[ANPPOM-Lista] novo artigo sobre a vaia contra Andre mehmari

Alvaro Henrique alvaroguitar em gmail.com
Sex Maio 31 22:29:54 BRT 2013


Parece-me que parte do problema é entender a educação musical como formação
de mercado consumidor. Quem faz um tipo de música não apenas acha que ela
deva ser conhecida, mas legitimada pela escola, e todas as demais devem ser
exterminadas da face do planeta para que todos consumam a única forma de
fazer musical que, para aquele profissional, é a que merece ser chamada de
música. É a repetição da mesma idiotice que a (des)educação religiosa teima
em insistir. Hoje está na moda propôr que a música erudita seja a música a
ser exterminada. Mas sempre mudam as pessoas que sentam nas cadeiras. Se
esse for o padrão de comportamento, o alvo pode mudar a qualquer momento...

Também parece-me que parte do problema é usar como estratégia para a
educação musical a legitimação da indústria cultural, em especial da música
que os meios de alienação de massa mandam as pessoas gostar. Vejo nisso um
desserviço à população utilizar-se da sala de aula para dar valor a uma
produção que só à custa de muito jabá chega a ser conhecida. E o coitado do
professor nem recebe o seu. Além de ser lacaio dos grandes conglomerados de
mídia, o coitado nem ganha um cafézinho pra tornar os sócios da Warner e da
Globo mais ricos.

Entendo a posição da ABEM em reconhecer valor em toda forma de fazer
musical, vejo que é a postura mais sensata, mas penso que a ousadia em dar
importância menor ao que a indústria cultural empurra ouvido abaixo dos
brasileiros seria bem-vinda. As aulas de literatura, a meu ver, estão
corretíssimas em não dar igual valor a livro "psicografado" de Chico Xavier
ou trilogia sado-erótica à que é dada a Machado de Assis ou Carlos Drummond
de Andrade.




Abraços,
Alvaro Henrique

Alvaro Henrique is a Price, Rubin & Partners artist. Info:
http://alvarohenrique.com/dossie_en.pdf
Alvaro Henrique plays Royal Classics guitar strings.
http://www.royalclassics.com/catalogo_artista_detalle.htm?idioma=es&id=42
----
Tel.: +55(61) 9977 0535
http://www.youtube.com/watch?v=44Kf0yBMgKU


Em 30 de maio de 2013 23:22, Edilson Rocha <ediassuncao em hotmail.com>escreveu:

