[ANPPOM-L] UMA QUESTÃO DE SURDEZ? - URGENTE - TOMPLAY substitui professor de música na escola

Beatriz Magalhães Castro beatriz em unb.br
Qua Nov 26 14:27:28 BRST 2008


Prezado Senhor Roberto Bittar,

Obrigado pela manifestação pois é a primeira vez que temos um contato  
mais direto consigo. No entanto as suas afirmações necessitam de  
vários esclarecimentos pois muitas informações não são verídicas.  
Embora não tenha sido convidada como muitos colegas para participar da  
reunião no Instituto de Artes que o senhor menciona abaixo, tenho  
acompanhado precisamente o processo. Exponho a seguir as refutações  
aos seus pontos, aproveitando para informar os possíveis recipientes  
deste relato, sobre o histórico das ações e das questões levantadas na  
tramitação do projeto no âmbito da Universidade de Brasília.

1. Permanece no projeto a aquisição de  100 Kits do seu produto, no  
valor de R$240.000,00 reais, que em si deverão consumir metade da  
verba total de R$ 500.000,00 descentralizada pelo MinC, provavelmente  
a partir de remanescentes de verbas não usufruídas durante o ano  
fiscal e que agora necessitam serem gastas para não serem devolvidas à  
União. Fato que em si já encerra um grave problema. Mas este fato é  
recorrente, pois nas IFES constatamos na chegada do fim do ano fiscal  
o aparecimento de verbas milagrosas que têm que ser gastas em prazos  
curtíssimos, sem planejamento, sem discussão, e sem avaliação. Prova é  
que tal projeto não consta no Planejamento de Desenvolvimento  
Institucional (ferramenta PDI) do Insitituto, o que em si é um aspecto  
a ser discutido.

2. Várias Universidades se posicionaram contra a sua ferramenta pois  
encontram nela várias limitações, uma delas é desde já a ênfase no  
grafismo o qual por exemplo, sequer é uma forma de apropriação do  
saber musical dito popular. Portanto, e não somente desta forma, a sua  
ferramenta vai na contramão de vários trabalhos, pesquisas e  
experiências na área, expondo de forma reducionista aspectos da teoria  
musical.

3. A informação de que os Pontos de Cultura passaram a utilizar a  
ferramenta de forma "espontânea" não me parece correta pois a  
informação que temos é que foi o senhor mesmo e o Prof. Mário Brasil  
que o tem feito a partir da cessão aos pólos, nomeadamente no Acre,  
onde o Prof. Mário se encontrou cedido por 4 anos por solicitações do  
governo local, afastado portanto até agosto passado, das atividades  
acadêmicas da Universidade de Brasília, e com grande prejuízo para a  
mesma. Portanto esta demanda foi induzida pela sua própria ação e não  
foi em nada espontânea.

4. O dito projeto "de responsabilidade da UnB" continua a não atender  
a uma demanda central, qual seja, a da não personalização da ação num  
software que já foi inclusive avaliado negativamente. Portanto, o  
suposto “processo avaliativo” previsto no projeto encerra-se em si  
mesmo pois pode ser facilmente feito através do site, e não  
justificaria um investimento desta grandeza, o qual julgamos  
desnecessário e equivocado.

5. Assim, a ferramenta "TOMPLAY" protagoniza de forma óbvia o Projeto  
formulado junto a UnB, não tendo sido discutido ou exposto (a não ser  
por mim mesma) da necessidade do processo licitatório, e muito menos  
dos aspectos legais sobre a apropriação “comercial” do conhecimento  
gerado pela própria UnB nesta suposta parceria. Tal questão deveria  
fazer parte do instrumento contratual a ser celebrado, documento o  
qual é inexistente e não está discriminado no projeto exposto. Desta  
forma, e em atendimento às políticas serem desenvolvidas pelo MinC,  
para os Pontos de Cultura, defende-se a construção de uma nova  
ferramenta desenvolvida pela própria Universidade em possíveis  
parcerias, e não o inverso.

