[ANPPOM-Lista] Saving Britain's universities: The brains go into battle

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Dom Nov 18 14:20:42 BRST 2012


Que eu saiba, a proximidade da relação entre número de professores e número
de alunos é um dos indicadores da qualidade do ensino. As instituições mais
seletivas sempre anunciaram o número reduzido de alunos por professor como
um de seus indicadores. Ensino para as chamadas classes populares é
sinônimo de ensino para "a massa"? Se for, gostaria de conhecer as técnicas
e os métodos do ensino de qualidade para grandes números por horários
prolongados muito além da capacidade de atenção do aluno e do próprio
professor.

Tenho tido --- e não sou o único a tê-la -- a impressão que uma das piores
formas de radicalização a que tenho assistido é a de um ativismo amador,
que substitui a atividade intelectual, cujas formas de ser política são
variadas, por grandes gestos e declarações vistosas, mas de resultados
questionáveis.

2012/11/18 Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>

De minha parte, acredito que a qualidade da minha aula é inversamente
> proporcional ao número de alunos que a assistem. Com um número menor de
> alunos consigo estabelecer uma relação caso a caso, de modo a entender em
> cada um suas limitações ou talentos/vontades. Não se trata, de fato, de uma
> questão do "fim do elitismo", mas de qual qualidade de ensino gostaríamos
> de oferecer. Se o Brasil de hoje tem os tais recursos para universalizar a
> educação superior, deveria fazê-lo com qualidade.
>
> Na minha opinião, esse boom indiscriminado de vagas só acentua a visão
> (errônea - eu ganho muito menos numa universidade federal que ganharia
> dando aulas particulares e tocando numa grande cidade) de que "ter diploma"
> é sinônimo de bons salários. Vejam só... na minha instituição fala-se em
> abrir um curso para 60 ingressantes/ano. Algo totalmente irreal, tanto
> fisicamente quanto em termos de honestidade do ensino. Mas que esses
> músicos irão fazer na universidade? se aperfeiçoar? Não, vão ganhar
> diploma!! Mas se serve pra isso o tal ensino superior (maiores salários),
> que tenha ao menos um bom efeito colateral (educação digna).
>
> Mas creio que aqui está um ponto importante: até onde somos honestos no
> nosso ensino? uma classe de percepção com mais de 20 alunos é, pra mim, uma
> desonestidade.
>
> Porque permaneço na Universidade, se poderia dar aulas particulares a
> estudantes ricos, com muito mais retorno ao meu prestígio como professor?
> Pelo salário? Certamente não. Por acreditar que posso fazer ali um bom
> trabalho. Mas sou bobo, pois vejo essa possibilidade ser bandalhada e
> sabotada dia a dia pelo populismo, do governo, da reitoria, dos meus
> próprios colegas...
>
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