[ANPPOM-Lista] Avaliando a ANPPOM.2 - Todas mensagens recebidas - Favor ler e enviar PROPOSTAS objetivas

Martha Tupinambá de Ulhoa mulhoa em unirio.br
Ter Set 26 19:29:12 BRT 2017


*Prez em dos associados, *

*Abaixo vão encontrar todas as mensagens enviadas sobre a avaliação da
ANPPOM pós congresso. A diretoria da ANPPOM vai estudar maneiras de colocar
em prática as sugestões e recomendações dos associados na medida do
possível.*

*A etapa seguinte é compilar as reflexões e proposições apresentadas.*

*FAVOR verificar se há alguma outra PROPOSTA a acrescentar - Ao responder
FAVOR RETIRAR O TEXTO RECEBIDO E COLOCAR APENAS SUA RESPOSTA...*

Agradeço o apoio de Renato Borges na coleta das mensagens

Compilação de emails na lista da ANPPOM pós-congresso 2017

02 a 26/09/2017
Mensagens completas

As primeiras duas mensagens iniciaram uma discussão, levada a toda a lista
da ANPPOM na terceira, pela Martha Ulhôa.
Angela Lühning – 02/09 21:22

Car em s colegas,

Acho que ainda estou sob certo efeito de “overdose anppomiana” depois de
uma semana na Unicamp. Mas precisando retornar as tantas coisas urgentes na
próxima semana, a nossa última semana de semestre na UFBA, com várias
defesas pela frente, gostaria de aproveitar o momento de lembranças frescas
e mandar algumas reflexões para vocês sobre a nossa associação.

Talvez sejam apenas quase devaneios que surgiram a partir das minhas
reflexões pessoais e algumas conversas com colegas ao longo do evento ou,
então, apenas sejam questões que para vcs não são problemas ou
inquietações. A partir desta premissa, mando este rasurado, escrito sem
muito rebuscamento ou revisão, para aquelas pessoas com as quais mais
conversei, sem nenhuma distinção formal ou institucional, mas apenas
pensando na ANPPOM.

Na retrospectiva de poucas horas de retorno algumas coisas chamaram minha
atenção, muito a partir do relatório de Margarete que recebi através de
minha colega Laila, coordenadora do meu PPGMUS.  Pois, me dei conta que
pouquíssimos/as coordenadores/as ficaram mais que um ou dois dias no
evento. Mas, não seriam eles/ elas as pessoas chaves nesse processo da
discussão sobre a Pós-graduação? Não apenas no encontro temático/ técnico,
mas em geral?

Quer dizer, a sua ausência seria algo sintomático e mais profundo? Ou seria
apenas uma questão de “acessibilidade” geográfica ou financeira, com a
atual situação de contenção de gastos? Ou seria o período de duração,
bastante longo para permitir a participação de mais pessoas? Ou teria ainda
outras explicações também para a baixa adesão e os números estagnados, se
não números em queda, de associados/ participantes efetivos (como Mannis
mostrou)?

Parece que a ANPPOM é de quem está lá, um pequeno grupo que quase sempre
está lá (não estou criando tautologia, mas querendo ser mais incisiva), mas
ela não parece ser daqueles tantos outros que foram alguma vez só e não
voltaram depois de ter apresentado um trabalho, situação provavelmente
sugerido pelo orientador, ou daqueles que nunca foram, mas são de uma
programação de pós-graduação em música. Por que? Quais seriam os possíveis
motivos?

A ANPPOM não seria (ou deveria ser) a representação coletiva da pós em
música? Pelo menos para isso ela foi criada. Portanto, pergunto o que
podemos fazer para que ela se torne um objeto de desejo das pessoas (não no
sentido comercial/ capitalista), mas no sentido da importância intrínseca?
Será que falta divulgação, convite, conscientização, uma programação “na
crista da onda”, lugares aprazíveis? (O último palestrante mencionou a
questão do turismo acadêmico). Quais temas, formatos, procedimentos fariam
parte de um “pacote” interessante?

Ou então, trata-se de uma questão geracional? Pois, observem a quantidade
de cabeças grisalhas (ou retocadas): em todos os encontros há mais pessoas
de minha/ nossa faixa etária, do que os (bem) mais novos, a não ser os
estudantes da IES anfitriã.  Como seria possível reverter isso? As questões
da ANPPOM foram (e ainda são) importantes apenas para um público
específico, mas não mais para um outro, mais novo? Isso acontece também em
outras associações (na ANPOCS, na ANPED, p.ex.)? O que a geração jovem
considera importante?

Seria interessante fazer um estudo de levantamento destas informações nas
inscrições, no banco de dados de sócios, quantos são de longas datas, desde
quando, quantos foram apenas uma ou duas vezes, qual o recorte geracional
específico em termos estatísticos? Poderia até cruzar-se os dados de origem
geográfica e locais de encontro, mesmo que estes, efetivamente tem
acontecido mais no Sudeste (o que, obviamente tem a ver com a própria
distribuição da Pós no país). Isso seria um caminho para nos conhecermos e
entendermos melhor?

Em relação ao perfil dos congressos, faria sentido propor a discussão
plenária específica de temas que nos atormentam (ou pelo menos deveriam nos
preocupar) e já surgiram em parte neste nosso último encontro:  o mercado
de trabalho para egressos (e futuros ingressantes), a formação de
orientadores e professores de nível superior, uma abordagem detida sobre a
própria história da trajetória da carreira de magistério superior (a
questão de contratação/ concurso, desde quando etc.), a inflexibilidade e
defasagem dos currículos, a questão de pós-graduandos que são pais e mães
de família, trabalham etc.? Ou então, ter a presença de representantes de
outras associações enquanto não existir a associação das associações,
vislumbrada na última mesa.
José Augusto Mannis – 03/09 11:18

Angela

Agradeço por sua msg bem como pelo excelente relato do GT de Ética com
ótimas sugestões.