>  Luciano disse muito bem e com ele quero fazer coro, pois na academia
> subsiste esse péssimo hábito de se tomar como ofensa pessoal o
> contraditório: discordar sai do campo das ideias e vai para o campo das
> paixões, vira algo pessoal. E arrisco a dizer que são raros os
> departamentos de música que disso não padecem. Se minha ideia estiver
> errada, ela está aí para ser discutida.
> E o preconceito vem por todos os lados: de parte dos "doutos" (seja lá o
> que isso queira dizer) em direção ao "populacho" (seja lá o que dizer
> queira isso) e vice versa, nunca com resultados positivos.  Nesse ponto eu
> não posso deixar de lembrar da Educação Musical, uma das áreas
> mais interessante tratadas na academia, que o que faz mais é levar, ou
> tentar, algo diferente onde atua (seja música, seja reflexão). Ensinar
> Beethoven na senzala e Luiz Gonzaga na casa grande não é invasivo, é
> civilizatório (ou os educadores estão errados?). E vejam: evitei de usar o
> *funk *(funque?) carioca, sertanejo (universitário?) ou outra música
> presente na indústria cultural como exemplo porque esta mesma (a indústria)
> já se encarrega de fazer entrar a música que quer na casa grande e na
> senzala sem precisar dos educadores (a reflexão, essa já não leva
> mesmo). Não estou muito certo se a vaia pura e simples seja algum tipo de
> resistência, uma trincheira da identidade cultural (conforme a teoria de
> alguns).Se de qualquer forma, no episódio com Mehmari as vaias não foram
> por ignorância e sim por defesa, não consigo imaginar que um pianista e seu
> piano sejam uma ameaça de tal monta, e claro, não acho que Ernesto Nazaré
> seja tão perigoso assim. Isso é o mesmo que penso a respeito do último
> batidão da moda. Perigoso mesmo é a intransigência, seja de crianças (que
> alguns reputam sagazes) seja de acadêmicos (que alguns diriam: nem tanto).
>
> Atenciosamente,
> Edilson Rocha
>
>
> Acesse o site:
>
> http://edilsonarocha.vilabol.uol.com.br
>
> Pesquisa, regência, técnica vocal
>
>
> ------------------------------
> From: lucianocesar78 em yahoo.com.br
> Date: Thu, 30 May 2013 09:32:59 -0300
> To: danielpuig em me.com
> CC: anppom-l em iar.unicamp.br
> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] novo artigo sobre a vaia contra Andre mehmari
>
>
> Tenho que defender o Daniel, colegas. As idéias existem, estão ganhando
> terreno, tem que ser discutidas. Podemos discutir ideias e não pessoas?
> Quando as pessoas estiverem na nossa frente, a gente se manifestando
> voluntariamente, discutimos diretamente com elas. Mas não acho nada leviano
> separar a idéia e pó-lá em debate. Leviano é silenciar o interlocutor com
> essa bronca.
>    Além disso, o que os senhores fariam se ele apontasse os nomes?
> Cassariam o diploma dos cientistas sociais ou acusariam o dedo duro?
> Debatamos a idéia. Eu já ouvi essa alegação dezenas de vezes e, se
> quiserem, cito quem e onde.
>
> Abraço!
> Luciano
>
> Em 30/05/2013, às 02:45, Daniel Puig <danielpuig em me.com> escreveu:
>
> Prezado Daniel Lemos,
>
> acho também leviano da sua parte jogar aqui como preconceito, e
> transferí-lo às atividades da ABEM (!!), *sua interpretação* das falas de
> colegas seus.
>
> Saudações,
>
> Daniel Puig
>
>
> Em 30/05/2013, às 06:18, Daniel Lemos escreveu:
>
>
> Prezado professor Carlos Sandroni,
>
> Não direi o nome dos bois, mas uma coisa posso afirmar: vi isso em eventos
> da ABEM. Eu definitivamente não concordo com este ponto de vista, mas
> alerto todos os colegas da ANPPOM para manter seus olhares críticos atentos
> a isso. Estas pessoas estão ganhando coro, ainda mais em um contexto onde
> políticas afirmativas estão em alta.
>
> Saudações,
>
> Daniel Lemos Cerqueira
>
> http://musica.ufma.br <http://musica.ufma.br/>
>
>
> --- Em *qui, 30/5/13, Carlos Sandroni <carlos.sandroni em gmail.com>*escreveu:
>
>
> De: Carlos Sandroni <carlos.sandroni em gmail.com>
> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] novo artigo sobre a vaia contra Andre mehmari
> Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
> Cc: "'anppom-l'" <anppom-l em iar.unicamp.br>
> Data: Quinta-feira, 30 de Maio de 2013, 1:08
>
> Prezado Daniel,
>
> Quem são estes colegas que dizem que "a cultura européia deve ser negada
> da nossa vivência"? E que "Teorias Sociais" são essas, que fundamentariam
> tão esdrúxula proposição?
> Como é que numa lista universitária, de uma associação de pesquisa e
> pós-graduação, se pode fazer atribuições tão levianas?
> Carlos Sandroni
>
>
> 2013/5/29 Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>
>
>
> Cara, isso é absurdo... passei por isso também quando morava em Macaé e
> participei de um concerto beneficente para crianças carentes... isso lá pra
> 1996... vou fazer meu "coro" também a esse artigo.
>
> É mais um motivo pra acreditar hoje em dia que a Música de Concerto deve
> ser considerada um tipo de minoria. E já vi muitos professores de
> Universidade afirmando que a "cultura europeia" deve ser negada e excluída
> da nossa vivência, com base nas "Teorias Sociais" de dominação das colônias
> e do imperialismo... a primeira coisa que estes caras deveriam fazer é
> pedir exoneração (afinal, a Universidade é uma instituição europeia) e ir
> morar no mato. Só assim pra abandonar a cultura europeia de fato.
>
> Abraço,
>
> Daniel Lemos Cerqueira
>
> http://musica.ufma.br <http://musica.ufma.br/>
>
>
> --- Em *ter, 28/5/13, Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>* escreveu:
>
>
> De: Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>
> Assunto: [ANPPOM-Lista] novo artigo sobre a vaia contra Andre mehmari
> Para: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br>
> Data: Terça-feira, 28 de Maio de 2013, 15:44
>
>
>
>
>
>
>
> http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/plateia-infantil-hostiliza-musico-andre-mehmari
>
> mais um artigo do episodio de Andre Mehmari
> --
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> Alexandre Sperandéo Fenerich
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