[ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos

Marcos Câmara de Castro mcamara em usp.br
Qui Nov 25 09:57:16 BRST 2010



Bom dia,  

Eu gostaria de saber se nas universidades estadonidenses há teste de aptidão nos seus departamentos de música.   

Marcos  

Citando Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>:  

> Exatamente, se gosto ou se não gosto de música eletroacústica, não vem ao caso. E meus argumentos não são fracos, proque não expus argumento algum. Ao invés, preferi expor a opinião antitética à predominante, de modo que as vozes discordantes se sentissem à vontade para se manifestar. E André Machado enunciou perfeitamente o argumento que faço meu. É significativo que simplesmente aventurar-se a mencionar a possibilidade de extinção da prova específica e os possíveis benefícios decorrentes desta extinção provoque respostas de cunho eminentemente retórico. Isto mostra a entronização de certo tipo de pensamento em nosso meio. É contra esse tipo de pensamento que declaro meu voto aqui. 
>
>
> 2010/11/24 Eduardo Patricio <epatricio em yahoo.com> 
>
>
> > É. Pela mensagem do André Machado, me parece que a posição do Palombini (e/ou reflexos dela) foi agora melhor captada.   
> > A questão central seria menos sobre a existência ou não de testes específicos e mais a respeito da necessidade de um questionamento acerca dos objetivos e proposições dos cursos de música no Brasil - que apresentam sim um certo descolamento da realidade (histórico-social), e, que fique claro, não se trata aqui de uma questão puramente de mercado.  
> >
> >
> > Saudações  
> >
> >
> > Eduardo Patrício  
> >
> > _____________________________________
> > EDUARDO PATRíCIO
> > HTTP://WWW.EDUARDOPATRICIO.COM.BR
> > +55 41 8434-0480
> >
> > -------------------------
> > DE: Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com> 
> >
> > PARA: anppom-l em iar.unicamp.br
> > ENVIADAS: Quarta-feira, 24 de Novembro de 2010 1:02:13 
> >
> > ASSUNTO: Re: [ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos
> >
> > Voilà!
> >
> >
> > 2010/11/24 André Luís Cardoso Machado <andrelcmac em ig.com.br> 
> >
> >
> > > Olá, se me permitem 
> > >
> > > O ensino superior em música é todo baseado na tradição européia que
> > > culminou na música erudita contemporânea. Os jovens que ingressam nas
> > > faculdades de música, como todos os outros, são um pouco
> > > inconsequentes. Se julgam poderosos e pensam poder vencer a realidade
> > > e se tornar grandes solistas ou reconhecidos compositores. Porém essas
> > > possibilidades já não existem, já tem algum tempo. O máximo que se
> > > pode conseguir é um reconhecimentozinho acadêmico. Não dá pra ganhar
> > > dinheiro nem com a música tradicional nem com a contemporânea. A não
> > > ser sob a égide do estado que não oferece(e nem deveria) vagas para
> > > todos.
> > > Em qualquer outra área a academia se veria obrigada a mudar seus
> > > rumos. Mas em nossa área específica, amparada inclusive por uma
> > > equivocada visão de toda a sociedade de que nossos valores são muito
> > > diferentes do resto, mantem-se tudo como está.
> > > Me parece que mudar o enfoque acadêmico vigente é como a reforma
> > > política. Todos sabem que ela é necessária, mas quem tem poder para
> > > realizá-la são os menos interessados.
> > >
> > > Abraço a todos
> > > André Machado
> > >
> > > Em 23/11/10, Carlos Palombini<cpalombini em gmail.com> escreveu:
> > >
> > > > É outra possibilidade. Infelizmente, muito pouco na política da Capes e nada 
> > > > na política do CNPq aponta nesta direção.
> > > >
> > > > 2010/11/23 Flavio <flateb em gmail.com>
> > > >
> > > >> Pelo visto, pode-se mesmo dizer que nada do que se faz na tal "área
> > > >> específica" de música presta ( "análises interpretativas",
> > > >> "instrumentista-pesquisador que nem toca nem faz pesquisa",