Busco atender a seu e-mail como um apelo silencioso de todos. Esta não é
uma crítica que estou fazendo, apenas externando uma impressão pessoal que
entendo pertinente 'as suas colocações.

Sinto que o único elo entre a ANPPOM e os associados seja o Congresso, como
um espaço de publicação e uma pessoa jurídica de legitimação formal de uma
classe. Infelizmente nada mais além disso.

A efetiva integração entre os programas não consigo avaliar, mas de onde
estou nunca ouço que alguma medida ou implementação está sendo tomada ao
meu redor de maneira coordenada entre todos os programas no país.

Isso caracteriza praticamente uma relação unívoca entre os membros e a
associação, na qual cada um busca tirar o proveito do qual necessita.

Esse desinteresse do indivíduo pelo grupo coletivo pode ter várias causas.

Uma delas sinto estar acontecendo desde muitos anos: a falta de presença
política da ANPPOM junto a órgãos governamentais, políticas públicas,
manifestações públicas representando a classe diante de acontecimentos
impactantes.

A parte as representações de Área permanentes CAPES e CNPq que é uma
conquista que estamos mantendo muito bem, não somos consultados nem
convidados a integrar grupos de trabalho, conselhos, equipes como outras
associações similares (ABNT, Congresso, Ministérios, Secretarias etc.) de
caráter extraordinário. Não temos representantes atuando em decisões de
Normas e definição de Politicas públicas fora da nossa representação de
Área CNPq CAPES que está estável.

Parece que incorporamos o complexo de que não somos ouvidos e que não somos
importantes, não sei de talvez pelo universo de associados que nem chega a
2.000 membros, nossa opinião não pudesse contar muito. Porém, pessoalmente
acredito mais na qualidade de ação do que na quantidade de ações.

Os associados poderiam despertar mais interesse e motivação por uma
associação que visivelmente demonstrasse estar se mobilizando pelas causas
coletivas da classe. Que se mostrasse forte, presente, ágil, ativa e
propositiva diante de acontecimentos que nos afetam a todos. Se todos se
sentirem amparados e unidos através da ANPPOM todos estarão mais próximos
dela.

Repito, esta não é uma crítica, mas uma proposta de visão para tentar
enfrentar um problema real e presente.
Martha Ulhôa – 03/09/2017 12:26

Prezados, terminado o congresso excelentemente organizado pelo PPG-MUS da
UNICAMP, seria bom se pudéssemos avaliar não somente o congresso como
também os rumos da ANPPOM.

Na função de secretária me incumbi de organizar o cadastro e os números que
tenho são meio desanimadores. Pouquíssimas pessoas consideram relevante ser
membros da ANPPOM a não ser que estejam publicando nos anais ou na OPUS,
quando é mandatória a filiação.

Isto me leva a pensar que está na hora de fazermos uma avaliação crítica da
atuação da associação e do que queremos dela. Sei que a diretoria atual
(estou saindo) está organizando várias ações no interesse de alavancar a
mesma, mas creio que os associados poderiam se manifestar...

O que achou do congresso? Sua estrutura? O que deve permanecer? O que deve
mudar?

E a ANPPOM enquanto instituição?

======================

Para sua informação:
ASSOCIADOS ANPPOM em 25 de agosto de 2017
1580 ASSOCIADOS ATIVOS – migrados de cadastros anteriores
1093 ANUIDADES PAGAS ENTRE 2015 E 2017

Em março de 2017 houve a migração para o novo sistema (registrando
anuidades desde 2015)
346 PAGAS EM 2017
477 PAGAS EM 2016 /1392 EM ABERTO
270 PAGAS EM 2015 / 641 EM ABERTO EM 2015 = 911 CADASTROS

Entre 2009 e 2017, num total de 665 nomes (total de associados), há 311
saídas, 42 permanências (anuidades pagas em 2017) e 312 entradas ou seja, a
permanência de apenas 6,3%. *

*Relatório solicitado por Sonia Albano e realizado por Renato Borges.
Carlos Palombini – 03/09/2017 14:01

Obrigado, Martha, acho que seja uma ótima ideia discutir esse assunto.

Abraço,
Carlos
Flavia Camargo Toni – 03/09/2017 22:17 [inclui errata de 03/09 22:19]

Concordo com o Carlos Sandroni *[corrigido em email posterior: Carlos
Palombini]*, acho muito importante discutirmos o assunto.

Será que a vida associativa perdeu a importância agora que conseguimos nos
comunicar com maior rapidez uns com os outros e também temos acessos às
revistas de forma bastante eficiente?

Os congressos estão "fora de moda"?
Marcos Camara de Castro – 04/09 07:49

Caros colegas,

Por mais ágil que seja a comunicação nos dias de hoje, o encontro
presencial, o contato pessoal é e sempre será insubstituível. Aquela
conversa rápida no elevador do hotel; aquele café... Nada substitui o corpo
humano, com seu olhar, seu tom de voz e sua postura física.

Abraços associativos!
Carlos Palombini – 04/09 8:07

Flávia,

Me parece que a vida associativa agora, quando somos atacados por todos os
lados, seja mais importante do que nunca. Pude constatá-lo semana passada
durante a VI Conferência Funk no Museu de Arte do Rio. O evento foi
compactado dada a falta de financiamento, e o público foi um pouco menor,
mas houve mais união e um pouco menos dissenso em vista da percepção de que
afundamos no mesmo barco.

