[ANPPOM-L] Trilha especial no Festival de Cinema

Jorge Antunes antunes em unb.br
Ter Nov 3 08:26:36 BRST 2009


*UMA TRILHA SONORA MUITO ESPECIAL
NO 42º FESTIVAL DE BRASILIA DO CINEMA BRASILEIRO*

   Um dos longas selecionados para concorrer no 42º Festival de Brasília do
Cinema Brasileiro, que se realizará de 17 a 24 de novembro, promete muita
emoção e repercussão. Trata-se do filme “Perdão Mister Fiel”. Seu diretor, o
jornalista e cineasta Jorge Oliveira, encontrou a fórmula para arrebatar as
platéias: chamou o maestro Jorge Antunes e o produtor musical Cláudio
Vinicius Fialho para elaborarem a trilha sonora.
   O filme conta a história do operário metalúrgico Manuel Fiel Filho que
foi torturado e assassinado pela ditadura militar, em São Paulo, em 17 de
janeiro de 1976. Naquela sexta-feira, elementos da polícia do Exército foram
à empresa Metal Arte em busca de alguém de sobrenome Fiori. Vasculhando os
arquivos da fábrica e as fichas dos empregados, não encontraram nenhum
Fiori. Mas descobriram uma ficha com nome parecido: Fiel. Entenderam que era
esse o cidadão subversivo que procuravam: o operário que distribuía, entre
seus colegas, o jornal A Voz Operária, do Partido Comunista Brasileiro. Fiel
foi preso, torturado e estrangulado.
   No documentário, co-dirigido pelo filho do cineasta, Pedro Zoca, Jorge
Oliveira alterna depoimentos contundentes e esclarecedores de personagens
dos anos de chumbo, com cenas realísticas interpretadas por atores,
ilustrando os momentos importantes da história. A música original feita para
o filme sublinha a poética e a dramaticidade do filme. O público ouvirá uma
sonoridade especial muito rara no cinema brasileiro: a música sinfônica. Em
geral as trilhas da filmografia brasileira são despojadas, camerísticas, com
a singeleza de um violão ou um piano, quando não apelam para os
sintetizadores forjando massas sonoras que soam artificiais. Em “Perdão
Mister Fiel” o público se extasiará com outro som: o da massa orquestral. O
maestro Jorge Antunes escreveu realizações polifônicas, gravadas pela
Orquestra Ars Hodierna, em que grandes densidades e texturas são construídas
com o tutti orquestral. Claudio Vinicius Fialho, compositor de trilhas
premiadas em versões anteriores do festival, parceiro de Antunes na
realização, ajudou a pontuar os momentos dramáticos da obra. Um expressivo
leit motif vocal costura a trama e dá unidade à composição, nas vozes da
soprano brasileira Stella Brandão e da soprano austríaca Daniela Stieff
Tostes.
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