[ANPPOM-Lista] VIII ENCONTRO DE MUSICOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

Marcos Camara de Castro mcamara em usp.br
Seg Mar 18 10:19:41 -03 2019


Bom dia,

Agradecemos a diculgação:

*VIII ENCONTRO DE MUSICOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO*

*Dias 22 (Qui) e 23 (Sex) de Agosto de 2019*

*LOCAL*: Departamento de Música da FFCLRP (bloco 34 e Tulha)

*APOIO*: FAPESP, Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, Pró-reitoria de
Pesquisa, Pró-reitoria de Pós-Graduação

*PROMOÇÃO*: Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão da Universidade de São Paulo

*Comissão Organizadora*: Marcos Câmara de Castro (USP/presidente) Cássia
Carrascoza (USP), Fernando Corvisier (USP)

*A MÚSICA E AS ARTES NA UNIVERSIDADE: PUBLISH OR PERISH?*

*Keynote speakers: Aloysio Fagerlande (UFRJ) e John Rink (Cambridge)*

*A música na universidade não pode deixar de ser música, arte. O erro é
achar que só a pesquisa garante a condição acadêmica da música. A
composição e a performance são atividades acadêmicas não menos importantes.
O mestrado do DM FFCLRP, em implantação, será profissional porque
priorizará a atividade artística profissional. A música na USP desde o
Olivier Toni foi pensada no modelo da *Hochschule* alemã cujo modelo
preconiza uma avaliação pelo ensino e pela atividade artística
prioritariamente. O que não exclui que haja também atividade de pesquisa.
Mas de modo algum deve haver uma hierarquia, colocando a pesquisa acima da
atividade artística. Há que ser arte e/ou pesquisa. Uma faculdade de música
só de "pesquisadores" e sem artistas será de pouca utilidade para a
sociedade.*

*Existe uma diferença fundamental entre o científico e o musical, que é a
reprodutibilidade das experiências e dos resultados cuja experiência única
e irrepetível extrapola a ação canônica do experimento científico. A
criação científica constrói uma teoria que é o resultado de um novo invento
e, por conseguinte pode ser refutada por outra nova descoberta. A criação
artística (não científica) não é uma teoria nem produz uma nova descoberta
em sua essência estética, portanto, não pode ser contestada por uma nova
descoberta. A diferença essencial entre as criações científicas e
artísticas é que as primeiras resultam em teorias que são o resultado de
novas formulações e que podem ser refutadas, enquanto as criações não
científicas não são teorias, logo não podem ser refutadas.*

*A atividade artística e o artista não são absolutamente dispensáveis. E
essa discussão é eminentemente política na universidade. Cientificismo
(entendido aqui como uma falsa Ciência) é uma capa exteriormente revestida
de argumentos pseudocientíficos cuja única função é manter uma argumentação
incontestável, de maneira a manipular e se manter no poder. Os argumentos
parecem ciência, mas não são. Talvez os verdadeiros cientistas da filosofia
passem pelos mesmos problemas que passamos. Na Psicologia os problemas são
os mesmos. A meta poderia ser juntar forças em todos os departamentos.*

*Serão recebidas propostas de comunicação que discutam as questões do
argumento acima e que narrem experiências de produções artístico-acadêmicas
dentro dessa perspectiva.*

*Prof. Dr. Marcos Câmara de Castro*

*Organizador do VIII EMRP*

*ALOYSIO FAGERLANDE, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO*

*A Pós-Graduação Profissional em Música: um novo (velho) caminho para a
performance musical no Brasil e suas possibilidades de pesquisa*

Newton Sucupira já salientava a necessária dupla modalidade que a
pós-graduação haveria de ter no Brasil, tanto acadêmica como profissional:
“de um lado a instrução científica e humanista para servir de base a
qualquer ramo, e doutra parte teria por fim a formação profissional”.
Sucupira concluía em seu parecer histórico: “o Mestrado tanto pode ser de
pesquisa como profissional” (BRASIL apud FAGERLANDE, 1965, p.5).

A partir de 1990, a política oficial da CAPES foi de estimular a expansão
da pós-graduação profissional, e os Planos Nacionais de Pós-Graduação
(PNPGs) começam “a atribuir cada vez mais valor a uma Pós-Graduação com
outras ênfases além da formação para a pesquisa acadêmico-científica”
(ROBATTO apud FAGERLANDE, 2015, p. 101).