Fico feliz em ser confundido com meu amigo Carlos, e não me importaria de
ser da Toscana, mas meu bisavô era de fato marchigiano.
Adriana Lopes da Cunha Moreira – 04/09 18:43

Obrigada, Martha, pela oportunidade. Obrigada Palombini e Flávia pelas
opiniões. Acordei inspirada e redigi uma mensagem longuíssima. Preparem-se!

Inicio parabenizando tanto a atual diretoria como todas as anteriores. Esse
trabalho voluntário trabalhosíssimo das diretorias é de extrema importância
para que todos possamos ter garantidas oportunidades de nos conhecer e
reconhecer enquanto área, de maneira constante e presencial. Lembrando de
todas as atuações da ANPPOM, no que se refere ao congresso anual, ao
contato presencial anual com as diversas realidades dos diversos programas
de pós-graduação brasileiros, às publicações, às listas de discussões, à
interação com outras práticas artísticas via ARJ, à interação com
instituições governamentais etc.

Em relação aos congressos, penso que a soma dos contatos profissionais e
pessoais, estabelecidos tanto *online* como presencialmente, seja um
privilégio do nosso tempo. Acredito que os congressos presenciais,
concertos presenciais e aulas presenciais somados ao uso da tecnologia para
“contatos imediatos” sejam uma boa opção.

Nesses momentos de autoanálise, creio que a soma de pequenas ações possam
ter um resultado muito bom. Sendo assim e acreditando sempre a renovação
das estruturas já existentes, sem que novas precisem desnecessariamente ser
criadas do zero, seguem as minhas primeiras sugestões:

*1. Envolvimento dos recém-doutores nas atividades avaliativas,
organizativas e decisórias.*

Atualmente os membros experientes da Associação estão mais envolvidos nas
instâncias organizativas e os mais jovens participam como usuários.
Acredito que ambos os estratos precisem ser envolvidos em todas as
instâncias do congresso.

Testamos um formato na subárea de Teoria e Análise Musical deste ano. Os
pares de avaliadores foram organizados de maneira que havia um parecerista
recém-doutor e um experiente, sendo os eventuais desempates realizados por
um parecerista experiente. Em geral, os pareceres foram mais completos em
relação aos dos anos anteriores (na minha opinião), foram necessários
poucos desempates e não tivemos reclamações dos autores. Com isso, os
recém-doutores aos poucos vão entendendo como são feitos os trabalhos de
fundo da Associação, vão ocupando as funções mais organizativas e vamos nos
renovando.

Para que exista maior dinamismo nas comunicações, conferências e palestras
em mesas redondas, os recém-doutores poderiam ocupar a posição de
debatedores. Tivemos uma experiência muito positiva no EITAM4 do corrente
ano, quando contamos com 3 debatedores (recém-doutores ou doutorandos) por
conferência. Nos congressos da ANPPOM, os debatedores poderiam participar
da escolha dos temas e dos conferencistas, manter contato com os
palestrantes e debatedores durante os 2 meses que antecedem o congresso,
discutindo previamente os temas, e levar preparadas perguntas a serem
feitas aos convidados e autores durante suas apresentações no congresso. No
EITAM4 as conferências já se iniciaram no nível alto que queríamos, sem
exposições introdutórias desnecessárias, e as diversas interações com os
presentes foram muito dinâmicas.

*2. Os Grupos de Trabalho teriam uma função política, sendo mantido o
espaço das comunicações para a função científica.*

Esta sugestão foi trazida pelo GT5 deste ano, intitulado “Composição,
Teoria e Análise Musical”, consta no documento de conclusão dos trabalhos e
em breve estará no site da ANPPOM.

Essa instância da ANPPOM seria o espaço reservado para repensarmos
constantemente a própria associação, os programas e a área de Música,
propondo ações. Seria o espaço para que a troca de experiências entre os
membros da ANPPOM pudesse redundar em alguma (pelo menos esperança de)
atuação política estrutural. Acrescento aqui algumas sugestões de temas:

2.1 *“A CAPES somos nós: sugestões para a próxima versão do Documento da
Área de Música”*, seria voltado a discussões de cada ponto do documento,
incluindo sugestões que possam ser consideradas durante próxima a redação
do mesmo,  naturalmente sabendo-se que a área responde por uma parte do
documento, sendo a outra parte de responsabilidade de instâncias técnicas
da agência.

2.2 *“Repensando as áreas de concentração e linhas de pesquisa dos
Programas de Pós-Graduação em Música”*, em que seria trazida pelos
coordenadores do GT uma listagem das áreas de concentração e linhas de
pesquisa de todos os programas do Brasil, além de exemplos de outros
países, para que possamos pensar em transversalidades que acomodem com
maior eficiência as nossas pesquisas individuais.

2.3 *“Maior integração entre as Graduações e Pós-Graduações em Música”*, em
que problemas seriam diagnosticados e ações seriam propostas.

2.4 *“Subáreas e temas das seções de comunicação da ANPPOM”*, em que os
próprios membros da Associação levantariam sugestões para a constante
reelaboração das propostas para comunicações e painéis.

2.5 *“Desafios e proposições dos Coordenadores de Pesquisa dos
Departamentos de Música no Brasil”*. Já que temos reunidos os coordenadores
de pós-graduação e nem sempre os de pesquisa.

