[ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas Universidades?
silvio
silvio.ferraz em terra.com.br
Sáb Out 13 12:11:40 BRT 2007
oi anselmo
realmente a pergunta q fiz é de fato é mto aberta.
mas o que quiz dizer com ela foi a idéia de "fazer nascer".
ou seja, que música queremos fazer nascer.
q música imaginamos (e claro que este imaginar se
liga diretamente ao que podemos e sabemos
imaginar) trabalhar e fazer nascer.
o que é o oposto de "q música queremos coibir nas
nossas universidades?" ou "q música queremos
impor nas nossas universidades?"
mas creio q vc matou a charada com a resposta de
proporcionar aos alunos a diversidade de
encontros e os subsídios suficientes para que
estes encontros sejam afirmativos e produtivos.
vc cita uma entrevista ingênua e infeliz e a cita
com razão (muito distinta da da carmela gross, q
mostra a unviersidade como possibilidade de
encontros).
realmente tal tipo de falas nas mídias impressas
manifestam apenas um certo ressentimento e
acredito que não correspondem em nada à nossa
vontade de fazer música nas universidades, mas
por outro lado....são como gritar para uma parede
se mexer.
abs
silvio
>caros colegas,
>
>Quero iniciar com a última frase do Silvio:
>> ao q proponho a questão de outro modo: "q idéia
>> de música queremos fazer nascer com nossos
>> cursos?"
>
>Na minha opinião essa questão está praticamente fora de nosso controle.
>Acho que simplesmente devemos continuar exercendo nossas opções
>estéticas. Me vem à mente o exemplo de Walter Smetak
>(depois que vi a bela exposição sobre seu trabalho, em Salvador) -
>o que nasceu do contato na relação mestre-aluno desdobrou-se em um
>leque com tantos caminhos quanto o número de influenciados.
>
>Achei interessante uma reportagem na revista "continuum" (3, setembro de
>2007) do itaú cultural com o título "As faces da Criação" Nela, a artista
>plástica Carmela Gross (eca-usp) afirma:
>" o que se aprende na universidade é a pensar. Há a exposição de muitas
>informações, o contato com professores de diversas áreas e a possibilidade
>de fazer experiências com algumas técnicas..."
>
>Acho que a resposta ao Silvio está por aí - proporcionar aos alunos a
>diversidade necessária para que eles experimentem e amadureçam por si
>mesmos. E é o exercício do pensar que nos dá a consciência ser ou não ser
>etnocêntrico.
>
>Infelizmente a reportagem peca justamente ao dar voz a um velho conhecido
>nosso:
>>
>"... Já o músico e compositor paulistano Livio Tragtemberg apesar de ter
>ministrado aulas na unicamp e pucsp, tem restrições quanto à
>universitarização (sic) do fazer artístico.
>-A arte torna-se instrumentalizada e acontece a reboque da formação do
>acadêmico com títulos e bolsas, restando menos espaço para a imaginação- .
>Autodidata, ele é autor de músicas para teatro, orquestra, dança, vídeo,
>cinema, instalações. Para Tragtemberg, a educação do criador deve ser
>sentimental, não instrumentalizada,
> -De nada servem criadores que se transformam em um bando de chatos que
>frequentam seminários chatos de computação musical. Ou ainda, como diria
>Oswald de Andrade, aqueles chato-boys, compositores-universitários,
>pseudo-cientistas, qua fazem uma música estéril-".
><
>
>Não sei se classifico essa declaração de ofensiva, antiética ou mesmo
>de ressentida. Gostaria de saber a opinião dos colegas.
>Enquanto isso, fico aqui imaginando uma universidade sem música,
>sem artes, sem literatura... afinal, para que servimos todos nós, os chatos?
>
>Enfim, a questão continua,
>como sempre pregunto para meu amigo Sotuyo:
>qual é a música, Pablo?
>
>abraços
>Anselmo Guerra
>
>
>
>
>
>
>
>> caro rubens e colegas
>>
>> realmente um livro de contraponto com o de De La
>> Motte nos ajuda bastante a pensar desta maneira.