6. Desde a suposta reunião "fechada" de alguns professores do  
Instituto de Artes, foram desde então colocadas objeções, e se alguns  
(muitos) professores não compareceram foi porque a convocação foi  
delimitada a priori pelo próprio Prof. Mario. Portanto não houve  
naquele momento qualquer apresentação plena ao corpo docente. A partir  
do momento em que o projeto foi apreciado de forma ampla, as críticas  
foram claras. No entanto, não foram atendidas quaisquer das  
reivindicações feitas, e sobretudo a retirada do "TOMPLAY" como  
ferramenta protagonista do processo descrito no projeto.

7. Lembro ainda que a tentativa de discussão subseqüente a esta foi no  
âmbito do Conselho do Instituto, e como faço parte do mesmo, critiquei  
a forma pela qual estava sendo encaminhado o processo. Solicitei que o  
projeto fora antes encaminhado ao Departamento e não ao Instituto.  
Assim, e de acordo com as conveniências, o projeto vem sendo  
metaforfoseado sob diversas roupagens: ação multidisciplinar, ação  
social, inclusão musical, entre outros, quando se trata essencialmente  
de um projeto de alfabetização musical.

8. Quanto a sua visão sobre políticas em educação, e das suas  
tentativas em propor alternativas para a área, pergunto-me como então  
o senhor avalia a rejeição ao seu produto por estes mesmos educadores  
e quem vem agindo de forma “surda”: se o senhor, por não acatar e nem  
ter assimilado (a priori ou a posteriori) algum nível de expertise na  
elaboração do seu produto, ou se é a academia e os educadores que não  
entendem (ou não tem a sensibilidade ou o alcance) a natureza dos  
propósitos tanto objetivos quanto substantivos das suas ações?

9. Quanto a questão da inovação, o seu software possui similares em  
nível nacional (para não mencionar internacionalmente, e não em n ível  
de “PLAYER”), mas sobretudo em PLATAFORMAS LIVRES, política a qual o  
próprio governo supostamente adere, como por exemplo exposto nas  
Diretrizes, Objetivos e Ações Prioritárias do Planejamento Estratégico  
do Comitê Técnico de Implementação de Software Livre no governo  
federal, “debatidos e aprovados pelo Comitê Técnico de Implementação  
do Software Livre, coordenado pelo ITI - Instituto Nacional de  
Tecnologia da Informação da Casa Civil da Presidência da República  
(http://www.softwarelivre.gov.br/objetivos-do-portal ).

Digo supostamente adere porque não entendo como o MinC contempla a  
utilização de software proprietário, umas das críticas feitas ao seu  
produto.

Outros aspectos sobre inovação não foram contemplados no seu discurso  
respeitantes às inovações em TICs que ultrapassam a simples oferta de  
informação. Entende-se que toda ação tem que ser acompanhada por  
aspectos formativos e não somente in-formativos. São dinâmicas e  
dimensões que o seu produto não atende e nem poderia atender pela  
própria natureza da estrutura conceitual subjacente. Com isto não  
quero dizer que não defenda as parcerias público-privadas e outras  
modalidades de ação da sociedade. Ao contrário, mas apenas defendo uma  
ação qualificada, sobretudo quando parte de organismos de natureza  
pública e da afirmação de políticas públicas, e isso, já pelo  
histórico acumulado pelo seu produto, não é discernível em qualquer  
nível de adequação às questões (inclusive já) postas pela área.

Assim, entendo que a sua melhor questão foi realmente a surdez do  
diálogo. E reitero que, corroborado pelo fato de termos ingressado no  
debate neste momento ulterior ao histórico acumulado, que a dita  
“surdez” precisa ser bem avaliada, sobretudo pelo paciente em questão  
que requereria sim (muitos) cuidados médicos. “Quem” afinal é o surdo  
entre nós?

Contudo espero que este meu relato público sirva para aclarar as  
sérias questões do debate e que o mesmo sirva para demonstrar para a  
sociedade em geral que a Universidade pode, deve, e quer propor  
modelos de inserção social do conhecimento, mas o quer fazer de forma  
qualificada. Tal direção felizmente foi aclamada na eleição do novo  
Reitor da Universidade de Brasília, que agora esperamos dar uma nova  
dimensão ao conceito de inserção social do saber e dos saberes, sejam  
estes de natureza popular ou acadêmica, ambos às quais não somos  
indiferentes ou alheios.

