[ANPPOM-Lista] [etnomusicologiabr] 50 discos independentes que você deveria ter baixado de graça em 2014

DaianeSCunha dai_flc em yahoo.com.br
Qua Jan 7 23:43:41 BRST 2015


Adorei esta discussão! 
Como educadora musical, me interesso muito sobre as "submusicas", sobre o "submundo" e em plena férias já escolhi o ema gerador de discussões das minhas primeiras aulas deste ano na universidade. 
Gostaria de saber/conhecer outras e mais opiniões, idéias e pesquisas sobre este assunto!!!

Daiane S S Cunha
DEART-Unicentro
042-99949996

> Em 07/01/2015, às 04:18, Rafael Marin da Silva Garcia <rafaelmarin7 em hotmail.com> escreveu:
> 
> Prezado Sandroni,
> obrigado pela resposta e, com ela, a oportunidade de falar um pouco sobre o assunto nesta lista.
> 
> Em primeiro lugar, gostaria de dizer que aquela é apenas uma lista que apresenta uns poucos artistas do cenário da música autoral independente brasileira, e que está tão distante do grosso da produção de grupos independentes nacionais quanto das discussões teóricas e políticas que envolvem essa produção.
> 
> Especificamente sobre a lista e sobre a estética e o estilo da música independente nacional, tenho percebido que ainda há uma profunda influência do Rock e de suas variantes (Rock'n'roll / Rock pop / Rock Folk / Rock eletrônico / Punk Rock etc.) na produção musical dos grupos, muito mais do que no caso dos artistas individuais, que parecem transitar com mais facilidade por outros estilos musicais ou então aderem a um rótulo, como é o caso, por exemplo, do Amiri, que faz Rap.
> 
> No entanto, tenho percebido também uma forte tendência de um grande número de grupos e artistas autorais independentes em não rotular sua produção musical, ou então rotular como "Música do mundo" (como é o caso da banda Aláfia), como "Música Livre" (como é o caso do Ian Ramil) ou, como muitas bandas preferem usar, como "Alternativo".
> 
> Ao meu ver, esta é a grande tendência estilística e estética. Longe de anunciar um pé na Word Music, os álbuns de grande parte destes grupos (cujos integrantes vem das mais variadas formações: desde bandas baile ao ensino universitário) refletem equitativamente as diferentes influências e formações de seus integrantes, o que dá um caráter "alternativo" e ao mesmo "universal" a grande parte da produção musical independente brasileira. É quase um novo tipo de tropicalismo.
> 
> Um bom exemplo desta mistura é a banda Charme Chulo (que, junto com O Terno, foi uma das que eu mais acompanhei em 2014), que mistura tanto instrumentos proveniente de distintos universos musicais (viola caipira e guitarra elétrica, por exemplo) quanto gêneros e estilos propriamente ditos: "do sertanejo e funk ao punk e rockabilly - e às vezes tudo em uma faixa só."
> http://rollingstone.uol.com.br/guia/cd/crucificados-pelo-sistema-bruto
> 
> Indo na esteira desta produção, surgiram nos últimos anos, em centenas de municípios brasileiros, os chamados "Coletivos Culturais", que tem a produção de festivais e eventos para divulgação da música independente como um de seus principais objetivos. Da mesma forma surgiram nos últimos anos inúmeros festivais de música independente por todo o Brasil, que, entre tantos, menciono o Goiânia Noise Festival, o Festival SuperDemo (Rio de Janeiro), o Circuito Mineiro de Festivais Independentes, o Porão do Rock (Distrito Federal), o Festival Contato (São Carlos), o SP MUSIC Festival (São Paulo) e o Grito Rock (certamente o mais famoso), surgido na cidade de Cuiabá em 2003 e que hoje, integrado ao Circuito Fora do Eixo, abrange mais de 300 cidades em mais de 30 países do mundo (América Latina, América do Norte, África e Europa).
> 
> Uma última questão, que para mim é tão importante quanto os aspectos musicais, estilísticos e estéticos desta produção, são as discussões políticas e ideológicas que estão envolvidas por trás de todo este cenário da música autoral independente brasileira. Recentemente começaram a surgir alguns trabalhos abordando este cenário que, além de tratar de questões musicais, tem tratado também destas questões políticas.
