[ANPPOM-Lista] Lucas Robatto sobre o Mestrado Profissional em Música da UFBA

Alvaro Henrique alvaroguitar em gmail.com
Qua Jan 30 15:00:43 BRST 2013


Parabéns, Sílvio. Pôs a questão em ótimas palavras.

Abraços,
Alvaro Henrique
www.alvarohenrique.com
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http://www.youtube.com/watch?v=44Kf0yBMgKU


Em 30 de janeiro de 2013 11:04, <silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu:

>
> Caros Lucas e colegas,
>
> A proposta da UFBA é bastante interessante, e tem de ser parabenizada.
> Porém ela dá a volta sem resolver um problema fundamental: a contínua
> separação entre performance, criação e reflexão conceitual (ou teórica).
> Tanto a produção composicional e de performance devem ser consideradas
> produções acadêmicas (aquelas que se dão na academia), não se distinguindo
> da conceitual, nem sendo complementares umas às outras.
> Uma tese em matemática pode ter 10 linhas introdutórias e 100 páginas de
> cálculo, que apenas os matemáticos entendem, por que uma tese em música não
> pode ter 10 linhas introdutórias e 100 páginas de partitura ou 2 horas de
> gravação, que só os músicos entendem?
> Por que a música, pelo seu flerte com as ciências humanas, tem de se
> submeter a mecanismos intelectuais do século XIX?
>
> Por que não podemos assumir a posição de uma ciência a parte, um real
> estética (ciência do sensível) e com isto reservar lugar digno para a
> produção do musicólogo (esta conceitual ou história) e para a produção
> musical (em teses e dissertações focadas em suas práticas, nas quais os
> textos não necessariamente se constituam em trabalhos conceituais ou
> teóricos).
> Claro que o texto clarifica uma proposta, ele introduz, apresenta uma
> proposta composicional ou de performance, mas ele não pode ser o único
> resultado esperado deixando à prática o lugar de campo de experimentação.
>
> Mas de qq maneira, parabenizo a iniciativa, pois já coloca a prática em
> algum lugar na produção acadêmica.
> Apenas pergunto se já não estaria na hora de assumirmos nossas produções
> musicais em sua íntegra.
> Se não formos nós a fazer tal mudança, sem dúvida ela não será feita pelo
> departamento de engenharia elétrica.
>
> abs
> Silvio Ferraz
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