Grata pela sua atenção e esperando a sua reflexão sobre as questões postas,

As minhas respeitosas saudações,

Profa. Dra. Beatriz Magalhães Castro
Programa de Pós-Graduação Música em Contexto
Representante do Departamento de Música no Instituto de Artes
Representante do Instituto de Artes no Conselho Superior de  
Administração (CAD) da Universidade de Brasília



Citando Roberto Bittar <rbittar em uai.com.br>:

> Caro Farlley.
>
>
>
> Quanto ao Ministério Público ser acionado, não vejo nenhum problema.
>
> Estamos numa DEMOCRACIA e lutar por direitos legítimos é uma obrigação.
>
>
>
> Nota:
>
> As informações da Prof. Maria Cristina de Carvalho Cascelli de Azevedo não
> estão corretas.
>
> Ela deve ter recebido alguma informação errada.
>
> Não estão sendo discutidos a venda de 2000 kits.
>
> Os R$ 500.000,00 (o projeto é de responsabilidade da Universidade) são para
> analise, discussão, avaliação e a maior parte destes recursos,  vão para
> custear os trabalhos, que serão feitos pela Universidade E SERIA OPORTUNO, a
> participação dos Professores de Música, até para criticar com mais
> consistência técnica.
>
> A demanda, vem dos Pontos de Cultura que, em alguns casos, já estão
> utilizando o projeto.
>
> Deverá haver algum tipo de LICITAÇÃO ou de CHAMADA PÚBLICA para outras
> soluções equivalentes
>
> Tive uma apresentação e debate na UNB com vários Professores de diversos
> departamentos e a Prof. Maria Cristina não estava presente.
>
> Todos, inclusive a representante dos Educadores Musicais, fizeram elogios ao
> Projeto.
>
> Claro que todos tem sempre algo a acrescentar, sugerir a até criticar.
>
> Neste projeto, a PPV se compromete, formalmente,  a acatar as mudanças
> solicitadas (dentro de limites possíveis) e SE aprovadas no CAMPO DE TESTE,
> torná-las padrão do site.
>
>
>
>
>
>
>
> Há um engano em suas conclusões, parece-me que induzidas por informações
> equivocadas, que é fundamental eliminar para termos um debate equilibrado.
>
>
>
> Jamais dissemos ou defendemos que o Professor de Música seja DISPENSÁVEL.
>
>                 Informamos que se não houver um Professor de Música, o
> Monitor dos Laboratórios (são capacitados para isto) podem aplicar o Projeto
> de Inclusão Musical, Aventuras Musicais aos alunos.
>
>                 Se isto NÃO FOI ENTENDIDO CORRETAMENTE, deverei ser mais
> explícito, farei a verificação do site.
>
>                 Para a PPV, o Professor de Música é tão importante quanto
> MÉDICO, pois acreditamos na MÚSICA como REMÉDIO NATURAL para os problemas
> sociais.
>
>                 Quanto aos dados estatísticos, a resposta é sim, temos.
>
>                 Todo e qualquer acesso ao site é registrado em Banco de
> Dados, detalhadamente.
>
>
>
> Defesa da Educação Musical.
>
>                 Não vejo em seus argumentos NADA que defenda a Educação
> Musical, assim, se puder, envie-me estes argumentos.
>
>                 Também não vejo como podemos prejudicar os Professores de
> Música, acho que podemos ALAVANCAR o mercado.
>
>
>
> A PPV.
>
> Empresa pequena, ética e competente:
>
> ·         tem consciência que não tem uma solução MÁGICA, apenas INOVADORA;
>
> ·         tem consciência que a participação dos Educadores Musicais é
> importante no desenvolvimento do PROJETO;
>
> ·         não mudará seus objetivos de INCLUIR MUSICALMENTE as crianças,
> principalmente as mais podres.
>
> Por isto, já fez inúmeras tentativas em buscar junto aos Educadores
> Musicais, apoio na participação, discussão e até mesmo críticas quanto ao
> Projeto.
>
> Nosso objetivo é desenvolver uma ferramenta de Inclusão Musical e esperamos
> que ela possa ser utilizada pelos Educadores Musicais.
>
> No Rio de Janeiro, estive com o Maestro André Cardoso  UFRJ e na ABM com o
> Maestro Ricardo Tacuchian, e com o Dr. Turíbio Santos do Museu Villa-Lobos,
> todos em agosto/2007.
>
>
>
> Soluções Tecnológicas:
>
> Mais cedo ou mais tarde, algum grande PLAYER irá lançar alguma solução nesta
> direção.
>
> Seria melhor ser uma empresa nacional, com apoio e participação dos
> Professores de Música do Brasil.
>
>
>
> Computadores:
