[ANPPOM-L] RES: Adeus, querida Anna Stella

jamannis jamannis em uol.com.br
Seg Fev 2 16:18:25 BRST 2009


Colegas,

 

É com muita tristeza que recebo essa noticia. Tenho um carinho especial por
Anna Stella e por Philippot graças a quem segui definitivamente pelos
caminhos da música desde o final da década de 1970. Devo muito do que
aprendi e do que sou hoje a essas duas pessoas incríveis e quero prestar
minha homenagem e expressar toda a gratidão pelo que fizeram, não somente
por mim, mas também por muitas outras pessoas.

 

Complemento a informação divulgada pela agencia noticiosa: a Faculdade de
Música citada em São Bernardo do Campo é o Instituto de Artes do Planalto,
da UNESP. Sou da primeira turma do IAP e acompanhei pessoalmente tudo o que
fizeram e o esforço que dedicaram a esse projeto.

 

A cidade de Campinas prestou-lhe homenagem na terça-feira 07 de agosto de
2001 pela Câmara Municipal, por proposta de Romeu Santini e por ação de
Henrique Lian.

Por ocasião da homenagem, Fernando Lopes dedicou à Anna Stella a execução
dos Estudos de Chopin op. 10 e 25 no Centro de Convivência Cultural – Sala
Luiz Otávio Burnier.

 

Abaixo nota divulgada pela Agencia Estado.

 

J. A. Mannis 

 

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Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009

Morre pianista Anna Stella Schic 

Publicado em 02.02.2009

 

Agência Estado

 

Anna Stella Schic, a grande pianista brasileira, morreu ontem em Nice, na
França, com 83 anos. O anúncio foi feito por sua filha, Sandra Lechartre,
que não revelou a causa da morte. Anna Stella vivia na França desde 1971 e
era viúva do compositor francês Michel Philippot, que morreu em 1996.

 

Desde a morte do marido, Anna Stella havia deixado de tocar, informou a
filha. Grande intérprete da obra de Villa-Lobos e uma das mais destacadas
pianistas brasileiras do século 20, herdeira da tradição de Guiomar Novaes e
Magda Tagliaferro, Anna Stella passou a maior parte da carreira radicada em
Paris, desde que, nos anos 30, mudou-se para a França com uma bolsa de
estudos patrocinada pelo governo Vargas. Em 1994, em entrevista ao Grupo
Estado, desabafou: “Fui esquecida no Brasil. Talvez, seja minha culpa, mas o
País me esqueceu.”

 

O fato, no entanto, é que sua trajetória jamais se apartou da música
brasileira, em especial à produção de Villa-Lobos. “Ele foi um homem
profundamente intuitivo e de grande sensibilidade ao som e à melodia”, disse
sobre o compositor.

 

A importância de sua dedicação à obra de Villa-Lobos é múltipla - e, de
certa forma, histórica. Foi ela a responsável, por exemplo, pela estreia
mundial de seu Concerto para piano e orquestra nº 2. Além disso, estudou a
quase totalidade das peças para piano do autor ao seu lado, registrando suas
intenções no livro Villa-Lobos: o índio branco, lançado primeiro na França
e, mais tarde, traduzido para o português.

 

Nos anos 1970, um projeto monumental – após inúmeras viagens e pesquisas em
acervos particulares e públicos, reuniu e gravou na França toda a obra do
autor para o instrumento.Em 1981, o pacote ganhou edição brasileira pelo
selo Eldorado.

 

Resumir sua carreira a Villa-Lobos, porém, não seria justo. Em uma
trajetória marcada por estudos na França e na Rússia e por apresentações ao
lado de grandes orquestras mundo afora, Anna Stella desenvolveu um gosto
especial pela pesquisa. E, nesse sentido, trabalhou incansavelmente para
reabilitar dois autores, Scarlatti e Mendelssohn. Uma espécie de síntese de
seu trabalho pode ser encontrada no CD lançado no ano 2000, dentro da série
Grandes pianistas brasileiros – nele, interpreta, de Villa-Lobos, trechos do
Guia prático volume, além de Alma brasileira e Ciclo brasileiro, e, de
Mendelssohn, oferece uma interpretação tocante da Sonata nº 1. Anna Stella
havia deixado pedido que seu corpo fosse cremado e suas cinzas trazidas para
Campinas, sua cidade natal. 

 

Postado por Carlos Eduardo Amaral às 02:34   

Marcadores: Caderno C, Jornal do Commercio

 

De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br]
Em nome de Jorge Antunes
Enviada em: domingo, 1 de fevereiro de 2009 20:43
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Assunto: [ANPPOM-L] Adeus, querida Anna Stella

 

PARIS, 1 Fev 2009 (AFP) - A pianista brasileira Anna Stella Schic, que
gravou toda a obra de Heitor Villa Lobos, faleceu na madrugada deste domingo
em Nice, no sudeste da França, aos 83 anos, anunciou sua filha, Sandra
Lechartre.

"Ela vivia na França desde 1971", disse Lechartre à AFP, lembrando que Anna
Stella Schic fundou no início dos anos 80 uma faculdade de música em São
Bernardo, no estado de São Paulo.

Nascida em Campinas, Anna Stella Schic deu seu primeiro recital aos seis
anos de idade. Estudou no Brasil com José Kliass, aluno de Martin Kraus, um
dos mais famosos discípulos de Liszt, e trabalhou em seguida com a pianista
francesa Marguerite Long em Paris.

Era casada com o compositor francês Michel Philippot, morto em 1996.

Segundo sua filha, Anna Stella Schic parou de tocar piano logo após a morte
do marido.

Além de professora respeitada, foi também responsável pela primeira audição
no Brasil de obras de Pierre Boulez e da execução de obras de Villa-Lobos e
de diversos compositores brasileiros do século 20 na Europa e nos Estados
Unidos.

Deu aulas na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e na
Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Pelas atividades de intérprete, recebeu medalhas e condecorações, entre elas
a Ordem do Ipiranga, a Ordem do Mérito de Brasília e a Ordem Nacional das
Artes e Letras.

Em 1983, ganhou o prêmio de melhor realização discográfica pela gravação
integral da obra ao piano de Villa-Lobos.

Gravou, também, ao piano, George Gershwin, além dos Prelúdios e Fugas de
Mendelssohn, e obras de Michel Philippot.

A pianista - autora do livro "Villa-Lobos"- era sucessora de Valdemar de
Oliveira na cadeira 26 da Academia Brasileira de Música.

Fonte: Agência France Press

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