[ANPPOM-Lista] Relatório - Profa. Martha Ulhôa - Comitê de Assessoramento CNPq

Presidência ANPPOM presidencia em anppom.org.br
Terça Fevereiro 27 10:29:54 -03 2024


Olá, Damián,
Obrigado pelos comentários e pelos dados.
Vamos aprofundar esse debate nos Fóruns de Pesquisa e no Congresso em
Salvador.
Abraços,
Luis


Em dom., 25 de fev. de 2024 às 11:25, Dr. K <musicoyargentino em gmail.com>
escreveu:

> Cara Martha, caro Luis e colegas da Anppom,
>
> Primeiro, obrigado pelo levantamento e compartilhamento dos dados. Isso
> ajuda muito a entender os motivos da ausência de apoio à pesquisa nas
> regiões periféricas.
>
> É um bom momento para tentar melhorar a política de apoio à pesquisa em
> música. Galvão é um cientista competente e é um gestor sério. Artes foi
> sempre preterida. Acredito que cabe chamar a atenção para o fato que
> concorremos permanentemente sem paridade de critérios nos editais. Não falo
> paridade com medicina, biologia ou física, seria utópico, mas pelo menos
> dentro das humanidades.
>
> Sobre a Capes não vou comentar pq a atuação no incentivo à fixação de
> doutores da área de Artes na região Norte é, digamos, mínima. O CNPq vem
> apoiando o trabalho de grupos de pesquisa em áreas periféricas e está
> acordando para a realidade de que a Amazônia tb forma parte do Brasil.
>
> Vão alguns números para situar o argumento.
> > Com 84,8 milhões de habitantes, a Região Sudeste se manteve como a mais
> populosa. O total de habitantes equivale a 41,8% da população do país. Na
> sequência estão o Nordeste (26,9%), Sul (14,7%) e o Norte (8,5%). A região
> menos populosa é a Centro-Oeste, com 16,3 milhões de habitantes ou 8,02% da
> população do país.
>
> Se o critério de disponibilidade de vagas fosse a população de cada região,
> a distribuição ficaria +ou- assim.
>
> NO e CO: 3+ e 3+. NE: 12. Sul: 6. SE: 16.
>
> A realidade é muito diferente! Essa é a média aproximada dos últimos 5
> anos.
>
> NO: tende a 1. CO: tende a 0. NE: 6. Sul: 8. SE: 20.
>
> A situação nas regiões NO e CO é absurda. A defasagem é acima de 75% em
> relação à população. E o mais grave é que a diferença é qualitativa: aqui
> no NO e no CO temos nada ou quase nada, não o mínimo de 4 bolsas PQ
> indicado pela quantidade de população. E essa não é uma situação
> temporária. Ela persiste nos últimos 15 anos.
>
> Outra região brutalmente prejudicada é o Nordeste. O impacto é de 50%.
> Nesse caso pelo menos é atendido o mínimo. Mas se fosse adotada uma
> política de equilíbrio entre regiões, NE deveria superar o número de bolsas
> da região Sul e não o oposto, como foi nos últimos 5 anos.
>
> Mas o grande inchaço está na região Sudeste. E aqui a falta de critério é
> pior pq não leva em conta a existência de agências de fomento fortes como a
> Fapesp, Faperj e Fapemig. Cada uma delas tem seus programas de apoio
> específico, que incluem bolsas para os pesquisadores e que em alguns casos
> são muito mais abrangentes do que o apoio do CNPq. Por que o CNPq não tem
> convênios com essas agências para que elas atendam a demanda local e
> liberem o orçamento do CNPq para apoiar regiões que realmente precisam de
> incentivo?
>
> E nesse contexto, pergunto. Por que não existe nenhum critério de incentivo
> ao trabalho realizado nas universidades periféricas? Por que de um total de
> 40 vagas PQ, a média das regiões NO e CO foi 1 ou 0? Não vou entrar na
> análise da distribuição dos níveis, que é ainda pior. Aqui no Norte houve
> zero bolsas nível 1 nas últimas duas décadas. Mantendo os critérios atuais,
> a perspectiva é que essa situação continue nas próximas duas décadas.
>
> Abraços,
> Damián
>
> PS Marcos: vc ficou intrigado com meu comentário sobre o edital Amazônia. O
> que coloquei acima, também se aplica a esse caso, critérios arbitrários que
> não contemplam nem as carências nem a produção das universidades
> periféricas.
>
> Ref:
>
> https://anppom.org.br/2024/02/16/relatorio-da-profa-martha-tupinamba-de-ulhoa-sobre-atuacao-da-representacao-de-area-no-comite-de-assessoramento-artes-ciencia-da-informacao-e-comunicacao-do-cnpq/
> ________________________________________
> anppom-l em listas.unicamp.br
> Lista de Discussão dos Associados da ANPPOM - Associação Nacional de
> Pesquisa e Pós-Graduação em Música
> https://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>
> Conforme deliberado na Assembleia Geral da ANPPOM realizada em Belo
> Horizonte, em 24/08/2016, esta lista é moderada e não veicula mensagens
> contendo ANEXOS.
>


-- 
*Dr. Luis Ricardo Silva Queiroz*
- Presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música
(ANPPOM)
- President of the National Society for Research and Graduate Programs in
Music - Brazil (ANPPOM)
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