*3. Haveria espaços para Recitais-Palestras, Oficinas, bem como outras
atividades que venham a ser propostas pelos membros da ANPPOM.*

Esta sugestão também foi trazida pelo GT 5 deste ano, intitulado
“Composição, Teoria e Análise Musical”. Questionados a respeito da
legitimidade dos estudos de caso trazidos por compositores, os presentes,
ao invés de concordarem com sua extinção, sugeriram sua ampliação para
Recitais-Palestras, em que a narrativa sobre a criação da obra seria
seguida por sua audição. O mesmo talvez pudesse se aplicar às narrativas
sobre a preparação da performance. Propostas de criação coletiva talvez
pudessem estar abrigadas sob o espaço de Oficinas.

Assim, os diversos congressos focados que têm sido criados para tratar de
assuntos específicos da área de Música não ofuscariam a atuação do nosso
congresso pluri-trans-inter-disciplinar no interior da área de Música, e
cada membro poderia encontrar nos congressos da ANPPOM um espaço com o qual
se identifique.

Vida longa à ANPPOM!
Angela Lühning – 05/09 08:18

Martha, grata pelo ponta pé inicial e aos colegas, grata pelas reflexões,
em especial Adriana, pela inspiração matinal, a contextualização e as
contribuições propositivas, que adorei. Acho que, além da importância dos
encontros presenciais enquanto espaços de reflexão crítica e fortalecimento
político enquanto área, um dos caminhos importantes é a inserção muito
consciente de pesquisadores mais jovens em diversas funções, além das
tantas outras questões e sugestões muito importantes levantadas por
Adriana.

Mas queria ir mais longe na minha reflexão, também um pouco mais longa: No
ano que vem teremos como data importante de reflexão os 30 anos de
existência da ANPPOM.  O que mudou ou não nestes 30anos, seja em relação ao
perfil dos seus associados ou aos contextos diversos ao nosso redor? E a
final, qual a missão principal da ANPPOM e em quais aspectos ela seria
diferente de outras associações da grande área de artes como a ABEM ou a
ABRACE ou, então, teria questões e problemas em comum?

A resposta óbvia seria, tratar de questões de pesquisa e/em pós-graduação
em música, já que foi para isso que ela foi fundada. Mas, se for isso
mesmo, a maior parte dos docentes, discentes e ex-discentes não deveria
dialogar com ela, de forma constante. E isso acontece? Analisando os
números trazidos por Martha, não. Por que?  Pergunto-me, o que desmotivaria
as pessoas a irem mais do que uma vez ou só eventualmente para os encontros
da ANPPOM. Não seria este o fórum para discutir a situação da pesquisa e da
Pós em música no Brasil?

Será que outras associações com históricos e propostas parecidos também têm
problemas parecidos com os da nossa associação? Qual seria a situação da
ANPOCS, bem mais antiga, e a da ABRACE, bem mais nova? Ambas sambem mais
maiores do que nos, a primeira pelo número de programas na área e a segunda
por fazer muitas trocas com profissionais da área das artes cênicas, algo
parecido com a atuação da ABEM que inclui muitos profissionais da educação
básica. Mesmo assim, também há rotatividade de associados
proporcionalmente? Há tantos problemas com inadimplência como nós temos?

Tem outro detalhe importante: diferente de 30 anos atrás hoje tem um número
crescente de outras associações na área de música que se desdobraram da
ANPPOM, pelo que parece. Foram os profissionais que as fundaram e levaram,
provavelmente, seus alunos? Isso seria resultado do crescimento daria, o
número de pessoas não cabendo mais na ANPPOM, ou seria o contrário, a
ANPPOM não atendendo aos desejos e às necessidades das pessoas? Quantas
associações novas são, afinal? Quantas pessoas pertencem só a elas, mas não
(mais?) à ANPPOM?

Como último ponto, acho que é importante descobrir o que significa para as
pessoas participar de um programa de pós-graduação, para docentes e
discentes? Entre interesses (pessoais e coletivos), direitos,
possibilidades e compromissos? A pesquisa continua associada aos programas
de pós-graduação ou já está em outros níveis? Quais são os problemas atuais
da Pós-graduação no Brasil, em geral, e em nossa área, em especial? Estas
questões certamente são importantes para serem discutidas e que estão “no
ar” desde a ANPPOM de Vitória, a partir da mesa com Samuel Araujo e Paulo
Castagna que levou a uma discussão plenária muito intensa e foram retomadas
de forma tão interessante na última mesa do nosso último encontro.

Logo minhas propostas para a ANPPOM 2018 e até lá seriam:

1) Fazer das questões colocadas por Adriana, bem como das colocadas acima,
o tema do encontro: quem somos, a final, e para onde queremos ou precisamos
ir?

2) Convidar para a reflexão contextualizada pessoas de outras associações
de pós-graduação como ANPOCS, ANPED e ABRACE (sugiro visitar as páginas
destas)

3) Convidar também representantes destas outras associações de música (a
levantar) para pensarmos ações em conjunto e não de forma segmentada.

4) Conseguir fazer algum levantamento ou uma reflexão sobre a visão da
geração mais nova sobre a ANPPOM, algo que cada docente poderia fazer com
suas turmas e ter representantes de música de um das associações de
pós-graduandos/as no próximo encontro.

5) Rever a política dos valores de anuidades e inscrições: obrigatórias
para todos os sócios (ver aviso no site da ANPOCS) e valores baixos para
estudantes de graduação.

