[ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos

André Luís Cardoso Machado andrelcmac em ig.com.br
Qua Nov 24 00:57:51 BRST 2010


Olá, se me permitem

O ensino superior em música é todo baseado na tradição européia que
culminou na música erudita contemporânea. Os jovens que ingressam nas
faculdades de música, como todos os outros, são um pouco
inconsequentes. Se julgam poderosos e pensam poder vencer a realidade
e se tornar grandes solistas ou reconhecidos compositores. Porém essas
possibilidades já não existem, já tem algum tempo. O máximo que se
pode conseguir é um reconhecimentozinho acadêmico. Não dá pra ganhar
dinheiro nem com a música tradicional nem com a contemporânea. A não
ser sob a égide do estado que não oferece(e nem deveria) vagas para
todos.
Em qualquer outra área a academia se veria obrigada a mudar seus
rumos. Mas em nossa área específica, amparada inclusive por uma
equivocada visão de toda a sociedade de que nossos valores são muito
diferentes do resto, mantem-se tudo como está.
Me parece que mudar o enfoque acadêmico vigente é como a reforma
política. Todos sabem que ela é necessária, mas quem tem poder para
realizá-la são os menos interessados.

Abraço a todos
André Machado

Em 23/11/10, Carlos Palombini<cpalombini em gmail.com> escreveu:
> É outra possibilidade. Infelizmente, muito pouco na política da Capes e nada
> na política do CNPq aponta nesta direção.
>
> 2010/11/23 Flavio <flateb em gmail.com>
>
>> Pelo visto, pode-se mesmo dizer que nada do que se faz na tal "área
>> específica" de música presta ( "análises interpretativas",
>> "instrumentista-pesquisador que nem toca nem faz pesquisa",
>> "compositor-pesquisador cuja pesquisa é dizer o que quer que seja da
>> música
>> que só é ouvida por seus próprios colegas" etc.). Faltou apenas incluir a
>> categoria de egrégios "pesquisadores" que não tocam, não cantam, não
>> compõem, não diferenciam uma colcheia de um violão, costumam fugir de sala
>> de aula e de orientações, mas encontram-se muito bem instalados e pagos
>> em... Escolas de Música (vejam que coisa!). Enfim, acabemos com esse tipo
>> também, pessoal, e assim podemos apagar todas as luzes de tão nefasta
>> área,
>> entregando os prédios (e principalmente a verba pública que alimenta, por
>> exemplo, muitas bolsas de pesquisa) para a sociedade fazer de tudo isso um
>> melhor uso.
>>
>>  Flavio Barbeitas.
>>
>>
>> 2010/11/23 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
>>
>> Não, acabamos apenas com a prova de habilidades específicas, o que
>>> resultará no fim do Conservatório Universitário, e no fim também das
>>> intermináveis discussões sobre a "especificidade" da área, sobre quantos
>>> artigos vale um concerto, sobre o número de artigos que substitui uma
>>> dissertação na pós-graduação em performance, acabamos com as "análises
>>> interpretativas" e tantos outros males, como o instrumentista-pesquisador
>>> que nem toca nem faz pesquisa (ou faz de conta que faz, e se publica
>>> porque
>>> as revistas precisam de artigos para satisfazer as exigências de
>>> periodicidade da Capes), com o compositor-pesquisador cuja pesquisa é
>>> dizer
>>> o que quer que seja da música que só é ouvida por seus próprios colegas,
>>> e
>>> poderemos pensar numa formação adequada e específica para
>>> instrumentistas,
>>> compositores, musicólogos, educadores etc. Não seria um benefício?
>>>
>>> 2010/11/23 Fernando Pereira Binder <fernandobinder em yahoo.com.br>
>>>
>>>> Muito bem,
>>>>
>>>> Primeiro acabamos com a prova de habilidades específicas para música.
>>>> Depois acabamos com a prova geral (português, história, etc...).
>>>> Daí acabamos com a alfabetização.
>>>> Re-instituímos a igreja como guardiã do conhecimento ocidental (começada
>>>> na última eleição).
>>>> Pronto, voltamos todos à Idade Média em 4 etapas!
>>>>
>>>> Fernando Binder
>>>>
>>>>  Em 22/11/2010, às 10:07, Carlos Palombini escreveu:
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>  2) Não exigir conhecimentos específicos desvaloriza a Lei 11.769/2008,
>>>>> uma árdua conquista da área de Música que simboliza sua valorização,
>>>>> pois
>>>>> esta é comumente tratada de forma amadora pela sociedade. Atualmente,
>>>>> há uma
>>>>> verdadeira "indústria educacional" em torno da Educação Básica, pois
>>>>> sua
>>>>> função mais comum é oferecer acesso à Universidade, desvalorizando sua
>>>>> própria utilidade educacional. Nesse contexto, há o risco de muitos se
>>>>> perguntarem: "pra que estudar Música se para entrar no Curso de Música
>>>>> não é
>>>>> necessário estudar Música?";
>>>>>
>>>>
>>>> Há um erro básico aqui: supor que estudar música seja solfejar, tocar um
>>>> instrumento (ou cantar), ou compor. Como é isso que a maioria de nossos
>>>> colegas sabe fazer, esse erro não será democraticamente erradicado. A
>>>> prova
>>>> específica tem a função de perpetuá-lo.
>>>>
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