[ANPPOM-Lista] CHAMADA DE TRABALHOS - Revista ORFEU - Dossiê MÚSICAS DE BORDA (v.10, n.2, 2025)
Guilherme Sauerbronn
guisauer em gmail.com
Sexta Dezembro 20 13:46:29 -03 2024
Prezadas e prezados colegas,
*A Revista ORFEU <https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu> anuncia o
lançamento da chamada de trabalhos para o Dossiê: Músicas de Borda –
Propostas para pensar a noção de centro e a periferia no campo da música
contemporânea na academia
<https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/announcement>, coordenado pelos
editores convidados Daniel Quaranta
<https://www.unirio.br/cla/ivl/corpo-docente/daniel-quaranta-1> (UNIRIO) e
Flora Holderbaum <https://nusom.eca.usp.br/flora> (UDESC).*
*Submissões até 30 de março de 2025.*
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Convidamos pesquisadores/as e compositores/as a submeterem artigos para o
nosso próximo dossiê, intitulado Músicas de Borda. Com o objetivo de criar
um campo de pesquisa que mapeie e reflita sobre a produção de música
experimental e eletroacústica latino-americana, e assim construir um acervo
de bibliografias e materiais fonográficos disponíveis para as
universidades, pretende-se promover uma integração regional e congregar
visões e propostas artísticas que contribuam para reconstruir o olhar e a
escuta sobre essas produções. Nesse sentido, esse dossiê forma parte de uma
série de atividades que o grupo de pesquisa “Música Contemporâneas de
Bordas. Formas de habitar o tempo no sul global” vem desenvolvendo através
da publicação do livro “Seminários Dispersos em Criação Musical. Primeiras
Conversas” (apoio Faperj, edital editoração 2023) e publicado em 2024.
O conceito de "borda" abrange o concreto, o simbólico e o social. Pensar em
termos de borda em sua dupla acepção é considerar a fronteira que é,
evidentemente, uma borda, uma linha ou um muro que delimita e separa duas
coisas. Mas "borda" também funciona no sentido metafórico do termo, ou
seja, como algo que está, de alguma forma, afastado do centro. Veiculado
como uma zona de indefinição, que pode ser tanto geográfica e física quanto
simbólica, o ato de estar na borda é também estar em um lugar de potencial
"desbordamento" ou transbordamento, de contágio, travessia e fronteira. A
dimensão simbólica e histórica, assim como as condições materiais para
sustentar certa estabilidade e senso comum, costumam estar atravessadas por
algum tipo de disputa. As invasões começam pelas bordas e pelas fronteiras,
mas também os intercâmbios e as conexões. “Come-se pelas bordas” e a pele é
a borda de contato com o outro. O lado de cá ou o lado de lá de uma borda
está definido pela dinâmica de encontros, identificações e intercâmbios
expressados; no caso da música, naquilo que chamamos de “cena”. Uma borda
nos define no sentido de lugar e ao mesmo tempo nos limita, mas, também nos
contém. É aquilo que não é facilmente identificado e por diversas formas, é
invisível e inaudível, todavia, se revela pelo contraste com o centro
momentâneo, o modelo padrão e hegemônico. É algo que corta e separa
territórios, línguas, pessoas e ideias, é também, limite de um tecido, de
um bordado, algo que se afinca no concreto e no simbólico.
Contornar a borda de uma pesquisa na composição experimental e
eletroacústica na América Latina é tornar visíveis e audíveis compositoras
e compositores em programas de concertos, bases de dados de pesquisa e
currículos acadêmicos. Nesse sentido, o dossiê busca articular um
transbordamento da realidade atual de escassez de repertório e referências
históricas nesse campo, destacando a necessidade de sistematização e
visibilidade dessas produções para incluir outras narrativas e enunciações
nos espaços acadêmicos e culturais. A proposta também enfatiza o papel de
intercâmbios culturais e a valorização da diversidade, enfrentando
disparidades de gênero e representação.
Este dossiê é um convite para repensar a noção de borda no mapeamento da
produção musical experimental e eletroacústica no Brasil inserido em uma
trama complexa de pensamento Latino-americano, propondo uma cartografia
musical e acadêmica que inclua vozes e narrativas até então relegadas.
Convidamos, então, autores e autoras a refletir sobre a criação de redes de
colaboração, a promoção de espaços de formação, a valorização da produção
artística na nossa região, através dos estudos de caso, cartografias,
entrevistas com artistas, que busquem problematizar a criação e a análise
musical neste campo e como a possibilidade de enunciação das minorias se
manifestam as estruturas universitárias e culturais.
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*Diretrizes para autores(as)*
*Além de artigos originais, incentiva-se também a submissão de traduções de
textos-chave nas temáticas delineadas, desde que sejam providenciadas as
devidas autorizações de publicação.
Os trabalhos devem ter entre 6.000 e 12.000 palavras, incluindo título,
resumo, palavras-chave e referências. Podem ser escritos em inglês,
espanhol ou em português. As diretrizes para autores estão disponíveis no
seguinte link:
https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/about/submissions
Pesquisadoras e pesquisadores não devem citar seus próprios nomes nos
documentos enviados. Os trabalhos submetidos serão avaliados por
pareceristas ad-hoc e a versão final do documento deverá seguir as
orientações e comentários sugeridos no processo de revisão.
Data final para submissão de trabalhos ao Dossiê: 30 de março de 2025
Profa. Dra. Teresa Mateiro
Prof. Dr. Guilherme Sauerbronn de Barros
Editores da Revista ORFEU
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