[Dicasdeiluminacao-l] Expressão ou Impressão? De quem é a razão?

Valmir Perez valmirperez em gmail.com
Dom Abr 27 08:37:08 BRT 2008


Prezado (a) assinante, bom dia,

Segue abaixo texto onde discuto a iluminção e seus paralelos com os
movimentos impressionista e expressionista na pintura. Este texto foi
originalmente publicado na Revista Lume
Arquitetura<http://www.lumearquitetura.com.br/>n. 31 - especial de 5
anos.
Um abraço,



*Expressão ou impressão? **De quem é a razão?*


Arte – palavra de significado controverso que sugere inúmeras polêmicas e
discussões. Para uns, a arte é a aptidão de aplicar habilidades e
conhecimentos na materialização de idéias. Para outros, apenas uma atividade
do espírito humano sem sentido prático, ou ainda o conjunto de técnicas,
regras e preceitos para a realização de uma atividade criativa.


O que significa esse termo para nós humanos que o utilizamos nas mais
variadas atividades quando queremos exprimir, por exemplo, níveis e estados
tecnológicos, tais como quando dizemos que o estado da arte dos aparelhos e
equipamentos de cirurgia intra-uterina ainda não permitem determinadas
intervenções? Ou quando dizemos que fulano de tal é um artista no que faz,
ou que tal automóvel, equipamento, etc. são uma obra de arte? Nesses casos,
não estamos subjetivamente sugerindo que a arte é a culminância da ciência e
da técnica em determinada área do conhecimento?


Pois, se é assim, se essa palavrinha de quatro letras significa tudo isso,
não seria então óbvio supor que seu estudo se fizesse necessário desde a
infância? Que se aprendêssemos suas nuances, seus mistérios e suas técnicas
desde a tenra idade não estaríamos mais preparados para enfrentar o mundo,
uma profissão, uma carreira? Não seríamos mais livres no pensar e no agir?


E por que o estudo das artes na maioria das escolas brasileiras, sejam elas
públicas ou particulares, é tão tímido, tão sem sal? Será que ainda não nos
demos conta da importância da velha e sempre nova arte? Pois se grande parte
da nossa evolução como seres humanos depende de como nossos sentidos
visuais, táteis, auditivos, etc. apreendem o mundo, não estaria faltando
alguma coisa em nossa educação? Em nossa formação?


*A arte, para os artistas da luz*


E para nós, que somos artistas da luz, o que significa essa palavra, esse
conceito, essa coisa meio indefinida que preenche nossas vidas, atinge nosso
humor alegrando nossos dias, que nos faz pensar sobre nossas existências de
maneira mais profunda, que nos deixa impacientes, pensativos, lívidos,
lacrimejantes e às vezes revoltados; o que ela nos diz, por que ela nos
interessaria?


Penso que se nos interessássemos pela arte e por tudo o que ela pode
"significar", provavelmente nossa razão e intuição se fortaleceriam, pois
sairíamos de um estado de passividade em relação aos acontecimentos, de um
sono profundo que às vezes nos deixa entorpecidos, sem reação contra os
absurdos da vida e da história. Sentiríamos a vida de outra forma, com mais
amplitude e profundidade. Vivemos no mundo e, na maioria das vezes, não
questionamos nem como as coisas são, nem por que são e muito menos para onde
vão. Uma vida voltada ao ter e muito pouco ao "ser".


Ao contrário do que muitos imaginam – e imaginam exatamente porque imaginam
sem conhecer o que estão imaginando – o conhecimento e o envolvimento com a
arte não transformam seres humanos em românticos babões. Essa visão
distorcida é apenas um resquício do romantismo ingênuo que passou por aqui
na época de nossos tataravôs.


No século XIX, a elite brasileira importava cultura européia, que chegando
aqui se distorcia, aportando num país que acabara de sair do status de
colônia e de apenas subserviência. A arte é muito mais abrangente, muito
mais elevada do que apenas versos simplórios de amor platônico, que imagens
bucólicas de casinhas de fazenda e que retratos de déspotas do poder.


*Os movimentos artísticos e a evolução do pensamento humano*


A arte é uma alavanca, uma ferramenta imensa de progresso. Uma alavanca que
movimenta o peso da velharia, do que está mofado, abrindo portas, inclusive
para que a ciência possa entrar num ambiente mais arejado - ou alguém duvida
que a liberdade que temos hoje em nosso comportamento, vestimenta, vida
sexual, etc. não foi conseqüência do movimento *Hyppie* das décadas de 60 e
70, que surgiu impulsionado pela música, que é uma forma de expressão e
arte?


