[ANPPOM-Lista] RES: Avaliando a ANPPOM.2 - Todas mensagens recebidas - Favor ler e enviar PROPOSTAS objetivas

Heloísa e Wagner Valente whvalent em terra.com.br
Qui Set 28 10:00:21 BRT 2017


Bom dia,  Isabel, Martha e colegas,

Concordo com as pontuações da Isabel e endosso que a realização de simpósios temáticos pode ser muito mais produtiva , em vários aspectos. Além das razões mencionadas e conhecidas por todos nós, tal procedimento evitaria a polêmica e desgastante situação que vem ocorrendo com a atitude de alguns pareceristas, que vêm agindo de maneira obscura e pouco ética - situação, infelizmente, ainda não contornada pelas sucessivas Diretorias da Anppom...
A proposição de simpósios permite um acesso direto entre proponentes e coordenadores, permitindo um diálogo mais produtivo.
Isso vem sendo feito em outras associações com  bons resultados.
Abraço a todos, Heloísa

-----Mensagem original-----
De: Anppom-L [mailto:anppom-l-bounces em listas.unicamp.br] Em nome de Isabel Nogueira
Enviada em: quarta-feira, 27 de setembro de 2017 21:46
Para: Martha Tupinambá de Ulhoa
Cc: ANPPOM lista (novo)
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Avaliando a ANPPOM.2 - Todas mensagens recebidas - Favor ler e enviar PROPOSTAS objetivas

Olá Martha,



Temos acompanhado a discussão sobre a ANPPOM, e gostaríamos de contribuir
com uma percepção: a percepção da ausência do campo de música e gênero nos
congressos da ANPPOM. ​Observando os trabalhos aprovados no congresso,
vemos que os estudos que interseccionam música e gênero não estão presentes
no congresso, e, conversando com as colegas da área, constatamos que várias
delas enviaram trabalhos e estes não foram aprovados.



Seria interessante se pudéssemos ter a possibilidade de saber qual a
relação entre os trabalhos enviados para o congresso e aqueles aprovados,
para compreender como estão ou não presentes em cada uma destas etapas as
temáticas, perspectivas e abordagens de gênero e também os trabalhos
produzidos por mulheres – mas sabemos que não é possível neste momento
proceder à este estudo.

​

Em geral, mas não ainda no campo brasileiro da música, o campo de estudos
de gênero e feministas, caracterizado pela
multi/trans-interdisciplinariedade, é um campo consolidado e reconhecido há
bastante tempo como campo de produção de conhecimento, então, também seria
importante saber, do ponto de vista epistemológico e metodológico, como têm
sido feitas as avaliações dos trabalhos integrantes ou relacionados a esse
campo que chegam para a avaliação pelos congressos da Anppom.



Em 2013, organizei, junto com Susan Campos, um livro sobre Estudos de
gênero corpo e música e que foi editado na série pesquisa em música no
Brasil, da ANPPOM.

Seria possível pensar que esta área começou, a partir deste momento, a
ganhar mais presença e visibilidade na associação em seus congressos, mas
isto não se concretizou como verdade, em nenhuma das áreas e subáreas do
congresso.

No entanto, a área de estudos de gênero e feminismos tem uma história
sólida e bem fundamentada, com significativa produção e presença em
programas de graduação e pós graduação do Brasil e do mundo. O campo de
música e gênero, especificamente, têm ampla consolidação e produção em
vários outros países - embora em nosso país essa produção aconteça, em
geral, predominantemente, mesmo que já há algumas décadas, em outras áreas,
campos e programas de pesquisa que não a/os da música.



Tendo em vista que congressos da área de gênero no Brasil congregam em
torno de cinco mil pesquisadoras e pesquisadores, como foi o Fazendo Gênero
e Mundo de Mulheres, que aconteceu em julho/agosto na cidade de
Florianópolis, ou o Desfazendo Gênero, que congrega mais de mil
pesquisadorxs também, entendemos que a área apresenta interesse, pesquisas
especificas e uma produção muito significativa, inclusive com intersecções
em música, mas que não tem, neste momento, espaço em nossa associação.
Pensamos, enviando este email, em colaborar com as discussões que vem sendo
feitas sobre a associação, e sugerir uma reflexão sobre a necessidade de
pensar sobre a exclusão e a recusa de trabalhos sobre gênero e sobre os
trabalhos realizados por mulheres que tematizam a questão de gênero ou de
história das mulheres na música.



Nesse sentido, e na direção já apontada aqui por outros/as colegas e
especialmente por Rodolfo Caesar, lembramos aqui a violonista Mayara
Amaral, e prestamos mais um tributo à sua memória e à memória do que ela
fez, e das diferentes lutas sociais que travou e defendeu em vida, na
música e também fora da música.



Gostaríamos de sugerir também, pontualmente, que possamos pensar que os
congressos passem a ser estruturados por meio de simpósios temáticos, ou
que possam ter a possibilidade de que estes aconteçam, onde os trabalhos
poderiam ser enviados diretamente para os/as organizadores/as, como forma
de oportunizar outras temáticas, e tornar o evento mais acolhedor para a
diversidade de pensamento.



Agradecemos sua atenção.



Um abraço,

Isabel Nogueira

Camila Durães Zerbinatti

Joana Maria Pedro”

​



2017-09-26 19:29 GMT-03:00 Martha Tupinambá de Ulhoa <mulhoa em unirio.br>:

