[ANPPOM-Lista] novo artigo sobre a vaia contra Andre mehmari

Daniel Lemos dal_lemos em yahoo.com.br
Qua Maio 29 16:55:31 BRT 2013


Concordo plenamente com o prof. Palombini.

Por que temos que encontrar uma justificativa para que o público aceite nossa produção artística?

Nós merecemos AUTONOMIA, RESPEITO e DIGNIDADE, assim como qualquer outro profissional.

E não precisamos nos lamentar de não conseguir "educar ouvidos", "plantar sementes" ou "sentir o pancadão". Devemos ter é o direito de exercer a atividade cultural que bem entendermos. Se o público não quer nos ouvir, isso não pode ser um impedimento de fazer nosso trabalho, certo? Médicos emitem atestados que agradam pacientes? Advogados ganham causas por benevolência ao cliente? Se perdemos a queda de braço contra as mídias empresariais e as políticas de cultura para Claudia Leitte e Banda Calypso, lamentamos... mas, felizmente (ou infelizmente, para os sociólogos das "Teorias Sociais" e do "Valorizar a Cultura Local"), não abrimos e nunca abriremos mão de nossos ideais artísticos.


Daniel Lemos Cerqueira 
http://musica.ufma.br

--- Em qua, 29/5/13, Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com> escreveu:

De: Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] novo artigo sobre a vaia contra Andre mehmari
Para: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br>
Data: Quarta-feira, 29 de Maio de 2013, 12:10


Este trecho aqui é uma joia:

 Vejamos: primeiramente, Nazareth não é dodecafônico, Nazareth não foi 
um alienígena de difícil compreensão, ou um compositor nascido na 
Monróvia. Nazareth retirou o material de sua criação da música do povo 
brasileiro, das ruas, do choro, das valsas, do ambiente musical popular 
de sua época. Sendo assim, a aberração está não em mostrar Nazareth ao 
povo, mas no fato desse mesmo povo não ser capaz – não de “compreender” –
 mas de se reconhecer minimamente em uma obra que se baseia na raiz de 
sua própria forma de expressão, a ponto de recusá-la com veemência. Se 
há algo de errado nesse enredo, o erro é esse! E, evidentemente a 
responsabilidade disso não está nas crianças! Algo tem que ter ocorrido 
no percurso de tempo de Nazareth até hoje, para fazer com que uma música
  que tenha vindo tão profundamente do povo não seja reconhecida por 
esse próprio povo como parte de sua simbologia.

Ao fim e ao cabo, é o mesmo lero-lero: oferecer aos ignaros algo melhor que a lama em que chafurdam, algo de que necessitariam, se ao menos pudessem entender isso. Para corigi-lo, que o governo nos dê mais um dinheirinho. 


"Colocar a semente de Nazareth no coração desses jovens..." Ave Maria cheia de graça!

"Jovens oriundos de um ambiente socialmente degradado, tocando Stravinsky como gente grande na Sala São Paulo..."


AD MAJOREM DEI GLORIAM INQUE HOMINUM SALUTEM

Abraço,

Carlos

2013/5/28 Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>


http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/plateia-infantil-hostiliza-musico-andre-mehmari



mais um artigo do episodio de Andre Mehmari
 -- 
carlos palombini
pesquisador visitante, centro de letras e artes, unirio
ufmg.academia.edu/CarlosPalombini

proibidao.org



-----Anexo incorporado-----

________________________________________________
Lista de discussões ANPPOM
http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
________________________________________________
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20130529/d784e27a/attachment.html>


Mais detalhes sobre a lista de discussão Anppom-L