> > > >> "compositor-pesquisador cuja pesquisa é dizer o que quer que seja da
> > > >> música
> > > >> que só é ouvida por seus próprios colegas" etc.). Faltou apenas incluir a
> > > >> categoria de egrégios "pesquisadores" que não tocam, não cantam, não
> > > >> compõem, não diferenciam uma colcheia de um violão, costumam fugir de sala
> > > >> de aula e de orientações, mas encontram-se muito bem instalados e pagos
> > > >> em... Escolas de Música (vejam que coisa!). Enfim, acabemos com esse tipo
> > > >> também, pessoal, e assim podemos apagar todas as luzes de tão nefasta
> > > >> área,
> > > >> entregando os prédios (e principalmente a verba pública que alimenta, por
> > > >> exemplo, muitas bolsas de pesquisa) para a sociedade fazer de tudo isso um
> > > >> melhor uso.
> > > >>
> > > >>  Flavio Barbeitas.
> > > >>
> > > >>
> > > >> 2010/11/23 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
> > > >>
> > > >> Não, acabamos apenas com a prova de habilidades específicas, o que
> > > >>> resultará no fim do Conservatório Universitário, e no fim também das
> > > >>> intermináveis discussões sobre a "especificidade" da área, sobre quantos
> > > >>> artigos vale um concerto, sobre o número de artigos que substitui uma
> > > >>> dissertação na pós-graduação em performance, acabamos com as "análises
> > > >>> interpretativas" e tantos outros males, como o instrumentista-pesquisador
> > > >>> que nem toca nem faz pesquisa (ou faz de conta que faz, e se publica
> > > >>> porque
> > > >>> as revistas precisam de artigos para satisfazer as exigências de
> > > >>> periodicidade da Capes), com o compositor-pesquisador cuja pesquisa é
> > > >>> dizer
> > > >>> o que quer que seja da música que só é ouvida por seus próprios colegas,
> > > >>> e
> > > >>> poderemos pensar numa formação adequada e específica para
> > > >>> instrumentistas,
> > > >>> compositores, musicólogos, educadores etc. Não seria um benefício?
> > > >>>
> > > >>> 2010/11/23 Fernando Pereira Binder <fernandobinder em yahoo.com.br>
> > > >>>
> > > >>>> Muito bem,
> > > >>>>
> > > >>>> Primeiro acabamos com a prova de habilidades específicas para música.
> > > >>>> Depois acabamos com a prova geral (português, história, etc...).
> > > >>>> Daí acabamos com a alfabetização.
> > > >>>> Re-instituímos a igreja como guardiã do conhecimento ocidental (começada
> > > >>>> na última eleição).
> > > >>>> Pronto, voltamos todos à Idade Média em 4 etapas!
> > > >>>>
> > > >>>> Fernando Binder
> > > >>>>
> > > >>>>  Em 22/11/2010, às 10:07, Carlos Palombini escreveu:
> > > >>>>
> > > >>>>
> > > >>>>
> > > >>>>  2) Não exigir conhecimentos específicos desvaloriza a Lei 11.769/2008,
> > > >>>>> uma árdua conquista da área de Música que simboliza sua valorização,
> > > >>>>> pois
> > > >>>>> esta é comumente tratada de forma amadora pela sociedade. Atualmente,
> > > >>>>> há uma
> > > >>>>> verdadeira "indústria educacional" em torno da Educação Básica, pois
> > > >>>>> sua
> > > >>>>> função mais comum é oferecer acesso à Universidade, desvalorizando sua
> > > >>>>> própria utilidade educacional. Nesse contexto, há o risco de muitos se
> > > >>>>> perguntarem: "pra que estudar Música se para entrar no Curso de Música
> > > >>>>> não é
> > > >>>>> necessário estudar Música?";
> > > >>>>>
> > > >>>>
> > > >>>> Há um erro básico aqui: supor que estudar música seja solfejar, tocar um
> > > >>>> instrumento (ou cantar), ou compor. Como é isso que a maioria de nossos
> > > >>>> colegas sabe fazer, esse erro não será democraticamente erradicado. A
> > > >>>> prova
> > > >>>> específica tem a função de perpetuá-lo.
> > > >>>>
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Prof. Dr. Marcos Câmara de Castro 
Departamento de Música
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