> *Prez em dos associados, *
>
> *Abaixo vão encontrar todas as mensagens enviadas sobre a avaliação da
> ANPPOM pós congresso. A diretoria da ANPPOM vai estudar maneiras de colocar
> em prática as sugestões e recomendações dos associados na medida do
> possível.*
>
> *A etapa seguinte é compilar as reflexões e proposições apresentadas.*
>
> *FAVOR verificar se há alguma outra PROPOSTA a acrescentar - Ao responder
> FAVOR RETIRAR O TEXTO RECEBIDO E COLOCAR APENAS SUA RESPOSTA...*
>
> Agradeço o apoio de Renato Borges na coleta das mensagens
>
> Compilação de emails na lista da ANPPOM pós-congresso 2017
>
> 02 a 26/09/2017
> Mensagens completas
>
> As primeiras duas mensagens iniciaram uma discussão, levada a toda a lista
> da ANPPOM na terceira, pela Martha Ulhôa.
> Angela Lühning – 02/09 21:22
>
> Car em s colegas,
>
> Acho que ainda estou sob certo efeito de “overdose anppomiana” depois de
> uma semana na Unicamp. Mas precisando retornar as tantas coisas urgentes na
> próxima semana, a nossa última semana de semestre na UFBA, com várias
> defesas pela frente, gostaria de aproveitar o momento de lembranças frescas
> e mandar algumas reflexões para vocês sobre a nossa associação.
>
> Talvez sejam apenas quase devaneios que surgiram a partir das minhas
> reflexões pessoais e algumas conversas com colegas ao longo do evento ou,
> então, apenas sejam questões que para vcs não são problemas ou
> inquietações. A partir desta premissa, mando este rasurado, escrito sem
> muito rebuscamento ou revisão, para aquelas pessoas com as quais mais
> conversei, sem nenhuma distinção formal ou institucional, mas apenas
> pensando na ANPPOM.
>
> Na retrospectiva de poucas horas de retorno algumas coisas chamaram minha
> atenção, muito a partir do relatório de Margarete que recebi através de
> minha colega Laila, coordenadora do meu PPGMUS.  Pois, me dei conta que
> pouquíssimos/as coordenadores/as ficaram mais que um ou dois dias no
> evento. Mas, não seriam eles/ elas as pessoas chaves nesse processo da
> discussão sobre a Pós-graduação? Não apenas no encontro temático/ técnico,
> mas em geral?
>
> Quer dizer, a sua ausência seria algo sintomático e mais profundo? Ou seria
> apenas uma questão de “acessibilidade” geográfica ou financeira, com a
> atual situação de contenção de gastos? Ou seria o período de duração,
> bastante longo para permitir a participação de mais pessoas? Ou teria ainda
> outras explicações também para a baixa adesão e os números estagnados, se
> não números em queda, de associados/ participantes efetivos (como Mannis
> mostrou)?
>
> Parece que a ANPPOM é de quem está lá, um pequeno grupo que quase sempre
> está lá (não estou criando tautologia, mas querendo ser mais incisiva), mas
> ela não parece ser daqueles tantos outros que foram alguma vez só e não
> voltaram depois de ter apresentado um trabalho, situação provavelmente
> sugerido pelo orientador, ou daqueles que nunca foram, mas são de uma
> programação de pós-graduação em música. Por que? Quais seriam os possíveis
> motivos?
>
> A ANPPOM não seria (ou deveria ser) a representação coletiva da pós em
> música? Pelo menos para isso ela foi criada. Portanto, pergunto o que
> podemos fazer para que ela se torne um objeto de desejo das pessoas (não no
> sentido comercial/ capitalista), mas no sentido da importância intrínseca?
> Será que falta divulgação, convite, conscientização, uma programação “na
> crista da onda”, lugares aprazíveis? (O último palestrante mencionou a
> questão do turismo acadêmico). Quais temas, formatos, procedimentos fariam
> parte de um “pacote” interessante?
>
> Ou então, trata-se de uma questão geracional? Pois, observem a quantidade
> de cabeças grisalhas (ou retocadas): em todos os encontros há mais pessoas
> de minha/ nossa faixa etária, do que os (bem) mais novos, a não ser os
> estudantes da IES anfitriã.  Como seria possível reverter isso? As questões
> da ANPPOM foram (e ainda são) importantes apenas para um público
> específico, mas não mais para um outro, mais novo? Isso acontece também em
> outras associações (na ANPOCS, na ANPED, p.ex.)? O que a geração jovem
> considera importante?
>
> Seria interessante fazer um estudo de levantamento destas informações nas
> inscrições, no banco de dados de sócios, quantos são de longas datas, desde
> quando, quantos foram apenas uma ou duas vezes, qual o recorte geracional
> específico em termos estatísticos? Poderia até cruzar-se os dados de origem
> geográfica e locais de encontro, mesmo que estes, efetivamente tem
> acontecido mais no Sudeste (o que, obviamente tem a ver com a própria
> distribuição da Pós no país). Isso seria um caminho para nos conhecermos e
> entendermos melhor?
>
> Em relação ao perfil dos congressos, faria sentido propor a discussão
> plenária específica de temas que nos atormentam (ou pelo menos deveriam nos
> preocupar) e já surgiram em parte neste nosso último encontro:  o mercado
> de trabalho para egressos (e futuros ingressantes), a formação de
> orientadores e professores de nível superior, uma abordagem detida sobre a
> própria história da trajetória da carreira de magistério superior (a
> questão de contratação/ concurso, desde quando etc.), a inflexibilidade e
> defasagem dos currículos, a questão de pós-graduandos que são pais e mães
> de família, trabalham etc.? Ou então, ter a presença de representantes de
> outras associações enquanto não existir a associação das associações,
> vislumbrada na última mesa.
> José Augusto Mannis – 03/09 11:18
>
> Angela
>
> Agradeço por sua msg bem como pelo excelente relato do GT de Ética com
> ótimas sugestões.
>
> Busco atender a seu e-mail como um apelo silencioso de todos. Esta não é
> uma crítica que estou fazendo, apenas externando uma impressão pessoal que
> entendo pertinente 'as suas colocações.
>
> Sinto que o único elo entre a ANPPOM e os associados seja o Congresso, como
> um espaço de publicação e uma pessoa jurídica de legitimação formal de uma
> classe. Infelizmente nada mais além disso.
>
> A efetiva integração entre os programas não consigo avaliar, mas de onde
> estou nunca ouço que alguma medida ou implementação está sendo tomada ao
> meu redor de maneira coordenada entre todos os programas no país.
>
> Isso caracteriza praticamente uma relação unívoca entre os membros e a
> associação, na qual cada um busca tirar o proveito do qual necessita.
>
> Esse desinteresse do indivíduo pelo grupo coletivo pode ter várias causas.
>
