[ANPPOM-L] público , pobre público

Jorge Antunes antunes em unb.br
Sex Set 21 19:09:26 BRT 2007


Caro Andersen:

Tenho algumas obras assim, em que a participação do público é essencial e é determinada na partitura.
Veja em meu catálogo:
http://www.americasnet.com.br/antunes/
Ao lado de cada título está uma descrição da obra, com detalhes.
A principal é Macroformobiles [1972], para barítono, público, projeções e conjunto de câmara.
Essa peça foi premiada no Festival da Fundação Gaudeamus, Holanda, em 1973.
O público vota produzindo efeitos vocais determinados, para eleger o movimento-móbile a ser executado a cada momento.
O barítono, ao final de cada movimento, avalia de ouvido o efeito sonoro do público que é predominante, para saber qual das partituras projetadas é a escolhida para seguir a execução.
Essa obra está editada pela Edizioni Suvini Zerboni (Milão). Eu só tenho um exemplar. Ela tem formato grande.
A Sinfonia das Diretas (das Buzinas) [1984], também usa participação do público. Esta está em CD.
Na ópera Qorpo Santo [1983] a participação do público é essencial, mas sem sons: o público vota, nos entreatos, para escolher qual será o final (o poslúdio). Cinco urnas ficam espalhadas na platéia. Existem 4 poslúdios e o público recebe, na entrada, os libretos de cada final. Nas 5 récitas apresentadas em Brasília, em 1983, ganhou sempre o final 4, o mais dramático. Felizmente. Porque eu só compus a música do final 4.
Na partitura determinei, e assim foi feito, que também nos entreatos, enquanto o público vota, um grupo de 5 jovens distribuem panfletos na platéia, denunciando a fraude eleitoral: eles pregam o voto em nulo, dizendo que Antunes só compôs um final.
Abraço,
Jorge Antunes

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