>
> Acho desnecessária a discussão sobre os computadores.
>
> Eles existem aos milhões e a taxa de aumento é superior a 25% ao ano.
>
> Existem mais de 90 mil Lan-Houses no Brasil, a maioria em Favelas.
>
>
>
> Debate importante:
>
> Despertar, através da internet,  milhões de crianças, jovens e adultos a
> APRENDER MÚSICA, deveria ser um INCENTIVO ao crescimento e desenvolvimento
> do mercado para os Professores de Música.
>
> Acho que seria mais proveitoso, se pudermos ter um debate NESTA DIMENSÃO.
>
> Estamos abertos ao DEBATE, a MUDANÇAS, a INCLUSÃO DE OUTROS PRODUTOS.
>
> Desde que não seja um DEBATE DE SURDOS.
>
>
>
> Gêmeos:
>
> Favor informar-me a idade deles.
>
> Enviarei em outro e-mail, três senhas, uma para você e duas para os gêmeos.
>
> Com o acesso ao site,  enviarei os relatórios sobre cada um deles para sua
> analise.
>
>
>
>
>
>
>
> Roberto Bittar
>
> 31-3421-2223
>
> 31-9976-5262
>
>
>
> De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br]
> Em nome de Farlley
> Enviada em: segunda-feira, 24 de novembro de 2008 18:10
> Para: Maria Cristina de Carvalho Cascelli de Azevedo
> Cc: Secretaria da ABEM; riz Magalhães-Castro;
> "=?ISO-8859-1?Q?Beat?="@iar.unicamp.br; anppom-l em iar.unicamp.br;
> mestrandos_e_doutorandos_ufrgs_musica em yahoogrupos.com.br;
> abemcentro-oeste em grupos.com.br
> Assunto: Re: [ANPPOM-L] URGENTE - TOMPLAY substitui professor de música na
> escola
>
>
>
> Eu vou manipular o software, mas me antecipei para solicitar junto ao site
> do fabricante alguns esclarecimentos, conforme texto abaixo.
>
> Boa tarde. Meu nome é Farlley Derze, sou professor de música, com
> Licenciatura Plena na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós-graduação
> e mestrado em Música, na Universidade de Brasília. Tendo em vista a
> propaganda sobre o software de que não se faz necessário o acompanhamento de
> um professor de música, creio que tal afirmação encontra-se embasada em
> dados estatísticos colhidos ao longo de vários anos em que o software vem
> sendo utilizado. Como vocês afirmam participar "da luta" para a inserção da
> educação musical nas escolas brasileiras (que se deu por meio de um aditivo
> à Lei de Diretrizes e Bases de 9394 de 1998), e atestam que o software
> cumpre com os objetivos relacionados à Educação Musical nas escolas,
> acredito que é oportuno levar ao conhecimento do Ministério Público Federal,
> aqui em Brasília, as afirmações que acompanham a propaganda do software que
> vocês estão vendendo. Especialmente a afirmação de que o professor de música
> é dispensável para a educação musical da criança. A idéia é contar com a
> participação do Ministério Público na defesa da Educação Musical no Brasil.
> Se o professor de música é dispensável, como vocês afirmam, será possível
> verificar a partir de resultados estatísticos sobre o rendimento de crianças
> em contato com o referido software. Vocês já descobriram como solucionar os
> milhões de estudantes do ensino fundamental e médio que não dispõem de um
> computador? A consequência é não ter aula de música, já que se dependeria de
> um computador para instalação do referido software.
> Tenho 45 anos de idade. Tenho 2 filhos gêmeos. Vocês aceitariam enviar o
> software para que meus filhos manipulassem o mesmo? Vocês poderiam enviar a
> estatística com os dados quantitativos de quantas crianças usaram o software
> e os dados qualitativos, elucidando quantas das crianças aprenderam a tocar
> algum instrumento?
> Atenciosamente,
>
> Farlley Derze
>
>
> Maria Cristina de Carvalho Cascelli de Azevedo escreveu:
>
> Prezados colegas,
>
> Preciso urgentemente da opinião de vocês sobre o software TOMPLAY que está
> sendo comercializado na internet. Visitem os sites:
>
> http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/
>
> http://www.tomplay.com.br <http://www.tomplay.com.br/>
> http://www.marcelosabadini.com.br/portfolio/2008/08/26/tomplay-site/
> http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/10/16/projeto-tomplay-sai
> -na-agencia-de-noticias-do-acre/
>
> O autor do projeto, o empresário Roberto Bittar, por meio da sua empresa PPV
