[ANPPOM-L] prova específica eliminada 2

Yo Argentino musicoyargentino em hotmail.com
Ter Out 2 16:26:47 BRT 2007


Caros membros da lista,

Gostaria agradecer a todos os colegas e amigos que se manifestaram em 
relação a eliminação da prova específica. A grande maioria foi favorável a 
prova. Um único membro se posicionou contra (acho que valeria a pena que ele 
fizesse a sua colocação para a lista).

O colega Edilson Rocha solicitou alguns esclarecimentos em relação a nossa 
situação aqui no Acre. Então, vamos lá:

>Naturalmente que a entrada de alunos "não iniciados" trará alguns problemas 
>que precisarão ser solucionados, com algum esforço certamente. Os membros 
>da Câmara tem conciência dos possíveis desdobramentos da medida?

A reunião da Câmara de Ensino na qual foi decidida a eliminação da prova de 
música não teve nenhum representante da nossa área para defender a posição 
do Colegiado de Música. Os conselheiros da nossa área foram convocados 
depois da data da reunião. Nenhum membro da Câmara presente na reunião tem 
formação musical. O processo do dia 6/10/2006 no qual o colegiado solicita a 
inclusão da prova prática no vestibular (os candidatos da UFAC só fazem 
prova escrita) nunca foi apreciado pela Câmara. Resumindo, os membros da 
Câmara não podem ter consciência dos desdobramentos da medida já que eles 
não atuam no curso de música da UFAC.

>A universidade pretende ofertar alguma cadeira específica para o ensino da 
>linguagem musical ou coisa que o valha, a fim de transformar o licenciando 
>em um músico antes de tudo, com o devido embasamento teórico?

O Colegiado de Música recentemente concluiu a reformulação do Projeto 
Pedagógico do curso. Para nós, na UFAC, seria muito interessante conhecer a 
opinião dos colegas em relação a esta proposta. Mesmo antes de entrar nessa 
discussão, acho que a pergunta do Edilson já contém a resposta: “transformar 
o licenciando em um músico antes de tudo”. Essa é a filosofia da nossa 
proposta, o professor de música é simplesmente um músico com formação 
pedagógica. Isto é, o aluno precisa saber ler, escrever, reger, tocar e 
compor.

>Foi lembrado o fato da possível grande evasão neste caso?

A evasão é um fato. A primeira turma da UFAC fez uma prova escrita que não 
excluiu praticamente nenhum dos 500 candidatos. Esse erro foi corrigido no 
segundo vestibular, no entanto, este é o saldo: “O resultado do ingresso de 
analfabetos musicais no curso de música pode ser avaliado pela proporção 
entre desistentes leigos e alunos com aproveitamento. 100% dos analfabetos 
musicais que ingressaram na primeira turma do curso não compareceram as 
aulas, trancaram a sua matrícula ou desistiram. Em contrapartida, os alunos 
com formação musical tiveram um bom desempenho, inclusive dando a sua 
contribuição nos eventos artísticos da universidade e no trabalho de 
formação de platéia no Colégio de Aplicação, assim como desenvolvendo e 
participando de projetos de educação musical.” (Colegiado de Música).

>O curso será estendido?

Não. O curso tem 3200 horas/aula.

>Existem cursos de extensão ofertados pela universidade voltados para a 
>preparação de candidatos para a prova de habilidade específica no nível em 
>que o professorado considera suficiente?

O Curso de Música da UFAC tem dois professores efetivos. Levando em conta 
que existem duas turmas e que cada uma cursa 7 ou 8 disciplinas por 
semestre, é só fazer as contas... Os nossos três projetos de extensão estão 
voltados para áreas carentes na cidade de Rio Branco: tecnologia musical e 
música de câmara.

>Existem bandas, fanfarras e outros grupos privados ou não que estejam 
>preparando estes futuros alunos?

Sem dúvida. “O Colégio de Aplicação da UFAC oferece a disciplina música há 
sete anos, a escola Villa-Lobos vem formando pianistas há mais de 2 
décadas.O Estado oferece cursos de música na Usina de Artes e no Centro 
Comunitário Tucumã (gratuitos). A Ong Musicalizar já atendeu mais de 1000 
alunos em cursos de formação básica em seus projetos sociais. Duas bandas 
militares na cidade de Rio Branco têm mais de 50 anos de existência. A 
Orquestra Filarmônica do Acre tem mais de 10 anos de atuação, e existem 
aproximadamente 70 fanfarras nas escolas do estado (onde os participantes 
recebem aulas de iniciação musical).” (Colegiado de Música).

>A procura pela licenciatura em música é grande ou apresenta declínio ao 
>longo dos anos?

“Não é por ausência de candidatos à profissão de professor de música que a 
prova não possa ser realizada, já que é exatamente para esta imensa 
clientela - o público alvo do curso, formado na dúzia de instituições 
públicas e privadas que oferecem cursos de iniciação musical  - que a mesma 
deve ser mantida e ampliada passando a incluir uma parte escrita (teoria 
musical), uma perceptiva (história da música) e uma prática (instrumento). A 
proporção de candidatos por vaga (sete no último vestibular), é uma das mais 
altas do Brasil” (Colegiado de Música).

>O que é que a UFAC espera entregar à sociedade em se tratando de 
>licenciados em música? E o que é que a sociedade acreana (a primeira 
>beneficiada pela universidade) espera receber?

Aqui, caro Edilson, você coloca o dedo na ferida. Existem dois projetos 
claramente delineados: a proposta do Colegiado de Música (que você vai poder 
apreciar através do Projeto Pedagógico do curso) e a proposta de um grupo 
vinculado a dois grandes departamentos. Cito de forma literal a postura 
deste último, “precisamos derrubar o curso de música”. Acho que não preciso 
dar mais detalhes.

Agradeço mais uma vez as informações valiosíssimas e as manifestações de 
apoio dos colegas. Mandarei um resumo dos resultados após a reunião do 
Conselho Universitário.

Um abraço para todos,

Dr. Damián Keller
Coordenador, Curso de Música
Universidade Federal do Acre

Chair, Division of Music
Federal University of Acre
http://ccrma.stanford.edu/~dkeller

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