>> e dá a fux o seu real lugar na história, sendo q
>> o próprio e velho bach o conhecia e bem (a trad.
>> do gradus para o alemão foir realizada por um de
>> seus alunos).
>> a grande importância de fux pode estar menos nos
>> contrapontistas q em mozart, beethoven e haydn
>> (vale pensar-se sobre isto?).
>>
>> mas a discussão da lista não é bem esta.
>> discute-se pelo que estou acompanhando é a as
> > réstias de eurocentrismo entre nós.
>> não q não sejamos descendentes de europeus
>> (ricciardis, notos, antunes, blancos, mellos).
>> mas quando fala-se de eurocentrismo, diz-se de
>> uma posição em q o pensamento europeu é tomado
>> como medida de todas as coisas.
>> em oposição a tal eurocentrismo o que se defende
>> é uma visão ampla, esta sim ligada ao conceito de
>> complexidade tal qual o encontramos nos livros
>> sobre sistêmica. E não a de complexidade como
>> sinônimo de "mais estruturado", "mais
>> formalizado".
>>
>> creio q o q defendem alguns dos colegas debatendo
> > na lista é justamente a necessidade urgente de
>> diversidade de leituras o que põe em xeque se
>> contraponto é ou não matéria fundamental da
>> música na questão "q música estamos querendo
>> trabalhar em nossas escolas?".
>>
>> ao q proponho a questão de outro modo: "q idéia
>> de música queremos fazer nascer com nossos
>> cursos?"
>>
>> abs
>> silvio
>>
>>
>> >meus caros...
>> >
>> >onde estamos????
>> >
>> >"contraponto europeu"??? - que bobagem é esta???
>> >
>> >ha, então o futebol (invenção inglesa!) também
>> >é europeu (aliás, não é o esporte mais popular
>> >por lá também)????
>> >
>> >nossa senhora, por que será então que eu torço
>> >aqui pro meu glorioso Comercial de Ribeirão
>> >Preto???
>> >
>> >certamente uma postura eurocentrista e com
>> >certeza politicamente incorreta (estes
>> >corinthianos, estes flamenguistas, todos uns
>> >vendidos à submissão eurocêntrica)...
>> >
>> >pois viva a nossa identidade, viva a nossa
>> >verdadeira cultura, abaixo toda e qualquer forma
>> >de inteligência estrangeira!!!...
>> >
>> >Rubens Ricciardi
>> >
>> >PS: caro Silvio Ferraz, concordo com vc que o
>> >estudo dos contrapontos deve ser sempre
>> >desenvolvido nos contextos das linguages,
>> >porisso, já há alguns anos venho dando aulas do
>> >contraponto da Polifonia Gótica em seus
>> >primórdios, da Ars Antiqua (em especial
>> >Perotinus) e da Ars Nova (em especial Machault e
>> >Landini), até os primeiros polifonistas
>> >franco-flamengos quando se inicia o
>> >Renascimento, realmente é muito mais
>> >enriquecedor que trabalhar só com as 5 espécies
>> >do Fux ou com os recursos dos contrapontos em
>> >meio aos diversos estilos e época do sistema
>> >tonal...
>> >
>> >----- Original Message -----
>> >From: <mailto:carlos.sandroni em gmail.com>Carlos Sandroni
>> >To: <mailto:antunes em unb.br>antunes em unb.br
>> >Cc:
>> ><mailto:anppom-l em iar.unicamp.br>anppom-l em iar.unicamp.br
>> >; <mailto:hugoleo75 em gmail.com>hugoleo75 em gmail.com
>> >Sent: Friday, October 12, 2007 3:10 PM
>> >Subject: Re: [ANPPOM-L]Qual a música que queremos em nossas
>Universidades?
>> >
>> >Prezado Antunes e demais colegas,
>> >
>> >Citando:
>> >
>> >"A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A
>> >lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem
>> >menos complexa estruturalmente.
>> >O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes
>> >dessas lamentações não garante sucesso no estudo
>> >da estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura
>> >da fuga, garante o sucesso no estudo da
>> >estrutura dos cantos a duas vozes das
>> >lamentações fúnebres."
>> >
>> >Fim da citação.