> Informática está solicitando e tentando obter apoio de acadêmicos da nossa
> área  para legitimar seu produto e, assim efetivar parceria com o MINC para
> a compra de mais de 2000 Kits para os pólos de cultura. Para avaliar o
> programa esperam gastar cerca de    R$ 500 000,00 do dinheiro público.
>
> A empresa divulga em seu site parceria com o estado de Minas Gerais para
> introduzir o programa em todas as escolas do estado. O argumento comercial
> da PPV Informática é que o software é simples, fácil de ser usado, lúdico,
> compatível com linux e windows e dispensa a presença de um professor com
> formação acadêmica para ministrar aula de música, a ferramenta o substitui.
> Com esse argumento, a empresa defende o baixo custo do produto. Vejam como a
> empresa justifica seu argumento comercial:
>
> O artigo que previa a formação específica de professores na área musical
> para ministrar os conteúdos foi vetado. Afinal a música é uma prática social
> e, no Brasil, há diversos profissionais sem formação acadêmica específica ou
> oficial na área e que são reconhecidos por seu talento. In
> <http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/08/20/ensino-de-musica-a
> gora-e-obrigatorio-nas-escolas/#comment-2>
> http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/08/20/ensino-de-musica-ag
> ora-e-obrigatorio-nas-escolas/#comment-2
>
> No site www.ppvinformática.com.br vocês podem ver que a empresa oferece
> treinamento para qualquer pessoa implantar o software nas escolas: produção
> em série de tutores ou monitores - uma visão tecnicista de ensino e
> aprendizagem.
>
> Vejam algumas opiniões sobre o assunto de colegas na lista da ANPPOM do ano
> passado:
>
> o software é realmente um brinquedo bacana e vou até indicá-lo para meus
> sobrinhos. mas, como a Wanda disse, também não vejo sentido em o governo
> adotar software e ficar na mão do produtor. o softw. é discutível assim como
> muitas aulas de música são discutíveis. o principal, a meu ver, é q ele não
> ensina (nem nunca terá como ensinar) o sujeito a tocar um instrumento e é aí
> q mora a diferença e talvez seja este o foco de uma pedagogia musical:
> ensinar a pessoa a cantar e tocar instrumento, visando adquirir um rigor
> técnico (seja sopro, percussão, cordas, mas com um certo rigor da minúcia).
> realmente a pedagogia musical precisa ser pensada e urgente no Brasil a
> partir da prática completa da música e não do brinquedos musicais. Silvio
>
> Dei uma olhada no material e considero-o pedagogicamente profundamente
> discutível.Acho, também, que o ensino, e a educação em geral, têm como base
> profissionais bem formados e bem remunerados. Não vejo sentido em o governo
> gastar com esse software ou qualquer outro, sem que haja um investimento
> real e consistente na formação de professores,  na melhoria dos salários
> deles, na melhoria das condições materiais em sala de aula, etc. Material de
> apoio, como o software pretende ser, deve ser um complemento à ação
> competente de um educador musical.Não acredito que qualquer software, mesmo
> que pedagogicamente adequado, seja o ponto de partida para trazer de volta a
> música às escolas. Na verdade, considero quetal iniciativa seria uma total
> inversão de valores e um desperdício de dinheiro público. Vanda Freire
>
> Concordo com o que o Silvio, Wanda e Palombini falaram. Apesar de não ser a
> minha área direta, gostaria de dizer ainda que acredito ser muito retrógrado
> se limitar ao ensino das notas musicais e não explorar de forma mais ampla a
> percepção do som e de suas qualidades internas.Se a criança é adestrada
> desde os 7, 8 anos de idade sendo formatada neste universo apenas (das
> relações tonais), estamos perdendo a oportunidade de abrir a sua cabeça para
> um universo muito mais rico de sonoridades que a música já se utiliza a mais
> de 50 anos e que chega com força hj até na música comercial, vide música
> eletronica, suas raves e quantidade de público que gosta e produz esse tipo
> de música. Ou seja, adotando um programa ( = um sistema de ensino) voce