> Uma delas sinto estar acontecendo desde muitos anos: a falta de presença
> política da ANPPOM junto a órgãos governamentais, políticas públicas,
> manifestações públicas representando a classe diante de acontecimentos
> impactantes.
>
> A parte as representações de Área permanentes CAPES e CNPq que é uma
> conquista que estamos mantendo muito bem, não somos consultados nem
> convidados a integrar grupos de trabalho, conselhos, equipes como outras
> associações similares (ABNT, Congresso, Ministérios, Secretarias etc.) de
> caráter extraordinário. Não temos representantes atuando em decisões de
> Normas e definição de Politicas públicas fora da nossa representação de
> Área CNPq CAPES que está estável.
>
> Parece que incorporamos o complexo de que não somos ouvidos e que não somos
> importantes, não sei de talvez pelo universo de associados que nem chega a
> 2.000 membros, nossa opinião não pudesse contar muito. Porém, pessoalmente
> acredito mais na qualidade de ação do que na quantidade de ações.
>
> Os associados poderiam despertar mais interesse e motivação por uma
> associação que visivelmente demonstrasse estar se mobilizando pelas causas
> coletivas da classe. Que se mostrasse forte, presente, ágil, ativa e
> propositiva diante de acontecimentos que nos afetam a todos. Se todos se
> sentirem amparados e unidos através da ANPPOM todos estarão mais próximos
> dela.
>
> Repito, esta não é uma crítica, mas uma proposta de visão para tentar
> enfrentar um problema real e presente.
> Martha Ulhôa – 03/09/2017 12:26
>
> Prezados, terminado o congresso excelentemente organizado pelo PPG-MUS da
> UNICAMP, seria bom se pudéssemos avaliar não somente o congresso como
> também os rumos da ANPPOM.
>
> Na função de secretária me incumbi de organizar o cadastro e os números que
> tenho são meio desanimadores. Pouquíssimas pessoas consideram relevante ser
> membros da ANPPOM a não ser que estejam publicando nos anais ou na OPUS,
> quando é mandatória a filiação.
>
> Isto me leva a pensar que está na hora de fazermos uma avaliação crítica da
> atuação da associação e do que queremos dela. Sei que a diretoria atual
> (estou saindo) está organizando várias ações no interesse de alavancar a
> mesma, mas creio que os associados poderiam se manifestar...
>
> O que achou do congresso? Sua estrutura? O que deve permanecer? O que deve
> mudar?
>
> E a ANPPOM enquanto instituição?
>
> ======================
>
> Para sua informação:
> ASSOCIADOS ANPPOM em 25 de agosto de 2017
> 1580 ASSOCIADOS ATIVOS – migrados de cadastros anteriores
> 1093 ANUIDADES PAGAS ENTRE 2015 E 2017
>
> Em março de 2017 houve a migração para o novo sistema (registrando
> anuidades desde 2015)
> 346 PAGAS EM 2017
> 477 PAGAS EM 2016 /1392 EM ABERTO
> 270 PAGAS EM 2015 / 641 EM ABERTO EM 2015 = 911 CADASTROS
>
> Entre 2009 e 2017, num total de 665 nomes (total de associados), há 311
> saídas, 42 permanências (anuidades pagas em 2017) e 312 entradas ou seja, a
> permanência de apenas 6,3%. *
>
> *Relatório solicitado por Sonia Albano e realizado por Renato Borges.
> Carlos Palombini – 03/09/2017 14:01
>
> Obrigado, Martha, acho que seja uma ótima ideia discutir esse assunto.
>
> Abraço,
> Carlos
> Flavia Camargo Toni – 03/09/2017 22:17 [inclui errata de 03/09 22:19]
>
> Concordo com o Carlos Sandroni *[corrigido em email posterior: Carlos
> Palombini]*, acho muito importante discutirmos o assunto.
>
> Será que a vida associativa perdeu a importância agora que conseguimos nos
> comunicar com maior rapidez uns com os outros e também temos acessos às
> revistas de forma bastante eficiente?
>
> Os congressos estão "fora de moda"?
> Marcos Camara de Castro – 04/09 07:49
>
> Caros colegas,
>
> Por mais ágil que seja a comunicação nos dias de hoje, o encontro
> presencial, o contato pessoal é e sempre será insubstituível. Aquela
> conversa rápida no elevador do hotel; aquele café... Nada substitui o corpo
> humano, com seu olhar, seu tom de voz e sua postura física.
>
> Abraços associativos!
> Carlos Palombini – 04/09 8:07
>
> Flávia,
>
> Me parece que a vida associativa agora, quando somos atacados por todos os
> lados, seja mais importante do que nunca. Pude constatá-lo semana passada
> durante a VI Conferência Funk no Museu de Arte do Rio. O evento foi
> compactado dada a falta de financiamento, e o público foi um pouco menor,
> mas houve mais união e um pouco menos dissenso em vista da percepção de que
> afundamos no mesmo barco.
>
> Fico feliz em ser confundido com meu amigo Carlos, e não me importaria de
> ser da Toscana, mas meu bisavô era de fato marchigiano.
> Adriana Lopes da Cunha Moreira – 04/09 18:43
>
> Obrigada, Martha, pela oportunidade. Obrigada Palombini e Flávia pelas
> opiniões. Acordei inspirada e redigi uma mensagem longuíssima. Preparem-se!
>
> Inicio parabenizando tanto a atual diretoria como todas as anteriores. Esse
> trabalho voluntário trabalhosíssimo das diretorias é de extrema importância
> para que todos possamos ter garantidas oportunidades de nos conhecer e
> reconhecer enquanto área, de maneira constante e presencial. Lembrando de
> todas as atuações da ANPPOM, no que se refere ao congresso anual, ao
> contato presencial anual com as diversas realidades dos diversos programas
> de pós-graduação brasileiros, às publicações, às listas de discussões, à
> interação com outras práticas artísticas via ARJ, à interação com
> instituições governamentais etc.
>
> Em relação aos congressos, penso que a soma dos contatos profissionais e
> pessoais, estabelecidos tanto *online* como presencialmente, seja um
> privilégio do nosso tempo. Acredito que os congressos presenciais,
> concertos presenciais e aulas presenciais somados ao uso da tecnologia para
> “contatos imediatos” sejam uma boa opção.
>
> Nesses momentos de autoanálise, creio que a soma de pequenas ações possam
> ter um resultado muito bom. Sendo assim e acreditando sempre a renovação
> das estruturas já existentes, sem que novas precisem desnecessariamente ser
> criadas do zero, seguem as minhas primeiras sugestões:
>
> *1. Envolvimento dos recém-doutores nas atividades avaliativas,
> organizativas e decisórias.*
>
> Atualmente os membros experientes da Associação estão mais envolvidos nas
> instâncias organizativas e os mais jovens participam como usuários.
> Acredito que ambos os estratos precisem ser envolvidos em todas as
> instâncias do congresso.
>
> Testamos um formato na subárea de Teoria e Análise Musical deste ano. Os
> pares de avaliadores foram organizados de maneira que havia um parecerista