6) Até lá fazer um levantamento prévio sobre outras associações que
representam pós-graduações, seus perfis, problemas, associados, valores
pagos

7) Até lá fazer um levantamento prévio sobre as associações na área de
música, quantas são, desde quando existem, suas propostas, perfis,
associados, anuidades etc.
  Angela Lühning – 05/09 15:27

Colegas,

Esqueci de mais um aspecto que gostaria de acrescentar:

Perante as reflexões recentes e crescentes sobre pessoas egressas dos
programas de pós (a exemplo do projeto PROCAD, coordenado por Cristina
Tourinho, tema de um dos GT´s da ANPPOM, além de vários outros trabalhos e
publicações) gostaria de sugerir que para o encontro do ano que vem
aprofundássemos estes levantamentos, em especial pensando naquelas pessoas
que depois do mestrado/ doutorado não entraram na carreira docente em nível
superior. Quais são as efetivas possibilidades de atuação profissional
depois do mestrado e doutorado, entendendo o não ingresso em uma IES não
como fracasso (perante às expectativas da CAPES), mas como alternativa
real, viável e talvez até necessária, diante do atual cenário? Mas estamos
pensando nesse cenário ao darmos nossas disciplinas e acompanharmos
dissertações e teses?

Não dando tempo hábil para fazer disso um projeto com algum apoio e sendo a
face menos visível da formação pós-graduada, seria muito legal se
pudéssemos fazer desta questão uma pesquisa realmente coletiva e
colaborativa entre os vários programas: cada um deles poderia levantar
quais os caminhos profissionais, além da carreira de professor/a no ensino
superior, que foram tomados pelas pessoas depois de concluir o mestrado ou
doutorado. (Este levantamento poderia ser feito por grupos de atuais
pós-graduandos/as e orientadores/as em disciplinas como trabalho final). Os
resultados deste grande levantamento coletivo com seus dados cruzados
poderiam ser apresentados em uma mesa específica dedicada ao tema.
José Orlando Alves – 07/09 09:37

Parabéns pelo excelente texto, Adriana!!! Assino em baixo também!
  Renato Borges – 07/09 18:08 [inclui errata de 11/09 18:28]

Prezadas Adriana e Angela,

Sou doutorando no PPGM-UNIRIO sob orientação da Prof. Martha Ulhôa, no
início do terceiro ano do curso, escrevendo tese sobre a pesquisa em música
no Brasil. Acompanho as mensagens na lista, mas, como normalmente não me
manifesto por aqui, achei que cabia uma apresentação.

Fiquei muito feliz com os seus e-mails, sobretudo nos tópicos sobre o
estado do campo (2.2 do email da Adriana e questões trazidas pela Angela),
pois boa parte do meu esforço de pesquisa tem sido dedicada, por incrível
que pareça, a levantar dados que teoricamente seriam simples de termos à
mão. Em relação a alguns PPG, dados como a quantidade de dissertações/teses
defendidas ou o ano de implantação do programa são verdadeiros mistérios,
apesar das várias tentativas em descobri-los. Curiosamente, essa semana
mesmo eu estava terminando de preparar uma listagem de linhas de pesquisa
de 14 PPG de música brasileiros, que apresentarei num colóquio na UNIRIO
mês que vem. Envio a lista no final do meu email, para não perturbar a
leitura da mensagem, já adiantando a questão 2.2 do email da Adriana.

A questão da rotatividade dos pesquisadores (ingressos e “desistências”) é
algo que particularmente me interessa. Em comunicação escrita com Fernando
Vago e apresentada no II Congresso da TeMA esse ano, apontamos o número de
que, dos 220 autores que submeteram comunicações para Composição ou Teoria
e Análise Musical na ANPPOM entre 2012 e 2016, apenas oito (3,6%) autores
estavam presentes nas cinco edições e nada menos que 160 (72,7%)
apresentaram em apenas um ano. A nossa comunicação no Congresso da TeMA tem
muitos dados em relação a essas duas subáreas da ANPPOM em 2012-2016. Às
vezes, ela tem número até demais, mas a ideia era de fato registrar
informações que pudessem fundamentar discussões mais à frente. A professora
Ilza Nogueira divulgou a publicação dos anais aqui na lista da ANPPOM há
uns dois meses, mas segue o link para agilizar:
https://drive.google.com/file/d/0B25FEDImmu_uLVFwZ0JDREZiQ3c/view . Nosso
texto está na página 146.

Gostaria também de indicar, no mesmo link, a comunicação escrita pela
Camila Durães Zerbinatti, Isabel Nogueira e Tânia Neiva, que discutem o
próprio meio da pesquisa também.

Por fim, mas não menos importante, gostaria de parabenizar a presença de
debatedores nas conferências do EITAM4, relatado pela Adriana. Funcionou
muito bem. O envolvimento prévio dos debatedores com os conferencistas
permitiu perguntas muito pertinentes aos temas das conferências, assim como
uma aproximação das falas originais com o nosso contexto (buscando pontes
para conhecimentos não usuais nas nossas discussões e expandindo as
discussões com o que temos a oferecer). Espero que a ideia se espalhe!



