[ANPPOM-L] Sobre os CDs da Coletânea de Música Eletroacústica Brasileira

Sonia Ray soniaraybrasil em gmail.com
Seg Jun 29 21:39:02 BRT 2009


2009/6/29 Flo Menezes <flo em flomenezes.mus.br>

Prezada Sônia Ray, gostaria de te pedir o favor de enviar à lista da ANPPOM
> este meu comentário *sobre os CDs da Coletânea de Música Eletroacústica
> Brasileira* recém editada por Jorge Antunes.
>
> **************************************************************

Endereço esta mensagem a todos os interessados em tomar ciência de minha
opinião pessoal sobre a recém publicação em CD da Coletânea de Música
Eletroacústica Brasileira, produzida por Jorge Antunes com apoio da
Petrobrás.

Trata-se de uma iniciativa bastante importante, ainda que com eventuais
problemas a serem destacados!

Mas falo sobre UM problema: no que diz respeito particularmente à minha
participação e ao que se refere a meu trabalho, saliento que me surpreendeu
negativamente o comentário do texto de introdução do encarte, de autoria de
Luis Roberto Pinheiro, ao afirmar que o

“Estúdio [sic: deveria ser Studio] PANaroma de Música Eletroacústica” seria
uma “fusão dos antigos estúdios da UNESP e da Fasm, organizados
anteriormente por Conrado Silva” (p. 28 em português).

NADA MAIS FALSO QUE ESTA INFORMAÇÃO !

TODOS do meio eletroacústico brasileiro – e fora do Brasil (!!!) – têm
conhecimento de que minha iniciativa em fundar, a partir de 1992 e
oficialmente em julho de 1994, o Studio PANaroma em São Paulo,  que – é
preciso que se diga – se tornou divisor de águas da produção eletroacústica
no Brasil, por ter dado impulso único e até então inaudito à música
eletroacústica em nosso país, por sua produção, pelos livros (os primeiros
sobre o assunto entre nós) que publiquei, pela BIMESP, pelo CIMESP, pela
série de CDs “Música Maximalista” que já conta com 14 números (!), pelas
séries de concertos que inaugurei, e pela implementação pioneira em
Universidades brasileiras de disciplinas estritamente relacionadas à
COMPOSIÇÃO eletroacústica (e não à acústica, a laboratório de som ou trilhas
sonoras, tal como já tinha ocorrido antes de meu retorno ao país em metade
de 1992), por visitas como a de Boulez ao PANaroma em 1996, etc., NADA TEM
QUE VER COM O TRABALHO DE DOCÊNCIA QUE TINHA SIDO DESENVOLVIDO ANTES PELO
NOSSO COLEGA CONRADO SILVA, seja na Unesp, seja na Fasm !!!

Muito ao contrário: aceitei integrar o corpo docente da Fasm antes de minha
contratação junto à Unesp, e depois desta contratação, como diretor do
Studio PANaroma em seu estágio inicial, como convênio da Unesp com a Fasm, e
ingressei na Unesp em 1992 como pesquisador e, a partir de novembro de 1993,
como docente concursado, com a EXPRESSA condição de *INICIAR DO ZERO* um *
NOVO *estúdio de música eletroacústica, de ponta, que nenhum vinculo tivesse
com o trabalho, muito insipiente a meu ver, desenvolvido na área de
“laboratório de som” por colegas que me precederam alguns anos atrás
naquelas instituições. Aliás, quando cheguei nessas instituições,
*NADA*havia nesse sentido: havia anos que nenhuma disciplina
relacionada sequer à
acústica tinha sido contemplada nas grades curriculares de ambas as
instituições. NENHUM aparelho encontrava-se disponível para o menor trabalho
que fosse em nossa área, *NADA*.

Pus todos meus próprios aparelhos a serviço do novo estúdio, TABULA RASA e
marco inicial da implementação para valer da música eletroacústica entre nós
nos meios acadêmicos, dei o nome de meu estúdio privado ao estúdio: Studio
PANaroma, requisitei com sucesso novos aparelhos e construí o primeiro
espaço arquitetônico de um estúdio dentro das Universidades brasileiras
(como construiria o segundo, no Instituto de Artes da Unesp no Ipiranga,
quando do término do referido convênio em 2001, e como elaborei o terceiro e
definitivo do PANaroma, em fase de construção, junto ao novo campus da Barra
Funda da Unesp, com seus 303 metros quadrados, 6 salas de composição e
estúdio de gravação). Entendo uma tal informação do texto e Pinheiro como
uma perigosa falsificação da história. É preciso ter cuidado, se se quer
contribuir para a musicologia brasileira, não apelando para informações que
tendam a falsificar os fatos.

No mais, a iniciativa da Coletânea é mais que louvável. Penso que seja
natural que haja mais obras dos pioneiros como Reginaldo Carvalho, Conrado
Silva e do próprio Jorge Antunes, um aspecto que poderá incomodar um ou
outro de nossos colegas, mas que a mim não causa o menor transtorno. Aliás,
acredito que a empreitada tenha sido bastante democrática,incluindo
inclusive obras de baixa qualidade artística que eu, pessoalmente, tenderia
muito sinceramente a “filtrar”, caso se tratasse de uma coleção que passasse
por um crivo estético que primasse pela qualidade das obras.

Mas não foi este o intuito: pretendeu-se – assim entendo – publicar um
painel o mais abrangente possível das diversas vertentes brasileiras,
aceitando obras de quem desejou enviar sua contribuição, ainda que alguns
nomes, por uma ou outra razão, estejam lamentavelmente ausentes de uma
Coletânea deste porte (como os de Vânia Dantas Leite, dos compositores
Sergio Kafejian, Fábio Gorodski e Daniel Barreiro, todos ex-alunos do
PANaroma e cujos trabalhos têm recebido importantes premiações
internacionais, de Paulo von Zuben e Silvio Ferraz, etc.).

*Flo Menezes
**CP 141
06803-971 – Embu – SP
Brasil
*
- - -
*Chefe do Departamento de Música/Unesp;
Compositor & Diretor Artístico do
**Studio PANaroma
de Música Eletroacústica da Unesp
*
Telefone: *++55/11/4781-6775
*Celular: *++55/11/8282-0960
*Chefia DM/Unesp: *++55/11/5627-7063
*Studio PANaroma (Unesp): *++55/11/2274-2241
email: flo em flomenezes.mus.br
website: http://flomenezes.mus.br*
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