[ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Qua Nov 24 10:45:17 BRST 2010


Exatamente, se gosto ou se não gosto de música eletroacústica, não vem ao
caso. E meus argumentos não são fracos, proque não expus argumento algum. Ao
invés, preferi expor a opinião antitética à predominante, de modo que as
vozes discordantes se sentissem à vontade para se manifestar. E André
Machado enunciou perfeitamente o argumento que faço meu. É significativo que
simplesmente aventurar-se a mencionar a possibilidade de extinção da prova
específica e os possíveis benefícios decorrentes desta extinção provoque
respostas de cunho eminentemente retórico. Isto mostra a entronização de
certo tipo de pensamento em nosso meio. É contra esse tipo de pensamento que
declaro meu voto aqui.

2010/11/24 Eduardo Patricio <epatricio em yahoo.com>

>
>
>
> É. Pela mensagem do André Machado, me parece que a posição do Palombini
> (e/ou reflexos dela) foi agora melhor captada.
> A questão central seria menos sobre a existência ou não de testes
> específicos e mais a respeito da necessidade de um questionamento acerca dos
> objetivos e proposições dos cursos de música no Brasil - que apresentam sim
> um certo descolamento da realidade (histórico-social), e, que fique claro,
> não se trata aqui de uma questão puramente de mercado.
>
> Saudações
>
> Eduardo Patrício
>
>
> _____________________________________
> Eduardo Patrício
> http://www.eduardopatricio.com.br
> +55 41 8434-0480
>
>
> ------------------------------
> *De:* Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
>
> *Para:* anppom-l em iar.unicamp.br
> *Enviadas:* Quarta-feira, 24 de Novembro de 2010 1:02:13
>
> *Assunto:* Re: [ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes
> específicos
>
> Voilà!
>
> 2010/11/24 André Luís Cardoso Machado <andrelcmac em ig.com.br>
>
>> Olá, se me permitem
>>
>> O ensino superior em música é todo baseado na tradição européia que
>> culminou na música erudita contemporânea. Os jovens que ingressam nas
>> faculdades de música, como todos os outros, são um pouco
>> inconsequentes. Se julgam poderosos e pensam poder vencer a realidade
>> e se tornar grandes solistas ou reconhecidos compositores. Porém essas
>> possibilidades já não existem, já tem algum tempo. O máximo que se
>> pode conseguir é um reconhecimentozinho acadêmico. Não dá pra ganhar
>> dinheiro nem com a música tradicional nem com a contemporânea. A não
>> ser sob a égide do estado que não oferece(e nem deveria) vagas para
>> todos.
>> Em qualquer outra área a academia se veria obrigada a mudar seus
>> rumos. Mas em nossa área específica, amparada inclusive por uma
>> equivocada visão de toda a sociedade de que nossos valores são muito
>> diferentes do resto, mantem-se tudo como está.
>> Me parece que mudar o enfoque acadêmico vigente é como a reforma
>> política. Todos sabem que ela é necessária, mas quem tem poder para
>> realizá-la são os menos interessados.
>>
>> Abraço a todos
>> André Machado
>>
>> Em 23/11/10, Carlos Palombini<cpalombini em gmail.com> escreveu:
>> > É outra possibilidade. Infelizmente, muito pouco na política da Capes e
>> nada
>> > na política do CNPq aponta nesta direção.
>> >
>> > 2010/11/23 Flavio <flateb em gmail.com>
>> >
>> >> Pelo visto, pode-se mesmo dizer que nada do que se faz na tal "área
>> >> específica" de música presta ( "análises interpretativas",
>> >> "instrumentista-pesquisador que nem toca nem faz pesquisa",