> atropela a discussão sobre como fazer acoisa, como educar musicalmente os
> jovens nas escolas. Alexandre.
>
> Eu concordo com os colegas acima. Acho que o software apresenta potencial
> como ferramenta digital complementar à aula de música,  o que exige a
> presença de um professor de música e sua  reflexão sobre como usar, quando,
> por quanto tempo, associado a que atividades. Além disso, o software
> apresenta pontos discutíveis relativo a concepção de ensino de música,
> construção de conceitos musicais, procedimentos pedagógicos musicais e
> seleção musical. Uma outra questão é o governo adquirir um produto
> específico que está nas mãos de um único produtor sem analisar outros
> produtos do mercado de livre acesso.
>
> Aguardo a avaliação de vocês, pois a UnB e outras instituições estão sendo
> contactadas de forma não muito precisa para legitimar esse produto. Penso
> que precisamos urgentemente nos unirmos para defendermos o professor de
> música como o único profissional competente para ministrar a aula de música
> nas escolas. Repassem este email para outros educadores musicais. A
> secretaria da ABEM pode repassá-lo para todos os sócios? Obrigada.
>
> Um abraço para todos,
> Maria Cristina de Carvalho C. de Azevedo
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> ----------------------------------------------------------------
> This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.
>
>
>
> ----- Final da mensagem encaminhada -----
>
>
>
> ----------------------------------------------------------------
> This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.
>
>   _____
>
>
>
>
>
> Prezados colegas,
>
> Preciso urgentemente da opinião de vocês sobre o programa TOMPLAY que está
> sendo comercializado na internet.
>
> O autor do projeto, o empresário Roberto Bittar, por meio da sua empresa PPV
> Informática está solicitando e tentando obter apoio de acadêmicos da área
> (educação musical, músicos, informática, programação visual, etc) para
> legitimar seu produto e, assim efetivar parceria com o MINC para a compra de
> mais de 2000 Kits para os pólos de cultura.
>
> A empresa divulga em seu site parceria com o estado de Minas Gerais para
> introduzir o programa em todas as escolas do estado. O argumento comercial
> da PPV Informática é que o software é simples, fácil de ser usado, lúdico,
> compatível com linux e windows e despensa a presença de um professor com
> formação acadêmica para mediar a ferramenta. Com esse argumento, a empresa
> defende o baixo custo do produto. Além disso, vejam como a empresa justifica
> seu argumento comercial:
>
> O artigo que previa a formação específica de professores na área musical
> para ministrar os conteúdos foi vetado. Afinal a música é uma prática social
> e, no Brasil, há diversos profissionais sem formação acadêmica específica ou
> oficial na área e que são reconhecidos por seu talento. In
> <http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/08/20/ensino-de-musica-a
> gora-e-obrigatorio-nas-escolas/#comment-2>
> http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/08/20/ensino-de-musica-ag
> ora-e-obrigatorio-nas-escolas/#comment-2
>
> O software apresenta potencial como ferramenta digital complementar à aula
> de música,  o que exige a presença de um professor e sua  reflexão sobre
> como usar, quando, por quanto tempo, associado a que atividades. Além disso,
> o software apresenta problemas com relação a concepção de ensino de música,
> construção de conceitos musicais, procedimentos pedagógicos e seleção
> musical. Uma outra questão é o governo adquirir um produto específico que
> está nas mãos de um único produtor sem analisar outros produtos do mercado
> de livre acesso.
> Vejam algumas opiniões sobre o assunto de colegas na lista da ANPPOM do ano
> passado:
>
> o software é realmente um brinquedo bacana e vou até indicá-lo para meus
> sobrinhos.
>
> mas, como a Wanda disse, também não vejo sentido em o governo adotar
> software e ficar na mão do produtor. o softw. é discutível assim como muitas
> aulas de música são discutíveis. o principal, a meu ver, é q ele não ensina
