistas trabalham em empresas de > comunicação. E os grandes artistas? Aqueles que não são de famílias > abastadas vão conseguir manter seus ofícios de forma plena somente com Leis > de "Incentivo à Cultura"? Os artistas de hoje que possuem o mesmo > reconhecimento de um importante profissional de outras áreas geralmente > trabalha com a mídia, ou seja: é especialista em um tipo de prática > artística que muitas vezes é momentâneo, e não tem a preocupação de > preservar o patrimônio de outros estilos e épocas. > > Engana-se quem acha que este patrimônio sobrevive somente por textos e > gravações. Se for interrompida a transmissão oral de habilidades na > Performance Musical - por exemplo - toda a bagagem de interpretação musical > de séculos estará sob o risco de acabar, pois o conhecimento musical exige > a transmissão de informações sensoriais, ainda incapazes de serem > registradas por outra forma além da relação mestre e aprendiz. > > Creio que restringir o assunto somente à questão conceitual do que é o > papel do professor universitário nos contratos de hoje - "Ensino, Pesquisa, > Extensão e Administração" - já se mostrou insuficiente para abarcar com as > necessidades da área de Artes. Isto é o que precisa ser modificado. Vi um > Edital de concurso para a Unicamp que definia claramente para professores > de Artes a função de "Carreira do Magistério Artístico", constituindo então > um plano de carreira baseado em regimento diferenciado com relação às > demais áreas tradicionais da Ciência (corrija-me algum professor desta > instituição caso eu esteja enganado). > > Basta observar a realidade sociocultural brasileira para perceber que há > diversos tipos de prática artística em sério risco de desaparecer. Arte não > é Tecnologia. Nesta última, ao se lançar um novo produto, o antigo se torna > obsoleto. > > > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *ter, 29/5/12, Alvaro Henrique > >* escreveu: > > > De: Alvaro Henrique > > > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada > entre arte e ciência > Para: > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 23:48 > > Interessante o artigo, e a discussão é deveras pertinente, especialmente > para quem lida com performance, e que está prestes a ter uma associação de > pesquisa da área que promoverá congressos, encontros, etc. > > Não concordo com a opinião do autor. Acho que a pontuação lattes não é > para medir esforços, é para premiar resultado. Um artigo escrito com pouco > esforço e aceito por pares de uma revista conceituada tem seu valor não > pelo esforço demandado, mas pelo reconhecimento da sua pertinência por quem > conhece do assunto. > > Mas o quê mais me incomoda é o que está nas entrelinhas: quem é professor > de arte é professor, não é artista pago pelo estado para compartilhar sua > vivência artística. O Lattes tem de premiar as funções de um professor. Se > aquele romance não envolveu pesquisa, ensino ou extensão, não foi avaliado > por pares, e foi apenas uma realização individual daquela pessoa, fruto do > quê ela fez no seu tempo livre, ter sido pontuado em si já é um > reconhecimento adequado, uma vez que há casos em quê manter essa produção > artística indiretamente alimenta aulas melhores, alunos mais motivados, > pesquisas mais interessantes, etc. Infelizmente há casos em que a produção > artística é desculpa para justificar uma atuação pífia como professor, e é > preciso evitar abusos. > > Seguindo a mesma lógica, um professor de engenharia que, prestando > consultoria para uma empreiteira, vira responsável por uma obra de grande > porte, também deveria ser pontuado no Lattes por isso. > > Infelizmente há um preço a ser pago ao escolher ser professor-escritor ao > invés de simplesmente professor ou simplesmente escritor. > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > Em 29 de maio de 2012 13:46, Daniel Lemos escreveu: > > > Olá Liliana, > > Pois é, temos que suscitar esta discussão. Inclusive uma musicista da rede > pública de Porto Alegre estava dizendo que produção artística não conta > pontos para progressão de carreira na prefeitura. > É fundamental reforçar que a Universidade é o elemento transformador da > sociedade; é o principal mecanismo de produção e disseminação do > conhecimento. Se nós não resolvermos a questão da Arte em nossos Estatutos > e Departamentos, consequentemente os demais organismos não vão se adaptar > para comportar os cargos que trabalham exclusivamente com a Arte e tem este > tipo de produção. > > > > Cordialmente > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *ter, 29/5/12, lilianabollos * escreveu: > > > De: lilianabollos > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Enc: Matéria sobre avaliação diferenciada > entre arte e ciência > Para: "Daniel Lemos" > Data: Terça-feira, 29 de Maio de 2012, 13:30 > > Caro, Daniel, acho interessantíssimo o artigo e sua atitude de nos colocar > a par é louvável. Parabéns! acho um absurdo essa burocracia de pontuação, e > pensando em arte x ciência, a primeira sempre perde na busca de vagas, > orçamento, projetos, etc. > > um abraço, > Liliana > > http://lilianabollos.com.br/ > > ------------------------------ > Em 28/05/2012 13:16, *Daniel Lemos < dal_lemos em yahoo.com.br >* escreveu: > > Caros colegas, > > Repasso a vocês uma interessante crítica de jornal enviada por Vinícius > Fraga para a Lista de discussão dos estudantes da pós em Música da > Universidade Federal da Bahia: um relato do escritor Charles Kiefer > ("professor e escritor", segundo ele) sobre a valoração da Arte e da > Ciência na Universidade: > > > http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc/576275_322289637847075_60210871_n.jpg > > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *seg, 28/5/12, Vinicius de Sousa Fraga * escreveu: > > > De: Vinicius de Sousa Fraga > Assunto: [Estudantes-PPGMus] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > arte e ciência > Para: estudantes-ppgmus em googlegroups.com > Data: Segunda-feira, 28 de Maio de 2012, 12:47 > > A matéria a seguir foi publicada no jornal Zero Hora do RS, se não me > engano. Nela, Charles Kiefer demonstra como a diferença entre os pesos de > avaliação na CAPES entre pesquisa em arte e em ciência gera situações > absurdas. > > Segue: > > > http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/576275_322289637847075_60210871_n.jpg > > > > -- > Grupo dos Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Escola de Música da > UFBA. > Para postar mensagens: estudantes-ppgmus em googlegroups.com > Para retirar-se do grupo: estudantes-ppgmus-unsubscribe em googlegroups.com > Para mais informações: > http://groups-beta.google.com/group/estudantes-ppgmus?hl=pt-BR > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From magali.kleber em gmail.com Sun Jun 3 10:02:40 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Sun, 3 Jun 2012 10:02:40 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?noticias=5F_M=FAsica_na_escola?= Message-ID: divulgando... Magali Kleber 2012/6/3 Ailton Magioli > ** > > -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From adrimauricio em uol.com.br Mon Jun 4 06:18:55 2012 From: adrimauricio em uol.com.br (Adriana Lopes Moreira) Date: Mon, 4 Jun 2012 06:18:55 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] FIIUFSM 2012 Message-ID: <003301cd4233$126c86c0$37459440$@uol.com.br> Imagem inline 1 -- Agência Experimental de Relações Públicas AGERP - FACOS - UFSM CONTATOS: agerpufsm em gmail.com (55) 3220 9661 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: news60[1].png Tipo: image/png Tamanho: 1382318 bytes Descrição: não disponível URL: From jamannis em uol.com.br Mon Jun 4 07:13:13 2012 From: jamannis em uol.com.br (Jose Augusto Mannis) Date: Mon, 4 Jun 2012 10:13:13 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] Res: Alexandria In-Reply-To: References: Message-ID: <10962169-1338804804-cardhu_decombobulator_blackberry.rim.net-1926171430-@b5.c4.bise7.blackberry> Rodolfo Teoricamente uma declaracao com o ISBN da publicacao ja bastaria para comprovar a producao. A necessidade de deposito de um exemplar alem da declaracao eh portanto uma exigencia local. Como muitas publicacoes tem agora versoes impressas e eletronicas, seria razoavel propor um exemplar do livro em PDF. Você como autor poderia colocar junto uma declaracao autenticada autorizando sua digitalizacao em PDF o que evitaria qq suposicao de pirataria. Você pode ainda 'blindar' esse Pdf para que ninguem possa copiar nenhum trecho dele com copy paste nem tirar uma pagina de todo o conjunto, assegurando a integridade do documento. Espero que essas sugestoes possam ajudar Abs Mannis -- José Augusto Mannis +55 19 81163160 jamannis em uol.com.br msg enviada de dispositivo portatil -----Original Message----- From: Rodolfo Caesar Sender: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br Date: Sun, 3 Jun 2012 09:04:08 To: Subject: [ANPPOM-Lista] Alexandria Prezados colegas da lista, Peço um minuto: Devo apresentar, à Coordenação do meu programa de PG, um dos tres únicos exemplares que recebi como pagamento por parte de livro publicado. Caso contrário, não obterei minha perseguida pontuação na CAPES. Consideração: - (A exigência de cópias editadas, não-xerográficas se deve à denodada luta contra a pirataria.) Se todos os colegas de outras unidades que também participaram do livro sacrificarem como eu o seu terço, a biblioteca terá várias cópias inutilmente idênticas, somando um capital muitas vezes superior àquele que ora nos locupleta! Perguntas: 1 - Creio que apenas os livros impressos são cobrados. Penso em, brevemente, publicar um novo sítio na rede, pleno de textos e dinamicamente aberto a contribuições. Esse trabalho não deveria receber comparável tratamento? Mas como depositar uma cópia de site sem sacrificar sua dinâmica? 1.1 - Cópia de site para DVD é pirataria? 2 - Participei de um concerto no qual, em uma das peças do programa, improvisei durante vinte e cinco (conforme soube depois: intermináveis) minutos. Ninguém gravou! Mas se serve como produção intelectual, como fica seu registro nessa biblioteca? 3 - Devo concluir que as artes dinâmicas, cujo suporte material é o som no ar, em sua breve duração, são discriminadas contra o fundo das publicações gutenberguianas? Isso não atrairia nefandas consequencias para o setor musical? 3.1 - As partituras notadas são depositáveis? 3.1.1 - Nesse caso, aquelas que acabam de ser impressas pelos finales-sibelius servem, ou somente as que forem editadas por uma Schott alemã? 3.1.1.1 - Pergunta maldosa: quem possuir um finale-sibelius pirateado, a cópia de sua obra é também pirataria? 3.1.1.1.1 ------- Agradecendo cordialmente, Rodolfo Caesar ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ From cpalombini em gmail.com Mon Jun 4 08:30:01 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Mon, 4 Jun 2012 08:30:01 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Alexandria In-Reply-To: References: Message-ID: Duda, Esta requisição, de que os autores devam fornecer à Capes uma cópia de cada livro em que apareça contribuição sua é, independente das várias questões que você lista, mais uma, e das mais ridículas, das manifestações ridiculamente policialescas de nosso meio (recomendo, a esse respeito, a leitura do relatório da Human Rights Watch, *Força Letal: Violência Policial e Segurança Pública no Rio de Janeiro e em São Paulo*, < www.hrw.org/reports/2009/12/08/letal-0>), disputando o primeiro lugar com a ABNT, uma associação que todo o ano se dá ao trabalho de inovar no repertório de violações dos princípios mais básicos de boa tipografia, uma história de séculos, e que no entanto manda e desmanda em lugares que se concebem como centros da vida inteligente no planeta. No ano passado publiquei uma entrevista num livro do qual ganhei um exemplar. Tive que comprar uma cópia para a Capes. No ano que vem publico um verbete num livro que está anunciado na Amazon por US$250.00, do qual não vou ganhar nenhum exemplar. Vou comprar uma cópia para mim e outra para a Capes? Não, não vou. Publiquei uma versão multimídia online. A Capes pode acessar. Essa requisição de envio de publicações para a Capes parte do pressuposto de que ninguém lê, ninguém sabe o que represente a editora X ou Y ou Z, ou o organizador A, B, C ou D, ou o autor %, &, *, ou #. O livro, fisicamente presente, serve para mostrar que todos são iguais perante a lei. Abraço, Carlos 2012/6/3 Rodolfo Caesar > Prezados colegas da lista, > > > Peço um minuto: > > Devo apresentar, à Coordenação do meu programa de PG, um dos tres > únicos exemplares que recebi como pagamento por parte de livro > publicado. Caso contrário, não obterei minha perseguida pontuação na > CAPES. > Consideração: > - (A exigência de cópias editadas, não-xerográficas se deve à denodada > luta contra a pirataria.) Se todos os colegas de outras unidades que > também participaram do livro sacrificarem como eu o seu terço, a > biblioteca terá várias cópias inutilmente idênticas, somando um > capital muitas vezes superior àquele que ora nos locupleta! > Perguntas: > 1 - Creio que apenas os livros impressos são cobrados. Penso em, > brevemente, publicar um novo sítio na rede, pleno de textos e > dinamicamente aberto a contribuições. Esse trabalho não deveria > receber comparável tratamento? Mas como depositar uma cópia de site > sem sacrificar sua dinâmica? > 1.1 - Cópia de site para DVD é pirataria? > 2 - Participei de um concerto no qual, em uma das peças do programa, > improvisei durante vinte e cinco (conforme soube depois: > intermináveis) minutos. Ninguém gravou! Mas se serve como produção > intelectual, como fica seu registro nessa biblioteca? > 3 - Devo concluir que as artes dinâmicas, cujo suporte material é o > som no ar, em sua breve duração, são discriminadas contra o fundo das > publicações gutenberguianas? Isso não atrairia nefandas consequencias > para o setor musical? > 3.1 - As partituras notadas são depositáveis? > 3.1.1 - Nesse caso, aquelas que acabam de ser impressas pelos > finales-sibelius servem, ou somente as que forem editadas por uma > Schott alemã? > 3.1.1.1 - Pergunta maldosa: quem possuir um finale-sibelius pirateado, > a cópia de sua obra é também pirataria? > 3.1.1.1.1 ------- > > Agradecendo cordialmente, > > Rodolfo Caesar > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodolfo.caesar em gmail.com Mon Jun 4 08:54:24 2012 From: rodolfo.caesar em gmail.com (Rodolfo Caesar) Date: Mon, 4 Jun 2012 08:54:24 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Fw: Class Livros 2012 In-Reply-To: <3851255014A24923BF2F0B0B5144014A@AntniaPereira> References: <3851255014A24923BF2F0B0B5144014A@AntniaPereira> Message-ID: Peço à administração da lista que integre, para dar continuidade a essa conversa, a participação da Profa. Antonia Pereira, nossa Coordenadora na área de artes. Prezada Antonia, Obrigado pela sua mensagem. Para efeitos de divulgação, cf. vc solicita, estou pedindo a inclusão de sua mensagem na lista da anppom, pedindo ainda, à administração da lista, que inclua vc à discussão que começa a se estabelecer. Agradeço pelos seus esclarecimentos, mas eles não cobrem as outras questões que enumerei em minha primeira mensagem, referentes aos produtos 'não-gutenberguianos'. Um abraço, Rodolfo 2012/6/4 Antonia : > Prezados Ney e Rodolfo Caeser, > Bom dia. A CAPES trabalha com diferente formas avaliativas e possui > Qualis diferentes para cada processo em si (Qualis Artístico, Periódico, > Livro, eventos etc). A produção artística tem outros critérios e exige outra > forma e outra comissão (espaço). > Te encaminho abaixo, com cópia para o Prof. Ney Carrasco, mensagem enviada > aos Coordenadores sobre como solucionar o problema de quem publicou em obra > organizada (capítulo de livro) e possui apenas um exemplar da mesma.  Todas > as áreas que têm o livro como produção importante trabalham com o exame do > exemplar. > Gostaria muitíssimo que fizesse chegar essa mensagem aos seus colegas. Em > envio posterior encaminharei também outra mensagem sobre oaquelas > publicações publicadas no estrangeiro. Meu números de telefone são 71 > 32351692. 71 83167352. O mais indicado é o celular, pois estou quase sempre > em trânsito. Também tenho skype caso queira aprofundar essa conversa. > Muito Cordialmente, > Antonia Pereira > Coordenadora da Área de Artes > > > From: Antonia > Sent: Thursday, May 31, 2012 12:46 PM > Subject: Class Livros 2012 > > Prezado(o) Coordenador(a), > Comunicamos a prorrogação do prazos para envio, até o dia 15 de junho de > 2012, dos exemplares dos livros e capítulos de livros registrados no coleta > CAPES 2011 para a biblioteca da UNIRIO, no seguinte endereço: > > Biblioteca Central da UNIRIO > > C/C Isabel Grau > > Av. Pasteur 436 - Urca > > CEP - 22290-240, Rio de Janeiro, RJ > > Na ocasião, gostaríamos de solicitar  aos organizadores de coletâneas, que > se encarreguem de enviar (e de comunicar aos autores participantes) o > exemplar da mesma, evitando  assim que todos enviem vários exemplares da > mesma coletânea ou, como tem ocorrido frequentemente, que algum autor envie > o único exemplar que possui. > > > > Em tempo, reanexamos a ficha a ser devidamente preenchida e encaminhada numa > via impressa junto com os livros e digitalmente para os endereços > apereira em ufba.br e bibdocla em gmail.com > > Desde já, agradecemos imensamente a atenção, colaboração e, essencialmente, > sua compreensão. > > Atenciosamente, > > > > Antonia Pereira > > Coordenadora da Área de Artes/Música > > > > Milton Terumitsu Sogabe > > Coordenador Adjunto > > > > PPGAC UFBA > http://www.ppgac.tea.ufba.br/ > GRUPO DRAMATIS > http://grupodramatis.blogspot.com/ > TRILOGIA MEMÓRIAS (Cia Estupor de Teatro) > http://www.trilogiamemorias.blogspot.com/ From lucianocesar78 em yahoo.com.br Mon Jun 4 12:44:23 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Mon, 4 Jun 2012 08:44:23 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1338824663.77491.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Caro Damián,   Em relação a esta afirmação de seu email: "As colocações do Valério e do Álvaro são pertinentes. A avaliação do trabalho precisa levar em conta o impacto na área e fora da área específica. Parte desse impacto depende da capacidade do músico de comunicar os resultados do seu trabalho para outros pesquisadores. Lamentavelmente, só o resultado sonoro não é suficiente."     Fora da área do trabalho nada tem impacto nenhum! A menos que consideremos a imprevisível e produtiva esquizofrenia (no bom sentido) da interdiscilinariedade. Uma má compreensão da física quântica que faz vomitar os físicos tem dado frutos vergonhosos quando em diálogo com a história ou mesmo a arte. Interdisciplinaridade é dialogar com o lixo das outras áreas? Achoque para uma ideia poder dialogar em outras disciplinas, ela tem que demonstrar consistência dentro da própria área.    Quanto a questão de o resultado sonoro não ser suficiente, o que você está reproduzindo é a velha máxima das leis de mercado: não basta o artista ser bom, ele tem que saber se vender. O resultado, mais cedo ou mais tarde se mostrará irrelevante nessa estrutura de venda. O mercado já chegou nesse ponto. Seguindo o raciocínio, a performance acadêmica também não demora a se capitalizar também.    Acho necessário frisar que estamos falando de performance acadêmica, ou seja, aquela área de atuação específica em música que inclui o ensino, desenvolvimento e atuação de procedimentos interpretativos amparados por uma visão crítica, histórica, estética, em diálogo com a produção contemporânea e com a pesquisa de abordagens do repertório. A questão é se é essencial ou não a produção específica para o um professor dessa área. Ninguém é obrigado a fazer, mas os critérios de avaliação de professores pesquisadores artistas não podem colocá-los em uma situação de desvantagem curricular em relação a outros pesquisadores de áreas cujos modelos se adequaram melhor a critérios científicos, desde que estejam cumprindo a produtividade esperada em sala de aula, pesquisa e extensão. Tá tudo explicado no texto divulgado do Charles, Keiffer e é esse ponto que acho que o Álvaro e o Valério não estão considerando, por pertinentes que sejam suas observações.    Estou avisando faz tempo, essa dificuldade de consenso entre nós vai acabar validando a concepção de arte como livre iniciativa da vadiagem feita no tempo livre de pesquisadores considerados sérios só quando produzem pesquisa teórica nos moldes das revistas qualis A e dos parâmetros do congressos científicos internacionais.    Eu acho isso um tiro no pé. Abraços, Luciano Cesar Morais --- Em dom, 3/6/12, Damián Keller escreveu: De: Damián Keller Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 3 de Junho de 2012, 15:23 Oi Alexandre, > Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos. Concordamos. E aí tenho que fazer um adendo, a reflexão teórica forma parte desse processo criativo.A parte questionável está nestas afirmações... > Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço. Vc já tentou publicar em revistas internacionais indexadas? Não falo em science ou nature, revistas menos visadas da nossa área mesmo. Eu cheguei a demorar 2 anos para conseguir ter um artigo aceito, e isso não inclui o trabalho prévio em programação, composição e aferição de resultados, estou falando só da parte escrita. As colocações do Valério e do Álvaro são pertinentes. A avaliação do trabalho precisa levar em conta o impacto na área e fora da área específica. Parte desse impacto depende da capacidade do músico de comunicar os resultados do seu trabalho para outros pesquisadores. Lamentavelmente, só o resultado sonoro não é suficiente. Por enquanto, a única forma de garantir a qualidade do trabalho é a avaliação anônima por pesquisadores experientes. Essa é a prática adotada internacionalmente em todas as áreas. Por isso parte do argumento do Charles não se sustenta. O Qualis está errado justamente nos itens em que não adota os mecanismos de avaliação aceitos internacionalmente. Abraço,Damián -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From ppsalles em usp.br Mon Jun 4 14:16:59 2012 From: ppsalles em usp.br (ppsalles em usp.br) Date: Mon, 04 Jun 2012 14:16:59 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?noticias=5F_M=FAsica_na_escola?= In-Reply-To: References: Message-ID: <20120604141659.892822kkxvw5zs0b@webmail.usp.br> Olá, Magali, o link não está correto. É um endereço de Email. bjs, Pedro Paulo Citando Magali Kleber : > divulgando... > > > Magali Kleber > > 2012/6/3 Ailton Magioli > >> ** >> >> > > > > -- > Drª Magali Kleber > Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM > http://www.abemeducacaomusical.org.br/ > Gestão 2011-2013 > Diretora da Casa de Cultura > Universidade Estadual de Londrina > Fone 55 43 3323 8562 > Londrina - Paraná > Brasil > > > > > -- > Drª Magali Kleber > Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM > http://www.abemeducacaomusical.org.br/ > Gestão 2011-2013 > Diretora da Casa de Cultura > Universidade Estadual de Londrina > Fone 55 43 3323 8562 > Londrina - Paraná > Brasil > From antunes em unb.br Mon Jun 4 21:54:14 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Mon, 4 Jun 2012 21:54:14 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Fwd=3A_Lan=E7amento_livro_Ed=2E_Per?= =?iso-8859-1?q?spectiva?= In-Reply-To: References: Message-ID: ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Flo Menezes Data: 4 de junho de 2012 19:32 Assunto: Lançamento livro Ed. Perspectiva Para: *Flo Menezes **CP 141 06803-971 ? Embu das Artes ? SP* *Brasil *- - - *Diretor Artístico do* *Studio PANaroma de Música Eletroacústica *Telefone: *++55/11/4781-6775 *Celular: *++55/11/8282-0960 *Studio PANaroma: *++55/11/3393-8697* Chefia DM/Unesp: *++55/11/3393-8614 email: flo em flomenezes.mus.br website: http://flomenezes.mus.br * -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: convite pr-2 700.gif Tipo: image/gif Tamanho: 86392 bytes Descrição: não disponível URL: From porres em gmail.com Tue Jun 5 01:30:17 2012 From: porres em gmail.com (Alexandre Torres Porres) Date: Tue, 5 Jun 2012 01:30:17 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Secret Chiefs 3: Explicando para confundir, confundindo para esclarecer, por Raquel Setz Message-ID: Pessoal, tudo bom? Divulgando aqui uma entrevista feita pela Raquel Setz com o Secret Chiefs 3, grupo musical que eu trouxe e produzi os shows nos SESC em abril agora. *Secret Chiefs 3: Explicando para confundir, confundindo para esclarecer* *Trey Spruance e seu grupo falam sobre metal, modos harmônicos não-ocidentais e filosofia persa * * * * * * * * http://soma.terra.com.br/noticia/secret-chiefs-3--explicando-para-confundir-confundindo-para-esclarecer * Achei a melhor entrevista feita com o grupo aqui, e traz considerações filosóficas e teorias muito importantes, como qual é o último disco aceitável do metallica dependendo da idade de alguém. abraço -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From gubernik em terra.com.br Tue Jun 5 10:56:59 2012 From: gubernik em terra.com.br (gubernik em terra.com.br) Date: Tue, 5 Jun 2012 13:56:59 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] Fw: Class Livros 2012 Message-ID: <49618.1338904619@terra.com.br> Minha sugestão é que o depósito obrigatório, se for cumprido sem contrariar direitos, seja de responsabilidade da editora. Carole On Seg 04/06/12 08:54 , Rodolfo Caesar rodolfo.caesar em gmail.com sent: > Peço à administração da lista que integre, para dar continuidade a > essa conversa, a participação da Profa. Antonia Pereira, nossa > > Coordenadora na área de artes. > > > > > > Prezada Antonia, > > > > > > Obrigado pela sua mensagem. > > Para efeitos de divulgação, cf. vc solicita, estou pedindo a inclusão > de sua mensagem na lista da anppom, pedindo ainda, à administração da > lista, que inclua vc à discussão que começa a se estabelecer. > > Agradeço pelos seus esclarecimentos, mas eles não cobrem as outras > > questões que enumerei em minha primeira mensagem, referentes aos > > produtos 'não-gutenberguianos'. > > > > Um abraço, > > > > Rodolfo > > > > 2012/6/4 Antonia pereira em ufba. > br target="_blank">: > > Prezados Ney e Rodolfo Caeser, > > > Bom dia. A CAPES trabalha com diferente formas avaliativas e possui > > > Qualis diferentes para cada processo em si (Qualis Artístico, > Periódico, > > Livro, eventos etc). A produção artística tem outros critérios e > exige outra > > forma e outra comissão (espaço). > > > Te encaminho abaixo, com cópia para o Prof. Ney Carrasco, mensagem > enviada > > aos Coordenadores sobre como solucionar o problema de quem publicou em > obra > > organizada (capítulo de livro) e possui apenas um exemplar da > mesma.  Todas > > as áreas que têm o livro como produção importante trabalham com o > exame do > > exemplar. > > > Gostaria muitíssimo que fizesse chegar essa mensagem aos seus colegas. > Em > > envio posterior encaminharei também outra mensagem sobre oaquelas > > > publicações publicadas no estrangeiro. Meu números de telefone são > 71 > > 32351692. 71 83167352. O mais indicado é o celular, pois estou quase > sempre > > em trânsito. Também tenho skype caso queira aprofundar essa > conversa. > > Muito Cordialmente, > > > Antonia Pereira > > > Coordenadora da Área de Artes > > > > > > > > > From: Antonia > > > Sent: Thursday, May 31, 2012 12:46 PM > > > Subject: Class Livros 2012 > > > > > > Prezado(o) Coordenador(a), > > > Comunicamos a prorrogação do prazos para envio, até o dia 15 > de junho de > > 2012, dos exemplares dos livros e capítulos de livros registrados no > coleta > > CAPES 2011 para a biblioteca da UNIRIO, no seguinte endereço: > > > > > > Biblioteca Central da UNIRIO > > > > > > C/C Isabel Grau > > > > > > Av. Pasteur 436 - Urca > > > > > > CEP - 22290-240, Rio de Janeiro, RJ > > > > > > Na ocasião, gostaríamos de solicitar  aos organizadores de > coletâneas, que > > se encarreguem de enviar (e de comunicar aos autores participantes) o > > exemplar da mesma, evitando  assim que todos enviem vários exemplares > da > > mesma coletânea ou, como tem ocorrido frequentemente, que algum > autor envie > > o único exemplar que possui. > > > > > > > > > > > > Em tempo, reanexamos a ficha a ser devidamente preenchida e encaminhada > numa > > via impressa junto com os livros e digitalmente para os endereços > > > apereira em ufb > a.br e bibdocla em g > mail.com > > > > > Desde já, agradecemos imensamente a atenção, colaboração e, > essencialmente, > > sua compreensão. > > > > > > Atenciosamente, > > > > > > > > > > > > Antonia Pereira > > > > > > Coordenadora da Área de Artes/Música > > > > > > > > > > > > Milton Terumitsu Sogabe > > > > > > Coordenador Adjunto > > > > > > > > > > > > PPGAC UFBA > > > http://www.ppgac.tea.ufba.br/ > > GRUPO DRAMATIS > > > http://grupodramatis.blogspot.com/ > > TRILOGIA MEMÓRIAS (Cia Estupor de Teatro) > > > http://www.trilogiamemorias.blogspot.com/ > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > From jose.calzzani em gmail.com Tue Jun 5 11:45:06 2012 From: jose.calzzani em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?Jos=E9_Augusto_Junqueira_Calzzani?=) Date: Tue, 5 Jun 2012 11:45:06 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Revista_M=FAsica_em_Perspectiva_Vol?= =?iso-8859-1?q?ume_4_n=FAmero_2_no_ar_-_UFPR?= Message-ID: Caros leitores, Música em Perspectiva acaba de publicar seu último número em http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/musica. Convidamos a navegar no sumário da revista para acessar os artigos e itens de interesse. Agradecemos seu interesse em nosso trabalho, José Augusto Junqueira Calzzani UFPR Fone 41-8491-8890 gutocalzzani em ufpr.br Música em Perspectiva Vol. 4, No 2 (2011) Sumário http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/musica/issue/view/1382 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From jamannis em uol.com.br Tue Jun 5 12:18:10 2012 From: jamannis em uol.com.br (jamannis) Date: Tue, 5 Jun 2012 12:18:10 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] RES: Fw: Class Livros 2012 In-Reply-To: <49618.1338904619@terra.com.br> References: <49618.1338904619@terra.com.br> Message-ID: <00c101cd432e$718b17b0$54a14710$@com.br> De acordo com a sugestão da Carole Mas mantenho a proposta de que seja aceita * uma Declaração do(a) Autor(a) com os dados da publicação contendo o ISBN e um pdf da mesma como deposito provisório, para registro e cálculos contábeis da produtividade. pois o(a)s autore(a)s não devem ser punido(a)s injustamente quando a editora não enviar o exemplar dentro do prazo. Mannis -----Mensagem original----- De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] Em nome de gubernik em terra.com.br Enviada em: terça-feira, 5 de junho de 2012 10:57 Para: Rodolfo Caesar Cc: Ney Carrasco; anppom-l em iar.unicamp.br; Antonia Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fw: Class Livros 2012 Minha sugestão é que o depósito obrigatório, se for cumprido sem contrariar direitos, seja de responsabilidade da editora. Carole On Seg 04/06/12 08:54 , Rodolfo Caesar rodolfo.caesar em gmail.com sent: > Peço à administração da lista que integre, para dar continuidade a > essa conversa, a participação da Profa. Antonia Pereira, nossa > > Coordenadora na área de artes. > > > > > > Prezada Antonia, > > > > > > Obrigado pela sua mensagem. > > Para efeitos de divulgação, cf. vc solicita, estou pedindo a inclusão > de sua mensagem na lista da anppom, pedindo ainda, à administração da > lista, que inclua vc à discussão que começa a se estabelecer. > > Agradeço pelos seus esclarecimentos, mas eles não cobrem as outras > > questões que enumerei em minha primeira mensagem, referentes aos > > produtos 'não-gutenberguianos'. > > > > Um abraço, > > > > Rodolfo > > > > 2012/6/4 Antonia pereira em ufba. > br target="_blank">: > > Prezados Ney e Rodolfo Caeser, > > > Bom dia. A CAPES trabalha com diferente formas avaliativas e possui > > > Qualis diferentes para cada processo em si (Qualis Artístico, > Periódico, > > Livro, eventos etc). A produção artística tem outros critérios e > exige outra > > forma e outra comissão (espaço). > > > Te encaminho abaixo, com cópia para o Prof. Ney Carrasco, mensagem > enviada > > aos Coordenadores sobre como solucionar o problema de quem publicou > > em > obra > > organizada (capítulo de livro) e possui apenas um exemplar da > mesma.  Todas > > as áreas que têm o livro como produção importante trabalham com o > exame do > > exemplar. > > > Gostaria muitíssimo que fizesse chegar essa mensagem aos seus colegas. > Em > > envio posterior encaminharei também outra mensagem sobre oaquelas > > > publicações publicadas no estrangeiro. Meu números de telefone são > 71 > > 32351692. 71 83167352. O mais indicado é o celular, pois estou quase > sempre > > em trânsito. Também tenho skype caso queira aprofundar essa > conversa. > > Muito Cordialmente, > > > Antonia Pereira > > > Coordenadora da Área de Artes > > > > > > > > > From: Antonia > > > Sent: Thursday, May 31, 2012 12:46 PM > > > Subject: Class Livros 2012 > > > > > > Prezado(o) Coordenador(a), > > > Comunicamos a prorrogação do prazos para envio, até o dia 15 > de junho de > > 2012, dos exemplares dos livros e capítulos de livros registrados no > coleta > > CAPES 2011 para a biblioteca da UNIRIO, no seguinte endereço: > > > > > > Biblioteca Central da UNIRIO > > > > > > C/C Isabel Grau > > > > > > Av. Pasteur 436 - Urca > > > > > > CEP - 22290-240, Rio de Janeiro, RJ > > > > > > Na ocasião, gostaríamos de solicitar  aos organizadores de > coletâneas, que > > se encarreguem de enviar (e de comunicar aos autores participantes) > > o exemplar da mesma, evitando  assim que todos enviem vários > > exemplares > da > > mesma coletânea ou, como tem ocorrido frequentemente, que algum > autor envie > > o único exemplar que possui. > > > > > > > > > > > > Em tempo, reanexamos a ficha a ser devidamente preenchida e > > encaminhada > numa > > via impressa junto com os livros e digitalmente para os endereços > > > apereira em ufb > a.br e bibdocla em g > mail.com > > > > > Desde já, agradecemos imensamente a atenção, colaboração e, > essencialmente, > > sua compreensão. > > > > > > Atenciosamente, > > > > > > > > > > > > Antonia Pereira > > > > > > Coordenadora da Área de Artes/Música > > > > > > > > > > > > Milton Terumitsu Sogabe > > > > > > Coordenador Adjunto > > > > > > > > > > > > PPGAC UFBA > > > http://www.ppgac.tea.ufba.br/ > > GRUPO DRAMATIS > > > http://grupodramatis.blogspot.com/ > > TRILOGIA MEMÓRIAS (Cia Estupor de Teatro) > > > http://www.trilogiamemorias.blogspot.com/ > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ From alexandre_ficagna em yahoo.com.br Tue Jun 5 17:19:46 2012 From: alexandre_ficagna em yahoo.com.br (Alexandre Ficagna) Date: Tue, 5 Jun 2012 13:19:46 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= References: Message-ID: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> Caro Damián, você tem razão, eu acabei generalizando em minha afirmação. Estava me referindo a um pesquisador experiente que publica regularmente em congressos e revistas nacionais. Também concordo que a reflexão teórica faz parte do processo criativo. Também, não só, e o problema é que esta parte acaba tendo mais valor acadêmico, e não igual valor. Quanto à discussão anterior - e talvez até saindo do foco -ainda penso que se os critérios de avaliação das artes na academia são os mesmos de outras áreas, então por que arte na academia? Seremos sempre aqueles que não conseguem se adequar, que utilizam métodos remendados, ou que precisam de malabarismos para justificar suas pesquisas, por vezes precisando "emprestar" de outras áreas do conhecimento para "trazer importância" ao seu objeto de estudo (importante ressaltar que não estou colocando neste balaio as pesquisas de fato interdisciplinares). Sempre pedindo desculpas por criar ou tocar. Se as artes não contribuem criando novas formas de abordar o conhecimento - ainda que dialogando com outras, claro - então seremos sempre "quase-ciência-de-verdade". Por fim, a avaliação por pares conta com alguns fatores: o mais evidente e claro é sem dúvida o perfil da revista, mas há também o perfil do avaliador, sua empatia ou não para com o assunto (quantos casos de pesquisadores que se dedicam a criticar uma linha de pesquisa por conta de um desafeto pessoal...), com o estilo de escrita, etc. Penso que fatores "subjetivos" estão por todos os lados, não só na produção artística. A dificuldade de avaliação não deveria ser desestímulo à produção. Será que o futuro do compositor na academia é compor para concursos/bienais e escrever "estilo Qualis A" para que sua produção seja considerada "de valor"? Espero que não. No mais, estou achando o debate ótimo! Um abraço cordial a todos Alexandre   http://soundcloud.com/alexandre-ficagna www.myspace.com/alexandreficagna --------------------------------- Endereço: Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603 Bairro: Vl. Ipiranga Londrina - PR CEP: 86010-540 ________________________________ De: Damián Keller Para: anppom-l em iar.unicamp.br Enviadas: Domingo, 3 de Junho de 2012 15:23 Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Oi Alexandre, > Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos. Concordamos. E aí tenho que fazer um adendo, a reflexão teórica forma parte desse processo criativo. A parte questionável está nestas afirmações... > Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço. Vc já tentou publicar em revistas internacionais indexadas? Não falo em science ou nature, revistas menos visadas da nossa área mesmo. Eu cheguei a demorar 2 anos para conseguir ter um artigo aceito, e isso não inclui o trabalho prévio em programação, composição e aferição de resultados, estou falando só da parte escrita. As colocações do Valério e do Álvaro são pertinentes. A avaliação do trabalho precisa levar em conta o impacto na área e fora da área específica. Parte desse impacto depende da capacidade do músico de comunicar os resultados do seu trabalho para outros pesquisadores. Lamentavelmente, só o resultado sonoro não é suficiente. Por enquanto, a única forma de garantir a qualidade do trabalho é a avaliação anônima por pesquisadores experientes. Essa é a prática adotada internacionalmente em todas as áreas. Por isso parte do argumento do Charles não se sustenta. O Qualis está errado justamente nos itens em que não adota os mecanismos de avaliação aceitos internacionalmente. Abraço, Damián ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Tue Jun 5 17:30:16 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Tue, 5 Jun 2012 17:30:16 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] SERESTA, obra de juventude de Jorge Antunes Message-ID: *Orquestra Ars Hodierna (OAH)* Já estão no Youtube as obras do concerto de 13 de abril de 2012. Regente: Maestro Jorge Lisbôa Antunes Teatro da Casa Thomas Jefferson, Brasília 13 de abril de 2012 *Jorge Antunes*- *Seresta pra Juvenil (1966)* http://www.youtube.com/watch?v=ArRa5F1VRk0 *Benjamin Britten*- *Simple Simphony, opus 4* http://www.youtube.com/watch?v=zqeTwWJOEz0 *Ottorino Respighi*- *Antiche Danze Ed Arie per Liuto* http://www.youtube.com/watch?v=ja2Lt20ax1s *Henry Purcell*- *Duas Suites de A Fada Rainha* http://www.youtube.com/watch?v=kgdnlGy9cYI -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Tue Jun 5 19:24:09 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Tue, 5 Jun 2012 19:24:09 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?CLASS_LIVRO=3A_Tratamento_excepcion?= =?iso-8859-1?q?al_para_o_envio_de_edi=E7=F5es_estrangeiras_2012_e_?= =?iso-8859-1?q?a=E7=F5es_para_o_futura?= In-Reply-To: References: <92BAEBC4C22D49A9A02CBC8D29EF39DF@AntniaPereira> Message-ID: Colegas: Acho muito boa a proposta de se criar uma Biblioteca de Referência para a Área de Artes. Mas eu não sabia que ficou estabelecido que a responsabilidade na alimentação e administração do acervo ficou com a Biblioteca da UNIRIO. Li que as razões disso já foram explicitadas em fóruns de Coordenadores, Seminários de Acompanhamentos dos PPGs em Artes lá na CAPES e outros espaços. É sabido que todas as editoras brasileiras são obrigadas, por lei, a doar 2 exemplares de todos os seus livros à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Trata-se do "depósito legal". Como a Biblioteca da Unirio fica, tal como a Biblioteca Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, concluímos que no Rio ficarão depositados 3 exemplares de cada livro nacional. Esse novo livro da Editora Perspectiva, intitulado "O Ofício de Compositor", organizado por Livio Tragtenberg, reúne artigos de alguns membros da Anppom, Duas bibliotecas públicas do Rio de Janeiro contarão, obrigatoriamente e sem gastos, com exemplares do livro em seus acervos. Nenhuma biblioteca das outras cidades brasileiras terá esse mesmo privilégio. Abraços, Jorge Antunes > > ---------- Mensagem encaminhada ---------- > De: Antonia > Data: 3 de junho de 2012 12:37 > Assunto: CLASS LIVRO: Tratamento excepcional para o envio de edições > estrangeiras 2012 e ações para o futura > Para: > > > ** > > Prezado(a) Coordenador(a),**** > > Sobre o Class Livro e os exemplares originais, diante de solicitações e > apelos sinceros, estamos convencidos de que, no momento, o envio das > edições internacionais merece um tratamento excepcional. Antes, porém, > alguns esclarecimentos se fazem necessários. Peço sua especial e diligente > atenção na leitura do comunicado que segue:**** > > 1. Necessário se faz explicar mais uma vez o projeto de aproveitar o > momento da avaliação tão dispendioso e tão intenso para os pesquisadores e > * criar uma Biblioteca de Referência para a Área de Artes*. Por razões já > explicitadas em fóruns de Coordenadores, Seminários de Acompanhamentos dos > PPGs em Artes lá na CAPES e outros espaços, a responsabilidade na > alimentação e administração desse acervo recai sobre a Biblioteca da UNIRIO; > **** > > 2. Acresce-se ao projeto de criação de uma Biblioteca de referência > para a área, o fato de *ter o exemplar em mãos, constituir uma > experiência estética de outra ordem e que dá uma visão mais integral, > propiciando uma avaliação mais detalhada, mais justa*, a forma e conteúdo > como indissociáveis! Ademais, a cópia da capa, folha de rosto, índice, > artigo, registro ISSN não propicia uma avaliação de qualidade e a > biblioteca não cataloga.**** > > ** ** > > Diante do exposto, sabedora dos problemas enfrentados pelos pesquisadores > que possuem apenas um exemplar da obra publicada no estrangeiro, algumas > ações se fazem urgentes e necessárias. *O Class Livro não pode continuar > sendo um problema a ser pensado ano a ano e somente no imediatismo do envio > dos livros*.**** > > ** ** > > Convoco, portanto, todos os Coordenadores de Programa e demais > pesquisadores interessados a refletirem comigo, a fim de juntos > encontrarmos as melhores soluções *(da Área de Artes)* para o problema.*** > * > > ** ** > > Agradecendo desde já as contribuições dos colegas, parceiros de jornada, > para os anos vindouros, na condição de Coordenadora de Área, estou > redigindo *um modelo de carta (em 4 línguas)*, a ser diretamente *enviada > aos **Editores Responsáveis no estrangeiro* - de preferência aquela > pessoa com *quem *o autor do livro ou do capítulo de livro mantém contato > direto ? solicitando a doação de um exemplar da obra, *sob argumentos de > que o mesmo é para fins avaliativos e de construção de um acervo de > referência para a Área de Artes no Brasil*;**** > > ** ** > > Caso, depois de tal iniciativa, algum problema ou impedimento ainda tenha > lugar, solicita-se que o Programa empreenda esforços no sentido de adquirir > o exemplar da obra através da verba PROAP - fiquei sabendo que a mesma > permite. Vamos procurar averigaur como, junto aos setores financeiros de > cada Pró-Reitoria e analisando a rubrica (PROAP) específica. **** > > ** ** > > ** ** > > Como essas são ações para o *futuro (recente)*, buscando não prejudicar > aqueles docentes que têm produção fora do país, excepcionalmente > aceitaremos cópias xérox, contendo as informações básicas, essenciais > dessas obras.**** > > ** ** > > Queira, por favor, Sr(a) Coordenador(a) repassar esse comunicado a todos > os docentes interessados. Despedimo-nos *prometendo discutir mais e > profundamente a questão, na ocasião do próximo Seminário de Acompanhamento > dos PPGs em Artes, previsto para a penúltima semana de novembro 2012*, na > sede da CAPES. Estou aguardando o calendário das Reuniões do Conselho > Técnico Científico, para somente depois, decidir sobre as datas exatas > desse nosso encontro.**** > > ** ** > > Atenciosamente,**** > > Antonia Pereira**** > > Coordenadora de Artes/Música**** > > ** ** > > **** > PPGAC UFBA > http://www.ppgac.tea.ufba.br/ > GRUPO DRAMATIS > http://grupodramatis.blogspot.com/ > TRILOGIA MEMÓRIAS (Cia Estupor de Teatro) > http://www.trilogiamemorias.blogspot.com/ > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From paulinyi em yahoo.com Wed Jun 6 05:37:34 2012 From: paulinyi em yahoo.com (Zoltan Paulinyi) Date: Wed, 6 Jun 2012 01:37:34 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> Message-ID: <1338971854.73653.YahooMailNeo@web110516.mail.gq1.yahoo.com> Caro Alexandre Ficagna, Concordo que o debate é ótimo. Imagino que esta seja uma oportunidade para o grupo reunir o consenso (em forma de normativa de avaliação de produção artística) numa ata. Idealmente, seria proveitoso endossar o documento com outras entidades de artistas acadêmicos e entregá-lo a CAPES e CNPq para sugerir implementação, pois percebo semelhantes considerações do meio literário, principalmente. Deverá haver reflexões valiosas vindas igualmente do meio de artes cênicas, plásticas, etc. Cordialmente, Zoltan Paulinyi. ________________________________ From: Alexandre Ficagna To: Damián Keller ; "anppom-l em iar.unicamp.br" Sent: Tuesday, June 5, 2012 9:19 PM Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Caro Damián, você tem razão, eu acabei generalizando em minha afirmação. Estava me referindo a um pesquisador experiente que publica regularmente em congressos e revistas nacionais. Também concordo que a reflexão teórica faz parte do processo criativo. Também, não só, e o problema é que esta parte acaba tendo mais valor acadêmico, e não igual valor. Quanto à discussão anterior - e talvez até saindo do foco -ainda penso que se os critérios de avaliação das artes na academia são os mesmos de outras áreas, então por que arte na academia? Seremos sempre aqueles que não conseguem se adequar, que utilizam métodos remendados, ou que precisam de malabarismos para justificar suas pesquisas, por vezes precisando "emprestar" de outras áreas do conhecimento para "trazer importância" ao seu objeto de estudo (importante ressaltar que não estou colocando neste balaio as pesquisas de fato interdisciplinares). Sempre pedindo desculpas por criar ou tocar. Se as artes não contribuem criando novas formas de abordar o conhecimento - ainda que dialogando com outras, claro - então seremos sempre "quase-ciência-de-verdade". Por fim, a avaliação por pares conta com alguns fatores: o mais evidente e claro é sem dúvida o perfil da revista, mas há também o perfil do avaliador, sua empatia ou não para com o assunto (quantos casos de pesquisadores que se dedicam a criticar uma linha de pesquisa por conta de um desafeto pessoal...), com o estilo de escrita, etc. Penso que fatores "subjetivos" estão por todos os lados, não só na produção artística. A dificuldade de avaliação não deveria ser desestímulo à produção. Será que o futuro do compositor na academia é compor para concursos/bienais e escrever "estilo Qualis A" para que sua produção seja considerada "de valor"? Espero que não. No mais, estou achando o debate ótimo! Um abraço cordial a todos Alexandre   http://soundcloud.com/alexandre-ficagna www.myspace.com/alexandreficagna --------------------------------- Endereço: Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603 Bairro: Vl. Ipiranga Londrina - PR CEP: 86010-540 ________________________________ De: Damián Keller Para: anppom-l em iar.unicamp.br Enviadas: Domingo, 3 de Junho de 2012 15:23 Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Oi Alexandre, > Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos. Concordamos. E aí tenho que fazer um adendo, a reflexão teórica forma parte desse processo criativo. A parte questionável está nestas afirmações... > Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço. Vc já tentou publicar em revistas internacionais indexadas? Não falo em science ou nature, revistas menos visadas da nossa área mesmo. Eu cheguei a demorar 2 anos para conseguir ter um artigo aceito, e isso não inclui o trabalho prévio em programação, composição e aferição de resultados, estou falando só da parte escrita. As colocações do Valério e do Álvaro são pertinentes. A avaliação do trabalho precisa levar em conta o impacto na área e fora da área específica. Parte desse impacto depende da capacidade do músico de comunicar os resultados do seu trabalho para outros pesquisadores. Lamentavelmente, só o resultado sonoro não é suficiente. Por enquanto, a única forma de garantir a qualidade do trabalho é a avaliação anônima por pesquisadores experientes. Essa é a prática adotada internacionalmente em todas as áreas. Por isso parte do argumento do Charles não se sustenta. O Qualis está errado justamente nos itens em que não adota os mecanismos de avaliação aceitos internacionalmente. Abraço, Damián ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Wed Jun 6 08:48:14 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Wed, 6 Jun 2012 08:48:14 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] RES: Fw: Class Livros 2012 In-Reply-To: <00c101cd432e$718b17b0$54a14710$@com.br> References: <49618.1338904619@terra.com.br> <00c101cd432e$718b17b0$54a14710$@com.br> Message-ID: Mannis, A exigência do envio de cópias do livro é da Capes para fins de avaliação dos programas. Como não existem critérios para a avaliação dos livros, só pode ser para provar que realmente foi publicado. O autor não será punido pela Capes: quem está obrigado a enviar cópias é o programa, que, no meu entender, é quem deve arcar com a responsabilidade de obtê-las, de obter verba da Capes para tal fim, ou a revogação dessa exigência descabida. Duvido muito que a maioria das editoras vá se dar ao trabalho de atender as exigências da Capes. A não ser no caso daquelas editoras que publicam aqueles livros que ficam guardados às centenas nos depósitos de nossas instituições e que só servem mesmo para dizer (e provar) que foram publicados. Abraço, Carlos 2012/6/5 jamannis > De acordo com a sugestão da Carole > > Mas mantenho a proposta de que seja aceita > > * uma Declaração do(a) Autor(a) com os dados da publicação contendo o ISBN > e > um pdf da mesma como deposito provisório, para registro e cálculos > contábeis > da produtividade. > > pois o(a)s autore(a)s não devem ser punido(a)s injustamente quando a > editora > não enviar o exemplar dentro do prazo. > > Mannis > > > > > -----Mensagem original----- > De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto: > anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] > Em nome de gubernik em terra.com.br > Enviada em: terça-feira, 5 de junho de 2012 10:57 > Para: Rodolfo Caesar > Cc: Ney Carrasco; anppom-l em iar.unicamp.br; Antonia > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fw: Class Livros 2012 > > Minha sugestão é que o depósito obrigatório, se for cumprido sem contrariar > direitos, seja de responsabilidade da editora. > > Carole > > > On Seg 04/06/12 08:54 , Rodolfo Caesar rodolfo.caesar em gmail.com sent: > > Peço à administração da lista que integre, para dar continuidade a > > essa conversa, a participação da Profa. Antonia Pereira, nossa > > > > Coordenadora na área de artes. > > > > > > > > > > > > Prezada Antonia, > > > > > > > > > > > > Obrigado pela sua mensagem. > > > > Para efeitos de divulgação, cf. vc solicita, estou pedindo a inclusão > > de sua mensagem na lista da anppom, pedindo ainda, à administração da > > lista, que inclua vc à discussão que começa a se estabelecer. > > > > Agradeço pelos seus esclarecimentos, mas eles não cobrem as outras > > > > questões que enumerei em minha primeira mensagem, referentes aos > > > > produtos 'não-gutenberguianos'. > > > > > > > > Um abraço, > > > > > > > > Rodolfo > > > > > > > > 2012/6/4 Antonia pereira em ufba. > > br target="_blank">: > > > Prezados Ney e Rodolfo Caeser, > > > > > Bom dia. A CAPES trabalha com diferente formas avaliativas e possui > > > > > Qualis diferentes para cada processo em si (Qualis Artístico, > > Periódico, > > > Livro, eventos etc). A produção artística tem outros critérios e > > exige outra > > > forma e outra comissão (espaço). > > > > > Te encaminho abaixo, com cópia para o Prof. Ney Carrasco, mensagem > > enviada > > > aos Coordenadores sobre como solucionar o problema de quem publicou > > > em > > obra > > > organizada (capítulo de livro) e possui apenas um exemplar da > > mesma. Todas > > > as áreas que têm o livro como produção importante trabalham com o > > exame do > > > exemplar. > > > > > Gostaria muitíssimo que fizesse chegar essa mensagem aos seus colegas. > > Em > > > envio posterior encaminharei também outra mensagem sobre oaquelas > > > > > publicações publicadas no estrangeiro. Meu números de telefone são > > 71 > > > 32351692. 71 83167352. O mais indicado é o celular, pois estou quase > > sempre > > > em trânsito. Também tenho skype caso queira aprofundar essa > > conversa. > > > Muito Cordialmente, > > > > > Antonia Pereira > > > > > Coordenadora da Área de Artes > > > > > > > > > > > > > > > From: Antonia > > > > > Sent: Thursday, May 31, 2012 12:46 PM > > > > > Subject: Class Livros 2012 > > > > > > > > > > Prezado(o) Coordenador(a), > > > > > Comunicamos a prorrogação do prazos para envio, até o dia 15 > > de junho de > > > 2012, dos exemplares dos livros e capítulos de livros registrados no > > coleta > > > CAPES 2011 para a biblioteca da UNIRIO, no seguinte endereço: > > > > > > > > > > Biblioteca Central da UNIRIO > > > > > > > > > > C/C Isabel Grau > > > > > > > > > > Av. Pasteur 436 - Urca > > > > > > > > > > CEP - 22290-240, Rio de Janeiro, RJ > > > > > > > > > > Na ocasião, gostaríamos de solicitar aos organizadores de > > coletâneas, que > > > se encarreguem de enviar (e de comunicar aos autores participantes) > > > o exemplar da mesma, evitando assim que todos enviem vários > > > exemplares > > da > > > mesma coletânea ou, como tem ocorrido frequentemente, que algum > > autor envie > > > o único exemplar que possui. > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > Em tempo, reanexamos a ficha a ser devidamente preenchida e > > > encaminhada > > numa > > > via impressa junto com os livros e digitalmente para os endereços > > > > > apereira em ufb > > a.br e bibdocla em g > > mail.com > > > > > > > > Desde já, agradecemos imensamente a atenção, colaboração e, > > essencialmente, > > > sua compreensão. > > > > > > > > > > Atenciosamente, > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > Antonia Pereira > > > > > > > > > > Coordenadora da Área de Artes/Música > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > Milton Terumitsu Sogabe > > > > > > > > > > Coordenador Adjunto > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > PPGAC UFBA > > > > > http://www.ppgac.tea.ufba.br/ > > > GRUPO DRAMATIS > > > > > http://grupodramatis.blogspot.com/ > > > TRILOGIA MEMÓRIAS (Cia Estupor de Teatro) > > > > > http://www.trilogiamemorias.blogspot.com/ > > ________________________________________________ > > > > Lista de discussões ANPPOM > > > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > > > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Wed Jun 6 11:49:53 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Wed, 6 Jun 2012 07:49:53 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> Message-ID: <1338994193.91546.YahooMailClassic@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Caros todos, referente a carta de Alexandre e Damián,    A gente fala em "academia", como se ela fosse uma coisa só, mas de física teória a medicina, de sociologia a educação física tem uma laaaaaaarga diferença. A produção artística se encaixa nos extremos de critérios avaliativos que impõem cada uma dessas áreas.    Não sei porque tanta resitência a aceita-la como parte da produção de professores. Ninguém, claro deseja tirar o lugar da pesquisa teórica que encontra nas ciências humanas seu modelo mais aproximado. Mas a performance acadêmica tem seus modos próprios de configuração de conhecimento... Abraços, Luciano --- Em ter, 5/6/12, Alexandre Ficagna escreveu: De: Alexandre Ficagna Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "Damián Keller" , "anppom-l em iar.unicamp.br" Data: Terça-feira, 5 de Junho de 2012, 17:19 Caro Damián, você tem razão, eu acabei generalizando em minha afirmação. Estava me referindo a um pesquisador experiente que publica regularmente em congressos e revistas nacionais.Também concordo que a reflexão teórica faz parte do processo criativo. Também, não só, e o problema é que esta parte acaba tendo mais valor acadêmico, e não igual valor. Quanto à discussão anterior - e talvez até saindo do foco -ainda penso que se os critérios de avaliação das artes na academia são os mesmos de outras áreas, então por que arte na academia? Seremos sempre aqueles que não conseguem se adequar, que utilizam métodos remendados, ou que precisam de malabarismos para justificar suas pesquisas, por vezes precisando "emprestar" de outras áreas do conhecimento para "trazer importância" ao seu objeto de estudo (importante ressaltar que não estou colocando neste balaio as pesquisas de fato interdisciplinares). Sempre pedindo desculpas por criar ou tocar. Se as artes não contribuem criando novas formas de abordar o conhecimento - ainda que dialogando com outras, claro - então seremos sempre "quase-ciência-de-verdade". Por fim, a avaliação por pares conta com alguns fatores: o mais evidente e claro é sem dúvida o perfil da revista, mas há também o perfil do avaliador, sua empatia ou não para com o assunto (quantos casos de pesquisadores que se dedicam a criticar uma linha de pesquisa por conta de um desafeto pessoal...), com o estilo de escrita, etc. Penso que fatores "subjetivos" estão por todos os lados, não só na produção artística. A dificuldade de avaliação não deveria ser desestímulo à produção. Será que o futuro do compositor na academia é compor para concursos/bienais e escrever "estilo Qualis A" para que sua produção seja considerada "de valor"? Espero que não. No mais, estou achando o debate ótimo! Um abraço cordial a todos Alexandre http://soundcloud.com/alexandre-ficagna www.myspace.com/alexandreficagna --------------------------------- Endereço: Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603 Bairro: Vl. Ipiranga Londrina - PR CEP: 86010-540 De: Damián Keller Para: anppom-l em iar.unicamp.br Enviadas: Domingo, 3 de Junho de 2012 15:23 Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Oi Alexandre, > Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos. Concordamos. E aí tenho que fazer um adendo, a reflexão teórica forma parte desse processo criativo.A parte questionável está nestas afirmações... > Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço. Vc já tentou publicar em revistas internacionais indexadas? Não falo em science ou nature, revistas menos visadas da nossa área mesmo. Eu cheguei a demorar 2 anos para conseguir ter um artigo aceito, e isso não inclui o trabalho prévio em programação, composição e aferição de resultados, estou falando só da parte escrita. As colocações do Valério e do Álvaro são pertinentes. A avaliação do trabalho precisa levar em conta o impacto na área e fora da área específica. Parte desse impacto depende da capacidade do músico de comunicar os resultados do seu trabalho para outros pesquisadores. Lamentavelmente, só o resultado sonoro não é suficiente. Por enquanto, a única forma de garantir a qualidade do trabalho é a avaliação anônima por pesquisadores experientes. Essa é a prática adotada internacionalmente em todas as áreas. Por isso parte do argumento do Charles não se sustenta. O Qualis está errado justamente nos itens em que não adota os mecanismos de avaliação aceitos internacionalmente. Abraço,Damián ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From magali.kleber em gmail.com Wed Jun 6 23:33:09 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Wed, 6 Jun 2012 23:33:09 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?INSCRI=C7=D5ES_PARA_OFICINAS_-_ATIV?= =?iso-8859-1?q?IDADES_FORMATIVAS_DO_FILO?= In-Reply-To: References: Message-ID: Divulgando o FILO: http://www.filo.art.br/site/ vale conferir! Drª Magali Kleber Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil * * * * * * *INSCRIÇÕES ABERTAS PARA AS OFICINAS DAS ATIVIDADES FORMATIVAS DO FILO** *As inscrições devem ser realizadas pelo e-mail oficinas em filo.art.br (link disponível no site do festival), por meio de carta de intenção e currículo resumido. A divulgação dos participantes selecionados será realizada no dia seguinte ao encerramento das inscrições. As inscrições para as oficinas dos grupos pH2: estado de teatro, Theatre ad Infinitum e Varasanta *encerram no dia 11/06.* As inscrições para a oficina Máscara Neutra *encerram no dia 15/06*.* *As atividades formativas do Filo são coordenadas pela Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura da UEL. Maiores informações pelo telefone 3322-1030 (Divisão de Artes Cênicas - Casa de Cultura da UEL - Av. Celso Garcia Cid, 205) * 1 - Oficina "Da fotografia à cena: o deslocamento do olhar cotidiano como provocador da criação teatral" - Grupo [pH2]: estado de teatro - SP * *15 de junho, das 14:00H às 18:00h* *Carga Horária: 4hs* *Vagas: 14* *Investimento: Gratuito* *Público: Artistas e não artistas com mais de 16 anos. * *Local: Curso de Artes Cênicas - CECA - Campus da UEL* O workshop, de caráter prático, tem como referência a série fotográfica *Recollections in America*, de David Lachapelle.Serão expostas aos participantes fotografias da referida série de LaChapelle. Essas imagens revelam um cotidiano estranhado, uma situação de histeria e desespero, e até uma tragédia iminente, circunstâncias que se manifestam no espetáculo do grupo. Após esse contato, os participantes criarão imagens cênicas e posteriormente construirão fluxos narrativos a partir dessas imagens. O workshop pode ser compreendido em duas etapas: uma primeira de apropriação das imagens fotográficas e uma segunda de criação cênica e textual a partir dessas imagens. Será ministrado por Nicole Oliveira, dramaturga do grupo e por Bruno Moreno, ator do grupo. * * *2- Oficina Theatre ad Infinitum - Inglaterra * *15 e 16 de junho, das 14:00H às 18:00h* *Carga Horária: 8hs* *Vagas: 14* *Investimento: R$30,00 / R$15,00 (estudantes)* *Público: Estudantes e profissionais de teatro e dança* *Local: Curso de Artes Cênicas - CECA - Campus da UEL* *3- Oficina Varasanta - Colômbia * *Curso: A POESIA DA AÇÃO* *Período: 15 e 16 de junho, das 13:30 às 16:30* *Carga Horária: 6hs* *Vagas: 14* *Investimento: R$30,00 / R$15,00 (estudantes)* *Público: Estudantes e profissionais de teatro e dança* *Local: Curso de Artes Cênicas - CECA - Campus da UEL* * * O trabalho desenvolvido pelo Teatro Varasanta fundamenta sua prática no ator criador com ênfase no treinamento como desenvolvimento da energia e sua transformação em obra de arte. A tradição do grupo aponta para o ator como poeta da ação, que ao transformar a energia cria o poema cênico através da relação de seu organismo com o espaço, o tempo e os mundos que habita. Nestas sessões de trabalho conduzidas pelos oito integrantes do Teatro Varasanta visa-se o encontro com as práticas criativas desenvolvidas pelo grupo. Através do contato com elementos do treinamento, com estruturas rítmicas e cantos tradicionais porta-se espaços que possibilitem aos participantes plasmar nas coordenadas espaço-temporais suas pulsações interiores. Através do desenvolvimento da percepção musical para um corpo que comunica em estado de representação, visa-se a criação de ações e sua elaboração cênica. Memória pessoal e coletiva, pensamento, imagens, palavras, sons irão compor o tecido criativo em um processo de escuta e contato com o outro. MINISTRANTES: Fernando Montes Liliana Montaña Beto Villada Francisco Rebollo Marcia Cabrera Gina Gutierrez Isabel Gaona A Fundação Teatro Varasanta ? centro para a transformação do ator ? foi criada em abril de 1994. Desde o início, o grupo esteve sob a direção de Fernando Montes, que se formou em Paris com Jacques Lecoq, Mónica Pagneux e Ryzard Cieslak durante quatro anos, e na Itália no Workcenter de Jerzy Grotowski, sob a direção do mestre Jerzy Grotowski e de Maud Robart. *4- Oficina Inês Marocco - Porto Alegre - RS * *Curso*: *Máscara Neutra * *Período:* de 23 a 26 de junho, 14:00 às 18:00h *Carga Horária*:16 hs *Vagas*: 20. *Investimento:* R$50,00 / R$25,00 (estudantes) *Público:* Estudantes e profissionais de Artes Cênicas *Local:* Curso de Artes Cênicas ? CECA - Campus da UEL * Máscara Neutra* A máscara neutra é uma técnica para a formação do ator que desenvolve, entre outras coisas, o estado da neutralidade, do silêncio e da calma que são pré requisitos para a criação de* *qualquer tipo de jogo ou estilo*.* Com a máscara, o ator é obrigado a trabalhar com o corpo que é o seu principal meio de expressão, mas que na maior parte das vezes é colocado em segundo plano em detrimento de uma interpretação de personagens que prioriza os aspectos psicológicos da atuação.Muitas vezes é no rosto que o ator coloca a expressão de seus estados e emoções, tornando-a uma máscara de vícios e clichês. Ao esconder o rosto, a máscara ajuda a eliminar estes vícios que o ator adquire por comodidade e também por falta de esclarecimentos técnicos.O corpo do ator também sofre uma adaptação a este *?novo rosto?*eliminando os movimentos e vícios corporais adquiridos, pois é na calma e no silêncio que a máscara proporciona, e não na agitação ou exagero superficial, que este se expressará organicamente e ganhará uma dimensão * extracotidiana* re descobrindo a sua inteligência. O ator desenvolve então um estado de tranqüilidade, as capacidades de economia, eficácia, precisão dos movimentos e disponibilidade, que constituem a base necessária para a instauração de qualquer jogo. * *A importância da máscara neutra como técnica para o ator está no fato de que ela é indispensável para aquele indivíduo, ator ou não ator que quer se expressar cenicamente de maneira não banal, *extracotidiana* e de forma orgânica. A máscara neutra deveria ser a base, o primeiro exercício do ator, antes de realizar qualquer trabalho em cena.* * * * *Abordagem:* A abordagem adotada é prática e se fundamenta no Sistema pedagógico da *Escola Internacional de Mimo e Teatro de Jacques Lecoq*, em Paris. *Ministrante:* Ines Alcaraz Marocco é diretora teatral e pesquisadora da formação do ator. Possui graduação em Direção Teatral e Licenciatura em Arte Dramática pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1975), mestrado em Diplôme d'Études Aprofondies - Université de Paris VIII (1985) e doutorado em Doctorat en Esthétique Sciences et Technologie des Arts - Université de Paris VIII (1997). Formação na École Internationale de Théâtre, Mime et Mouvement Jacques Lecoq (1983/1984). Atualmente é professora do departamento de Arte Dramática (DAD) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Dentre os principais espetáculos que dirigiu estão: "O Sobrado", com o Grupo Cerco, em 2008, vencedor do Prêmio Braskem em Cena no XVI Festival Internacional Porto Alegre em Cena nas categorias Melhor Espetáculo pelo Júri Popular e Melhor Espetáculo pelo Júri Oficial, vencedor de três prêmios Açorianos de Teatro 2009 (Melhor Direção para Inês Marocco, Melhor Dramaturgia e Melhor Ator Coadjuvante para Luis Franke, vencedor de Prêmio RBS Cultura de Melhor Espetáculo 2009 (votação por Júri Popular); "Semeando Dobraduras", em 2006; "Rituais do cotidiano", em 2005; "O Nariz", em 2003; "Os Tambores Silenciosos", em 1997; "Manantiais", em 1989; "De como lhe foi extirpado o sofrimento ao Sr. Mockimpott", em 1987; "Toda linguagem é uma bobagem", em 1987; e "Soirée de Bouffons", em 1985. Como pesquisadora, propôs o treinamento de atores baseado na pesquisa "As técnicas corporais do gaúcho e a sua relação com a performance do ator/dançarino" através da pratica do treinamento continuativo na busca pela precisão de movimentos e ações. *Metodologia*: As aulas são práticas, com exercícios individuais, em pequenos grupos e com o grande grupo, iniciando com aquecimento onde são desenvolvidas as capacidades de concentração, atitude, ponto fixo,postura extra cotidiana.Através do aquecimento, os alunos desenvolverão a percepção do outro, do seu corpo no tempo e espaço de jogo. Após o aquecimento, os alunos experimentarão a máscara através de propostas dadas. Os exercícios são feitos com e sem máscaras para melhor entendimento das propostas. Trabalho com os Elementos da natureza: Terra, Ar, Água e Fogo. À medida que os alunos vão se apropriando da essência da máscara esta será retirada e será desenvolvida a transposição para o humano, verificando assim a funcionalidade do exercício técnico da máscara no jogo. * * *Sinopse: *O estado neutro (anterior a ação): a receptividade, a disponibilidade, a calma, o silêncio, o equilíbrio.Uma viagem através da dinâmica da natureza e de seus elementos: a economia de movimentos, o imaginário, o espaço, a presença do ator em cena. -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodolfo.caesar em gmail.com Thu Jun 7 19:10:06 2012 From: rodolfo.caesar em gmail.com (Rodolfo Caesar) Date: Thu, 7 Jun 2012 19:10:06 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] RES: Fw: Class Livros 2012 In-Reply-To: References: <49618.1338904619@terra.com.br> <00c101cd432e$718b17b0$54a14710$@com.br> Message-ID: Oi Carlos, Não, isso não é da conta do programa. Veja trecho citado pela Profa. Antonia em sua primeira mensagem: "...gostaríamos de solicitar aos organizadores de coletâneas, que se encarreguem de enviar ... " Quem está incumbido de enviar é o organizador de coletâneas, o qual, se não tiver tido alguma conexão com o universo acadêmico - consequentemente ignorando a existência de algo como a Capes - nem se dará conta do quanto que está em débito com a mesma... (Ou então posso me enganar: a Capes se refere somente aos organizadores de coletâneas acadêmicas. Mas aí então..., a corda está roída mesmo!...) abs, Rodolfo 2012/6/6 Carlos Palombini : > > Mannis, > > A exigência do envio de cópias do livro é da Capes para fins de avaliação > dos programas. Como não existem critérios para a avaliação dos livros, só > pode ser para provar que realmente foi publicado. O autor não será punido > pela Capes: quem está obrigado a enviar cópias é o programa, que, no meu > entender, é quem deve arcar com a responsabilidade de obtê-las, de obter > verba da Capes para tal fim, ou a revogação dessa exigência descabida. > > Duvido muito que a maioria das editoras vá se dar ao trabalho de atender as > exigências da Capes. A não ser no caso daquelas editoras que publicam > aqueles livros que ficam guardados às centenas nos depósitos de nossas > instituições e que só servem mesmo para dizer (e provar) que foram > publicados. > > Abraço, > > Carlos > > 2012/6/5 jamannis >> >> De acordo com a sugestão da Carole >> >> Mas mantenho a proposta de que seja aceita >> >> * uma Declaração do(a) Autor(a) com os dados da publicação contendo o ISBN >> e >> um pdf da mesma como deposito provisório, para registro e cálculos >> contábeis >> da produtividade. >> >> pois o(a)s autore(a)s não devem ser punido(a)s injustamente quando a >> editora >> não enviar o exemplar dentro do prazo. >> >> Mannis >> >> >> >> >> -----Mensagem original----- >> De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br >> [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] >> Em nome de gubernik em terra.com.br >> Enviada em: terça-feira, 5 de junho de 2012 10:57 >> Para: Rodolfo Caesar >> Cc: Ney Carrasco; anppom-l em iar.unicamp.br; Antonia >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fw: Class Livros 2012 >> >> Minha sugestão é que o depósito obrigatório, se for cumprido sem >> contrariar >> direitos, seja de responsabilidade da editora. >> >> Carole >> >> >> On Seg 04/06/12 08:54 , Rodolfo Caesar rodolfo.caesar em gmail.com sent: >> > Peço à administração da lista que integre, para dar continuidade a >> > essa conversa, a participação da Profa. Antonia Pereira, nossa >> > >> > Coordenadora na área de artes. >> > >> > >> > >> > >> > >> > Prezada Antonia, >> > >> > >> > >> > >> > >> > Obrigado pela sua mensagem. >> > >> > Para efeitos de divulgação, cf. vc solicita, estou pedindo a inclusão >> > de sua mensagem na lista da anppom, pedindo ainda, à administração da >> > lista, que inclua vc à discussão que começa a se estabelecer. >> > >> > Agradeço pelos seus esclarecimentos, mas eles não cobrem as outras >> > >> > questões que enumerei em minha primeira mensagem, referentes aos >> > >> > produtos 'não-gutenberguianos'. >> > >> > >> > >> > Um abraço, >> > >> > >> > >> > Rodolfo >> > >> > >> > >> > 2012/6/4 Antonia pereira em ufba. >> > br target="_blank">: >> > > Prezados Ney e Rodolfo Caeser, >> > >> > > Bom dia. A CAPES trabalha com diferente formas avaliativas e possui >> > >> > > Qualis diferentes para cada processo em si (Qualis Artístico, >> > Periódico, >> > > Livro, eventos etc). A produção artística tem outros critérios e >> > exige outra >> > > forma e outra comissão (espaço). >> > >> > > Te encaminho abaixo, com cópia para o Prof. Ney Carrasco, mensagem >> > enviada >> > > aos Coordenadores sobre como solucionar o problema de quem publicou >> > > em >> > obra >> > > organizada (capítulo de livro) e possui apenas um exemplar da >> > mesma.  