No caso especifico de nossa Área,

[...] esta variedade de formatos se adequa bem à realidade do mundo de
trabalho em Artes, que, se entendido em sua pluralidade, vai abarcar uma
ampla variedade de abordagens às práticas e produtos artísticos, incluindo
os seus processos de produção, gerenciamento, difusão e transmissão de
conhecimentos. (ROBATTO, 2015, p.104)



Borgdorff  “discorre sobre a transformação das práticas artísticas em
pesquisa artística, e a consequente modificação da academia em um local que
também proporcione espaço para formas não discursivas de conhecimento,
métodos de pesquisa não tradicionais, além de novos formatos de
apresentação e publicação.” (FAGERLANDE, 2018).

As duas possibilidades mais aderentes, no caso da pós-graduação
profissional, seriam as que Borgdorff define como Pesquisa para as
artes (*Research
for the arts*) e Pesquisa nas artes (*Research in the Arts*).

Essa abordagem adequa-se inteiramente às propostas dos atuais mestrados
profissionais em Artes, notadamente em Música. A primeira reflete
claramente a produção de métodos, sites, processos e procedimentos. A
segunda, poderá estar presente na descrição do desenvolvimento de uma
prática artística, em que o autor/artista se envolve com a obra de arte por
ele produzida, gerando uma pesquisa artística.

Pretendemos apresentar alguns trabalhos finais produzidos no Programa de
Pós-graduação Profissional em Música-PROMUS /UFRJ, como novas (e velhas)
possibilidades de pesquisa na Área em nosso país.

*Aloysio Fagerlande* – Doutor em Música com tese sobre Villa-Lobos (UniRio,
2008), realizou curso de aperfeiçoamento (*Cours de Perfectionnement*) na
classe de Gilbert Audin no Conservatoire National de Region de
Rueil-Malmaison, França, obtendo o “Prix de Virtuosité” (1986-1987). Como
camerista e integrante do Quinteto Villa-Lobos já se apresentou nas
principais salas de concerto do Brasil, América do Sul, Europa, África e
Oriente Médio, além de ter registrado em CDs grande parte da produção
camerística brasileira para fagote, com destaque para a obra de câmara para
sopros de Heitor Villa-Lobos e de Francisco Mignone. Como professor já
ministrou oficinas e aulas em diversos Festivais e Cursos no Brasil,
América do Sul e Europa. Professor associado de fagote da Escola de Música
da UFRJ, integra o Programa de Pós-graduação em Música (PPGM)-UFRJ além do
Programa de Pós-graduação Profissional em Música-PROMUS/UFRJ, sendo
atualmente seu Coordenador. Desde 2018 é secretário-executivo do Fórum
Nacional dos Programas Profissionais- FOPROF.



*JOHN RINK, UNIVERSITY OF CAMBRIDGE*

*Entre teoria e prática: estudos sobre performance musical e/como pesquisa
artística*

Desde 2000, a quantidade de trabalho realizado no campo dos estudos de
performance musical cresceu exponencialmente, graças à pesquisa realizada
pelo CHARM (www.charm.rhul.ac.uk) e pelo CMPCP (www.cmpcp.ac.uk), além de
 outras empresas individuais e coletivas. Permanece, no entanto,
considerável potencial para desenvolver a “musicologia da performance” com
que essas iniciativas são comprometidas, sobretudo buscando uma maior
aproximação com o campo da pesquisa artística, que se desenvolveu
rapidamente em paralelo. Este artigo oferecerá uma avaliação retrospectiva
do que os estudos de desempenho musical e a pesquisa artística alcançaram
nas últimas duas décadas, o que eles pretendem fazer e para quem, e para
onde podem ir no futuro, seja em conjunto ou separadamente. Ao fazê-lo,
responderei às conclusões problemáticas apresentadas por Ian Pace num
recente artigo de revisão "O novo estado dos estudos da performance" (Music
& Letters, 2017), considerando tanto as disputas e argumentos territoriais
que têm uma impacto limitado sobre comunidades mais amplas de artistas ou
ouvintes (como Pace gostaria que fosse) e, em contraste, os impactos
positivamente retumbantes que eu acredito que o trabalho nessas áreas teve.
Consideração será então dada ao que os estudos de performance musical e a
pesquisa artística oferecem aos próprios performers em termos de percepção
teórica por um lado e inspiração artística por outro.