> recém-doutor e um experiente, sendo os eventuais desempates realizados por
> um parecerista experiente. Em geral, os pareceres foram mais completos em
> relação aos dos anos anteriores (na minha opinião), foram necessários
> poucos desempates e não tivemos reclamações dos autores. Com isso, os
> recém-doutores aos poucos vão entendendo como são feitos os trabalhos de
> fundo da Associação, vão ocupando as funções mais organizativas e vamos nos
> renovando.
>
> Para que exista maior dinamismo nas comunicações, conferências e palestras
> em mesas redondas, os recém-doutores poderiam ocupar a posição de
> debatedores. Tivemos uma experiência muito positiva no EITAM4 do corrente
> ano, quando contamos com 3 debatedores (recém-doutores ou doutorandos) por
> conferência. Nos congressos da ANPPOM, os debatedores poderiam participar
> da escolha dos temas e dos conferencistas, manter contato com os
> palestrantes e debatedores durante os 2 meses que antecedem o congresso,
> discutindo previamente os temas, e levar preparadas perguntas a serem
> feitas aos convidados e autores durante suas apresentações no congresso. No
> EITAM4 as conferências já se iniciaram no nível alto que queríamos, sem
> exposições introdutórias desnecessárias, e as diversas interações com os
> presentes foram muito dinâmicas.
>
> *2. Os Grupos de Trabalho teriam uma função política, sendo mantido o
> espaço das comunicações para a função científica.*
>
> Esta sugestão foi trazida pelo GT5 deste ano, intitulado “Composição,
> Teoria e Análise Musical”, consta no documento de conclusão dos trabalhos e
> em breve estará no site da ANPPOM.
>
> Essa instância da ANPPOM seria o espaço reservado para repensarmos
> constantemente a própria associação, os programas e a área de Música,
> propondo ações. Seria o espaço para que a troca de experiências entre os
> membros da ANPPOM pudesse redundar em alguma (pelo menos esperança de)
> atuação política estrutural. Acrescento aqui algumas sugestões de temas:
>
> 2.1 *“A CAPES somos nós: sugestões para a próxima versão do Documento da
> Área de Música”*, seria voltado a discussões de cada ponto do documento,
> incluindo sugestões que possam ser consideradas durante próxima a redação
> do mesmo,  naturalmente sabendo-se que a área responde por uma parte do
> documento, sendo a outra parte de responsabilidade de instâncias técnicas
> da agência.
>
> 2.2 *“Repensando as áreas de concentração e linhas de pesquisa dos
> Programas de Pós-Graduação em Música”*, em que seria trazida pelos
> coordenadores do GT uma listagem das áreas de concentração e linhas de
> pesquisa de todos os programas do Brasil, além de exemplos de outros
> países, para que possamos pensar em transversalidades que acomodem com
> maior eficiência as nossas pesquisas individuais.
>
> 2.3 *“Maior integração entre as Graduações e Pós-Graduações em Música”*, em
> que problemas seriam diagnosticados e ações seriam propostas.
>
> 2.4 *“Subáreas e temas das seções de comunicação da ANPPOM”*, em que os
> próprios membros da Associação levantariam sugestões para a constante
> reelaboração das propostas para comunicações e painéis.
>
> 2.5 *“Desafios e proposições dos Coordenadores de Pesquisa dos
> Departamentos de Música no Brasil”*. Já que temos reunidos os coordenadores
> de pós-graduação e nem sempre os de pesquisa.
>
> *3. Haveria espaços para Recitais-Palestras, Oficinas, bem como outras
> atividades que venham a ser propostas pelos membros da ANPPOM.*
>
> Esta sugestão também foi trazida pelo GT 5 deste ano, intitulado
> “Composição, Teoria e Análise Musical”. Questionados a respeito da
> legitimidade dos estudos de caso trazidos por compositores, os presentes,
> ao invés de concordarem com sua extinção, sugeriram sua ampliação para
> Recitais-Palestras, em que a narrativa sobre a criação da obra seria
> seguida por sua audição. O mesmo talvez pudesse se aplicar às narrativas
> sobre a preparação da performance. Propostas de criação coletiva talvez
> pudessem estar abrigadas sob o espaço de Oficinas.
>
> Assim, os diversos congressos focados que têm sido criados para tratar de
> assuntos específicos da área de Música não ofuscariam a atuação do nosso
> congresso pluri-trans-inter-disciplinar no interior da área de Música, e
> cada membro poderia encontrar nos congressos da ANPPOM um espaço com o qual
> se identifique.
>
> Vida longa à ANPPOM!
> Angela Lühning – 05/09 08:18
>
> Martha, grata pelo ponta pé inicial e aos colegas, grata pelas reflexões,
> em especial Adriana, pela inspiração matinal, a contextualização e as
> contribuições propositivas, que adorei. Acho que, além da importância dos
> encontros presenciais enquanto espaços de reflexão crítica e fortalecimento
> político enquanto área, um dos caminhos importantes é a inserção muito
> consciente de pesquisadores mais jovens em diversas funções, além das
> tantas outras questões e sugestões muito importantes levantadas por
> Adriana.
>
> Mas queria ir mais longe na minha reflexão, também um pouco mais longa: No
> ano que vem teremos como data importante de reflexão os 30 anos de
> existência da ANPPOM.  O que mudou ou não nestes 30anos, seja em relação ao
> perfil dos seus associados ou aos contextos diversos ao nosso redor? E a
> final, qual a missão principal da ANPPOM e em quais aspectos ela seria
> diferente de outras associações da grande área de artes como a ABEM ou a
> ABRACE ou, então, teria questões e problemas em comum?
>
> A resposta óbvia seria, tratar de questões de pesquisa e/em pós-graduação
> em música, já que foi para isso que ela foi fundada. Mas, se for isso
> mesmo, a maior parte dos docentes, discentes e ex-discentes não deveria
> dialogar com ela, de forma constante. E isso acontece? Analisando os
> números trazidos por Martha, não. Por que?  Pergunto-me, o que desmotivaria
> as pessoas a irem mais do que uma vez ou só eventualmente para os encontros
> da ANPPOM. Não seria este o fórum para discutir a situação da pesquisa e da
> Pós em música no Brasil?
>
> Será que outras associações com históricos e propostas parecidos também têm
> problemas parecidos com os da nossa associação? Qual seria a situação da
> ANPOCS, bem mais antiga, e a da ABRACE, bem mais nova? Ambas sambem mais
> maiores do que nos, a primeira pelo número de programas na área e a segunda
> por fazer muitas trocas com profissionais da área das artes cênicas, algo
> parecido com a atuação da ABEM que inclui muitos profissionais da educação