Todas >> > > as áreas que têm o livro como produção importante trabalham com o >> > exame do >> > > exemplar. >> > >> > > Gostaria muitíssimo que fizesse chegar essa mensagem aos seus colegas. >> > Em >> > > envio posterior encaminharei também outra mensagem sobre oaquelas >> > >> > > publicações publicadas no estrangeiro. Meu números de telefone são >> > 71 >> > > 32351692. 71 83167352. O mais indicado é o celular, pois estou quase >> > sempre >> > > em trânsito. Também tenho skype caso queira aprofundar essa >> > conversa. >> > > Muito Cordialmente, >> > >> > > Antonia Pereira >> > >> > > Coordenadora da Área de Artes >> > >> > > >> > >> > > >> > >> > > From: Antonia >> > >> > > Sent: Thursday, May 31, 2012 12:46 PM >> > >> > > Subject: Class Livros 2012 >> > >> > > >> > >> > > Prezado(o) Coordenador(a), >> > >> > > Comunicamos a prorrogação do prazos para envio, até o dia 15 >> > de junho de >> > > 2012, dos exemplares dos livros e capítulos de livros registrados no >> > coleta >> > > CAPES 2011 para a biblioteca da UNIRIO, no seguinte endereço: >> > >> > > >> > >> > > Biblioteca Central da UNIRIO >> > >> > > >> > >> > > C/C Isabel Grau >> > >> > > >> > >> > > Av. Pasteur 436 - Urca >> > >> > > >> > >> > > CEP - 22290-240, Rio de Janeiro, RJ >> > >> > > >> > >> > > Na ocasião, gostaríamos de solicitar  aos organizadores de >> > coletâneas, que >> > > se encarreguem de enviar (e de comunicar aos autores participantes) >> > > o exemplar da mesma, evitando  assim que todos enviem vários >> > > exemplares >> > da >> > > mesma coletânea ou, como tem ocorrido frequentemente, que algum >> > autor envie >> > > o único exemplar que possui. >> > >> > > >> > >> > > >> > >> > > >> > >> > > Em tempo, reanexamos a ficha a ser devidamente preenchida e >> > > encaminhada >> > numa >> > > via impressa junto com os livros e digitalmente para os endereços >> > >> > > apereira em ufb >> > a.br e bibdocla em g >> > mail.com >> > > >> > >> > > Desde já, agradecemos imensamente a atenção, colaboração e, >> > essencialmente, >> > > sua compreensão. >> > >> > > >> > >> > > Atenciosamente, >> > >> > > >> > >> > > >> > >> > > >> > >> > > Antonia Pereira >> > >> > > >> > >> > > Coordenadora da Área de Artes/Música >> > >> > > >> > >> > > >> > >> > > >> > >> > > Milton Terumitsu Sogabe >> > >> > > >> > >> > > Coordenador Adjunto >> > >> > > >> > >> > > >> > >> > > >> > >> > > PPGAC UFBA >> > >> > > http://www.ppgac.tea.ufba.br/ >> > > GRUPO DRAMATIS >> > >> > > http://grupodramatis.blogspot.com/ >> > > TRILOGIA MEMÓRIAS (Cia Estupor de Teatro) >> > >> > > http://www.trilogiamemorias.blogspot.com/ >> > ________________________________________________ >> > >> > Lista de discussões ANPPOM >> > >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> > >> > >> > >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > > > > -- > carlos palombini > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From cpalombini em gmail.com Thu Jun 7 20:08:21 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Thu, 7 Jun 2012 20:08:21 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] RES: Fw: Class Livros 2012 In-Reply-To: References: <49618.1338904619@terra.com.br> <00c101cd432e$718b17b0$54a14710$@com.br> Message-ID: Por que seria responsabilidade de um pesquisador enviar para uma Fundação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior cópia daquilo que produz como pesquisador? Para ela saber se o pesquisador está-se aperfeiçoando? Então como ela não divulga os critérios dessa progressão no aperfeiçoamento? E se a Capes recompensa o Programa e não o pesquisador pela produção (ao contrário do CNPq), por que a obrigação é do pesquisador? E se o pesquisador não mandando quem perde é o programa, que meios tem a Capes de cobrar do pesquisador? Na ficha da Capes que temos que preencher para enviar os livros não consta exatamente a solicitação da professora Antonia, mas o seguinte: *Observação*: No caso de *coletâneas*, seu organizador/autor (ou Programa > da área de Artes/Música a que está vinculado) deve se encarregar de enviar > um exemplar para a Biblioteca depositária. S*ó serão aceitos e > classificados exemplares impressos completos!* > 2012/6/7 Rodolfo Caesar > Oi Carlos, > > Não, isso não é da conta do programa. Veja trecho citado pela Profa. > Antonia em sua primeira mensagem: > "...gostaríamos de solicitar aos organizadores de coletâneas, que se > encarreguem de enviar ... " > > Quem está incumbido de enviar é o organizador de coletâneas, o qual, > se não tiver tido alguma conexão com o universo acadêmico - > consequentemente ignorando a existência de algo como a Capes - nem se > dará conta do quanto que está em débito com a mesma... > (Ou então posso me enganar: a Capes se refere somente aos > organizadores de coletâneas acadêmicas. Mas aí então..., a corda está > roída mesmo!...) > > abs, > Rodolfo > > > 2012/6/6 Carlos Palombini : > > > > Mannis, > > > > A exigência do envio de cópias do livro é da Capes para fins de avaliação > > dos programas. Como não existem critérios para a avaliação dos livros, só > > pode ser para provar que realmente foi publicado. O autor não será punido > > pela Capes: quem está obrigado a enviar cópias é o programa, que, no meu > > entender, é quem deve arcar com a responsabilidade de obtê-las, de obter > > verba da Capes para tal fim, ou a revogação dessa exigência descabida. > > > > Duvido muito que a maioria das editoras vá se dar ao trabalho de atender > as > > exigências da Capes. A não ser no caso daquelas editoras que publicam > > aqueles livros que ficam guardados às centenas nos depósitos de nossas > > instituições e que só servem mesmo para dizer (e provar) que foram > > publicados. > > > > Abraço, > > > > Carlos > > > > 2012/6/5 jamannis > >> > >> De acordo com a sugestão da Carole > >> > >> Mas mantenho a proposta de que seja aceita > >> > >> * uma Declaração do(a) Autor(a) com os dados da publicação contendo o > ISBN > >> e > >> um pdf da mesma como deposito provisório, para registro e cálculos > >> contábeis > >> da produtividade. > >> > >> pois o(a)s autore(a)s não devem ser punido(a)s injustamente quando a > >> editora > >> não enviar o exemplar dentro do prazo. > >> > >> Mannis > >> > >> > >> > >> > >> -----Mensagem original----- > >> De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br > >> [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] > >> Em nome de gubernik em terra.com.br > >> Enviada em: terça-feira, 5 de junho de 2012 10:57 > >> Para: Rodolfo Caesar > >> Cc: Ney Carrasco; anppom-l em iar.unicamp.br; Antonia > >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fw: Class Livros 2012 > >> > >> Minha sugestão é que o depósito obrigatório, se for cumprido sem > >> contrariar > >> direitos, seja de responsabilidade da editora. > >> > >> Carole > >> > >> > >> On Seg 04/06/12 08:54 , Rodolfo Caesar rodolfo.caesar em gmail.com sent: > >> > Peço à administração da lista que integre, para dar continuidade a > >> > essa conversa, a participação da Profa. Antonia Pereira, nossa > >> > > >> > Coordenadora na área de artes. > >> > > >> > > >> > > >> > > >> > > >> > Prezada Antonia, > >> > > >> > > >> > > >> > > >> > > >> > Obrigado pela sua mensagem. > >> > > >> > Para efeitos de divulgação, cf. vc solicita, estou pedindo a inclusão > >> > de sua mensagem na lista da anppom, pedindo ainda, à administração da > >> > lista, que inclua vc à discussão que começa a se estabelecer. > >> > > >> > Agradeço pelos seus esclarecimentos, mas eles não cobrem as outras > >> > > >> > questões que enumerei em minha primeira mensagem, referentes aos > >> > > >> > produtos 'não-gutenberguianos'. > >> > > >> > > >> > > >> > Um abraço, > >> > > >> > > >> > > >> > Rodolfo > >> > > >> > > >> > > >> > 2012/6/4 Antonia pereira em ufba. > >> > br target="_blank">: > >> > > Prezados Ney e Rodolfo Caeser, > >> > > >> > > Bom dia. A CAPES trabalha com diferente formas avaliativas e possui > >> > > >> > > Qualis diferentes para cada processo em si (Qualis Artístico, > >> > Periódico, > >> > > Livro, eventos etc). A produção artística tem outros critérios e > >> > exige outra > >> > > forma e outra comissão (espaço). > >> > > >> > > Te encaminho abaixo, com cópia para o Prof. Ney Carrasco, mensagem > >> > enviada > >> > > aos Coordenadores sobre como solucionar o problema de quem publicou > >> > > em > >> > obra > >> > > organizada (capítulo de livro) e possui apenas um exemplar da > >> > mesma. Todas > >> > > as áreas que têm o livro como produção importante trabalham com o > >> > exame do > >> > > exemplar. > >> > > >> > > Gostaria muitíssimo que fizesse chegar essa mensagem aos seus > colegas. > >> > Em > >> > > envio posterior encaminharei também outra mensagem sobre oaquelas > >> > > >> > > publicações publicadas no estrangeiro. Meu números de telefone são > >> > 71 > >> > > 32351692. 71 83167352. O mais indicado é o celular, pois estou > quase > >> > sempre > >> > > em trânsito. Também tenho skype caso queira aprofundar essa > >> > conversa. > >> > > Muito Cordialmente, > >> > > >> > > Antonia Pereira > >> > > >> > > Coordenadora da Área de Artes > >> > > >> > > > >> > > >> > > > >> > > >> > > From: Antonia > >> > > >> > > Sent: Thursday, May 31, 2012 12:46 PM > >> > > >> > > Subject: Class Livros 2012 > >> > > >> > > > >> > > >> > > Prezado(o) Coordenador(a), > >> > > >> > > Comunicamos a prorrogação do prazos para envio, até o dia 15 > >> > de junho de > >> > > 2012, dos exemplares dos livros e capítulos de livros registrados no > >> > coleta > >> > > CAPES 2011 para a biblioteca da UNIRIO, no seguinte endereço: > >> > > >> > > > >> > > >> > > Biblioteca Central da UNIRIO > >> > > >> > > > >> > > >> > > C/C Isabel Grau > >> > > >> > > > >> > > >> > > Av. Pasteur 436 - Urca > >> > > >> > > > >> > > >> > > CEP - 22290-240, Rio de Janeiro, RJ > >> > > >> > > > >> > > >> > > Na ocasião, gostaríamos de solicitar aos organizadores de > >> > coletâneas, que > >> > > se encarreguem de enviar (e de comunicar aos autores participantes) > >> > > o exemplar da mesma, evitando assim que todos enviem vários > >> > > exemplares > >> > da > >> > > mesma coletânea ou, como tem ocorrido frequentemente, que algum > >> > autor envie > >> > > o único exemplar que possui. > >> > > >> > > > >> > > >> > > > >> > > >> > > > >> > > >> > > Em tempo, reanexamos a ficha a ser devidamente preenchida e > >> > > encaminhada > >> > numa > >> > > via impressa junto com os livros e digitalmente para os endereços > >> > > >> > > apereira em ufb > >> > a.br e bibdocla em g > >> > mail.com > >> > > > >> > > >> > > Desde já, agradecemos imensamente a atenção, colaboração e, > >> > essencialmente, > >> > > sua compreensão. > >> > > >> > > > >> > > >> > > Atenciosamente, > >> > > >> > > > >> > > >> > > > >> > > >> > > > >> > > >> > > Antonia Pereira > >> > > >> > > > >> > > >> > > Coordenadora da Área de Artes/Música > >> > > >> > > > >> > > >> > > > >> > > >> > > > >> > > >> > > Milton Terumitsu Sogabe > >> > > >> > > > >> > > >> > > Coordenador Adjunto > >> > > >> > > > >> > > >> > > > >> > > >> > > > >> > > >> > > PPGAC UFBA > >> > > >> > > http://www.ppgac.tea.ufba.br/ > >> > > GRUPO DRAMATIS > >> > > >> > > http://grupodramatis.blogspot.com/ > >> > > TRILOGIA MEMÓRIAS (Cia Estupor de Teatro) > >> > > >> > > http://www.trilogiamemorias.blogspot.com/ > >> > ________________________________________________ > >> > > >> > Lista de discussões ANPPOM > >> > > >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> > ________________________________________________ > >> > > >> > > >> > > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > > > > > > > -- > > carlos palombini > > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodcv em acd.ufrj.br Fri Jun 8 08:33:09 2012 From: rodcv em acd.ufrj.br (Rodrigo Cicchelli Velloso) Date: Fri, 8 Jun 2012 08:33:09 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?FW=3A_Ci=EAncia_sem_Fronteiras?= In-Reply-To: References: <8C520B41-7BBB-4750-9C1C-C6F7B49A0C81@qub.ac.uk> Message-ID: Ola', Encaminho divulgacao. Abracos, Rodrigo > > ________________________________ > From: p.rebelo em qub.ac.uk > Subject: Ciência sem Fronteiras > Date: Fri, 8 Jun 2012 09:29:29 +0100 > To: rodcv2 em hotmail.com > > Olá Rodrigo, > No seguimento da nossa conversa na semana passada aqui vai um texto sobre o Ciência sem Fronteiras com destaque para a chamada dos programas de PhD e PosDoc aberta até ao dia 29 deste mês. Agradecia a divulgação. > Abraço > Pedro > > > > Science without Borders is an unprecedented programme by the Brazilian government to increase student mobility and international research collaboration. The Sonic Arts Research Centre, at Queen's University Belfast has ongoing research links with institutions such as USP, UFRJ and UFBA and as such SARC is interested in receiving applications within the Science without Borders scheme for both full doctorate and sandwich PhD programmes. > For further information on Science without Borders please visit http://www.cienciasemfronteiras.gov.br > Note that there is a deadline of 29th June 2012 for applications for the post-graduate and post-doctoral programmes. > For more information on SARC visit http://www.sarc.qub.ac.uk or contact Professor Pedro Rebelo to discuss potential PhD applications. > The Sonic Arts Research Centre (SARC) has, since it was officially opened by Karlheinz Stockhausen during the Sonorities Festival of Contemporary Music in April 2004, seen a dramatic growth in research activities and interests. The Centre, the first purpose-built facility of its kind in the UK, has brought together over fifty researchers working in the fields of music, computer science and electrical and electronic engineering into a world-class research group. > > An established centre of excellence dedicated to the research of music technology, SARC is a unique interdisciplinary environment which has united internationally recognised experts in the areas of musical composition, digital signal processing, performance technologies, acoustics and sound art. > > The Centre is established in a purpose-built facility located alongside the engineering departments of Queen's University Belfast. SARC?s centrepiece, the Sonic Laboratory, provides a unique space for cutting-edge initiatives in the creation and delivery of music and audio. The Sonic Laboratory's uniqueness is vested in the degree of flexibility it can provide for experiments in 3D sound diffusion and for ground-breaking compositional and performance work within a purpose-built, variable acoustic space. > Construction of the SARC building began in July 2002 and was completed in October 2003. Since its opening, the Centre has won an award for construction excellence from the Construction Employment Federation (CEF) and a commendation at the 2004 BIAT (British Institute of Architectural Technologists) awards for technical excellence. > SARC hosts a regular concert and seminar series which acts as a focal point for an international research culture with over 40 PhD students. The building also houses students in the BSc Music Technology and Sonic Arts and the MA Sonic Arts, making it one of the largest and most active facilities in areas relating to sound and new technologies. SARC is a research centre within the newly formed School of Creative Arts at Queen's University. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocaroso em gmail.com Fri Jun 8 13:04:40 2012 From: lucianocaroso em gmail.com (Luciano Caroso) Date: Fri, 8 Jun 2012 13:04:40 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Pesquisar_se_tornou_ainda_mais_f=E1?= =?iso-8859-1?q?cil?= In-Reply-To: References: Message-ID: Prezados: Encaminho a mensagem que, reputo, seja de utilidade para todos. Atenciosamente, --- LUCIANO CAROSO --- http://luciano.caroso.com.br ---------- Forwarded message ---------- From: Portal de Periódicos Date: 2012/6/8 Subject: Pesquisar se tornou ainda mais fácil To: Luciano Caroso Se você não conseguir visualizar esta mensagem corretamente, acesse esse link -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e acredita-se estar livre de perigo. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From sergio.barrenechea em gmail.com Sun Jun 10 10:26:32 2012 From: sergio.barrenechea em gmail.com (=?ISO-8859-1?Q?S=E9rgio_Barrenechea?=) Date: Sun, 10 Jun 2012 10:26:32 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?SIMPOM_II_-_divulga=E7=E3o?= Message-ID: Prezados colegas, Solicito a divulgação das infoemções abaixo, referentes ao II SIMPOM. Abraços, Sérgio Barrenechea *SIMPOM* *SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PÓS-GRADUANDOS EM MÚSICA* *O contexto brasileiro e a pesquisa em música* *Rio de Janeiro, 20 a 23 de novembro de 2012* * * *CONVIDADOS * *Dr. Lasse Thoresen (Composição)* Norwegian State Academy of Music *Dr. John Shepherd (Sociologia da Música)* Carleton University *Dra. Louise Meintjes (Etnomusicologia)* Duke University *Dr. James Grier (Musicologia)* The University of Western Ontario *Dr. Carlos Alberto Figueiredo (Musicologia) - *UNIRIO *Dra. Ivanka Stoianova (Teoria da Música)* University of Paris VIII *Dr. Gilbert Nouno (Sonologia) - *IRCAM - Paris *Dr. **Sergio Freire (Sonologia) - *UFMG *Dra. Eugenia Costa-Giomi (Educação Musical)* The University of Texas at Austin *Dra. Catarina Domenici (Práticas Interpretativas) ? *UFRGS *Dr. Fausto Borém (Práticas Interpretativas) ? *UFMG Inscrições de trabalhos 10/06 a 30/07/2012 Inscrições sem trabalho Abertura em 10/06 * * *Informações e Inscrições: www.unirio.br/simpom** * * * -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: II SIMPOM (2012) - folder.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 518559 bytes Descrição: não disponível URL: From danielpuig em me.com Mon Jun 11 14:06:39 2012 From: danielpuig em me.com (Daniel Puig) Date: Mon, 11 Jun 2012 19:06:39 +0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?windows-1252?q?ICE_=97_International_Contemporar?= =?windows-1252?q?y_Ensemble=2C_no_Brasil?= Message-ID: <774B012C-EAC6-4CB2-A940-D70AF08638F0@me.com> Queridos amigos e colegas, O ICE ? International Contemporary Ensemble estará se apresentando no Rio de Janeiro, São Paulo e Manaus, entre os dias 20 de junho e 1º de julho próximos. Além dos concertos, o grupo oferecerá masterclasses e oficinas nas diferentes cidades. Segue abaixo o link para o programa dos sete concertos, que contam com diversos compositores brasileiros e algumas estreias mundiais e brasileiras. Todas as apresentações terão entrada franca. Maiores informações sobre as oficinas e masterclasses seguem em um próximo e-mail. Não percam as apresentações desse grupo que tem sido considerado um dos mais arrojados e competentes da música do nosso tempo! http://iceorg.org/events/event/ice-in-brazil Rio de Janeiro Dia 20/6 - 19h Escola de Música da UFRJ Salão Leopoldo Miguez Participação especial do ABSTRAI Ensemble Dia 21/6 - 18h30 Casa da Gávea (Vigília Cultural, programação da Rio+20) Inclui apresentação do DVD do projeto "Nos sons da APA SFX" (Felipe Lara e Roberto Fachini) São Paulo Dia 24/6 - 20h Sala Itaú Cultural Dia 25/6 - 21h Instituto de Artes - UNESP Teatro Maria de Lourdes Sekeff T-Son 70 - Série de concertos promovida pelo estúdio PANaroma Co-Realização Itaú Cultural Dia 28/6 - 19h Pinacoteca do Estado Recital Solo de Flauta ? Claire Chase (Imperdível!) Manaus Dia 28/6 - 20h Teatro Amazonas Dia 01/7 - 19h Teatro Amazonas Concerto com a Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica Nos diferentes programas encontram-se obras dos brasileiros Marcos Balter, Sergio Kafejian, Arthur Kampela, Tania Lanfer, Felipe Lara, Alexandre Lunsqui, Flo Menezes, Jocy de Oliveira, Daniel Puig, Roberto Toscano e Rodrigo Cicchelli Velloso. Entre os compositores estrangeiros: John Cage, Elliot Carter, Pauline Oliveros, George Crumb, George Lewis, Toru Takemitsu, Mario Davidovsky, Steve Reich, Luciano Berio, Dai Fujikura, Du Yun e outros. A turnê está sendo produzida pela Vlaanderen Produções Culturais e pelo ICE e recebe o apoio da McArthur Foundation (EUA), Casa da Gávea (RJ), Estúdio PANaroma (SP), Governo do Estado do Amazonas, Itaú Cultural, Petrobrás, Pinacoteca de São Paulo, Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, SESC Rio de Janeiro e UNESP. Um grande abraço a todos! Daniel Puig -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From musicoyargentino em hotmail.com Mon Jun 11 19:44:51 2012 From: musicoyargentino em hotmail.com (=?iso-8859-1?B?RGFtaeFuIEtlbGxlcg==?=) Date: Mon, 11 Jun 2012 22:44:51 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com>, <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> Message-ID: Reencaminhando... Abraços, Damián Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 CC: musicoyargentino em hotmail.com To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; carole.gubernikoff em gmail.com Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... Falando da composição, minha área de atuação: Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica.A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la répétition" ... "rehearsal art"O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir.Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura.Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o amadurecimento de um trabalho.É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e de sua recepção. No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui a publicação nem a estreia. Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, distinto de qq qualis de livro ou congresso.Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem.Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade.Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador capes...o que torna sua qualificação falha. Minha sugestão é:1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo por pares)2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, local)3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e apresentação) A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no caso de trabalhos artísticos... absSilvio -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucascasacio em gmail.com Tue Jun 12 12:40:40 2012 From: lucascasacio em gmail.com (Lucas Casacio) Date: Tue, 12 Jun 2012 12:40:40 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Ol=E1ss?= In-Reply-To: References: Message-ID: Olá Pessoal, tudo bom? Gravamos dois vídeos do Grupo Quatro a Zero num apartamento na Praça da República em São Paulo tocando arranjos inéditos de músicas do Radamés Gnattali. Os dois sons tem nomes de doces. Deem uma olhada: Pé de Moleque: http://www.youtube.com/watch?v=8OXVLRavdMc Papo de Anjo: http://www.youtube.com/watch?v=W9ipoQ2CU3M&feature=relmfu Espero que gostem! Nosso novo site também já está no ar : www.quatroazero.com.br Por favor, ajudem-nos a divulgar. Abração Lucas Casacio -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Tue Jun 12 15:38:12 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Tue, 12 Jun 2012 11:38:12 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1339526292.44329.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> Caro Silvio Ferraz,    Concordo com toda a sua argumentação. Mas quanto aos ítens que você elencou como sugestão, aponto somente uma contradição de visarem uma avaliação e logo abaixo você fala do cuidado de não avaliar qualitativamente as obras em si, o que equivaleria a não avaliar a qualidade de um performer.    Gostaria que aprofundasse mais a sugestão, pois seus itens me parecem ser os "menos injustos", mas ainda assim trazendo uma injustiça latente. É um privilégio ter contatos entre grupos de carreira internacional prontos a tocar sua obra, mas uma obra de alta reflexão pode ficar anos escondida ou simplesmente não encontrar um intérprete que a tenha "topado". Além disso, o fato de uma peça ser tocada em Berlim, realmente significa que ela é mais "significante" do ponto de vista acadêmico? Mesmo levando em conta a instituição promotora, me parece que uma avaliação acadêmica aceitando esses termos validaria um caminho onde os atalhos institucionais ou pessoais pesam mais do que as obras em si.    Hoje os meios de divulgação via redes sociais, youtubes, etc. são tão mais acessíveis que temo ser necessário enfrentar uma avaliação qualitativa. Temo: Muito. Concordo que a dificuldade de partidarismo é grande. Não sei como seria, fui sincero quando pedi para que você aprofundasse os pontos. Abraços, Luciano Morais --- Em seg, 11/6/12, Damián Keller escreveu: De: Damián Keller Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Segunda-feira, 11 de Junho de 2012, 19:44 Reencaminhando... Abraços, Damián Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 CC: musicoyargentino em hotmail.com To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; carole.gubernikoff em gmail.com Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... Falando da composição, minha área de atuação: Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica.A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la répétition" ... "rehearsal art"O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir.Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura.Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o amadurecimento de um trabalho.É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e de sua recepção. No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui a publicação nem a estreia. Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, distinto de qq qualis de livro ou congresso.Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem.Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade.Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador capes...o que torna sua qualificação falha. Minha sugestão é:1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo por pares)2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, local)3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e apresentação) A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no caso de trabalhos artísticos...  absSilvio  -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Tue Jun 12 19:51:26 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Tue, 12 Jun 2012 15:51:26 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] Sobre o "ensino reprodutivo" Message-ID: <1339541486.81105.YahooMailClassic@web110316.mail.gq1.yahoo.com> Saudações, Em comemoração a um ano do blog "Audio Arte", trago para discussão, entre outros, o tema "ensino reprodutivo": http://audio-arte.blogspot.com.br/ Aproveito a oportunidade para saudar o Departamento de Música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) pela fundação do curso de Especialização em Pedagogia do Instrumento, o segundo dedicado a esta temática no país. O primeiro é a Especialização em Pedagogia do Piano no Conservatório Brasileiro de Música (CBM). Att, Daniel Cerqueira Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Wed Jun 13 07:48:05 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Wed, 13 Jun 2012 07:48:05 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?performance_historicamente_informad?= =?iso-8859-1?q?a_em_instrumentos_eletr=F4nicos=3F?= Message-ID: Apareceu no sábado, 10 de junho, no NYT um artigo comparando o problema de interpretar música eletrônica criada para instrumentos obsoletos com problemas associados à performance da "música antiga": http://www.nytimes.com/2012/06/10/arts/music/new-music-works-with-surprising-problem-dated-instruments.html?_r=2&pagewanted=all Electronic Woe: The Short Lives of Instruments Columbia University Computer Music Center Milton Babbitt, Peter Mauzey and Vladimir Ussachevsky, with the RCA Mark II Synthesizer in 1958. By ALLAN KOZINN Published: June 8, 2012 IN an onstage interview during an evening of music by Kaija Saariahoat Zankel Hall this spring Jeremy Geffen, Carnegie Hall?s director of artistic planning, asked Ms. Saariaho a provocative question, suggested by the nature of the music she was presenting. Though she writes prolifically for conventional ensembles, Ms. Saariaho also composes electronic music, and the works performed that evening not only combined live voices with recorded or electronically altered live sounds but also had video components, by Jean-Baptiste Barrière, that combined live and recorded elements. That?s a lot of technology, and several glowing Apple laptops sat on the mixing desk at the back of the hall, running it all. But in a preamble to his question Mr. Geffen noted that he had once visited the old Columbia-Princeton Electronic Music Center, where Milton Babbitt, Otto Luening and other electronic music pioneers composed on the room-size RCA Mark II Synthesizer, which was state of the art when it was built in 1958. Anyone who had ever worked with electronic music could see where Mr. Geffen was going: visions of 1960s vintage Moog modules, 1970s Buchla boxes and 1980s Atari computers passed before your eyes. Mr. Geffen wanted to know how Ms. Saariaho deals with the technological change that renders an electronic composers? tools archaic with alarming frequency. This, Ms. Saariaho acknowledged, was one of her worst nightmares. Several works on her program dated to the 1980s and ?90s. The technology behind them had to be revisited before they could be revived. Composers and new-music performers, meet the early-music world. Harpsichordists, viola da gamba players and devotees of wooden flutes, valveless horns and string instruments set up differently from their modern counterparts feel your pain, though only to a degree. Specialists in music from the Middle Ages through the early Romantic era have a thriving support industry to rely on: a world of instrument builders who use antique designs to reproduce the timbres and tactile qualities of early keyboards, strings, woodwinds, brasses and percussion instruments. The parallels are not exact of course. Everything moves immensely faster today than it did in, say, 1800, and instruments (the term now including computers and music-creation programs) that push the limits of possibility today may well be landfill three years from now. Whether this is a function of relentless creativity and innovation or corporate profit lust ? planned obsolescence run amok ? the bottom line is the same: You have to scramble to keep your music playable. That said, period-instrument players can point to times of rapid flux as well. Anyone who attended the Boston Early Music Festival in 2009 might have run into a minifestival of pianoforte music in which players demonstrated a great variety of transitional pianos, each with strikingly different characteristics of tone and touch. For performers of the historically informed persuasion this is a complicated issue. Discussing the pianos, some players expressed preferences for one maker?s style over another?s, but most agreed that the more pertinent issue was which pianos particular composers played or owned, and whether their works bear evidence that they had specific instruments in mind. Even musicians who take a less fine-grained approach believe that modern reproductions of period instruments should capture not only the timbres but also the broader experience that musicians of former times had when they sat down to play. The transaction involved in performing a bass line on a harpsichord, for example, is a complex interplay of tensions and time lags, a result of a sequence of actions that starts with the player depressing a key and ends with a quill plucking a string. How that feels, nearly as much as how it sounds, influenced the way composers wrote for the instrument, and it inevitably governs the way interpretations are shaped. Contemporary composers and performers may not entirely share that concern. Even granting that a work like Babbitt?s ?Philomel? (1964), for a live singer and a taped electronic part, owes its sound and perhaps even aspects of its structure to the setup at the Columbia-Princeton center, the moment the electronic element was completed, the synthesizer was beside the point. Does it make a difference whether a singer performs the work to the accompaniment of Babbitt?s four-track open-reel tape ? something many halls are unequipped to handle ? or the same recording played on a laptop? Probably not. Still, many electronic works today involve far more complicated electronics. Interaction now works both ways: Composers can ask singers and instrumentalists not only to respond to electronic sounds but also to trigger fresh sounds with their live contributions. And the devices that govern that kind of activity change rapidly. More conventional instruments do too. Consider the early (pre-?Satyagraha?) music of Philip Glass. The characteristic sound of the Philip Glass Ensemble was the acrid whine of a Farfisa electric organ, a staple of 1960s garage bands. Mr. Glass adopted the Farfisa almost by accident. As he put it in a 1980 interview, he needed a portable keyboard and found some used Farfisas, ?all in Queens, in knotty-pine basements, under stairwells.? The instrument was already a relic when he began using it. And when finding working models or parts became too time consuming, Mr. Glass?s sound crew switched to more reliable synthesizers that could sample and more or less reproduce the Farfisa timbre. But you can tell the difference, and I, for one, miss the raucous tone of the old Farfisas. Sometimes when technology changes, you cannot replace it with a digital approximation. Ligeti?s ?Poème Symphonique? for 100 metronomes(1962) should be the easiest of his scores to perform: all you have to do is wind up the 100 metronomes, start them at exactly the same time (O.K., that is not so easy) and let them wind down until the last one stops. But try finding 100 windup metronomes these days. I used to have one, but that was a few lifetimes ago. I replaced it with a battery-operated device that kept time more accurately, and now I use an iPhone app that can be set to the finest gradation of tempo I need and maintains it accurately until I turn it off. Jenny Undercofler, the director of Face the Music, a student ensemble at the Kaufman Center, had her group perform the ?Poème Symphonique? at Merkin Concert Hall in 2008. The Kaufman Center, near Lincoln Center, has two music schools, so you would think that metronomes would be plentiful. But the students use newfangled ones, and Ms. Undercofler had to find a rental house that had the foresight to stockpile them. If I were a period-instrument maker looking for expansion ideas, I would keep an eye on this. I?d buy up and recondition old-fashioned metronomes, Farfisa organs, Buchla and Moog units, Atari computers and every generation of Mac I could find. I?d warehouse spare parts and archive hardware schematics and software code. I would probably stop short of rebuilding the RCA Mark II Synthesizer, but who knows where the line should be drawn? Someday specialists in 20th- and 21st-century music may decide that the sampled sounds of antique technology just aren?t good enough. And someone should be ready to supply the real thing. A version of this article appeared in print on June 10, 2012, on page AR 12 of the New York edition with the headline: Electronic Woe: The Short Lives Of Instruments. -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cristtourinho em gmail.com Wed Jun 13 09:16:17 2012 From: cristtourinho em gmail.com (Cristina Tourinho) Date: Wed, 13 Jun 2012 09:16:17 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Fwd: Revista In-Reply-To: <20120613030617.7deaa4rqym0w4c40@webmail.ufba.br> References: <20120613030617.7deaa4rqym0w4c40@webmail.ufba.br> Message-ID: ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Data: 13 de junho de 2012 03:06 Assunto: Revista Para: Cristina Tourinho Prezada professora Cristina, Gostaria de informar que a Facom acaba de editar um númeno da revista Contemporânea, dedicado à escuta da música popular contemporânea. Atenciosamente, Monclar Valverde. Contemporanea - Revista de Comunicação e Cultura Vol. 10, No 1 (2012): Música, Escuta e Comunicação Sumário: http://www.portalseer.ufba.br/**index.php/contemporaneaposcom/** issue/view/638 ------------------------------**------------------------------**---- Universidade Federal da Bahia - http://www.portal.ufba.br -- Cristina Tourinho Professor Adjunto UFBA 71-88959153 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Wed Jun 13 14:36:04 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Wed, 13 Jun 2012 10:36:04 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1339526292.44329.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1339608964.5067.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Caro Luciano, Sílvio e demais membros da lista, Esta discussão está trazendo ideias muito boas e está começando a "dar forma" ao que pode vir a ser critérios de avaliação do "qualis" artístico. Todavia, gostaria de ressaltar um ponto: se pensarmos em produção artística de uma forma mais ampla na Performance Musical, critérios como "abrangência regional" e "complexidade da obra" ou de sua realização talvez não venham a se tornar pertinentes. Temos que pensar em como abarcar a prática da Música Popular, que se baseia em critérios bem diferentes da Música de Concerto. Acredito que só saberemos se uma obra artística possui "qualidade" ou não de acordo com sua recepção em relação ao público-alvo, e nesse sentido, só o tempo poderá dizer isso. Uma obra de música contemporânea, por exemplo, só pode ser avaliada qualitativamente a partir de seu impacto na respectiva área, e isso só o tempo poderá dizer. Enfim, é complicado mesmo... Um abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 12/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br, "Damián Keller" Data: Terça-feira, 12 de Junho de 2012, 15:38 Caro Silvio Ferraz,    Concordo com toda a sua argumentação. Mas quanto aos ítens que você elencou como sugestão, aponto somente uma contradição de visarem uma avaliação e logo abaixo você fala do cuidado de não avaliar qualitativamente as obras em si, o que equivaleria a não avaliar a qualidade de um performer.    Gostaria que aprofundasse mais a sugestão, pois seus itens me parecem ser os "menos injustos", mas ainda assim trazendo uma injustiça latente. É um privilégio ter contatos entre grupos de carreira internacional prontos a tocar sua obra, mas uma obra de alta reflexão pode ficar anos escondida ou simplesmente não encontrar um intérprete que a tenha "topado". Além disso, o fato de uma peça ser tocada em Berlim, realmente significa que ela é mais "significante" do ponto de vista acadêmico? Mesmo levando em conta a instituição promotora, me parece que uma avaliação acadêmica aceitando esses termos validaria um caminho onde os atalhos institucionais ou pessoais pesam mais do que as obras em si.    Hoje os meios de divulgação via redes sociais, youtubes, etc. são tão mais acessíveis que temo ser necessário enfrentar uma avaliação qualitativa. Temo: Muito. Concordo que a dificuldade de partidarismo é grande. Não sei como seria, fui sincero quando pedi para que você aprofundasse os pontos. Abraços, Luciano Morais --- Em seg, 11/6/12, Damián Keller escreveu: De: Damián Keller Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Segunda-feira, 11 de Junho de 2012, 19:44 Reencaminhando... Abraços, Damián Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 CC: musicoyargentino em hotmail.com To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; carole.gubernikoff em gmail.com Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... Falando da composição, minha área de atuação: Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica.A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la répétition" ... "rehearsal art"O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir.Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura.Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o amadurecimento de um trabalho.É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e de sua recepção. No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui a publicação nem a estreia. Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, distinto de qq qualis de livro ou congresso.Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem.Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade.Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador capes...o que torna sua qualificação falha. Minha sugestão é:1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo por pares)2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, local)3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e apresentação) A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no caso de trabalhos artísticos...  absSilvio  -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From danielquaranta em gmail.com Wed Jun 13 16:41:47 2012 From: danielquaranta em gmail.com (daniel quaranta) Date: Wed, 13 Jun 2012 16:41:47 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] EIMAS - 2012 Message-ID: *English below* * * *EIMAS 2012 * *de 11 a 14 de Setembro,* *Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)* * PRAZO DE INSCRIÇÃO: até 30 de junho de 2012 DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS: até 20 de julho de 2012 * *INSCRIÇÃO DE APRESENTAÇÃO ORAL/ARTIGO : *Queira submeter sua apresentação oral/artigo, seguindo as normas de publicação da Revista do Eimas ( http://www.ufjf.br/anais_eimas/normas-de-publicacao/), ao endereço eimas.paper em gmail.com . Apresentações orais não devem ultrapassar 30 min. O uso de recursos visuais (como Powerpoint) é altamente recomendável, dada a heterogeneidade do público do Eimas. *INSCRIÇÃO DE OBRA MUSICAL PARA PERFORMANCE : *Queira submeter sua proposta de performance (instrumental, eletrônica, mista, interativa), contendo instruções detalhadas e um link externo para um arquivo sonoro de sua obra, ao endereço eimas.musica em gmail.com . Performances não devem ultrapassar 10 min. O EIMAS fornecerá laptop e sistema de som até 4 canais. O EIMAS não fornecerá intérpretes para obras instrumentais. www.ufjf.br/eimas *Convidados 2012:* Stefano Scarani - Italia/EspanhaDuo Amrein-Henneberger - Suiça Joshua Fineberg - USATato Taborda -Brasil Leonardo Fuks -BrasilSara Cohen -BrasilAntonio Eduardo Santos -BrasilFabio Ventura -Brasil Denise Garcia -BrasilFrancisco Colasanto: México/ArgentinaJuan S. Lach Lau: MéxicoKjell Backmann - Suécia Maria Bernardete Castelan Póvoas -Brasil Guilherme Sauerbronn -Brasil *EIMAS 2012* *September 11-14,* *Universidade Federal de Juiz de Fora (MG, Brazil)* * * *ORAL PRESENTATION/PAPER SUBMISSION : *Please submit your paper to eimas.paper em gmail.com according to Eimas Review Guidelines (http://www.ufjf.br/anais_eimas/normas-de-publicacao/). Oral presentations should not exceed 30 min. The use of visual devices (such as Powerpoint) in your presentation is strongly advised, given the multicultural profile of Eimas audience. *MUSIC SUBMISSION : *Please submit your performance proposal (instrumental, electronic, mixed, interactive) containing detailed performance instructions and an external link to a soundfile of your work to eimas.musica em gmail.com . Performances should not exceed 10 min. Eimas will supply laptop and 4-channel sound system. Please notice that Eimas is currently unable to supply performers for submitted works. *DEADLINE SUBMISSION:* *June 30, 2012* *NOTIFICATION OF ACCEPTANCE: **July 20, 2012* * * * * -- ?????????????????????????????????????????????? Dr. Daniel Quaranta Universidade Federal de Juiz de Fora - MG http://www.ufjf.br/anais_eimas/ ISSN: 2236-8353 www.rem.ufpr.br ISSN 1415-953 http://www.ufjf.br/tecartes http://www.ufjf.br/eimas/ http://ouvindonopatio.podomatic.com http://soundcloud.com/danielquaranta/ http://www.bienalmercosul.art.br/7bienalmercosul/pt-br/ao-redor-de-433 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From fenerich em gmail.com Wed Jun 13 20:10:41 2012 From: fenerich em gmail.com (Ale Fenerich) Date: Wed, 13 Jun 2012 20:10:41 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] EIMAS - 2012 In-Reply-To: References: Message-ID: olá a todos! Peço a divulgação de um evento o qual participo da organização! Atento para o prazo de inscrições, que foi prorrogado até 30/06! Obrigado! Alexandre *English below* * * *EIMAS 2012 * *de 11 a 14 de Setembro,* *Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)* * PRAZO DE INSCRIÇÃO: até 30 de junho de 2012 DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS: até 20 de julho de 2012 * *INSCRIÇÃO DE APRESENTAÇÃO ORAL/ARTIGO : *Queira submeter sua apresentação oral/artigo, seguindo as normas de publicação da Revista do Eimas ( http://www.ufjf.br/anais_eimas/normas-de-publicacao/), ao endereço eimas.paper em gmail.com . Apresentações orais não devem ultrapassar 30 min. O uso de recursos visuais (como Powerpoint) é altamente recomendável, dada a heterogeneidade do público do Eimas. *INSCRIÇÃO DE OBRA MUSICAL PARA PERFORMANCE : *Queira submeter sua proposta de performance (instrumental, eletrônica, mista, interativa), contendo instruções detalhadas e um link externo para um arquivo sonoro de sua obra, ao endereço eimas.musica em gmail.com . Performances não devem ultrapassar 10 min. O EIMAS fornecerá laptop e sistema de som até 4 canais. O EIMAS não fornecerá intérpretes para obras instrumentais. www.ufjf.br/eimas *Convidados 2012:* Stefano Scarani - Italia/EspanhaDuo Amrein-Henneberger - Suiça Joshua Fineberg - USATato Taborda -Brasil Leonardo Fuks -BrasilSara Cohen -BrasilAntonio Eduardo Santos -BrasilFabio Ventura -Brasil Denise Garcia -BrasilFrancisco Colasanto: México/ArgentinaJuan S. Lach Lau: MéxicoKjell Backmann - Suécia Maria Bernardete Castelan Póvoas -Brasil Guilherme Sauerbronn -Brasil *EIMAS 2012* *September 11-14,* *Universidade Federal de Juiz de Fora (MG, Brazil)* * * *ORAL PRESENTATION/PAPER SUBMISSION : *Please submit your paper to eimas.paper em gmail.com according to Eimas Review Guidelines (http://www.ufjf.br/anais_eimas/normas-de-publicacao/). Oral presentations should not exceed 30 min. The use of visual devices (such as Powerpoint) in your presentation is strongly advised, given the multicultural profile of Eimas audience. *MUSIC SUBMISSION : *Please submit your performance proposal (instrumental, electronic, mixed, interactive) containing detailed performance instructions and an external link to a soundfile of your work to eimas.musica em gmail.com . Performances should not exceed 10 min. Eimas will supply laptop and 4-channel sound system. Please notice that Eimas is currently unable to supply performers for submitted works. *DEADLINE SUBMISSION:* *June 30, 2012* *NOTIFICATION OF ACCEPTANCE: **July 20, 2012* * * * * ------------------------------------------ Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Wed Jun 13 20:31:57 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Wed, 13 Jun 2012 20:31:57 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] eimas 2012 | ufjf Message-ID: *English below* * * *EIMAS 2012 * *de 11 a 14 de Setembro,* *Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)* * PRAZO DE INSCRIÇÃO: até 30 de junho de 2012 DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS: até 20 de julho de 2012 * *INSCRIÇÃO DE APRESENTAÇÃO ORAL/ARTIGO : *Queira submeter sua apresentação oral/artigo, seguindo as normas de publicação da Revista do Eimas ( http://www.ufjf.br/anais_eimas/normas-de-publicacao/), ao endereço eimas.paper em gmail.com . Apresentações orais não devem ultrapassar 30 min. O uso de recursos visuais (como Powerpoint) é altamente recomendável, dada a heterogeneidade do público do Eimas. *INSCRIÇÃO DE OBRA MUSICAL PARA PERFORMANCE : *Queira submeter sua proposta de performance (instrumental, eletrônica, mista, interativa), contendo instruções detalhadas e um link externo para um arquivo sonoro de sua obra, ao endereço eimas.musica em gmail.com . Performances não devem ultrapassar 10 min. O EIMAS fornecerá laptop e sistema de som até 4 canais. O EIMAS não fornecerá intérpretes para obras instrumentais. www.ufjf.br/eimas *Convidados 2012:* Stefano Scarani - Italia/EspanhaDuo Amrein-Henneberger - Suiça Joshua Fineberg - USATato Taborda -Brasil Leonardo Fuks -BrasilSara Cohen -BrasilAntonio Eduardo Santos -BrasilFabio Ventura -Brasil Denise Garcia -BrasilFrancisco Colasanto: México/ArgentinaJuan S. Lach Lau: MéxicoKjell Backmann - Suécia Maria Bernardete Castelan Póvoas -Brasil Guilherme Sauerbronn -Brasil *EIMAS 2012* *September 11-14,* *Universidade Federal de Juiz de Fora (MG, Brazil)* * * *ORAL PRESENTATION/PAPER SUBMISSION : *Please submit your paper to eimas.paper em gmail.com according to Eimas Review Guidelines (http://www.ufjf.br/anais_eimas/normas-de-publicacao/). Oral presentations should not exceed 30 min. The use of visual devices (such as Powerpoint) in your presentation is strongly advised, given the multicultural profile of Eimas audience. *MUSIC SUBMISSION : *Please submit your performance proposal (instrumental, electronic, mixed, interactive) containing detailed performance instructions and an external link to a soundfile of your work to eimas.musica em gmail.com . Performances should not exceed 10 min. Eimas will supply laptop and 4-channel sound system. Please notice that Eimas is currently unable to supply performers for submitted works. *DEADLINE SUBMISSION:* *June 30, 2012* *NOTIFICATION OF ACCEPTANCE: **July 20, 2012* -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Wed Jun 13 22:45:02 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Wed, 13 Jun 2012 18:45:02 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1339608964.5067.YahooMailClassic@web110308.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: <1339638302.99602.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> Caro Daniel, Silvio e demais membros da lista.     Que bom que a discussão está tomando forma. Gostaria mesmo de ver esses critérios sendo discutidos de maneira a estabelecer com mais segurança o critério de avaliação de nosso tipo de trabalho.     Mas a respeito de seu comentário, Daniel, há um vespeiro em que eu gostaria de mexer.     Minha sugestão é pensar nem em música de concerto, nem música popular. Mas em música "acadêmica". Não se trata de um novo gênero (que seria ridículo), mas de uma especificação para se referir a música produzida a partir das vivências de pesquisa nos termos próprios da investigação da/sobre a produção artística. Por professores e pesquisadores em música atuantes nos quadros universitários.     Nas reuniões de fundação da Associação de Performance, no ano passado, comentou-se da necessidade de avaliar, no lattes, a produção dos músicos quando participam de improvisação em bares, rodas de choro e casamentos. Sem entrar no mérito do susto, justificado ou não, que a maioria dos presentes levou, acredito que tanto as vivências populares quanto os concertos na Sala São Paulo podem representar a mais rasa estagnação intelectual diante da produção artística. Não concordo com todos os pontos da proposta do Sílvio, mas há no texto original dele indicativos pertinentes para modelos de avaliação de performance e criação "acadêmicas", que deveriam (na minha modesta opinião) diferir da música composta e produzida em outras instâncias sociais relevantes. Abraços, Luciano Morais --- Em qua, 13/6/12, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quarta-feira, 13 de Junho de 2012, 14:36 Caro Luciano, Sílvio e demais membros da lista, Esta discussão está trazendo ideias muito boas e está começando a "dar forma" ao que pode vir a ser critérios de avaliação do "qualis" artístico. Todavia, gostaria de ressaltar um ponto: se pensarmos em produção artística de uma forma mais ampla na Performance Musical, critérios como "abrangência regional" e "complexidade da obra" ou de sua realização talvez não venham a se tornar pertinentes. Temos que pensar em como abarcar a prática da Música Popular, que se baseia em critérios bem diferentes da Música de Concerto. Acredito que só saberemos se uma obra artística possui "qualidade" ou não de acordo com sua recepção em relação ao público-alvo, e nesse sentido, só o tempo poderá dizer isso. Uma obra de música contemporânea, por exemplo, só pode ser avaliada qualitativamente a partir de seu impacto na respectiva área, e isso só o tempo poderá dizer. Enfim, é complicado mesmo... Um abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 12/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br, "Damián Keller" Data: Terça-feira, 12 de Junho de 2012, 15:38 Caro Silvio Ferraz,    Concordo com toda a sua argumentação. Mas quanto aos ítens que você elencou como sugestão, aponto somente uma contradição de visarem uma avaliação e logo abaixo você fala do cuidado de não avaliar qualitativamente as obras em si, o que equivaleria a não avaliar a qualidade de um performer.    Gostaria que aprofundasse mais a sugestão, pois seus itens me parecem ser os "menos injustos", mas ainda assim trazendo uma injustiça latente. É um privilégio ter contatos entre grupos de carreira internacional prontos a tocar sua obra, mas uma obra de alta reflexão pode ficar anos escondida ou simplesmente não encontrar um intérprete que a tenha "topado". Além disso, o fato de uma peça ser tocada em Berlim, realmente significa que ela é mais "significante" do ponto de vista acadêmico? Mesmo levando em conta a instituição promotora, me parece que uma avaliação acadêmica aceitando esses termos validaria um caminho onde os atalhos institucionais ou pessoais pesam mais do que as obras em si.    Hoje os meios de divulgação via redes sociais, youtubes, etc. são tão mais acessíveis que temo ser necessário enfrentar uma avaliação qualitativa. Temo: Muito. Concordo que a dificuldade de partidarismo é grande. Não sei como seria, fui sincero quando pedi para que você aprofundasse os pontos. Abraços, Luciano Morais --- Em seg, 11/6/12, Damián Keller escreveu: De: Damián Keller Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Segunda-feira, 11 de Junho de 2012, 19:44 Reencaminhando... Abraços, Damián Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 CC: musicoyargentino em hotmail.com To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; carole.gubernikoff em gmail.com Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... Falando da composição, minha área de atuação: Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica.A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la répétition" ... "rehearsal art"O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir.Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura.Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o amadurecimento de um trabalho.É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e de sua recepção. No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui a publicação nem a estreia. Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, distinto de qq qualis de livro ou congresso.Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem.Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade.Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador capes...o que torna sua qualificação falha. Minha sugestão é:1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo por pares)2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, local)3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e apresentação) A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no caso de trabalhos artísticos...  absSilvio  -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Thu Jun 14 12:21:25 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Thu, 14 Jun 2012 12:21:25 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?1=BA_Concurso_=22PESADELOS_DOS_POVO?= =?iso-8859-1?q?S=22?= Message-ID: Olá: Ganhe um DVD do "AUTO DO PESADELO DE DOM BOSCO", ópera de rua do maestro Jorge Antunes no *1º Concurso "PESADELOS DOS POVOS"* * * Leia o regulamento do Concurso no blog : *http://jorgeantunespsol.blogspot.com.br/* -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From danielpuig em me.com Thu Jun 14 19:42:49 2012 From: danielpuig em me.com (Daniel Puig) Date: Fri, 15 Jun 2012 00:42:49 +0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?windows-1252?q?ICE_=97_Masterclasses_no_Rio?= Message-ID: <9ADD6B2B-547D-48D7-9A98-4159CA38545E@me.com> Queridos amigos e colegas, Em e-mail anterior divulgamos que o ICE ? International Contemporary Ensemble estará se apresentando no Rio de Janeiro, São Paulo e Manaus, entre os dias 20 de junho e 1º de julho próximos. Além dos concertos, o grupo oferecerá masterclasses nas diferentes cidades. A programação completa dos concertos pode ser acessada em http://iceorg.org/events/event/ice-in-brazil Segue abaixo o esquema de inscrição de alunos para as masterclasses que acontecerão no Rio de Janeiro. Todas estão concentradas na Escola de Música da UFRJ, que também se encontra entre os nossos apoiadores. (No e-mail passado, esta informação não constava, por um erro na redação do mesmo.*) Qualquer pessoa que queira apenas assistir como ouvinte é bem-vinda. Aos Professores incluídos nesta divulgação, pedimos encarecidamente a divulgação entre seus alunos! As masterclasses serão de instrumentos em separado e composição, conforme a lista abaixo. Todas as masterclasses começarão às 10:00, na Escola de Música da UFRJ - Rua do Passeio, 98 - Centro - Rio de Janeiro. Pedimos aos participantes que cheguem com 15 minutos de antecedência para podermos encaminhá-los às respectivas salas. FLAUTA - Claire Chase CLARINETE - Joshua Rubin FAGOTE - Rebekah Heller PIANO - Jacob Greenberg VIOLÃO - Daniel Lippel PERCUSSÃO - Ross Karre COMPOSIÇÃO - Marcos Balter e Felipe Lara Esta masterclass será precedida de uma apresentação do processo de composição de "lagrimar", seguida de debate ?Daniel Puig (45 minutos, começando às 10:00). A seleção dos alunos que irão participar ativamente das masterclasses terá a seguinte sistemática: - coleta de informações via e-mail até o dia 20/6 ? prazo final - confecção de uma lista com todos os interessados e os dados enviados - entrega da lista aos professores - seleção dos alunos feita exclusivamente pelos professores das masterclasses, procurando contemplar as diferentes instituições de ensino representadas Os alunos interessados em participar ativamente das masterclasses de instrumento devem enviar as seguintes informações para danielpuig em me.com : 1) Nome completo 2) Título e autor da música que pretende tocar 3) Instituição de ensino de música à qual está ligado O aluno deve trazer consigo a partitura da música no dia da oficina. Os alunos interessados em participar ativamente da masterclass de composição devem enviar as seguintes informações para marcosbalter em hotmail.com : 1) Nome completo 2) PDF de uma composição recente, de sua autoria, OU link para acesso à partitura 3) Título e instrumentação da composição submetida 4) Instituição de ensino de música à qual está ligado O aluno deve trazer consigo a partitura impressa da música no dia da oficina. Ficamos à disposição no e-mail danielpuig em me.com para qualquer esclarecimento adicional. *A turnê do ICE está sendo produzida pela Vlaanderen Produções Culturais e pelo ICE e recebe o apoio da McArthur Foundation (EUA), Casa da Gávea (RJ), Escola de Música da UFRJ, Estúdio PANaroma (SP), Governo do Estado do Amazonas, Itaú Cultural, Petrobrás, Pinacoteca de São Paulo, Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, SESC Rio de Janeiro, UFRJ e UNESP. Um grande abraço a todos! Daniel Puig -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From danielpuig em me.com Thu Jun 14 19:56:42 2012 From: danielpuig em me.com (Daniel Puig) Date: Fri, 15 Jun 2012 00:56:42 +0200 Subject: [ANPPOM-Lista] =?windows-1252?q?ICE_=97_Masterclasses_no_Rio?= In-Reply-To: <9ADD6B2B-547D-48D7-9A98-4159CA38545E@me.com> References: <9ADD6B2B-547D-48D7-9A98-4159CA38545E@me.com> Message-ID: DATA: 21/6/2012 - quinta-feira (esta informação estava faltando!) Em 15/06/2012, às 00:42, Daniel Puig escreveu: > Queridos amigos e colegas, > > Em e-mail anterior divulgamos que o ICE ? International Contemporary Ensemble estará se apresentando no Rio de Janeiro, São Paulo e Manaus, entre os dias 20 de junho e 1º de julho próximos. Além dos concertos, o grupo oferecerá masterclasses nas diferentes cidades. A programação completa dos concertos pode ser acessada em http://iceorg.org/events/event/ice-in-brazil > > Segue abaixo o esquema de inscrição de alunos para as masterclasses que acontecerão no Rio de Janeiro. Todas estão concentradas na Escola de Música da UFRJ, que também se encontra entre os nossos apoiadores. (No e-mail passado, esta informação não constava, por um erro na redação do mesmo.*) > > Qualquer pessoa que queira apenas assistir como ouvinte é bem-vinda. Aos Professores incluídos nesta divulgação, pedimos encarecidamente a divulgação entre seus alunos! > > As masterclasses serão de instrumentos em separado e composição, conforme a lista abaixo. Todas as masterclasses começarão às 10:00, na Escola de Música da UFRJ - Rua do Passeio, 98 - Centro - Rio de Janeiro. Pedimos aos participantes que cheguem com 15 minutos de antecedência para podermos encaminhá-los às respectivas salas. > > FLAUTA - Claire Chase > CLARINETE - Joshua Rubin > FAGOTE - Rebekah Heller > PIANO - Jacob Greenberg > VIOLÃO - Daniel Lippel > PERCUSSÃO - Ross Karre > > COMPOSIÇÃO - Marcos Balter e Felipe Lara > Esta masterclass será precedida de uma apresentação do processo de composição de "lagrimar", seguida de debate ?Daniel Puig (45 minutos, começando às 10:00). > > A seleção dos alunos que irão participar ativamente das masterclasses terá a seguinte sistemática: > - coleta de informações via e-mail até o dia 20/6 ? prazo final > - confecção de uma lista com todos os interessados e os dados enviados > - entrega da lista aos professores > - seleção dos alunos feita exclusivamente pelos professores das masterclasses, procurando contemplar as diferentes instituições de ensino representadas > > Os alunos interessados em participar ativamente das masterclasses de instrumento devem enviar as seguintes informações para danielpuig em me.com : > 1) Nome completo > 2) Título e autor da música que pretende tocar > 3) Instituição de ensino de música à qual está ligado > O aluno deve trazer consigo a partitura da música no dia da oficina. > > Os alunos interessados em participar ativamente da masterclass de composição devem enviar as seguintes informações para marcosbalter em hotmail.com : > 1) Nome completo > 2) PDF de uma composição recente, de sua autoria, OU link para acesso à partitura > 3) Título e instrumentação da composição submetida > 4) Instituição de ensino de música à qual está ligado > O aluno deve trazer consigo a partitura impressa da música no dia da oficina. > > Ficamos à disposição no e-mail danielpuig em me.com para qualquer esclarecimento adicional. > > *A turnê do ICE está sendo produzida pela Vlaanderen Produções Culturais e pelo ICE e recebe o apoio da McArthur Foundation (EUA), Casa da Gávea (RJ), Escola de Música da UFRJ, Estúdio PANaroma (SP), Governo do Estado do Amazonas, Itaú Cultural, Petrobrás, Pinacoteca de São Paulo, Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, SESC Rio de Janeiro, UFRJ e UNESP. > > Um grande abraço a todos! > > Daniel Puig > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alvaroguitar em gmail.com Thu Jun 14 23:18:15 2012 From: alvaroguitar em gmail.com (Alvaro Henrique) Date: Thu, 14 Jun 2012 23:18:15 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> Message-ID: Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo assim ;-) . Mas veja só: - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e tocar no Carnegie Hall; - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista da Berliner; - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra tocar no maior congresso da sua área; - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de lançamento de CD. Etc... Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito nacional, local ou internacional, etc. E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países diferentes. Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. Abraços, Alvaro Henrique Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller escreveu: > > Reencaminhando... > > Abraços, > Damián > > Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - > Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal > University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > > > ------------------------------ > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > arte e ciência > From: silvioferrazmello em uol.com.br > Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 > CC: musicoyargentino em hotmail.com > To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; > carole.gubernikoff em gmail.com > > Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... > > Falando da composição, minha área de atuação: > > Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. > A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la > répétition" ... "rehearsal art" > O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou > acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais > sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. > > Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o > repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter > uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo > grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. > Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. > Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o > amadurecimento de um trabalho. > É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo > reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e > de sua recepção. > > No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma > vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de > considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja > digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui > a publicação nem a estreia. > > Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, > distinto de qq qualis de livro ou congresso. > Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência > internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. > Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. > Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma > coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. > > Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de > seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo > de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador > capes...o que torna sua qualificação falha. > > Minha sugestão é: > 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: > internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo > por pares) > 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, > local) > 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se > distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou > performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e > apresentação) > > A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do > trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que > a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por > razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no > caso de trabalhos artísticos... > > abs > Silvio > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lcm em usp.br Fri Jun 15 09:18:19 2012 From: lcm em usp.br (lcm em usp.br) Date: Fri, 15 Jun 2012 09:18:19 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> Message-ID: <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. Abraços, Luciano Citando Alvaro Henrique : > Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo > enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > > Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente > mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo > assim ;-) . Mas veja só: > > - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > tocar no Carnegie Hall; > - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista > da Berliner; > - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra > tocar no maior congresso da sua área; > - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > lançamento de CD. > > Etc... > > Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem > um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito > nacional, local ou internacional, etc. > > E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance > A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. > O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja > valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era > que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que > um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor > e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. > > Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem > gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? > > Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o > alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de > novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão > 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da > bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações > também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música > Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela > internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta > com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > diferentes. > > Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e > alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o > fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller > escreveu: > >> >> Reencaminhando... >> >> Abraços, >> Damián >> >> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >> >> >> ------------------------------ >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >> arte e ciência >> From: silvioferrazmello em uol.com.br >> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >> CC: musicoyargentino em hotmail.com >> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >> carole.gubernikoff em gmail.com >> >> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >> >> Falando da composição, minha área de atuação: >> >> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >> répétition" ... "rehearsal art" >> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >> >> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >> amadurecimento de um trabalho. >> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >> de sua recepção. >> >> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >> a publicação nem a estreia. >> >> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >> >> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >> capes...o que torna sua qualificação falha. >> >> Minha sugestão é: >> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >> por pares) >> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >> local) >> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >> apresentação) >> >> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >> caso de trabalhos artísticos... >> >> abs >> Silvio >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > From dal_lemos em yahoo.com.br Fri Jun 15 10:26:36 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Fri, 15 Jun 2012 06:26:36 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1339766796.95300.YahooMailClassic@web110312.mail.gq1.yahoo.com> Caros colegas da lista, Concordo com os critérios que tem sido apresentados aqui como forma de subsidiar uma possível qualificação e - subsequente - pontuação da produção artística. Tem a questão da abrangência regional (local, nacional, etc.), o da "relevância" da obra, o "ineditismo" - que já acontece na Performance (que também é questionável, pois quem trabalha com pesquisa em Performance de Música Antiga jamais seria valorizado), etc. Porém, fico extremamente receoso justamente sobre esse julgamento, que tende a ser generalizador e buscar semelhanças com o já existente critério de qualidade da produção bibliográfica. Será que toda performance no Carnegie Hall possuirá qualidade artística superior a outras que acontecem na Sala São Paulo? Vemos aí que julgar somente pela questão regional também é complicado. É por isso mesmo que vemos "pontos fora da curva" para a avaliação da produção bibliográfica, sendo algumas sub ou supervalorizadas. Quem oferece o nível de qualis não é o artigo, mas a revista. E nem todas as publicações de uma revista "x" de qualis A1 são realmente dignas de possuir essa qualificação. Enfim, por mais que se estabeleçam critérios para qualificar a produção, volto a afirmar que este julgamento deve partir do princípio de valorizar quem produz. Quem não produz deve estar agora fazendo compras e achando nossa discussão uma perda de tempo. Daniel Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em sex, 15/6/12, SBME . escreveu: De: SBME . Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "luciano cesar" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br, "Daniel Lemos" Data: Sexta-feira, 15 de Junho de 2012, 10:07 Olá, colegas: Em anexo envio um interessante artigo de Charles Kiefer sobre o tema em discussão.A mim, sobre a questão aqui discutida, cabe apenas propor novamente a luta pela criação de um novo Conselho Nacional: o CNSPA, CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO E PESQUISA ARTÍSTICAS.Apresentei essa proposta há alguns anos na Anppom e a incluí em minha plataforma quando fui candidato ao Senado Federal pelo DF. Com a existência do CNSPA, que teria as mesmas características do CNPq (seria uma espécie de CNPq das artes), possivelmente tudo se resolveria.Abraços,Jorge Antunes Em 13 de junho de 2012 22:45, luciano cesar escreveu: Caro Daniel, Silvio e demais membros da lista.     Que bom que a discussão está tomando forma. Gostaria mesmo de ver esses critérios sendo discutidos de maneira a estabelecer com mais segurança o critério de avaliação de nosso tipo de trabalho.     Mas a respeito de seu comentário, Daniel, há um vespeiro em que eu gostaria de mexer.     Minha sugestão é pensar nem em música de concerto, nem música popular. Mas em música "acadêmica". Não se trata de um novo gênero (que seria ridículo), mas de uma especificação para se referir a música produzida a partir das vivências de pesquisa nos termos próprios da investigação da/sobre a produção artística. Por professores e pesquisadores em música atuantes nos quadros universitários.     Nas reuniões de fundação da Associação de Performance, no ano passado, comentou-se da necessidade de avaliar, no lattes, a produção dos músicos quando participam de improvisação em bares, rodas de choro e casamentos. Sem entrar no mérito do susto, justificado ou não, que a maioria dos presentes levou, acredito que tanto as vivências populares quanto os concertos na Sala São Paulo podem representar a mais rasa estagnação intelectual diante da produção artística. Não concordo com todos os pontos da proposta do Sílvio, mas há no texto original dele indicativos pertinentes para modelos de avaliação de performance e criação "acadêmicas", que deveriam (na minha modesta opinião) diferir da música composta e produzida em outras instâncias sociais relevantes. Abraços, Luciano Morais --- Em qua, 13/6/12, Daniel Lemos escreveu: De: Daniel Lemos Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quarta-feira, 13 de Junho de 2012, 14:36 Caro Luciano, Sílvio e demais membros da lista, Esta discussão está trazendo ideias muito boas e está começando a "dar forma" ao que pode vir a ser critérios de avaliação do "qualis" artístico. Todavia, gostaria de ressaltar um ponto: se pensarmos em produção artística de uma forma mais ampla na Performance Musical, critérios como "abrangência regional" e "complexidade da obra" ou de sua realização talvez não venham a se tornar pertinentes. Temos que pensar em como abarcar a prática da Música Popular, que se baseia em critérios bem diferentes da Música de Concerto. Acredito que só saberemos se uma obra artística possui "qualidade" ou não de acordo com sua recepção em relação ao público-alvo, e nesse sentido, só o tempo poderá dizer isso. Uma obra de música contemporânea, por exemplo, só pode ser avaliada qualitativamente a partir de seu impacto na respectiva área, e isso só o tempo poderá dizer. Enfim, é complicado mesmo... Um abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 12/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br, "Damián Keller" Data: Terça-feira, 12 de Junho de 2012, 15:38 Caro Silvio Ferraz,    Concordo com toda a sua argumentação. Mas quanto aos ítens que você elencou como sugestão, aponto somente uma contradição de visarem uma avaliação e logo abaixo você fala do cuidado de não avaliar qualitativamente as obras em si, o que equivaleria a não avaliar a qualidade de um performer.    Gostaria que aprofundasse mais a sugestão, pois seus itens me parecem ser os "menos injustos", mas ainda assim trazendo uma injustiça latente. É um privilégio ter contatos entre grupos de carreira internacional prontos a tocar sua obra, mas uma obra de alta reflexão pode ficar anos escondida ou simplesmente não encontrar um intérprete que a tenha "topado". Além disso, o fato de uma peça ser tocada em Berlim, realmente significa que ela é mais "significante" do ponto de vista acadêmico? Mesmo levando em conta a instituição promotora, me parece que uma avaliação acadêmica aceitando esses termos validaria um caminho onde os atalhos institucionais ou pessoais pesam mais do que as obras em si.    Hoje os meios de divulgação via redes sociais, youtubes, etc. são tão mais acessíveis que temo ser necessário enfrentar uma avaliação qualitativa. Temo: Muito. Concordo que a dificuldade de partidarismo é grande. Não sei como seria, fui sincero quando pedi para que você aprofundasse os pontos. Abraços, Luciano Morais --- Em seg, 11/6/12, Damián Keller escreveu: De: Damián Keller Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Segunda-feira, 11 de Junho de 2012, 19:44 Reencaminhando... Abraços, Damián Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência From: silvioferrazmello em uol.com.br Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 CC: musicoyargentino em hotmail.com To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; carole.gubernikoff em gmail.com Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... Falando da composição, minha área de atuação: Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la répétition" ... "rehearsal art"O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura.Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o amadurecimento de um trabalho.É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e de sua recepção. No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui a publicação nem a estreia. Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, distinto de qq qualis de livro ou congresso. Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem.Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade.Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador capes...o que torna sua qualificação falha. Minha sugestão é:1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo por pares)2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, local) 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e apresentação) A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no caso de trabalhos artísticos...  absSilvio  -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alvaroguitar em gmail.com Fri Jun 15 11:28:03 2012 From: alvaroguitar em gmail.com (Alvaro Henrique) Date: Fri, 15 Jun 2012 11:28:03 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <7CDEC181-3629-42C4-8040-3FE4B1E7E8F3@uol.com.br> References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> <7CDEC181-3629-42C4-8040-3FE4B1E7E8F3@uol.com.br> Message-ID: Caro Sílvio, Também encaminho sua mensagem, que pode ser lida abaixo, à lista da ANPPOM. Suas observações são boas para aprimorar a avaliação, e concordo com elas. Não sei exatamente até quê ponto apenas um qualis menor geraria desinteresse de músicos de participar em certos tipos de evento. Afinal, quem produz num ano apenas uma única coisa, mesmo com qualis A1, ainda pontua pouco. Pode sim levar os músicos a focar seus esforços numa apresentação com qualis maior, mas não vejo isso como um problema. Abraços, Alvaro Henrique - Em 15 de junho de 2012 11:20, silvioferrazmello < silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu: > Caro Álvaro, > > Minhas mensagens enviadas à Anppom não chegam pois não sei se ainda sou > filiado. > Por isto tenho de responder sempre pessoalmente e para pequenos grupos. > > Então: > Teus argumentos são corretos, mas como vc vê vc mesmo já propôs uma série > grande de variáveis. > A princípio, até onde entendo a Capes, distinguem-se 3 espaços: > Internacional (carneghie hall, opera de paris, teatros municipais de > grandes capitais, grandes salas de espetáculo...) > Nacional (Masp, teatro de Universidades, teatro de Music Hoschule e > Conservatórios...mesmo que fora do país...) > Local (auditório da faculdade ou instituto, pequenas igrejas de vilarejos, > pequenas salas de concerto ou show) > > e isto tem de se articular com o evento que está por trás do concerto/show > eventos internacionais como congressos ou encontros ou forum podem se dar > em espaços Nacionais ou até mesmo Locais, mas o evento é internacional > então vamos lá: > eventos > Internacionais Congressos, Festivais, > Nacionais, Painéis, Congressos Nacionais, Festivais nacionais, Encontros > etc > Locais Colóquios, Mostras, etc... > (Isto os Capesianos devem de ter já uma tabelinha para trabalhar) > > Então, > se há evento, o evento qualifica o concerto/show > se não há evento o local qualifica o concerto/show > > Estive no Encuentro Internacional de Compositores de Chile e lá tive uma > estreia: > Lá estávamos, Carola Baucholt (Profa. UDK Berlin), Fabien Levy (Prof. > Columbia: NY), Jorge Horst (UNR Rosario), Emanuel Nunes (IRCAM), este ano > terá Gabriel Manka, Phelipe Leroux, Marco Stroppa... a Capes pontuou como > "B alguma coisa"...pois ele não sabe quem são as pessoas que passam por > este evento...por outro lado pontuou alguns "A sei lá o que" para eventos > que se deram no exterior mas que são eventos de abrangência nacional. > > este festival em Lima, o qual vc comenta também deve de ter sua dimensão > nacional, ou mesmo internacional... > > > Por outro lado, ainda, muitas vezes é importante que pessoas que já são > reconhecidas pela comunidade participem de eventos novos, toquem ou tenham > obras apresentadas em salas pequenas, em espaços Locais...o que é > extremamente importante!!!!! mas que a Capes qualificaria mal....Ou seja, > um grupo bacana de trabalho de difusão de música que viaje para pequenas > comunidades apresentando um trabalho inédito pode correr o risco de ser mal > qualificado... > > É o risco deste sistema que, como já disseram na lista, é estúpido. > > Abs > Silvio > > > On Jun 14, 2012, at 11:18 PM, Alvaro Henrique wrote: > > Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo > enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > > Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, > provavelmente mais simples que na composição - talvez porque sou da > performance vejo assim ;-) . Mas veja só: > > - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > tocar no Carnegie Hall; > - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista > da Berliner; > - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra > tocar no maior congresso da sua área; > - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > lançamento de CD. > > Etc... > > Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem > um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito > nacional, local ou internacional, etc. > > E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance > A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. > O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja > valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era > que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que > um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor > e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. > > Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem > gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? > > Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o > alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de > novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão > 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da > bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações > também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música > Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela > internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta > com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > diferentes. > > Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e > alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o > fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller escreveu: > >> >> Reencaminhando... >> >> Abraços, >> Damián >> >> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >> >> >> ------------------------------ >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >> arte e ciência >> From: silvioferrazmello em uol.com.br >> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >> CC: musicoyargentino em hotmail.com >> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >> carole.gubernikoff em gmail.com >> >> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a >> vcs... >> >> Falando da composição, minha área de atuação: >> >> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >> científica. >> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >> répétition" ... "rehearsal art" >> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui >> ou acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito >> mais sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >> >> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >> amadurecimento de um trabalho. >> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >> sobretudo reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento >> da obra e de sua recepção. >> >> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça >> uma vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >> a publicação nem a estreia. >> >> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a >> mesma coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >> >> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >> capes...o que torna sua qualificação falha. >> >> Minha sugestão é: >> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >> por pares) >> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >> local) >> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >> apresentação) >> >> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >> caso de trabalhos artísticos... >> >> abs >> Silvio >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianadelben em uol.com.br Sat Jun 16 06:04:07 2012 From: lucianadelben em uol.com.br (lucianadelben) Date: Sat, 16 Jun 2012 06:04:07 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] XXII Congresso da Anppom - trabalhos aprovados Message-ID: <4fdc4c0784038_11ab27c39343a@a4-weasel12.tmail> Um anexo em HTML foi limpo... URL: From guilherme_goldberg em hotmail.com Sat Jun 16 10:04:54 2012 From: guilherme_goldberg em hotmail.com (Guilherme Goldberg) Date: Sat, 16 Jun 2012 13:04:54 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] Chamada de artigos / Call for submissions In-Reply-To: References: Message-ID: Caros Informo que encontra-se aberto, até 31 de julho próximo, o período para submissão de artigos para o quinto volume da Revista do Conservatório de Música da UFPel. Mais informações referentes à Revista, tais como perfil, normas e demais prazos, além dos volumes anteriores, podem ser encontradas no site http://conservatorio.ufpel.edu.br/revista/. Atenciosamente, Prof. Dr. Luiz Guilherme Duro Goldberg Editor da Revista do Conservatório de Música/UFPel ______________________________________________________________________________________________________ Call for submissions The "Revista do Conservatório de Música", a journal published annually by the Conservatory of Music at the Federal University of Pelotas (Brazil), has an ongoing call for submissions of articles open until July 31, 2012. The journal accept submissions of articles in portuguese, english, french and spanish, related to various fields of music research. For additional information about the Journal, the submission process, and back issues, please visit our website at: http://conservatorio.ufpel.edu.br/revista/ All the best, Dr. Luiz Guilherme Duro Goldberg Editor of Revista do Conservatório de Música/UFPel -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From musicoyargentino em hotmail.com Sat Jun 16 16:19:55 2012 From: musicoyargentino em hotmail.com (=?iso-8859-1?B?RGFtaeFuIEtlbGxlcg==?=) Date: Sat, 16 Jun 2012 19:19:55 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: Message-ID: Pessoal, Sem dúvida o Qualis precisa ser repensado. O problema de discutir aspectos específicos (e relevantes para nós) é que ele é uma ferramenta genérica que é aplicada em todas as áreas. Por isso acho que tem três perguntas iniciais a serem respondidas: 1. é possível mudar os mecanismos do Qualis?; 2. caso seja possível, qual é o âmbito de aplicação: todas as áreas, só humanas, só letras-linguística-artes, só artes, só música, só subáreas da música?; 3. quais são os requisitos mínimos comuns a cada um desses âmbitos. Com essas respostas talvez seja possível elaborar uma proposta conjunta da Anppom, que teria que passar pelo crivo da comissão de artes da Capes. Sinceramente, sem a palavra da nossa representante na Capes não vejo um caminho viável para passar das ideias à ação. Abraços, Damián Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From jamannis em uol.com.br Sat Jun 16 19:26:23 2012 From: jamannis em uol.com.br (jamannis) Date: Sat, 16 Jun 2012 19:26:23 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?18/jun_SP__Lan=E7amento=3A_O_OFICIO?= =?iso-8859-1?q?_DE_COMPOSITOR_HOJE?= Message-ID: <00cb01cd4c0f$101c1a30$30544e90$@com.br> Inline image 1 -- Livio Tragtenberg www.myspace.com/liviotragtenberg www.myspace.com/livioeventos www.radiomec.com.br/somdeletra http://neuropolis-livio.blogspot.com www.myspace.com/orquestrademusicosdasruas www.myspace.com/blindsoundorchestra www.myspace.com/somdomeiofio www.myspace.com/strassemusik -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Oficio convite SP.gif Tipo: image/gif Tamanho: 86392 bytes Descrição: não disponível URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sun Jun 17 11:41:22 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sun, 17 Jun 2012 11:41:22 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> Message-ID: aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. abs silvio On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > > Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): > > Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. > Abraços, > > Luciano > > > Citando Alvaro Henrique : > >> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >> >> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >> assim ;-) . Mas veja só: >> >> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >> tocar no Carnegie Hall; >> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >> da Berliner; >> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >> tocar no maior congresso da sua área; >> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >> lançamento de CD. >> >> Etc... >> >> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >> nacional, local ou internacional, etc. >> >> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >> >> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >> >> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >> diferentes. >> >> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >> >> Abraços, >> Alvaro Henrique >> >> >> >> >> >> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >> escreveu: >> >>> >>> Reencaminhando... >>> >>> Abraços, >>> Damián >>> >>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>> >>> >>> ------------------------------ >>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>> arte e ciência >>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>> carole.gubernikoff em gmail.com >>> >>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>> >>> Falando da composição, minha área de atuação: >>> >>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>> répétition" ... "rehearsal art" >>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>> >>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>> amadurecimento de um trabalho. >>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>> de sua recepção. >>> >>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>> a publicação nem a estreia. >>> >>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>> >>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>> >>> Minha sugestão é: >>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>> por pares) >>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>> local) >>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>> apresentação) >>> >>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>> caso de trabalhos artísticos... >>> >>> abs >>> Silvio >>> >>> >>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From antunes em unb.br Sun Jun 17 10:08:25 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Sun, 17 Jun 2012 10:08:25 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> Message-ID: Caros colegas: Creio que vocês devem ter recebido e lido minha mensagem, em que eu falei da ideia de se criar o Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes (CNDPA): uma espécie de CNPq das artes. Para reforçar aquela ideia, ilustrando a especificidade de nossa área, tentando mostrar que Qualis e avaliações nesse mistér são complicados, quero relatar um fato interessante. Na última década do século XX, o Ministério da Educação criou a GED, um dos mecanismos para aumentar a remuneração dos professores, a partir de concessão de pontuação para produção artística e científica. Naqueles anos minha pontuação na GED ultrapassava sempre, astronomicamente, o teto de pontos permitido. A razão disso: Para obras apresentadas em concertos no Brasil, a pontuação era pouca; enquanto ela era muito alta para apresentações de obras no exterior. Pois eu era, tal como ainda hoje, pouco tocado no Brasil e muito tocado no exterior. Os elaboradores das listas de pontuações não tinham consciência da realidade musical brasileira, no que se referia à minha música e a de outros brasileiros. Abraços, Jorge Antunes Em 15 de junho de 2012 09:18, escreveu: > Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > > Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar > uma bobagem imensa..."): > > Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a > tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é > o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e > broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa > que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a > diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso > modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem > de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) > sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na > produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com > o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar > o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de > uma execução?) me parece igualmente estranho. > Abraços, > > Luciano > > > Citando Alvaro Henrique : > > Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >> >> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >> provavelmente >> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >> assim ;-) . Mas veja só: >> >> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >> tocar no Carnegie Hall; >> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >> da Berliner; >> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >> tocar no maior congresso da sua área; >> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >> lançamento de CD. >> >> Etc... >> >> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >> nacional, local ou internacional, etc. >> >> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais >> que >> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >> >> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >> >> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita >> o >> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho >> da >> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >> gravações >> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de >> Música >> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >> diferentes. >> >> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >> >> Abraços, >> Alvaro Henrique >> >> >> >> >> >> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >> **escreveu: >> >> >>> Reencaminhando... >>> >>> Abraços, >>> Damián >>> >>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~**dkeller >>> >>> >>> ------------------------------ >>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>> arte e ciência >>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br**; rcaesar em oi.com.br; >>> carole.gubernikoff em gmail.com >>> >>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a >>> vcs... >>> >>> Falando da composição, minha área de atuação: >>> >>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >>> científica. >>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>> répétition" ... "rehearsal art" >>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui >>> ou >>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>> >>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), >>> ter >>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>> amadurecimento de um trabalho. >>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >>> sobretudo >>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra >>> e >>> de sua recepção. >>> >>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça >>> uma >>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, >>> seja >>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >>> substitui >>> a publicação nem a estreia. >>> >>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a >>> mesma >>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>> >>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o >>> tempo >>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >>> avaliador >>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>> >>> Minha sugestão é: >>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >>> seletivo >>> por pares) >>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>> local) >>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>> apresentação) >>> >>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento >>> que >>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado >>> por >>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>> caso de trabalhos artísticos... >>> >>> abs >>> Silvio >>> >>> >>> >>> >>> ______________________________**__________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l >>> ______________________________**__________________ >>> >>> >> > > > ______________________________**__________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l > ______________________________**__________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sun Jun 17 12:40:12 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sun, 17 Jun 2012 08:40:12 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] Contextos de ensino musical Message-ID: <1339947612.2869.YahooMailClassic@web110315.mail.gq1.yahoo.com> Caros, Trago para discussão uma breve análise sobre contextos de ensino musical (individual, coletivo) e possíveis abordagens neste contexto (como a diferença entre ensino coletivo e ensino em grupo): http://audio-arte.blogspot.com.br/. Vamos ver se o debate pode render... Cordialmente Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodolfo.caesar em gmail.com Sun Jun 17 15:28:28 2012 From: rodolfo.caesar em gmail.com (Rodolfo Caesar) Date: Sun, 17 Jun 2012 15:28:28 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> Message-ID: Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From zchuekepiano em ufpr.br Sun Jun 17 17:10:21 2012 From: zchuekepiano em ufpr.br (=?iso-8859-1?Q?Z=E9lia_Chueke?=) Date: Sun, 17 Jun 2012 17:10:21 -0300 (BRT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Publica=E7=E3o_em_homenagem_=E0_Vil?= =?iso-8859-1?q?la_lobos?= Message-ID: Chueke, Zélia.« Saudades das Selvas Brasileiras et Poema Singelo : paramètres d’écoute entre modernité et tradition dans l’œuvre de Villa-Lobos. » In : VILLA-LOBOS.DES SOURCES DE L’ŒUVRE AUX ÉCHOS CONTEMPORAINS Textes réunis et édités par Luiz Felipe de Alencastro, Anaïs Fléchet, Juliana Pimentel et Danièle Pistone Dear friends and students, I hope the attached chapter will be somehow useful The book can be achieved through : http://www.honorechampion.com/cgi/run?wwfrset+3+108012704+1+2+cccdegts1+18070965 Cheers! Zélia Chueke -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: VL002.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 6789035 bytes Descrição: não disponível URL: From brsp em uol.com.br Sun Jun 17 22:32:29 2012 From: brsp em uol.com.br (Paulo Castagna) Date: Sun, 17 Jun 2012 22:32:29 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Alma_Latina_dispon=EDvel_para_downo?= =?iso-8859-1?q?ad_=28=E1udio_e_roteiro=29_e_para_audi=E7=E3o_onlin?= =?iso-8859-1?q?e?= Message-ID: Amigos, Estão disponíveis para download e audição online os arquivos do programa Alma Latina: música das Américas sob domínio europeu, que a Rádio Cultura FM de São Paulo (103,3 MHz) transmitiu às terças-feiras das 11:00 às 12:00 horas da manhã, de 6 de março a 29 de maio de 2012. Estão online arquivos mp3 de alta definição (320 kbps), com a mesma qualidade dos que foram transmitidos pela rádio, além dos roteiros (em versão pdf), tanto em arquivo completo, como em um arquivo por programa. Alma Latina aborda, criticamente, a música dos séculos XVI, XVII e XVIII composta nas Américas para a cristianização e unificação cultural do Novo Mundo, com muitos e interessantes exemplos sonoros. A série também discute a utilização atual da música feita para a unificação cultural do Novo Mundo: entre as possibilidades extremas e mais frequentes - a visão museológica, com a mera apresentação das obras em concertos, e a visão anticolonialista, com seu total esquecimento, por simbolizar as crueldades daquela época - Alma Latina procura uma nova maneira de ouvir e de se relacionar com esse patrimônio histórico-musical da humanidade. Todos os áudios dos programas e todos os roteiros estão disponíveis no link http://paulocastagna.com/alma-latina/ Programação de Alma Latina: 01 - Música para a catequese indígena 02 - A sofisticação musical das missões jesuíticas 03 - O canto latino nas catedrais hispano-americanas 04 - Cantando na igreja com a língua da cidade 05 - A exuberância musical nas catedrais da Nova Espanha 06 - Compondo na América para os governantes da Europa 07 - Casas americanas com sons europeus 08 - Músicos profissionais nas irmandades brasileiras 09 - A arte latina de um mulato mineiro 10 - Música sacra para as catedrais do Brasil 11 - Europeus e brasileiros cantam ao rei português 12 - Um compositor afro-brasileiro na capela real 13 - Nos teatros e salões do Brasil português De minha parte, fiquem à vontade para usar e divulgar livremente. Abraços, Paulo Castagna brsp em uol.com.br http://paulocastagna.com/ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From cpalombini em gmail.com Mon Jun 18 10:48:34 2012 From: cpalombini em gmail.com (Carlos Palombini) Date: Mon, 18 Jun 2012 10:48:34 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] sua tese num haikai Message-ID: Dissertations are long and boring. By contrast, everybody likes haiku. So why not write your dissertation as a haiku? Please email yours (along with your name, institution, a 1-2 sentence text description of your work, and any URL you'd like your name linked to) to dissertationhaiku em gmail.com. http://dissertationhaiku.wordpress.com/about/ -- carlos palombini www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From fenerich em gmail.com Tue Jun 19 10:03:53 2012 From: fenerich em gmail.com (Ale Fenerich) Date: Tue, 19 Jun 2012 10:03:53 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> Message-ID: Rodolfo! Sua colocação aqui é um oásis pertinente. Vinha até aqui acompanhando a discussão um pouco estupefato com os argumentos... Concordo contigo: a criação, em ambos os campos, está na tensão entre arte e ciência, entre criação artística e acadêmica, entre explosiva falta de rigor metodológico (e rigor expressivo) e método científifico, entre experiências telúricas regadas a vinho e escuta (uma festa noise, um baile funk) e uma palestra solidamente fundamentada. Acredito mais na potência das gigs improvisadas/improvisatórias num Plano B que numa estréia na Sala São Paulo, prenha de sua pompa psdbista (nada mais arcaico, já que a esquerda hoje virou direita, envelheceu). Muito mais impacto social, didático e estético. (Espero não estar sendo exagerado: é minha opinião sincera). Já toquei em salas de concerto na Europa (a sala da DDK em Colônia, por exemplo) que me trouxeram o quê? um ponto no lattes, alguma grana, a fama patética de ter tocado ali, e mais nada... já as vezes que eu toquei no Parque Lage, no Plano B, no Ibrasotope ou no Sergio Porto (com o Mosquito operando o som, nada mais frágil...) me renderam conversas explêndidas, uma tese de doutorado, um namoro, umas 4000 ideias. Mas como é que nós vamos medir isso? Não sei... jogo pétalas (ou algo mais fétido) ao ar. Um abraço! Alexandre Em 17 de junho de 2012 15:28, Rodolfo Caesar escreveu: > Caros, > > Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! > Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de > precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, > deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, > uma vez que a maldição parece inevitável. > Porque: > - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, > sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às > leis de mercado. > - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, > tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios > abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 > Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... > - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups > gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus > autores não estejam em dia com a OMB). > - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza > sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me > engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, > dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: > - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo > 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de > impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda > avaliem a análise do musicólogo histórico! > - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe > ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop > que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. > - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós > aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um > bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento > vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das > hipóteses) o colega analisar. > > Um abraço, > Rodolfo Caesar > > > > 2012/6/17 silvioferrazmello : > > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção > artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, > o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. > estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > > > abs > > silvio > > > > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > > > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > >> > >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar > uma bobagem imensa..."): > >> > >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local > (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição > é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e > broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa > que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a > diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso > modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem > de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) > sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na > produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com > o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar > o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de > uma execução?) me parece igualmente estranho. > >> Abraços, > >> > >> Luciano > >> > >> > >> Citando Alvaro Henrique : > >> > >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não > sendo > >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > >>> > >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, > provavelmente > >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo > >>> assim ;-) . Mas veja só: > >>> > >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > >>> tocar no Carnegie Hall; > >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser > solista > >>> da Berliner; > >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado > pra > >>> tocar no maior congresso da sua área; > >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > >>> lançamento de CD. > >>> > >>> Etc... > >>> > >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já > tem > >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter > âmbito > >>> nacional, local ou internacional, etc. > >>> > >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma > performance > >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de > produção. > >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de > igreja > >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele > era > >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar > mais que > >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um > professor > >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de > gerações. > >>> > >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que > podem > >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é > mesmo? > >>> > >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que > limita o > >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem > de > >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo > gerarão > >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um > pouquinho da > >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar > gravações > >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de > Música > >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo > pela > >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e > conta > >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > >>> diferentes. > >>> > >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância > e > >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem > dúvida o > >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > >>> > >>> Abraços, > >>> Alvaro Henrique > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller > >>> escreveu: > >>> > >>>> > >>>> Reencaminhando... > >>>> > >>>> Abraços, > >>>> Damián > >>>> > >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - > >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - > Federal > >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > >>>> > >>>> > >>>> ------------------------------ > >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > >>>> arte e ciência > >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br > >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 > >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com > >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; > >>>> carole.gubernikoff em gmail.com > >>>> > >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a > vcs... > >>>> > >>>> Falando da composição, minha área de atuação: > >>>> > >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção > científica. > >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la > >>>> répétition" ... "rehearsal art" > >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra > aqui ou > >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito > mais > >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. > >>>> > >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o > >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de > estudo), ter > >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo > >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. > >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. > >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o > >>>> amadurecimento de um trabalho. > >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, > sobretudo > >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da > obra e > >>>> de sua recepção. > >>>> > >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a > peça uma > >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de > >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, > seja > >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não > substitui > >>>> a publicação nem a estreia. > >>>> > >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, > >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. > >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência > >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. > >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. > >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a > mesma > >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. > >>>> > >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de > >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o > tempo > >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do > avaliador > >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. > >>>> > >>>> Minha sugestão é: > >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, > gravadora: > >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo > seletivo > >>>> por pares) > >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, > nacional, > >>>> local) > >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se > >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou > >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e > >>>> apresentação) > >>>> > >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade > do > >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o > evento que > >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers > esculhambado por > >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente > no > >>>> caso de trabalhos artísticos... > >>>> > >>>> abs > >>>> Silvio > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> ________________________________________________ > >>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>> ________________________________________________ > >>>> > >>> > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -- ------------------------------------------ Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodolfo.caesar em gmail.com Tue Jun 19 10:27:40 2012 From: rodolfo.caesar em gmail.com (Rodolfo Caesar) Date: Tue, 19 Jun 2012 10:27:40 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> Message-ID: Olá Alê! Sim, obrigado pela força! Estava reservando Plano B, Ibrasotope, etc para uma tréplica!.. Vejo a adoção de um sistema A1-Carnegie como o perigo da consagração da caretice. Vamos passar a dar ponto praqueles concertos tipo bienal em que se toca música-de-protesto-chuva-no-molhado com canapés no intervalo, mas nada de ponto p/ o da Vivian semana passada na fábrica Bhering, ou aquele do Peter na casa da Denise... Vale ponto tocar na Oi Futuro cheio de seguranças mal-encarados de terno preto, mas não vale nada o que vc tacar no youtube... 'Impactualmente' falando, o que hoje tem mais força por aqui é o funk. Quanto vale no lattes? abs, d 2012/6/19 Ale Fenerich : > Rodolfo! > > > Sua colocação aqui é um oásis pertinente. Vinha até aqui acompanhando a > discussão um pouco estupefato com os argumentos... Concordo contigo: a > criação, em ambos os campos, está na tensão entre arte e ciência, entre > criação artística e acadêmica, entre explosiva falta de rigor metodológico > (e rigor expressivo) e método científifico, entre experiências telúricas > regadas a vinho e escuta (uma festa noise, um baile funk) e uma palestra > solidamente fundamentada. > > Acredito  mais na potência das gigs improvisadas/improvisatórias num Plano B > que numa estréia na Sala São Paulo, prenha de sua pompa psdbista (nada mais > arcaico, já que a esquerda hoje virou direita, envelheceu). Muito mais > impacto social, didático e estético. (Espero não estar sendo exagerado: é > minha opinião sincera). > > Já toquei em salas de concerto na Europa (a sala da DDK em Colônia, por > exemplo) que me trouxeram o quê? um ponto no lattes, alguma grana, a fama > patética de ter tocado ali, e mais nada... já as vezes que eu toquei no > Parque Lage, no Plano B, no Ibrasotope ou no Sergio Porto (com o Mosquito > operando o som, nada mais frágil...) me renderam conversas explêndidas, uma > tese de doutorado, um namoro, umas 4000 ideias. Mas como é que nós vamos > medir isso? > > Não sei... jogo pétalas (ou algo mais fétido) ao ar. > > > Um abraço! > > > Alexandre > > > Em 17 de junho de 2012 15:28, Rodolfo Caesar > escreveu: > >> Caros, >> >> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >> uma vez que a maldição parece inevitável. >> Porque: >> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >> leis de mercado. >> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >> autores não estejam em dia com a OMB). >> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >> avaliem a análise do musicólogo histórico! >> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >> hipóteses) o colega analisar. >> >> Um abraço, >> Rodolfo Caesar >> >> >> >> 2012/6/17 silvioferrazmello : >> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >> > artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, >> > o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. >> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >> > estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >> > >> > abs >> > silvio >> > >> > >> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >> > >> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar >> >> uma bobagem imensa..."): >> >> >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local >> >> (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição >> >> é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e >> >> broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa >> >> que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >> >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a >> >> diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >> >> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >> >> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >> >> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >> >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na >> >> produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o >> >> Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o >> >> "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma >> >> execução?) me parece igualmente estranho. >> >> Abraços, >> >> >> >> Luciano >> >> >> >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >> >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >> >>> sendo >> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >> >>> >> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >> >>> provavelmente >> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >> >>> assim ;-) . Mas veja só: >> >>> >> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho >> >>> e >> >>> tocar no Carnegie Hall; >> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >> >>> solista >> >>> da Berliner; >> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado >> >>> pra >> >>> tocar no maior congresso da sua área; >> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >> >>> lançamento de CD. >> >>> >> >>> Etc... >> >>> >> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já >> >>> tem >> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >> >>> âmbito >> >>> nacional, local ou internacional, etc. >> >>> >> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >> >>> performance >> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de >> >>> ser >> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >> >>> produção. >> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 >> >>> não >> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >> >>> igreja >> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele >> >>> era >> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >> >>> mais que >> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >> >>> professor >> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >> >>> gerações. >> >>> >> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >> >>> podem >> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >> >>> mesmo? >> >>> >> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >> >>> outra >> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >> >>> qualis >> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >> >>> limita o >> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem >> >>> em >> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem >> >>> de >> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >> >>> gerarão >> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >> >>> pouquinho da >> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >> >>> gravações >> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de >> >>> Música >> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo >> >>> pela >> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e >> >>> conta >> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >> >>> diferentes. >> >>> >> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância >> >>> e >> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >> >>> dúvida o >> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >> >>> >> >>> Abraços, >> >>> Alvaro Henrique >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >> >>> escreveu: >> >>> >> >>>> >> >>>> Reencaminhando... >> >>>> >> >>>> Abraços, >> >>>> Damián >> >>>> >> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >> >>>> Federal >> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >> >>>> >> >>>> >> >>>> ------------------------------ >> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >> >>>> entre >> >>>> arte e ciência >> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >> >>>> >> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a >> >>>> vcs... >> >>>> >> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >> >>>> >> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >> >>>> científica. >> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra >> >>>> aqui ou >> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito >> >>>> mais >> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >> >>>> >> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >> >>>> estudo), ter >> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >> >>>> mesmo >> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >> >>>> partitura. >> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >> >>>> amadurecimento de um trabalho. >> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >> >>>> sobretudo >> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da >> >>>> obra e >> >>>> de sua recepção. >> >>>> >> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >> >>>> peça uma >> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, >> >>>> seja >> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >> >>>> substitui >> >>>> a publicação nem a estreia. >> >>>> >> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a >> >>>> mesma >> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >> >>>> >> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo >> >>>> de >> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o >> >>>> tempo >> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >> >>>> avaliador >> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >> >>>> >> >>>> Minha sugestão é: >> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >> >>>> gravadora: >> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >> >>>> seletivo >> >>>> por pares) >> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >> >>>> nacional, >> >>>> local) >> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >> >>>> (considerando-se >> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >> >>>> apresentação) >> >>>> >> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade >> >>>> do >> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >> >>>> evento que >> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >> >>>> esculhambado por >> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente >> >>>> no >> >>>> caso de trabalhos artísticos... >> >>>> >> >>>> abs >> >>>> Silvio >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> Lista de discussões ANPPOM >> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> >> >>> >> >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > ________________________________________________ >> > Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > From musicoyargentino em gmail.com Tue Jun 19 11:24:58 2012 From: musicoyargentino em gmail.com (Dr. K) Date: Tue, 19 Jun 2012 10:24:58 -0400 Subject: [ANPPOM-Lista] Digest Anppom-l, volume 86, assunto 35 In-Reply-To: References: Message-ID: Caros, Concordo totalmente com o Rodolfo em relação ao anacronismo dos parâmetros de avaliação utilizados na nossa área. As duas sugestões colocadas são viáveis em conjunto: - Avaliação pelo canal de publicação do trabalho (editora, evento, meio eletrônico, etc.); - Ajuste permanente da classificação desses canais. Essas duas propostas preenchem alguns requisitos básicos. O impacto não é avaliado por critérios subjetivos (do tipo vende mais, está nos top ten, o curador fulano gostou, etc.) e não impone uma hierarquia fixa imutável (uma boa execução colocada no YouTube pode ter 1 milhão de acessos em poucos dias, superando a divulgação de uma apresentação na Scala de Milão). Em relação ao impacto, acho que temos que lembrar que estamos falando de um mecanismo de avaliação da produção acadêmica (como o Luciano colocou). O Qualis (e os outros indicadores de produção) servem somente para ajudar nas decisões sobre orçamento, progressão na carreira, etc. Esse tipo de indicadores simplificados é inútil para comparar casos isolados ou tendências históricas. Nesse contexto, impacto significa adequação do produto cultural aos critérios definidos. No caso da produção científica o principal critério é o número de citações. Em relação ao Qualis artístico, tem dois gargalos: os critérios de classificação dos canais de divulgação e a regra da Capes de ajuste a cada três anos. De novo, aqui seria útil ter uma posição da nossa representante em relação à flexibilidade (ou não) da Capes para mudar essa regra. Sobre os critérios, a proposta do Silvio pode funcionar em combinação com algum fator quantitativo similar às citações bibliográficas (abrindo espaço para formas de divulgação , e.g., blog, comunidades virtuais, arte pública, etc.). Abraços, Damián Dr. Damián Keller NAP, Universidade Federal do Acre / Amazon Center for Music Research (NAP), Federal University of Acre / http://ccrma.stanford.edu/~dkeller -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodcv em acd.ufrj.br Tue Jun 19 14:44:00 2012 From: rodcv em acd.ufrj.br (Rodrigo Cicchelli Velloso) Date: Tue, 19 Jun 2012 14:44:00 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> Message-ID: Olá, Rodolfo. Permita-me discordar fundamentalmente de um ponto de sua argumentação. O problema foi justamente terem afastado arte e ciência, que sempre estiveram próximas e se reconheciam sem maiores problemas. Porém, na tentativa de reaproximá-las, estão cometendo o desatino de submeter a essência de uma aos procedimentos da outra, como alguém que admiramos já observara há tempos. No mais, concordo plenamente que a tentativa de escalonar espaços, eventos, curadorias etc. para conceder galardões de qualificação resultará em tabelas muito trabalhosas, provavelmente defasadas, quando não ridículas e constrangedoras, e que serão sempre questionadas... E aqui recorro a um princípio que admiro: entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem. E lembro também de uma máxima que os colegas ingleses gostavam de repetir: "concursos de composição [e critérios de qualificação etc.] estão sempre errados, a não ser quando somos premiados!" Talvez a sugestão do Jorge faça todo sentido e a criação de um Conselho das Artes (se o chamarmos de Arts Council ele terá circunscrição internacional e maior importância, Sílvio?) ajudasse a colocar toda esta discussão em outra perspectiva. Afinal, devemos proceder da forma mais simples possível, mas não mais simples do que isso. Abraços, Rodrigo Em 17 de junho de 2012 15:28, Rodolfo Caesar escreveu: > Caros, > > Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! > Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de > precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, > deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, > uma vez que a maldição parece inevitável. > Porque: > - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, > sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às > leis de mercado. > - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, > tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios > abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 > Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... > - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups > gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus > autores não estejam em dia com a OMB). > - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza > sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me > engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, > dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: > - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo > 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de > impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda > avaliem a análise do musicólogo histórico! > - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe > ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop > que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. > - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós > aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um > bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento > vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das > hipóteses) o colega analisar. > > Um abraço, > Rodolfo Caesar > > > > 2012/6/17 silvioferrazmello : >> aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >> para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >> a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. >> ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >> >> abs >> silvio >> >> >> On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >> >>> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>> >>> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >>> >>>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >>> Abraços, >>> >>> Luciano >>> >>> >>> Citando Alvaro Henrique : >>> >>>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>>> >>>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>>> assim ;-) . Mas veja só: >>>> >>>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>>> tocar no Carnegie Hall; >>>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>>> da Berliner; >>>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>>> tocar no maior congresso da sua área; >>>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>>> lançamento de CD. >>>> >>>> Etc... >>>> >>>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>>> nacional, local ou internacional, etc. >>>> >>>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>>> >>>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>>> >>>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>>> diferentes. >>>> >>>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>>> >>>> Abraços, >>>> Alvaro Henrique >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>>> escreveu: >>>> >>>>> >>>>> Reencaminhando... >>>>> >>>>> Abraços, >>>>> Damián >>>>> >>>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>>> >>>>> >>>>> ------------------------------ >>>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>>> arte e ciência >>>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>>> >>>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>>> >>>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>>> >>>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>>> >>>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>>> amadurecimento de um trabalho. >>>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>>> de sua recepção. >>>>> >>>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>>> a publicação nem a estreia. >>>>> >>>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>>> >>>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>>> >>>>> Minha sugestão é: >>>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>>> por pares) >>>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>>> local) >>>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>>> apresentação) >>>>> >>>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>>> caso de trabalhos artísticos... >>>>> >>>>> abs >>>>> Silvio >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> ________________________________________________ >>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> ________________________________________________ >>>>> >>>> >>> >>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ From rodolfo.caesar em gmail.com Tue Jun 19 18:20:45 2012 From: rodolfo.caesar em gmail.com (Rodolfo Caesar) Date: Tue, 19 Jun 2012 18:20:45 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1338927586.62112.YahooMailNeo@web39302.mail.mud.yahoo.com> <0737716F-9938-41A6-8F5E-441BD3F8E9A5@uol.com.br> <20120615091819.91484cxnoib2w6q3@webmail.usp.br> Message-ID: Oi Rodrigo, Não sou contrário ao casal arte & ciência, não. Acho que pode ser produtivo. O que receio é a possibilidade, viabilizada por uma ABNT das Artes (seja lá em qual ministério ela venha a ser sediada), de que só esse casamento (ciência ou academia, tanto faz) seja capaz ou merecedor de fazer filhotes saudáveis. Gosto de acreditar - talvez ingenuamente - que todo o enorme leque de coisas que chamamos de arte tem o direito de viver e sobreviver, sem necessariamente se submeter a hegemonias. Que eu me lembre, os Arts Councils de lá fomentam produções, segundo critérios curatoriais e flutuantes, por pontuações pouco transparentes, e não fornecem sistemática p/ pontuar produção em currículos. Valorizo tb as artes que se opõem às ciências: Duchamp e o dadaísmo sendo duas das muitas faces, hoje muito presentes nas Artes Visuais. Indo mais longe, falta falar das artes que se opõem e questionam os mecanismos de mecenato, como o Hans Haacke. E ainda tem as artes que não estão nem aí pra isso tudo: as de países fora do eixo do mercado, étnicas, etc.. Abraços, Rodolfo 2012/6/19 Rodrigo Cicchelli Velloso : > Olá, Rodolfo. > Permita-me discordar fundamentalmente de um ponto de sua argumentação. > O problema foi justamente terem afastado arte e ciência, que sempre > estiveram próximas e se reconheciam sem maiores problemas. Porém, na > tentativa de reaproximá-las, estão cometendo o desatino de submeter a > essência de uma aos procedimentos da outra, como alguém que admiramos > já observara há tempos. > No mais, concordo plenamente que a tentativa de escalonar espaços, > eventos, curadorias etc. para conceder galardões de qualificação > resultará em tabelas muito trabalhosas, provavelmente defasadas, > quando não ridículas e constrangedoras, e que serão sempre > questionadas... E aqui recorro a um princípio que admiro: entia non > sunt multiplicanda praeter necessitatem. E lembro também de uma máxima > que os colegas ingleses gostavam de repetir: "concursos de composição > [e critérios de qualificação etc.] estão sempre errados, a não ser > quando somos premiados!" > Talvez a sugestão do Jorge faça todo sentido e a criação de um > Conselho das Artes (se o chamarmos de Arts Council ele terá > circunscrição internacional e maior importância, Sílvio?) ajudasse a > colocar toda esta discussão em outra perspectiva. Afinal, devemos > proceder da forma mais simples possível, mas não mais simples do que > isso. > Abraços, > Rodrigo > > > > Em 17 de junho de 2012 15:28, Rodolfo Caesar > escreveu: >> Caros, >> >> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >> uma vez que a maldição parece inevitável. >> Porque: >> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >> leis de mercado. >> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >> autores não estejam em dia com a OMB). >> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >> avaliem a análise do musicólogo histórico! >> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >> hipóteses) o colega analisar. >> >> Um abraço, >> Rodolfo Caesar >> >> >> >> 2012/6/17 silvioferrazmello : >>> aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >>> para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >>> a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. >>> ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >>> >>> abs >>> silvio >>> >>> >>> On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >>> >>>> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>>> >>>> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >>>> >>>>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>>>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>>>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >>>> Abraços, >>>> >>>> Luciano >>>> >>>> >>>> Citando Alvaro Henrique : >>>> >>>>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>>>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>>>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>>>> >>>>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>>>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>>>> assim ;-) . Mas veja só: >>>>> >>>>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>>>> tocar no Carnegie Hall; >>>>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>>>> da Berliner; >>>>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>>>> tocar no maior congresso da sua área; >>>>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>>>> lançamento de CD. >>>>> >>>>> Etc... >>>>> >>>>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>>>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>>>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>>>> nacional, local ou internacional, etc. >>>>> >>>>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>>>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>>>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>>>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>>>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>>>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>>>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>>>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>>>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>>>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>>>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>>>> >>>>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>>>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>>>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>>>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>>>> >>>>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>>>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>>>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>>>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>>>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>>>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>>>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>>>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>>>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>>>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>>>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>>>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>>>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>>>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>>>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>>>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>>>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>>>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>>>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>>>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>>>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>>>> diferentes. >>>>> >>>>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>>>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>>>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>>>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>>>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>>>> >>>>> Abraços, >>>>> Alvaro