Linhas de pesquisa de PPG em música no Brasil (levantamento em 04/09/2017)

PPGMUS-UDESC

1. Processos e Práticas em Educação Musical

2. Música e Sociedade

3. Processos Criativos em Interpretação e Composição Musical

PPGMUS-UFBA *[já corrigido segundo errata]*

1. Composição e teorias da música: da criação ao ensino

2. Computação musical aplicada

3. Processos, práticas e métodos para formação em música

4. Práticas culturais musicais em perspectiva crítica

5. Processos e práticas em execução musical

6. Memória, documentação e interpretação histórica musicais e relativas à
música

PPG MÚSICA-UFG

1. Música, Criação e Expressão

2. Música, Educação e Saúde

3. Música, Cultura e Sociedade

PPGMUS-UFMG

1. Educação Musical

2. Música e Cultura

3. Performance Musical

4. Processos Analíticos e Criativos

5. Sonologia

PPGM-UFPB

1. Processos e Práticas Composicionais

2. Processos e Práticas Educativo-Musicais

3. Música, Cultura e Performance

4. História, Estética e Fenomenologia da Música

5. Dimensões Teóricas e Práticas da Interpretação Musical

PPGMÚSICA-UFPR

1. Cognição/Educação Musical

2. Composição Musical

3. Musicologia / Etnomusicologia

PPGMÚSICA-UFRGS

1. Composição

2. Educação Musical

3. Musicologia/Etnomusicologia

4. Práticas Interpretativas

PPGM-UFRJ

1. Música, Educação e Diversidade

2. Etnografia das Práticas Musicais

3. História e Documentação da Música Brasileira e Ibero-americana

4. Poéticas da Criação Musical

5. Práticas Interpretativas e seus Processos Reflexivos

PPGMUS-UFRN

1. Processos e Dimensões da Formação em Música

2. Processos e Dimensões da Produção Artística

PPGMUS-UnB

1. Processos e produtos na criação e interpretação musical

2. Concepções e vivências no ensino e aprendizagem da música

3. Teorias e Contextos em Musicologia

PPG em Música-UNESP

1. (Mestrado) Abordagens históricas, estéticas e educacionais do processo
de criação, transmissão e recepção da linguagem musical

2. (Mestrado) Epistemologia e práxis do processo criativo

3. (Doutorado) Música, Epistemologia e Cultura

4. (Doutorado) Teoria e Práxis do Processo Criativo

PPG em Música-UNICAMP

1. Estudos instrumentais e Performance musical

2. Música, Cultura e Sociedade

3. Música, Linguagem e Sonologia

PPGM-UNIRIO

1. Ensino-aprendizagem em Música

2. Etnografia das Práticas Musicais

3. Documentação e História da Música

4. Linguagem e Estruturação Musical

5. Processos Criativos em Música

6. Teoria e Prática da Interpretação

PPG em Música-USP

1. Teoria e Análise Musical

2. Musicologia e Etnomusicologia

3. Performance

4. Questões interpretativas

5. Música e educação: processos de criação, ensino e aprendizagem

6. Sonologia: criação e produção sonora
Angela Lühning – 07/09 18:32

*[alguns destinatários não receberam a msg anterior da Angela por algum
problema técnico]*

Carolina e Pedro, seguem novamente minhas mensagens e, aproveitando,
agradeço ao Renato pela descrição do processo de levantamento para o seu
doutorado. Espero que possamos trocar mais ideias e informações. Estou a
sua disposição quando precisar, acho que tem várias questões a serem
pensadas e a serem aprofundadas que são bem importantes para nossa área.
Flavia Camargo Toni – 09/09 00:56

Olá a todos, vou na linha dos colegas que se desculparam por não revisarem
seus textos porque acho que o mais importante tem sido este espaço para
conversarmos o que "esquecemos" de falar dias atrás lá na Unicamp, de
maneira espontânea.

Quando o Mannis escreveu sobre a falta de representatividade política de
nossa Associação eu me lembrei de um mecanismo meio perverso do qual temos
feito parte, porque não me lembro de valorizarmos em nossos concursos de
títulos o quesito "associações das quais o candidato faz parte", como fazem
os colegas norte-americanos, por exemplo. Será porque entre nós não
valorizamos a vida associativa, como perguntei anteriormente?

No entanto, ao discutirmos o esvaziamento dos congressos, me pergunto se
isto é sintomático, se tem ocorrido em outras áreas, ou se é o nosso caso
particular. Avancei um pouco na especulação e me pergunto se tem a ver com
o fato de que hoje temos muitas revistas online que divulgam de forma bem
mais eficiente aquilo que temos estudado, o que não acontecia há uns 20 ou
30 anos e faz com que não tenhamos mais certa "imediatez" para conhecer o
que todo mundo e cada um estuda.

No entanto, quem participa de associações internacionais ou vai a
congressos no exterior também se dá conta de que nas "Associações de
Ofícios" há muitos temas que ajudam a esquentar o ambiente de discussão,
como a presença de editoras especializadas e comitês representativos de
associações próximas que participam de fóruns de debates; ou ainda o fato
de que entre as realizações de dois congressos grandes as pessoas
organizavam vários encontros regionais que aproximam os semelhantes, como
por exemplo: curso de atualização em domínio X, Y ou Z.

Isto sem contar na organização de fundos para financiamento dos alunos que
não tem bolsa ou dinheiro para participarem do Congresso, como por exemplo:
brechó de livros e discos antigos com arrecadação doada para os alunos;
rifa de qualquer coisa em bom estado, entre outras possibilidades.

Mas acho que não menos importante é a mediação que nós professores devemos
estabelecer entre a Associação e nossos orientandos, incentivando-os e
acompanhando o amadurecimento das reflexões que eles encaminham para os
Congressos. Isto sem dúvida evita que alguns trabalhos sejam submetidos de
forma prematura ou, eventualmente, sejam rejeitados pelos pareceristas.
  Maria Lucia Pascoal – 11/09 17:14

Cara Adriana,

Seu texto reflete muito bem as necessidades de Teoria e Análise e as nossas
discussões no GT 2017! Obrigada!!

