[ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência

Zoltan Paulinyi paulinyi em yahoo.com
Qua Jun 6 05:37:34 BRT 2012


Caro Alexandre Ficagna,

Concordo que o debate é ótimo. Imagino que esta seja uma oportunidade para o grupo reunir o consenso (em forma de normativa de avaliação de produção artística) numa ata. Idealmente, seria proveitoso endossar o documento com outras entidades de artistas acadêmicos e entregá-lo a CAPES e CNPq para sugerir implementação, pois percebo semelhantes considerações do meio literário, principalmente. Deverá haver reflexões valiosas vindas igualmente do meio de artes cênicas, plásticas, etc.

Cordialmente,

Zoltan Paulinyi.


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 From: Alexandre Ficagna <alexandre_ficagna em yahoo.com.br>
To: Damián Keller <musicoyargentino em hotmail.com>; "anppom-l em iar.unicamp.br" <anppom-l em iar.unicamp.br> 
Sent: Tuesday, June 5, 2012 9:19 PM
Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência
 

Caro Damián,


você tem razão, eu acabei generalizando em minha afirmação. Estava me referindo a um pesquisador experiente que publica regularmente em congressos e revistas nacionais.
Também concordo que a reflexão teórica faz parte do processo criativo. Também, não só, e o problema é que esta parte acaba tendo mais valor acadêmico, e não igual valor.


Quanto à discussão anterior - e talvez até saindo do foco -ainda penso que se os critérios de avaliação das artes na academia são os mesmos de outras áreas, então por que arte na academia? Seremos sempre aqueles que não conseguem se adequar, que utilizam métodos remendados, ou que precisam de malabarismos para justificar suas pesquisas, por vezes precisando "emprestar" de outras áreas do conhecimento para "trazer importância" ao seu objeto de estudo (importante ressaltar que não estou colocando neste balaio as pesquisas de fato interdisciplinares). Sempre pedindo desculpas por criar ou tocar.


Se as artes não contribuem criando novas formas de abordar o conhecimento - ainda que dialogando com outras, claro - então seremos sempre "quase-ciência-de-verdade". 


Por fim, a avaliação por pares conta com alguns fatores: o mais evidente e claro é sem dúvida o perfil da revista, mas há também o perfil do avaliador, sua empatia ou não para com o assunto (quantos casos de pesquisadores que se dedicam a criticar uma linha de pesquisa por conta de um desafeto pessoal...), com o estilo de escrita, etc. Penso que fatores "subjetivos" estão por todos os lados, não só na produção artística. A dificuldade de avaliação não deveria ser desestímulo à produção.


Será que o futuro do compositor na academia é compor para concursos/bienais e escrever "estilo Qualis A" para que sua produção seja considerada "de valor"? Espero que não.

No mais, estou achando o debate ótimo!


Um abraço cordial a todos

Alexandre
 
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 De: Damián Keller <musicoyargentino em hotmail.com>
Para: anppom-l em iar.unicamp.br 
Enviadas: Domingo, 3 de Junho de 2012 15:23
Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência
 

 
Oi Alexandre,

> Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos.

Concordamos. E aí tenho que fazer um adendo, a reflexão teórica forma parte desse processo criativo.
A parte questionável está nestas afirmações...

> Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço.

Vc já tentou publicar em revistas internacionais indexadas? Não falo em science ou nature, revistas menos visadas da nossa área mesmo. Eu cheguei a demorar 2 anos para conseguir ter um artigo aceito, e isso não inclui o trabalho prévio em programação, composição e aferição de resultados, estou falando só da parte escrita.

As colocações do Valério e do Álvaro são pertinentes. A avaliação do trabalho precisa levar em conta o impacto na área e fora da área específica. Parte desse impacto depende da capacidade do músico de comunicar os resultados do seu trabalho para outros pesquisadores. Lamentavelmente, só o resultado sonoro não é suficiente.

Por enquanto, a única forma de garantir a qualidade do trabalho é a avaliação anônima por pesquisadores experientes. Essa é a prática adotada internacionalmente em todas as áreas. Por isso parte do argumento do Charles não se sustenta. O Qualis está errado justamente nos itens em que não adota os mecanismos de avaliação aceitos internacionalmente.

Abraço,
Damián
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