Henrique >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>>>> escreveu: >>>>> >>>>>> >>>>>> Reencaminhando... >>>>>> >>>>>> Abraços, >>>>>> Damián >>>>>> >>>>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>>>> >>>>>> >>>>>> ------------------------------ >>>>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>>>> arte e ciência >>>>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>>>> >>>>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>>>> >>>>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>>>> >>>>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>>>> >>>>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>>>> amadurecimento de um trabalho. >>>>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>>>> de sua recepção. >>>>>> >>>>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>>>> a publicação nem a estreia. >>>>>> >>>>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>>>> >>>>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>>>> >>>>>> Minha sugestão é: >>>>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>>>> por pares) >>>>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>>>> local) >>>>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>>>> apresentação) >>>>>> >>>>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>>>> caso de trabalhos artísticos... >>>>>> >>>>>> abs >>>>>> Silvio >>>>>> >>>>>> >>>>>> >>>>>> >>>>>> ________________________________________________ >>>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>>> ________________________________________________ >>>>>> >>>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ From lucianocesar78 em yahoo.com.br Tue Jun 19 21:23:15 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Tue, 19 Jun 2012 17:23:15 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodolfo.caesar em gmail.com Tue Jun 19 22:13:37 2012 From: rodolfo.caesar em gmail.com (Rodolfo Caesar) Date: Tue, 19 Jun 2012 22:13:37 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Oi Luciano, Não sei! Sem ironia tb. É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a solução.... Lamento muito desapontar... Um abraço, Rodolfo 2012/6/19 luciano cesar > Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? > Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa > do conflito... > Abraço, > > Luciano > --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar * escreveu: > > > De: Rodolfo Caesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 > > > Caros, > > Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! > Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de > precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, > deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, > uma vez que a maldição parece inevitável. > Porque: > - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, > sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às > leis de mercado. > - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, > tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios > abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 > Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... > - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups > gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus > autores não estejam em dia com a OMB). > - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza > sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me > engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, > dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: > - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo > 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de > impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda > avaliem a análise do musicólogo histórico! > - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe > ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop > que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. > - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós > aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um > bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento > vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das > hipóteses) o colega analisar. > > Um abraço, > Rodolfo Caesar > > > > 2012/6/17 silvioferrazmello > >: > > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção > artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, > o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. > estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > > > abs > > silvio > > > > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.brwrote: > > > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > >> > >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar > uma bobagem imensa..."): > >> > >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local > (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição > é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e > broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa > que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a > diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso > modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem > de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) > sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na > produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com > o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar > o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de > uma execução?) me parece igualmente estranho. > >> Abraços, > >> > >> Luciano > >> > >> > >> Citando Alvaro Henrique > >: > >> > >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não > sendo > >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > >>> > >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, > provavelmente > >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo > >>> assim ;-) . Mas veja só: > >>> > >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > >>> tocar no Carnegie Hall; > >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser > solista > >>> da Berliner; > >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado > pra > >>> tocar no maior congresso da sua área; > >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > >>> lançamento de CD. > >>> > >>> Etc... > >>> > >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já > tem > >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter > âmbito > >>> nacional, local ou internacional, etc. > >>> > >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma > performance > >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de > produção. > >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de > igreja > >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele > era > >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar > mais que > >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um > professor > >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de > gerações. > >>> > >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que > podem > >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é > mesmo? > >>> > >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que > limita o > >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem > de > >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo > gerarão > >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um > pouquinho da > >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar > gravações > >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de > Música > >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo > pela > >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e > conta > >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > >>> diferentes. > >>> > >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância > e > >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem > dúvida o > >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > >>> > >>> Abraços, > >>> Alvaro Henrique > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller > >>> > >escreveu: > >>> > >>>> > >>>> Reencaminhando... > >>>> > >>>> Abraços, > >>>> Damián > >>>> > >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - > >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - > Federal > >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > >>>> > >>>> > >>>> ------------------------------ > >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > >>>> arte e ciência > >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br > >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 > >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com > >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; > rcaesar em oi.com.br ; > >>>> carole.gubernikoff em gmail.com > >>>> > >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a > vcs... > >>>> > >>>> Falando da composição, minha área de atuação: > >>>> > >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção > científica. > >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la > >>>> répétition" ... "rehearsal art" > >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra > aqui ou > >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito > mais > >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. > >>>> > >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o > >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de > estudo), ter > >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo > >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. > >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. > >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o > >>>> amadurecimento de um trabalho. > >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, > sobretudo > >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da > obra e > >>>> de sua recepção. > >>>> > >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a > peça uma > >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de > >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, > seja > >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não > substitui > >>>> a publicação nem a estreia. > >>>> > >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, > >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. > >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência > >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. > >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. > >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a > mesma > >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. > >>>> > >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de > >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o > tempo > >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do > avaliador > >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. > >>>> > >>>> Minha sugestão é: > >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, > gravadora: > >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo > seletivo > >>>> por pares) > >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, > nacional, > >>>> local) > >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se > >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou > >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e > >>>> apresentação) > >>>> > >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade > do > >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o > evento que > >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers > esculhambado por > >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente > no > >>>> caso de trabalhos artísticos... > >>>> > >>>> abs > >>>> Silvio > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> ________________________________________________ > >>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>> ________________________________________________ > >>>> > >>> > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From danielpuig em me.com Wed Jun 20 06:08:47 2012 From: danielpuig em me.com (Daniel Puig) Date: Wed, 20 Jun 2012 06:08:47 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?windows-1252?q?ICE_=97_20_e_21/6?= In-Reply-To: References: Message-ID: <9A4ABA2E-61A2-4132-850A-E7EE988BFD8F@me.com> Queridos amigos e colegas, Em e-mail anterior divulgamos que o ICE ? International Contemporary Ensemble estará se apresentando no Rio de Janeiro, São Paulo e Manaus, entre os dias 20 de junho e 1º de julho próximos. Hoje, dia 20/6 (quarta), acontece o primeiro concerto, na Escola de Música da UFRJ ? Rua do Passeio, 98 ? às 19h, com entrada franca. John Cage: Atlas Eclipticalis (para ensemble) Elliott Carter: Shard (para guitarra solo) Felipe Lara: Livro dos Sonhos I (para clarinete e piano) Rodrigo Cicchelli Velloso: Fagotes Bifurcados (para fagote e eletrônica) Marcos Balter: Descent from Parnassus (para flauta solo amplificada) ESTRÉIA BRASILERIA Pauline Oliveros: Thirteen Changes (flauta, clarinete, fagote, guitarra, piano, percussão) Jocy de Oliveira: Striding Through Rooms (clarinete baixo solo) Daniel Puig: lagrimar (para orquestra de câmara e live-eletrônica) ESTRÉIA MUNDIAL A programação completa dos concertos pode ser acessada no website do ICE (http://www.iceorg.org). Neste concerto, participação especial do ABSTRAI Ensemble (http://abstrai.com). Amanhã, dia 21/6 (quinta) acontecerão as masterclasses, nos seguintes horários: Sala da Congregação 10:00 às 11:30 - FLAUTA - Claire Chase 11:30 às 14:00 - COMPOSIÇÃO - Marcos Balter, Felipe Lara e Daniel Puig Salão Leopoldo Miguez 10 às 11:30 - PIANO - Jacob Greenberg 11:30 às 13:00 - VIOLÃO - Daniel Lippel Salão Henrique Oswald 10 às 11:30h - CLARINETE - Joshua Rubin 11:30 às 13:00h - FAGOTE - Rebekah Heller Sala de Percussão 11:30 às 13:00 - PERCUSSÃO - Ross Karre A seleção dos alunos que irão participar ativamente das masterclasses terá a seguinte sistemática: - coleta de informações via e-mail até o dia 20/6 ? prazo final - confecção de uma lista com todos os interessados e os dados enviados - entrega da lista aos professores - seleção dos alunos feita exclusivamente pelos professores das masterclasses, procurando contemplar as diferentes instituições de ensino representadas Os alunos interessados em participar ativamente das masterclasses de instrumento devem enviar as seguintes informações para danielpuig em me.com : 1) Nome completo 2) Título e autor da música que pretende tocar 3) Instituição de ensino de música à qual está ligado O aluno deve trazer consigo a partitura da música no dia da oficina. Os alunos interessados em participar ativamente da masterclass de composição devem enviar as seguintes informações para marcosbalter em hotmail.com : 1) Nome completo 2) PDF de uma composição recente, de sua autoria, OU link para acesso à partitura 3) Título e instrumentação da composição submetida 4) Instituição de ensino de música à qual está ligado O aluno deve trazer consigo a partitura impressa da música no dia da oficina. A turnê do ICE está sendo produzida pela Vlaanderen Produções Culturais e pelo ICE e recebe o apoio da McArthur Foundation (EUA), Casa da Gávea (RJ), Escola de Música da UFRJ, Estúdio PANaroma (SP), Governo do Estado do Amazonas, Itaú Cultural, Petrobrás, Pinacoteca de São Paulo, Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, SESC Rio de Janeiro, UFRJ e UNESP. Um grande abraço a todos! Daniel Puig From iazzetta em usp.br Wed Jun 20 07:44:43 2012 From: iazzetta em usp.br (Fernando Iazzetta) Date: Wed, 20 Jun 2012 07:44:43 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Palestra: Estetica da Sonoridade - Prof. Didier Guigue - Departamento de Musica -ECA/USP Message-ID: <64931830-D73B-437A-8CBE-C791465DC8D3@usp.br> Favor Divulgar: Palestra: Estética da Sonoridade: a herança de Debussy na música para piano do século XX Prof. Didier Guigue (UFPB) Onde: Lami - Departamento de Música - ECA/USP Quando: dia 28/06, quinta-feira, das 14h00às 15h30 Informações: mobile em usp.br www.eca.usp.br/mobile Na ocasião será lançado o livro "Estética da Sonoridade" (Ed. Perspectiva, 2012) de Didier Guigue. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: estetica_da_sonoridade.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 204981 bytes Descrição: não disponível URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Wed Jun 20 12:39:48 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Wed, 20 Jun 2012 08:39:48 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1340206788.60753.YahooMailClassic@web110310.mail.gq1.yahoo.com> Caros, Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. Abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alvaroguitar em gmail.com Wed Jun 20 17:42:27 2012 From: alvaroguitar em gmail.com (Alvaro Henrique) Date: Wed, 20 Jun 2012 17:42:27 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" semanal. Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se tiver algum. Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... Abraços, Alvaro Henrique Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: > Oi Luciano, > > > Não sei! > Sem ironia tb. > É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a > solução.... Lamento muito desapontar... > > Um abraço, > > Rodolfo > > > > > > > 2012/6/19 luciano cesar > >> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? >> Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa >> do conflito... >> Abraço, >> >> Luciano >> --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar *escreveu: >> >> >> De: Rodolfo Caesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >> arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >> >> >> Caros, >> >> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >> uma vez que a maldição parece inevitável. >> Porque: >> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >> leis de mercado. >> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >> autores não estejam em dia com a OMB). >> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >> avaliem a análise do musicólogo histórico! >> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >> hipóteses) o colega analisar. >> >> Um abraço, >> Rodolfo Caesar >> >> >> >> 2012/6/17 silvioferrazmello >> >: >> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >> artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi >> publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação >> evento/espaço. >> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >> estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >> > >> > abs >> > silvio >> > >> > >> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.brwrote: >> > >> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de >> falar uma bobagem imensa..."): >> >> >> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento >> local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou >> composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na >> internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção >> acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença >> não reside por aí... >> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a >> diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na >> produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com >> o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar >> o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de >> uma execução?) me parece igualmente estranho. >> >> Abraços, >> >> >> >> Luciano >> >> >> >> >> >> Citando Alvaro Henrique >> >: >> >> >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >> sendo >> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >> >>> >> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >> provavelmente >> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >> >>> assim ;-) . Mas veja só: >> >>> >> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho >> e >> >>> tocar no Carnegie Hall; >> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >> solista >> >>> da Berliner; >> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado >> pra >> >>> tocar no maior congresso da sua área; >> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >> >>> lançamento de CD. >> >>> >> >>> Etc... >> >>> >> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já >> tem >> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >> âmbito >> >>> nacional, local ou internacional, etc. >> >>> >> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >> performance >> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de >> ser >> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >> produção. >> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 >> não >> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >> igreja >> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele >> era >> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >> mais que >> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >> professor >> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >> gerações. >> >>> >> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >> podem >> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >> mesmo? >> >>> >> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >> outra >> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >> qualis >> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >> limita o >> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem >> em >> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a >> toquem de >> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >> gerarão >> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >> pouquinho da >> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >> gravações >> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de >> Música >> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo >> pela >> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e >> conta >> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >> >>> diferentes. >> >>> >> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em >> relevância e >> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >> dúvida o >> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >> >>> >> >>> Abraços, >> >>> Alvaro Henrique >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >> >>> >> >escreveu: >> >>> >> >>>> >> >>>> Reencaminhando... >> >>>> >> >>>> Abraços, >> >>>> Damián >> >>>> >> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >> Federal >> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >> >>>> >> >>>> >> >>>> ------------------------------ >> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >> entre >> >>>> arte e ciência >> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; >> rcaesar em oi.com.br ; >> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >> >>>> >> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a >> vcs... >> >>>> >> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >> >>>> >> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >> científica. >> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra >> aqui ou >> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito >> mais >> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >> >>>> >> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >> estudo), ter >> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >> mesmo >> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >> partitura. >> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >> >>>> amadurecimento de um trabalho. >> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >> sobretudo >> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da >> obra e >> >>>> de sua recepção. >> >>>> >> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >> peça uma >> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é >> publicação, seja >> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >> substitui >> >>>> a publicação nem a estreia. >> >>>> >> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a >> mesma >> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >> >>>> >> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo >> de >> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, >> o tempo >> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >> avaliador >> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >> >>>> >> >>>> Minha sugestão é: >> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >> gravadora: >> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >> seletivo >> >>>> por pares) >> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >> nacional, >> >>>> local) >> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >> (considerando-se >> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >> >>>> apresentação) >> >>>> >> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade >> do >> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >> evento que >> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >> esculhambado por >> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente >> no >> >>>> caso de trabalhos artísticos... >> >>>> >> >>>> abs >> >>>> Silvio >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> Lista de discussões ANPPOM >> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> >> >>> >> >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > ________________________________________________ >> > Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alvaroguitar em gmail.com Wed Jun 20 17:52:02 2012 From: alvaroguitar em gmail.com (Alvaro Henrique) Date: Wed, 20 Jun 2012 17:52:02 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Enfim, já que estamos no momento de propostas ousadas, vai a minha: já que provavelmente a melhor forma de avaliar um professor é pelos seus frutos, um professor de performance que tem alunos sob sua orientação ganhando concursos, gravando CDs, fazendo recitais deveria receber alguma pontuação por isso. Abraços, Alvaro Henrique Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: > Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro tópico, > o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores > universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a > ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente > "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num > concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas > coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que > recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" > semanal. > > Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, > social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se > tiver algum. > > Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais > alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o > ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser > pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo > acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. > > E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar > legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, > deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? > Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: > > Oi Luciano, >> >> >> Não sei! >> Sem ironia tb. >> É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a >> solução.... Lamento muito desapontar... >> >> Um abraço, >> >> Rodolfo >> >> >> >> >> >> >> 2012/6/19 luciano cesar >> >>> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como >>> está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da >>> coisa do conflito... >>> Abraço, >>> >>> Luciano >>> --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar *escreveu: >>> >>> >>> De: Rodolfo Caesar >>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>> arte e ciência >>> Para: "silvioferrazmello" >>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >>> >>> >>> Caros, >>> >>> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >>> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >>> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >>> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >>> uma vez que a maldição parece inevitável. >>> Porque: >>> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >>> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >>> leis de mercado. >>> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >>> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >>> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >>> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >>> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >>> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >>> autores não estejam em dia com a OMB). >>> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >>> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >>> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >>> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >>> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >>> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >>> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >>> avaliem a análise do musicólogo histórico! >>> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >>> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >>> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >>> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >>> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >>> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >>> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >>> hipóteses) o colega analisar. >>> >>> Um abraço, >>> Rodolfo Caesar >>> >>> >>> >>> 2012/6/17 silvioferrazmello >>> >: >>> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >>> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >>> artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >>> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi >>> publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação >>> evento/espaço. >>> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >>> estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >>> > >>> > abs >>> > silvio >>> > >>> > >>> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.brwrote: >>> > >>> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>> >> >>> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de >>> falar uma bobagem imensa..."): >>> >> >>> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento >>> local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou >>> composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na >>> internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção >>> acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença >>> não reside por aí... >>> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a >>> diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >>> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >>> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >>> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na >>> produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com >>> o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar >>> o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de >>> uma execução?) me parece igualmente estranho. >>> >> Abraços, >>> >> >>> >> Luciano >>> >> >>> >> >>> >> Citando Alvaro Henrique >>> >: >>> >> >>> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >>> sendo >>> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >>> provavelmente >>> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance >>> vejo >>> >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de >>> trabalho e >>> >>> tocar no Carnegie Hall; >>> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >>> solista >>> >>> da Berliner; >>> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser >>> aprovado pra >>> >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> >>> lançamento de CD. >>> >>> >>> >>> Etc... >>> >>> >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. >>> Já tem >>> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >>> âmbito >>> >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >>> performance >>> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de >>> ser >>> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >>> produção. >>> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 >>> não >>> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >>> igreja >>> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta >>> dele era >>> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >>> mais que >>> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >>> professor >>> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe >>> a >>> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >>> gerações. >>> >>> >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >>> podem >>> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >>> mesmo? >>> >>> >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >>> outra >>> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >>> qualis >>> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >>> limita o >>> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem >>> em >>> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a >>> toquem de >>> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >>> gerarão >>> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >>> pouquinho da >>> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >>> gravações >>> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de >>> Música >>> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao >>> vivo pela >>> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e >>> conta >>> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> >>> diferentes. >>> >>> >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em >>> relevância e >>> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >>> dúvida o >>> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> >>> >>> Abraços, >>> >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> >>> >>> >escreveu: >>> >>> >>> >>>> >>> >>>> Reencaminhando... >>> >>>> >>> >>>> Abraços, >>> >>>> Damián >>> >>>> >>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >>> Federal >>> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> ------------------------------ >>> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >>> entre >>> >>>> arte e ciência >>> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; >>> rcaesar em oi.com.br ; >>> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>> >>>> >>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo >>> a vcs... >>> >>>> >>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>> >>>> >>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >>> científica. >>> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra >>> aqui ou >>> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações >>> muito mais >>> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>> >>>> >>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >>> estudo), ter >>> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >>> mesmo >>> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >>> partitura. >>> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>> >>>> amadurecimento de um trabalho. >>> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >>> sobretudo >>> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da >>> obra e >>> >>>> de sua recepção. >>> >>>> >>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >>> peça uma >>> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é >>> publicação, seja >>> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >>> substitui >>> >>>> a publicação nem a estreia. >>> >>>> >>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas >>> a mesma >>> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>> >>>> >>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo >>> de >>> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, >>> o tempo >>> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >>> avaliador >>> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>> >>>> >>> >>>> Minha sugestão é: >>> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >>> gravadora: >>> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >>> seletivo >>> >>>> por pares) >>> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >>> nacional, >>> >>>> local) >>> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >>> (considerando-se >>> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>> >>>> apresentação) >>> >>>> >>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de >>> qualidade do >>> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >>> evento que >>> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >>> esculhambado por >>> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica >>> exponencialmente no >>> >>>> caso de trabalhos artísticos... >>> >>>> >>> >>>> abs >>> >>>> Silvio >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> ________________________________________________ >>> >>>> Lista de discussões ANPPOM >>> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> >>>> ________________________________________________ >>> >>>> >>> >>> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> ________________________________________________ >>> >> Lista de discussões ANPPOM >>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> >> ________________________________________________ >>> > >>> > ________________________________________________ >>> > Lista de discussões ANPPOM >>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> > ________________________________________________ >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >>> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Wed Jun 20 19:22:59 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Wed, 20 Jun 2012 15:22:59 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1340230979.93157.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Puxa, que bom! Então continuamos procurando...    Discutimos isso na ANPPOM? Cometeram a insanidade de me aprovar... Abraços aos dois. Luciano --- Em ter, 19/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "luciano cesar" Cc: "silvioferrazmello" , anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 22:13 Oi Luciano, Não sei! Sem ironia tb. É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a solução.... Lamento muito desapontar... Um abraço, Rodolfo 2012/6/19 luciano cesar Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Wed Jun 20 21:07:10 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Wed, 20 Jun 2012 21:07:10 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <1340230979.93157.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> References: <1340230979.93157.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: a pergunta mais sem resposta e que talvez tenha resposta é o que a Capes avalia e qual a razão de avaliar. pq sem dúvida não está avaliando qualidade de produção, mas talvez apenas a inserção e impacto da produção de um grupo de pessoas (um programa) em um lugar institucionalizado de impacto. então..acho até que nos diz bem pouco respeito. continuamos escrevendo música, publicando em sites não oficiais, fazendo sessões de escuta e deixar o trabalho de relatar, de saber relatar, para quem realmente está encarregado disto. o máximo que podemos fazer é ajudar quem relata...talvez associando cada uma de nossas pequenas escapadas em algum projeto, algum evento, alguma agência de fomento...qq coisa que dê uma cara institucional...tem gente que sabe fazer isto até com viagem de familia. no mais, se formos pautar o modo de produzir no modo como isto é registrado e tem impacto em nichos específicos ficaremos loucos e pararemos de tocar, compor, fazer instalações, desenhar blogs etc. abs silvio On Jun 20, 2012, at 7:22 PM, luciano cesar wrote: > Puxa, que bom! Então continuamos procurando... > > Discutimos isso na ANPPOM? Cometeram a insanidade de me aprovar... > > Abraços aos dois. > > Luciano > > --- Em ter, 19/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: > > De: Rodolfo Caesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "luciano cesar" > Cc: "silvioferrazmello" , anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 22:13 > > Oi Luciano, > > > Não sei! > Sem ironia tb. > É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a solução.... Lamento muito desapontar... > > Um abraço, > > Rodolfo > > > > > > 2012/6/19 luciano cesar > Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... > Abraço, > > Luciano > --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: > > De: Rodolfo Caesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 > > > Caros, > > Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! > Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de > precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, > deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, > uma vez que a maldição parece inevitável. > Porque: > - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, > sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às > leis de mercado. > - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, > tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios > abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 > Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... > - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups > gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus > autores não estejam em dia com a OMB). > - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza > sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me > engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, > dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: > - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo > 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de > impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda > avaliem a análise do musicólogo histórico! > - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe > ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop > que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. > - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós > aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um > bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento > vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das > hipóteses) o colega analisar. > > Um abraço, > Rodolfo Caesar > > > > 2012/6/17 silvioferrazmello : > > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > > > abs > > silvio > > > > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > > > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > >> > >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): > >> > >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. > >> Abraços, > >> > >> Luciano > >> > >> > >> Citando Alvaro Henrique : > >> > >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo > >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > >>> > >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente > >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo > >>> assim ;-) . Mas veja só: > >>> > >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > >>> tocar no Carnegie Hall; > >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista > >>> da Berliner; > >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra > >>> tocar no maior congresso da sua área; > >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > >>> lançamento de CD. > >>> > >>> Etc... > >>> > >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem > >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito > >>> nacional, local ou internacional, etc. > >>> > >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance > >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. > >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja > >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era > >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que > >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor > >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. > >>> > >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem > >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? > >>> > >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o > >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de > >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão > >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da > >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações > >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música > >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela > >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta > >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > >>> diferentes. > >>> > >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e > >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o > >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > >>> > >>> Abraços, > >>> Alvaro Henrique > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller > >>> escreveu: > >>> > >>>> > >>>> Reencaminhando... > >>>> > >>>> Abraços, > >>>> Damián > >>>> > >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - > >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal > >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > >>>> > >>>> > >>>> ------------------------------ > >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > >>>> arte e ciência > >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br > >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 > >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com > >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; > >>>> carole.gubernikoff em gmail.com > >>>> > >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... > >>>> > >>>> Falando da composição, minha área de atuação: > >>>> > >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. > >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la > >>>> répétition" ... "rehearsal art" > >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou > >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais > >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. > >>>> > >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o > >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter > >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo > >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. > >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. > >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o > >>>> amadurecimento de um trabalho. > >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo > >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e > >>>> de sua recepção. > >>>> > >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma > >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de > >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja > >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui > >>>> a publicação nem a estreia. > >>>> > >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, > >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. > >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência > >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. > >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. > >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma > >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. > >>>> > >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de > >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo > >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador > >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. > >>>> > >>>> Minha sugestão é: > >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: > >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo > >>>> por pares) > >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, > >>>> local) > >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se > >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou > >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e > >>>> apresentação) > >>>> > >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do > >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que > >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por > >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no > >>>> caso de trabalhos artísticos... > >>>> > >>>> abs > >>>> Silvio > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> ________________________________________________ > >>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>> ________________________________________________ > >>>> > >>> > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Wed Jun 20 21:09:13 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Wed, 20 Jun 2012 21:09:13 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <05C036C8-C364-407B-8365-24DA8C835AC7@uol.com.br> então, a Capes pontua o professor ou o programa dele? se o aluno é do programa, a cada prêmio ele ganha pontos pro programa..seria mais ou menos assim. agora, se o cara é prof. particular mesmo sendo rdidp...aí ficará difícil. abs silvio On Jun 20, 2012, at 5:52 PM, Alvaro Henrique wrote: > Enfim, já que estamos no momento de propostas ousadas, vai a minha: já que provavelmente a melhor forma de avaliar um professor é pelos seus frutos, um professor de performance que tem alunos sob sua orientação ganhando concursos, gravando CDs, fazendo recitais deveria receber alguma pontuação por isso. > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: > Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" semanal. > > Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se tiver algum. > > Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. > > E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: > > Oi Luciano, > > > Não sei! > Sem ironia tb. > É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a solução.... Lamento muito desapontar... > > Um abraço, > > Rodolfo > > > > > > > 2012/6/19 luciano cesar > Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... > Abraço, > > Luciano > --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: > > De: Rodolfo Caesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 > > > Caros, > > Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! > Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de > precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, > deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, > uma vez que a maldição parece inevitável. > Porque: > - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, > sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às > leis de mercado. > - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, > tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios > abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 > Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... > - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups > gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus > autores não estejam em dia com a OMB). > - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza > sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me > engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, > dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: > - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo > 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de > impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda > avaliem a análise do musicólogo histórico! > - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe > ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop > que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. > - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós > aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um > bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento > vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das > hipóteses) o colega analisar. > > Um abraço, > Rodolfo Caesar > > > > 2012/6/17 silvioferrazmello : > > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > > > abs > > silvio > > > > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > > > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > >> > >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): > >> > >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. > >> Abraços, > >> > >> Luciano > >> > >> > >> Citando Alvaro Henrique : > >> > >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo > >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > >>> > >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente > >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo > >>> assim ;-) . Mas veja só: > >>> > >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > >>> tocar no Carnegie Hall; > >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista > >>> da Berliner; > >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra > >>> tocar no maior congresso da sua área; > >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > >>> lançamento de CD. > >>> > >>> Etc... > >>> > >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem > >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito > >>> nacional, local ou internacional, etc. > >>> > >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance > >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. > >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja > >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era > >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que > >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor > >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. > >>> > >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem > >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? > >>> > >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o > >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de > >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão > >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da > >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações > >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música > >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela > >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta > >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > >>> diferentes. > >>> > >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e > >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o > >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > >>> > >>> Abraços, > >>> Alvaro Henrique > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller > >>> escreveu: > >>> > >>>> > >>>> Reencaminhando... > >>>> > >>>> Abraços, > >>>> Damián > >>>> > >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - > >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal > >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > >>>> > >>>> > >>>> ------------------------------ > >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > >>>> arte e ciência > >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br > >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 > >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com > >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; > >>>> carole.gubernikoff em gmail.com > >>>> > >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... > >>>> > >>>> Falando da composição, minha área de atuação: > >>>> > >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. > >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la > >>>> répétition" ... "rehearsal art" > >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou > >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais > >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. > >>>> > >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o > >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter > >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo > >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. > >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. > >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o > >>>> amadurecimento de um trabalho. > >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo > >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e > >>>> de sua recepção. > >>>> > >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma > >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de > >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja > >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui > >>>> a publicação nem a estreia. > >>>> > >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, > >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. > >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência > >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. > >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. > >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma > >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. > >>>> > >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de > >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo > >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador > >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. > >>>> > >>>> Minha sugestão é: > >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: > >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo > >>>> por pares) > >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, > >>>> local) > >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se > >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou > >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e > >>>> apresentação) > >>>> > >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do > >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que > >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por > >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no > >>>> caso de trabalhos artísticos... > >>>> > >>>> abs > >>>> Silvio > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> ________________________________________________ > >>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>> ________________________________________________ > >>>> > >>> > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alvaroguitar em gmail.com Wed Jun 20 21:29:56 2012 From: alvaroguitar em gmail.com (Alvaro Henrique) Date: Wed, 20 Jun 2012 21:29:56 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: <05C036C8-C364-407B-8365-24DA8C835AC7@uol.com.br> References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> <05C036C8-C364-407B-8365-24DA8C835AC7@uol.com.br> Message-ID: Na pós há pontuação pela produção do aluno, mas não parece haver na graduação. Abraços, Alvaro Henrique Em 20 de junho de 2012 21:09, silvioferrazmello < silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu: > então, > a Capes pontua o professor ou o programa dele? > se o aluno é do programa, a cada prêmio ele ganha pontos pro > programa..seria mais ou menos assim. > agora, se o cara é prof. particular mesmo sendo rdidp...aí ficará difícil. > > abs > silvio > > On Jun 20, 2012, at 5:52 PM, Alvaro Henrique wrote: > > Enfim, já que estamos no momento de propostas ousadas, vai a minha: já que > provavelmente a melhor forma de avaliar um professor é pelos seus frutos, > um professor de performance que tem alunos sob sua orientação ganhando > concursos, gravando CDs, fazendo recitais deveria receber alguma pontuação > por isso. > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: > >> Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro >> tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores >> universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a >> ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente >> "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num >> concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas >> coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que >> recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" >> semanal. >> >> Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, >> social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se >> tiver algum. >> >> Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais >> alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o >> ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser >> pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo >> acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. >> >> E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar >> legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, >> deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? >> Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... >> >> Abraços, >> Alvaro Henrique >> >> >> >> >> >> Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: >> >> Oi Luciano, >>> >>> >>> Não sei! >>> Sem ironia tb. >>> É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a >>> solução.... Lamento muito desapontar... >>> >>> Um abraço, >>> >>> Rodolfo >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> 2012/6/19 luciano cesar >>> >>>> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como >>>> está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da >>>> coisa do conflito... >>>> Abraço, >>>> >>>> Luciano >>>> --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar *escreveu: >>>> >>>> >>>> De: Rodolfo Caesar >>>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> Para: "silvioferrazmello" >>>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>>> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >>>> >>>> >>>> Caros, >>>> >>>> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >>>> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >>>> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >>>> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >>>> uma vez que a maldição parece inevitável. >>>> Porque: >>>> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >>>> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >>>> leis de mercado. >>>> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >>>> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >>>> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >>>> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >>>> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >>>> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >>>> autores não estejam em dia com a OMB). >>>> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >>>> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >>>> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >>>> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >>>> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >>>> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >>>> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >>>> avaliem a análise do musicólogo histórico! >>>> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >>>> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >>>> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >>>> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >>>> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >>>> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >>>> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >>>> hipóteses) o colega analisar. >>>> >>>> Um abraço, >>>> Rodolfo Caesar >>>> >>>> >>>> >>>> 2012/6/17 silvioferrazmello >>>> >: >>>> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >>>> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >>>> artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >>>> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi >>>> publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação >>>> evento/espaço. >>>> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >>>> estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >>>> > >>>> > abs >>>> > silvio >>>> > >>>> > >>>> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.brwrote: >>>> > >>>> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>>> >> >>>> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de >>>> falar uma bobagem imensa..."): >>>> >> >>>> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento >>>> local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou >>>> composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na >>>> internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção >>>> acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença >>>> não reside por aí... >>>> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo >>>> a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >>>> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >>>> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >>>> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>>> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado >>>> na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo >>>> com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas >>>> avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma >>>> obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >>>> >> Abraços, >>>> >> >>>> >> Luciano >>>> >> >>>> >> >>>> >> Citando Alvaro Henrique >>>> >: >>>> >> >>>> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela >>>> opção >>>> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >>>> sendo >>>> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>>> >>> >>>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >>>> provavelmente >>>> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance >>>> vejo >>>> >>> assim ;-) . Mas veja só: >>>> >>> >>>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de >>>> trabalho e >>>> >>> tocar no Carnegie Hall; >>>> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >>>> solista >>>> >>> da Berliner; >>>> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser >>>> aprovado pra >>>> >>> tocar no maior congresso da sua área; >>>> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>>> >>> lançamento de CD. >>>> >>> >>>> >>> Etc... >>>> >>> >>>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>>> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. >>>> Já tem >>>> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >>>> âmbito >>>> >>> nacional, local ou internacional, etc. >>>> >>> >>>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >>>> performance >>>> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de >>>> ser >>>> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >>>> produção. >>>> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 >>>> não >>>> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >>>> igreja >>>> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta >>>> dele era >>>> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>>> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >>>> mais que >>>> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >>>> professor >>>> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. >>>> Desculpe a >>>> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >>>> gerações. >>>> >>> >>>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre >>>> um >>>> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >>>> podem >>>> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>>> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >>>> mesmo? >>>> >>> >>>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >>>> outra >>>> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>>> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >>>> qualis >>>> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me >>>> se >>>> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal >>>> são >>>> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >>>> limita o >>>> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>>> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>>> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>>> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a >>>> toquem em >>>> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a >>>> toquem de >>>> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro >>>> mesmo >>>> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >>>> gerarão >>>> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >>>> pouquinho da >>>> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >>>> gravações >>>> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>>> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>>> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival >>>> de Música >>>> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao >>>> vivo pela >>>> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, >>>> e conta >>>> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>>> >>> diferentes. >>>> >>> >>>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em >>>> relevância e >>>> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >>>> dúvida o >>>> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter >>>> sido >>>> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado >>>> como >>>> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>>> >>> >>>> >>> Abraços, >>>> >>> Alvaro Henrique >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>>> >>> >>>> >escreveu: >>>> >>> >>>> >>>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> >>>> >>>> Abraços, >>>> >>>> Damián >>>> >>>> >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >>>> Federal >>>> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >>>> entre >>>> >>>> arte e ciência >>>> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; >>>> rcaesar em oi.com.br ; >>>> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo >>>> a vcs... >>>> >>>> >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >>>> científica. >>>> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra >>>> aqui ou >>>> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações >>>> muito mais >>>> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >>>> estudo), ter >>>> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >>>> mesmo >>>> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >>>> partitura. >>>> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >>>> sobretudo >>>> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento >>>> da obra e >>>> >>>> de sua recepção. >>>> >>>> >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >>>> peça uma >>>> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é >>>> publicação, seja >>>> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >>>> substitui >>>> >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas >>>> a mesma >>>> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no >>>> processo de >>>> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no >>>> qualis....aliás, o tempo >>>> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >>>> avaliador >>>> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >>>> gravadora: >>>> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >>>> seletivo >>>> >>>> por pares) >>>> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >>>> nacional, >>>> >>>> local) >>>> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >>>> (considerando-se >>>> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> >>>> apresentação) >>>> >>>> >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de >>>> qualidade do >>>> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >>>> evento que >>>> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >>>> esculhambado por >>>> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica >>>> exponencialmente no >>>> >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> >>>> >>>> abs >>>> >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>>> >>> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> Lista de discussões ANPPOM >>>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >> ________________________________________________ >>>> > >>>> > ________________________________________________ >>>> > Lista de discussões ANPPOM >>>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> > ________________________________________________ >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> >> > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Wed Jun 20 21:35:40 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Wed, 20 Jun 2012 21:35:40 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: <1340237143927.1797573470@boxbe> References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> <1340237143927.1797573470@boxbe> Message-ID: Colegas: Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. Abraços, Jorge Antunes 2012/6/20 Daniel Lemos > [image: Boxbe] You chose to allow Daniel > Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed > authentication > Click to disallow > > > Caros, > > Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir > critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios > propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios > para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A > solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por > uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, > lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer > resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de > discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda > mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da > matemática... > > Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como > fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária > utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, > tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado > na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do > qualis. > > Abraço, > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *ter, 19/6/12, luciano cesar *escreveu: > > > De: luciano cesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo > Caesar" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 > > Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como > está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da > coisa do conflito... > Abraço, > > Luciano > --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar * escreveu: > > > De: Rodolfo Caesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 > > Caros, > > Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! > Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de > precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, > deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, > uma vez que a maldição parece inevitável. > Porque: > - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, > sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às > leis de mercado. > - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, > tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios > abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 > Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... > - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups > gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus > autores não estejam em dia com a OMB). > - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza > sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me > engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, > dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: > - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo > 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de > impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda > avaliem a análise do musicólogo histórico! > - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe > ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop > que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. > - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós > aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um > bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento > vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das > hipóteses) o colega analisar. > > Um abraço, > Rodolfo Caesar > > > > 2012/6/17 silvioferrazmello : > > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção > artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, > o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. > estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > > > abs > > silvio > > > > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > > > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > >> > >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar > uma bobagem imensa..."): > >> > >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local > (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição > é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e > broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa > que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a > diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso > modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem > de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) > sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na > produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com > o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar > o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de > uma execução?) me parece igualmente estranho. > >> Abraços, > >> > >> Luciano > >> > >> > >> Citando Alvaro Henrique : > >> > >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não > sendo > >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > >>> > >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, > provavelmente > >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo > >>> assim ;-) . Mas veja só: > >>> > >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > >>> tocar no Carnegie Hall; > >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser > solista > >>> da Berliner; > >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado > pra > >>> tocar no maior congresso da sua área; > >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > >>> lançamento de CD. > >>> > >>> Etc... > >>> > >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já > tem > >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter > âmbito > >>> nacional, local ou internacional, etc. > >>> > >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma > performance > >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de > produção. > >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de > igreja > >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele > era > >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar > mais que > >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um > professor > >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de > gerações. > >>> > >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que > podem > >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é > mesmo? > >>> > >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que > limita o > >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem > de > >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo > gerarão > >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um > pouquinho da > >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar > gravações > >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de > Música > >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo > pela > >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e > conta > >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > >>> diferentes. > >>> > >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância > e > >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem > dúvida o > >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > >>> > >>> Abraços, > >>> Alvaro Henrique > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller > >>> escreveu: > >>> > >>>> > >>>> Reencaminhando... > >>>> > >>>> Abraços, > >>>> Damián > >>>> > >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - > >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - > Federal > >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > >>>> > >>>> > >>>> ------------------------------ > >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > >>>> arte e ciência > >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br > >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 > >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com > >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; > >>>> carole.gubernikoff em gmail.com > >>>> > >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a > vcs... > >>>> > >>>> Falando da composição, minha área de atuação: > >>>> > >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção > científica. > >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la > >>>> répétition" ... "rehearsal art" > >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra > aqui ou > >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito > mais > >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. > >>>> > >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o > >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de > estudo), ter > >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo > >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. > >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. > >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o > >>>> amadurecimento de um trabalho. > >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, > sobretudo > >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da > obra e > >>>> de sua recepção. > >>>> > >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a > peça uma > >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de > >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, > seja > >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não > substitui > >>>> a publicação nem a estreia. > >>>> > >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, > >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. > >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência > >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. > >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. > >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a > mesma > >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. > >>>> > >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de > >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o > tempo > >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do > avaliador > >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. > >>>> > >>>> Minha sugestão é: > >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, > gravadora: > >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo > seletivo > >>>> por pares) > >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, > nacional, > >>>> local) > >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se > >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou > >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e > >>>> apresentação) > >>>> > >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade > do > >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o > evento que > >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers > esculhambado por > >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente > no > >>>> caso de trabalhos artísticos... > >>>> > >>>> abs > >>>> Silvio > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> ________________________________________________ > >>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>> ________________________________________________ > >>>> > >>> > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From fenerich em gmail.com Wed Jun 20 22:13:36 2012 From: fenerich em gmail.com (Ale Fenerich) Date: Wed, 20 Jun 2012 22:13:36 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Caro Álvaro Nota-se que você entendeu às avessas o meu discurso. é uma pena. Nao vou esclarecê-lo ponto a ponto, apenas dizer que aqueles que confundem sua pesquisa em música e sua atuação profissional como professores acadêmicos com sua prática artística estão agindo de má-fé tanto com seus pares acadêmicos que nao tocam (teóricos, por exemplo) quanto com sua honestidade frente à liberdade de criação. Em nenhum momento propús que se avaliasse produções em espaços alternativos ou "ao ar livre" (isso é coisa sua...). Tal ideia é totalmente absurda - nesses lugares NAO SE PODE pontuar nada!!! Mas eu disse apenas que pontuar em espaços como Sala São Paulo é tão ou mais irrelevante artisticamente que numa outra sala qualquer, pelos motivos que expús em outra mensagem. Ou, ainda, é hipocritamente relevante... Mas eu páro por aqui: esta discussão tende a resvalar, como ja o fez, em opiniões totalmente preconceituosas e elitistas - as quais prefiro não ler, e portanto não as vou provocar. Atenciosamente Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: > Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro tópico, > o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores > universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a > ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente > "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num > concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas > coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que > recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" > semanal. > > Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, > social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se > tiver algum. > > Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais > alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o > ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser > pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo > acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. > > E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar > legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, > deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? > Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: > > Oi Luciano, >> >> >> Não sei! >> Sem ironia tb. >> É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a >> solução.... Lamento muito desapontar... >> >> Um abraço, >> >> Rodolfo >> >> >> >> >> >> >> 2012/6/19 luciano cesar >> >>> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como >>> está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da >>> coisa do conflito... >>> Abraço, >>> >>> Luciano >>> --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar *escreveu: >>> >>> >>> De: Rodolfo Caesar >>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>> arte e ciência >>> Para: "silvioferrazmello" >>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >>> >>> >>> Caros, >>> >>> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >>> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >>> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >>> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >>> uma vez que a maldição parece inevitável. >>> Porque: >>> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >>> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >>> leis de mercado. >>> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >>> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >>> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >>> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >>> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >>> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >>> autores não estejam em dia com a OMB). >>> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >>> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >>> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >>> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >>> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >>> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >>> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >>> avaliem a análise do musicólogo histórico! >>> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >>> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >>> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >>> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >>> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >>> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >>> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >>> hipóteses) o colega analisar. >>> >>> Um abraço, >>> Rodolfo Caesar >>> >>> >>> >>> 2012/6/17 silvioferrazmello >>> >: >>> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >>> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >>> artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >>> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi >>> publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação >>> evento/espaço. >>> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >>> estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >>> > >>> > abs >>> > silvio >>> > >>> > >>> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.brwrote: >>> > >>> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>> >> >>> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de >>> falar uma bobagem imensa..."): >>> >> >>> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento >>> local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou >>> composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na >>> internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção >>> acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença >>> não reside por aí... >>> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a >>> diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >>> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >>> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >>> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na >>> produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com >>> o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar >>> o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de >>> uma execução?) me parece igualmente estranho. >>> >> Abraços, >>> >> >>> >> Luciano >>> >> >>> >> >>> >> Citando Alvaro Henrique >>> >: >>> >> >>> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >>> sendo >>> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >>> provavelmente >>> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance >>> vejo >>> >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de >>> trabalho e >>> >>> tocar no Carnegie Hall; >>> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >>> solista >>> >>> da Berliner; >>> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser >>> aprovado pra >>> >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> >>> lançamento de CD. >>> >>> >>> >>> Etc... >>> >>> >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. >>> Já tem >>> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >>> âmbito >>> >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >>> performance >>> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de >>> ser >>> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >>> produção. >>> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 >>> não >>> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >>> igreja >>> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta >>> dele era >>> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >>> mais que >>> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >>> professor >>> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe >>> a >>> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >>> gerações. >>> >>> >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >>> podem >>> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >>> mesmo? >>> >>> >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >>> outra >>> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >>> qualis >>> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >>> limita o >>> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem >>> em >>> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a >>> toquem de >>> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >>> gerarão >>> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >>> pouquinho da >>> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >>> gravações >>> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de >>> Música >>> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao >>> vivo pela >>> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e >>> conta >>> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> >>> diferentes. >>> >>> >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em >>> relevância e >>> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >>> dúvida o >>> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> >>> >>> Abraços, >>> >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> >>> >>> >escreveu: >>> >>> >>> >>>> >>> >>>> Reencaminhando... >>> >>>> >>> >>>> Abraços, >>> >>>> Damián >>> >>>> >>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >>> Federal >>> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> ------------------------------ >>> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >>> entre >>> >>>> arte e ciência >>> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; >>> rcaesar em oi.com.br ; >>> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>> >>>> >>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo >>> a vcs... >>> >>>> >>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>> >>>> >>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >>> científica. >>> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra >>> aqui ou >>> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações >>> muito mais >>> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>> >>>> >>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >>> estudo), ter >>> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >>> mesmo >>> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >>> partitura. >>> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>> >>>> amadurecimento de um trabalho. >>> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >>> sobretudo >>> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da >>> obra e >>> >>>> de sua recepção. >>> >>>> >>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >>> peça uma >>> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é >>> publicação, seja >>> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >>> substitui >>> >>>> a publicação nem a estreia. >>> >>>> >>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas >>> a mesma >>> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>> >>>> >>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo >>> de >>> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, >>> o tempo >>> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >>> avaliador >>> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>> >>>> >>> >>>> Minha sugestão é: >>> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >>> gravadora: >>> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >>> seletivo >>> >>>> por pares) >>> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >>> nacional, >>> >>>> local) >>> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >>> (considerando-se >>> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>> >>>> apresentação) >>> >>>> >>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de >>> qualidade do >>> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >>> evento que >>> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >>> esculhambado por >>> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica >>> exponencialmente no >>> >>>> caso de trabalhos artísticos... >>> >>>> >>> >>>> abs >>> >>>> Silvio >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> ________________________________________________ >>> >>>> Lista de discussões ANPPOM >>> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> >>>> ________________________________________________ >>> >>>> >>> >>> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> ________________________________________________ >>> >> Lista de discussões ANPPOM >>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> >> ________________________________________________ >>> > >>> > ________________________________________________ >>> > Lista de discussões ANPPOM >>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> > ________________________________________________ >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >>> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -- ------------------------------------------ Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Wed Jun 20 22:15:59 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Wed, 20 Jun 2012 18:15:59 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1340241359.74468.YahooMailClassic@web110310.mail.gq1.yahoo.com> Caro prof. Antunes, Luciano, Sílvio, Rodolfo, Álvaro... (ufa!) e demais colegas, Creio que nossos colegas professores de instrumento e intérpretes residem na "ilegalidade" de estudar o instrumento no tempo destinado a ser professor universitário justamente por não haver reconhecimento desta carga horária no planejamento departamental. Agora, permita-me humildemente discordar de seu comentário prof. Antunes, ao estabelecer uma analogia entre professor de Odontologia e de Música e seus respectivos ofícios. Extrair um dente é a reprodução de um conhecimento apreendido sem criação, o que caracteriza uma atividade técnica. Já compor ou interpretar uma obra exige um constante diálogo com a história da Música e a busca por uma identidade particular. Isto não pode ser uma atividade técnica! (Por favor, não venham com a história do ensino de Conservatório do Século XIX de "martelar os dedos". Tenho certeza de que nossos músicos não fazem mais isso. Todavia, isso sim seria uma atividade técnica...) Além dissoo, o professor de Odonto, quando é dentista, dispõe de um sólido sindicato para defender sua profissão. E o professor de Música? Acredito que precisamos evitar esta comparação de nossa área com outras que não estão na grande área de Artes, senão cairemos sempre em problemas como pensar a produção artística a partir de critérios acadêmicos tradicionais. Se assumirmos que as Artes são de fato diferente das Ciências, que busquemos nosso próprio caminho. Quem sabe voltando à ideia da tabula rasa... Saudações, Daniel Cerqueira Universidade Federal do Maranhão -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Wed Jun 20 23:12:45 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Wed, 20 Jun 2012 19:12:45 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1340244765.30773.YahooMailClassic@web161701.mail.bf1.yahoo.com> Lá vem de novo a discussão sobre os vínculos da universidade com o mercado... Álvaro... Luciano. --- Em qua, 20/6/12, Alvaro Henrique escreveu: De: Alvaro Henrique Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quarta-feira, 20 de Junho de 2012, 17:52 Enfim, já que estamos no momento de propostas ousadas, vai a minha: já que provavelmente a melhor forma de avaliar um professor é pelos seus frutos, um professor de performance que tem alunos sob sua orientação ganhando concursos, gravando CDs, fazendo recitais deveria receber alguma pontuação por isso. Abraços, Alvaro Henrique Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" semanal.  Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se tiver algum.  Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... Abraços,Alvaro Henrique Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: Oi Luciano, Não sei! Sem ironia tb. É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a solução.... Lamento muito desapontar... Um abraço, Rodolfo 2012/6/19 luciano cesar Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alvaroguitar em gmail.com Wed Jun 20 23:51:37 2012 From: alvaroguitar em gmail.com (Alvaro Henrique) Date: Wed, 20 Jun 2012 23:51:37 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Quem é só "artista" pode se dar ao luxo de criar seu próprio critério de relevância, seu "qualis pessoal", e achar tão ou mais irrelevante tocar na Sala São Paulo. Para quem é "professor-artista", há um compromisso com a atuação acadêmica, e não é a mesma coisa tocar no próprio local de trabalho e tocar na Sala São Paulo. Provavelmente na Sala São Paulo é melhor. Acho razoável, num curso de música popular, que tocar no Clube do Choro de Brasília seja mais importante que tocar na Sala São Paulo, por exemplo. Mas ainda assim isso significa que há lugares/ eventos que são mais importantes que outros para a atuação do "professor-artista" daquela instituição acadêmica. E isso tem de seguir critérios gerais, comuns a todos, para garantir que a atuação artística do "professor-artista" traga frutos não apenas para seu lado "artista", mas também para seu lado "professor", que é o de formar uma nova geração de músicos melhores, mais capazes, mais motivados, mais competentes, contribuir para sua instituição, etc. É pra isso que ele é pago para ser professor universitário. O Ministério da Cultura tem programas de residência artística para aqueles que querem apenas compartilhar seu fazer artístico a quem interessar possa. Acho que locais alternativos, ou mesmo ao ar livre, devem ser pontuados, desde que seja uma pontuação à altura. Talvez isso soe como uma embromação pros colegas que trabalham nas capitais, mas nas instituições no interior é provável que TODOS os espaços locais que comportam um tipo de fazer artístico sejam alternativos. Em Uberlândia, por exemplo, o espaço público no qual a prefeitura organiza concertos com orquestra completa é no estacionamento de um teatro em obras, a céu aberto. De qualquer forma, não reconhecer que para a atuação do professor universitário há lugares e eventos que são mais importantes que outros é preconceituoso e mediocrista. A "cumpanherada" que me perdoe, mas a própria função da universidade é criar uma elite intelectual: preparar os melhores, os mais competentes, os mais capazes, não apenas entregar um papel em 48 prestações gratuitas a qualquer um. Naturalmente, é função do poder público garantir que essa elite intelectual não seja composta apenas pela elite econômica. Parece que era assim até nos países socialistas. Preconceito todos temos. A última pessoa "do povão" que me veio com esse papinho de arte "da Zélite" viaja todo ano pra Salvador, fica em hotel de luxo e paga R$ 300+ por uma camiseta de estampa duvidosa, enquanto "o zélitista" aqui está planejando ir a uma récita de ópera com entrada gratuita. Abraços, Alvaro Henrique Em 20 de junho de 2012 22:13, Ale Fenerich escreveu: > Caro Álvaro > > > Nota-se que você entendeu às avessas o meu discurso. é uma pena. Nao vou > esclarecê-lo ponto a ponto, apenas dizer que aqueles que confundem sua > pesquisa em música e sua atuação profissional como professores acadêmicos > com sua prática artística estão agindo de má-fé tanto com seus pares > acadêmicos que nao tocam (teóricos, por exemplo) quanto com sua honestidade > frente à liberdade de criação. > > Em nenhum momento propús que se avaliasse produções em espaços > alternativos ou "ao ar livre" (isso é coisa sua...). Tal ideia é totalmente > absurda - nesses lugares NAO SE PODE pontuar nada!!! Mas eu disse apenas > que pontuar em espaços como Sala São Paulo é tão ou mais irrelevante > artisticamente que numa outra sala qualquer, pelos motivos que expús em > outra mensagem. Ou, ainda, é hipocritamente relevante... > > > Mas eu páro por aqui: esta discussão tende a resvalar, como ja o fez, em > opiniões totalmente preconceituosas e elitistas - as quais prefiro não ler, > e portanto não as vou provocar. > > > Atenciosamente > > > > Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: > >> Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro >> tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores >> universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a >> ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente >> "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num >> concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas >> coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que >> recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" >> semanal. >> >> Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, >> social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se >> tiver algum. >> >> Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais >> alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o >> ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser >> pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo >> acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. >> >> E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar >> legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, >> deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? >> Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... >> >> Abraços, >> Alvaro Henrique >> >> >> >> >> >> Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: >> >> Oi Luciano, >>> >>> >>> Não sei! >>> Sem ironia tb. >>> É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a >>> solução.... Lamento muito desapontar... >>> >>> Um abraço, >>> >>> Rodolfo >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> 2012/6/19 luciano cesar >>> >>>> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como >>>> está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da >>>> coisa do conflito... >>>> Abraço, >>>> >>>> Luciano >>>> --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar *escreveu: >>>> >>>> >>>> De: Rodolfo Caesar >>>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> Para: "silvioferrazmello" >>>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>>> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >>>> >>>> >>>> Caros, >>>> >>>> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >>>> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >>>> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >>>> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >>>> uma vez que a maldição parece inevitável. >>>> Porque: >>>> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >>>> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >>>> leis de mercado. >>>> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >>>> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >>>> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >>>> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >>>> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >>>> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >>>> autores não estejam em dia com a OMB). >>>> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >>>> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >>>> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >>>> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >>>> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >>>> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >>>> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >>>> avaliem a análise do musicólogo histórico! >>>> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >>>> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >>>> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >>>> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >>>> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >>>> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >>>> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >>>> hipóteses) o colega analisar. >>>> >>>> Um abraço, >>>> Rodolfo Caesar >>>> >>>> >>>> >>>> 2012/6/17 silvioferrazmello >>>> >: >>>> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >>>> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >>>> artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >>>> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi >>>> publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação >>>> evento/espaço. >>>> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >>>> estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >>>> > >>>> > abs >>>> > silvio >>>> > >>>> > >>>> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.brwrote: >>>> > >>>> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>>> >> >>>> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de >>>> falar uma bobagem imensa..."): >>>> >> >>>> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento >>>> local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou >>>> composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na >>>> internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção >>>> acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença >>>> não reside por aí... >>>> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo >>>> a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >>>> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >>>> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >>>> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>>> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado >>>> na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo >>>> com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas >>>> avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma >>>> obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >>>> >> Abraços, >>>> >> >>>> >> Luciano >>>> >> >>>> >> >>>> >> Citando Alvaro Henrique >>>> >: >>>> >> >>>> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela >>>> opção >>>> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >>>> sendo >>>> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>>> >>> >>>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >>>> provavelmente >>>> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance >>>> vejo >>>> >>> assim ;-) . Mas veja só: >>>> >>> >>>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de >>>> trabalho e >>>> >>> tocar no Carnegie Hall; >>>> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >>>> solista >>>> >>> da Berliner; >>>> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser >>>> aprovado pra >>>> >>> tocar no maior congresso da sua área; >>>> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>>> >>> lançamento de CD. >>>> >>> >>>> >>> Etc... >>>> >>> >>>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>>> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. >>>> Já tem >>>> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >>>> âmbito >>>> >>> nacional, local ou internacional, etc. >>>> >>> >>>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >>>> performance >>>> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de >>>> ser >>>> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >>>> produção. >>>> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 >>>> não >>>> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >>>> igreja >>>> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta >>>> dele era >>>> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>>> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >>>> mais que >>>> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >>>> professor >>>> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. >>>> Desculpe a >>>> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >>>> gerações. >>>> >>> >>>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre >>>> um >>>> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >>>> podem >>>> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>>> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >>>> mesmo? >>>> >>> >>>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >>>> outra >>>> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>>> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >>>> qualis >>>> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me >>>> se >>>> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal >>>> são >>>> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >>>> limita o >>>> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>>> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>>> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>>> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a >>>> toquem em >>>> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a >>>> toquem de >>>> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro >>>> mesmo >>>> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >>>> gerarão >>>> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >>>> pouquinho da >>>> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >>>> gravações >>>> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>>> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>>> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival >>>> de Música >>>> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao >>>> vivo pela >>>> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, >>>> e conta >>>> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>>> >>> diferentes. >>>> >>> >>>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em >>>> relevância e >>>> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >>>> dúvida o >>>> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter >>>> sido >>>> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado >>>> como >>>> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>>> >>> >>>> >>> Abraços, >>>> >>> Alvaro Henrique >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>>> >>> >>>> >escreveu: >>>> >>> >>>> >>>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> >>>> >>>> Abraços, >>>> >>>> Damián >>>> >>>> >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >>>> Federal >>>> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >>>> entre >>>> >>>> arte e ciência >>>> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; >>>> rcaesar em oi.com.br ; >>>> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo >>>> a vcs... >>>> >>>> >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >>>> científica. >>>> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra >>>> aqui ou >>>> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações >>>> muito mais >>>> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >>>> estudo), ter >>>> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >>>> mesmo >>>> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >>>> partitura. >>>> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >>>> sobretudo >>>> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento >>>> da obra e >>>> >>>> de sua recepção. >>>> >>>> >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >>>> peça uma >>>> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é >>>> publicação, seja >>>> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >>>> substitui >>>> >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas >>>> a mesma >>>> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no >>>> processo de >>>> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no >>>> qualis....aliás, o tempo >>>> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >>>> avaliador >>>> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >>>> gravadora: >>>> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >>>> seletivo >>>> >>>> por pares) >>>> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >>>> nacional, >>>> >>>> local) >>>> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >>>> (considerando-se >>>> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> >>>> apresentação) >>>> >>>> >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de >>>> qualidade do >>>> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >>>> evento que >>>> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >>>> esculhambado por >>>> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica >>>> exponencialmente no >>>> >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> >>>> >>>> abs >>>> >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>>> >>> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> Lista de discussões ANPPOM >>>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >> ________________________________________________ >>>> > >>>> > ________________________________________________ >>>> > Lista de discussões ANPPOM >>>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> > ________________________________________________ >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alvaroguitar em gmail.com Thu Jun 21 00:04:57 2012 From: alvaroguitar em gmail.com (Alvaro Henrique) Date: Thu, 21 Jun 2012 00:04:57 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> <05C036C8-C364-407B-8365-24DA8C835AC7@uol.com.br> Message-ID: Na UFU há uma pontuação para a produção do curso elaborado pela própria instituição, que tem como um de seus fins a distribuição de verba entre os cursos. Pelo que sei, a produção dos alunos de gradução não é considerada. Para progressão docente a produção dos alunos sob sua orientação direta também não seria avaliada. Acho que seria importante para a avaliação acadêmica recompensar os professores que estão vendo seus alunos premiados em concursos, gravando, fazendo recitais, etc. Para a área da performance, em especial, seria importante que também os alunos de graduação entrem no bolo, pois é mais comum a performance ser trabalhada na graduação que na pós. Abraços, Alvaro Henrique Em 20 de junho de 2012 23:40, silvioferrazmello < silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu: > é...exato... > pq de fato a Capes está avaliando os programas de pós-graduação e não os > de graduação. > não sei como se dá a avaliação de progrs. de graduação. > ou seja, empregar os dados da Capes para avaliar um prof. é, a meu ver, > uma profunda sacanagem pois não é isto que os caras estão fazendo. > > abs > silvio > > On Jun 20, 2012, at 9:29 PM, Alvaro Henrique wrote: > > Na pós há pontuação pela produção do aluno, mas não parece haver na > graduação. > > Abraços, > Alvaro Henrique > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From fenerich em gmail.com Thu Jun 21 00:25:03 2012 From: fenerich em gmail.com (Ale Fenerich) Date: Thu, 21 Jun 2012 00:25:03 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: é, realmente não estamos falando a mesma língua... comparar espaços alternativos ao abadá de Salvador não era aquilo que eu tinha em mente. desculpem, fiquem com seu qualis artístico (que me será empurrado pela garganta, podem ter ceteza) que eu volto aos meus velhos escrúpulos de criador. Continuo preferindo ser um professor-pesquisador E um artista atuante. Não misturo as bolas. Um abraço Em 20 de junho de 2012 23:51, Alvaro Henrique escreveu: > Quem é só "artista" pode se dar ao luxo de criar seu próprio critério de > relevância, seu "qualis pessoal", e achar tão ou mais irrelevante tocar na > Sala São Paulo. > > Para quem é "professor-artista", há um compromisso com a atuação > acadêmica, e não é a mesma coisa tocar no próprio local de trabalho e tocar > na Sala São Paulo. Provavelmente na Sala São Paulo é melhor. > > Acho razoável, num curso de música popular, que tocar no Clube do Choro de > Brasília seja mais importante que tocar na Sala São Paulo, por exemplo. Mas > ainda assim isso significa que há lugares/ eventos que são mais importantes > que outros para a atuação do "professor-artista" daquela instituição > acadêmica. E isso tem de seguir critérios gerais, comuns a todos, para > garantir que a atuação artística do "professor-artista" traga frutos não > apenas para seu lado "artista", mas também para seu lado "professor", que é > o de formar uma nova geração de músicos melhores, mais capazes, mais > motivados, mais competentes, contribuir para sua instituição, etc. É pra > isso que ele é pago para ser professor universitário. O Ministério da > Cultura tem programas de residência artística para aqueles que querem > apenas compartilhar seu fazer artístico a quem interessar possa. > > Acho que locais alternativos, ou mesmo ao ar livre, devem ser pontuados, > desde que seja uma pontuação à altura. Talvez isso soe como uma embromação > pros colegas que trabalham nas capitais, mas nas instituições no interior é > provável que TODOS os espaços locais que comportam um tipo de fazer > artístico sejam alternativos. Em Uberlândia, por exemplo, o espaço público > no qual a prefeitura organiza concertos com orquestra completa é no > estacionamento de um teatro em obras, a céu aberto. > > De qualquer forma, não reconhecer que para a atuação do professor > universitário há lugares e eventos que são mais importantes que outros é > preconceituoso e mediocrista. A "cumpanherada" que me perdoe, mas a própria > função da universidade é criar uma elite intelectual: preparar os melhores, > os mais competentes, os mais capazes, não apenas entregar um papel em 48 > prestações gratuitas a qualquer um. Naturalmente, é função do poder público > garantir que essa elite intelectual não seja composta apenas pela elite > econômica. Parece que era assim até nos países socialistas. > > Preconceito todos temos. A última pessoa "do povão" que me veio com esse > papinho de arte "da Zélite" viaja todo ano pra Salvador, fica em hotel de > luxo e paga R$ 300+ por uma camiseta de estampa duvidosa, enquanto "o > zélitista" aqui está planejando ir a uma récita de ópera com entrada > gratuita. > > Abraços, > Alvaro Henrique > > > > > > > Em 20 de junho de 2012 22:13, Ale Fenerich escreveu: > > Caro Álvaro >> >> >> Nota-se que você entendeu às avessas o meu discurso. é uma pena. Nao vou >> esclarecê-lo ponto a ponto, apenas dizer que aqueles que confundem sua >> pesquisa em música e sua atuação profissional como professores acadêmicos >> com sua prática artística estão agindo de má-fé tanto com seus pares >> acadêmicos que nao tocam (teóricos, por exemplo) quanto com sua honestidade >> frente à liberdade de criação. >> >> Em nenhum momento propús que se avaliasse produções em espaços >> alternativos ou "ao ar livre" (isso é coisa sua...). Tal ideia é totalmente >> absurda - nesses lugares NAO SE PODE pontuar nada!!! Mas eu disse apenas >> que pontuar em espaços como Sala São Paulo é tão ou mais irrelevante >> artisticamente que numa outra sala qualquer, pelos motivos que expús em >> outra mensagem. Ou, ainda, é hipocritamente relevante... >> >> >> Mas eu páro por aqui: esta discussão tende a resvalar, como ja o fez, em >> opiniões totalmente preconceituosas e elitistas - as quais prefiro não ler, >> e portanto não as vou provocar. >> >> >> Atenciosamente >> >> >> >> Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: >> >>> Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro >>> tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores >>> universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a >>> ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente >>> "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num >>> concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas >>> coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que >>> recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" >>> semanal. >>> >>> Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, >>> financeira, social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco >>> valor - se tiver algum. >>> >>> Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais >>> alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o >>> ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser >>> pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo >>> acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. >>> >>> E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar >>> legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, >>> deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? >>> Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: >>> >>> Oi Luciano, >>>> >>>> >>>> Não sei! >>>> Sem ironia tb. >>>> É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a >>>> solução.... Lamento muito desapontar... >>>> >>>> Um abraço, >>>> >>>> Rodolfo >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> 2012/6/19 luciano cesar >>>> >>>>> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como >>>>> está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da >>>>> coisa do conflito... >>>>> Abraço, >>>>> >>>>> Luciano >>>>> --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar *escreveu: >>>>> >>>>> >>>>> De: Rodolfo Caesar >>>>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>>> arte e ciência >>>>> Para: "silvioferrazmello" >>>>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>>>> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >>>>> >>>>> >>>>> Caros, >>>>> >>>>> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >>>>> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >>>>> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >>>>> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >>>>> uma vez que a maldição parece inevitável. >>>>> Porque: >>>>> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >>>>> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >>>>> leis de mercado. >>>>> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >>>>> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >>>>> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >>>>> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >>>>> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >>>>> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >>>>> autores não estejam em dia com a OMB). >>>>> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >>>>> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >>>>> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >>>>> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >>>>> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >>>>> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >>>>> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >>>>> avaliem a análise do musicólogo histórico! >>>>> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >>>>> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >>>>> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >>>>> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >>>>> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >>>>> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >>>>> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >>>>> hipóteses) o colega analisar. >>>>> >>>>> Um abraço, >>>>> Rodolfo Caesar >>>>> >>>>> >>>>> >>>>> 2012/6/17 silvioferrazmello >>>>> >: >>>>> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >>>>> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >>>>> artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >>>>> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi >>>>> publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação >>>>> evento/espaço. >>>>> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >>>>> estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >>>>> > >>>>> > abs >>>>> > silvio >>>>> > >>>>> > >>>>> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.brwrote: >>>>> > >>>>> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>>>> >> >>>>> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de >>>>> falar uma bobagem imensa..."): >>>>> >> >>>>> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento >>>>> local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou >>>>> composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na >>>>> internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção >>>>> acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença >>>>> não reside por aí... >>>>> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo >>>>> a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >>>>> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >>>>> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >>>>> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>>>> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado >>>>> na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo >>>>> com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas >>>>> avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma >>>>> obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >>>>> >> Abraços, >>>>> >> >>>>> >> Luciano >>>>> >> >>>>> >> >>>>> >> Citando Alvaro Henrique >>>>> >: >>>>> >> >>>>> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela >>>>> opção >>>>> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >>>>> sendo >>>>> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>>>> >>> >>>>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >>>>> provavelmente >>>>> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance >>>>> vejo >>>>> >>> assim ;-) . Mas veja só: >>>>> >>> >>>>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de >>>>> trabalho e >>>>> >>> tocar no Carnegie Hall; >>>>> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >>>>> solista >>>>> >>> da Berliner; >>>>> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser >>>>> aprovado pra >>>>> >>> tocar no maior congresso da sua área; >>>>> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>>>> >>> lançamento de CD. >>>>> >>> >>>>> >>> Etc... >>>>> >>> >>>>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que >>>>> a >>>>> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. >>>>> Já tem >>>>> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >>>>> âmbito >>>>> >>> nacional, local ou internacional, etc. >>>>> >>> >>>>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >>>>> performance >>>>> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter >>>>> de ser >>>>> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >>>>> produção. >>>>> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos >>>>> A1 não >>>>> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >>>>> igreja >>>>> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta >>>>> dele era >>>>> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>>>> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >>>>> mais que >>>>> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >>>>> professor >>>>> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. >>>>> Desculpe a >>>>> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >>>>> gerações. >>>>> >>> >>>>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre >>>>> um >>>>> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >>>>> podem >>>>> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. >>>>> Só >>>>> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >>>>> mesmo? >>>>> >>> >>>>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >>>>> outra >>>>> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é >>>>> demasiado >>>>> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >>>>> qualis >>>>> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me >>>>> se >>>>> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal >>>>> são >>>>> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >>>>> limita o >>>>> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>>>> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>>>> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>>>> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a >>>>> toquem em >>>>> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a >>>>> toquem de >>>>> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro >>>>> mesmo >>>>> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >>>>> gerarão >>>>> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >>>>> pouquinho da >>>>> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >>>>> gravações >>>>> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>>>> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>>>> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival >>>>> de Música >>>>> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao >>>>> vivo pela >>>>> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, >>>>> e conta >>>>> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis >>>>> países >>>>> >>> diferentes. >>>>> >>> >>>>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em >>>>> relevância e >>>>> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >>>>> dúvida o >>>>> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter >>>>> sido >>>>> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado >>>>> como >>>>> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>>>> >>> >>>>> >>> Abraços, >>>>> >>> Alvaro Henrique >>>>> >>> >>>>> >>> >>>>> >>> >>>>> >>> >>>>> >>> >>>>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>>>> >>> >>>>> >escreveu: >>>>> >>> >>>>> >>>> >>>>> >>>> Reencaminhando... >>>>> >>>> >>>>> >>>> Abraços, >>>>> >>>> Damián >>>>> >>>> >>>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>>> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >>>>> Federal >>>>> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>>> >>>> >>>>> >>>> >>>>> >>>> ------------------------------ >>>>> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >>>>> entre >>>>> >>>> arte e ciência >>>>> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>>> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>>> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>>> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; >>>>> rcaesar em oi.com.br ; >>>>> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>>> >>>> >>>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, >>>>> escrevo a vcs... >>>>> >>>> >>>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>>> >>>> >>>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >>>>> científica. >>>>> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>>> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>>> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou >>>>> palestra aqui ou >>>>> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações >>>>> muito mais >>>>> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>>> >>>> >>>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>>> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >>>>> estudo), ter >>>>> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >>>>> mesmo >>>>> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>>> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >>>>> partitura. >>>>> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>>> >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>>> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >>>>> sobretudo >>>>> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento >>>>> da obra e >>>>> >>>> de sua recepção. >>>>> >>>> >>>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >>>>> peça uma >>>>> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>>> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é >>>>> publicação, seja >>>>> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >>>>> substitui >>>>> >>>> a publicação nem a estreia. >>>>> >>>> >>>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>>> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>>> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>>> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>>> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>>> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, >>>>> mas a mesma >>>>> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>>> >>>> >>>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no >>>>> processo de >>>>> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no >>>>> qualis....aliás, o tempo >>>>> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >>>>> avaliador >>>>> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>>> >>>> >>>>> >>>> Minha sugestão é: >>>>> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >>>>> gravadora: >>>>> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem >>>>> processo seletivo >>>>> >>>> por pares) >>>>> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >>>>> nacional, >>>>> >>>> local) >>>>> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >>>>> (considerando-se >>>>> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>>> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>>> >>>> apresentação) >>>>> >>>> >>>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de >>>>> qualidade do >>>>> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >>>>> evento que >>>>> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >>>>> esculhambado por >>>>> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica >>>>> exponencialmente no >>>>> >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>>> >>>> >>>>> >>>> abs >>>>> >>>> Silvio >>>>> >>>> >>>>> >>>> >>>>> >>>> >>>>> >>>> >>>>> >>>> ________________________________________________ >>>>> >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> >>>> ________________________________________________ >>>>> >>>> >>>>> >>> >>>>> >> >>>>> >> >>>>> >> >>>>> >> ________________________________________________ >>>>> >> Lista de discussões ANPPOM >>>>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> >> ________________________________________________ >>>>> > >>>>> > ________________________________________________ >>>>> > Lista de discussões ANPPOM >>>>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> > ________________________________________________ >>>>> ________________________________________________ >>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>> ________________________________________________ >>>>> >>>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> >> >> >> -- >> ------------------------------------------ >> Alexandre Sperandéo Fenerich >> prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ >> >> http://soundcloud.com/ale_fenerich >> http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm >> n-1.art.br >> http://soundcloud.com/n-1-1 >> http://www.ufjf.br/eimas/ >> http://www.ufjf.br/tecartes/ >> http://www.limiares.com.br/duo-n1.html >> >> (55 32) 8481-8277 >> >> >> >> >> > -- ------------------------------------------ Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From fenerich em gmail.com Thu Jun 21 09:35:27 2012 From: fenerich em gmail.com (Ale Fenerich) Date: Thu, 21 Jun 2012 09:35:27 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> <1340237143927.1797573470@boxbe> Message-ID: Caros Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica. E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... abraços!! Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: > Colegas: > > Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para > conosco. > Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo > professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como > músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com > cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as > peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem > estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros > são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e > compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem > pesquisando. > O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo > professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia > as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de > dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente > de professor. > Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles > existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física > etc. > Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo > compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados > por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele > não as inclui no Lattes. > As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão > resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e > Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. > Abraços, > Jorge Antunes > > > > > 2012/6/20 Daniel Lemos > >> [image: Boxbe] You chose to allow >> Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed >> authentication >> Click to disallow >> >> >> Caros, >> >> Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir >> critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios >> propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios >> para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A >> solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por >> uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, >> lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer >> resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de >> discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda >> mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da >> matemática... >> >> Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como >> fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária >> utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, >> tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado >> na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do >> qualis. >> >> Abraço, >> >> Daniel L. Cerqueira >> Universidade Federal do Maranhão >> >> >> --- Em *ter, 19/6/12, luciano cesar *escreveu: >> >> >> De: luciano cesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >> arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo >> Caesar" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 >> >> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como >> está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da >> coisa do conflito... >> Abraço, >> >> Luciano >> --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar *escreveu: >> >> >> De: Rodolfo Caesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >> arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >> >> Caros, >> >> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >> uma vez que a maldição parece inevitável. >> Porque: >> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >> leis de mercado. >> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >> autores não estejam em dia com a OMB). >> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >> avaliem a análise do musicólogo histórico! >> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >> hipóteses) o colega analisar. >> >> Um abraço, >> Rodolfo Caesar >> >> >> >> 2012/6/17 silvioferrazmello : >> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >> artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi >> publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação >> evento/espaço. >> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >> estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >> > >> > abs >> > silvio >> > >> > >> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >> > >> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de >> falar uma bobagem imensa..."): >> >> >> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento >> local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou >> composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na >> internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção >> acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença >> não reside por aí... >> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a >> diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na >> produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com >> o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar >> o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de >> uma execução?) me parece igualmente estranho. >> >> Abraços, >> >> >> >> Luciano >> >> >> >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >> >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >> sendo >> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >> >>> >> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >> provavelmente >> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >> >>> assim ;-) . Mas veja só: >> >>> >> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho >> e >> >>> tocar no Carnegie Hall; >> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >> solista >> >>> da Berliner; >> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado >> pra >> >>> tocar no maior congresso da sua área; >> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >> >>> lançamento de CD. >> >>> >> >>> Etc... >> >>> >> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já >> tem >> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >> âmbito >> >>> nacional, local ou internacional, etc. >> >>> >> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >> performance >> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de >> ser >> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >> produção. >> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 >> não >> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >> igreja >> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele >> era >> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >> mais que >> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >> professor >> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >> gerações. >> >>> >> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >> podem >> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >> mesmo? >> >>> >> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >> outra >> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >> qualis >> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >> limita o >> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem >> em >> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a >> toquem de >> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >> gerarão >> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >> pouquinho da >> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >> gravações >> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de >> Música >> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo >> pela >> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e >> conta >> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >> >>> diferentes. >> >>> >> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em >> relevância e >> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >> dúvida o >> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >> >>> >> >>> Abraços, >> >>> Alvaro Henrique >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >> >>> escreveu: >> >>> >> >>>> >> >>>> Reencaminhando... >> >>>> >> >>>> Abraços, >> >>>> Damián >> >>>> >> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >> Federal >> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >> >>>> >> >>>> >> >>>> ------------------------------ >> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >> entre >> >>>> arte e ciência >> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >> >>>> >> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a >> vcs... >> >>>> >> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >> >>>> >> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >> científica. >> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra >> aqui ou >> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito >> mais >> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >> >>>> >> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >> estudo), ter >> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >> mesmo >> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >> partitura. >> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >> >>>> amadurecimento de um trabalho. >> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >> sobretudo >> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da >> obra e >> >>>> de sua recepção. >> >>>> >> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >> peça uma >> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é >> publicação, seja >> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >> substitui >> >>>> a publicação nem a estreia. >> >>>> >> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a >> mesma >> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >> >>>> >> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo >> de >> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, >> o tempo >> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >> avaliador >> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >> >>>> >> >>>> Minha sugestão é: >> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >> gravadora: >> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >> seletivo >> >>>> por pares) >> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >> nacional, >> >>>> local) >> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >> (considerando-se >> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >> >>>> apresentação) >> >>>> >> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade >> do >> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >> evento que >> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >> esculhambado por >> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente >> no >> >>>> caso de trabalhos artísticos... >> >>>> >> >>>> abs >> >>>> Silvio >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> Lista de discussões ANPPOM >> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> >> >>> >> >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > ________________________________________________ >> > Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -- ------------------------------------------ Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From rodolfo.caesar em gmail.com Thu Jun 21 09:40:16 2012 From: rodolfo.caesar em gmail.com (Rodolfo Caesar) Date: Thu, 21 Jun 2012 09:40:16 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: Caros, Em países como a França, a Alemanha, a Áustria - e talvez ainda outros (Russia?) - os conservatórios (ensinando composição e práticas) sempre estiveram separados das faculdades (mais teóricas). Ali tudo funciona melhor que aqui e está ajustado à contemporaneidade (por exemplo: tenho um diploma de música eletroacústica do *conservatório* de Paris de 1976), e nem se pensa em pontuar produção artística. Nem em criar uma ridícula ABNT do mandarinato das artes. E muito menos em viajar pra festivais internacionais com passagem paga pelo CNPq. abs, Rodolfo 2012/6/20 Ale Fenerich > Caro Álvaro > > > Nota-se que você entendeu às avessas o meu discurso. é uma pena. Nao vou > esclarecê-lo ponto a ponto, apenas dizer que aqueles que confundem sua > pesquisa em música e sua atuação profissional como professores acadêmicos > com sua prática artística estão agindo de má-fé tanto com seus pares > acadêmicos que nao tocam (teóricos, por exemplo) quanto com sua honestidade > frente à liberdade de criação. > > Em nenhum momento propús que se avaliasse produções em espaços > alternativos ou "ao ar livre" (isso é coisa sua...). Tal ideia é totalmente > absurda - nesses lugares NAO SE PODE pontuar nada!!! Mas eu disse apenas > que pontuar em espaços como Sala São Paulo é tão ou mais irrelevante > artisticamente que numa outra sala qualquer, pelos motivos que expús em > outra mensagem. Ou, ainda, é hipocritamente relevante... > > > Mas eu páro por aqui: esta discussão tende a resvalar, como ja o fez, em > opiniões totalmente preconceituosas e elitistas - as quais prefiro não ler, > e portanto não as vou provocar. > > > Atenciosamente > > > > Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: > >> Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro >> tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores >> universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a >> ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente >> "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num >> concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas >> coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que >> recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" >> semanal. >> >> Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, >> social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se >> tiver algum. >> >> Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais >> alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o >> ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser >> pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo >> acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. >> >> E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar >> legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, >> deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? >> Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... >> >> Abraços, >> Alvaro Henrique >> >> >> >> >> >> Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: >> >> Oi Luciano, >>> >>> >>> Não sei! >>> Sem ironia tb. >>> É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a >>> solução.... Lamento muito desapontar... >>> >>> Um abraço, >>> >>> Rodolfo >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> 2012/6/19 luciano cesar >>> >>>> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como >>>> está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da >>>> coisa do conflito... >>>> Abraço, >>>> >>>> Luciano >>>> --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar *escreveu: >>>> >>>> >>>> De: Rodolfo Caesar >>>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> Para: "silvioferrazmello" >>>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>>> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >>>> >>>> >>>> Caros, >>>> >>>> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >>>> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >>>> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >>>> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >>>> uma vez que a maldição parece inevitável. >>>> Porque: >>>> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >>>> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >>>> leis de mercado. >>>> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >>>> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >>>> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >>>> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >>>> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >>>> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >>>> autores não estejam em dia com a OMB). >>>> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >>>> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >>>> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >>>> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >>>> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >>>> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >>>> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >>>> avaliem a análise do musicólogo histórico! >>>> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >>>> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >>>> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >>>> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >>>> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >>>> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >>>> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >>>> hipóteses) o colega analisar. >>>> >>>> Um abraço, >>>> Rodolfo Caesar >>>> >>>> >>>> >>>> 2012/6/17 silvioferrazmello >>>> >: >>>> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >>>> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >>>> artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >>>> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi >>>> publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação >>>> evento/espaço. >>>> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >>>> estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >>>> > >>>> > abs >>>> > silvio >>>> > >>>> > >>>> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.brwrote: >>>> > >>>> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>>> >> >>>> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de >>>> falar uma bobagem imensa..."): >>>> >> >>>> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento >>>> local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou >>>> composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na >>>> internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção >>>> acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença >>>> não reside por aí... >>>> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo >>>> a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >>>> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >>>> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >>>> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>>> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado >>>> na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo >>>> com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas >>>> avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma >>>> obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >>>> >> Abraços, >>>> >> >>>> >> Luciano >>>> >> >>>> >> >>>> >> Citando Alvaro Henrique >>>> >: >>>> >> >>>> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela >>>> opção >>>> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >>>> sendo >>>> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>>> >>> >>>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >>>> provavelmente >>>> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance >>>> vejo >>>> >>> assim ;-) . Mas veja só: >>>> >>> >>>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de >>>> trabalho e >>>> >>> tocar no Carnegie Hall; >>>> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >>>> solista >>>> >>> da Berliner; >>>> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser >>>> aprovado pra >>>> >>> tocar no maior congresso da sua área; >>>> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>>> >>> lançamento de CD. >>>> >>> >>>> >>> Etc... >>>> >>> >>>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>>> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. >>>> Já tem >>>> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >>>> âmbito >>>> >>> nacional, local ou internacional, etc. >>>> >>> >>>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >>>> performance >>>> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de >>>> ser >>>> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >>>> produção. >>>> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 >>>> não >>>> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >>>> igreja >>>> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta >>>> dele era >>>> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>>> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >>>> mais que >>>> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >>>> professor >>>> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. >>>> Desculpe a >>>> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >>>> gerações. >>>> >>> >>>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre >>>> um >>>> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >>>> podem >>>> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>>> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >>>> mesmo? >>>> >>> >>>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >>>> outra >>>> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>>> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >>>> qualis >>>> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me >>>> se >>>> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal >>>> são >>>> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >>>> limita o >>>> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>>> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>>> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>>> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a >>>> toquem em >>>> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a >>>> toquem de >>>> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro >>>> mesmo >>>> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >>>> gerarão >>>> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >>>> pouquinho da >>>> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >>>> gravações >>>> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>>> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>>> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival >>>> de Música >>>> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao >>>> vivo pela >>>> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, >>>> e conta >>>> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>>> >>> diferentes. >>>> >>> >>>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em >>>> relevância e >>>> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >>>> dúvida o >>>> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter >>>> sido >>>> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado >>>> como >>>> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>>> >>> >>>> >>> Abraços, >>>> >>> Alvaro Henrique >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>>> >>> >>>> >escreveu: >>>> >>> >>>> >>>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> >>>> >>>> Abraços, >>>> >>>> Damián >>>> >>>> >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >>>> Federal >>>> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >>>> entre >>>> >>>> arte e ciência >>>> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; >>>> rcaesar em oi.com.br ; >>>> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo >>>> a vcs... >>>> >>>> >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >>>> científica. >>>> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra >>>> aqui ou >>>> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações >>>> muito mais >>>> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >>>> estudo), ter >>>> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >>>> mesmo >>>> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >>>> partitura. >>>> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >>>> sobretudo >>>> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento >>>> da obra e >>>> >>>> de sua recepção. >>>> >>>> >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >>>> peça uma >>>> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é >>>> publicação, seja >>>> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >>>> substitui >>>> >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas >>>> a mesma >>>> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no >>>> processo de >>>> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no >>>> qualis....aliás, o tempo >>>> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >>>> avaliador >>>> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >>>> gravadora: >>>> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >>>> seletivo >>>> >>>> por pares) >>>> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >>>> nacional, >>>> >>>> local) >>>> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >>>> (considerando-se >>>> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> >>>> apresentação) >>>> >>>> >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de >>>> qualidade do >>>> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >>>> evento que >>>> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >>>> esculhambado por >>>> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica >>>> exponencialmente no >>>> >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> >>>> >>>> abs >>>> >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>>> >>> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> Lista de discussões ANPPOM >>>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >> ________________________________________________ >>>> > >>>> > ________________________________________________ >>>> > Lista de discussões ANPPOM >>>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> > ________________________________________________ >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alexandre_ficagna em yahoo.com.br Thu Jun 21 10:40:10 2012 From: alexandre_ficagna em yahoo.com.br (Alexandre Ficagna) Date: Thu, 21 Jun 2012 06:40:10 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1340286010.36371.YahooMailNeo@web39304.mail.mud.yahoo.com> Oi Alê, o problema é esse: as bolas estão misturadas. Por mais que discordemos de alguns colegas, isso não muda. Não desista não, nas discussões por email parece que tudo ganha matizes de ironia, o que é um saco, pois às vezes nem é a intenção (assim quero acreditar). Abraço Alexandre (o Ficagna)   http://soundcloud.com/alexandre-ficagna www.myspace.com/alexandreficagna --------------------------------- Endereço: Avenida Juscelino Kubitschek, 3117, apto 603 Bairro: Vl. Ipiranga Londrina - PR CEP: 86010-540 ________________________________ De: Ale Fenerich Para: Alvaro Henrique Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Enviadas: Quinta-feira, 21 de Junho de 2012 0:25 Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência é, realmente não estamos falando a mesma língua... comparar espaços alternativos ao abadá de Salvador não era aquilo que eu tinha em mente. desculpem, fiquem com seu qualis artístico (que me será empurrado pela garganta, podem ter ceteza) que eu volto aos meus velhos escrúpulos de criador. Continuo preferindo ser um professor-pesquisador E um artista atuante. Não misturo as bolas. Um abraço Em 20 de junho de 2012 23:51, Alvaro Henrique escreveu: Quem é só "artista" pode se dar ao luxo de criar seu próprio critério de relevância, seu "qualis pessoal", e achar tão ou mais irrelevante tocar na Sala São Paulo. > > >Para quem é "professor-artista", há um compromisso com a atuação acadêmica, e não é a mesma coisa tocar no próprio local de trabalho e tocar na Sala São Paulo. Provavelmente na Sala São Paulo é melhor. > > >Acho razoável, num curso de música popular, que tocar no Clube do Choro de Brasília seja mais importante que tocar na Sala São Paulo, por exemplo. Mas ainda assim isso significa que há lugares/ eventos que são mais importantes que outros para a atuação do "professor-artista" daquela instituição acadêmica. E isso tem de seguir critérios gerais, comuns a todos, para garantir que a atuação artística do "professor-artista" traga frutos não apenas para seu lado "artista", mas também para seu lado "professor", que é o de formar uma nova geração de músicos melhores, mais capazes, mais motivados, mais competentes, contribuir para sua instituição, etc. É pra isso que ele é pago para ser professor universitário. O Ministério da Cultura tem programas de residência artística para aqueles que querem apenas compartilhar seu fazer artístico a quem interessar possa.  > > >Acho que locais alternativos, ou mesmo ao ar livre, devem ser pontuados, desde que seja uma pontuação à altura. Talvez isso soe como uma embromação pros colegas que trabalham nas capitais, mas nas instituições no interior é provável que TODOS os espaços locais que comportam um tipo de fazer artístico sejam alternativos. Em Uberlândia, por exemplo, o espaço público no qual a prefeitura organiza concertos com orquestra completa é no estacionamento de um teatro em obras, a céu aberto.  > > >De qualquer forma, não reconhecer que para a atuação do professor universitário há lugares e eventos que são mais importantes que outros é preconceituoso e mediocrista. A "cumpanherada" que me perdoe, mas a própria função da universidade é criar uma elite intelectual: preparar os melhores, os mais competentes, os mais capazes, não apenas entregar um papel em 48 prestações gratuitas a qualquer um. Naturalmente, é função do poder público garantir que essa elite intelectual não seja composta apenas pela elite econômica. Parece que era assim até nos países socialistas.  > > >Preconceito todos temos. A última pessoa "do povão" que me veio com esse papinho de arte "da Zélite" viaja todo ano pra Salvador, fica em hotel de luxo e paga R$ 300+ por uma camiseta de estampa duvidosa, enquanto "o zélitista" aqui está planejando ir a uma récita de ópera com entrada gratuita.  > > >Abraços, >Alvaro Henrique > > > > > > > > > >Em 20 de junho de 2012 22:13, Ale Fenerich escreveu: > > >Caro Álvaro >> >> >> >> >>Nota-se que você entendeu às avessas o meu discurso. é uma pena. Nao vou esclarecê-lo ponto a ponto, apenas dizer que aqueles que confundem sua pesquisa em música e sua atuação profissional como professores acadêmicos com sua prática artística estão agindo de má-fé tanto com seus pares acadêmicos que nao tocam (teóricos, por exemplo) quanto com sua honestidade frente à liberdade de criação.  >> >> >>Em nenhum momento propús que se avaliasse produções em espaços alternativos ou "ao ar livre" (isso é coisa sua...). Tal ideia é totalmente absurda - nesses lugares NAO SE PODE pontuar nada!!! Mas eu disse apenas que pontuar em espaços como Sala São Paulo é tão ou mais irrelevante artisticamente que numa outra sala qualquer, pelos motivos que expús em outra mensagem. Ou, ainda, é hipocritamente relevante...  >> >> >> >> >>Mas eu páro por aqui: esta discussão tende a resvalar, como ja o fez, em opiniões totalmente preconceituosas e elitistas - as quais prefiro não ler, e portanto não as vou provocar. >> >> >> >> >>Atenciosamente  >> >> >> >> >> >> >>Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: >> >>Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" semanal.  >>> >>> >>>Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se tiver algum.  >>> >>> >>>Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. >>> >>> >>>E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... >>> >>> >>>Abraços, >>>Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>>Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: >>> >>> >>>Oi Luciano, >>>> >>>> >>>>Não sei! >>>>Sem ironia tb. >>>>É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a solução.... Lamento muito desapontar... >>>> >>>>Um abraço, >>>> >>>>Rodolfo >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>>2012/6/19 luciano cesar >>>> >>>>Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... >>>>>Abraço,  >>>>> >>>>> >>>>>Luciano >>>>>--- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: >>>>> >>>>> >>>>>>De: Rodolfo Caesar >>>>>>Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >>>>>>Para: "silvioferrazmello" >>>>>>Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>>>>>Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >>>>>> >>>>>> >>>>>> >>>>>>Caros, >>>>>> >>>>>>Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >>>>>>Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >>>>>>precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >>>>>>deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >>>>>>uma vez que a maldição parece inevitável. >>>>>>Porque: >>>>>>- a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >>>>>>sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >>>>>>leis de mercado. >>>>>>- p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >>>>>>tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >>>>>>abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >>>>>>Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >>>>>>- de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >>>>>>gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >>>>>>autores não estejam em dia com a OMB). >>>>>>- o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >>>>>>sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >>>>>>engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >>>>>>dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >>>>>>- para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >>>>>>'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >>>>>>impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >>>>>>avaliem a análise do musicólogo histórico! >>>>>>- tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >>>>>>ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >>>>>>que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >>>>>>- sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >>>>>>aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >>>>>>bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >>>>>>vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >>>>>>hipóteses) o colega analisar. >>>>>> >>>>>>Um abraço, >>>>>>Rodolfo Caesar >>>>>> >>>>>> >>>>>> >>>>>>2012/6/17 silvioferrazmello : >>>>>>> aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >>>>>>> para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >>>>>>> a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. >>>>>>> ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >>>>>>> >>>>>>> abs >>>>>>> silvio >>>>>>> >>>>>>> >>>>>>> On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >>>>>>> >>>>>>>> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>>>>>>> >>>>>>>> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >>>>>>>> >>>>>>>>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>>>>>>>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>>>>>>>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >>>>>>>> Abraços, >>>>>>>> >>>>>>>> Luciano >>>>>>>> >>>>>>>> >>>>>>>> Citando Alvaro Henrique : >>>>>>>> >>>>>>>>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>>>>>>>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>>>>>>>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>>>>>>>> >>>>>>>>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>>>>>>>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>>>>>>>> assim ;-) . Mas veja só: >>>>>>>>> >>>>>>>>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>>>>>>>> tocar no Carnegie Hall; >>>>>>>>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>>>>>>>> da Berliner; >>>>>>>>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>>>>>>>> tocar no maior congresso da sua área; >>>>>>>>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>>>>>>>> lançamento de CD. >>>>>>>>> >>>>>>>>> Etc... >>>>>>>>> >>>>>>>>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>>>>>>>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>>>>>>>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>>>>>>>> nacional, local ou internacional, etc. >>>>>>>>> >>>>>>>>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>>>>>>>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>>>>>>>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>>>>>>>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>>>>>>>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>>>>>>>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>>>>>>>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>>>>>>>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>>>>>>>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>>>>>>>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>>>>>>>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>>>>>>>> >>>>>>>>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>>>>>>>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>>>>>>>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>>>>>>>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>>>>>>>> >>>>>>>>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>>>>>>>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>>>>>>>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>>>>>>>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>>>>>>>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>>>>>>>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>>>>>>>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>>>>>>>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>>>>>>>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>>>>>>>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>>>>>>>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>>>>>>>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>>>>>>>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>>>>>>>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>>>>>>>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>>>>>>>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>>>>>>>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>>>>>>>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>>>>>>>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>>>>>>>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>>>>>>>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>>>>>>>> diferentes. >>>>>>>>> >>>>>>>>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>>>>>>>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>>>>>>>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>>>>>>>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>>>>>>>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>>>>>>>> >>>>>>>>> Abraços, >>>>>>>>> Alvaro Henrique >>>>>>>>> >>>>>>>>> >>>>>>>>> >>>>>>>>> >>>>>>>>> >>>>>>>>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>>>>>>>> escreveu: >>>>>>>>> >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Reencaminhando... >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Abraços, >>>>>>>>>> Damián >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>>>>>>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>>>>>>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> ------------------------------ >>>>>>>>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>>>>>>>> arte e ciência >>>>>>>>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>>>>>>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>>>>>>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>>>>>>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>>>>>>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>>>>>>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>>>>>>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>>>>>>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>>>>>>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>>>>>>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>>>>>>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>>>>>>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>>>>>>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>>>>>>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>>>>>>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>>>>>>>> amadurecimento de um trabalho. >>>>>>>>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>>>>>>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>>>>>>>> de sua recepção. >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>>>>>>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>>>>>>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>>>>>>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>>>>>>>> a publicação nem a estreia. >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>>>>>>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>>>>>>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>>>>>>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>>>>>>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>>>>>>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>>>>>>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>>>>>>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>>>>>>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>>>>>>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> Minha sugestão é: >>>>>>>>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>>>>>>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>>>>>>>> por pares) >>>>>>>>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>>>>>>>> local) >>>>>>>>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>>>>>>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>>>>>>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>>>>>>>> apresentação) >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>>>>>>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>>>>>>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>>>>>>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>>>>>>>> caso de trabalhos artísticos... >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> abs >>>>>>>>>> Silvio >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> >>>>>>>>>> ________________________________________________ >>>>>>>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>>>>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>>>>>>> ________________________________________________ >>>>>>>>>> >>>>>>>>> >>>>>>>> >>>>>>>> >>>>>>>> >>>>>>>> ________________________________________________ >>>>>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>>>>> ________________________________________________ >>>>>>> >>>>>>> ________________________________________________ >>>>>>> Lista de discussões ANPPOM >>>>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>>>> ________________________________________________ >>>>>>________________________________________________ >>>>>>Lista de discussões ANPPOM >>>>>>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>>>________________________________________________ >>>>>> >>>> >>>>________________________________________________ >>>>Lista de discussões ANPPOM >>>>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>>________________________________________________ >>>> >>> >>>________________________________________________ >>>Lista de discussões ANPPOM >>>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>________________________________________________ >>> >> >> >> >>-- >> >>------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich >>prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ >> >> >>http://soundcloud.com/ale_fenerich >>http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm >>n-1.art.br >>http://soundcloud.com/n-1-1  >>http://www.ufjf.br/eimas/ >>http://www.ufjf.br/tecartes/ >>http://www.limiares.com.br/duo-n1.html >> >> >>(55 32) 8481-8277 >> >> >> >> >> >> >> > -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1  http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Thu Jun 21 11:46:39 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Thu, 21 Jun 2012 11:46:39 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Convite Message-ID: *Ópera de Rua em 89.9 MHz* No próximo sábado, dia 23, irá ao ar, às 17h, pela Brasília Super Rádio FM, a ópera de rua AUTO DO PESADELO DE DOM BOSCO, de Jorge Antunes. Programa ?Vesperal Lírica?- produção de João Carlos Taveira. No mesmo programa será apresentada a ópera Le Grand Macabre, de György Ligeti. Você pode ouvir o programa ao vivo, pela Internet, cadastrando-se em http://www.superfm.com.br/ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From musicoyargentino em gmail.com Thu Jun 21 12:13:21 2012 From: musicoyargentino em gmail.com (Dr. K) Date: Thu, 21 Jun 2012 11:13:21 -0400 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?b?TWF0w6lyaWEgc29icmUgYXZhbGlhw6fDo28gZGlm?= =?utf-8?q?erenciada_entre_arte_e_ci=C3=AAncia?= Message-ID: Pessoal, Devo confessar que as últimas discussões aqui na lista têm sido muito desencorajadoras. Não sei se é porque estou num dos locais mais remotos do Brasil, onde fazem poucos anos não existia praticamente nada em pesquisa musical. Essa situação me obrigou arregaçar as mangas e fazer. Aqui nada chega por dádiva do governo ou da IFES. Aqui os espaços se fazem ou desaparecem. Nas duas últimas discussões que houve sobre produtividade e avaliação em pesquisa surgiram duas propostas concretas. Uma foi um seminário tratando da questão produtividade, com foco no impacto da produção nas decisões orçamentárias (por exemplo, Programa Ciência sem Fronteiras). A outra proposta foi a reformulação do Qualis Artístico, tentando atender a nossa produção dentro do ambiente acadêmico. A situação da área de música na região Norte é crítica. Não existe pós-graduação com foco em música (o mestrado no Pará é genérico em Artes). A produção em pesquisa é resultado do esforço puramente individual. Como não existem programas específicos, as universidades e a Capes não são obrigadas a apoiar atividades em pesquisa musical. Portanto, a única saída é concorrer nos editais a nível regional e nacional. Nesse contexto, as propostas que não estão dentro das <áreas prioritárias> para a região Amazônica (saúde e biologia) são excluídas. Enfim, acho que um uso produtivo da nossa lista seria tentar encontrar soluções conjuntas para os problemas. A situação da pesquisa na região Norte é essa. A exclusão da música em editais regionais e nacionais acontece. O Qualis existe e é aplicado nas decisões orçamentárias e nos planos de carreira. Abraços, Damián -- Dr. Damián Keller NAP, Universidade Federal do Acre / Amazon Center for Music Research (NAP), Federal University of Acre / http://ccrma.stanford.edu/~dkeller From luisrsq em uol.com.br Thu Jun 21 13:00:03 2012 From: luisrsq em uol.com.br (Luis Ricardo) Date: Thu, 21 Jun 2012 13:00:03 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Inscri=C3=A7=C3=B5es_XXII_Congresso_da_A?= =?utf-8?q?NPPOM?= In-Reply-To: References: Message-ID: <4fe345035e4e2_4d7d6d981301ee@a4-weasel4.tmail> Um anexo em HTML foi limpo... URL: From vladimirsilva em hotmail.com Thu Jun 21 15:50:28 2012 From: vladimirsilva em hotmail.com (Vladimir Silva) Date: Thu, 21 Jun 2012 18:50:28 +0000 Subject: [ANPPOM-Lista] Concurso para Pianista Correpetidor - UFCG (Edital aberto) Message-ID: Olá, A Universidade Federal de Campina Grande realizará concurso público para a seleção de vários profissionais, dentre os quais um Pianista Correpetidor. Mais detalhes no edital do concurso. http://www.ufcg.edu.br:8080/chamadas/downloads/577632.pdf Atenciosamente, Vladimir Silva, DMA UFCG - CH - UAAMI www.vladimirsilva.com -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From tiago.carvalho em yahoo.com.br Thu Jun 21 22:09:04 2012 From: tiago.carvalho em yahoo.com.br (Tiago de Quadros Maia Carvalho) Date: Thu, 21 Jun 2012 18:09:04 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Divulga=E7=E3o_da_Chamada_de_Trabal?= =?iso-8859-1?q?hos_para_o_III_Encontro_Regional_Nordeste_da_ABET_/_I_Enco?= =?iso-8859-1?q?ntro_Regional_Norte_da_ABET?= Message-ID: <1340327344.40400.YahooMailNeo@web111314.mail.gq1.yahoo.com> Caros, É com alegria que a Associação Brasileira de Etnomusicologia e a comissão organizadora do III Encontro Regional Nordeste da ABET/ I Encontro Regional Norte da ABET convidam estudantes, professores e pesquisadores da área de Etnomusicologia e outras áreas que contemplem o estudo da música em perspectivas culturais, sociais, midiáticas, entre outras, a submeterem seus trabalhos, respeitando as normas e parâmetros delimitadas por esta chamada. O Tema do evento será Formação e Diálogos Interdisciplinares na Etnomusicologia Brasileira. O evento acontecerá nos dias 24, 25 e 26 de outubro de 2012, na Escola de Música da UFBA, Salvador, Bahia. A chamada de trabalhos, o formulário para submissão de propostas e a programação do Encontro estão disponíveis através do site oficial do evento. O prazo final para a submissão de trabalhos é o dia 22/07/2012. Cronograma da Chamada de Trabalhos Atividade Datas/Prazos Envio de trabalhos  20/06/2012 a 22/07/2012 Avaliação Pelo Comitê Científico   29/07/2012 a 12/08/2012 Divulgação dos Resultados 20/08/2012 Revisão dos artigos e elaboração da versão final  Até 02/09/2012 Inscrição no evento pelos autores aprovados  23/09/2012 Data Limite para o envio de trabalhos: 22/07/2012 Aguardamos a presença de todos e desejamos um excelente evento. Na ocorrência de alguma dúvida, basta fazer contato através do e-mail oficial do Encontro: abetnone2012 em gmail.com     Abraços, Tiago de Quadros Maia Carvalho Doutorado em Música, área de concentração Etnomusicologia - UFBA Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0064848908794311 Blog: http://tiagodequadros.wordpress.com/ Twitter: @tiagodequadros Delicious: www.delicious.com/tiago.carvalho Diigo: http://www.diigo.com/user/tiagodequadros -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From adrimauricio em uol.com.br Thu Jun 21 22:10:04 2012 From: adrimauricio em uol.com.br (Adriana Lopes Moreira) Date: Thu, 21 Jun 2012 22:10:04 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Aos autores de trabalhos aprovados para o XXII Congresso da ANPPOM Message-ID: <005801cd5013$c1b09bb0$4511d310$@uol.com.br> Prezados autores de trabalhos aprovados para participação no XXII Congresso da ANPPOM, A versão final (corrigida) dos seus trabalhos deverá ser enviada até 25/06/2012 (segunda-feira) através do sistema OCS () e a esse respeito temos algumas observações importantes: - Se o título ou o resumo do seu trabalho tiver passado por alguma alteração, lembre-se de alterar esses metadados de acordo com a orientação que consta no documento “Instruções finais aos autores”. - Ao “Transferir Versão do Autor”, observe que logo acima desta linha, em “Versão do Autor”, aparecerá um número de arquivo seguido pela data do dia em que você está. Esta é a sua confirmação de envio. - Por favor, não encaminhe uma cópia do seu trabalho corrigido ao coordenador de subárea. No dia 26/06 verificaremos cada transferência e entraremos em contato com os autores que não tiverem conseguido inserir sua versão corrigida com sucesso. Atenciosamente, Adriana Lopes Moreira (Anppom/USP) e José Orlando Alves (UFPB) adrianalopes em usp.br ou adrimauricio em uol.com.br / jorlandoalves em ig.com.br Coordenadores da Comissão Científica XXII Congresso da Anppom João Pessoa, 27 a 31 de agosto de 2012 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Fri Jun 22 09:00:59 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Fri, 22 Jun 2012 09:00:59 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Um_maxixe_nos_EUA_-_a_incr=EDvel_hi?= =?iso-8859-1?q?st=F3ria_de_Dengoso_=28parte_1=29=3A_1907-1917?= In-Reply-To: References: Message-ID: *Oi, Alexandre:* * * *Belíssimo trabalho !* *PARABÉNS.* *Abraço,* *Jorge Antunes* Em 22 de junho de 2012 02:15, Alexandre Dias escreveu: > Prezados amigos, (English below) > > Convido a todos a lerem o último texto que escrevi para o blog do site > Ernesto Nazareth 150 Anos. Trata-se de uma pesquisa que venho fazendo a 8 > anos, e cujos primeiros resultados resumo agora. O maxixe Dengoso, de > Ernesto Nazareth foi provavelmente o primeiro grande sucesso de uma música > brasileira no exterior, e no texto forneço evidências para isso, como > algumas belas reproduções de várias capas de edições americanas e francesas. > > http://www.ernestonazareth150anos.com.br/posts/index/19 > > Aproveito para convidá-los a acessarem os posts anteriores do blog, com > outras pesquisas, e também a discografia do site, que contém mais de 2.200 > gravações para ouvir online. > > Abraços, > -- > Alexandre Dias > > > Dear friends, > > I invite you to read the latest text I've written for the Ernesto Nazareth > 150 Anos website blog. It is a bout a research I've been doing for the past > 8 years, whose first results I'm summarizing now. The maxixe Dengoso, by > Ernesto Nazareth, was possibly the first major Brazilian international hit, > and in the text I provide evidence for that, including the reproduction of > many beautiful score covers of American and French editions. > > http://www.ernestonazareth150anos.com.br/posts/index/19 > > I also take the opportunity to invite you to read the other previous posts > at the blog, with different researches, and also the discography, which > contains over 2.200 recordings to listen online. > > > Best wishes, > -- > Alexandre Dias > > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Fri Jun 22 10:48:19 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Fri, 22 Jun 2012 06:48:19 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1340372899.31516.YahooMailClassic@web161704.mail.bf1.yahoo.com> Álvaro, que bom que você arrumou tempo para esta discussão!       Não há critérios claros estabelecidos para o professor artista, ou para o professor pesquisador que entende o desenvolvimento da atividade musical como parte de uma pesquisa. É essa a discussão, não é se a "cumpanheragem" é mais vagabunda do que a inciativa privada.   Eu gostaria de pedir um pouco mais de objetividade na discussão. Atacar sistemas de governo ou posições políticas, além de ser mostra de extrema ignorância no assunto e da discussão atual, não acrescenta em nada ao problema que começou com o texto (que o professor Antunes reenviou como se fosse a novidade) do Charles Kieffer.    A discussão era: como avaliar o mérito do trabalho artístico no contexto da Universidade?    Parece que todos concordam que deve ser considerada essa produção de alguma maneira, mesmo nos extremos mais radicais...    Alguém aqui sugeriu que tocar um instrumento não é pesquisa. Permitam-me lembrar que ler um livro ou ver um filme também pode ser feito da maneira mais superficial e descompromissada possível. Mas o fato de haver "Os Vingadores" não desqualifica as horas que os estudantes de cinema passam analisando (ou será que estão meramente assistindo??) Win Wenders.    Da mesma maneira, há pesquisa em performance ou composição sim senhores. Uma nova abordagem técnica que leve ao entendimento de uma obra ou lance luz a um estilo, recursos expressivos no instrumento, maneiras de abordar peças novas, entendimento de performances ou a construção de uma performance específica que dialogue com outras... Isso tudo é pesquisa que enriquece a produção acadêmica em artigos, aulas e projetos de extensão, não são só "projetos pessoais".    Porém, isso tudo é pesquisa nos termos próprios da performance, como há pesquisa nos termos próprios da composição, da genética ou da odontologia. Não dá pra comparar as diferentes configurações de pesquisa, ensino e extensão. Tocar uma peça e extrair um dente, francamente, são atividades incomensuráveis, a gente não deveria precisar desse tipo de caricatura didática aqui.     Se não se admite as especificidades da pesquisa em produção artística, que se tire a performace da universidade então, e deixem-na para os conservatórios de alto nível. Abraços, Luciano --- Em qua, 20/6/12, Alvaro Henrique escreveu: De: Alvaro Henrique Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "Ale Fenerich" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quarta-feira, 20 de Junho de 2012, 23:51 Quem é só "artista" pode se dar ao luxo de criar seu próprio critério de relevância, seu "qualis pessoal", e achar tão ou mais irrelevante tocar na Sala São Paulo. Para quem é "professor-artista", há um compromisso com a atuação acadêmica, e não é a mesma coisa tocar no próprio local de trabalho e tocar na Sala São Paulo. Provavelmente na Sala São Paulo é melhor. Acho razoável, num curso de música popular, que tocar no Clube do Choro de Brasília seja mais importante que tocar na Sala São Paulo, por exemplo. Mas ainda assim isso significa que há lugares/ eventos que são mais importantes que outros para a atuação do "professor-artista" daquela instituição acadêmica. E isso tem de seguir critérios gerais, comuns a todos, para garantir que a atuação artística do "professor-artista" traga frutos não apenas para seu lado "artista", mas também para seu lado "professor", que é o de formar uma nova geração de músicos melhores, mais capazes, mais motivados, mais competentes, contribuir para sua instituição, etc. É pra isso que ele é pago para ser professor universitário. O Ministério da Cultura tem programas de residência artística para aqueles que querem apenas compartilhar seu fazer artístico a quem interessar possa.  Acho que locais alternativos, ou mesmo ao ar livre, devem ser pontuados, desde que seja uma pontuação à altura. Talvez isso soe como uma embromação pros colegas que trabalham nas capitais, mas nas instituições no interior é provável que TODOS os espaços locais que comportam um tipo de fazer artístico sejam alternativos. Em Uberlândia, por exemplo, o espaço público no qual a prefeitura organiza concertos com orquestra completa é no estacionamento de um teatro em obras, a céu aberto.  De qualquer forma, não reconhecer que para a atuação do professor universitário há lugares e eventos que são mais importantes que outros é preconceituoso e mediocrista. A "cumpanherada" que me perdoe, mas a própria função da universidade é criar uma elite intelectual: preparar os melhores, os mais competentes, os mais capazes, não apenas entregar um papel em 48 prestações gratuitas a qualquer um. Naturalmente, é função do poder público garantir que essa elite intelectual não seja composta apenas pela elite econômica. Parece que era assim até nos países socialistas.  Preconceito todos temos. A última pessoa "do povão" que me veio com esse papinho de arte "da Zélite" viaja todo ano pra Salvador, fica em hotel de luxo e paga R$ 300+ por uma camiseta de estampa duvidosa, enquanto "o zélitista" aqui está planejando ir a uma récita de ópera com entrada gratuita.  Abraços, Alvaro Henrique Em 20 de junho de 2012 22:13, Ale Fenerich escreveu: Caro Álvaro Nota-se que você entendeu às avessas o meu discurso. é uma pena. Nao vou esclarecê-lo ponto a ponto, apenas dizer que aqueles que confundem sua pesquisa em música e sua atuação profissional como professores acadêmicos com sua prática artística estão agindo de má-fé tanto com seus pares acadêmicos que nao tocam (teóricos, por exemplo) quanto com sua honestidade frente à liberdade de criação.  Em nenhum momento propús que se avaliasse produções em espaços alternativos ou "ao ar livre" (isso é coisa sua...). Tal ideia é totalmente absurda - nesses lugares NAO SE PODE pontuar nada!!! Mas eu disse apenas que pontuar em espaços como Sala São Paulo é tão ou mais irrelevante artisticamente que numa outra sala qualquer, pelos motivos que expús em outra mensagem. Ou, ainda, é hipocritamente relevante...  Mas eu páro por aqui: esta discussão tende a resvalar, como ja o fez, em opiniões totalmente preconceituosas e elitistas - as quais prefiro não ler, e portanto não as vou provocar. Atenciosamente  Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" semanal.  Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se tiver algum.  Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... Abraços,Alvaro Henrique Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: Oi Luciano, Não sei! Sem ironia tb. É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a solução.... Lamento muito desapontar... Um abraço, Rodolfo 2012/6/19 luciano cesar Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerichhttp://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.brhttp://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lkessel em uol.com.br Sat Jun 23 10:44:20 2012 From: lkessel em uol.com.br (Prof. L. Kessel) Date: Sat, 23 Jun 2012 10:44:20 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?q?Fwd=3A_Opera_Est=C3=BAdio_convida?= In-Reply-To: <4fe5c57256c4f_17c79fb7134583@a4-weasel19.tmail> References: <4fe4d6ebcfe02_63c66d98130221@a4-weasel4.tmail> <4fe5c57256c4f_17c79fb7134583@a4-weasel19.tmail> Message-ID: <4fe5c834e9b52_1adf9d06930463@a4-weasel2.tmail> Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: EMAIL MKT 2.jpg Tipo: image/jpeg Tamanho: 418089 bytes Descrição: não disponível URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sat Jun 23 20:10:39 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sat, 23 Jun 2012 20:10:39 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> <1340237143927.1797573470@boxbe> Message-ID: <225C8343-A39D-450F-896E-B38A35BA9048@uol.com.br> Que pena... De minha parte acho importante colocar no lattes qq coisa que produza que seja condizente com o trabalho para o qual me contrataram: 1. fazer pesquisa na área de composição musical, 2. expressar tais pesquisa com composições que escrevo e suas estreias. 3. expressar tais pesquisas com trabalhos teóricos para descrever o processo de criação e o dialogo que procuro manter com a história (na forma do que chamamos de análise musical?porém análise vinculada à composição e não à teoria) 4. dar aulas em disciplinas diretamente relacionadas à composição, ou disciplinas correlatas Claro, não vou declarar desenhos meus que foram publicados em artigos, livros, etc?pq simplesmente não fui contratado pela universidade para ser artista plástico, nem vou colocar no Lattes que fui à uma feijoada, mesmo que na casa de algum acadêmico? O qualis lattes e o raio que os partam são sistemas de pontuação e registro de trabalhos desenvovidos nas instituições de ensino e pesquisa e que sejam condizentes com seus objetivos?.não é o curriculum da vida, não é o juizo se uma coisa é boa ou ruim?se valeu ter feito ou não. Não podemos confundir as bolas Por outro lado vale um respeito aos meus colegas instrumentistas. A universidade possui diversos modos de permitir que façamos trabalhos de encomendas, de cachês de concertos em que são apresentadas obras relevantes do repertório. Um dentista não declara suas obturações pq isto ele faz às escondidas (e ganha uma nota pra isto), mas se trabalha em um projeto público ele relata no Lattes e tem um puta valor, afinal de contas esta atividade está vinculada à sua profissão e autorizada pelo departamento em que trabalha. Não sei como funciona em todas instituições brasileiras, mas existe muitas maneiras de vincular um trabalho externo, de ter autorização de departamento e universidade para trabalhos externos. No mais, escrevi em outra mensagem que não foi postada na lista da Anppom que o Qualis é simples: ele visa apresentações em espaços institucionais?é bem simples? O que é não institucional, como tocar na rua, pode muito bem estar relacionado a um projeto maior que é institucional, afinal de contas há sempre uma Ong por trás da mais singela roda de samba. abs silvio On Jun 21, 2012, at 9:35 AM, Ale Fenerich wrote: > Caros > > > Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. > > > Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica. > > > E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... > > > abraços!! > > > Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: > Colegas: > > Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. > Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. > O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. > Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. > Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. > As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. > Abraços, > Jorge Antunes > > > > > 2012/6/20 Daniel Lemos > You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication > Click to disallow > > > Caros, > > Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... > > Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. > > Abraço, > > Daniel L. Cerqueira > > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: > > De: luciano cesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 > > Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... > Abraço, > > Luciano > --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: > > De: Rodolfo Caesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 > > Caros, > > Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! > Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de > precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, > deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, > uma vez que a maldição parece inevitável. > Porque: > - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, > sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às > leis de mercado. > - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, > tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios > abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 > Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... > - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups > gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus > autores não estejam em dia com a OMB). > - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza > sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me > engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, > dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: > - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo > 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de > impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda > avaliem a análise do musicólogo histórico! > - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe > ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop > que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. > - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós > aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um > bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento > vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das > hipóteses) o colega analisar. > > Um abraço, > Rodolfo Caesar > > > > 2012/6/17 silvioferrazmello : > > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > > > abs > > silvio > > > > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > > > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > >> > >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): > >> > >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. > >> Abraços, > >> > >> Luciano > >> > >> > >> Citando Alvaro Henrique : > >> > >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo > >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > >>> > >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente > >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo > >>> assim ;-) . Mas veja só: > >>> > >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > >>> tocar no Carnegie Hall; > >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista > >>> da Berliner; > >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra > >>> tocar no maior congresso da sua área; > >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > >>> lançamento de CD. > >>> > >>> Etc... > >>> > >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem > >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito > >>> nacional, local ou internacional, etc. > >>> > >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance > >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. > >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja > >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era > >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que > >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor > >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. > >>> > >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem > >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? > >>> > >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o > >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de > >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão > >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da > >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações > >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música > >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela > >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta > >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > >>> diferentes. > >>> > >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e > >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o > >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > >>> > >>> Abraços, > >>> Alvaro Henrique > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller > >>> escreveu: > >>> > >>>> > >>>> Reencaminhando... > >>>> > >>>> Abraços, > >>>> Damián > >>>> > >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - > >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal > >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > >>>> > >>>> > >>>> ------------------------------ > >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > >>>> arte e ciência > >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br > >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 > >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com > >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; > >>>> carole.gubernikoff em gmail.com > >>>> > >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... > >>>> > >>>> Falando da composição, minha área de atuação: > >>>> > >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. > >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la > >>>> répétition" ... "rehearsal art" > >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou > >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais > >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. > >>>> > >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o > >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter > >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo > >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. > >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. > >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o > >>>> amadurecimento de um trabalho. > >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo > >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e > >>>> de sua recepção. > >>>> > >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma > >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de > >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja > >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui > >>>> a publicação nem a estreia. > >>>> > >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, > >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. > >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência > >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. > >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. > >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma > >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. > >>>> > >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de > >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo > >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador > >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. > >>>> > >>>> Minha sugestão é: > >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: > >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo > >>>> por pares) > >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, > >>>> local) > >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se > >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou > >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e > >>>> apresentação) > >>>> > >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do > >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que > >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por > >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no > >>>> caso de trabalhos artísticos... > >>>> > >>>> abs > >>>> Silvio > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> ________________________________________________ > >>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>> ________________________________________________ > >>>> > >>> > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From fenerich em gmail.com Sun Jun 24 01:28:57 2012 From: fenerich em gmail.com (Ale Fenerich) Date: Sun, 24 Jun 2012 01:28:57 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: References: <1340151795.23949.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> <1340237143927.1797573470@boxbe> Message-ID: Olá professor! Olá a todos! Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? Não entendo, juro que não entendo. Um abraço! Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: > Caro Fenerich: > > Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com > paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não > abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem > as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para > projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus > salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações > extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos > horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da > Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. > Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, > em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. > Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa > percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de > dedicação exclusiva. > > Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. > Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: > *- Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam > encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra > para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente > na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva?* > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > *- Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou > pesquisando?* > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > *- Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa > minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade > onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de > extensão?* > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > *- Seu padre, se eu compuser a obra encomendada no horário de expediente > da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à > Universidade?* > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > Desisti. Voltei para casa e fui compor. > > Abraço, > Jorge Antunes > > > > > Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: > > Caros >> >> >> Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes >> sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o >> Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que >> seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio >> Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um >> teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um >> artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de >> patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra >> história. >> >> >> Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar >> fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à >> vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada >> a ver com a vida acadêmica. >> >> >> E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir >> se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam >> sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? >> É insensata essa classificação... >> >> >> abraços!! >> >> >> Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: >> >> Colegas: >>> >>> Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para >>> conosco. >>> Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo >>> professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como >>> músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com >>> cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as >>> peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem >>> estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros >>> são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e >>> compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem >>> pesquisando. >>> O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo >>> professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia >>> as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de >>> dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente >>> de professor. >>> Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. >>> Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de >>> Física etc. >>> Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo >>> compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados >>> por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele >>> não as inclui no Lattes. >>> As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão >>> resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e >>> Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. >>> Abraços, >>> Jorge Antunes >>> >>> >>> >>> >>> 2012/6/20 Daniel Lemos >>> >>>> [image: Boxbe] You chose to allow >>>> Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed >>>> authentication >>>> Click to disallow >>>> >>>> >>>> Caros, >>>> >>>> Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir >>>> critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios >>>> propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios >>>> para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A >>>> solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por >>>> uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, >>>> lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer >>>> resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de >>>> discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda >>>> mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da >>>> matemática... >>>> >>>> Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como >>>> fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária >>>> utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, >>>> tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado >>>> na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do >>>> qualis. >>>> >>>> Abraço, >>>> >>>> Daniel L. Cerqueira >>>> Universidade Federal do Maranhão >>>> >>>> >>>> --- Em *ter, 19/6/12, luciano cesar *escreveu: >>>> >>>> >>>> De: luciano cesar >>>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo >>>> Caesar" >>>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>>> Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 >>>> >>>> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como >>>> está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da >>>> coisa do conflito... >>>> Abraço, >>>> >>>> Luciano >>>> --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar *escreveu: >>>> >>>> >>>> De: Rodolfo Caesar >>>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> Para: "silvioferrazmello" >>>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >>>> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >>>> >>>> Caros, >>>> >>>> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >>>> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >>>> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >>>> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >>>> uma vez que a maldição parece inevitável. >>>> Porque: >>>> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >>>> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >>>> leis de mercado. >>>> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >>>> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >>>> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >>>> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >>>> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >>>> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >>>> autores não estejam em dia com a OMB). >>>> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >>>> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >>>> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >>>> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >>>> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >>>> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >>>> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >>>> avaliem a análise do musicólogo histórico! >>>> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >>>> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >>>> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >>>> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >>>> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >>>> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >>>> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >>>> hipóteses) o colega analisar. >>>> >>>> Um abraço, >>>> Rodolfo Caesar >>>> >>>> >>>> >>>> 2012/6/17 silvioferrazmello : >>>> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >>>> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção >>>> artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >>>> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi >>>> publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação >>>> evento/espaço. >>>> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. >>>> estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >>>> > >>>> > abs >>>> > silvio >>>> > >>>> > >>>> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >>>> > >>>> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >>>> >> >>>> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de >>>> falar uma bobagem imensa..."): >>>> >> >>>> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento >>>> local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou >>>> composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na >>>> internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção >>>> acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença >>>> não reside por aí... >>>> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo >>>> a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso >>>> modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem >>>> de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) >>>> sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>>> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado >>>> na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo >>>> com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas >>>> avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma >>>> obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >>>> >> Abraços, >>>> >> >>>> >> Luciano >>>> >> >>>> >> >>>> >> Citando Alvaro Henrique : >>>> >> >>>> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela >>>> opção >>>> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não >>>> sendo >>>> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>>> >>> >>>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, >>>> provavelmente >>>> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance >>>> vejo >>>> >>> assim ;-) . Mas veja só: >>>> >>> >>>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de >>>> trabalho e >>>> >>> tocar no Carnegie Hall; >>>> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser >>>> solista >>>> >>> da Berliner; >>>> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser >>>> aprovado pra >>>> >>> tocar no maior congresso da sua área; >>>> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>>> >>> lançamento de CD. >>>> >>> >>>> >>> Etc... >>>> >>> >>>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>>> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. >>>> Já tem >>>> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter >>>> âmbito >>>> >>> nacional, local ou internacional, etc. >>>> >>> >>>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma >>>> performance >>>> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de >>>> ser >>>> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de >>>> produção. >>>> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 >>>> não >>>> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de >>>> igreja >>>> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta >>>> dele era >>>> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>>> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar >>>> mais que >>>> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um >>>> professor >>>> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. >>>> Desculpe a >>>> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de >>>> gerações. >>>> >>> >>>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre >>>> um >>>> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que >>>> podem >>>> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>>> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é >>>> mesmo? >>>> >>> >>>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de >>>> outra >>>> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>>> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um >>>> qualis >>>> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me >>>> se >>>> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal >>>> são >>>> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que >>>> limita o >>>> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>>> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>>> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>>> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a >>>> toquem em >>>> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a >>>> toquem de >>>> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro >>>> mesmo >>>> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo >>>> gerarão >>>> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um >>>> pouquinho da >>>> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar >>>> gravações >>>> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>>> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>>> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival >>>> de Música >>>> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao >>>> vivo pela >>>> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, >>>> e conta >>>> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>>> >>> diferentes. >>>> >>> >>>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em >>>> relevância e >>>> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem >>>> dúvida o >>>> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter >>>> sido >>>> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado >>>> como >>>> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>>> >>> >>>> >>> Abraços, >>>> >>> Alvaro Henrique >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> >>>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>>> >>> escreveu: >>>> >>> >>>> >>>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> >>>> >>>> Abraços, >>>> >>>> Damián >>>> >>>> >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - >>>> Federal >>>> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada >>>> entre >>>> >>>> arte e ciência >>>> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo >>>> a vcs... >>>> >>>> >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção >>>> científica. >>>> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra >>>> aqui ou >>>> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações >>>> muito mais >>>> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de >>>> estudo), ter >>>> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo >>>> mesmo >>>> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de >>>> partitura. >>>> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, >>>> sobretudo >>>> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento >>>> da obra e >>>> >>>> de sua recepção. >>>> >>>> >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a >>>> peça uma >>>> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é >>>> publicação, seja >>>> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não >>>> substitui >>>> >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas >>>> a mesma >>>> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no >>>> processo de >>>> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no >>>> qualis....aliás, o tempo >>>> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do >>>> avaliador >>>> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, >>>> gravadora: >>>> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo >>>> seletivo >>>> >>>> por pares) >>>> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, >>>> nacional, >>>> >>>> local) >>>> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação >>>> (considerando-se >>>> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> >>>> apresentação) >>>> >>>> >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de >>>> qualidade do >>>> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o >>>> evento que >>>> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers >>>> esculhambado por >>>> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica >>>> exponencialmente no >>>> >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> >>>> >>>> abs >>>> >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>>> >>> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> ________________________________________________ >>>> >> Lista de discussões ANPPOM >>>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> >> ________________________________________________ >>>> > >>>> > ________________________________________________ >>>> > Lista de discussões ANPPOM >>>> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> > ________________________________________________ >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>>> -----Anexo incorporado----- >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>>> >>> >>> ________________________________________________ >>> Lista de discussões ANPPOM >>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>> ________________________________________________ >>> >> >> >> >> -- >> ------------------------------------------ >> Alexandre Sperandéo Fenerich >> prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ >> >> http://soundcloud.com/ale_fenerich >> http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm >> n-1.art.br >> http://soundcloud.com/n-1-1 >> http://www.ufjf.br/eimas/ >> http://www.ufjf.br/tecartes/ >> http://www.limiares.com.br/duo-n1.html >> >> (55 32) 8481-8277 >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> > > -- ------------------------------------------ Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Sun Jun 24 20:11:29 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Sun, 24 Jun 2012 16:11:29 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia?= In-Reply-To: Message-ID: <1340579489.88563.YahooMailClassic@web161703.mail.bf1.yahoo.com> É que eles não são antenados na "contemporaneidade" (sei lá o que seria isso), são antenados na cultura da Alemanha. Trazer esse modelo pra cá... sei não... Luciano --- Em qui, 21/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "Ale Fenerich" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Quinta-feira, 21 de Junho de 2012, 9:40 Caros, Em países como a França, a Alemanha, a Áustria - e talvez ainda outros (Russia?) - os conservatórios (ensinando composição e práticas) sempre estiveram separados das faculdades (mais teóricas). Ali tudo funciona melhor que aqui e está ajustado à contemporaneidade (por exemplo: tenho um diploma de música eletroacústica do *conservatório* de Paris de 1976), e nem se pensa em pontuar produção artística. Nem em criar uma ridícula ABNT do mandarinato das artes. E muito menos em viajar pra festivais internacionais com passagem paga pelo CNPq. abs, Rodolfo 2012/6/20 Ale Fenerich Caro Álvaro Nota-se que você entendeu às avessas o meu discurso. é uma pena. Nao vou esclarecê-lo ponto a ponto, apenas dizer que aqueles que confundem sua pesquisa em música e sua atuação profissional como professores acadêmicos com sua prática artística estão agindo de má-fé tanto com seus pares acadêmicos que nao tocam (teóricos, por exemplo) quanto com sua honestidade frente à liberdade de criação.  Em nenhum momento propús que se avaliasse produções em espaços alternativos ou "ao ar livre" (isso é coisa sua...). Tal ideia é totalmente absurda - nesses lugares NAO SE PODE pontuar nada!!! Mas eu disse apenas que pontuar em espaços como Sala São Paulo é tão ou mais irrelevante artisticamente que numa outra sala qualquer, pelos motivos que expús em outra mensagem. Ou, ainda, é hipocritamente relevante...  Mas eu páro por aqui: esta discussão tende a resvalar, como ja o fez, em opiniões totalmente preconceituosas e elitistas - as quais prefiro não ler, e portanto não as vou provocar. Atenciosamente  Em 20 de junho de 2012 17:42, Alvaro Henrique escreveu: Nosso colega Damian Keller já respondeu, em uma mensagem com outro tópico, o quê já estava a dizer: pra quem serve o qualis? Para professores universitários. E aí volto à minha primeira e curta resposta: há um preço a ser pago pela escolha de ser "professor-artista" ao invés de simplesmente "artista". Não é benéfico para a sociedade o artista achar que passando num concurso para professor universitário ele deve continuar fazendo as mesmas coisas, do mesmo jeito, e não se ver como professor, mas como artista que recebe uma bolsa do estado cuja contrapartida é uma "troca de experiências" semanal.  Pra quem não é professor universitário, a recompensa pessoal, financeira, social, etc. é o quê importa, e o qualis / lattes tem pouco valor - se tiver algum.  Pra quem é professor universitário, concertos ao ar livre, em locais alternativos, etc., se forem iniciativas sérias e que contribuam para o ambiente acadêmico, podem ser inseridos em projetos de extensão e ser pontuados duas vezes. Pode ser que uma apresentação num espaço alternativo acabe pontuando mais que um recital numa sala de prestígio. E, pô, vamos ter um pouco de bom senso, né? O cara já tocou num lugar legal, arrumou uma namorada, e ainda quer pontuar o máximo no qualis assim, deitado na rede? Não quer também um cachêzinho milionário pra acompanhar? Venha a nós todo mundo quer, vosso reino nada... Abraços,Alvaro Henrique Em 19 de junho de 2012 22:13, Rodolfo Caesar escreveu: Oi Luciano, Não sei! Sem ironia tb. É comum se dizer que quem apresenta um problema tem que trazer junto a solução.... Lamento muito desapontar... Um abraço, Rodolfo 2012/6/19 luciano cesar Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerichhttp://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.brhttp://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From magali.kleber em gmail.com Fri Jun 22 14:56:08 2012 From: magali.kleber em gmail.com (Magali Kleber) Date: Fri, 22 Jun 2012 14:56:08 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Camara Message-ID: http://www.cultura.gov.br/cnpc/wp-content/uploads/2011/07/plano-setorial-de-musica.pdf Envio esse linK que é o registro da CÂMARA E COLEGIADO SETORIAL DE MÚSICA RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2005-2010 A Participação Social no Debate das Políticas Públicas do Setor. Nesse tempo a ABEM participou com assento, voz e voto. Contribuiu para construir esse documento.. Foi muito rico e instaurou as bases para o atual processo. Desde de 2011 a ABEM faz parte do Fórum Nacional de Música e da REDE Música Brasil. Envio abaixo o site para entender o que temos no momento e vamos nos cadastrar no site para votar ou se candidatar. Tenham em maos o CPF e ID em PDF, bem como comprovante de residencia, um breve curriculo. Temos que ocupar esse espaço e ter nossos representantes defendendo nossas lutas e proposições. Divulguem entre nossos colegas, artistas, pares. O prazo termina dia 24 de junho! Abraços, Magali Kleber Do site http://www.cultura.gov.br/cnpc/2012/06/06/foruns-setoriais-como-participar/ Os cidadãos que atuam em áreas técnico-artísticas ou de patrimônio cultural podem participar debatendo as temáticas do seu segmento e elegendo delegados estaduais, que por sua vez formarão o colégio eleitoral nacional para a escolha dos membros do Colegiados Setoriais do Conselho Nacional de Política Cultural ? CNPC. Está disponível na plataforma virtual [http://www.cultura.gov.br/setoriais/] a página com formulário para cadastro. O eleitor deverá informar se também tem interesse em registrar sua candidatura a Delegado Estadual Setorial da área que atua. As Comissões Eleitorais Setoriais avaliarão e validarão o cadastro do eleitor e o registro de candidatura que preencherem os requisitos definidos. Confira aqui os requisitos para participação. Após a fase de cadastramento, será disponibilizado na plataforma espaço para debates e a divulgação de propostas dos candidatos a Delegados Estaduais Setoriais. Encerrados os debates e eleitos os Delegados Estaduais Setoriais, estes se reunirão no Fórum Nacional Setorial para eleição dos candidatos aos Colegiados Setoriais do CNPC. As reuniões dos Fóruns Nacionais Setoriais serão presenciais e poderão contar com 81 Delegados Estaduais Setoriais, distribuídos entre as unidades da federação proporcionalmente ao número de eleitores validamente cadastrados em cada Fórum Estadual Setorial. No âmbito dos Fóruns Nacionais Setoriais, não haverá registro prévio de candidaturas, sendo elegíveis todos os Delegados Estaduais participantes, a manifestação em concorrer a uma vaga do Colegiado Setorial correspondente ocorrerá no primeiro dia de reunião do Fórum Nacional Setorial. Os membros dos Colegiados Setoriais serão eleitos no último dia da reunião dos Fóruns Nacionais Setoriais. Estamos em tempo de nos cadastrar para participarmos legitimados do processo de constituição CNPC -- Drª Magali Kleber Presidente da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM http://www.abemeducacaomusical.org.br/ Gestão 2011-2013 Diretora da Casa de Cultura Universidade Estadual de Londrina http://www.uel.br Fone 55 43 3323 8562 Londrina - Paraná Brasil -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From antunes em unb.br Sun Jun 24 12:41:25 2012 From: antunes em unb.br (Jorge Antunes) Date: Sun, 24 Jun 2012 12:41:25 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] VALSA SIDERAL Message-ID: Olá, amig em s: Minha *VALSA SIDERAL*, primeira música eletrônica feita no Brasil, está completando 50 anos. *PARABÉNS PARA ELA!* Você pode ouvi-la aqui: http://www.youtube.com/watch?v=LumjSbyFP9I *Valsa Sideral* já é nome de rua. Em 1992, quando a música completou 30 anos, Luiza Erundina, prefeita de São Paulo, deu o nome de *Valsa Sideral* a uma rua paulista, no bairro de Jardim Oriental (Parelheiros). Veja no Google Maps: https://maps.google.com/maps?ll=-23.868532,-46.766696&spn=0.000258,0.000295&z=21&key=ABQIAAAAOxlCPQXB24oCyoQjbtcLCRRDLNVTCIATXHJGbW-IWw4HL034mxQ7BKmw96CUfgONyKmomU2Z4UkjsQ&mapclient=jsapi&oi=map_misc Outras informações: http://www.ufrgs.br/mvs/Periodo03-1960-ValsaSideral.html Abraços, Jorge Antunes -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From didierguigue em gmail.com Mon Jun 25 14:22:22 2012 From: didierguigue em gmail.com (Didier Guigue) Date: Mon, 25 Jun 2012 14:22:22 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Lan=E7amento_de_livro_=28Didier_Gui?= =?iso-8859-1?q?gue=29?= Message-ID: <2A906847-BAE2-4D89-B429-D619E68FA8F1@gmail.com> Prezad em s colegas Reforçando o anúncio feito por Fernando Iazzetta nesta lista alguns dias atrás, venho convidar a todos que estiverem em São Paulo dia 28 deste (esta Quinta-feira) para um encontro na ocasião do lançamento do meu livro 'Estética da Sonoridade" pela Perspectiva. Informações no flyer abaixo. Aguardo vocês! Abraço Didier Didier Guigue UFPB--Departamento de Música História da Música Contemporânea Programa de Pós-Graduação em Musica MUS3--Musicologia, Sonologia e Computação COMPOMUS Didier Guigue chez l'Editeur Harmattan Didier Guigue na Editora Perspectiva Discografia completa disponível aqui [Visite também Soundcloud e Facebook] Currículo LATTES -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: flyer_USP.jpg Tipo: image/jpg Tamanho: 204981 bytes Descrição: não disponível URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Mon Jun 25 15:11:47 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Mon, 25 Jun 2012 11:11:47 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: Message-ID: <1340647907.23139.YahooMailClassic@web161705.mail.bf1.yahoo.com> Caro Ale,    Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada).    Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. Abraços, Luciano --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: De: Ale Fenerich Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "SBME ." Cc: "ANPPOM" Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 Olá professor! Olá a todos! Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? Não entendo, juro que não entendo. Um abraço! Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: Caro Fenerich:   Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva.   Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, se eu  compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? Ale! O padre ficou calado! Caladão? Desisti. Voltei para casa e fui compor.   Abraço, Jorge Antunes     Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: Caros Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica.  E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... abraços!! Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: Colegas:   Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. Abraços, Jorge Antunes     2012/6/20 Daniel Lemos You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication Click to disallow Caros, Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. Abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1  http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerichprof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerichhttp://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.brhttp://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Mon Jun 25 15:12:55 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Mon, 25 Jun 2012 11:12:55 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?b?TWF0w6lyaWEgc29icmUgYXZhbGlhw6fDo28gZGlm?= =?utf-8?q?erenciada_entre_arte_e_ci=C3=AAncia_*?= In-Reply-To: <225C8343-A39D-450F-896E-B38A35BA9048@uol.com.br> Message-ID: <1340647975.91834.YahooMailClassic@web161703.mail.bf1.yahoo.com> Este é o email do Silvio ao qual me referi na resposta para o Ale. Pra mim, sintetiza a discussão, estou simplemente aderindo o que está escrito em baixo. Abraços, Luciano Morais. --- Em sáb, 23/6/12, silvioferrazmello escreveu: De: silvioferrazmello Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "?anppomlist?" Data: Sábado, 23 de Junho de 2012, 20:10 Que pena... De minha parte acho importante colocar no lattes qq coisa que produza que seja condizente com o trabalho para o qual me contrataram:1. fazer pesquisa na área de composição musical, 2. expressar tais pesquisa com composições que escrevo e suas estreias.3. expressar tais pesquisas com trabalhos teóricos para descrever o processo de criação e o dialogo que procuro manter com a história (na forma do que chamamos de análise musical?porém análise vinculada à composição e não à teoria)4. dar aulas em disciplinas diretamente relacionadas à composição, ou disciplinas correlatas Claro, não vou declarar desenhos meus que foram publicados em artigos, livros, etc?pq simplesmente não fui contratado pela universidade para ser artista plástico, nem vou colocar no Lattes que fui à uma feijoada, mesmo que na casa de algum acadêmico? O qualis lattes e o raio que os partam são sistemas de pontuação e registro de trabalhos desenvovidos nas instituições de ensino e pesquisa e que sejam condizentes com seus objetivos?.não é o curriculum da vida, não é o juizo se uma coisa é boa ou ruim?se valeu ter feito ou não. Não podemos confundir as bolas Por outro lado vale um respeito aos meus colegas instrumentistas.A universidade possui diversos modos de permitir que façamos trabalhos de encomendas, de cachês de concertos em que são apresentadas obras relevantes do repertório. Um dentista não declara suas obturações pq isto ele faz às escondidas (e ganha uma nota pra isto), mas se trabalha em um projeto público ele relata no Lattes e tem um puta valor, afinal de contas esta atividade está vinculada à sua profissão e autorizada pelo departamento em que trabalha. Não sei como funciona em todas instituições brasileiras, mas existe muitas maneiras de vincular um trabalho externo, de ter autorização de departamento e universidade para trabalhos externos. No mais, escrevi em outra mensagem que não foi postada na lista da Anppom que o Qualis é simples: ele visa apresentações em espaços institucionais?é bem simples?O que é não institucional, como tocar na rua, pode muito bem estar relacionado a um projeto maior que é institucional, afinal de contas há sempre uma Ong por trás da mais singela roda de samba. abssilvio     On Jun 21, 2012, at 9:35 AM, Ale Fenerich wrote: Caros Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica.  E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... abraços!! Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: Colegas:   Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. Abraços, Jorge Antunes     2012/6/20 Daniel Lemos You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication Click to disallow Caros, Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. Abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerichprof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerichhttp://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.brhttp://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From ja.mannis em uol.com.br Tue Jun 26 22:39:22 2012 From: ja.mannis em uol.com.br (J. A. Mannis) Date: Tue, 26 Jun 2012 22:39:22 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] Ouverture de nouveaux cursus au CNSMDP - New Course Offerings at the Paris Conservatoire Message-ID: <01be01cd5405$adf22670$09d67350$@mannis@uol.com.br> Ouverture de nouveaux cursus au Conservatoire Le Conservatoire national supérieur de musique et de danse de Paris est heureux d'annoncer l'ouverture de deux nouveaux cursus. Musique à l'image , sous la direction de Laurent Petitgirard. Ouvert aux étudiants titulaires d'un diplôme de Master en écriture, composition, jazz ou la formation aux métiers du son. Pré-inscriptions en ligne du 1er juin au 4 juillet 2012 sur www.cnsmdp.fr pour un cours d'un an (janvier - décembre 2013). Pour tout renseignement, contacter Marie Linden ( mlinden em cnsmdp.fr) ou Georges Bloch ( gbloch em cnsmdp.fr) Doctorat d'art et création - composition musicale , dans le cadre de l'Université Paris Sciences et Lettres (PSL*), en collaboration avec SACRe (Sciences, art, création, et recherche). Pré-inscription en ligne du 1er au 30 juin 2012 sur www.cnsmdp.fr pour ce cursus de trois ans. Pour tout renseignement, contacter Philippe Brandeis ( pbrandeis em cnsmdp.fr). Vous trouverez les Fiches techniques en pièces-jointes. ------------------------------------------- New course offerings at the Paris Conservatoire The Paris Conservatoire is pleased to announce the opening of two new courses : Music and the Moving Image , under the artistic leadership of Laurent Petitgirard, open to students with a Master's degree in harmony and arrangement, composition, jazz, or sound engineering. Pre-registration on line from June 1 - July 4, 2012, at www.cnsmdp.fr for a one year course (January - December 2013). For further information, please contact Marie Linden ( mlinden em cnsmdp.fr) or Georges Bloch ( gbloch em cnsmdp.fr) Doctorate of Art and Creation - Musical Composition , within the framework of the Paris University of Sciences and Letters (PSL*) in collaboration wtih SACRe( Sciences, Art, Creation, and Research). Pre-registration on line from June 1 - 30, 2012, at www.cnsmdp.fr for the 3-year course. For further information please contact Philippe Brandeis ( pbrandeis em cnsmdp.fr) Full course descriptions (in French) are attached. -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Outlook.bmp Tipo: image/bmp Tamanho: 36126 bytes Descrição: não disponível URL: From soniaraybrasil em gmail.com Wed Jun 27 20:05:59 2012 From: soniaraybrasil em gmail.com (Sonia Ray) Date: Wed, 27 Jun 2012 20:05:59 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Chamada_-_Revista_M=FAsica_Hodie_20?= =?iso-8859-1?q?13?= Message-ID: REVISTA MÚSICA HODIE Programa de Pós-Graduação em Música da EMAC-UFG Ininterrupatmente desde 2001 ? ISSN: 1676-3939 Indexadores: Capes A2, Rilm, EBSCO e Arts & Humanity Index SITE: www.musicahodie.mus.br *Editorial da Presidência do Conselho Editorial (junho/2012)* ** Desde o início de 2012 Música Hodie conta com um Editores-convidados a cada número, sempre um profissional de reconhecida competência na função no Brasil ou exterior. O editor-convidado atua dentro das diretrizes definidas pelo Conselho Editorial da MH e conta com a assessoria do Conselho Consultivo sob supervisão da presidência do Conselho*. * * * A grande demanda de artigos nos impossibilita manter uma data final para submissões. Assim, MH já está aceitando submissões os números de 2013. A submissões serão encerradas quando o editor atingir o limite de textos aprovados por número. Textos aprovados após o fechamento de um número poderão ser considerados para números futuros. *Importante*: a *data de recebimento* será a data em que o autor entregar o texto totalmente dentro das normas de formatação e conteúdo exigidos nas normas da revista; a *data de aprovação* será a data em que o autor devolver o texto revisado de acordo com as orientações dos pareceristas e editores. Todas as submissões devem ser enviadas para o *editor do volume* (*veja abaixo*) Outras questões devem ser enviadas a *Presidência do Conselho * *Editores convidados Temas da Música Hodie 2012-2016:* OBS: veja normas de submissão no site: www.musicahodie.mus.br Vol. 12 n.1 (jan-jun de 2012) ? *Geral sobre música Submissões encerradas* Vol 12 n. 2* *(jul-dez de 2012) ? *Geral sobre música Submissões encerradas * Editora Convidada Sonia Albano de Lima (UNESP) ** *Submissões abertas* Vol. 13 n.1 (jan-jun de 2013) ?* Número Temático: Música e Improvisação * Editores Convidados: Cesar Traldi e Daniel Barreiro (UFU) Submissões abertas continuamente até completar os artigos do número (9 a 18 artigos) *Submissões*: "Daniel Barreiro" dlbarreiro em gmail.com ou "Cesar Traldi" ctraldi em hotmail.com Vol. 13 n.2 (jul-dez de 2013)* ? Número Geral sobre música* Editor Convidado: Carlos A. Figueiredo (UNIRIO) Submissões abertas continuamente até completar os artigos do número (9 a 18 artigos) *Submissões*: "Carlos Alberto Figueiredo" cafig1 em globo.com *Aguardem informações sobre submissões de 2014 a 1016*** Editor Convidado Vol. 14 n.1 (jan-jun de 2014):* Música Eletroacústica e Sonologia* Anselmo Guerra (UFG) Editor Convidado Vol. 14 n.2 (jul-dez de 2014):* * *Cordas Orquestrais em Múltiplos Contextos *Florian Pertzborn (ESMAE /IPP/Portugal) Editora Convidada Vol. 15 n.1 (jan-jun de 2015):* Performance Musical* Cristina Gerling (UFRGS) Editora Convidada Vol. 15 n.2 (jul-dez de 2015):* Música em Musicoterapia*Claudia Zanini (UFG) Editor Convidado Vol. 16 n.1 (jan-jun de 2016):* Música e Cinema *Ney Carrasco (Unicamp) Sonia Ray Presidente do Conselho Editorial da Revista Música Hodie soniaraybrasil em gmail.com -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Normas Música Hodie 2013.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 158048 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Call for articles, recordings and scores 2013.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 139771 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Música Hodie 2013- Chamada.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 477785 bytes Descrição: não disponível URL: -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo não-texto foi limpo... Nome: Editorial Junho-2012.pdf Tipo: application/pdf Tamanho: 157169 bytes Descrição: não disponível URL: From didierguigue em gmail.com Wed Jun 27 20:12:04 2012 From: didierguigue em gmail.com (Didier Guigue) Date: Wed, 27 Jun 2012 20:12:04 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Lan=E7amento_de_livro_=28Didier_Gui?= =?iso-8859-1?q?gue=29?= In-Reply-To: <2A906847-BAE2-4D89-B429-D619E68FA8F1@gmail.com> References: <2A906847-BAE2-4D89-B429-D619E68FA8F1@gmail.com> Message-ID: Gostaria que divulgassem este convite na lista preferencialmente _antes_ do evento (amanhã) e não depois. Att! Le 25 juin 2012 à 14:22, Didier Guigue a écrit : > Prezad em s colegas > > Reforçando o anúncio feito por Fernando Iazzetta nesta lista alguns dias atrás, venho convidar a todos que estiverem em São Paulo dia 28 deste (esta Quinta-feira) para um encontro na ocasião do lançamento do meu livro 'Estética da Sonoridade" pela Perspectiva. > Informações no flyer abaixo. > > Aguardo vocês! > > Abraço > > Didier > > > > > > Didier Guigue > UFPB--Departamento de Música > História da Música Contemporânea > Programa de Pós-Graduação em Musica > MUS3--Musicologia, Sonologia e Computação > COMPOMUS > Didier Guigue chez l'Editeur Harmattan > Didier Guigue na Editora Perspectiva > > Discografia completa disponível aqui > [Visite também Soundcloud e Facebook] > > Currículo LATTES > > > > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocaroso em gmail.com Thu Jun 28 15:49:10 2012 From: lucianocaroso em gmail.com (Luciano Caroso) Date: Thu, 28 Jun 2012 15:49:10 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?I_Congresso_Nacional_de_Educa=E7=E3?= =?iso-8859-1?q?o_Musical_da_UEFS?= Message-ID: A comissão Organizadora do *I Congresso Nacional de Educação Musical* (* I CNEM*) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) convida estudantes, professores e pesquisadores da área de Educação Musical e afins para submissão de trabalhos científicos inéditos (comunicações e pôsteres). O I CENEM ocorrerá em Feira de Santana, Bahia, no campus da UEFS, entre os dias 03 e 05 de outubro de 2012. Informações sobre o Congresso podem ser acessadas a partir de http://www.uefs.br/cnem. Período de Trabalhos: *28/06/2012 a 29/07/2012* Chamada de Trabalhos: http://ethnomuscyber.net/chamadacnem Atenciosamente, --- LUCIANO CAROSO --- http://luciano.caroso.com.br lcaroso em uefs.br --- Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Letras e Artes - Colegiado de Licenciatura em Música --- Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA) Rua Conselheiro Franco, 66, Centro. Feira de Santana - Bahia - Brasil. CEP: 44002-128. E-mail: licemus em uefs.br, telefone: +55 75 31618265 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Fri Jun 29 13:01:45 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Fri, 29 Jun 2012 09:01:45 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: <1340647907.23139.YahooMailClassic@web161705.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <1340985705.67650.YahooMailClassic@web110314.mail.gq1.yahoo.com> Caros, A Universidade oferece a Centros e Departamentos total autonomia para definir que tipos de atividade são importantes para cada área do conhecimento. Hospitais universitários possuem Regimento interno próprio contemplando especificidades da área. O mesmo podem fazem Laboratórios de Engenharia Química. Os tipos de atividade pertineites à área também são considerados na contagem de Atividades Complementares para os cursos de graduação. Aqui, consideramos programas de apresentações musicais tanto quanto certificados de participação em cursos com carga horária, ficando a nosso critério definir o número de horas trabalhadas para preparação e realização da apresentação em cada caso. Portanto, o reconhecimento do trabalho artístico é tão importante para a graduação quanto aos programas de Pós-Graduação. Agora, a iniciativa de reconhecer o que é ou não importante para nossa área deve partir de NÓS, e não de um pró-reitor da área de Química Industrial. Se somos "Dedicação Exclusiva" - o que nos proíbe de assinar contratos com outras instituições ou prestar serviços remunerados - devemos nos mobilizar para LEGALIZAR as atividades que são pertinentes à área de Música em nosso Regimento Interno, ao invés de deixar de trabalhar esperando vencer as 40 horas. A sorte é que muitos colegas não deixam de contribuir inestimavelmente ao desenvolvimento da área de Música por esta incoerência legal. A mesma mentalidade se prolonga à Ordem dos Músicos: reformulá-la em adequação as necessidades profissionais da área ou negligenciá-la por achar que nada pode ser mudado? Daniel Cerqueira http://musica.ufma.br --- Em seg, 25/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "SBME ." , "Ale Fenerich" Cc: "ANPPOM" Data: Segunda-feira, 25 de Junho de 2012, 15:11 Caro Ale,    Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada).    Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. Abraços, Luciano --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: De: Ale Fenerich Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "SBME ." Cc: "ANPPOM" Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 Olá professor! Olá a todos! Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? Não entendo, juro que não entendo. Um abraço! Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: Caro Fenerich:   Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva.   Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, se eu  compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? Ale! O padre ficou calado! Caladão? Desisti. Voltei para casa e fui compor.   Abraço, Jorge Antunes     Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: Caros Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica.  E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... abraços!! Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: Colegas:   Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. Abraços, Jorge Antunes     2012/6/20 Daniel Lemos You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication Click to disallow Caros, Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. Abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1  http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerichprof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerichhttp://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.brhttp://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From bholmesd em yahoo.com Fri Jun 29 13:21:26 2012 From: bholmesd em yahoo.com (Bryan Holmes) Date: Fri, 29 Jun 2012 09:21:26 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] NOVO DEADLINE Concurso GBSch: 15 de julho Message-ID: <1340986886.95974.YahooMailNeo@web125001.mail.ne1.yahoo.com> Car em s colegas, O deadline do 3º Concurso Latinoamericano de Composição Eletroacústica e Eletrônica Gustavo Becerra-Schmidt foi estendido até o dia 15 de julho de 2012 (será considerada a data do carimbo para envios por correio físico; para envios pela Internet o prazo vence às 23:59 hs, horário do Chile). Por favor ajudem a divulgar esta notícia e participem! O edital com a nova data encontra-se neste link: http://www.cech.cl/ConcursoGBSch2012.pdf Grande abraço, Bryan Holmes -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Fri Jun 29 16:35:50 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Fri, 29 Jun 2012 16:35:50 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: <1340647907.23139.YahooMailClassic@web161705.mail.bf1.yahoo.com> References: <1340647907.23139.YahooMailClassic@web161705.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <8538CCC4-3DBA-4453-90C0-3F86D7E251AF@uol.com.br> oi alê...e pergunta aos estudiosos de villa-lobos, mto se fala que villa-lobos tocou em boites etc. mas em que fase de sua vida....??? foi o villa das cirandas, ele tocou nestas boites algumas de suas "prole do bebê 2"...ou lá ele apresentou seu "assovio a jato"? ele tocou realmente em boites? ou isto é mais uma das blagues típicas de nosso querido compositor. no mais: 1. villa nem nazareth preenchiam lattes 2. villa e nazareth recebiam para tocar em tais boites assim como músicos de orquestra recebem para tocar nas orquestras que fazem cachet. 3. não podemos esquecer que ao termos notado que na universidade havia um bom salário entramos em um sistema (no qual nazareth não entrou, nem villa-lobos). 4. na universidade fazemos um trabalho que relaciona pesquisa criação e ensino. agora, pra não faltar a piada musical na mensagem: não entender uma coisa simples é a prova de que realmente a música desceu do trivium pro quadrivium.... ou seja, nem o trivial é mais compreendido... abs silvio On Jun 25, 2012, at 3:11 PM, luciano cesar wrote: > Caro Ale, > > Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada). > Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. > Abraços, > > Luciano > --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: > > De: Ale Fenerich > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * > Para: "SBME ." > Cc: "ANPPOM" > Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 > > Olá professor! Olá a todos! > > > Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. > > > Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. > > Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? > > > Não entendo, juro que não entendo. > > > Um abraço! > > > > Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: > Caro Fenerich: > > Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. > Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. > Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva. > > Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. > Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: > - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > - Seu padre, se eu compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > Desisti. Voltei para casa e fui compor. > > Abraço, > Jorge Antunes > > > > > Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: > > Caros > > > Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. > > > Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica. > > > E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... > > > abraços!! > > > Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: > > Colegas: > > Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. > Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. > O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. > Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. > Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. > As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. > Abraços, > Jorge Antunes > > > > > 2012/6/20 Daniel Lemos > You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication > Click to disallow > > > Caros, > > Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... > > Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. > > Abraço, > > Daniel L. Cerqueira > > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: > > De: luciano cesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 > > Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... > Abraço, > > Luciano > --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: > > De: Rodolfo Caesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 > > Caros, > > Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! > Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de > precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, > deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, > uma vez que a maldição parece inevitável. > Porque: > - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, > sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às > leis de mercado. > - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, > tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios > abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 > Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... > - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups > gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus > autores não estejam em dia com a OMB). > - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza > sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me > engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, > dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: > - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo > 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de > impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda > avaliem a análise do musicólogo histórico! > - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe > ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop > que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. > - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós > aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um > bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento > vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das > hipóteses) o colega analisar. > > Um abraço, > Rodolfo Caesar > > > > 2012/6/17 silvioferrazmello : > > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > > > abs > > silvio > > > > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > > > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > >> > >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): > >> > >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. > >> Abraços, > >> > >> Luciano > >> > >> > >> Citando Alvaro Henrique : > >> > >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo > >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > >>> > >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente > >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo > >>> assim ;-) . Mas veja só: > >>> > >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > >>> tocar no Carnegie Hall; > >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista > >>> da Berliner; > >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra > >>> tocar no maior congresso da sua área; > >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > >>> lançamento de CD. > >>> > >>> Etc... > >>> > >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem > >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito > >>> nacional, local ou internacional, etc. > >>> > >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance > >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. > >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja > >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era > >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que > >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor > >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. > >>> > >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem > >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? > >>> > >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o > >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de > >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão > >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da > >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações > >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música > >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela > >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta > >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > >>> diferentes. > >>> > >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e > >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o > >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > >>> > >>> Abraços, > >>> Alvaro Henrique > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller > >>> escreveu: > >>> > >>>> > >>>> Reencaminhando... > >>>> > >>>> Abraços, > >>>> Damián > >>>> > >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - > >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal > >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > >>>> > >>>> > >>>> ------------------------------ > >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > >>>> arte e ciência > >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br > >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 > >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com > >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; > >>>> carole.gubernikoff em gmail.com > >>>> > >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... > >>>> > >>>> Falando da composição, minha área de atuação: > >>>> > >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. > >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la > >>>> répétition" ... "rehearsal art" > >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou > >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais > >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. > >>>> > >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o > >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter > >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo > >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. > >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. > >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o > >>>> amadurecimento de um trabalho. > >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo > >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e > >>>> de sua recepção. > >>>> > >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma > >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de > >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja > >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui > >>>> a publicação nem a estreia. > >>>> > >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, > >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. > >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência > >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. > >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. > >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma > >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. > >>>> > >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de > >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo > >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador > >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. > >>>> > >>>> Minha sugestão é: > >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: > >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo > >>>> por pares) > >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, > >>>> local) > >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se > >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou > >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e > >>>> apresentação) > >>>> > >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do > >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que > >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por > >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no > >>>> caso de trabalhos artísticos... > >>>> > >>>> abs > >>>> Silvio > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> ________________________________________________ > >>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>> ________________________________________________ > >>>> > >>> > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From fenerich em gmail.com Fri Jun 29 16:55:44 2012 From: fenerich em gmail.com (Ale Fenerich) Date: Fri, 29 Jun 2012 16:55:44 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: <8538CCC4-3DBA-4453-90C0-3F86D7E251AF@uol.com.br> References: <1340647907.23139.YahooMailClassic@web161705.mail.bf1.yahoo.com> <8538CCC4-3DBA-4453-90C0-3F86D7E251AF@uol.com.br> Message-ID: Caro Silvio Não questiono nenhum dos seus argumentos. Apenas levanto que me parece estranho o fato de haver locais legítimos para "música feita por via da pesquisa" e locais não apropriados (ou não legítimos) para tal. Nos primeiros também se ganha (e bem!) cachês por fora do soldo dos 40 DE, e não me venha com supostas "objetividades", por favor: sabemos que há escolhas pessoais e subjetivas nestes espaços. Então mais uma vez me parece que esbarramos em um argumento elitista, me desculpe. Mas não quero mais discutir o assunto: como disse antes, teremos que engolir aquilo que que for decidido por vocês. um abraço! Em 29 de junho de 2012 16:35, silvioferrazmello < silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu: > oi alê...e pergunta aos estudiosos de villa-lobos, > mto se fala que villa-lobos tocou em boites etc. > mas em que fase de sua vida....??? > foi o villa das cirandas, ele tocou nestas boites algumas de suas "prole > do bebê 2"...ou lá ele apresentou seu "assovio a jato"? > > ele tocou realmente em boites? ou isto é mais uma das blagues típicas de > nosso querido compositor. > > no mais: > 1. villa nem nazareth preenchiam lattes > 2. villa e nazareth recebiam para tocar em tais boites assim como músicos > de orquestra recebem para tocar nas orquestras que fazem cachet. > 3. não podemos esquecer que ao termos notado que na universidade havia um > bom salário entramos em um sistema (no qual nazareth não entrou, nem > villa-lobos). > 4. na universidade fazemos um trabalho que relaciona pesquisa criação e > ensino. > > agora, pra não faltar a piada musical na mensagem: não entender uma coisa > simples é a prova de que realmente a música desceu do trivium pro > quadrivium.... ou seja, nem o trivial é mais compreendido... > > abs > silvio > > > On Jun 25, 2012, at 3:11 PM, luciano cesar wrote: > > Caro Ale, > > Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de > um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, > Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada). > Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho > que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o > suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. > Abraços, > > Luciano > --- Em *dom, 24/6/12, Ale Fenerich * escreveu: > > > De: Ale Fenerich > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > arte e ciência * > Para: "SBME ." > Cc: "ANPPOM" > Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 > > Olá professor! Olá a todos! > > > Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor > entrar nessa história. > > > Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua > vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se > um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for > para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não > posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. > > Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma > boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros > tocaram? > > > Não entendo, juro que não entendo. > > > Um abraço! > > > > Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: > > Caro Fenerich: > > Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com > paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não > abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem > as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para > projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus > salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações > extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos > horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da > Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. > Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, > em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. > Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa > percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de > dedicação exclusiva. > > Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. > Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: > *- Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam > encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra > para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente > na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva?* > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > *- Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou > pesquisando?* > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > *- Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa > minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade > onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de > extensão?* > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > *- Seu padre, se eu compuser a obra encomendada no horário de expediente > da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à > Universidade?* > Ale! O padre ficou calado! Caladão? > Desisti. Voltei para casa e fui compor. > > Abraço, > Jorge Antunes > > > > > Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: > > Caros > > > Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes > sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o > Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que > seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio > Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um > teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um > artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de > patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra > história. > > > Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar > fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à > vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada > a ver com a vida acadêmica. > > > E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir > se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam > sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? > É insensata essa classificação... > > > abraços!! > > > Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: > > Colegas: > > Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para > conosco. > Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo > professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como > músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com > cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as > peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem > estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros > são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e > compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem > pesquisando. > O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo > professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia > as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de > dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente > de professor. > Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles > existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física > etc. > Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo > compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados > por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele > não as inclui no Lattes. > As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão > resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e > Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. > Abraços, > Jorge Antunes > > > > > 2012/6/20 Daniel Lemos > > [image: Boxbe] You chose to allow Daniel > Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed > authentication > Click to disallow > > > Caros, > > Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir > critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios > propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios > para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A > solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por > uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, > lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer > resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de > discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda > mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da > matemática... > > Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como > fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária > utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, > tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado > na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do > qualis. > > Abraço, > > Daniel L. Cerqueira > Universidade Federal do Maranhão > > > --- Em *ter, 19/6/12, luciano cesar *escreveu: > > > De: luciano cesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo > Caesar" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 > > Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como > está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da > coisa do conflito... > Abraço, > > Luciano > --- Em *dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar * escreveu: > > > De: Rodolfo Caesar > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > arte e ciência > Para: "silvioferrazmello" > Cc: anppom-l em iar.unicamp.br > Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 > > Caros, > > Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! > Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de > precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, > deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, > uma vez que a maldição parece inevitável. > Porque: > - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, > sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às > leis de mercado. > - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, > tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios > abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 > Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... > - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups > gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus > autores não estejam em dia com a OMB). > - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza > sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me > engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, > dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: > - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo > 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de > impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda > avaliem a análise do musicólogo histórico! > - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe > ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop > que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. > - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós > aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um > bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento > vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das > hipóteses) o colega analisar. > > Um abraço, > Rodolfo Caesar > > > > 2012/6/17 silvioferrazmello : > > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção > artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, > o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. > estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > > > abs > > silvio > > > > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > > > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, > >> > >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar > uma bobagem imensa..."): > >> > >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local > (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição > é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e > broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa > que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... > >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a > diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso > modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem > de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) > sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). > >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na > produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com > o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar > o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de > uma execução?) me parece igualmente estranho. > >> Abraços, > >> > >> Luciano > >> > >> > >> Citando Alvaro Henrique : > >> > >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção > >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não > sendo > >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. > >>> > >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, > provavelmente > >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo > >>> assim ;-) . Mas veja só: > >>> > >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e > >>> tocar no Carnegie Hall; > >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser > solista > >>> da Berliner; > >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado > pra > >>> tocar no maior congresso da sua área; > >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de > >>> lançamento de CD. > >>> > >>> Etc... > >>> > >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a > >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já > tem > >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter > âmbito > >>> nacional, local ou internacional, etc. > >>> > >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma > performance > >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser > >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de > produção. > >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não > >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de > igreja > >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele > era > >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um > >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar > mais que > >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um > professor > >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a > >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de > gerações. > >>> > >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um > >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que > podem > >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só > >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é > mesmo? > >>> > >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra > >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado > >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis > >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se > >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são > >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que > limita o > >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde > >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as > >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que > >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em > >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem > de > >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo > >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo > gerarão > >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um > pouquinho da > >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar > gravações > >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os > >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica > >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de > Música > >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo > pela > >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e > conta > >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países > >>> diferentes. > >>> > >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância > e > >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem > dúvida o > >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido > >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como > >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. > >>> > >>> Abraços, > >>> Alvaro Henrique > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> > >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller > >>> escreveu: > >>> > >>>> > >>>> Reencaminhando... > >>>> > >>>> Abraços, > >>>> Damián > >>>> > >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - > >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - > Federal > >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller > >>>> > >>>> > >>>> ------------------------------ > >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre > >>>> arte e ciência > >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br > >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 > >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com > >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; > >>>> carole.gubernikoff em gmail.com > >>>> > >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a > vcs... > >>>> > >>>> Falando da composição, minha área de atuação: > >>>> > >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção > científica. > >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la > >>>> répétition" ... "rehearsal art" > >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra > aqui ou > >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito > mais > >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. > >>>> > >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o > >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de > estudo), ter > >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo > >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. > >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. > >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o > >>>> amadurecimento de um trabalho. > >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, > sobretudo > >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da > obra e > >>>> de sua recepção. > >>>> > >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a > peça uma > >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de > >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, > seja > >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não > substitui > >>>> a publicação nem a estreia. > >>>> > >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, > >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. > >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência > >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. > >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. > >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a > mesma > >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. > >>>> > >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de > >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o > tempo > >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do > avaliador > >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. > >>>> > >>>> Minha sugestão é: > >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, > gravadora: > >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo > seletivo > >>>> por pares) > >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, > nacional, > >>>> local) > >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se > >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou > >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e > >>>> apresentação) > >>>> > >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade > do > >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o > evento que > >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers > esculhambado por > >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente > no > >>>> caso de trabalhos artísticos... > >>>> > >>>> abs > >>>> Silvio > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> > >>>> ________________________________________________ > >>>> Lista de discussões ANPPOM > >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >>>> ________________________________________________ > >>>> > >>> > >> > >> > >> > >> ________________________________________________ > >> Lista de discussões ANPPOM > >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > >> ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > > Lista de discussões ANPPOM > > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > > ________________________________________________ > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > > > -----Anexo incorporado----- > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ > > > -- ------------------------------------------ Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From lucianocesar78 em yahoo.com.br Fri Jun 29 18:58:21 2012 From: lucianocesar78 em yahoo.com.br (luciano cesar) Date: Fri, 29 Jun 2012 14:58:21 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: Message-ID: <1341007101.92778.