> 
> Pra quem tiver interesse nestas questões, as quais envolvem a criação e a extinção da ABRAFIN (Associação Brasileira de Festivais Independentes), o FdE (Circuito Fora do Eixo), o Grito Rock, o FBA (Festivais Brasileiros Associados), assim como as dicotomias "festivais digitais" X "festivais analógicos", "mídias tradicionais" X "mídias digitais", entre outras questões do universo dos grupos autorais independentes, sugiro a parte introdutória do texto do Rafael Lage, bem sucinto: 
> http://www.sonora.iar.unicamp.br/index.php/sonora1/article/viewFile/73/53
> Estas e outras questões também são abordadas na dissertação do Gabriel Murilo Magalhães Resende (gestor no Programa Música Minas em Belo Horizonte), intitulada Macaco Bong.tec: música como processo de empoderamento político e estético e defendida na Escola de Música da UFMG sob orientação da prof.ª Glaura Lucas.
> 
> E para fazer referência ao e-mail do Zé Lima, digo que este é apenas um subcomentário, de subgêneros de um submundo.
> 
> Abraço!
> Rafael.
> Date: Tue, 6 Jan 2015 19:35:26 -0200
> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] [etnomusicologiabr] 50 discos independentes que você deveria ter baixado de graça em 2014
> From: carlos.sandroni em gmail.com
> To: rafaelmarin7 em hotmail.com
> CC: hugoleo75 em gmail.com; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br; sonologia-l em listas.unicamp.br; anppom-l em iar.unicamp.br
> 
> Prezado Rafael e colegas,
> 
> Citando Rafael:
> 
> <Já para mim, que circulo principalmente no universo paralelo das bandas independentes (ou "submundo", como você chamou) e conheço pessoalmente algumas bandas e alguns dos artistas listados, esta lista diz muito.>
> 
> Justamente isso é que eu queria: alguém a quem essa lista "dissesse muito", e se dispusesse a "traduzir" um pouquinho, com sua visão, o que está dito ali. Para aqueles que, como eu, se interessam por esta coisa vagamente chamada de "música autoral independente", e não podem, por falta de tempo e outras prioridades, ouvir nem menos que a metade dos 50 CDs listados ali.
> 
> Abraços
> Sandroni
> 
> 
> 2015-01-05 17:01 GMT-02:00 Rafael Marin da Silva Garcia <rafaelmarin7 em hotmail.com>:
> Prezado Hugo,
> 
> em minha resposta enviei o link do site da Hype List, onde é possível encontrar o e-mail para contato (allan.hipolito em ifruit.com.br), e também da comunidade Hype List no Facebook, onde é possível fazer contato por mensagem.
> 
> Para quem estiver interessado em saber quem fez a lista (o que não é o meu caso), é só enviar um e-mail para o site ou uma mensagem para a comunidade do Facebook perguntando sobre o responsável pela lista, os critérios e a "metodologia" (essa foi boa!) de escolha etc. Basta deixar a preguiça de lado por alguns minutos para se conseguir estas informações.
> 
> Aliás, quem fez o sacrifício de ler o texto de chamada viu que o critério foi selecionar "os 50 que mais fizeram a nossa cabeça por aqui, sem se preocupar em ter uma ordem de importância."
> 
> Sobre você nada saber sobre nenhum dos artistas da lista (fora o Criolo, que já pode ser considerado um "artista das massas"), isso talvez se deva pelo fato de serem, em sua grande maioria, álbuns de bandas independentes sem circulação nas grandes mídias e tampouco no ambiente acadêmico. Ou seja, não é sua praia, assim como não deve ser a praia da maioria das pessoas desta lista. Por isso a referida lista "não lhe diz nada".
> 
> Já para mim, que circulo principalmente no universo paralelo das bandas independentes (ou "submundo", como você chamou) e conheço pessoalmente algumas bandas e alguns dos artistas listados, esta lista diz muito. E por ser "minha praia" julgo de grande importância que ela tenha vindo parar nesta lista de discussão.
> 
> Sobre o julgamento dos discos pelas capas, melhor deixar pra lá.
> Agora voltemos, confortavelmente, para nossas respectivas "praias".
> 
> Rafael.
