[ANPPOM-Lista] Lucas Robatto sobre o Mestrado Profissional em Música da UFBA

Catarina Domenici catarina em catarinadomenici.com
Qua Jan 30 15:24:51 BRST 2013


Bravo, Silvio! 
Na minha humilde opinião esse é o grande diferencial oferecido pela pesquisa artística - e justamente o que a diferencia de outras modalidades de pesquisa: que o produto/processo artístico é parte integral da pesquisa; não há como dissociar fazer arte de pensar e sentir arte. Por isso, já até ouvi nas regiões intra-muros da nossa academia que o problema da pesquisa artística seria justamente o termo "artístico", ou seja, ela seria considera "menos" pesquisa que as outras... Aos olhos dos engenheiros elétricos, talvez. Mas que importa. Nós, músicos, é que temos que definir isso.
Abraços,
Catarina 


On Jan 30, 2013, at 11:04 AM, silvioferrazmello em uol.com.br wrote:

> 
> Caros Lucas e colegas,
> 
> A proposta da UFBA é bastante interessante, e tem de ser parabenizada.
> Porém ela dá a volta sem resolver um problema fundamental: a contínua separação entre performance, criação e reflexão conceitual (ou teórica).
> Tanto a produção composicional e de performance devem ser consideradas produções acadêmicas (aquelas que se dão na academia), não se distinguindo da conceitual, nem sendo complementares umas às outras.
> Uma tese em matemática pode ter 10 linhas introdutórias e 100 páginas de cálculo, que apenas os matemáticos entendem, por que uma tese em música não pode ter 10 linhas introdutórias e 100 páginas de partitura ou 2 horas de gravação, que só os músicos entendem?
> Por que a música, pelo seu flerte com as ciências humanas, tem de se submeter a mecanismos intelectuais do século XIX?
> 
> Por que não podemos assumir a posição de uma ciência a parte, um real estética (ciência do sensível) e com isto reservar lugar digno para a produção do musicólogo (esta conceitual ou história) e para a produção musical (em teses e dissertações focadas em suas práticas, nas quais os textos não necessariamente se constituam em trabalhos conceituais ou teóricos).
> Claro que o texto clarifica uma proposta, ele introduz, apresenta uma proposta composicional ou de performance, mas ele não pode ser o único resultado esperado deixando à prática o lugar de campo de experimentação.
> 
> Mas de qq maneira, parabenizo a iniciativa, pois já coloca a prática em algum lugar na produção acadêmica.
> Apenas pergunto se já não estaria na hora de assumirmos nossas produções musicais em sua íntegra.
> Se não formos nós a fazer tal mudança, sem dúvida ela não será feita pelo departamento de engenharia elétrica.
> 
> abs
> Silvio Ferraz
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