[ANPPOM-L] Res: Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Qui Nov 25 03:24:11 BRST 2010


Olá, Guilherme

Minha impressão é que o Conservatório Universitário, há anos à míngua por
decreto do governo PSDBista, pululando de artistas à míngua por racionamento
de verbas do Minc, viu no Reuni um negócio da China: deixem entrar os
pobrezinhos que vocês receberão pianos, salas, professores e tudo o mais que
necessitam. Os pobrezinhos vieram, mas as recompensas não corresponderam às
fantasias. Com eles veio também o Enem e, não duvido, outros golpes virão. E
se o Minc agora se reaprovisiona, suas verbas passam pelo Conservatório
Universitário e nem abanam, correndo para os pobrezinhos. O Conservatório
Universitário faz cara feia, exige standards: para entrar aqui é necessário
saber diferenciar uma colcheia de um violão! Como quem está acostumado a
considerar-se superior por direito divino, o Conservatório Universitário não
enxerga que seus dias estão contados. Os pobrezinhos estão pouco ligando
para ele. E é dos pobrezinhos que ele agora depende.

Abração,

Carlos

2010/11/24 Guilherme Castro <somba.guilherme em gmail.com>

> Oi Carlos,
>
> Até mesmo por isso tudo que Schaeffer aponta é que tenho os meus
> questionamentos. Reflito sobre essas questões com bastante frequência. Mesmo
> concordando com tais apontamentos, penso que os anseios dos alunos dão uma
> boa medida de como a música tem sido praticada e valorada em nosso contexto
> sócio-cultural. E entre alguns desses anseios, há ainda uma certa procura do
> aprendizado norteado por valores culto/europeu/ocidental. Se por um lado,
> tais anseios indicam uma certa filtragem dos valores musicais, por outro
> ainda indicam que são valores pertinentes ao nosso contexto. Daí nasce a
> minha cautela.
>
> O que questiono fortemente é se uma prova específica é necessária para uma
> seleção, visto que há várias formas de prática musical, que envolvem
> habilidades, competências e motivações distintas. Quando se leva isso em
> consideração, realmente me parece algo mais excludente do que uma aferição
> de aptidão (o que, aliás, nem acredito que deva ser parâmetro importante...
> penso realmente que é a motivação que move qualquer processo de
> ensino-aprendizagem). Junta-se a isso a minha crença na necessidade de
> reformulação do ensino superior de música, para que ele seja mais inclusivo
> e democrático com as várias formas de se fazer, pesquisar, estudar e ensinar
> música.
>
> Enfim, sem querer me alongar, resumo aqui que possuo fortes
> questionamentos, mas ainda poucas certezas. Visto que há várias motivações e
> explicações — sobretudo políticas — para o quadro atual do ensino superior
> de música, penso ser melhor nesse momento uma certa prudência de minha
> parte, no mínimo por inexperiência...
>
> abraços
>
> Guilherme
>
> Em 24 de novembro de 2010 18:11, Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>escreveu:
>
> Guilherme,
>>
>> O que me surpreende em sua mensagem não é seu conteúdo, mas sua cautela e
>> sua timidez. Os problemas da notação, da lutheria e do comentário musicais
>> já foi notado por Pierre Schaeffer no parágrafo “Situação histórica da
>> música”, do *Tratado dos objetos musicais*, onde ele trata dos “três
>> becos sem saída da musicologia”.
>>
>>
>>
>> Um desses becos sem saída é o das *noções musicais*. Já não são apenas a
>> escala e a tonalidade que as músicas mais aventurosas de nossa época, bem
>> como as mais primitivas terminam por negar, mas a primeira dessas noções: a
>> de nota musical, arquétipo do objeto musical, fundamento de toda a notação,
>> elemento de toda a estrutura, melódica ou rítmica. Nenhum solfejo, nenhuma
>> harmonia, ainda que atonal, pode dar conta de certa generalidade de objetos
>> musicais, e principalmente daqueles utilizados pelas músicas africanas ou
>> asiáticas.