> Date: Mon, 5 Jan 2015 12:51:16 -0200
> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] [etnomusicologiabr] 50 discos independentes que você deveria ter baixado de graça em 2014
> From: hugoleo75 em gmail.com
> To: rafaelmarin7 em hotmail.com
> CC: carlos.sandroni em gmail.com; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br; sonologia-l em listas.unicamp.br; anppom-l em iar.unicamp.br
> 
> 
> Prezado Rafael,
> 
> a pergunta do Sandroni continua sem ser respondida. Um site não é uma pessoa, e mesmo que seja um coletivo, seria interessante saber qual a metodologia de escolha, dentro de um coletivo, para se fazer uma lista que represente a todos, coletivamente. Ou seja, ainda nada sabemos sobre o responsável por tal lista.
> 
> Outro ponto, é o fato de eu nada saber sobre nenhum dos artistas, fora o Crioulo. Logo, para mim, essa lista não me diz nada. E não tive nenhum interesse em baixar nenhum dos discos ali listados. Como Palombini bem escreveu "Nenhum deles, que eu saiba, é minha praia, portanto tampouco tenho a intenção de ouvi-los, porque ali já acontece mais do que posso absorver".
> 
> Mas achei interessante perceber que, somente através das capas, nenhum deles me interessou. Talvez uma capa "gore" me causasse interesse. Em minha pesquisa de doutorado eu dei uma certa atenção aos códigos simbólicos por trás das imagens, roupas, comportamentos (posse e local das fotos), em relação às fronteiras estilísticas. Seria como se houvesse uma coerência estilística entre que une, de alguma forma, todos os aspectos de determinado gênero musical. Essa coerência eu chamei de ideologia. Mas, em tempos de misturas musicais, identificar a ideologia que rege e dá coerência às práticas culturais (uma vez que vão além das práticas musicais/sonoras) não é fácil. Principalmente quando eu não conheço esse submundo da chamada música independente...
> 
> Ou seja, pelas capas eu não tive noção de qual tipo de música os artistas fazem. E como meu tempo livre é curto, fico na minha praia, onde ainda há muito para ouvir.
> 
> Talvez, se junto com cada capa do disco viesse um breve comentário do que iremos encontrar, eu pudesse me interessar mais. 
> 
> Ou, talvez, e muito provável, eu seja cabeça dura. Estranho isso vindo de um etnomusicólogo. Todavia, nem sei se sou mais essa coisa, (rindo potássios)...
> 
> Um abraço,
> 
> Hugo Ribeiro
> 
> 
> 
> 
> 
> Em 5 de janeiro de 2015 00:15, Rafael Marin da Silva Garcia <rafaelmarin7 em hotmail.com> escreveu:
> Olá Sandroni,
> a lista foi feita pelo site Hype List.
> http://hypelist.com.br/
> https://www.facebook.com/hypelistbrasil
> Abraço!
> Rafael.
> Date: Sun, 4 Jan 2015 20:14:51 -0200
> From: carlos.sandroni em gmail.com
> To: etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br
> CC: sonologia-l em listas.unicamp.br; anppom-l em iar.unicamp.br
> Subject: Re: [ANPPOM-Lista]	[etnomusicologiabr] 50 discos independentes que você deveria ter baixado de graça em 2014
> 
> Oi Carlos!
> Parece muito interessante, mas gostaria de saber mais sobre quem fez esta lista. Alguma dica?
> Abraços
> Sandroni
> 
> 2015-01-04 17:06 GMT-02:00 Carlos Palombini cpalombini em gmail.com [etnomusicologiabr] <etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br>:
>  
> 
> 50 discos independentes que você deveria ter baixado de graça em 2014
> Todo final de ano é aquela ladainha de listas com os melhores discos lançados durante o ano. Como nada é definitivo, nem mesmo o gosto de quem se arrisca por estas listas, resolvemos ir atrás das bandas independentes que soltaram álbuns em 2014, e o melhor, deixaram eles disponíveis totalmente de graça pra galera baixar a vontade.
> Como o volume é sempre grande, selecionamos os 50 que mais fizeram a nossa cabeça por aqui, sem se preocupar em ter uma ordem de importância. Do rock à mpb, do samba rock à música eletrônica, tem de tudo um pouco. O que não pode ter é preguiça e dizer que não ouviu nada de bacana durante o ano, porque o caminho para isso mudar está a apenas a um click.
> http://goo.gl/swLppj
> 
> 
> -- 
> carlos palombini
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