*Between practice and theory: musical performance studies and/as artistic
research*

*Since 2000 the amount of work undertaken in the field of musical
performance studies has grown exponentially, thanks to the research carried
out by CHARM (www.charm.rhul.ac.uk <http://www.charm.rhul.ac.uk>) and CMPCP
(www.cmpcp.ac.uk <http://www.cmpcp.ac.uk>) along with other individual and
collective enterprises. There nevertheless remains considerable potential
to develop the 'musicology of performance' to which these initiatives have
been committed, not least by seeking greater rapprochement with the field
of artistic research, which has rapidly developed in parallel. This paper
will offer a retrospective assessment of what both musical performance
studies and artistic research have achieved over the past two decades, what
they aim to do and for whom, and where they might head in the future,
whether in conjunction or separately. In doing so, I will respond to the
problematic conclusions advanced by Ian Pace in a recent review-article
'The new state of play in performance studies' (Music & Letters, 2017) by
considering both 'the territorial disputes and arguments that have a
limited impact upon wider communities of performers or listeners' (as Pace
would have it) and, in contrast, the resoundingly positive impacts that I
believe the work in these areas has had. Consideration will thus be given
to what musical performance studies and artistic research offer performers
themselves in terms of theoretical insight on the one hand and artistic
inspiration on the other.*

*JOHN RINK – *John Rink is Professor of Musical Performance Studies at the
University of Cambridge, Fellow in Music at St John's College, and Director
of Cambridge Digital Humanities and the Cambridge Centre for Musical
Performance Studies. He works in the fields of Chopin studies, performance
studies, music analysis, and digital musicology. He studied at Princeton
University, King's College London, and the University of Cambridge, and he
holds the Concert Recital Diploma and Premier Prix in piano from the
Guildhall School of Music & Drama. The books that he has published with
Cambridge University Press include The Practice of Performance (1995),
Chopin: The Piano Concertos (1997), Musical Performance (2002) and
Annotated Catalogue of Chopin's First Editions (with Christophe Grabowski;
2010); the last of these received the Oldman Prize in 2011 and the Duckles
Award in 2012. John Rink is General Editor of a series of five books on
musical performance which Oxford University Press published in 2017, one of
which he co-edited (Musicians in the Making: Pathways to Creative
Performance). He is also Editor in Chief of The Complete Chopin – A New
Critical Edition (Edition Peters, London), in addition to directing the
Online Chopin Variorum Edition and Chopin's First Editions Online (
www.chopinonline.ac.uk). He also directed the AHRC Research Centre for
Musical Performance as Creative Practice (CMPCP; www.cmpcp.ac.uk) from 2009
to 2015. He performs regularly as a pianist and lecture-recitalist, with a
specialist interest in Pleyel pianos.

*CHAMADA DE PROPOSTAS DE COMUNICAÇÕES*

Esta chamada de trabalhos destina-se a pesquisadores de Iniciação
Científica e equivalentes, mestrandos, doutorandos e professores
universitários das mais diversas disciplinas. As propostas de comunicações
deverão discutir e/ou narrar experiências de pesquisas artísticas no âmbito
acadêmico, questões teóricas e métodos. São bem-vindas propostas nacionais
e internacionais, inclusive numa perspectiva comparativa.

As propostas deverão ser enviadas até o dia 10 de julho de 2019, para
mcamara em usp.br , com cópia para ccbomfim em uol.com.br  e corvisier em usp.br  e
deverão conter:

- Autor (es/as)

- Título

- Afiliação/ Instituição

- Disciplina

- Endereço

- e-mail

-Título da Comunicação

 -Sumário (entre 3000 e 4000 caracteres com espaços)

- Palavras-chave

- Referências bibliográficas

*Respostas, após avaliação cega por pares serão divulgadas em 31 de julho.*

-- 
Prof. Dr. Marcos Câmara de Castro
Chefe do Departamento de Música
Editor-Gerente da Revista da Tulha
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo
(16) 33150102
http://orcid.org/0000-0002-3059-9144
http://portal.ffclrp.usp.br/pagpessoal/
http://lattes.cnpq.br/8866596468646798
http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4094693495303397
http://www.revistas.usp.br/revistadatulha
<http://www.revistas.usp.br/revistadatulha>
http://sites.ffclrp.usp.br/napcipem/


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