[ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar

Alexandre Torres Porres porres em gmail.com
Dom Mar 3 04:02:07 BRT 2013


Então Tuti, li o artigo e só confirmou o que tenho dito. Essas ondas
gravitacionais são uma radiação que viajam na velocidade da luz e passam
batido por tudo (sem refração, reverberação). Aliás, até agora não foram
detectadas, e o artigo fala de novos equipamentos a serem lançados no
espaço que podem vir a detecta-las, inclusive.

Em momento algum ele fala de como elas se converteriam em som no meio
físico. E o problema, de novo, é a forma como escrevem sobre o assunto que
é, de fato, confusa. Assim como a pesquisadora do TED, eles tacam a ideia
que as ondas gravitacionais são "som", que podem ser "escutadas", mas isso
tudo é um péssimo uso da linguagem. Em suma, é falacioso. Trata qualquer
radiação como som, e não é! Senão a luz também seria som, e sabemos que a
luz não é...

O trecho que você citou explica a diferença entre a radiação
eletromagnética, da luz, e a radiação das ondas gravitacionais. Trago ele
de novo.

"In contrast to the swift-traveling vibrations in electrical and
magnetic fields that we call light, the sounds of the universe are
carried by vibrations in spacetime called gravitational waves. Albert
Einstein's general theory of relativity tells us that all forms of
matter create warps in spacetime and that motions of matter
create vibrations that travel throughout space at the speed of light."

E veja que tacam o termo "sounds of the universe", mas que foi ali
entochado apenas como uma "licença poética". Eles apenas dizem que ondas
gravitacionais seriam os "sons do universo", o que pra mim é uma estupidez,
pois não ajuda a esclarecer nada, pelo contrário!

Porque será que há essa mania de pesquisadores e revistas científicas
quererem chamar de som algum fenômeno físico que se comporta de modo tão
distinto? Ou ainda que possuem uma fonte completamente disparatada? Até
parece que não são cientistas cientes dos fenômenos físicos descritos.
Parece aquelas matérias de jornalzinho de quinta, que o jornalista
simplifica de uma forma estúpida pra tentar explicar pra qualquer um
entender.

Insisto, porquê? Só porque também possui frequência? Tanta coisa possui
frequência... Tem a frequência com quem alguém dá banho em seu cachorro,
por exemplo. Um cachorro que toma banho 2 vezes por mês é menos "Grave" que
um que toma banho uma vez por mês.

E enfim, que o universo é lotado de radiação e energia, todo mundo sabe.
Agora querem dizer que o universo canta pra dizer isso? Como se fosse
novidade? E ainda a respeito de um tipo de radiação que nunca foi
detectada? Que até agora só foi prevista pela relatividade de Einstein?

Enfm, desculpa desabafar aqui, ninguém da lista escreveu os tais textos :P

Por fim, só pra diferenciar os casos, parece que o tal buraco negro que
canta em Bb deixou sua marca mesmo não por ondas garvitacionais, mas sim
por causar uma perturbação em um cluster de gás em que ele se encontrava.
Mas vo procurar mais informações disso.

Porres

Em 27 de fevereiro de 2013 15:49, Tuti <tutifornari em gmail.com> escreveu:

