[ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas Universidades?

eduardo luedy eluedy em yahoo.com
Sex Out 12 08:37:03 BRT 2007


Hugo e demais colegas interessados neste debate,

Bem, primeiramente para Hugo. Gostaria de dizer que
apesar de poucos na lista estejam se pronunciando,
nada nos garante que outros tantos não estejam
acompanhando o que escrevemos aqui - ainda que de
maneira silenciosa, com maior ou menor interesse.
Lembro de quando participava ativamente da lista do
prof. Manuel Veiga. Os debates lá pegavam fogo também,
mas eram uns poucos os que se participavam ativa e
diretamente das conversas.
Outra coisa, Hugo: não acho que o tom de nossas
conversas aqui justifique irritação e consequente
afastamento dos debates. E logo agora?
Acho que temos muito o que aprender, uns com os outros
aqui. De minha parte, sei que tenho feito provocações
ao que chamo de discurso acadêmico em música, mas não
acho que estas devam ser compreendidas apenas como a
proposição de substituição de um cânone por outro.
Pelo contrário, todo o meu esforço tem sido no sentido
de se tentar compreender os efeitos de um determinado
cânone e, mais ainda, os processos envolvidos em sua
"canonização". Enfim, temos muito o que aprednder
aqui.

Abraços a todos e todas,

Eduardo Luedy
--- Hugo Leonardo Ribeiro <hugolribeiro em yahoo.com.br>
wrote:

> Realmente, parece que voltamos uns cem anos. Há
> tempos não lia um discurso
> evolucionista desse...
> Pensar a análise musical somente em seus aspectos
> formais-tecnicistas é
> muito reducionista. É como se descartássemos toda a
> contribuição da
> Etnomusicologia e da New Musicology (altamente
> influenciada pela primeira)
> para a compreensão das experiências musicais. Talvez
> Nicholas Cook tenha
> realmente ficado "biruta" quando escreveu "agora
> somos todos
> (etno)musicólgos".
>
http://www.ictus.ufba.br/index.php/ictus/article/viewFile/110/84
> 
> ********
> Será que vocês acham que sou um garotinho revoltado
> com essas disciplinas?
> Algo estranho para alguém que se formou em
> Composição na UFBA, e cuja área
> de atuação é justamente as disciplinas de
> contraponto, harmonia e análise.
> Falando em contraponto, quem já deu uma olhada em
> minha edição do Gradus ad
> Parnassum em português (quem sabe até o final do ano
> eu finalmente tenha a
> paciência de completar a tradução completa...)?
> http://www.hugoribeiro.com.br/textos/fux.pdf
> 
> Para não falar em minha tese de doutorado em
> etnomusicologia (sob orientação
> de Manuel Veiga), recheada de análise musical
> tradicional, sem a qual não
> conseguiria entender a música das bandas estudadas.
> Mas, obviamente, como
> todo bom etnomusicólogo, meu olhar analítico não se
> restringiu somente aos
> aspectos sonoros...
> http://www.hugoribeiro.com.br/textos/tese_crua.pdf
> 
> ******
> Nunca disse que não gostava de contraponto ou
> harmonia. O que eu questionei
> é se essas disciplinas devem fazer parte do
> currículo obrigatório de todos
> que pretendam um curso superior em música?
> 
> Durante esse encontro da ABEM teve um momento que
> pudemos discutir um pouco
> sobre a importância em se definir quais as teorias
> sobre música que estão
> subjacentes aos currículos dos cursos de graduação e
> música no Brasil. Ou
> seja, quais as bases epistemológicas sobre as quais
> definimos qual o
> conhecimento musical deve ser exigido como o mínimo
> para se reconhecer
> determinado músico como merecedor de um diploma de
> graduado em música. Digo
> dessa forma porque, atualmente, existe um conjunto
> de disciplinas centrais
> que são consideradas como condição "sine qua non"
> para qualquer um que
> deseje se formar em música. Seja ele um compositor,
> regente, violinista ou
> educador musical. Refletir sobre essas bases
> epistemológicas é importante
> para se definir o que e como avaliar. E mais ainda,
> voltando para o assunto
> que gerou toda essa discussão, definir qual o
> conhecimento que deve ser
> exigido numa prova de conhecimento específico de
> música.
> 
> Mas o que é triste mesmo, é constatar que alguns
> profissionais se recusam a
> refletir sobre suas práticas e quais as teorias que
> as orientam, preferindo
> não se envolver nos processos de reformulação
> curricular, ou mesmo na
> produção de conhecimento acadêmico sobre sua área de
> atuação. Lembro-me de
> um concurso que participei há pouco tempo atrás, no
> qual um dos candidatos
> havia nos dito (aos demais candidatos), pouco antes
> da divulgação do
> resultado, que compositor não tem que escrever
> artigos, não tem que ir para
> congresso, não tem que se envolver em questões
> pedagógicas. Compositor tem
> que compor. E que uma tese de doutorado de um
> compositor deveria ser somente
> uma composição e pronto. E olha que ele havia
> acabado de retornar de um
> doutorado nos E.U.A.
> 
> São profissionais como esses que acabam
> transformando nossas graduações em
> música em conservatórios musicais...
> 
> *******
> Interessante também como, em uma lista tão grande,
> tal assunto só desperte
> interesse de quatro pessoas (2x2). Talvez seja hora
> de eu me abster. Talvez
> Luedy faça o mesmo. Não estou afim de representar
> uma bandeira tão
> controversa, mesmo que seja somente pelo prazer de
> exercitar a retórica, e
> sofrer as consequências sozinho. Afinal, quem é esse
> tal de Hugo, de
> Sergipe?
> Aliás, onde fica Sergipe mesmo? :)
> 
> Um abraço de caranguejo,
> 
> Hugo Ribeiro
> 



       
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