Agradeço tbm a Renato, que traz levantamento das PGs em música e todas
essas obs. sobre ANPPOM. Parabéns !!!
  Heloísa Valente – 16/09 11:19

Bom dia Marta e todos,

Estive em viagem e não tive como responder. Não pude comparecer a este
último congresso. Fiquei impossibilitada de comparecer ao evento, o que
muito lamento. Ainda que minha resposta seja muito breve -e, tendo em conta
os ricos comentários aqui já expostos- queria registrar apenas o seguinte:

Quanto à estrutura do congresso: talvez um evento de vários dias deva ser
reduzido, tendo em conta os custos e dificuldade de ausência no trabalho
por longo tempo.

Como sugestão, tenho em conta que a decisão de instituir grupos de trabalho
somente pela Diretoria (que resulta de uma análise com base em debates nas
assembleias e o que vem ocorrendo nos PPGMUSs) deveria contemplar também
demandas da comunidade de sócios que habitualmente participam do evento. O
Congresso constitui rara oportunidade para encontro de pessoas que têm
dificuldades em se encontrar presencialmente. Como associação majoritária,
os congressos da Anppom devem englobar várias áreas dos estudos sobre/ em
música, oferecendo, assim, a ocasião privilegiada para tais encontros e
diálogos.

Quanto à instituição, em si, creio que ela deveria abrigar todas as áreas e
sub-áreas, independentemente do número de interessados/ participantes
ativos. Deveria ser a instituição-mãe de todas as outras. Pessoalmente,
tenho participado regularmente por anos consecutivos e percebo que a
programação não atende a todas demandas, sobretudo no que tange aos estudos
interdisciplinares.

Um dos porquês de uma suposta diminuição de interesse: Para além de razões
financeiras e de campo (cf. Bourdieu...), é fato que congressos pouco valem
para a pontuação nos sistemas de avaliação da Capes, ora implementadas.
Tampouco as publicações em atas são consideradas relevantes. Isso deve
estar pesando na hora de o associado selecionar o congresso da Anppom,
quando há necessidade de optar entre esse e outros.

Mas, a despeito das determinações da Capes, sabemos o quanto é importante o
encontro presencial e o quanto as publicações em atas atestam o 'estado da
arte' nas diversas áreas da pesquisa em música. O que fazer? Talvez uma das
medidas seja de atender a demandas da comunidade de associados. Talvez isso
tenha sido debatido na última assembleia. Caso não tenha ocorrido, poderia
ser feito através de um questionário, como este.

Concluo parabenizando pela iniciativa corajosa de efetuar este diagnóstico.
Certamente, poderá contribuir para um aprimoramento na concepção das
diretrizes desta Associação. Sobretudo, numa época em que instituições
acadêmicas, legitimamente constituídas estão sendo desvalorizadas pelos
órgãos gestores da federação, um fortalecimento é necessário.
  Carlos Palombini – 17/09 09:21

Dou prosseguimento às considerações da Heloísa e elaboro a questão da
importância da Anppom de um ponto de vista mais pessoal. Comecei a
participar da Associação em 1999, quando apresentei trabalho no XII
encontro, em Salvador. Desde então, participei de todos ou quase todos os
eventos como membro dos comitês científicos de entre uma e três áreas.
Apresentei trabalho ainda no XIV Encontro, em Porto Alegre, em 2003 (o
último "encontro"); no XVII Congresso, em São Paulo, em 2007; no XIX
Congresso, em Curitiba, em 2009; e no XX Congresso, em Florianópolis, em
2010.

Por que não envio trabalhos para o Congresso desde 2012? Porque desde então
me parece que o tempo e o dinheiro gastos em apresentações em congressos,
incluída a elaboração da comunicação, não se justifiquem em vista da
exiguidade dos tamanhos de texto e apresentação. Não me refiro
exclusivamente aos congressos da Anppom, mas a congressos de modo geral.

Já se observou que a Anppom abrange uma diversidade enorme de sub-áreas. Se
isso é positivo do ponto de vista da representatividade, não o é
necessariamente do ponto de vista de quem participa de um congresso. Creio
que, se mantivermos essa diversidade (e de outro modo a Anppom deixaria de
ser a Anppom) será desejável que as sub-áreas sejam divididas de modo mais
racional e representadas por um número mais equilibrado de trabalhos.

Quanto à questão da atuação política (no sentido amplo), também acho
relevante que a entidade se posicione, como tantas outras o têm feito,
inclusive a própria Anppom. O fato de sermos uma associação tão
diversificada com integrantes com diferentes posições não deveria ser um
problema, pois há diferentes maneiras de realizarmos votações.

Creio que a sugestão de Flávia, a do trabalho de base com orientandos e
alunos, seja das mais pertinentes e simples de implementar.
Carlos Palombini – 17/09 11:13

