[ANPPOM-L] .: KUDURO - AfroHipHop de Periferia :.
eduardo luedy
eluedy em yahoo.com
Qui Out 18 22:42:07 BRST 2007
Finalmente encontro músicos de formação acadêmica
discutindo manifestações musicais populares
contemporâneas!
A propósito, parabéns Carlos pela página soul force.
Não li tudo ainda, mas já adianto que o projeto é em
si muito interessante.
Gostei também de encontrar referência ao multifacetado
universo musical evangélico. Puxa, que boas novidades
por aqui!
Só não entendi a exortação aos adornianos...
Abraços,
Eduardo Luedy
--- carlos palombini <palombini em terra.com.br> wrote:
>
> O Kuduro é mesmo muito legal: um som de hip-hop com
> dança de funk carioca.
>
> O texto, bem menos. Sem dúvida inteligente, mas
> excessivamente
> abrangente. Que história é esta de tonalistas versus
> modalistas?
> Precisamos inventar mais uma guerra dos antigos
> contra os modernos?
> Isto tudo me cheira muito ao reverso de certas
> retóricas do
> ressentimento com as quais estamos familiarizados.
>
> "Funk carioca e o Kwaito (da África do Sul) é a
> resposta africana
> avassaladora influência da indústria cultural de
> massa capitalista, cujo
> eixo como se sabe, localiza-se, desde o fim da
> segunda guerra mundial,
> na América do Norte."
>
> Não entendi nada ou é mais uma banalidade
> retumbante? E leiam isto:
>
> "Alguns pesquisadores tentam explicar a estrutura da
> base rítmica, da
> batida (beat) do Kuduro por meio de teorias
> moderninhas ou
> simplificações que insistem em preconizar a
> importância, ao nosso ver,
> exagerada, das tecnologias na criação e na evolução
> destas danças e
> gêneros musicais. Os reis da parada seriam portanto
> os equipamentos
> eletrônicos (como o já velho Sampler, por exemplo)."
>
> "Apenas uma opinião, mas, é preciso cuidado porque
> assim, por extensão,
> o papel do Mocinho poderia ser atribuído a sociedade
> neoliberal
> globalizada, ao Capitalismo em suma, e ao estupendo
> grau de
> desenvolvimento tecnológico que ele propicia."
>
> Como se vê, as catarses dos antigos se parecem muito
> com as dos modernos.
>
> Pena estragar um tema tão bom com esta espécie de
> literatura.
>
> Algumas partes do texto chegam a ser obscenas:
>
> "Ora, é evidente que, olhando detidamente os
> movimentos de dança deste
> Funk Carioca, iremos encontrar a mesma filosofia
> coreográfica do Kuduro,
> em nosso caso, representada por passos de umbanda e
> candomblé (ritmos
> aliás, hoje banidos de algumas favelas cariocas,
> dominadas pela cultura
> ditatorial-evangélica das milícias)."
>
> Não sabia desta associação entre as milícias e os
> movimentos evangélicos
> e suspeito que ela exista mais em função de seu
> esperado efeito
> retórico. Afinal, há grupos neo-pentecostais no Rio
> de Janeiro que
> utilizam o funk carioca em sua liturgia (e.g. na
> Pavuna). O funk
> evangélico tem, inclusive seus astros: Adriano
> Gospel Funk, Kelly
> Krenty, MC Erick, MC F Reis. O hip-hop evangélico
> também: DJ Alpiste
> (que é muito bom).
>
> Mas vou parar por aqui, antes que eu acabe
> irremediavelmente contaminado
> por este estilo de prosa.
>
> Tudo o que eu queria agora era um adorniano de
> verdade!
>
> Durmam bem!
>
> Carlos
>
>
> Luciano Carôso escreveu:
> > Caros:
> >
> > Texto inteligente e abrangente, acompanhado de
> discussão muito
> > interessante e que pode ser acessada em [
> >
>
http://www.overmundo.com.br/overblog/kuduro-afrohiphop-de-periferia
>
> >
>
<http://www.overmundo.com.br/overblog/kuduro-afrohiphop-de-periferia>
> ].
> >
>
> --
> carlos palombini (dr p)
> professor adjunto de musicologia
> universidade federal de minas gerais
> <cpalombini em gmail.com>
>
> "Cosa odiosissima è il parlar molto di se." (Giacomo
> Leopardi, Pensieri XL, 1845)
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