>> >
>> >"Mais complexo" e "menos complexo", aqui, do
>> >ponto de vista do contraponto europeu. A
>> >harmonia de Wagner também é mais complexa que a
>> >dos Beatles. Mas saber harmonia e contraponto
>> >nao nos habilitam a compreender nem formalmente,
>> >e muito menos estruturalmente, música vocal das
>> >Ilhas Salomon ou rock. (No caso do rock saber
>> >alguns acordes pode às vezes ajudar).
>> >
>> >Se voce analisa polifonias do Pacífico ou
>> >dos pigmeus com instrumentos teóricos de
>> >contraponto europeu, o resultado é a primeira e
>> >a segunda frases citada acima. Esta é uma das
>> >razões pelas quais a terceira e a quarta frases
>> >citadas acima são, na opinião dos
>> >etnomusicólogos, falsas (isto inclui Hugo Zemp,
>> >que estudou a fundo as polifonias das Ilhas
>> >Salomon).
>> >
>> >Abraços,
>> >Carlos
>> >
>> >
>> >On 10/12/07, Jorge Antunes
><<mailto:antunes em unb.br>antunes em unb.br> wrote:
>> >
>> >Eduardo:
>> >
>> >Você está usando a palavra "forma", que nunca
>> >utilizei. No escopo de nosso debate ela não cabe.
>> >Você fala em "complexidade formal" e em se
> > >"compreender formalmente o contraponto".
>> >Nunca me referi a forma. Sempre estou me referindo a estrutura.
>> >Estou falando em complexidade estrutural.
>> >Também nunca disse que a análise se sustenta
>> >unicamente pela abordagem estrutural e formal.
>> >As aspectos simbólicos e contextuais hão de vir,
>> >numa boa análise, a ser estudados profundamente
>> >após as análises estrutural e formal.
>> >Mas aquela ficará solta, descontextualizada e
>> >superficial, se estas não se estabelecerem antes.
> > >A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A
>> >lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem
>> >menos complexa estruturalmente.
>> >O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes
>> >dessas lamentações não garante sucesso no estudo
>> >da estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura
>> >da fuga, garante o sucesso no estudo da
>> >estrutura dos cantos a duas vozes das
>> >lamentações fúnebres.
>> >Veja, estou falando em estrutura. Quanto à
>> >forma, os níveis de complexidade são altos nos
>> >dois casos. As lamentações fúnebres têm, em
>> >geral, a forma ABAB CBCB. A fuga nº 24, segundo
>> >caderno, tem forma de fuga tripla, com a
>> >complexidade imposta pelo uso de três sujeitos.
>> >Para completar as análises, aí sim, seria
>> >necesssário abordar as questões que você
>> >menciona. Seria então preciso abordar a
>> >religiosidade de Bach, suas construções
>> >quiasmáticas, sua época, seu entorno, sua
>> >fixação na cristologia e seu encantamento pelas
>> >letras de seu próprio nome (b, a, c, h). Quanto
>> >às Lamentações fúnebres das imediações da
>> >Polinésia, seria necessário, na etapa final da
>> >análise, considerar a coreografia da dança
>> >ritual suahongi, as escalas usadas, suas
>> >simbologias, ritmos, andamentos, textos, o
>> >gestual da distribuição de alimentos durante o
>> >velório, etc.
>> >Abraço,
>> >Jorge Antunes
>> >
>> >
>> >
>> >
>> >
>> >Carlos Sandroni
>> >Departamento de Música, UFPE
>> >Programa de Pós-Graduação em Música, UFPB
>> >Setembro 2007/Fevereiro 2008:
>> >Pesquisador Associado ao Centre de Recherches en Ethnomusicologie
>> >CNRS - LESC UMR 7186 - Paris
>> >Endereço pessoal na França:
>> >Chez Duflo-Moreau
>> >199, rue de Vaugirard
>> >75015 - Paris
>> >Telefone profissional no Brasil
>> >(81) 2126 8596 (telefone e fax)
>> >(Recados com Anita)
>> >Endereço pessoal no Brasil:
>> >Rua das Pernambucanas, 264/501
>> >Graças - 52011-010
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