>>
>>
>>
>> O segundo beco sem saída é o das *fontes instrumentais*. Apesar da
>> tendência dos musicólogos a referirem os instrumentos arcaicos ou exóticos a
>> nossas normas, eles se viram subitamente desarmados diante das fontes novas
>> de sons concretos ou eletrônicos que — ó, surpresa! — às vezes se davam bem
>> com os instrumentos africanos ou asiáticos. Mais inquietante ainda era a
>> possível desaparição da noção de instrumento. Instrumentos encaixáveis ou
>> sintéticos, tais seriam os ornamentos de nossas salas de concerto, a menos
>> que um despojamento total sancionasse a ausência de todo e qualquer
>> instrumento. Iríamos assistir ao desaparecimento da orquestra e do maestro,
>> evidentemente ameaçados pelo das partituras, em vias de substituição por
>> fitas magnéticas lidas por alto-falantes?
>>
>>
>>
>> O terceiro beco sem saída é o do *comentário estético.* Em seu conjunto,
>> a abundante literatura consagrada às sonatas, aos quartetos e às sinfonias
>> soa oca. Só o hábito pode mascarar a pobreza e o caráter disparatado dessas
>> análises. Quando se descartam as considerações complacentes sobre o estado
>> de espírito do compositor ou do exegeta, de lá para cá e de cá para lá,
>> fica-se reduzido à mais seca enumeração, em termos de tecnologia musical, de
>> seus procedimentos de fabricação ou, na melhor das hipóteses, de sua
>> sintaxe. Mas nada de verdadeira explicação de texto. Talvez não haja razão
>> para espanto? Talvez a boa música, sendo ela mesma linguagem, e linguagem
>> específica, escape radicalmente a toda a descrição e a toda a explicação por
>> meio de palavras? De todo o modo, limitar-me-ei a reconhecer que o problema
>> é importante demais para ser camuflado, que a dificuldade não foi nem
>> resolutamente encarada nem claramente tratada.
>>
>>
>> A análise é severa, sem dúvida, mas um dia deveremos tomar consciência do
>> esgotamento da musicologia que ela expõe. Se toda a explicação, seja ela
>> nocional, instrumental ou estética se esquiva, mais vale confessar que,
>> afinal, *não sabemos grande coisa da música*. E, pior ainda, que aquilo
>> que sabemos é de natureza que nos desnorteia, ao invés de nos orientar.<#12c804b6a3128c46_12c7fd3a628dce7b__ftn1>
>>
>> (Pierre Schaeffer, *Traité des objets musicaux: essai interdisciplines*,
>> Paris, Seuil, 1966, pp 18–20.)
>>
>> Nossos conservatórios universitários não tomaram consciência dessas
>> observações formuladas há quarenta e quatro anos, o que exemplifica a
>> relação dos mesmos com a tradição culta/européia/ocidental que pretendem
>> defender, da qual são o apêndice ou a apendicite. Não se trata de substituir
>> a colcheia e o violão pela tremefusa e o MAX/MSP. Não se trata de
>> aperfeiçoar as provas específicas de vestibular, mas de colocar radicalmente
>> em questão aquilo a que essas provas servem, como muitos já entenderam.
>>
>> Um abraço,
>>
>> Carlos
>>
>>
>>
>> 2010/11/24 Guilherme Castro <somba.guilherme em gmail.com>
>>
>>  Car em s colegas,
>>>
>>> depois de acompanhar com bastante interesse a discussão, resolvi opinar,
>>> mesmo diante da minha pouca experiência de docência no ensino superior. Faço
>>> parte de uma instituição (Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix -
>>> BH) que não se utiliza de prova específica de música como forma de seleção
>>> de ingressantes ao curso de licenciatura em música. Após alguma experiência,
>>> ainda não tenho uma opinião formada e fechada, mas mesmo assim, há ainda
>>> fortes questionamentos em mim sobre a necessidade de provas específicas.
>>> Concordo em muitos pontos com o Prof. Palombini e o prof. André, e faço os
>>> mesmos questionamentos levantados pelo prof. Daniel. Penso que a prática
>>> musical atual pode nos dar muitos indícios sobre os caminhos para o ensino
>>> unversitário de música. Essa prática é diversa e multifacetada, como o
>>> próprio campo da música em si. Uma vez que a partitura (a as práticas que
>>> ela suscita) é uma forma de representação musical em meio a outras
>>> possíveis, mesmo que arraigada historicamente na cultura ocidental de
>>> influência européia, não vejo que tal quesito seja particularmente
>>> importante *como forma de seleção*, uma vez que, mesmo com os desafios
>>> didáticos que isso possa trazer ao ensino superior, noto que é possível
>>> conciliar seu ensino com outras questões importantes como senso crítico,
>>> compreensão histórico-cultural, prática musical em conjunto, auralidade e
>>> oralidade, etc, em um visão de ensino de música mais holistica.
