[ANPPOM-L] Res: Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos

Eduardo Patricio epatricio em yahoo.com
Qua Nov 24 10:27:48 BRST 2010





É. Pela mensagem do André Machado, me parece que a posição do Palombini (e/ou 
reflexos dela) foi agora melhor captada. 
A questão central seria menos sobre a existência ou não de testes específicos e 
mais a respeito da necessidade de um questionamento acerca dos objetivos e 
proposições dos cursos de música no Brasil - que apresentam sim um certo 
descolamento da realidade (histórico-social), e, que fique claro, não se trata 
aqui de uma questão puramente de mercado.

Saudações

Eduardo Patrício


_____________________________________
Eduardo Patrício
http://www.eduardopatricio.com.br
+55 41 8434-0480





________________________________
De: Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Enviadas: Quarta-feira, 24 de Novembro de 2010 1:02:13
Assunto: Re: [ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos

Voilà!


2010/11/24 André Luís Cardoso Machado <andrelcmac em ig.com.br>

Olá, se me permitem
>
>O ensino superior em música é todo baseado na tradição européia que
>culminou na música erudita contemporânea. Os jovens que ingressam nas
>faculdades de música, como todos os outros, são um pouco
>inconsequentes. Se julgam poderosos e pensam poder vencer a realidade
>e se tornar grandes solistas ou reconhecidos compositores. Porém essas
>possibilidades já não existem, já tem algum tempo. O máximo que se
>pode conseguir é um reconhecimentozinho acadêmico. Não dá pra ganhar
>dinheiro nem com a música tradicional nem com a contemporânea. A não
>ser sob a égide do estado que não oferece(e nem deveria) vagas para
>todos.
>Em qualquer outra área a academia se veria obrigada a mudar seus
>rumos. Mas em nossa área específica, amparada inclusive por uma
>equivocada visão de toda a sociedade de que nossos valores são muito
>diferentes do resto, mantem-se tudo como está.
>Me parece que mudar o enfoque acadêmico vigente é como a reforma
>política. Todos sabem que ela é necessária, mas quem tem poder para
>realizá-la são os menos interessados.
>
>Abraço a todos
>André Machado
>
>Em 23/11/10, Carlos Palombini<cpalombini em gmail.com> escreveu:
>
>> É outra possibilidade. Infelizmente, muito pouco na política da Capes e nada
>> na política do CNPq aponta nesta direção.
>>
>> 2010/11/23 Flavio <flateb em gmail.com>
>>
>>> Pelo visto, pode-se mesmo dizer que nada do que se faz na tal "área
>>> específica" de música presta ( "análises interpretativas",
>>> "instrumentista-pesquisador que nem toca nem faz pesquisa",
>>> "compositor-pesquisador cuja pesquisa é dizer o que quer que seja da
>>> música
>>> que só é ouvida por seus próprios colegas" etc.). Faltou apenas incluir a
>>> categoria de egrégios "pesquisadores" que não tocam, não cantam, não
>>> compõem, não diferenciam uma colcheia de um violão, costumam fugir de sala
>>> de aula e de orientações, mas encontram-se muito bem instalados e pagos
>>> em... Escolas de Música (vejam que coisa!). Enfim, acabemos com esse tipo
>>> também, pessoal, e assim podemos apagar todas as luzes de tão nefasta
>>> área,
>>> entregando os prédios (e principalmente a verba pública que alimenta, por
>>> exemplo, muitas bolsas de pesquisa) para a sociedade fazer de tudo isso um
>>> melhor uso.
>>>
>>>  Flavio Barbeitas.
>>>
>>>
>>> 2010/11/23 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
>>>
>>> Não, acabamos apenas com a prova de habilidades específicas, o que
>>>> resultará no fim do Conservatório Universitário, e no fim também das