Falando sobre movimentos que balançam os espíritos e os fazem acordar de
eras antigas, podemos pensar a iluminação como arte, pensar que ela também
pode ser um instrumento de reflexão, assim como a arquitetura, que em
determinados momentos históricos também contribuiu para que a letargia fosse
dispersa, para que o mundo respirasse a acordasse em espaços novos, mais
confortáveis, mais humanos.


Para falar sobre esse assunto, penso que primeiramente seria interessante
entender que os movimentos na história da arte se apresentam com
características senoidais; ondas que ora batem em praias de liberdade, ora
em praias de escravidão, ora caem na escuridão da inquisição medieval, ora
renascem trazendo de volta valores humanos. Ora a arte é engajada,
politicamente atuante, ora tímida, alienada, suntuosa por fora e vazia por
dentro.


Para dar maior embasamento, gostaria de situar os leitores num momento
histórico das artes bastante decisivo, cuja relevância e reflexos sentimos
até o momento. Época de grandes rupturas, em que as regras clássicas já não
satisfaziam espíritos mais lúcidos. Estou falando dos movimentos que se
iniciaram em fins do século XIX e início do século XX na Europa.


Dentre esses movimentos, dois deles se destacam por nos fazer perceber que a
liberdade que encontramos na arte é única, e que, mesmo aparentemente
opostas em suas visões e sentidos, grandes idéias sempre se complementam.
Estou falando dos movimentos impressionista e expressionista.


Em uma rápida análise das características desses dois movimentos artísticos,
podemos idealizar ao menos um pouco o que mentes e corações brilhantes
desvendaram, desmitificaram e criaram para a posteridade. O que nos legaram
e o que podemos fazer com esse legado para transcender por vez, o nosso
tempo.


*Um de um jeito, outro de outro*


O que chamamos de Expressionismo é a arte alemã de fins do Século XIX e
início do século XX. Seus dois maiores centros foram os Fauves (feras) na
França e o alemão Die Brücke (a ponte). Os dois movimentos iniciaram suas
atividades por volta de 1905 e acabaram por determinar a força que
impulsionaria o Cubismo na França, por volta de 1908 e a corrente Der Blue
Reiter (O cavaleiro azul), na Alemanha de 1911.


A corrente expressionista na arte pictórica surge como resposta de alguns
artistas de cunho mais romântico ao movimento impressionista. O
Expressionismo é a antítese do Impressionismo. A expressão é um movimento
que vai do interior para o exterior; no Expressionismo o artista imprime sua
emoção nos objetos, na criação. Já no Impressionismo o artista se vê
absorvido pelo mundo externo, os objetos se imprimem em sua consciência e,
por conseguinte, em sua obra. O artista se abre para receber as impressões
externas e aplicá-las em sua arte.


Para melhor entendimento poderíamos acrescentar que, no *Impressionismo*, o
artista se coloca numa posição passiva, de puro espectador passivo, o que
sugere uma atitude mais sensitiva. Por outro lado, o artista expressionista
quer deixar a sua marca no mundo, suas emoções transbordam em sua criação e
os objetos ficam carregados com a sua vida interior.


A atitude expressionista é volitiva, chega às raias da agressividade, é a
imposição do artista sobre o mundo que o rodeia. Interessante notar que
mesmo que o artista receba passivamente a realidade (*Impressionismo*) ou se
coloque em choque contra ele através de reações ativas, cujo movimento é
centrífugo (*Expressionismo*), essas duas correntes de pensamento e criação
se baseiam na realidade do mundo. São correntes essencialmente realistas. A
possibilidade simbolista é excluída.


O sonho e as visões oníricas não são, de maneira alguma, objetos de atenção
e discussão, nem do artista que passivamente se deixa envolver pela
realidade externa e nem por aqueles que assumem a responsabilidade de
influenciar o externo através de suas ações criativas. Nas palavras de ARGAN
1<http://docs.google.com/RawDocContents?docID=d92s45g_533dgqct5fp&justBody=false&revision=_latest&timestamp=1209296112106&editMode=true&strip=true#sdfootnote1sym>
:


*"O Expressionismo se põe como antítese do Impressionismo, mas o pressupõe:
ambos são movimentos Realistas, que exigem a dedicação total do artista à
questão da realidade, mesmo que o primeiro a resolva no plano do
conhecimento e o segundo no plano da ação. Excluí-se, porém, a hipótese
Simbolista de uma realidade para além dos limites da experiência humana,
transcendente, passível apenas de ser vislumbrada no símbolo ou imaginada no
sonho. Assim se esboça daí uma arte engajada, que tende a incidir
profundamente sobre a situação histórica, e uma arte de evasão, que se
considera alheia e superior a história. Somente a primeira (a tendência
Expressionista) coloca o problema da relação concreta com a sociedade e,
portanto da comunicação; a segunda (a tendência Simbolista) o exclui,
coloca-se como hermética ou subordinada à comunicação, ao conhecimento de um
código (justamente o símbolo) pertencente a poucos iniciados."*


Estudando mais especificamente a técnica e ideal dos impressionistas,
percebemos que existia a busca pela captação do momento fugaz da natureza da
luz sobre as formas, sobre os objetos, numa tentativa de recriar a
"impressão" causada pelas luzes e reflexos captados pelos seus sentidos
visuais. Pintavam diretamente sobre a tela branca, utilizando na maioria das
vezes uma paleta de cores puras, através de pinceladas justapostas, criando
alterações da cor percebidas como segundos e terceiros cromatismos.