> (nem nunca terá como ensinar) o sujeito a tocar um instrumento e é aí q mora
> a diferença e talvez seja este o foco de uma pedagogia musical: ensinar a
> pessoa a cantar e tocar instrumento, visando adquirir um rigor técnico (seja
> sopro, percussão, cordas, mas com um certo rigor da minúcia).
>
> realmente a pedagogia musical precisa ser pensada e urgente no Brasil a
> partir da prática completa da música e não do brinquedos musicais. silvio
>
> Dei uma olhada no material e considero-o pedagogicamente profundamente
> discutível.Acho, também, que o ensino, e a educação em geral, têm como base
> profissionais bem formados e bem remunerados. Não vejo sentido em o governo
> gastar com esse software ou qualquer outro, sem que haja um investimento
> real e consistente na formação de professores,  na melhoria dos salários
> deles, na melhoria das condições materiais em sala de aula, etc. Material de
> apoio, como o software pretende ser, deve ser um complemento à ação
> competente de um educador musical.Não acredito que qualquer software, mesmo
> que pedagogicamente adequado, seja o ponto de partida para trazer de volta a
> música às escolas. Na verdade, considero quetal iniciativa seria uma total
> inversão de valores e um desperdício de dinheiro público. Vanda Freire
>
> Concordo com o que o Silvio, Wanda e Palombini falaram. Apesar de não ser a
> minha área direta, gostaria de dizer ainda que acredito ser muito retrógrado
> se limitar ao ensino das notas musicais e não explorar de forma mais ampla a
> percepção do som e de suas qualidades internas.Se a criança é adestrada
> desde os 7, 8 anos de idade sendo formatada neste universo apenas (das
> relações tonais), estamos perdendo a oportunidade de abrir a sua cabeça para
> um universo muito mais rico de sonoridades que a música já se utiliza a mais
> de 50 anos e que chega com força hj até na música comercial, vide música
> eletronica, suas raves e quantidade de público que gosta e produz esse tipo
> de música. Ou seja, adotando um programa ( = um sistema de ensino) voce
> atropela a discussão sobre como fazer acoisa, como educar musicalmente os
> jovens nas escolas. Alexandre.
>
>
>
>
>
>
> Estive visitando a internet para conhecer o software. É um produto
> comercial,
> vejam os sites abaixo.
> http://www.tomplay.com.br
> http://www.tomplay.com.br/site/
> http://www.tomplay.com.br/versoes/v5b/download/musicas
> http://www.marcelosabadini.com.br/portfolio/2008/08/26/tomplay-site/
>
> http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/10/16/projeto-tomplay-sai
> -na-agencia-de-noticias-do-acre/
>
> Fuçando eu me deparei com a notícia abaixo onde escrevi  um comentário
> (não resisiti);
> http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/08/20/ensino-de-musica-ag
> ora-e-obrigatorio-nas-escolas/#comment-2
>
> Acho que devemos iniciar uma campanha contra esse tipo de iniciativa e
> processo, que querem eliminar o professor de música. Estou disposta a
> enviar para toda ABEM e colegas o site do TOMPLAY e a reportagem que
> li para façam uma avaliação do software e se manifestem. De repente eu
> estou com implicância. O que acham? E o pessoal de Minas? Será que
> estão apoiando? Puxa vida é duro tanto trabalho para privilegiar uma
> iniciativa privada.
>
> Se o software tem potencial, ótimo, mas quais as suas intenções e
> conseqüências? Depois é duro ouvir o Mário querer ensinar o pai nosso
> ao vigário, tipo a  "lógica dos pólos é diferente da academia". Então
> porque precisam da academia?
>
> O que acham de encaminharmos esse email para a Beatriz MC?
>
> Beijos,
>
> M Cristina
>
>
> ----------------------------------------------------------------
> This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.
>
>
>
> ----- Final da mensagem encaminhada -----
>
>
>
>
>
>   _____
>
>
>
>
> ________________________________________________
> Lista de discussões ANPPOM
> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
> ________________________________________________
>



-- 
Profa. Dra. Beatriz Magalhães Castro




Mais detalhes sobre a lista de discussão Anppom-L