>>>> intermináveis discussões sobre a "especificidade" da área, sobre quantos
>>>> artigos vale um concerto, sobre o número de artigos que substitui uma
>>>> dissertação na pós-graduação em performance, acabamos com as "análises
>>>> interpretativas" e tantos outros males, como o instrumentista-pesquisador
>>>> que nem toca nem faz pesquisa (ou faz de conta que faz, e se publica
>>>> porque
>>>> as revistas precisam de artigos para satisfazer as exigências de
>>>> periodicidade da Capes), com o compositor-pesquisador cuja pesquisa é
>>>> dizer
>>>> o que quer que seja da música que só é ouvida por seus próprios colegas,
>>>> e
>>>> poderemos pensar numa formação adequada e específica para
>>>> instrumentistas,
>>>> compositores, musicólogos, educadores etc. Não seria um benefício?
>>>>
>>>> 2010/11/23 Fernando Pereira Binder <fernandobinder em yahoo.com.br>
>>>>
>>>>> Muito bem,
>>>>>
>>>>> Primeiro acabamos com a prova de habilidades específicas para música.
>>>>> Depois acabamos com a prova geral (português, história, etc...).
>>>>> Daí acabamos com a alfabetização.
>>>>> Re-instituímos a igreja como guardiã do conhecimento ocidental (começada
>>>>> na última eleição).
>>>>> Pronto, voltamos todos à Idade Média em 4 etapas!
>>>>>
>>>>> Fernando Binder
>>>>>
>>>>>  Em 22/11/2010, às 10:07, Carlos Palombini escreveu:
>>>>>
>>>>>
>>>>>
>>>>>  2) Não exigir conhecimentos específicos desvaloriza a Lei 11.769/2008,
>>>>>> uma árdua conquista da área de Música que simboliza sua valorização,
>>>>>> pois
>>>>>> esta é comumente tratada de forma amadora pela sociedade. Atualmente,
>>>>>> há uma
>>>>>> verdadeira "indústria educacional" em torno da Educação Básica, pois
>>>>>> sua
>>>>>> função mais comum é oferecer acesso à Universidade, desvalorizando sua
>>>>>> própria utilidade educacional. Nesse contexto, há o risco de muitos se
>>>>>> perguntarem: "pra que estudar Música se para entrar no Curso de Música
>>>>>> não é
>>>>>> necessário estudar Música?";
>>>>>>
>>>>>
>>>>> Há um erro básico aqui: supor que estudar música seja solfejar, tocar um
>>>>> instrumento (ou cantar), ou compor. Como é isso que a maioria de nossos
>>>>> colegas sabe fazer, esse erro não será democraticamente erradicado. A
>>>>> prova
>>>>> específica tem a função de perpetuá-lo.
>>>>>
>>>>>
>>>>> --
>>>>> Carlos Palombini
>>>>> cpalombini em gmail.com
>>>>>
>>>>> ________________________________________________
>>>>> Lista de discussões ANPPOM
>>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>>>> ________________________________________________
>>>>>
>>>>>
>>>>>   _____________________
>>>>> Ajude a manter minha caixa postal limpa, não inclua meu endereço de
>>>>> email
>>>>> em listas de qualquer espécie. Obrigado. Fernando.
>>>>> Please, help me to keep my inbox clean. Do not include my email address
>>>>> in any sort of of list. Thank You. Fernando.
>>>>>
>>>>>
>>>>>
>>>>
>>>>
>>>> --
>>>> Carlos Palombini
>>>> cpalombini em gmail.com
>>>>
>>>>
>>>> ________________________________________________
>>>> Lista de discussões ANPPOM
>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>>> ________________________________________________
>>>>
>>>
>>>
>>> ________________________________________________
>>> Lista de discussões ANPPOM
>>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>> ________________________________________________
>>>
>>
>>
>>
>> --
>> Carlos Palombini
>> cpalombini em gmail.com
>>
>


-- 
Carlos Palombini
cpalombini em gmail.com


      
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20101124/3b81e129/attachment.html>


Mais detalhes sobre a lista de discussão Anppom-L