Numa tentativa de fazer um paralelo entre a pintura e uma obra de iluminação
impressionistas podemos supor que o iluminador terá que observar as luzes e
reflexos da luz na natureza e nos objetos e recriar suas impressões dessa
luz e reflexos na tridimensionalidade, através de fontes, equipamentos,
filtros etc. artificiais, mas misturando matizes, formas, alterando ângulos
de incidência, intensidade, luminosa, etc. Isso, embora seja apenas uma
suposição e não uma regra, pode servir como um exemplo aproximado da
técnica.


Já os expressionistas, cuja arte se deixa levar pelos reflexos instintivos,
buscavam a subjetividade dramática, a explosão dos sentimentos através da
deformação das formas, da utilização de cores irreais e agressivas, numa
tentativa de dar "forma" aos medos, à solidão, à miséria humana, aos vícios.
Em alguns casos, como o de Gauguin e algumas obras de Van Gogh, fazer
transbordar a intensidade da natureza selvagem, dos instintos animais e dos
povos primitivos. Na iluminação poderíamos, numa tentativa de exprimir esses
ideais, usar os recursos artificiais projetando imagens distorcidas, com
cores extremamente saturadas e inconvenientes, criando efeitos dramáticos e
"misteriosos" através das sombras, etc.


Esses exemplos (e eles são isso mesmo: apenas exemplos e idéias
particulares) não podem ser levados ao status de regra, mas servem apenas
para criar na mente do leitor imagens aproximadas desses conceitos.


*E eu com isso?*


Mas o que isso tem a ver com a gente? Que interesse têm os designers de
iluminação se os expressionistas botam a boca no trombone, e através de suas
criações exprimem suas emoções latentes, seja através do jogo de contraste
entre luzes e sombras, cores ousadas, deformando objetos e seres, enfim,
colocando pra fora os sentimentos mais profundos, a alma em movimento nas
obras?


E o que importa se, por outro lado, os impressionistas, esses cientistas da
física e da cognição, esperam horas e horas até que a luz ideal encontre
suas telas, misturando tintas "vivas" para enganar os olhos de quem vê o
conjunto, pintando várias vezes o mesmo tema, em horas, dias, estações e
anos diferentes, apenas para perceber e se impressionar com a luz?


Podem ter certeza que temos muito a ver com isso! Em nossas obras, expressas
através das intensidades das luzes, cores, sombras, das deformações sobre
espaços e objetos e tudo o mais que a iluminação "fabrica" com suas
intervenções, criamos mundos que sensibilizam. Idéias subjetivas que se
concretizam.


Sabendo disso, conhecendo os mecanismos, a mecânica, os princípios dessas
técnicas, podemos movimentar essas forças emocionais, essas energias
inteligentes, esses turbilhões de sentidos. Isso nos torna, também,
responsáveis pelas interações com o nosso tempo, com a história presente e
futura. Nesse caso, nossa responsabilidade aumenta, pois, podem ter certeza,
não existe arte que não seja engajada, que não participe e não sobreviva de
alguma crença.


Mesmo aqueles artistas que se dizem totalmente livres, e, de forma alguma
engajados, já estão aí engajados numa forma de pensar e de agir. Em algumas
épocas iremos encontrar artistas que pensavam dessa forma, e que achavam que
sua arte estava acima de qualquer coisa que fosse mundana. Esses artistas
contribuíram enormemente para a decadência moral e ética dos povos, por
simplesmente pensar que a arte está sempre acima do bem e do mal.


*Que negócio é esse de arte engajada?*


Geralmente, quando se fala sobre arte engajada, já vem à mente das pessoas a
idéia de que "artista engajado" é aquele que levanta a bandeira de uma idéia
política e começa a pintar cartazes de propaganda, freqüentar reuniões às
escondidas e falar mal do governo, qualquer que seja ele. Não é nada disso!
Isso é outro preconceito que nasceu em algum ponto atrás, na história, e faz
os mais reticentes fugirem da discussão. Pior ainda, faz gente inteligente
se tornar avessa à atividade de pensar seu tempo, sua história e seu futuro.