>> >> "compositor-pesquisador cuja pesquisa é dizer o que quer que seja da
>> >> música
>> >> que só é ouvida por seus próprios colegas" etc.). Faltou apenas incluir
>> a
>> >> categoria de egrégios "pesquisadores" que não tocam, não cantam, não
>> >> compõem, não diferenciam uma colcheia de um violão, costumam fugir de
>> sala
>> >> de aula e de orientações, mas encontram-se muito bem instalados e pagos
>> >> em... Escolas de Música (vejam que coisa!). Enfim, acabemos com esse
>> tipo
>> >> também, pessoal, e assim podemos apagar todas as luzes de tão nefasta
>> >> área,
>> >> entregando os prédios (e principalmente a verba pública que alimenta,
>> por
>> >> exemplo, muitas bolsas de pesquisa) para a sociedade fazer de tudo isso
>> um
>> >> melhor uso.
>> >>
>> >>  Flavio Barbeitas.
>> >>
>> >>
>> >> 2010/11/23 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
>> >>
>> >> Não, acabamos apenas com a prova de habilidades específicas, o que
>> >>> resultará no fim do Conservatório Universitário, e no fim também das
>> >>> intermináveis discussões sobre a "especificidade" da área, sobre
>> quantos
>> >>> artigos vale um concerto, sobre o número de artigos que substitui uma
>> >>> dissertação na pós-graduação em performance, acabamos com as "análises
>> >>> interpretativas" e tantos outros males, como o
>> instrumentista-pesquisador
>> >>> que nem toca nem faz pesquisa (ou faz de conta que faz, e se publica
>> >>> porque
>> >>> as revistas precisam de artigos para satisfazer as exigências de
>> >>> periodicidade da Capes), com o compositor-pesquisador cuja pesquisa é
>> >>> dizer
>> >>> o que quer que seja da música que só é ouvida por seus próprios
>> colegas,
>> >>> e
>> >>> poderemos pensar numa formação adequada e específica para
>> >>> instrumentistas,
>> >>> compositores, musicólogos, educadores etc. Não seria um benefício?
>> >>>
>> >>> 2010/11/23 Fernando Pereira Binder <fernandobinder em yahoo.com.br>
>> >>>
>> >>>> Muito bem,
>> >>>>
>> >>>> Primeiro acabamos com a prova de habilidades específicas para música.
>> >>>> Depois acabamos com a prova geral (português, história, etc...).
>> >>>> Daí acabamos com a alfabetização.
>> >>>> Re-instituímos a igreja como guardiã do conhecimento ocidental
>> (começada
>> >>>> na última eleição).
>> >>>> Pronto, voltamos todos à Idade Média em 4 etapas!
>> >>>>
>> >>>> Fernando Binder
>> >>>>
>> >>>>  Em 22/11/2010, às 10:07, Carlos Palombini escreveu:
>> >>>>
>> >>>>
>> >>>>
>> >>>>  2) Não exigir conhecimentos específicos desvaloriza a Lei
>> 11.769/2008,
>> >>>>> uma árdua conquista da área de Música que simboliza sua valorização,
>> >>>>> pois
>> >>>>> esta é comumente tratada de forma amadora pela sociedade.
>> Atualmente,
>> >>>>> há uma
>> >>>>> verdadeira "indústria educacional" em torno da Educação Básica, pois
>> >>>>> sua
>> >>>>> função mais comum é oferecer acesso à Universidade, desvalorizando
>> sua
>> >>>>> própria utilidade educacional. Nesse contexto, há o risco de muitos
>> se
>> >>>>> perguntarem: "pra que estudar Música se para entrar no Curso de
>> Música
>> >>>>> não é
>> >>>>> necessário estudar Música?";
>> >>>>>
>> >>>>
>> >>>> Há um erro básico aqui: supor que estudar música seja solfejar, tocar
>> um
>> >>>> instrumento (ou cantar), ou compor. Como é isso que a maioria de
>> nossos
>> >>>> colegas sabe fazer, esse erro não será democraticamente erradicado. A
>> >>>> prova
>> >>>> específica tem a função de perpetuá-lo.
>> >>>>
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