> básica. Mesmo assim, também há rotatividade de associados
> proporcionalmente? Há tantos problemas com inadimplência como nós temos?
>
> Tem outro detalhe importante: diferente de 30 anos atrás hoje tem um número
> crescente de outras associações na área de música que se desdobraram da
> ANPPOM, pelo que parece. Foram os profissionais que as fundaram e levaram,
> provavelmente, seus alunos? Isso seria resultado do crescimento daria, o
> número de pessoas não cabendo mais na ANPPOM, ou seria o contrário, a
> ANPPOM não atendendo aos desejos e às necessidades das pessoas? Quantas
> associações novas são, afinal? Quantas pessoas pertencem só a elas, mas não
> (mais?) à ANPPOM?
>
> Como último ponto, acho que é importante descobrir o que significa para as
> pessoas participar de um programa de pós-graduação, para docentes e
> discentes? Entre interesses (pessoais e coletivos), direitos,
> possibilidades e compromissos? A pesquisa continua associada aos programas
> de pós-graduação ou já está em outros níveis? Quais são os problemas atuais
> da Pós-graduação no Brasil, em geral, e em nossa área, em especial? Estas
> questões certamente são importantes para serem discutidas e que estão “no
> ar” desde a ANPPOM de Vitória, a partir da mesa com Samuel Araujo e Paulo
> Castagna que levou a uma discussão plenária muito intensa e foram retomadas
> de forma tão interessante na última mesa do nosso último encontro.
>
> Logo minhas propostas para a ANPPOM 2018 e até lá seriam:
>
> 1) Fazer das questões colocadas por Adriana, bem como das colocadas acima,
> o tema do encontro: quem somos, a final, e para onde queremos ou precisamos
> ir?
>
> 2) Convidar para a reflexão contextualizada pessoas de outras associações
> de pós-graduação como ANPOCS, ANPED e ABRACE (sugiro visitar as páginas
> destas)
>
> 3) Convidar também representantes destas outras associações de música (a
> levantar) para pensarmos ações em conjunto e não de forma segmentada.
>
> 4) Conseguir fazer algum levantamento ou uma reflexão sobre a visão da
> geração mais nova sobre a ANPPOM, algo que cada docente poderia fazer com
> suas turmas e ter representantes de música de um das associações de
> pós-graduandos/as no próximo encontro.
>
> 5) Rever a política dos valores de anuidades e inscrições: obrigatórias
> para todos os sócios (ver aviso no site da ANPOCS) e valores baixos para
> estudantes de graduação.
>
> 6) Até lá fazer um levantamento prévio sobre outras associações que
> representam pós-graduações, seus perfis, problemas, associados, valores
> pagos
>
> 7) Até lá fazer um levantamento prévio sobre as associações na área de
> música, quantas são, desde quando existem, suas propostas, perfis,
> associados, anuidades etc.
>   Angela Lühning – 05/09 15:27
>
> Colegas,
>
> Esqueci de mais um aspecto que gostaria de acrescentar:
>
> Perante as reflexões recentes e crescentes sobre pessoas egressas dos
> programas de pós (a exemplo do projeto PROCAD, coordenado por Cristina
> Tourinho, tema de um dos GT´s da ANPPOM, além de vários outros trabalhos e
> publicações) gostaria de sugerir que para o encontro do ano que vem
> aprofundássemos estes levantamentos, em especial pensando naquelas pessoas
> que depois do mestrado/ doutorado não entraram na carreira docente em nível
> superior. Quais são as efetivas possibilidades de atuação profissional
> depois do mestrado e doutorado, entendendo o não ingresso em uma IES não
> como fracasso (perante às expectativas da CAPES), mas como alternativa
> real, viável e talvez até necessária, diante do atual cenário? Mas estamos
> pensando nesse cenário ao darmos nossas disciplinas e acompanharmos
> dissertações e teses?
>
> Não dando tempo hábil para fazer disso um projeto com algum apoio e sendo a
> face menos visível da formação pós-graduada, seria muito legal se
> pudéssemos fazer desta questão uma pesquisa realmente coletiva e
> colaborativa entre os vários programas: cada um deles poderia levantar
> quais os caminhos profissionais, além da carreira de professor/a no ensino
> superior, que foram tomados pelas pessoas depois de concluir o mestrado ou
> doutorado. (Este levantamento poderia ser feito por grupos de atuais
> pós-graduandos/as e orientadores/as em disciplinas como trabalho final). Os
> resultados deste grande levantamento coletivo com seus dados cruzados
> poderiam ser apresentados em uma mesa específica dedicada ao tema.
> José Orlando Alves – 07/09 09:37
>
> Parabéns pelo excelente texto, Adriana!!! Assino em baixo também!
>   Renato Borges – 07/09 18:08 [inclui errata de 11/09 18:28]
>
> Prezadas Adriana e Angela,
>
> Sou doutorando no PPGM-UNIRIO sob orientação da Prof. Martha Ulhôa, no
> início do terceiro ano do curso, escrevendo tese sobre a pesquisa em música
> no Brasil. Acompanho as mensagens na lista, mas, como normalmente não me
> manifesto por aqui, achei que cabia uma apresentação.
>
> Fiquei muito feliz com os seus e-mails, sobretudo nos tópicos sobre o
> estado do campo (2.2 do email da Adriana e questões trazidas pela Angela),
> pois boa parte do meu esforço de pesquisa tem sido dedicada, por incrível
> que pareça, a levantar dados que teoricamente seriam simples de termos à
> mão. Em relação a alguns PPG, dados como a quantidade de dissertações/teses
> defendidas ou o ano de implantação do programa são verdadeiros mistérios,
> apesar das várias tentativas em descobri-los. Curiosamente, essa semana
> mesmo eu estava terminando de preparar uma listagem de linhas de pesquisa
> de 14 PPG de música brasileiros, que apresentarei num colóquio na UNIRIO
> mês que vem. Envio a lista no final do meu email, para não perturbar a
> leitura da mensagem, já adiantando a questão 2.2 do email da Adriana.
>
> A questão da rotatividade dos pesquisadores (ingressos e “desistências”) é
> algo que particularmente me interessa. Em comunicação escrita com Fernando
> Vago e apresentada no II Congresso da TeMA esse ano, apontamos o número de
> que, dos 220 autores que submeteram comunicações para Composição ou Teoria
> e Análise Musical na ANPPOM entre 2012 e 2016, apenas oito (3,6%) autores
> estavam presentes nas cinco edições e nada menos que 160 (72,7%)
> apresentaram em apenas um ano. A nossa comunicação no Congresso da TeMA tem
> muitos dados em relação a essas duas subáreas da ANPPOM em 2012-2016. Às
> vezes, ela tem número até demais, mas a ideia era de fato registrar
> informações que pudessem fundamentar discussões mais à frente. A professora
> Ilza Nogueira divulgou a publicação dos anais aqui na lista da ANPPOM há
> uns dois meses, mas segue o link para agilizar:
> https://drive.google.com/file/d/0B25FEDImmu_uLVFwZ0JDREZiQ3c/view . Nosso
> texto está na página 146.
>
> Gostaria também de indicar, no mesmo link, a comunicação escrita pela
> Camila Durães Zerbinatti, Isabel Nogueira e Tânia Neiva, que discutem o
> próprio meio da pesquisa também.
>
> Por fim, mas não menos importante, gostaria de parabenizar a presença de
> debatedores nas conferências do EITAM4, relatado pela Adriana. Funcionou
> muito bem. O envolvimento prévio dos debatedores com os conferencistas
> permitiu perguntas muito pertinentes aos temas das conferências, assim como
> uma aproximação das falas originais com o nosso contexto (buscando pontes
> para conhecimentos não usuais nas nossas discussões e expandindo as
> discussões com o que temos a oferecer). Espero que a ideia se espalhe!
>
>
>
> Linhas de pesquisa de PPG em música no Brasil (levantamento em 04/09/2017)
>
> PPGMUS-UDESC
>
> 1. Processos e Práticas em Educação Musical
>
> 2. Música e Sociedade
>
> 3. Processos Criativos em Interpretação e Composição Musical
>
> PPGMUS-UFBA *[já corrigido segundo errata]*
>
> 1. Composição e teorias da música: da criação ao ensino
>
> 2. Computação musical aplicada
>
> 3. Processos, práticas e métodos para formação em música
>
> 4. Práticas culturais musicais em perspectiva crítica
>
> 5. Processos e práticas em execução musical
>
> 6. Memória, documentação e interpretação histórica musicais e relativas à
> música
>
> PPG MÚSICA-UFG
>
> 1. Música, Criação e Expressão
>
> 2. Música, Educação e Saúde
>
> 3. Música, Cultura e Sociedade
>
> PPGMUS-UFMG
>
> 1. Educação Musical
>
> 2. Música e Cultura
>
> 3. Performance Musical
>
> 4. Processos Analíticos e Criativos
>
> 5. Sonologia
>
> PPGM-UFPB
>
> 1. Processos e Práticas Composicionais
>
> 2. Processos e Práticas Educativo-Musicais
>
> 3. Música, Cultura e Performance
>
> 4. História, Estética e Fenomenologia da Música
>
> 5. Dimensões Teóricas e Práticas da Interpretação Musical
>
> PPGMÚSICA-UFPR
>
> 1. Cognição/Educação Musical
>
> 2. Composição Musical
>
> 3. Musicologia / Etnomusicologia
>
> PPGMÚSICA-UFRGS
>
> 1. Composição
>
> 2. Educação Musical
>
> 3. Musicologia/Etnomusicologia
>
> 4. Práticas Interpretativas
>
> PPGM-UFRJ
>
> 1. Música, Educação e Diversidade
>
> 2. Etnografia das Práticas Musicais
>
> 3. História e Documentação da Música Brasileira e Ibero-americana
>
> 4. Poéticas da Criação Musical
>
> 5. Práticas Interpretativas e seus Processos Reflexivos
>
> PPGMUS-UFRN
>
> 1. Processos e Dimensões da Formação em Música
>
> 2. Processos e Dimensões da Produção Artística
>
> PPGMUS-UnB
>
> 1. Processos e produtos na criação e interpretação musical
>
> 2. Concepções e vivências no ensino e aprendizagem da música
>
> 3. Teorias e Contextos em Musicologia
>
> PPG em Música-UNESP
>
> 1. (Mestrado) Abordagens históricas, estéticas e educacionais do processo
> de criação, transmissão e recepção da linguagem musical
>
> 2. (Mestrado) Epistemologia e práxis do processo criativo
>
> 3. (Doutorado) Música, Epistemologia e Cultura
>
> 4. (Doutorado) Teoria e Práxis do Processo Criativo
>
> PPG em Música-UNICAMP
>
> 1. Estudos instrumentais e Performance musical
>
> 2. Música, Cultura e Sociedade
>
> 3. Música, Linguagem e Sonologia
>
> PPGM-UNIRIO
>
> 1. Ensino-aprendizagem em Música
>
> 2. Etnografia das Práticas Musicais
>
> 3. Documentação e História da Música
>
> 4. Linguagem e Estruturação Musical
>
> 5. Processos Criativos em Música
>
> 6. Teoria e Prática da Interpretação
>
> PPG em Música-USP
>
> 1. Teoria e Análise Musical
>
> 2. Musicologia e Etnomusicologia
>
> 3. Performance
>
> 4. Questões interpretativas
>
> 5. Música e educação: processos de criação, ensino e aprendizagem
>
> 6. Sonologia: criação e produção sonora
> Angela Lühning – 07/09 18:32
>
> *[alguns destinatários não receberam a msg anterior da Angela por algum
> problema técnico]*
>
> Carolina e Pedro, seguem novamente minhas mensagens e, aproveitando,
> agradeço ao Renato pela descrição do processo de levantamento para o seu
> doutorado. Espero que possamos trocar mais ideias e informações. Estou a
> sua disposição quando precisar, acho que tem várias questões a serem
> pensadas e a serem aprofundadas que são bem importantes para nossa área.
> Flavia Camargo Toni – 09/09 00:56
>
> Olá a todos, vou na linha dos colegas que se desculparam por não revisarem
> seus textos porque acho que o mais importante tem sido este espaço para
> conversarmos o que "esquecemos" de falar dias atrás lá na Unicamp, de
> maneira espontânea.
>
> Quando o Mannis escreveu sobre a falta de representatividade política de
> nossa Associação eu me lembrei de um mecanismo meio perverso do qual temos
> feito parte, porque não me lembro de valorizarmos em nossos concursos de
> títulos o quesito "associações das quais o candidato faz parte", como fazem
> os colegas norte-americanos, por exemplo. Será porque entre nós não
> valorizamos a vida associativa, como perguntei anteriormente?
>
> No entanto, ao discutirmos o esvaziamento dos congressos, me pergunto se
> isto é sintomático, se tem ocorrido em outras áreas, ou se é o nosso caso
> particular. Avancei um pouco na especulação e me pergunto se tem a ver com
> o fato de que hoje temos muitas revistas online que divulgam de forma bem
> mais eficiente aquilo que temos estudado, o que não acontecia há uns 20 ou
> 30 anos e faz com que não tenhamos mais certa "imediatez" para conhecer o
> que todo mundo e cada um estuda.
>
> No entanto, quem participa de associações internacionais ou vai a
> congressos no exterior também se dá conta de que nas "Associações de
> Ofícios" há muitos temas que ajudam a esquentar o ambiente de discussão,
> como a presença de editoras especializadas e comitês representativos de
> associações próximas que participam de fóruns de debates; ou ainda o fato
> de que entre as realizações de dois congressos grandes as pessoas
> organizavam vários encontros regionais que aproximam os semelhantes, como
> por exemplo: curso de atualização em domínio X, Y ou Z.
>
> Isto sem contar na organização de fundos para financiamento dos alunos que
> não tem bolsa ou dinheiro para participarem do Congresso, como por exemplo:
> brechó de livros e discos antigos com arrecadação doada para os alunos;
> rifa de qualquer coisa em bom estado, entre outras possibilidades.
>
> Mas acho que não menos importante é a mediação que nós professores devemos