Mas e daí? - questionarão alguns - o que é que eu posso fazer se meu
trabalho como designer de iluminação é apenas criar beleza, conforto; é
apenas criar luzes que irão iluminar os palcos, as exposições, as lojas e
shoppings? Isso é um engano! Não criamos apenas beleza e conforto, como
criamos também consciência estética, de harmonia, de respeito humano,
ecológica em seu sentido mais abrangente; criamos e somos mesmo responsáveis
por criar e contribuir na criação de espaços e ambientes mais humanos, de
beleza estética em teatros, em espaços públicos.


Somos também responsáveis pelos recursos que nos são colocados à disposição,
principalmente quando são recursos públicos, pertencentes ao conjunto da
sociedade. Somos responsáveis se nos deixarmos corromper por esse dinheiro
ou se nos tornarmos os que corrompem.

Na atualidade, onde os artistas da luz encontram o materialismo e o
mercantilismo fortemente enraizados no dia a dia, acentuados pela visão do
ganho pelo ganho, a pressão para um engajamento maior contra os absurdos da
vida é muito vigorosa, mas não impossível de ser dissipada, pois a sutileza
pode ser a nossa arma, nossa saída. A arte pode ser a saída. Nosso
posicionamento ético é a melhor saída.


Pressões sociais, econômicas, políticas sempre existiram e ainda são muitas.
Artistas de verdade sempre foram aqueles que, de alguma forma, quebraram
algemas. Essas algemas possuem formas diferenciadas, dependendo da época e
dos lugares elas podem ser políticas, religiosas, de preconceito estético,
de preconceito racial, de preconceito econômico etc. Artistas de verdade
sempre souberam nesses momentos de crise avaliar a importância de seus
trabalhos. Dizer "sim" e "não" com a cabeça erguida, com a consciência à
frente de seu tempo, com os olhos num futuro mais grandioso.


Impressionistas, como Monet, Renoir, Manet, Pisarro, Courbet;
expressionistas, como Van Gogh, Edvard Munch, Gauguin e muitos outros,
contribuíram fortemente para que hoje pudéssemos praticar a arte, qualquer
arte, de forma mais livre. Esses homens, esses artistas, em suas épocas,
tiveram que arrebentar as algemas que os mantinham e às sociedades, presas
ao passado, aos preconceitos.


Seria injusto afirmar que os artistas impressionistas, cujas obras estavam
mais focadas em problemas visuais e cognitivos, não estavam engajados, não
lutavam contra essas pressões. Da mesma forma seria também injusto afirmar
que expressionistas estavam mais preocupados com seus próprios problemas
emocionais do que com os de suas sociedades.


Eram artistas engajados, que acreditavam que a arte clássica já não bastava
para elevar os espíritos humanos, impulsioná-los a um futuro luminoso, mais
livre. Lutaram por vezes batalhas terríveis, com perdas financeiras,
familiares, passando por humilhações e muitas vezes vilipendiados por mentes
contrárias à evolução dos povos.


*O artista moderno*


O engajamento do artista não está circunscrito apenas ao que ele defende
como arte, mas ao que ele defende e acredita como direito à vida, à
evolução, à busca de sociedades mais justas, como respeito a si mesmo. O
artista contemporâneo, o artista da luz, da arquitetura, da pintura, ou
seja, de qualquer arte, não deve pensar em engajamento apenas como questão
de princípio ético, mas acima de tudo, e urgentemente, como questão de
sobrevivência.


Fica fácil perceber que pela nossa própria insanidade, pela nossa própria
ganância, pela nossa própria preguiça e desrespeito à natureza, estamos
contribuindo seriamente para a destruição do planeta. Somos uma espécie
ameaçada. Nossa maior ameaça é a nossa covardia em pensar que tudo pode ser
resolvido sem a nossa participação.


Mas são nesses tempos de crise que as oportunidades de crescimento pessoal e
humano são mais abundantes. Os poemas mais belos foram escritos à luz das
velas, no silêncio da pobreza. As mais lindas histórias de amor acontecem em
momentos de despedida e o heroísmo aflora aos sons ensurdecedores dos
bombardeios aéreos.


Artistas de verdade não se deixam intimidar pelas situações, pelos riscos.
Impressionistas e expressionistas somos todos nós, basta estar vivo, atuar
no mundo, acreditar que o futuro nos pertence e que não está pronto, mas
sendo construído diariamente por nossas próprias escolhas.



 1<http://docs.google.com/RawDocContents?docID=d92s45g_533dgqct5fp&justBody=false&revision=_latest&timestamp=1209296112106&editMode=true&strip=true#sdfootnote1anc>ARGAN,
GIULIO C. Arte Moderna. São Paulo: Editora Schwarks Ltda, 2002. p.
229.


-- 
Valmir Perez
Lighting Designer
Laboratório de Iluminação
Unicamp
www.iar.unicamp.br/lab/luz
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