[ANPPOM-Lista] Em meio a cortes na educação federal, Kroton lucra R$ 455 mi em três meses

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Ter Jun 23 06:29:53 BRT 2015


  Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior -
ANDES-SN

*Data: *22/06/2015

*Em meio a cortes na educação federal, Kroton lucra R$ 455 mi em três meses*

Enquanto a educação pública, tanto federal quanto estadual, sofre com a
falta de verbas - que impossibilita a manutenção das atividades de ensino,
pesquisa e extensão - os grandes grupos econômicos do setor de educação,
conhecidos como “tubarões do ensino”, mantêm lucros exorbitantes. Apenas no
primeiro trimestre de 2015, o Grupo Kroton, que tem quase 60% dos seus
alunos presenciais matriculados pelo Fundo de Financiamento Estudantil
(Fies) mantido pelo governo federal, apresentou lucro líquido de R$ 455
milhões, de acordo com informações divulgadas recentemente por diversos
veículos de comunicação.

O Kroton foi fundado em 1966, em Belo Horizonte, a partir do Colégio
Pitágoras. Em seguida, começou a incorporar outras empresas do setor –
entre as mais conhecidas estão a Anhanguera e a Unopar – tornando-se a
maior empresa de ensino superior do mundo por capitalização de mercado no
ano passado.

Desde o início desta década, o Kroton foi impulsionado pela política
educacional do governo federal, que prioriza o investimento de dinheiro
público em educação privada. Entre 2010 e 2014, o governo repassou mais de
R$30 bilhões para os tubarões do ensino por meio do Fies, e o Kroton é o
maior beneficiário. Para simples comparação, o orçamento anual de
investimentos em todas as Instituições Federais de Ensino (Ife) somadas não
ultrapassou os R$2,59 bilhões em 2014. E, em 2015, osofreu corte de 47%,
segundo informação divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.  “Os cortes
no orçamento e o ajuste fiscal promovido pelo governo só tiveram impacto
para as políticas sociais, o que demonstra que a suposta falta de dinheiro
é, na verdade, uma opção política do governo”, ressalta Paulo Rizzo,
presidente do ANDES-SN.

O presidente do Sindicato Nacional reforça ainda que o governo vem
ampliando e financiando cada vez mais a participação das empresas do setor
de educação na oferta do ensino superior, com expressivo aumento no repasse
de verbas públicas nos últimos anos para as instituições privadas, sem a
preocupação da qualidade do ensino ofertado. “Isso demonstra qual o sentido
do lema “Pátria Educadora”: a desconstrução do ensino público de qualidade
em detrimento da educação cada vez mais privatizada, voltada aos interesses
do capital”, destaca.

*Portas abertas apenas para os empresários*

Enquanto o Ministério da Educação (MEC) não se dispõe a negociar
efetivamente com docentes e técnico-administrativos da educação federal em
greve, abre suas portas aos grandes empresários do setor da educação.
Segundo informações divulgadas pela imprensa, apenas entre janeiro e
fevereiro, durante a gestão de Cid Gomes, o Big 6 (como é conhecido o grupo
de empresários da educação que congrega Kroton, Estácio, Anima, Ser
Educacional, Laureate e DeVry) foi recebido sete vezes no MEC. Já Renato
Janine Ribeiro, atual ministro, consultou o Big 6 antes de anunciar novas
mudanças no Fies, em 8 de junho, que representaram a valorização de 9% dos
papeis do Kroton na bolsa de valores.

**Com informações de Istoé Dinheiro e Valor Econômico.*
*Fonte: *ANDES-SN

http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=7571

Enviado do meu iPhone
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20150623/fce3c8f9/attachment.html>


Mais detalhes sobre a lista de discussão Anppom-L