[ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas Universidades?

eduardo luedy eluedy em yahoo.com
Sex Out 12 22:00:30 BRT 2007


Tenho a impressão que o Rubens não está compreendendo
muito bem o por quê de estarmos discutindo
etnocentrismo, repertório canônico (suas práticas e
valores associados) e a necessidade (ou não) de tornar
os currículos em música mais abertos à diversidade
cultural. Também não me parece que o adjetivo
"europeu" tenha sido empregado com conotações
pejorativas ou xenófobas pelo Sandroni.

Eduardo Luedy


--- Rubens Ricciardi <rrrr em usp.br> wrote:

> meus caros...
> 
> onde estamos????
> 
> "contraponto europeu"??? - que bobagem é esta???
> 
> ha, então o futebol (invenção inglesa!) também é
> europeu (aliás, não é o esporte mais popular por lá
> também)????
> 
> nossa senhora, por que será então que eu torço aqui
> pro meu glorioso Comercial de Ribeirão Preto???
> 
> certamente uma postura eurocentrista e com certeza
> politicamente incorreta (estes corinthianos, estes
> flamenguistas, todos uns vendidos à submissão
> eurocêntrica)...
> 
> pois viva a nossa identidade, viva a nossa
> verdadeira cultura, abaixo toda e qualquer forma de
> inteligência estrangeira!!!...
> 
> Rubens Ricciardi
> 
> PS: caro Silvio Ferraz, concordo com vc que o estudo
> dos contrapontos deve ser sempre desenvolvido nos
> contextos das linguages, porisso, já há alguns anos
> venho dando aulas do contraponto da Polifonia Gótica
> em seus primórdios, da Ars Antiqua (em especial
> Perotinus) e da Ars Nova (em especial Machault e
> Landini), até os primeiros polifonistas
> franco-flamengos quando se inicia o Renascimento,
> realmente é muito mais enriquecedor que trabalhar só
> com as 5 espécies do Fux ou com os recursos dos
> contrapontos em meio aos diversos estilos e época do
> sistema tonal...
>   ----- Original Message ----- 
>   From: Carlos Sandroni 
>   To: antunes em unb.br 
>   Cc: anppom-l em iar.unicamp.br ; hugoleo75 em gmail.com 
>   Sent: Friday, October 12, 2007 3:10 PM
>   Subject: Re: [ANPPOM-L]Qual a música que queremos
> em nossas Universidades?
> 
> 
>   Prezado Antunes e demais colegas,
> 
>   Citando:
> 
>   "A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A
> lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem menos
> complexa estruturalmente. 
>   O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes
> dessas lamentações não garante sucesso no estudo da
> estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura da
> fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos
> cantos a duas vozes das lamentações fúnebres." 
>    
>   Fim da citação.
> 
>   "Mais complexo" e "menos complexo", aqui, do ponto
> de vista do contraponto europeu. A harmonia de
> Wagner também é mais complexa que a dos Beatles. Mas
> saber harmonia e contraponto nao nos habilitam a
> compreender nem formalmente, e muito menos
> estruturalmente, música vocal das Ilhas Salomon ou
> rock. (No caso do rock saber alguns acordes pode às
> vezes ajudar).  
> 
>   Se voce analisa polifonias do Pacífico ou dos
> pigmeus com instrumentos teóricos de contraponto
> europeu, o resultado é a primeira e a segunda frases
> citada acima. Esta é uma das razões pelas quais a
> terceira e a quarta frases citadas acima são, na
> opinião dos etnomusicólogos, falsas (isto inclui
> Hugo Zemp, que estudou a fundo as polifonias das
> Ilhas Salomon). 
> 
>   Abraços,
>   Carlos
> 
>    
>   On 10/12/07, Jorge Antunes <antunes em unb.br> wrote:
> 
>     Eduardo: 
>     Você está usando a palavra "forma", que nunca
> utilizei. No escopo de nosso debate ela não cabe. 
>     Você fala em "complexidade formal" e em se
> "compreender formalmente o contraponto".
>     Nunca me referi a forma. Sempre estou me
> referindo a estrutura. 
>     Estou falando em complexidade estrutural. 
>     Também nunca disse que a análise se sustenta
> unicamente pela abordagem estrutural e formal. 
>     As aspectos simbólicos e contextuais hão de vir,
> numa boa análise, a ser estudados profundamente após
> as análises estrutural e formal. 
>     Mas aquela ficará solta, descontextualizada e
> superficial, se estas não se estabelecerem antes. 
>     A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A
> lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem menos
> complexa estruturalmente. 
>     O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes
> dessas lamentações não garante sucesso no estudo da
> estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura da
> fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos
> cantos a duas vozes das lamentações fúnebres. 
>     Veja, estou falando em estrutura. Quanto à
> forma, os níveis de complexidade são altos nos dois
> casos. As lamentações fúnebres têm, em geral, a
> forma ABAB CBCB. A fuga nº 24, segundo caderno, tem
> forma de fuga tripla, com a complexidade imposta
> pelo uso de três sujeitos. 
>     Para completar as análises, aí sim, seria
> necesssário abordar as questões que você menciona.
> Seria então preciso abordar a religiosidade de Bach,
> suas construções quiasmáticas, sua época, seu
> entorno, sua fixação na cristologia e seu
> encantamento pelas letras de seu próprio nome (b, a,
> c, h). Quanto às Lamentações fúnebres das imediações
> da Polinésia, seria necessário, na etapa final da
> análise, considerar a coreografia da dança ritual
> suahongi, as escalas usadas, suas simbologias,
> ritmos, andamentos, textos, o gestual da
> distribuição de alimentos durante o velório, etc. 
>     Abraço, 
>     Jorge Antunes 
>       
>       
>       
>       
> 
>   Carlos Sandroni
>   Departamento de Música, UFPE
>   Programa de Pós-Graduação em Música, UFPB
>   Setembro 2007/Fevereiro 2008:
>   Pesquisador Associado ao Centre de Recherches en
> Ethnomusicologie
>   CNRS - LESC UMR 7186 - Paris 
>   Endereço pessoal na França:
>   Chez Duflo-Moreau
>   199, rue de Vaugirard
>   75015 - Paris
>   Telefone profissional no Brasil
>   (81) 2126 8596 (telefone e fax)
>   (Recados com Anita)
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