> estabelecer entre a Associação e nossos orientandos, incentivando-os e
> acompanhando o amadurecimento das reflexões que eles encaminham para os
> Congressos. Isto sem dúvida evita que alguns trabalhos sejam submetidos de
> forma prematura ou, eventualmente, sejam rejeitados pelos pareceristas.
>   Maria Lucia Pascoal – 11/09 17:14
>
> Cara Adriana,
>
> Seu texto reflete muito bem as necessidades de Teoria e Análise e as nossas
> discussões no GT 2017! Obrigada!!
>
> Agradeço tbm a Renato, que traz levantamento das PGs em música e todas
> essas obs. sobre ANPPOM. Parabéns !!!
>   Heloísa Valente – 16/09 11:19
>
> Bom dia Marta e todos,
>
> Estive em viagem e não tive como responder. Não pude comparecer a este
> último congresso. Fiquei impossibilitada de comparecer ao evento, o que
> muito lamento. Ainda que minha resposta seja muito breve -e, tendo em conta
> os ricos comentários aqui já expostos- queria registrar apenas o seguinte:
>
> Quanto à estrutura do congresso: talvez um evento de vários dias deva ser
> reduzido, tendo em conta os custos e dificuldade de ausência no trabalho
> por longo tempo.
>
> Como sugestão, tenho em conta que a decisão de instituir grupos de trabalho
> somente pela Diretoria (que resulta de uma análise com base em debates nas
> assembleias e o que vem ocorrendo nos PPGMUSs) deveria contemplar também
> demandas da comunidade de sócios que habitualmente participam do evento. O
> Congresso constitui rara oportunidade para encontro de pessoas que têm
> dificuldades em se encontrar presencialmente. Como associação majoritária,
> os congressos da Anppom devem englobar várias áreas dos estudos sobre/ em
> música, oferecendo, assim, a ocasião privilegiada para tais encontros e
> diálogos.
>
> Quanto à instituição, em si, creio que ela deveria abrigar todas as áreas e
> sub-áreas, independentemente do número de interessados/ participantes
> ativos. Deveria ser a instituição-mãe de todas as outras. Pessoalmente,
> tenho participado regularmente por anos consecutivos e percebo que a
> programação não atende a todas demandas, sobretudo no que tange aos estudos
> interdisciplinares.
>
> Um dos porquês de uma suposta diminuição de interesse: Para além de razões
> financeiras e de campo (cf. Bourdieu...), é fato que congressos pouco valem
> para a pontuação nos sistemas de avaliação da Capes, ora implementadas.
> Tampouco as publicações em atas são consideradas relevantes. Isso deve
> estar pesando na hora de o associado selecionar o congresso da Anppom,
> quando há necessidade de optar entre esse e outros.
>
> Mas, a despeito das determinações da Capes, sabemos o quanto é importante o
> encontro presencial e o quanto as publicações em atas atestam o 'estado da
> arte' nas diversas áreas da pesquisa em música. O que fazer? Talvez uma das
> medidas seja de atender a demandas da comunidade de associados. Talvez isso
> tenha sido debatido na última assembleia. Caso não tenha ocorrido, poderia
> ser feito através de um questionário, como este.
>
> Concluo parabenizando pela iniciativa corajosa de efetuar este diagnóstico.
> Certamente, poderá contribuir para um aprimoramento na concepção das
> diretrizes desta Associação. Sobretudo, numa época em que instituições
> acadêmicas, legitimamente constituídas estão sendo desvalorizadas pelos
> órgãos gestores da federação, um fortalecimento é necessário.
>   Carlos Palombini – 17/09 09:21
>
> Dou prosseguimento às considerações da Heloísa e elaboro a questão da
> importância da Anppom de um ponto de vista mais pessoal. Comecei a
> participar da Associação em 1999, quando apresentei trabalho no XII
> encontro, em Salvador. Desde então, participei de todos ou quase todos os
> eventos como membro dos comitês científicos de entre uma e três áreas.
> Apresentei trabalho ainda no XIV Encontro, em Porto Alegre, em 2003 (o
> último "encontro"); no XVII Congresso, em São Paulo, em 2007; no XIX
> Congresso, em Curitiba, em 2009; e no XX Congresso, em Florianópolis, em
> 2010.
>
> Por que não envio trabalhos para o Congresso desde 2012? Porque desde então
> me parece que o tempo e o dinheiro gastos em apresentações em congressos,
> incluída a elaboração da comunicação, não se justifiquem em vista da
> exiguidade dos tamanhos de texto e apresentação. Não me refiro
> exclusivamente aos congressos da Anppom, mas a congressos de modo geral.
>
> Já se observou que a Anppom abrange uma diversidade enorme de sub-áreas. Se
> isso é positivo do ponto de vista da representatividade, não o é
> necessariamente do ponto de vista de quem participa de um congresso. Creio
> que, se mantivermos essa diversidade (e de outro modo a Anppom deixaria de
> ser a Anppom) será desejável que as sub-áreas sejam divididas de modo mais
> racional e representadas por um número mais equilibrado de trabalhos.
>
> Quanto à questão da atuação política (no sentido amplo), também acho
> relevante que a entidade se posicione, como tantas outras o têm feito,
> inclusive a própria Anppom. O fato de sermos uma associação tão
> diversificada com integrantes com diferentes posições não deveria ser um
> problema, pois há diferentes maneiras de realizarmos votações.
>
> Creio que a sugestão de Flávia, a do trabalho de base com orientandos e
> alunos, seja das mais pertinentes e simples de implementar.
> Carlos Palombini – 17/09 11:13
>
> Desculpem o parcelamento dessa (auto)avaliação em duas mensagens. Me ocorre
> que pode ser interessante desenvolver dois pontos. Primeiro, de minha
> experiência de 16 anos como membro de comitês científicos dos Congressos,
> me fica a impressão de que haja a preocupação de dar vazão à produção dos
> PPGMs e assim justificar-lhes a existência e a da própria Anppom. Essa
> preocupação me parece supérflua visto que hoje boa parte dos PPGMs organiza
> eventos que podem cumprir essa função. Depois, a organização das áreas
> obedece critérios mistos, que incluem metodologias e referências teóricas;
> objetos de estudos; nem um nem outro; os dois. Se o Congresso deseja manter
> sua abrangência, me parece desejável que as sub-áreas se organizem em
> termos mais amplos a fim de evitar a fragmentação e dúvidas dos
> participantes quanto a se propõem seus trabalhos para esta ou aquela
> sub-área. Assim, por exemplo, musicologia pode (e a meu ver deve) ser
> entendida em sentido aberto, e não como musicologia histórica. No limite,
> ela pode abarcar musicologia histórica, teoria da música, análise musical,
> crítica, estética e etnomusicologia. Sei perfeitamente que ao dizê-lo
> provoco *frissons* nos ímpetos identitários dos representantes de cada uma
> dessas áreas, mas como conceber um congresso que inclua sub-comitês e
> sessões para cada uma delas mais sonologia, educação musical, musicoterapia
> e música e interfaces, de 1 a X? Isso é possível, mas, em meu entendimento,
> a combinação de grande número de trabalhos e grande número de sub-áreas
> dilui o congresso enquanto evento científico, pois o que se vai encontrar
> ali é grande número de pessoas de grande número de sub-áreas remotamente
> relacionadas às preocupações de participantes individuais, que tenderão a
> preferir eventos menores e mais especializados nos quais terão maiores
> oportunidades de diálogos relevantes e suas participações serão mais
> valorizadas.
> Carlos Palombini – 17/09 12:41
>
> Para terminar, explicitando o que ficou implícito na mensagem anterior. Me
> parece que a hipertrofia temática dos Congressos gere uma relação de pouco
> comprometimento com os mesmos, com o consequente esvaziamento da
> Associação. Isso, obviamente, é apenas uma hipótese.
> Rodolfo Caesar – 23/09 09:07
>
> Olás,
>
> agradecendo as msgs anteriores sobre o tema ANPPOM, minha sugestões:
> (Agradeço também à diretoria da Anppom por existirmos, e à coordenação do
> congresso na Unicamp pela última edição!)
>
> - envolvimento de estudantes. Talvez pudéssemos pensar em aliviar o
> pagamento de taxas, tanto para graduandos como para pós-. Soube de
> estudantes que não puderam ir a Campinas por falta de recursos, ou que só
> puderam ficar um dia. Não podemos fazê-los pagar pela inadimplência. Os
> congressos da Anppom têm apresentado textos não só de pós-graduados e
> pesquisadores, mas de todos desde que passem pelos pareceres, o que é muito
> bom não só para estudantes, mas para provocar experientes acomodados. Para
> que isso continue, seria interessante desonerar os estudantes. (Aproveito
> para comunicar à administração da lista que muitos (ou todos os) estudantes
> inscritos recentemente não estão recebendo as msgs.)
>
> - política. Sou a favor de menos timidez. Gostaria de ser/ter sido
> representado em inúmeras ocasiões nesses últimos anos. (Fora os sindicatos
> da UFRJ, a ANPPOM é minha única associação de classe.) Não me refiro apenas
> a esse tempo mais atual e mais problemático. Por exemplo, compareci uma vez
> a um GT de políticas públicas, cujo texto de conclusão, contundente, teria
> tido algum sentido se fosse publicado para além dos limites da prestação
> final no congresso em que se realizou. Sabemos que não vai ser um documento
> nosso que conseguirá remover as gentes no poder, garantir eleições,
> constituição, etc. E, se fossemos listar as desgraças atuais, esse trabalho
> seria interminável. Mas poderíamos ter sido mais presentes em casos em que
> nosso fazer e pensar está diretamente relacionado, tais como o feminicídio
> da nossa colega Mayara, os cortes nas verbas de fomento, o desmanche da
> UERJ, a publicação de declarações racistas de um 'maestro' em órgão de
> imprensa, etc. Acredito que a sensação de pertencimento a uma associação
> politicamente expressiva poderia até estimular a redução da inadimplência.
>
> - setorização: concordo totalmente com o Palombini no que se refere às
> sub-áreas. Acho que, nesses tempos de dinâmica acelerada entre disciplinas,
> linhas de pesquisa e interseções, precisamos prestar mais atenção à
> formação de 'representatividades' verticais em detrimento de interesses
> horizontais. É uma questão super-complexa, mas que não deve ser ignorada
> por esse motivo.
>   Carlos Palombini – 23/09 12:04
>
> Concordo com todas as suas sugestões, Rodolfo. E teria mais uma: a de que a
> participação na lista não dependesse de filiação. A lista da American
> Musicological Society funciona desse modo, embora, diferentemente de nossa,
> seja moderada e obedeça a um protocolo comparativamente estrito de normas.
> Desse modo, ela acaba por tornar-se menos um fórum da associação que uma
> plataforma de troca de informações entre especialistas em diferentes
> assuntos e interessados em geral. Abraço, Carlos
> Sergio Abdalla Saad Filho – 23/09 13:45
>
> olá!
>
> meu nome é Sérgio Abdalla e estou acompanhando com interesse essa
> discussão. envio este só para dizer que atualmente não sou filiado à ANPPOM
> (chequei a lista no site para ter certeza de não estar mentindo) mas mesmo
> assim recebo e posso enviar para essa lista. acho que o último ponto do
> Palombini, se entendi bem, já está resolvido!
>
>
> Beatriz Macedo – 24/09 20:15
>
> Concordo com as opiniões dos companheiros aqui, e digo que também não pude
> comparecer por motivos financeiros. Também por falta de tempo não tenho
> participado do fórum de discussões. Confesso que participava mais aqui da
> lista. Talvez desoneração dos estudantes ajude, de fato, nesta crise.
>
>
> Eliana Maria de Almeida Monteiro da Silva– 26/09 07:38
>
> Concordo totalmente com o professor Rodolfo, e agradeço por mencionar o
> feminicídio de nossa colega Mayara Amaral. Também quero lembrar que uma
> associação não é feita de opiniões homogêneas e que debates e conflitos
> fazem parte, portanto, seria desejável que as e os participantes não
> pedissem para ser retiradas (os) da lista cada vez que as opiniões não lhes
> agradem. É destas discussões que saem ideias maduras - e pessoas também.
>
> --
>
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>
> ________________________________________
> anppom-l em listas.unicamp.br
> Lista de Discussão dos Associados da ANPPOM - Associação Nacional de
> Pesquisa e Pós-Graduação em Música
> https://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>
> Conforme deliberado na Assembleia Geral realizada em 24 de agosto de 2016,
> das 17 às 19 horas, no Auditório da Fundação de Apoio e Desenvolvimento da
> Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, B. Horizonte – Não são
> veiculadas nesta lista mensagens contendo ANEXOS.
>
________________________________________
anppom-l em listas.unicamp.br
Lista de Discussão dos Associados da ANPPOM - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música
https://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l

Conforme deliberado na Assembleia Geral realizada em 24 de agosto de 2016, das 17 às 19 horas, no Auditório da Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, B. Horizonte – Não são veiculadas nesta lista mensagens contendo ANEXOS.



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