>>>
>>> Isso não que dizer que tal requisito não seja importante. Para certas
>>> práticas musicais (orquestras, prática instrumental em concerto, entre
>>> outras), a leitura e prática musical a partir de partituras ou outras
>>> representações textuais são questões relevantes, pertinentes e próprias como
>>> pré-requisito para o exercício de tais práticas.
>>>
>>> No entanto, isso é apenas uma das áreas de atuação musical no contexto
>>> atual, onde práticas musicais em estúdio (mais norteadas por questões
>>> aurais), improvisação em música popular (sob as mais variadas formas), bem
>>> como os estudos musicológicos nas áreas de cognição, musicoterapia, práticas
>>> musicais sociais (manifestações folclóricas, por exemplo, entre outro sem
>>> número de manifestações), educação musical, entre outras, nos mostra como
>>> tal abordagem para seleção de ingressantes pode ser, de certa forma, um
>>> pouco excludente.
>>>
>>> Muitas vezes me deparo com alunos que, com a motivação certa,
>>> desenvolvem-se muito mais como músicos e educadores do que outros alunos com
>>> mais facilidade e mais bagagem. Ao mesmo tempo, por vezes a própria
>>> dificuldade que o conteúdo musical oferece (ainda mais com toda a carga
>>> mitificadora que por vezes é atribuída ao campo da música) seleciona já os
>>> alunos ao longo do curso.
>>>
>>> Dito isso tudo, só sei que, após mais de um século de representação
>>> musical fonográfica como a maior fonte de transmissão de valores musicais, o
>>> que acarretou mudanças em todas as formas de prática musical, penso que
>>> alguma reflexão mais aprofundada sobre o perfil do alunos, os conceitos,
>>> metodologias e os quesitos para o ensino superior de música precisam ser
>>> reavaliados, para que a própria área acadêmica de música de faça mais
>>> presente, forte, representativa e significativa, retomando o que o próprio
>>> campo da música tem sido tradicionalmente ao longo da história do
>>> conhecimento humano.
>>>
>>> sem mais, despeço-me
>>>
>>> Guilherme Castro
>>> Coordenador - Licenciatura em Música
>>> Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix - BH
>>>
>>> Em 24 de novembro de 2010 11:34, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>escreveu:
>>>
>>>
>>>> Caros,
>>>>
>>>> A idéia do prof. Palombini justamente exibe esta necessidade de
>>>> reformulação do ensino universitário de Música, só não compactuo com a forma
>>>> como ela foi exposta. Os conhecimentos da "Música erudita européia" são
>>>> fundamentais sim para a formação de qualquer músico. O que precisamos
>>>> repensar é se nossos Cursos formam profissionais capacitados para inserir-se
>>>> numa sociedade em constante mutação. Algumas perguntas que podem nos guiar:
>>>>
>>>> "Quais os campos de atuação do músico atualmente?"
>>>> "Como a Universidade pode prover conhecimentos básicos necessários a
>>>> este exercício?"
>>>>
>>>> Precisamos não nos livrar dos conteúdos conservatoriais, mas das
>>>> CONCEPÇÕES conservatoriais.
>>>>
>>>>
>>>> Um abraço a todos,
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> Daniel Lemos
>>>> Professor Assistente I
>>>> Curso de Música - http://musica.ufma.br
>>>> Departamento de Artes (DEART)
>>>> Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
>>>>
>>>> --- Em *qua, 24/11/10, Eduardo Patricio <epatricio em yahoo.com>*escreveu:
>>>>
>>>>
>>>> De: Eduardo Patricio <epatricio em yahoo.com>
>>>> Assunto: [ANPPOM-L] Res: Contraponto sobre possbilidades dos testes
>>>> específicos
>>>> Para: "Carlos Palombini" <cpalombini em gmail.com>,
>>>> anppom-l em iar.unicamp.br
>>>> Data: Quarta-feira, 24 de Novembro de 2010, 10:27
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> É. Pela mensagem do André Machado, me parece que a posição do Palombini
>>>> (e/ou reflexos dela) foi agora melhor captada.