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Ale,    Não me parece questão de legitimidade, mas de pertinência.    Um excelente colega acaba de comentar a questão de uma forma interessante em uma mesa que assisti. Ele comparou duas situações. Na primeira, o afamado concerto no Carneggie Hall, na segunda um projeto de difusão musical em periferias.    Enquanto o Carneggie Hall é alugável por qualquer um, difusão musical em lugares a que as pessoas tem pouco acesso a música produzida na universidade é a própria destinação desta (extensão).     Fica claro qual é mais importante do ponto de vista da produção acadêmica. MAS... o tal projeto tem que estar devidamente inscrito institucionalmente, estar registrado nos projetos contemplados pela instituição, com aqueles protocolos burocráticos que todo mundo odeia: objetivos, público alvo, metodologia, material requisitado e tudo o mais. Nâo adianta eu pegar meu violão de 15 mil reais e dar um concerto com obras de Bach e Silvio Ferraz para a bacurizada da perifa e querer pontuação. Pelo menos é assim que respondo pra mim mesmo a sua questão (pertinente) me fazendo em acordo com o ponto de vista do Silvio. Abraços, Luciano --- Em sex, 29/6/12, Ale Fenerich escreveu: De: Ale Fenerich Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "silvioferrazmello" Cc: "luciano cesar" , "SBME ." , "ANPPOM" Data: Sexta-feira, 29 de Junho de 2012, 16:55 Caro Silvio Não questiono nenhum dos seus argumentos. Apenas levanto que me parece estranho o fato de haver locais legítimos para "música feita por via da pesquisa" e locais não apropriados (ou não legítimos) para tal. Nos primeiros também se ganha (e bem!) cachês por fora do soldo dos 40 DE, e não me venha com supostas "objetividades", por favor: sabemos que há escolhas pessoais e subjetivas nestes espaços. Então mais uma vez me parece que esbarramos em um argumento elitista, me desculpe. Mas não quero mais discutir o assunto: como disse antes, teremos que engolir aquilo que que for decidido por vocês. um abraço!   Em 29 de junho de 2012 16:35, silvioferrazmello escreveu: oi alê...e pergunta aos estudiosos de villa-lobos,mto se fala que villa-lobos tocou em boites etc. mas em que fase de sua vida....???foi o villa das cirandas, ele tocou nestas boites algumas de suas "prole do bebê 2"...ou lá ele apresentou seu "assovio a jato"? ele tocou realmente em boites? ou isto é mais uma das blagues típicas de nosso querido compositor. no mais:1. villa nem nazareth preenchiam lattes2. villa e nazareth recebiam para tocar em tais boites assim como músicos de orquestra recebem para tocar nas orquestras que fazem cachet. 3. não podemos esquecer que ao termos notado que na universidade havia um bom salário entramos em um sistema (no qual nazareth não entrou, nem villa-lobos).4. na universidade fazemos um trabalho que relaciona pesquisa criação e ensino. agora, pra não faltar a piada musical na mensagem: não entender uma coisa simples é a prova de que realmente a música desceu do trivium pro quadrivium.... ou seja, nem o trivial é mais compreendido... abssilvio On Jun 25, 2012, at 3:11 PM, luciano cesar wrote: Caro Ale,    Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada).    Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. Abraços, Luciano --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: De: Ale Fenerich Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "SBME ." Cc: "ANPPOM" Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 Olá professor! Olá a todos! Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? Não entendo, juro que não entendo. Um abraço! Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: Caro Fenerich:   Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva.   Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, se eu  compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? Ale! O padre ficou calado! Caladão? Desisti. Voltei para casa e fui compor.   Abraço, Jorge Antunes     Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: Caros Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica.  E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... abraços!! Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: Colegas:   Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. Abraços, Jorge Antunes     2012/6/20 Daniel Lemos You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication Click to disallow Caros, Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. Abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1  http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerichprof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerichhttp://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.brhttp://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htmn-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Fri Jun 29 20:18:19 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Fri, 29 Jun 2012 20:18:19 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: <1341007101.92778.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> References: <1341007101.92778.YahooMailClassic@web161702.mail.bf1.yahoo.com> Message-ID: <3128BD9A-CC95-4F93-972C-FF90813AA316@uol.com.br> Mas Alê o que é legitimado (e não legitimo) não é necessariamente o lugar mas o projeto. E aí até vem uma coisa bacana do sistema (se é que sistemas tem coisas bacanas): pontua-se uma apresentação em um projeto de inclusão social (as universidades babam por projetos deste tipo, vc tem verba pra isto mto mais do que pra tocar no La Villete, tem apoio institucional, e pode até mesmo conseguir um belo laboratório se levar um projeto deste ao pro-reitor de extensão) e pontua-se o projeto de inclusão social...o lance é duplo. Pra Capes, que avalia um tipo de coisa, talvez não tenha gdes diferenças uma coisa e outra... mas como se trabalha em conjunto, pra cada um que desenvolve projeto de inclusão e traz boa grana pro departamento, tem outro que tem uma peça tocada no teatro burguês (já que este termo voltou à baila) e pontua pro programa de pós-graduação. O problema todo é que inflado em ego burguês os artistas sentem-se denegridos qdo não pontuaram no qualis. Calma, uma atividade bem pontuada não é medalha-medalha-medalha para o compositor ou intérprete (e este cuidado vale ser tomado tanto pelo o músico que desenvolveu a atividade qto para o coordenador de pós que muitas vezes cerceia a apresentação artística em favor de participação de congresso .. mesmo que seja congressinho de segunda). Abs Silvio On Jun 29, 2012, at 6:58 PM, luciano cesar wrote: > Ale, > > Não me parece questão de legitimidade, mas de pertinência. > Um excelente colega acaba de comentar a questão de uma forma interessante em uma mesa que assisti. Ele comparou duas situações. Na primeira, o afamado concerto no Carneggie Hall, na segunda um projeto de difusão musical em periferias. > Enquanto o Carneggie Hall é alugável por qualquer um, difusão musical em lugares a que as pessoas tem pouco acesso a música produzida na universidade é a própria destinação desta (extensão). > Fica claro qual é mais importante do ponto de vista da produção acadêmica. MAS... o tal projeto tem que estar devidamente inscrito institucionalmente, estar registrado nos projetos contemplados pela instituição, com aqueles protocolos burocráticos que todo mundo odeia: objetivos, público alvo, metodologia, material requisitado e tudo o mais. Nâo adianta eu pegar meu violão de 15 mil reais e dar um concerto com obras de Bach e Silvio Ferraz para a bacurizada da perifa e querer pontuação. > > Pelo menos é assim que respondo pra mim mesmo a sua questão (pertinente) me fazendo em acordo com o ponto de vista do Silvio. > > Abraços, > > Luciano > > > --- Em sex, 29/6/12, Ale Fenerich escreveu: > > De: Ale Fenerich > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * > Para: "silvioferrazmello" > Cc: "luciano cesar" , "SBME ." , "ANPPOM" > Data: Sexta-feira, 29 de Junho de 2012, 16:55 > > Caro Silvio > > > Não questiono nenhum dos seus argumentos. Apenas levanto que me parece estranho o fato de haver locais legítimos para "música feita por via da pesquisa" e locais não apropriados (ou não legítimos) para tal. Nos primeiros também se ganha (e bem!) cachês por fora do soldo dos 40 DE, e não me venha com supostas "objetividades", por favor: sabemos que há escolhas pessoais e subjetivas nestes espaços. Então mais uma vez me parece que esbarramos em um argumento elitista, me desculpe. > > > Mas não quero mais discutir o assunto: como disse antes, teremos que engolir aquilo que que for decidido por vocês. > > > um abraço! > > > Em 29 de junho de 2012 16:35, silvioferrazmello escreveu: > oi alê...e pergunta aos estudiosos de villa-lobos, > mto se fala que villa-lobos tocou em boites etc. > mas em que fase de sua vida....??? > foi o villa das cirandas, ele tocou nestas boites algumas de suas "prole do bebê 2"...ou lá ele apresentou seu "assovio a jato"? > > ele tocou realmente em boites? ou isto é mais uma das blagues típicas de nosso querido compositor. > > no mais: > 1. villa nem nazareth preenchiam lattes > 2. villa e nazareth recebiam para tocar em tais boites assim como músicos de orquestra recebem para tocar nas orquestras que fazem cachet. > 3. não podemos esquecer que ao termos notado que na universidade havia um bom salário entramos em um sistema (no qual nazareth não entrou, nem villa-lobos). > 4. na universidade fazemos um trabalho que relaciona pesquisa criação e ensino. > > agora, pra não faltar a piada musical na mensagem: não entender uma coisa simples é a prova de que realmente a música desceu do trivium pro quadrivium.... ou seja, nem o trivial é mais compreendido... > > abs > silvio > > > On Jun 25, 2012, at 3:11 PM, luciano cesar wrote: > >> Caro Ale, >> >> Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada). >> Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. >> Abraços, >> >> Luciano >> --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: >> >> De: Ale Fenerich >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * >> Para: "SBME ." >> Cc: "ANPPOM" >> Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 >> >> Olá professor! Olá a todos! >> >> >> Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. >> >> >> Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. >> >> Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? >> >> >> Não entendo, juro que não entendo. >> >> >> Um abraço! >> >> >> >> Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: >> Caro Fenerich: >> >> Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. >> Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. >> Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva. >> >> Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. >> Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: >> - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, se eu compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> Desisti. Voltei para casa e fui compor. >> >> Abraço, >> Jorge Antunes >> >> >> >> >> Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: >> >> Caros >> >> >> Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. >> >> >> Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica. >> >> >> E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... >> >> >> abraços!! >> >> >> Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: >> >> Colegas: >> >> Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. >> Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. >> O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. >> Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. >> Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. >> As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. >> Abraços, >> Jorge Antunes >> >> >> >> >> 2012/6/20 Daniel Lemos >> You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication >> Click to disallow >> >> >> Caros, >> >> Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... >> >> Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. >> >> Abraço, >> >> Daniel L. Cerqueira >> >> Universidade Federal do Maranhão >> >> >> --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: >> >> De: luciano cesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 >> >> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... >> Abraço, >> >> Luciano >> --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: >> >> De: Rodolfo Caesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >> >> Caros, >> >> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >> uma vez que a maldição parece inevitável. >> Porque: >> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >> leis de mercado. >> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >> autores não estejam em dia com a OMB). >> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >> avaliem a análise do musicólogo histórico! >> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >> hipóteses) o colega analisar. >> >> Um abraço, >> Rodolfo Caesar >> >> >> >> 2012/6/17 silvioferrazmello : >> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. >> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >> > >> > abs >> > silvio >> > >> > >> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >> > >> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >> >> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> >> Abraços, >> >> >> >> Luciano >> >> >> >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >> >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >> >>> >> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >> >>> assim ;-) . Mas veja só: >> >>> >> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >> >>> tocar no Carnegie Hall; >> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >> >>> da Berliner; >> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >> >>> tocar no maior congresso da sua área; >> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >> >>> lançamento de CD. >> >>> >> >>> Etc... >> >>> >> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >> >>> nacional, local ou internacional, etc. >> >>> >> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >> >>> >> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >> >>> >> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >> >>> diferentes. >> >>> >> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >> >>> >> >>> Abraços, >> >>> Alvaro Henrique >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >> >>> escreveu: >> >>> >> >>>> >> >>>> Reencaminhando... >> >>>> >> >>>> Abraços, >> >>>> Damián >> >>>> >> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >> >>>> >> >>>> >> >>>> ------------------------------ >> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >> >>>> arte e ciência >> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >> >>>> >> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >> >>>> >> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >> >>>> >> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >> >>>> >> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >> >>>> amadurecimento de um trabalho. >> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >> >>>> de sua recepção. >> >>>> >> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >> >>>> a publicação nem a estreia. >> >>>> >> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >> >>>> >> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >> >>>> >> >>>> Minha sugestão é: >> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >> >>>> por pares) >> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >> >>>> local) >> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >> >>>> apresentação) >> >>>> >> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >> >>>> caso de trabalhos artísticos... >> >>>> >> >>>> abs >> >>>> Silvio >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> Lista de discussões ANPPOM >> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> >> >>> >> >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > ________________________________________________ >> > Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> >> -- >> ------------------------------------------ >> Alexandre Sperandéo Fenerich >> prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ >> >> http://soundcloud.com/ale_fenerich >> http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm >> n-1.art.br >> http://soundcloud.com/n-1-1 >> http://www.ufjf.br/eimas/ >> http://www.ufjf.br/tecartes/ >> http://www.limiares.com.br/duo-n1.html >> >> (55 32) 8481-8277 >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> >> >> -- >> ------------------------------------------ >> Alexandre Sperandéo Fenerich >> prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ >> >> http://soundcloud.com/ale_fenerich >> http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm >> n-1.art.br >> http://soundcloud.com/n-1-1 >> http://www.ufjf.br/eimas/ >> http://www.ufjf.br/tecartes/ >> http://www.limiares.com.br/duo-n1.html >> >> (55 32) 8481-8277 >> >> >> >> >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Fri Jun 29 20:22:05 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Fri, 29 Jun 2012 20:22:05 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: References: <1340647907.23139.YahooMailClassic@web161705.mail.bf1.yahoo.com> <8538CCC4-3DBA-4453-90C0-3F86D7E251AF@uol.com.br> Message-ID: agora...este "vcs" da tua frase: pq vocês? por acaso vc não recebe um belo salário pago com dinheiro de imposto popular? e vc por acaso trabalha 8 horas diárias carregando pedra? não né? então pra que retomar esta coisa antiiiiiga de "us pobre", "us rico", "us faveladu"... no mais, todo espaço, inclusive o das atividades de extensão e inclusão social, é subjetivo e tal... abs silvio On Jun 29, 2012, at 4:55 PM, Ale Fenerich wrote: > Caro Silvio > > > Não questiono nenhum dos seus argumentos. Apenas levanto que me parece estranho o fato de haver locais legítimos para "música feita por via da pesquisa" e locais não apropriados (ou não legítimos) para tal. Nos primeiros também se ganha (e bem!) cachês por fora do soldo dos 40 DE, e não me venha com supostas "objetividades", por favor: sabemos que há escolhas pessoais e subjetivas nestes espaços. Então mais uma vez me parece que esbarramos em um argumento elitista, me desculpe. > > > Mas não quero mais discutir o assunto: como disse antes, teremos que engolir aquilo que que for decidido por vocês. > > > um abraço! > > > Em 29 de junho de 2012 16:35, silvioferrazmello escreveu: > oi alê...e pergunta aos estudiosos de villa-lobos, > mto se fala que villa-lobos tocou em boites etc. > mas em que fase de sua vida....??? > foi o villa das cirandas, ele tocou nestas boites algumas de suas "prole do bebê 2"...ou lá ele apresentou seu "assovio a jato"? > > ele tocou realmente em boites? ou isto é mais uma das blagues típicas de nosso querido compositor. > > no mais: > 1. villa nem nazareth preenchiam lattes > 2. villa e nazareth recebiam para tocar em tais boites assim como músicos de orquestra recebem para tocar nas orquestras que fazem cachet. > 3. não podemos esquecer que ao termos notado que na universidade havia um bom salário entramos em um sistema (no qual nazareth não entrou, nem villa-lobos). > 4. na universidade fazemos um trabalho que relaciona pesquisa criação e ensino. > > agora, pra não faltar a piada musical na mensagem: não entender uma coisa simples é a prova de que realmente a música desceu do trivium pro quadrivium.... ou seja, nem o trivial é mais compreendido... > > abs > silvio > > > On Jun 25, 2012, at 3:11 PM, luciano cesar wrote: > >> Caro Ale, >> >> Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada). >> Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. >> Abraços, >> >> Luciano >> --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: >> >> De: Ale Fenerich >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * >> Para: "SBME ." >> Cc: "ANPPOM" >> Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 >> >> Olá professor! Olá a todos! >> >> >> Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. >> >> >> Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. >> >> Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? >> >> >> Não entendo, juro que não entendo. >> >> >> Um abraço! >> >> >> >> Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: >> Caro Fenerich: >> >> Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. >> Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. >> Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva. >> >> Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. >> Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: >> - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, se eu compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> Desisti. Voltei para casa e fui compor. >> >> Abraço, >> Jorge Antunes >> >> >> >> >> Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: >> >> Caros >> >> >> Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. >> >> >> Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica. >> >> >> E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... >> >> >> abraços!! >> >> >> Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: >> >> Colegas: >> >> Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. >> Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. >> O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. >> Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. >> Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. >> As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. >> Abraços, >> Jorge Antunes >> >> >> >> >> 2012/6/20 Daniel Lemos >> You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication >> Click to disallow >> >> >> Caros, >> >> Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... >> >> Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. >> >> Abraço, >> >> Daniel L. Cerqueira >> >> Universidade Federal do Maranhão >> >> >> --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: >> >> De: luciano cesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 >> >> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... >> Abraço, >> >> Luciano >> --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: >> >> De: Rodolfo Caesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >> >> Caros, >> >> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >> uma vez que a maldição parece inevitável. >> Porque: >> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >> leis de mercado. >> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >> autores não estejam em dia com a OMB). >> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >> avaliem a análise do musicólogo histórico! >> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >> hipóteses) o colega analisar. >> >> Um abraço, >> Rodolfo Caesar >> >> >> >> 2012/6/17 silvioferrazmello : >> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. >> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >> > >> > abs >> > silvio >> > >> > >> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >> > >> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >> >> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> >> Abraços, >> >> >> >> Luciano >> >> >> >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >> >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >> >>> >> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >> >>> assim ;-) . Mas veja só: >> >>> >> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >> >>> tocar no Carnegie Hall; >> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >> >>> da Berliner; >> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >> >>> tocar no maior congresso da sua área; >> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >> >>> lançamento de CD. >> >>> >> >>> Etc... >> >>> >> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >> >>> nacional, local ou internacional, etc. >> >>> >> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >> >>> >> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >> >>> >> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >> >>> diferentes. >> >>> >> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >> >>> >> >>> Abraços, >> >>> Alvaro Henrique >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >> >>> escreveu: >> >>> >> >>>> >> >>>> Reencaminhando... >> >>>> >> >>>> Abraços, >> >>>> Damián >> >>>> >> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >> >>>> >> >>>> >> >>>> ------------------------------ >> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >> >>>> arte e ciência >> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >> >>>> >> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >> >>>> >> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >> >>>> >> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >> >>>> >> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >> >>>> amadurecimento de um trabalho. >> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >> >>>> de sua recepção. >> >>>> >> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >> >>>> a publicação nem a estreia. >> >>>> >> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >> >>>> >> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >> >>>> >> >>>> Minha sugestão é: >> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >> >>>> por pares) >> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >> >>>> local) >> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >> >>>> apresentação) >> >>>> >> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >> >>>> caso de trabalhos artísticos... >> >>>> >> >>>> abs >> >>>> Silvio >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> Lista de discussões ANPPOM >> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> >> >>> >> >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > ________________________________________________ >> > Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> >> -- >> ------------------------------------------ >> Alexandre Sperandéo Fenerich >> prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ >> >> http://soundcloud.com/ale_fenerich >> http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm >> n-1.art.br >> http://soundcloud.com/n-1-1 >> http://www.ufjf.br/eimas/ >> http://www.ufjf.br/tecartes/ >> http://www.limiares.com.br/duo-n1.html >> >> (55 32) 8481-8277 >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> >> >> -- >> ------------------------------------------ >> Alexandre Sperandéo Fenerich >> prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ >> >> http://soundcloud.com/ale_fenerich >> http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm >> n-1.art.br >> http://soundcloud.com/n-1-1 >> http://www.ufjf.br/eimas/ >> http://www.ufjf.br/tecartes/ >> http://www.limiares.com.br/duo-n1.html >> >> (55 32) 8481-8277 >> >> >> >> >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > > > > -- > ------------------------------------------ > Alexandre Sperandéo Fenerich > prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ > > http://soundcloud.com/ale_fenerich > http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm > n-1.art.br > http://soundcloud.com/n-1-1 > http://www.ufjf.br/eimas/ > http://www.ufjf.br/tecartes/ > http://www.limiares.com.br/duo-n1.html > > (55 32) 8481-8277 > > > > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From alexandrenegreiros em yahoo.com.br Sat Jun 30 10:29:04 2012 From: alexandrenegreiros em yahoo.com.br (Alexandre Negreiros) Date: Sat, 30 Jun 2012 10:29:04 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: References: <1340647907.23139.YahooMailClassic@web161705.mail.bf1.yahoo.com> <8538CCC4-3DBA-4453-90C0-3F86D7E251AF@uol.com.br> Message-ID: Olá todos, Pra "contribuir" com o debate, o Meyer: http://books.google.com.br/books?id=fL7DUYsmej8C&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false Capítulo 2: "Some remarks on Value and Greatness in Music" (como é relativamente pequeno, as pgs que o Google omite eliminam apenas algumas notas, aproveitem!!) Abçs! Alex Em 29/06/2012, às 16:55, Ale Fenerich escreveu: > Caro Silvio > > > Não questiono nenhum dos seus argumentos. Apenas levanto que me parece estranho o fato de haver locais legítimos para "música feita por via da pesquisa" e locais não apropriados (ou não legítimos) para tal. Nos primeiros também se ganha (e bem!) cachês por fora do soldo dos 40 DE, e não me venha com supostas "objetividades", por favor: sabemos que há escolhas pessoais e subjetivas nestes espaços. Então mais uma vez me parece que esbarramos em um argumento elitista, me desculpe. > > > Mas não quero mais discutir o assunto: como disse antes, teremos que engolir aquilo que que for decidido por vocês. > > > um abraço! > > > Em 29 de junho de 2012 16:35, silvioferrazmello escreveu: > oi alê...e pergunta aos estudiosos de villa-lobos, > mto se fala que villa-lobos tocou em boites etc. > mas em que fase de sua vida....??? > foi o villa das cirandas, ele tocou nestas boites algumas de suas "prole do bebê 2"...ou lá ele apresentou seu "assovio a jato"? > > ele tocou realmente em boites? ou isto é mais uma das blagues típicas de nosso querido compositor. > > no mais: > 1. villa nem nazareth preenchiam lattes > 2. villa e nazareth recebiam para tocar em tais boites assim como músicos de orquestra recebem para tocar nas orquestras que fazem cachet. > 3. não podemos esquecer que ao termos notado que na universidade havia um bom salário entramos em um sistema (no qual nazareth não entrou, nem villa-lobos). > 4. na universidade fazemos um trabalho que relaciona pesquisa criação e ensino. > > agora, pra não faltar a piada musical na mensagem: não entender uma coisa simples é a prova de que realmente a música desceu do trivium pro quadrivium.... ou seja, nem o trivial é mais compreendido... > > abs > silvio > > > On Jun 25, 2012, at 3:11 PM, luciano cesar wrote: > >> Caro Ale, >> >> Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada). >> Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. >> Abraços, >> >> Luciano >> --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: >> >> De: Ale Fenerich >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * >> Para: "SBME ." >> Cc: "ANPPOM" >> Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 >> >> Olá professor! Olá a todos! >> >> >> Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. >> >> >> Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. >> >> Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? >> >> >> Não entendo, juro que não entendo. >> >> >> Um abraço! >> >> >> >> Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: >> Caro Fenerich: >> >> Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. >> Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. >> Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva. >> >> Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. >> Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: >> - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, se eu compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> Desisti. Voltei para casa e fui compor. >> >> Abraço, >> Jorge Antunes >> >> >> >> >> Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: >> >> Caros >> >> >> Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. >> >> >> Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica. >> >> >> E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... >> >> >> abraços!! >> >> >> Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: >> >> Colegas: >> >> Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. >> Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. >> O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. >> Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. >> Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. >> As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. >> Abraços, >> Jorge Antunes >> >> >> 2012/6/20 Daniel Lemos >> You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication >> Click to disallow >> >> >> Caros, >> >> Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... >> >> Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. >> >> Abraço, >> >> Daniel L. Cerqueira >> >> Universidade Federal do Maranhão >> >> >> --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: >> >> De: luciano cesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 >> >> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... >> Abraço, >> >> Luciano >> --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: >> >> De: Rodolfo Caesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >> >> Caros, >> >> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >> uma vez que a maldição parece inevitável. >> Porque: >> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >> leis de mercado. >> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >> autores não estejam em dia com a OMB). >> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >> avaliem a análise do musicólogo histórico! >> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >> hipóteses) o colega analisar. >> >> Um abraço, >> Rodolfo Caesar >> >> >> >> 2012/6/17 silvioferrazmello : >> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. >> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >> > >> > abs >> > silvio >> > >> > >> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >> > >> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >> >> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> >> Abraços, >> >> >> >> Luciano >> >> >> >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >> >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >> >>> >> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >> >>> assim ;-) . Mas veja só: >> >>> >> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >> >>> tocar no Carnegie Hall; >> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >> >>> da Berliner; >> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >> >>> tocar no maior congresso da sua área; >> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >> >>> lançamento de CD. >> >>> >> >>> Etc... >> >>> >> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >> >>> nacional, local ou internacional, etc. >> >>> >> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >> >>> >> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >> >>> >> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >> >>> diferentes. >> >>> >> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >> >>> >> >>> Abraços, >> >>> Alvaro Henrique >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >> >>> escreveu: >> >>> >> >>>> >> >>>> Reencaminhando... >> >>>> >> >>>> Abraços, >> >>>> Damián >> >>>> >> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >> >>>> >> >>>> >> >>>> ------------------------------ >> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >> >>>> arte e ciência >> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >> >>>> >> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >> >>>> >> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >> >>>> >> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >> >>>> >> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >> >>>> amadurecimento de um trabalho. >> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >> >>>> de sua recepção. >> >>>> >> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >> >>>> a publicação nem a estreia. >> >>>> >> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >> >>>> >> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >> >>>> >> >>>> Minha sugestão é: >> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >> >>>> por pares) >> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >> >>>> local) >> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >> >>>> apresentação) >> >>>> >> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >> >>>> caso de trabalhos artísticos... >> >>>> >> >>>> abs >> >>>> Silvio >> >>>> -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sat Jun 30 16:31:51 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sat, 30 Jun 2012 12:31:51 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: Message-ID: <1341084711.62088.YahooMailClassic@web110302.mail.gq1.yahoo.com> Silvio, É isso mesmo. Porém, não faz sentido que a pós tenha seus critérios e a graduação tenha outros; é necessário haver uma unidade. As pesquisas não podem mais ficar desconexas da "realidade" (traduz-se: graduação e extensão). abraço, Daniel Cerqueira http://musica.ufma.br --- Em sáb, 30/6/12, silvioferrazmello escreveu: De: silvioferrazmello Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "Daniel Lemos" Data: Sábado, 30 de Junho de 2012, 13:23 acredito que todas universidades tenham uma norma que permite ao professor desenvolver até 8hs fora da instituição, conforme aprovações de conselhos e tal...ao menos temos isto na unicamp, e caso sejamos remunerados este contrato é realizado através da fundação da universidade sendo ela a contratada (ficando uma fatia de impostos e tal).ou seja, existem modos de se desenvolver projetos fora da universidade, nas suas extensões...o que é mto importante.mas, face a todos estes debates me ficou uma questão:a universidade tem três atuações principais: a graduação, a extensão e o pós. A capes e seu qualis, dizem mais respeito à pós...é isto mesmo?. abssilvio On Jun 29, 2012, at 1:01 PM, Daniel Lemos wrote: Caros, A Universidade oferece a Centros e Departamentos total autonomia para definir que tipos de atividade são importantes para cada área do conhecimento. Hospitais universitários possuem Regimento interno próprio contemplando especificidades da área. O mesmo podem fazem Laboratórios de Engenharia Química. Os tipos de atividade pertineites à área também são considerados na contagem de Atividades Complementares para os cursos de graduação. Aqui, consideramos programas de apresentações musicais tanto quanto certificados de participação em cursos com carga horária, ficando a nosso critério definir o número de horas trabalhadas para preparação e realização da apresentação em cada caso. Portanto, o reconhecimento do trabalho artístico é tão importante para a graduação quanto aos programas de Pós-Graduação. Agora, a iniciativa de reconhecer o que é ou não importante para nossa área deve partir de NÓS, e não de um pró-reitor da área de Química Industrial. Se somos "Dedicação Exclusiva" - o que nos proíbe de assinar contratos com outras instituições ou prestar serviços remunerados - devemos nos mobilizar para LEGALIZAR as atividades que são pertinentes à área de Música em nosso Regimento Interno, ao invés de deixar de trabalhar esperando vencer as 40 horas. A sorte é que muitos colegas não deixam de contribuir inestimavelmente ao desenvolvimento da área de Música por esta incoerência legal. A mesma mentalidade se prolonga à Ordem dos Músicos: reformulá-la em adequação as necessidades profissionais da área ou negligenciá-la por achar que nada pode ser mudado? Daniel Cerqueira http://musica.ufma.br --- Em seg, 25/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "SBME ." , "Ale Fenerich" Cc: "ANPPOM" Data: Segunda-feira, 25 de Junho de 2012, 15:11 Caro Ale,    Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada).    Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. Abraços, Luciano --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: De: Ale Fenerich Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "SBME ." Cc: "ANPPOM" Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 Olá professor! Olá a todos! Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? Não entendo, juro que não entendo. Um abraço! Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: Caro Fenerich:   Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva.   Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, se eu  compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? Ale! O padre ficou calado! Caladão? Desisti. Voltei para casa e fui compor.   Abraço, Jorge Antunes     Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: Caros Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica.  E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... abraços!! Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: Colegas:   Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. Abraços, Jorge Antunes     2012/6/20 Daniel Lemos You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication Click to disallow Caros, Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. Abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1  http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerichprof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerichhttp://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.brhttp://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From silvioferrazmello em uol.com.br Sat Jun 30 17:25:38 2012 From: silvioferrazmello em uol.com.br (silvioferrazmello) Date: Sat, 30 Jun 2012 17:25:38 -0300 Subject: [ANPPOM-Lista] =?iso-8859-1?q?Mat=E9ria_sobre_avalia=E7=E3o_difer?= =?iso-8859-1?q?enciada_entre_arte_e_ci=EAncia_*?= In-Reply-To: <1341084711.62088.YahooMailClassic@web110302.mail.gq1.yahoo.com> References: <1341084711.62088.YahooMailClassic@web110302.mail.gq1.yahoo.com> Message-ID: oi daniel, vc tem total razão o problema é a realidade desconexa? na verdade eu pessoalmente acho tudo isto bobagem acho apenas importante que continuemos trabalhando?daí alguém que fique perdendo tempo classificando se o que fazemos vale ou não? acredito que o problema do dia a dia da graduação, extensão e pós é trabalho suficiente para nos preocuparmos. abs silvio On Jun 30, 2012, at 4:31 PM, Daniel Lemos wrote: > > Silvio, > > É isso mesmo. Porém, não faz sentido que a pós tenha seus critérios e a graduação tenha outros; é necessário haver uma unidade. As pesquisas não podem mais ficar desconexas da "realidade" (traduz-se: graduação e extensão). > > abraço, > > Daniel Cerqueira > > http://musica.ufma.br > > > --- Em sáb, 30/6/12, silvioferrazmello escreveu: > > De: silvioferrazmello > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * > Para: "Daniel Lemos" > Data: Sábado, 30 de Junho de 2012, 13:23 > > acredito que todas universidades tenham uma norma que permite ao professor desenvolver até 8hs fora da instituição, conforme aprovações de conselhos e tal...ao menos temos isto na unicamp, e caso sejamos remunerados este contrato é realizado através da fundação da universidade sendo ela a contratada (ficando uma fatia de impostos e tal). > ou seja, existem modos de se desenvolver projetos fora da universidade, nas suas extensões...o que é mto importante. > mas, face a todos estes debates me ficou uma questão: > a universidade tem três atuações principais: a graduação, a extensão e o pós. A capes e seu qualis, dizem mais respeito à pós...é isto mesmo?. > > abs > silvio > > > On Jun 29, 2012, at 1:01 PM, Daniel Lemos wrote: > >> >> Caros, >> >> A Universidade oferece a Centros e Departamentos total autonomia para definir que tipos de atividade são importantes para cada área do conhecimento. Hospitais universitários possuem Regimento interno próprio contemplando especificidades da área. O mesmo podem fazem Laboratórios de Engenharia Química. >> >> Os tipos de atividade pertineites à área também são considerados na contagem de Atividades Complementares para os cursos de graduação. Aqui, consideramos programas de apresentações musicais tanto quanto certificados de participação em cursos com carga horária, ficando a nosso critério definir o número de horas trabalhadas para preparação e realização da apresentação em cada caso. Portanto, o reconhecimento do trabalho artístico é tão importante para a graduação quanto aos programas de Pós-Graduação. Agora, a iniciativa de reconhecer o que é ou não importante para nossa área deve partir de NÓS, e não de um pró-reitor da área de Química Industrial. >> >> Se somos "Dedicação Exclusiva" - o que nos proíbe de assinar contratos com outras instituições ou prestar serviços remunerados - devemos nos mobilizar para LEGALIZAR as atividades que são pertinentes à área de Música em nosso Regimento Interno, ao invés de deixar de trabalhar esperando vencer as 40 horas. A sorte é que muitos colegas não deixam de contribuir inestimavelmente ao desenvolvimento da área de Música por esta incoerência legal. >> >> A mesma mentalidade se prolonga à Ordem dos Músicos: reformulá-la em adequação as necessidades profissionais da área ou negligenciá-la por achar que nada pode ser mudado? >> >> >> Daniel Cerqueira >> >> http://musica.ufma.br >> >> >> --- Em seg, 25/6/12, luciano cesar escreveu: >> >> De: luciano cesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * >> Para: "SBME ." , "Ale Fenerich" >> Cc: "ANPPOM" >> Data: Segunda-feira, 25 de Junho de 2012, 15:11 >> >> Caro Ale, >> >> Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada). >> Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. >> Abraços, >> >> Luciano >> --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: >> >> De: Ale Fenerich >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * >> Para: "SBME ." >> Cc: "ANPPOM" >> Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 >> >> Olá professor! Olá a todos! >> >> >> Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. >> >> >> Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. >> >> Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? >> >> >> Não entendo, juro que não entendo. >> >> >> Um abraço! >> >> >> >> Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: >> Caro Fenerich: >> >> Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. >> Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. >> Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva. >> >> Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. >> Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: >> - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> - Seu padre, se eu compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? >> Ale! O padre ficou calado! Caladão? >> Desisti. Voltei para casa e fui compor. >> >> Abraço, >> Jorge Antunes >> >> >> >> >> Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: >> >> Caros >> >> >> Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. >> >> >> Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica. >> >> >> E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... >> >> >> abraços!! >> >> >> Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: >> >> Colegas: >> >> Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. >> Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. >> O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. >> Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. >> Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. >> As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. >> Abraços, >> Jorge Antunes >> >> >> >> >> 2012/6/20 Daniel Lemos >> You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication >> Click to disallow >> >> >> Caros, >> >> Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... >> >> Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. >> >> Abraço, >> >> Daniel L. Cerqueira >> >> Universidade Federal do Maranhão >> >> >> --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: >> >> De: luciano cesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 >> >> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... >> Abraço, >> >> Luciano >> --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: >> >> De: Rodolfo Caesar >> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência >> Para: "silvioferrazmello" >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br >> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 >> >> Caros, >> >> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! >> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de >> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, >> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, >> uma vez que a maldição parece inevitável. >> Porque: >> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, >> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às >> leis de mercado. >> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, >> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios >> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 >> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... >> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups >> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus >> autores não estejam em dia com a OMB). >> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza >> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me >> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, >> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: >> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo >> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de >> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda >> avaliem a análise do musicólogo histórico! >> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe >> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop >> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. >> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós >> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um >> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento >> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das >> hipóteses) o colega analisar. >> >> Um abraço, >> Rodolfo Caesar >> >> >> >> 2012/6/17 silvioferrazmello : >> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... >> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. >> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. >> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. >> > >> > abs >> > silvio >> > >> > >> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: >> > >> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >> >> >> Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >> >> Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >> >> Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> >> Abraços, >> >> >> >> Luciano >> >> >> >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >> >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >> >>> >> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >> >>> assim ;-) . Mas veja só: >> >>> >> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >> >>> tocar no Carnegie Hall; >> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >> >>> da Berliner; >> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >> >>> tocar no maior congresso da sua área; >> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >> >>> lançamento de CD. >> >>> >> >>> Etc... >> >>> >> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >> >>> nacional, local ou internacional, etc. >> >>> >> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >> >>> >> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >> >>> >> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >> >>> diferentes. >> >>> >> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >> >>> >> >>> Abraços, >> >>> Alvaro Henrique >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >> >>> escreveu: >> >>> >> >>>> >> >>>> Reencaminhando... >> >>>> >> >>>> Abraços, >> >>>> Damián >> >>>> >> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >> >>>> >> >>>> >> >>>> ------------------------------ >> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >> >>>> arte e ciência >> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >> >>>> >> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >> >>>> >> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >> >>>> >> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >> >>>> répétition" ... "rehearsal art" >> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >> >>>> >> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >> >>>> amadurecimento de um trabalho. >> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >> >>>> de sua recepção. >> >>>> >> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >> >>>> a publicação nem a estreia. >> >>>> >> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >> >>>> >> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >> >>>> >> >>>> Minha sugestão é: >> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >> >>>> por pares) >> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >> >>>> local) >> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >> >>>> apresentação) >> >>>> >> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >> >>>> caso de trabalhos artísticos... >> >>>> >> >>>> abs >> >>>> Silvio >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> Lista de discussões ANPPOM >> >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >>>> ________________________________________________ >> >>>> >> >>> >> >> >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> >> Lista de discussões ANPPOM >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> >> ________________________________________________ >> > >> > ________________________________________________ >> > Lista de discussões ANPPOM >> > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> > ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> >> -- >> ------------------------------------------ >> Alexandre Sperandéo Fenerich >> prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ >> >> http://soundcloud.com/ale_fenerich >> http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm >> n-1.art.br >> http://soundcloud.com/n-1-1 >> http://www.ufjf.br/eimas/ >> http://www.ufjf.br/tecartes/ >> http://www.limiares.com.br/duo-n1.html >> >> (55 32) 8481-8277 >> >> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> >> >> >> -- >> ------------------------------------------ >> Alexandre Sperandéo Fenerich >> prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ >> >> http://soundcloud.com/ale_fenerich >> http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm >> n-1.art.br >> http://soundcloud.com/n-1-1 >> http://www.ufjf.br/eimas/ >> http://www.ufjf.br/tecartes/ >> http://www.limiares.com.br/duo-n1.html >> >> (55 32) 8481-8277 >> >> >> >> >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> >> -----Anexo incorporado----- >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: From dal_lemos em yahoo.com.br Sat Jun 30 19:45:17 2012 From: dal_lemos em yahoo.com.br (Daniel Lemos) Date: Sat, 30 Jun 2012 15:45:17 -0700 (PDT) Subject: [ANPPOM-Lista] =?utf-8?b?TWF0w6lyaWEgc29icmUgYXZhbGlhw6fDo28gZGlm?= =?utf-8?q?erenciada_entre_arte_e_ci=C3=AAncia_*?= In-Reply-To: Message-ID: <1341096317.53372.YahooMailClassic@web110310.mail.gq1.yahoo.com> Perfeito, meu caro! Assino embaixo de tuas palavras. Cada trabalho terá seu próprio mérito em sua área ou na sociedade. Avaliações são um modelo criado pela CAPES que sempre tendem ao que o avaliador julga importante. É perda de tempo mesmo. Um abraço, Daniel Cerqueira http://musica.ufma.br --- Em sáb, 30/6/12, silvioferrazmello escreveu: De: silvioferrazmello Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "Daniel Lemos" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Sábado, 30 de Junho de 2012, 17:25 oi daniel,vc tem total razãoo problema é a realidade desconexa?na verdade eu pessoalmente acho tudo isto bobagemacho apenas importante que continuemos trabalhando?daí alguém que fique perdendo tempo classificando se o que fazemos vale ou não?acredito que o problema do dia a dia da graduação, extensão e pós é trabalho suficiente para nos preocuparmos. abssilvio On Jun 30, 2012, at 4:31 PM, Daniel Lemos wrote: Silvio, É isso mesmo. Porém, não faz sentido que a pós tenha seus critérios e a graduação tenha outros; é necessário haver uma unidade. As pesquisas não podem mais ficar desconexas da "realidade" (traduz-se: graduação e extensão). abraço, Daniel Cerqueira http://musica.ufma.br --- Em sáb, 30/6/12, silvioferrazmello escreveu: De: silvioferrazmello Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "Daniel Lemos" Data: Sábado, 30 de Junho de 2012, 13:23 acredito que todas universidades tenham uma norma que permite ao professor desenvolver até 8hs fora da instituição, conforme aprovações de conselhos e tal...ao menos temos isto na unicamp, e caso sejamos remunerados este contrato é realizado através da fundação da universidade sendo ela a contratada (ficando uma fatia de impostos e tal).ou seja, existem modos de se desenvolver projetos fora da universidade, nas suas extensões...o que é mto importante.mas, face a todos estes debates me ficou uma questão:a universidade tem três atuações principais: a graduação, a extensão e o pós. A capes e seu qualis, dizem mais respeito à pós...é isto mesmo?. abssilvio On Jun 29, 2012, at 1:01 PM, Daniel Lemos wrote: Caros, A Universidade oferece a Centros e Departamentos total autonomia para definir que tipos de atividade são importantes para cada área do conhecimento. Hospitais universitários possuem Regimento interno próprio contemplando especificidades da área. O mesmo podem fazem Laboratórios de Engenharia Química. Os tipos de atividade pertineites à área também são considerados na contagem de Atividades Complementares para os cursos de graduação. Aqui, consideramos programas de apresentações musicais tanto quanto certificados de participação em cursos com carga horária, ficando a nosso critério definir o número de horas trabalhadas para preparação e realização da apresentação em cada caso. Portanto, o reconhecimento do trabalho artístico é tão importante para a graduação quanto aos programas de Pós-Graduação. Agora, a iniciativa de reconhecer o que é ou não importante para nossa área deve partir de NÓS, e não de um pró-reitor da área de Química Industrial. Se somos "Dedicação Exclusiva" - o que nos proíbe de assinar contratos com outras instituições ou prestar serviços remunerados - devemos nos mobilizar para LEGALIZAR as atividades que são pertinentes à área de Música em nosso Regimento Interno, ao invés de deixar de trabalhar esperando vencer as 40 horas. A sorte é que muitos colegas não deixam de contribuir inestimavelmente ao desenvolvimento da área de Música por esta incoerência legal. A mesma mentalidade se prolonga à Ordem dos Músicos: reformulá-la em adequação as necessidades profissionais da área ou negligenciá-la por achar que nada pode ser mudado? Daniel Cerqueira http://musica.ufma.br --- Em seg, 25/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "SBME ." , "Ale Fenerich" Cc: "ANPPOM" Data: Segunda-feira, 25 de Junho de 2012, 15:11 Caro Ale,    Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada).    Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. Abraços, Luciano --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich escreveu: De: Ale Fenerich Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência * Para: "SBME ." Cc: "ANPPOM" Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28 Olá professor! Olá a todos! Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história. Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei. Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram? Não entendo, juro que não entendo. Um abraço! Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . escreveu: Caro Fenerich:   Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade. Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra. Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva.   Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos. Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas: - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão? Ale! O padre ficou calado! Caladão? - Seu padre, se eu  compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade? Ale! O padre ficou calado! Caladão? Desisti. Voltei para casa e fui compor.   Abraço, Jorge Antunes     Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich escreveu: Caros Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história. Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica.  E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação... abraços!! Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes escreveu: Colegas:   Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco. Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando. O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor. Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc. Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes. As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes. Abraços, Jorge Antunes     2012/6/20 Daniel Lemos You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication Click to disallow Caros, Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática... Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis. Abraço, Daniel L. Cerqueira Universidade Federal do Maranhão --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar escreveu: De: luciano cesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" , "Rodolfo Caesar" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23 Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito... Abraço,  Luciano --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar escreveu: De: Rodolfo Caesar Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência Para: "silvioferrazmello" Cc: anppom-l em iar.unicamp.br Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28 Caros, Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio! Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final, deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais, uma vez que a maldição parece inevitável. Porque: - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora, sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às leis de mercado. - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música, tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1 Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!... - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus autores não estejam em dia com a OMB). - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade, dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque: - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda avaliem a análise do musicólogo histórico! - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito. - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das hipóteses) o colega analisar. Um abraço, Rodolfo Caesar 2012/6/17 silvioferrazmello : > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"... > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento. > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço. > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão. > > abs > silvio > > > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote: > >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista, >> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."): >> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí... >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos). >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho. >> Abraços, >> >> Luciano >> >> >> Citando Alvaro Henrique : >> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida. >>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo >>> assim ;-) . Mas veja só: >>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e >>> tocar no Carnegie Hall; >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista >>> da Berliner; >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra >>> tocar no maior congresso da sua área; >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de >>> lançamento de CD. >>> >>> Etc... >>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito >>> nacional, local ou internacional, etc. >>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção. >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações. >>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo? >>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países >>> diferentes. >>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria. >>> >>> Abraços, >>> Alvaro Henrique >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller >>> escreveu: >>> >>>> >>>> Reencaminhando... >>>> >>>> Abraços, >>>> Damián >>>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller >>>> >>>> >>>> ------------------------------ >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre >>>> arte e ciência >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300 >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; >>>> carole.gubernikoff em gmail.com >>>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs... >>>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação: >>>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica. >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la >>>> répétition" ... "rehearsal art" >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir. >>>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir. >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura. >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o >>>> amadurecimento de um trabalho. >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e >>>> de sua recepção. >>>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui >>>> a publicação nem a estreia. >>>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso. >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem. >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade. >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí. >>>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador >>>> capes...o que torna sua qualificação falha. >>>> >>>> Minha sugestão é: >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo >>>> por pares) >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, >>>> local) >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e >>>> apresentação) >>>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no >>>> caso de trabalhos artísticos... >>>> >>>> abs >>>> Silvio >>>> >>>> >>>> >>>> >>>> ________________________________________________ >>>> Lista de discussões ANPPOM >>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >>>> ________________________________________________ >>>> >>> >> >> >> >> ________________________________________________ >> Lista de discussões ANPPOM >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l >> ________________________________________________ > > ________________________________________________ > Lista de discussões ANPPOM > http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l > ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerich prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerich http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.br http://soundcloud.com/n-1-1  http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/ http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -- ------------------------------------------Alexandre Sperandéo Fenerichprof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/ http://soundcloud.com/ale_fenerichhttp://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm n-1.art.brhttp://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/ http://www.ufjf.br/tecartes/http://www.limiares.com.br/duo-n1.html (55 32) 8481-8277 -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -----Anexo incorporado----- ________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________________________________________________________ Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l ________________________________________________ -------------- Próxima Parte ---------- Um anexo em HTML foi limpo... URL: