[ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos
Carole Gubernikoff
gubernik em terra.com.br
Qui Nov 25 12:19:46 BRST 2010
Apenas respondendo, os Conservatórios Universitários, como New England Conservatory, Julliard School, Mannis, Manhattan, e tantos outros, têm textes de entrada dificílimos e pululam de orientais brancos, sul americanos brancos, africanos , arabes.....
os departamentos de música náo exigem testes na graduação e funcionam como locais que podem ser frequentados por qualquer aluno de qualquer departamento que se interesse por aulas de música e alguns forma músicos europeus também.
Porque discutir uma única maneira de formar músicos (se é isto que queremos) se cada instituição pode formular seu curso de acordo com o seus objetivos e sua identidade.
Claro que quando se democratiza o acesso o perfil do aluno terá de ser atualizado e teremos de nos adaptar, o que nos é muito difícil.
Muito papo e rancor!
----- Original Message -----
From: Marcos Câmara de Castro
To: Carlos Palombini
Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
Sent: Thursday, November 25, 2010 9:57 AM
Subject: Re: [ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos
Bom dia,
Eu gostaria de saber se nas universidades estadonidenses há teste de aptidão nos seus departamentos de música.
Marcos
Citando Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>:
Exatamente, se gosto ou se não gosto de música eletroacústica, não vem ao caso. E meus argumentos não são fracos, proque não expus argumento algum. Ao invés, preferi expor a opinião antitética à predominante, de modo que as vozes discordantes se sentissem à vontade para se manifestar. E André Machado enunciou perfeitamente o argumento que faço meu. É significativo que simplesmente aventurar-se a mencionar a possibilidade de extinção da prova específica e os possíveis benefícios decorrentes desta extinção provoque respostas de cunho eminentemente retórico. Isto mostra a entronização de certo tipo de pensamento em nosso meio. É contra esse tipo de pensamento que declaro meu voto aqui.
2010/11/24 Eduardo Patricio <epatricio em yahoo.com>
É. Pela mensagem do André Machado, me parece que a posição do Palombini (e/ou reflexos dela) foi agora melhor captada.
A questão central seria menos sobre a existência ou não de testes específicos e mais a respeito da necessidade de um questionamento acerca dos objetivos e proposições dos cursos de música no Brasil - que apresentam sim um certo descolamento da realidade (histórico-social), e, que fique claro, não se trata aqui de uma questão puramente de mercado.
Saudações
Eduardo Patrício
_____________________________________
Eduardo Patrício
http://www.eduardopatricio.com.br
+55 41 8434-0480
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De: Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Enviadas: Quarta-feira, 24 de Novembro de 2010 1:02:13
Assunto: Re: [ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos
Voilà!
2010/11/24 André Luís Cardoso Machado <andrelcmac em ig.com.br>
Olá, se me permitem
O ensino superior em música é todo baseado na tradição européia que
culminou na música erudita contemporânea. Os jovens que ingressam nas
faculdades de música, como todos os outros, são um pouco
inconsequentes. Se julgam poderosos e pensam poder vencer a realidade
e se tornar grandes solistas ou reconhecidos compositores. Porém essas
possibilidades já não existem, já tem algum tempo. O máximo que se
pode conseguir é um reconhecimentozinho acadêmico. Não dá pra ganhar
dinheiro nem com a música tradicional nem com a contemporânea. A não
ser sob a égide do estado que não oferece(e nem deveria) vagas para
todos.
Em qualquer outra área a academia se veria obrigada a mudar seus
rumos. Mas em nossa área específica, amparada inclusive por uma
equivocada visão de toda a sociedade de que nossos valores são muito
diferentes do resto, mantem-se tudo como está.
Me parece que mudar o enfoque acadêmico vigente é como a reforma
política. Todos sabem que ela é necessária, mas quem tem poder para
realizá-la são os menos interessados.
Abraço a todos
André Machado
Em 23/11/10, Carlos Palombini<cpalombini em gmail.com> escreveu:
> É outra possibilidade. Infelizmente, muito pouco na política da Capes e nada
> na política do CNPq aponta nesta direção.
>
> 2010/11/23 Flavio <flateb em gmail.com>
>
>> Pelo visto, pode-se mesmo dizer que nada do que se faz na tal "área
>> específica" de música presta ( "análises interpretativas",
>> "instrumentista-pesquisador que nem toca nem faz pesquisa",
>> "compositor-pesquisador cuja pesquisa é dizer o que quer que seja da
>> música
>> que só é ouvida por seus próprios colegas" etc.). Faltou apenas incluir a
>> categoria de egrégios "pesquisadores" que não tocam, não cantam, não
>> compõem, não diferenciam uma colcheia de um violão, costumam fugir de sala
>> de aula e de orientações, mas encontram-se muito bem instalados e pagos
>> em... Escolas de Música (vejam que coisa!). Enfim, acabemos com esse tipo
>> também, pessoal, e assim podemos apagar todas as luzes de tão nefasta
>> área,
>> entregando os prédios (e principalmente a verba pública que alimenta, por
>> exemplo, muitas bolsas de pesquisa) para a sociedade fazer de tudo isso um
>> melhor uso.
>>
>> Flavio Barbeitas.
>>
>>
>> 2010/11/23 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
>>
>> Não, acabamos apenas com a prova de habilidades específicas, o que
>>> resultará no fim do Conservatório Universitário, e no fim também das
>>> intermináveis discussões sobre a "especificidade" da área, sobre quantos
>>> artigos vale um concerto, sobre o número de artigos que substitui uma
>>> dissertação na pós-graduação em performance, acabamos com as "análises
>>> interpretativas" e tantos outros males, como o instrumentista-pesquisador
>>> que nem toca nem faz pesquisa (ou faz de conta que faz, e se publica
>>> porque
>>> as revistas precisam de artigos para satisfazer as exigências de
>>> periodicidade da Capes), com o compositor-pesquisador cuja pesquisa é
>>> dizer
>>> o que quer que seja da música que só é ouvida por seus próprios colegas,
>>> e
>>> poderemos pensar numa formação adequada e específica para
>>> instrumentistas,
>>> compositores, musicólogos, educadores etc. Não seria um benefício?
>>>
>>> 2010/11/23 Fernando Pereira Binder <fernandobinder em yahoo.com.br>
>>>
>>>> Muito bem,
>>>>
>>>> Primeiro acabamos com a prova de habilidades específicas para música.
>>>> Depois acabamos com a prova geral (português, história, etc...).
>>>> Daí acabamos com a alfabetização.
>>>> Re-instituímos a igreja como guardiã do conhecimento ocidental (começada
>>>> na última eleição).
>>>> Pronto, voltamos todos à Idade Média em 4 etapas!
>>>>
>>>> Fernando Binder
>>>>
>>>> Em 22/11/2010, às 10:07, Carlos Palombini escreveu:
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> 2) Não exigir conhecimentos específicos desvaloriza a Lei 11.769/2008,
>>>>> uma árdua conquista da área de Música que simboliza sua valorização,
>>>>> pois
>>>>> esta é comumente tratada de forma amadora pela sociedade. Atualmente,
>>>>> há uma
>>>>> verdadeira "indústria educacional" em torno da Educação Básica, pois
>>>>> sua
>>>>> função mais comum é oferecer acesso à Universidade, desvalorizando sua
>>>>> própria utilidade educacional. Nesse contexto, há o risco de muitos se
>>>>> perguntarem: "pra que estudar Música se para entrar no Curso de Música
>>>>> não é
>>>>> necessário estudar Música?";
>>>>>
>>>>
>>>> Há um erro básico aqui: supor que estudar música seja solfejar, tocar um
>>>> instrumento (ou cantar), ou compor. Como é isso que a maioria de nossos
>>>> colegas sabe fazer, esse erro não será democraticamente erradicado. A
>>>> prova
>>>> específica tem a função de perpetuá-lo.
>>>>
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Prof. Dr. Marcos Câmara de Castro
Departamento de Música
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