[ANPPOM-Lista] RES: Manifestações fora dos tópicos habituais da lista

Camila Zerbinatti camiladuze em gmail.com
Sáb Jun 4 17:43:55 BRT 2016


Olá a todas e a todos,

Agradeço a professora Heloísa por sua fala.Apoio sua fala, seu pedido e sua
sugestão para a ANPPOM. Me senti representada por seu e-mail, professora, e
expresso aqui meu total apoio à sua fala e à sua sugestão, que me parecem
sensatas, inclusivas, respeitosas e acolhedoras das diferenças e da
diversidade existente na própria ANPPOM, assim como em qualquer
universidade/ escola/ faculdade de música no Brasil. Acredito e desejo para
mim e para todas as pessoas uma ANPPOM, um país e um mundo em que pessoas,
sujeitos, indivíduos, opiniões, práticas, ideias e posicionamentos
diversos, divergentes e diferentes possam co-existir e conviver de forma
respeitosa e madura. Em que a tolerância e o respeito às diferenças sejam
práticas e hábitos de todas as pessoas, sejam valores cultivados e
compartilhados por todas as pessoas. Talvez isto tenha há ver com a raiz de
qualquer convivência democrática, onde quer que ela se dê.

E sim, ninguém aqui é obrigado(a) a ler nenhum texto ou  e-mail, nem mesmo
sequer a abrir qualquer e-mail. Cada um(a) na lista lê o que quer, aber os
e-mails que quer, e cada um(a) de nós é responsável por decidir o que abre,
o que não abre, o que lê e o que não lê aqui. A ANPPOM, até o presente
momento,  não é ou funciona como uma estrutura autoritária e ditatorial que
obriga às pessoas a lerem textos, e-mails, ou a sequer abrirem e-mails. Nem
é ou funciona como uma estrutura autoritária e ditatorial que censura,
oprime e silencia ideias, posicionamentos ou pessoas. Eu, pessoalmente, não
compactuo e não apoio nenhuma prática ou forma de censura, silenciamento ou
opressão, quer seja aqui na lista da ANPPOM, quer seja em outros lugares.
Expresso aqui meu repudio à toda e qualquer prática e tentativa de
silenciamento, opressão e censura.

Ressalto aqui que a música, assim como a pesquisa em música, é, antes e
depois de tudo, uma prática humana, feita por pessoas, pensada por pessoas,
localizada e contextualizada, no mínimo, social, histórica, política,
antropológica, estética, filosófica, ideológica, econômica, psicológica,
étnica, racial, psicanalítica, sexual, jurídica e biologicamente. Há,
inclusive, vastíssima literatura, assim como reconhecidas instituições e
periódicos da e Música, que tratam exatamente de todas estas relações, além
de muitas outras, assim como vasta literatura que trata especificamente
sobre música e política, sob os mais variados prismas. A música, assim como
a pesquisa em música, como toda prática e ação humana, não é nem está
isenta, neutra, e nem existe de forma isolada da sociedade e dos contextos
nos quais ela está inserida. Isto se dá quer a gente queira, quer não
queira, quer a gente tenha consciência disto, quer não tenha, quer a gente
goste de tudo isto, quer a gente não goste, quer a gente se dê conta de
tudo isto, quer a gente prefira negar tudo isto.

Torço para que a gente não precise chegar ao cúmulo de, como diz um amigo
meu, perdermos as salas onde aprendemos, ensinamos, tocamos e pesquisamos o
dó sustenido, bem como os salários e financiamentos que permitem que o dó
sustenido seja ensinado, aprendido, tocado e pesquisado, para que,
finalmente, possamos nos dar conta das inúmeras e inegáveis relações de
nossa música e de nossas pesquisas em música com o nosso entorno, com a
sociedade na qual estamos inseridos e da qual somos parte.

Vida longa ao dó sustenido! Vida longa aos ambientes físicos e virtuais
inclusivos, que comportam, acolhem e respeitam, com maturidade, de forma
democrática, as diferenças, as discordâncias, as divergências, as pessoas e
as ideias! Vida longa à jovem e frágil democracia brasileira, período no
qual aconteceu, inegavelmente, o maior  e mais notável crescimento e
fortalecimento da área da música e da pesquisa em música no Brasil!




Saudações cordiais a todas e todos,
a quem concorda e a quem discorda,
Camila.




Em 3 de junho de 2016 10:55, Heloísa e Wagner Valente <whvalent em terra.com.br
> escreveu:

> Caros colegas,
>
>
>
> Não pensava em me manifestar, pelo fato de que o conteúdo, para ser
> expresso de maneira correta toma um tempo que, infelizmente, não tenho.
>
> Então, limito-me a opinar que, muito embora a lista não tenha sido
> concebida para veicular e debater assuntos fora da área dos estudos
> acadêmicos sobre música, a situação política em que vivemos permite uma
> exceção. Afinal somos a massa pensante e que, em grande medida, é
> responsável por alguns dos rumos que o país acaba por adotar. No meu modo
> de pensar, gostaria de tomar conhecimento do que acontece pelo país e pelo
> mundo e que, por razões compreensíveis, a imprensa e a mídia em geral,
> decidem ocultar.
>
> Não sei se o volume de mensagens causa algum problema no servidor. Caso
> isso não venha a causar problemas, proponho que as mensagens possam ser
> transmitidas. Fica a critério do pesquisador lê-las ou não.
>
> Podemos agir assim?
>
> Abraço cordial a todos,
>
> Heloísa
>
> ________________________________________________
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> ________________________________________________
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