Desculpem o parcelamento dessa (auto)avaliação em duas mensagens. Me ocorre
que pode ser interessante desenvolver dois pontos. Primeiro, de minha
experiência de 16 anos como membro de comitês científicos dos Congressos,
me fica a impressão de que haja a preocupação de dar vazão à produção dos
PPGMs e assim justificar-lhes a existência e a da própria Anppom. Essa
preocupação me parece supérflua visto que hoje boa parte dos PPGMs organiza
eventos que podem cumprir essa função. Depois, a organização das áreas
obedece critérios mistos, que incluem metodologias e referências teóricas;
objetos de estudos; nem um nem outro; os dois. Se o Congresso deseja manter
sua abrangência, me parece desejável que as sub-áreas se organizem em
termos mais amplos a fim de evitar a fragmentação e dúvidas dos
participantes quanto a se propõem seus trabalhos para esta ou aquela
sub-área. Assim, por exemplo, musicologia pode (e a meu ver deve) ser
entendida em sentido aberto, e não como musicologia histórica. No limite,
ela pode abarcar musicologia histórica, teoria da música, análise musical,
crítica, estética e etnomusicologia. Sei perfeitamente que ao dizê-lo
provoco *frissons* nos ímpetos identitários dos representantes de cada uma
dessas áreas, mas como conceber um congresso que inclua sub-comitês e
sessões para cada uma delas mais sonologia, educação musical, musicoterapia
e música e interfaces, de 1 a X? Isso é possível, mas, em meu entendimento,
a combinação de grande número de trabalhos e grande número de sub-áreas
dilui o congresso enquanto evento científico, pois o que se vai encontrar
ali é grande número de pessoas de grande número de sub-áreas remotamente
relacionadas às preocupações de participantes individuais, que tenderão a
preferir eventos menores e mais especializados nos quais terão maiores
oportunidades de diálogos relevantes e suas participações serão mais
valorizadas.
Carlos Palombini – 17/09 12:41

Para terminar, explicitando o que ficou implícito na mensagem anterior. Me
parece que a hipertrofia temática dos Congressos gere uma relação de pouco
comprometimento com os mesmos, com o consequente esvaziamento da
Associação. Isso, obviamente, é apenas uma hipótese.
Rodolfo Caesar – 23/09 09:07

Olás,

agradecendo as msgs anteriores sobre o tema ANPPOM, minha sugestões:
(Agradeço também à diretoria da Anppom por existirmos, e à coordenação do
congresso na Unicamp pela última edição!)

- envolvimento de estudantes. Talvez pudéssemos pensar em aliviar o
pagamento de taxas, tanto para graduandos como para pós-. Soube de
estudantes que não puderam ir a Campinas por falta de recursos, ou que só
puderam ficar um dia. Não podemos fazê-los pagar pela inadimplência. Os
congressos da Anppom têm apresentado textos não só de pós-graduados e
pesquisadores, mas de todos desde que passem pelos pareceres, o que é muito
bom não só para estudantes, mas para provocar experientes acomodados. Para
que isso continue, seria interessante desonerar os estudantes. (Aproveito
para comunicar à administração da lista que muitos (ou todos os) estudantes
inscritos recentemente não estão recebendo as msgs.)

- política. Sou a favor de menos timidez. Gostaria de ser/ter sido
representado em inúmeras ocasiões nesses últimos anos. (Fora os sindicatos
da UFRJ, a ANPPOM é minha única associação de classe.) Não me refiro apenas
a esse tempo mais atual e mais problemático. Por exemplo, compareci uma vez
a um GT de políticas públicas, cujo texto de conclusão, contundente, teria
tido algum sentido se fosse publicado para além dos limites da prestação
final no congresso em que se realizou. Sabemos que não vai ser um documento
nosso que conseguirá remover as gentes no poder, garantir eleições,
constituição, etc. E, se fossemos listar as desgraças atuais, esse trabalho
seria interminável. Mas poderíamos ter sido mais presentes em casos em que
nosso fazer e pensar está diretamente relacionado, tais como o feminicídio
da nossa colega Mayara, os cortes nas verbas de fomento, o desmanche da
UERJ, a publicação de declarações racistas de um 'maestro' em órgão de
imprensa, etc. Acredito que a sensação de pertencimento a uma associação
politicamente expressiva poderia até estimular a redução da inadimplência.

- setorização: concordo totalmente com o Palombini no que se refere às
sub-áreas. Acho que, nesses tempos de dinâmica acelerada entre disciplinas,
linhas de pesquisa e interseções, precisamos prestar mais atenção à
formação de 'representatividades' verticais em detrimento de interesses
horizontais. É uma questão super-complexa, mas que não deve ser ignorada
por esse motivo.
  Carlos Palombini – 23/09 12:04

Concordo com todas as suas sugestões, Rodolfo. E teria mais uma: a de que a
participação na lista não dependesse de filiação. A lista da American
Musicological Society funciona desse modo, embora, diferentemente de nossa,
seja moderada e obedeça a um protocolo comparativamente estrito de normas.
Desse modo, ela acaba por tornar-se menos um fórum da associação que uma
plataforma de troca de informações entre especialistas em diferentes
assuntos e interessados em geral. Abraço, Carlos
Sergio Abdalla Saad Filho – 23/09 13:45

olá!

meu nome é Sérgio Abdalla e estou acompanhando com interesse essa
discussão. envio este só para dizer que atualmente não sou filiado à ANPPOM
(chequei a lista no site para ter certeza de não estar mentindo) mas mesmo
assim recebo e posso enviar para essa lista. acho que o último ponto do
Palombini, se entendi bem, já está resolvido!


Beatriz Macedo – 24/09 20:15

Concordo com as opiniões dos companheiros aqui, e digo que também não pude
comparecer por motivos financeiros. Também por falta de tempo não tenho
participado do fórum de discussões. Confesso que participava mais aqui da
lista. Talvez desoneração dos estudantes ajude, de fato, nesta crise.


Eliana Maria de Almeida Monteiro da Silva– 26/09 07:38

Concordo totalmente com o professor Rodolfo, e agradeço por mencionar o
feminicídio de nossa colega Mayara Amaral. Também quero lembrar que uma
associação não é feita de opiniões homogêneas e que debates e conflitos
fazem parte, portanto, seria desejável que as e os participantes não
pedissem para ser retiradas (os) da lista cada vez que as opiniões não lhes
agradem. É destas discussões que saem ideias maduras - e pessoas também.

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