[ANPPOM-L] Fim do exame de aptidão no Acre

Vanda Freire vandafreire em yahoo.com.br
Qui Out 4 17:15:44 BRT 2007


Prezados Colegas
   
  Observo, com satisfação, o aprofundamento da questão inicial - haver ou não THE no Vestibular.
   
  Em reuniões com a Comissão de Vestibular da UFRJ, tive a informação de que, legalmente, só se pode cobrar no vestibular os conteúdos ministrados no Ensino Básico.
   
  Como Música não está nesse caso, a "solução" tem sido a de avaliar a "habilidade específica" ou "aptidão", que, sem dúvida, são conceitos superados, e que remetem àqueles de "talento" e outros similares.
  O que se comentava , na comissão, é que facilmente seria derrubável na Justiça a exigência dessa prova.
   
  Nosso problema maior reside, muito provavelmente, na quase ausência da Música no Ensino Básico, ou a existência de aulas que em nada contribuem para a formação dos alunos, pois são, frequentemente ministradas por professores sem o devido preparo musical e pedagógico.
   
  Recentemente, estive conversando na Escola de Música com uma professora do Texas, e ela comentou que na cidade dela todas as escolas têm orquestras, de forma que o aluno já chega à Universidade com uma trajetória musical.
   
  A solução que a UFGO e outras adotaram, estabelecendo uma prova específica, parece um caminho mais adequado, mas que não supre os outros problemas que estão relacionados à questão.
  .
  De qualquer forma, acho muito bom que estejamos tendo a oportunidade de focalizar, de forma ampla, um tema que interessa, sem dúvida, a todos nós, e, para o qual, creio que a ANPPOM e a ABEM sejam instâncias importantes.
   
  Abraços,
  Vanda Freire
   
  

Rubens Ricciardi <rrrr em usp.br> escreveu:
  grande Silvio Ferraz,

muito bom tudo isso, de pleno acordo em quase tudo, exceto quanto ao talento 
para áreas como musicologia, pois musicólogo que não transite com talento 
pelas práticas interpretativas e pelos problemas dos processos criativos 
talvez não consiga exercer seu ofício de pesquisador com a devida 
competência em sua plenitude - pois será sempre tão-somente um diletante com 
algum conhecimento técnico,

em todos os casos, por sorte, já consta em nosso manual pela FUVEST-USP o 
título "Prova Específica em Música", realmente muito melhor para todos...

abraços do Rubens Ricciardi


----- Original Message ----- 
From: "silvio" 
To: 
Sent: Thursday, October 04, 2007 2:49 PM
Subject: Re: [ANPPOM-L] Fim do exame de aptidão no Acre


importantíssima esta mensagem do Ney, pois ela
traz esta questão importante da terminologia
empregada em nossas provas com sua sugestão
acertada da "prova de conhecimentos específicos"
ao invés da "prova de aptidão".

talvez a anppom pudesse englobar um debate quanto
à um uso integrado do termo "prova específica"
nos vertibulares retirando de pauta o velho
"aptidão".

este debate é importante pois o curso superior de
música não deve ser confundido com a extensão do
conservatório.

a área de música se subdivide em diversas práticas.
em algumas delas é indispensável os alunos terem
um conhecimento não só teórico-conceitual mas
também o domínio relativo de um instrumento
musical (o que também dependerá da equação
vagas/concorrentes/necessidades
departamentais/grau de aptidão do professor).

com os cursos universitários temos modalidades de
sub-sub-áreas que vão além da prática musical:
musicologia, educação musical, sonologia, música
e tecnologia talvez esta exigência possa ser
reavaliada e circunscrita a uma ou outra de
nossas práticas.

quanto ao coeficiente candidatos/vagas, existe um
quadro real ao qual devemos nos alinhar, e provas
com muitas exigências de "talento" e "aptidão"
podem simplesmente fechar cursos por falta de
alunos ou afastar bons alunos para áreas de
educação, musicologia, sonologia, música e
tecnologia, apenas por exigências oitocentistas.

vale dizer que com as tecnologias digitais muita
coisa mudou e a própria prática musical e seu
quadro conceitual mudou.

abs
silvio ferraz



>Caro Damián,
>
>Fui coordenador do curso de graduação em música da UNICAMP por cinco anos
>(1999-2004) e conheço vários cursos
>universitários de música no Brasil. Volta e
>meia ouço essa história de retirar a prova de aptidão do vestibular. Em 
>parte
>isso é resultado da precária formação artística do brasileiro, que acaba 
>tendo
>reflexos mesmo entre aqueles que compõe nossa elite intelectual, caso dos
>professores universitários.
>Talvez o problema resida no termo "aptidão", que
>muitos entendem como "talento"
>ou "facilidade". Isso é um equívoco tremendo. No
>caso dos cursos universitários
>de música a prova de aptidão é, na verdade, uma prova de conhecimento
>específico. É isso que a maioria dos que defendem a sua retirada não 
>consegue
>perceber. É senso comum que o ingressante em um curso de medicina deve 
>possuir
>conhecimentos na área de biologia, assim como o candidato a uma vaga em 
>física
>deve conhecer matemática. Em nenhum momento se faz uma proposta para que
>biologia, ou matemática sejam retiradas do vestibular.
>O que é necessário mostrar para os dirigentes de nossas universidades é que 
>a
>prova de aptidão para música equivale à prova de biologia para medicina ou 
>a
>prova de matemática para a física. Não sendo a música parte do currículo
>regular do ensino médio, ela não entra como prova no conjunto regular do
>vestibular. Portanto, é necessário que ela seja feita em separado, ou seja, 
>na
>assim chamada "aptidão". É um nome equivocada. Deveríamos dizer 
>simplesmente:
>prova de música.
>Dada a atual situação desse país e encarando-a
>em uma perspectiva histórica, não
>acredito que nada de significativo ocorra nos
>próximos cinquenta anos no sentido
>de tornar este um país mais justo, mais educado
>e mais culto. Mas, quem sabe um
>dia, quando a formação musical e artística se
>tornar parte do currículo regular
>do ensino médio e fundamental, a música possa ser parte do conjunto de 
>provas
>regulares do vestibular, um conhecimento exigido
>para os candidatos de todos os
>cursos.
>Boa sorte em sua empreitanda contra a limitação intelectual universitária.
>Felicidades.
>
>NEY CARRASCO
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