>>>> A questão central seria menos sobre a existência ou não de testes
>>>> específicos e mais a respeito da necessidade de um questionamento acerca dos
>>>> objetivos e proposições dos cursos de música no Brasil - que apresentam sim
>>>> um certo descolamento da realidade (histórico-social), e, que fique claro,
>>>> não se trata aqui de uma questão puramente de mercado.
>>>>
>>>> Saudações
>>>>
>>>> Eduardo Patrício
>>>>
>>>>
>>>> _____________________________________
>>>> Eduardo Patrício
>>>> http://www.eduardopatricio.com.br
>>>> +55 41 8434-0480
>>>>
>>>>
>>>> ------------------------------
>>>> *De:* Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
>>>> *Para:* anppom-l em iar.unicamp.br
>>>> *Enviadas:* Quarta-feira, 24 de Novembro de 2010 1:02:13
>>>> *Assunto:* Re: [ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes
>>>> específicos
>>>>
>>>> Voilà!
>>>>
>>>> 2010/11/24 André Luís Cardoso Machado <andrelcmac em ig.com.br<http://mc/compose?to=andrelcmac@ig.com.br>
>>>> >
>>>>
>>>> Olá, se me permitem
>>>>
>>>> O ensino superior em música é todo baseado na tradição européia que
>>>> culminou na música erudita contemporânea. Os jovens que ingressam nas
>>>> faculdades de música, como todos os outros, são um pouco
>>>> inconsequentes. Se julgam poderosos e pensam poder vencer a realidade
>>>> e se tornar grandes solistas ou reconhecidos compositores. Porém essas
>>>> possibilidades já não existem, já tem algum tempo. O máximo que se
>>>> pode conseguir é um reconhecimentozinho acadêmico. Não dá pra ganhar
>>>> dinheiro nem com a música tradicional nem com a contemporânea. A não
>>>> ser sob a égide do estado que não oferece(e nem deveria) vagas para
>>>> todos.
>>>> Em qualquer outra área a academia se veria obrigada a mudar seus
>>>> rumos. Mas em nossa área específica, amparada inclusive por uma
>>>> equivocada visão de toda a sociedade de que nossos valores são muito
>>>> diferentes do resto, mantem-se tudo como está.
>>>> Me parece que mudar o enfoque acadêmico vigente é como a reforma
>>>> política. Todos sabem que ela é necessária, mas quem tem poder para
>>>> realizá-la são os menos interessados.
>>>>
>>>> Abraço a todos
>>>> André Machado
>>>>
>>>> Em 23/11/10, Carlos Palombini<cpalombini em gmail.com<http://mc/compose?to=cpalombini@gmail.com>>
>>>> escreveu:
>>>> > É outra possibilidade. Infelizmente, muito pouco na política da Capes
>>>> e nada
>>>> > na política do CNPq aponta nesta direção.
>>>> >
>>>> > 2010/11/23 Flavio <flateb em gmail.com<http://mc/compose?to=flateb@gmail.com>
>>>> >
>>>> >
>>>> >> Pelo visto, pode-se mesmo dizer que nada do que se faz na tal "área
>>>> >> específica" de música presta ( "análises interpretativas",
>>>> >> "instrumentista-pesquisador que nem toca nem faz pesquisa",
>>>> >> "compositor-pesquisador cuja pesquisa é dizer o que quer que seja da
>>>> >> música
>>>> >> que só é ouvida por seus próprios colegas" etc.). Faltou apenas
>>>> incluir a
>>>> >> categoria de egrégios "pesquisadores" que não tocam, não cantam, não
>>>> >> compõem, não diferenciam uma colcheia de um violão, costumam fugir de
>>>> sala
>>>> >> de aula e de orientações, mas encontram-se muito bem instalados e
>>>> pagos
>>>> >> em... Escolas de Música (vejam que coisa!). Enfim, acabemos com esse
>>>> tipo
>>>> >> também, pessoal, e assim podemos apagar todas as luzes de tão nefasta
>>>> >> área,
>>>> >> entregando os prédios (e principalmente a verba pública que alimenta,
>>>> por
>>>> >> exemplo, muitas bolsas de pesquisa) para a sociedade fazer de tudo
>>>> isso um
>>>> >> melhor uso.
>>>> >>
>>>> >>  Flavio Barbeitas.
>>>> >>
>>>> >>
>>>> >> 2010/11/23 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com<http://mc/compose?to=cpalombini@gmail.com>
>>>> >
>>>> >>
>>>> >> Não, acabamos apenas com a prova de habilidades específicas, o que
>>>> >>> resultará no fim do Conservatório Universitário, e no fim também das
>>>> >>> intermináveis discussões sobre a "especificidade" da área, sobre
>>>> quantos
>>>> >>> artigos vale um concerto, sobre o número de artigos que substitui
>>>> uma
>>>> >>> dissertação na pós-graduação em performance, acabamos com as
>>>> "análises
>>>> >>> interpretativas" e tantos outros males, como o
>>>> instrumentista-pesquisador
>>>> >>> que nem toca nem faz pesquisa (ou faz de conta que faz, e se publica
>>>> >>> porque
>>>> >>> as revistas precisam de artigos para satisfazer as exigências de
>>>> >>> periodicidade da Capes), com o compositor-pesquisador cuja pesquisa
>>>> é
>>>> >>> dizer
>>>> >>> o que quer que seja da música que só é ouvida por seus próprios
>>>> colegas,
>>>> >>> e
>>>> >>> poderemos pensar numa formação adequada e específica para
>>>> >>> instrumentistas,
>>>> >>> compositores, musicólogos, educadores etc. Não seria um benefício?
>>>> >>>
>>>> >>> 2010/11/23 Fernando Pereira Binder <fernandobinder em yahoo.com.br<http://mc/compose?to=fernandobinder@yahoo.com.br>
>>>> >
>>>> >>>
>>>> >>>> Muito bem,
>>>> >>>>
>>>> >>>> Primeiro acabamos com a prova de habilidades específicas para
>>>> música.
>>>> >>>> Depois acabamos com a prova geral (português, história, etc...).
>>>> >>>> Daí acabamos com a alfabetização.
>>>> >>>> Re-instituímos a igreja como guardiã do conhecimento ocidental
>>>> (começada
>>>> >>>> na última eleição).
>>>> >>>> Pronto, voltamos todos à Idade Média em 4 etapas!
>>>> >>>>
>>>> >>>> Fernando Binder
>>>> >>>>
>>>> >>>>  Em 22/11/2010, às 10:07, Carlos Palombini escreveu:
>>>> >>>>
>>>> >>>>
>>>> >>>>
>>>> >>>>  2) Não exigir conhecimentos específicos desvaloriza a Lei
>>>> 11.769/2008,
>>>> >>>>> uma árdua conquista da área de Música que simboliza sua
>>>> valorização,
>>>> >>>>> pois
>>>> >>>>> esta é comumente tratada de forma amadora pela sociedade.
>>>> Atualmente,
>>>> >>>>> há uma
>>>> >>>>> verdadeira "indústria educacional" em torno da Educação Básica,
>>>> pois
>>>> >>>>> sua
>>>> >>>>> função mais comum é oferecer acesso à Universidade, desvalorizando
>>>> sua
>>>> >>>>> própria utilidade educacional. Nesse contexto, há o risco de
>>>> muitos se
>>>> >>>>> perguntarem: "pra que estudar Música se para entrar no Curso de
>>>> Música
>>>> >>>>> não é
>>>> >>>>> necessário estudar Música?";
>>>> >>>>>
>>>> >>>>
>>>> >>>> Há um erro básico aqui: supor que estudar música seja solfejar,
>>>> tocar um
>>>> >>>> instrumento (ou cantar), ou compor. Como é isso que a maioria de
>>>> nossos
>>>> >>>> colegas sabe fazer, esse erro não será democraticamente erradicado.
>>>> A
>>>> >>>> prova
>>>> >>>> específica tem a função de perpetuá-lo.
>>>> >>>>
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