> Porres, et alii  ... sobre o tema da Sismologia Estelar, achei um
> artigo online que fala sobre a questão da conversão das ondas
> gravitacionais em som
> http://www.americanscientist.org/issues/feature/the-sounds-of-spacetime/1
>
> pelo que entendi, é a distorção espaço-tempo que é convertida em som
> ... segue uma citação do artigo:
>
> "In contrast to the swift-traveling vibrations in electrical and
> magnetic fields that we call light, the sounds of the universe are
> carried by vibrations in spacetime called gravitational waves. Albert
> Einstein's general theory of relativity tells us that all forms of
> matter create warps in spacetime and that motions of matter create
> vibrations that travel throughout space at the speed of light. "
>
> espero q ajude
>
> 2013/2/26 Alexandre Torres Porres <porres em gmail.com>:
> >> pelo q entendi, sao as ondas gravitacionais q
> >> se convertem em ondas mecanicas
> >
> > To entendendo que é impossível, pois elas diferem muito em natureza, a
> > gravitacional é uma radiação que viaja na velocidade da luz, e enfim,
> ainda
> > não foi detectada diretamente. Aliás, tá cheio de laboratório tentando
> > captar isso pelo mundo, inclusive na USP.
> >
> > Abraço
> >
> > Em 25 de fevereiro de 2013 03:06, Tuti Fornari <tutifornari em gmail.com>
> > escreveu:
> >
> >> Oi Porres,
> >> Minha palestra esta no canal youtube do TEDx ...
> >> Sobre a sismologia cosmica, pelo q entendi, sao as ondas gravitacionais
> q
> >> se convertem em ondas mecanicas ... As variacoes de compressao e
> expansao
> >> gravitacional correspondem a variacoes similares no meio elastico do ar
> e,
> >> se ocorrerem dentro dos limites da audicao humana, em termos de
> intensidade
> >> e frequencia, podem ser ouvidas. Aí vem a questao do q é som. Para mim
> som é
> >> um processo perceptual q as vibracoes acusticas insitam. As vibracoes
> >> mecanicas sao convertidas em impulsos eletricos pela coclea, e estes sao
> >> interpretados como som pelo cérebro. Nao existe som la fora, mas apenas
> >> vibracoes de pressao do ar.
> >> Tem muito pra falar sobre isso, mas eu paro por aqui... Abracos!
> >> Tuti
> >> _______
> >> JoseFornari(Tuti)
> >> NICS-UNICAMP
> >> email: tutifornari em gmail.com
> >> cel:11-9-8318-8778
> >> www.sites.google.com/site/tutifornari
> >>
> >> Em Feb 25, 2013, às 0:04, Alexandre Torres Porres <porres em gmail.com>
> >> escreveu:
> >>
> >> Oi Tuti, por falar nisso, a tua palestra pro TED já tá online também?
> >>
> >> Bom, eu dei uma olhada nessa palestra e achei umas coisas estranhas; ela
> >> começa dizendo que a ideia do espaço "vibrar" se deve à relatividade do
> >> Einstein, mas nada disso tem a ver com acústica ou ondas sonoras.
> Einstein
> >> preveu sim algo que ainda não foi detectado diretamente, que são "ondas
> >> gravitacionais", e é isso que ela fala e diz que é "literalmente" onda
> >> sonora, mas nunca que é...
> >>
> >> Dá pra dizer: "É onda sonora... Só que não".
> >>
> >> Como ela mesmo diz, teu tímpano vibraria em simpatia a essas ondas, mas
> o
> >> teu cérebro também viraria geléia.
> >>
> >> Então o que ela toca é um especulação convertida em ondas sonoras. Em
> >> suma, essas coisas não fazem som! Assim como radiação de luz não faz
> som...
> >> mas dá pra converter até pra analisar em programas de DSP de áudio, mas
> não
> >> são som.
> >>
> >> Outra coisa que ela usou foi o som da estática dizendo que seria o som
> do
> >> big bang... tá, mas isso é a "Radiação cósmica de fundo em
> micro-ondas", e
> >> sim, parte do ruído de estática entre as estações de rádio vem dessa
> >> radiação (aliás, quando descobriram isso, encontraram a primeira
> evidência
> >> do Big-Bang). Pois, de novo, radiação eletromagnética convertida em
> som, mas
> >> não é "som" de modo algum. E qualquer barulho que seu forno microondas
> faça,
> >> não vem das microondas.
> >>
> >> Quando a gente liga pra alguém no celular, não é o som que vai, mas sim
> um
> >> sinal eletromagnético que carrega o som pelo espaço, ricocheteando em
> >> satélites, e sendo convertidos de volta em som.
> >>
> >> Eu até queria entender melhor que tipo de onda se fala dessas dos
> buracos
> >> negros. Nos artigo sobre o tal buraco negra que canta em Si Bemol
> ninguém
> >> diz de fato o que seria, mas dão a entender sim que são ondas sonoras,
> se
> >> propagando por uma região gasosa. Aí até poderia ser um tipo de onda
> >> sísmica, parecida com onda sonora. Mas depois dessa palestra, me parece
> que
> >> podem ser ondas gravitacionais.
> >>
> >> E se onda gravitacional não tem nada a ver com som, também não tem a ver
> >> com sismologia. Há um tipo de Onda Sísmica sim que equivale ao som, por
> ser,
> >> igualmente, uma onda mecânica longitudinal. Aliás, há até alguns tipos
> de
> >> microfones que captam abalos sísmicos.
> >>
> >> Mas de novo, o que captaram com esses estudos de sismologia estelar foi
> >> uma variação desses abalos na luminosidade da estrela, e mediram e
> captaram
> >> a luz dela pra conseguir determinar qual era o seu tamanho. Essas ondas
> não
> >> se propagam pelo espaço, e não são captadas por nós a milhares de anos
> luz
> >> de distância.
> >>
> >> Abraço
> >>
> >> Em 24 de fevereiro de 2013 12:54, Tuti <tutifornari em gmail.com>
> escreveu:
> >>>
> >>> Sobre o tema de Sismologia Estelar, tem um TED talk que acho
> interessante
> >>> Janna Levin: The sound the universe makes
> >>> http://www.ted.com/talks/janna_levin_the_sound_the_universe_makes.html
> >>>
> >>>
> >>> 2013/2/24 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>:
> >>> >
> >>> > Desculpe, Alexandre. Um bolsista de iniciação científica analisou a
> >>> > obra
> >>> > para mim e representou-a numa partitura convencional. Por isso me
> >>> > escapou o
> >>> > "escreveu". Foi ele, aliás, quem me falou do Si bemol do mundo. O
> fato
> >>> > tem
> >>> > comprovação da Nasa.
> >>> >
> >>> > http://www.nasa.gov/centers/goddard/universe/black_hole_sound.html
> >>> >
> >>> >
> >>> >
> http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2003/09sep_blackholesounds/
> >>> >
> >>> >
> >>> >
> http://www.sffchronicles.co.uk/forum/621-deepest-sound-in-the-universe-so-far.html
> >>> >
> >>> > Como você mesmo pode ler, para a Nasa, o Si bemol gravíssimo é "a
> >>> > canção de
> >>> > um buraco negro distante".
> >>> >
> >>> > Abraço,
> >>> > Carlos
> >>> >
> >>> > 2013/2/24 Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>
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> >>> >> "escreveu" não, Carlos... "realizou"...
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> >>> >> um primor, aliás!
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