RES: [ANPPOM-L] PIERCINGS versus BATINAS
Mauricio Alves Loureiro
loureiro.mauricio em oi.com.br
Seg Dez 18 10:37:29 BRST 2006
Pessoal,
Mesmo tendo sido grande fã do rock dos tempos do woodstock, não tenho
prestado muita atenção no rock dos últimos anos. Portanto, me desculpem a
ingenuidade quanto ao rock de hoje, mas não é a quinta justa o intervalo
mais usado neste tipo de musica? (às vezes o único que a gente ouve no
baixo...). Não é meio complicado prometer a um cara que não sabe o que é uma
quinta justa, que ele poderá se tornar um roqueiro em 2 anos?
Abraços
Mauricio
-----Mensagem original-----
De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br]
Em nome de Farlley Jorge Derze
Enviada em: domingo, 17 de dezembro de 2006 23:49
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Assunto: [ANPPOM-L] PIERCINGS versus BATINAS
Prezado Silvio, permita-me compartilhar de sua crítica. Eu não veria com
tanto
espanto a expressão "produtor de rock", se formos capazes de admitir que a
expressão "Cursos de Música" nos Editais de Vestibulares de nossas
universidades brasileiras é bastante inapropriado, porque os jovens que se
interessam por um "Curso de Música" não sabem que se trata de uma formação
em
música centro-européia, a começar pelo critério de avaliação dos candidatos
(provas de habilidades específicas), em que se exige o conhecimento da
teoria
musical (quinta justa, solfejo, etc.). Vejo mais propriedade na
expressão "Produtor de Rock" caso o curso não esteja voltado a
aplicar "delays", "flangers", "chorurs", "drop-ecos", "cross
delay", "randerização de PAN", naqueles instrumentos de pele típicos do
universo do samba, pagode, forró e Cia. Imagino que o Curso esteja se
predispondo a lidar com o aparato de tecnologia e de nomenlcatura da qual se
valem aqueles que navegam nos acordes do Rock. Diferentemente da
nomenclatura
inapropriada que jaz nos Editais de nossas universidades que prometem um
"Curso
de Música". Seria mais justo, academicamente falando, que os editais se
restringissem à formacao que efetivamente nossas universidades
oferecem "Faculdade de Música Erudita e Européia". Há anos vejo currículos
produzindo pianistas "românticos, clássicos e impressionistas", assim como
os "cantores", e tantos outros instrumentistas. Se eles vão por brincos a
partir do terceiro trimestre (como mencionado pelo professor Jorge Antunes),
não nos caberia tanto espanto: cada música parece ter seu ritual e sua
idumentária, bastando dar uma olhada ao redor: vejamos como se veste um
maestro
brasileiro e sus orquestra. Nada contra, ok ! Mesmo sob 42 graus de Rio de
Janeiro; vejamos como se vestiam os patriarcas do Canto Gregoriano ! Nada
contra. Falar sobre como se portam ou como se vestem músicos é no mínimo
imprudente. Daqui a pouco será possível criticar os longos cabelos do
professor
Jorge Antunes como não condizentes com a música que ele aprendeu a gostar.
Deixemos os piercings, brincos, lantejolas e batinas para celebrar cada qual
sua ocasião, não importa se hoje ou a partir do terceiro semestre da Novo
Curso
de Produtor de Rock. Ou a idéia é continuar iludindo os jovens brasileiros
de
que nas universidades brasileiras se dá um Curso de Longa Duração de Música?
O
fato inconteste e objetivo é: quem desejar ingressar na "Faculdade de
Música"
já precisa ser Músico (vide teste de habilidade específica). Ou seja, a
rigor,
nao é um Curso de Formação, mas de Controle do status quo ! Felizmente o
Curso
de Medicina não exige que seus candidatos dê um talho no couro de um bode,
por
exemplo, para saber se possui habilidades específicas para no futuro cortar
com
precisao um músculo, transplantar um rim, suturar veias e outras
microparafernálias do tecido anatômico dos mamíferos. Tais habilidades sao
FORMADAS durante o Curso e durante a prática ao longo da vida profissional,
mas
nada que exija uma habilidade manual anterior e repetitiva como uma escala
diatonica, um solfejo tonal, condições para ingressar no "Curso de Música"
(entre aspas mesmo). Eu gostaria imensamente que inúmeros cursos de
produtores
e outras FORMAÇÕES, que abdiquem do conforto de receber cérebros pré-
selecionados pela "habilidade específica", se multiplicassem no Brasil e
vencessem a resistência que alguns acadêmicos oferecem a tudo que escape ao
latifúndio intelectual que se buscar preservar e perpetuar,
confortavelmente,
já que o desafio de FORMAR um músico parece ser maior que o de formar um
cirurgião. Claro que são matérias de natureza diferentes: formar um médico é
bem mais simples, sequer necessita de habilidades específicas, pois toda
anatomia do "homo sapiens" é igual; diferente é a anatomia do "homo
academicus".
Farlley Derze
agora é q a porca torce o rabo.
>pq não um curso de produtor de samba?
>pq não um curso de produtor de pagode, ou de forró, ou de xaxado?
>produtor de música caipira e sertaneja?
>concordo com curso de produtor, mas pq definir a
>música específica...pra atrair público???
>pq um profissional em rock e não em outro tipo de música qualquer?
>cheira a ocasião.
>o curso é rapidinho né...dois anos, e com isto
>espera-se o q mesmo? "ouvidos apurado com senso
>estético"...? da estética de hegel ou kant ou
>estética marxista?????
>
>silvio
>
>
>>O curso de Formação de Produtores e Músicos de
>>Rock caiu nas graças do Brasil inteiro. A equipe
>>do Jornal Hoje, da Rede Globo, esteve na
>>universidade no sábado de vestibular (2/12) e
>>fez gravações externas com o coordenador, o
>>músico Frank Jorge.
>>
>>O papel do músico na sociedade e as opções de
>>inserção no mundo profissional mudaram muito. E
>>para melhor. Através de novos recursos de mídia,
>>ampliação do mercado de trabalho e novas
>>estratégias de marketing, o músico pode e deve
>>ser visto como um profissional completo. Um
>>misto da imagem já conhecida de instrumentista,
>>compositor e arranjador, com habilidades até
>>então ignoradas pelo universo acadêmico, como
>>operador de softwares de áudio, produtor de
>>discos e crítico musical.
>>
>>Entendendo essa nova realidade, a Unisinos está
>>lançando o curso de Formação de Músicos e
>>Produtores de Rock. A intenção é formar um
>>profissional para a área da música que tenha
>>capacidade de gerenciar sua própria carreira,
>>que saiba discorrer sobre a história do rock com
>>apurado senso estético, relacionar-se
>>fluentemente com os meios de comunicação e
>>utilizar adequadamente as ferramentas
>>tecnológicas e a internet. Enfim, que ele seja
>>capaz de incutir nas pessoas um novo
>>entendimento do papel do músico hoje em dia.
>>
>>As aulas acontecem de segunda à quarta, das 14h
>>às 16h45. Porém, nas segundas e terças, as aulas
>>ocorrem das 17h30 às 20h30. O curso tem duração
>>de dois anos e meio (1.660 horas-aula).
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